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Apostila de português

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LÍNGUA PORTUGUESA 
 
CONVENÇÕES DE ESCRITA 
 
 ORTOGRAFIA 
 
A palavra Ortografia é formada por "orto", elemento 
de origem grega, usado como prefixo, com o significado 
de direito, reto, exato e "grafia", elemento de composição 
de origem grega com o significado de ação de escrever; 
ortografia, então, significa ação de escrever direito. É 
fácil escrever direito? Não!! É, de fato, muito difícil 
conhecer todas as regras de ortografia a fim de escrever 
com o mínimo de erros ortográficos. Hoje tentaremos 
facilitar um pouco mais essa matéria. Abaixo seguem 
algumas frases com as respectivas regras sobre o uso de 
ç, s, ss, z, x... Vamos a elas: 
 
1) Uma das intenções da casa de detenção é levar o 
que cometeu graves infrações a alcançar a 
introspecção, por intermédio da reeducação. 
a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos 
terminados em TO: 
intento = intenção 
canto = canção 
exceto = exceção 
junto = junção 
 
b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO 
referentes a verbos derivados de TER: 
deter = detenção 
reter = retenção 
conter = contenção 
manter = manutenção 
 
c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos 
terminados em TOR: 
infrator = infração 
trator = tração 
redator = redação 
setor = seção 
 
d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos 
terminados em TIVO: 
introspectivo = introspecção 
relativo = relação 
ativo = ação 
intuitivo = intuição 
 
e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos 
quais se retira a desinência R: 
reeducar = reeducação 
importar = importação 
repartir = repartição 
fundir = fundição 
 
f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s: 
eleição, traição 
 
 
2) A pretensa diversão de Creusa, a poetisa 
vencedora do concurso, implicou a sua expulsão, 
porque pôs uma frase horrorosa sobre a diretora 
Luísa. 
 
a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos 
terminados em NDER ou NDIR: 
pretender = pretensão, pretensa, pretensioso 
defender = defesa, defensivo 
compreender = compreensão, compreensivo 
repreender = repreensão 
expandir = expansão 
fundir = fusão 
 
b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos 
terminados em ERTER ou ERTIR: 
inverter = inversão 
converter = conversão 
perverter = perversão 
divertir = diversão 
 
c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z: 
Creusa 
coisa 
maisena 
 
d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, 
substantivos femininos: 
Luísa 
Heloísa 
Poetisa 
Profetisa 
 
Obs.: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de 
juiz, que também se escreve com z. 
 
e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos 
terminados em CORRER ou PELIR: 
concorrer = concurso 
discorrer = discurso 
expelir = expulso, expulsão 
compelir = compulsório 
 
f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, 
QUERER, USAR: 
ele pôs 
ele quis 
ele usou 
 
g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, 
ISE, OSE: 
frase 
tese 
crise 
osmose 
 
Exceções: deslize e gaze. 
 
h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA: 
horrorosa 
gostoso 
 
Exceção: gozo 
 
 
 
 
 
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3) I. Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou 
que cantaria de improviso. 
II. Aterrorizada pela embriaguez do marido, a 
mulherzinha não fez a limpeza. 
 
a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s 
quando esta letra fizer parte do radical da palavra de 
origem; com z quando a palavra de origem não tiver 
o radical terminado em s: 
Teresa = Teresinha 
Casa = casinha 
Mulher = mulherzinha 
Pão = pãozinho 
 
b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com 
s quando esta letra fizer parte do radical da palavra 
de origem; os terminados em IZAR serão escritos 
com z quando a palavra de origem não tiver o 
radical terminado em s: 
 
improviso = improvisar 
análise = analisar 
pesquisa = pesquisar 
terror = aterrorizar 
útil = utilizar 
economia = economizar 
 
c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas 
com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou 
nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA 
serão escritas com z quando forem substantivos 
abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando 
indicarem qualidade: 
Teresa 
Camponês 
Inglês 
Embriaguez 
Limpeza 
 
4) O excesso de concessões dava a impressão de 
compromisso com o progresso. 
a) Os verbos terminados em CEDER terão palavras 
derivadas escritas com CESS: 
exceder = excesso, excessivo 
conceder = concessão 
proceder = processo 
 
b) Os verbos terminados em PRIMIR terão palavras 
derivadas escritas com PRESS: 
imprimir = impressão 
deprimir = depressão 
 
c) Os verbos terminados em GREDIR terão palavras 
derivadas escritas com GRESS: 
progredir = progresso 
agredir = agressor, agressão, agressivo 
transgredir = transgressão, transgressor 
 
d) Os verbos terminados em METER terão palavras 
derivadas escritas com MISSou MESS: 
comprometer = compromisso 
prometer = promessa 
intrometer = intromissão 
remeter = remessa 
5) Para que os filhos se encorajem, o lojista come jiló 
com canjica. 
a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos 
terminados em JAR: 
Viajar = espero que eles viajem 
Encorajar = para que eles se encorajem 
Enferrujar = que não se enferrujem as portas 
 
b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de 
vocábulos terminados em JA: 
loja = lojista 
canja = canjica 
sarja = sarjeta 
gorja = gorjeta 
 
c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani. 
Jiló 
Jibóia 
Jirau 
 
6) O relógio que ele trouxe da viagem ao México em uma 
caixa de madeira caiu na enxurrada. 
 
a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em 
ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: 
pedágio 
sacrilégio 
prestígio 
relógio 
refúgio 
 
b) Escrevem-se com g os substantivos terminados em 
GEM: 
a viagem 
a coragem 
a ferrugem 
 
Exceções: pajem, lambujem 
 
c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x: 
Mexerica 
México 
Mexilhão 
Mexer 
Exceção: mecha de cabelos 
 
d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a 
não ser que provenham de vocábulos iniciados por 
ch: 
Enxada 
Enxerto 
Enxurrada 
Encher – provém de cheio 
Enchumaçar – provém de chumaço 
 
e) Usa-s x após ditongo: 
ameixa 
caixa 
peixe 
 
Exceções: recauchutar, guache 
 
 
 
 
 
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 ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
● Acento tônico/ gráfico 
 
1. Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensidade 
que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acento 
tônico, também chamado acento de intensidade ou 
prosódico. Nem sempre a sílaba tônica recebe acento 
gráfico. Exemplos: 
cajá, caderno, lâmpada 
 
2. Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmente 
derivadas e polissílabas, além do acento tônico, possuem 
um acento secundário. A sílaba com acento secundário é 
chamada de subtônica. 
Exemplos: terrinha, sozinho 
 
3. Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem 
subtônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas 
(antes da tônica) ou postônicas (depois da tônica), 
 
Exemplos: 
Barata (átona pretônica, tônica, átona postônica) 
Máquina (tônica, átona postônica, átona postônica) 
 
Não confunda acento tônico com acento gráfico. 
O acento tônico está relacionado com intensidade de som 
e existe em todas as palavras com duas ou mais sílabas. 
O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e 
será usado de acordo com regras de acentuação. 
 
Quanto aos monossílabos, eles podem ser: 
a) Átonos: não possuem acentuação própria, isto é, são 
pronunciados com pouca intensidade: o, lhe, e, se, a. 
b) Tônicos: possuem acentuação própria, isto é, são 
pronunciados com muita intensidade: lá, pá, mim, pôs, 
tu, lã. 
 
Os monossílabos tônicos soam distintamente no 
interior da frase:já os monossílabos átonos, não 
possuindo acentuação própria, soam como uma sílaba da 
palavra anterior ou da palavra posterior. 
 
Quero encontrá-la lá. 
Dê o livro de Português. 
Tenho dó do menino. 
 
A distinção entre monossílabo tônico e monossílabo 
átono depende do contexto, ou seja, eles têm que ser 
analisados numa frase. Fora do contexto, todos os 
monossílabos são tônicos. 
 
Classificação das palavras quanto à sílaba tônica 
 
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras 
classificam-se em: 
a) Oxítonas: a sílaba tônica é a última sílaba da palavra. 
Exemplos: ma-ra-cu-já, ca-fé, re-com-por. 
 
b) Paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima sílaba da 
palavra. 
Exemplos: ca-dei-ra, ca-rá-ter, me-sa. 
c) Proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima 
sílaba da palavra. 
Exemplos: sí-la-ba, me-ta-fí-si-ca, lâm-pa-da. 
 
Nem sempre a sílaba tônica vem indicada com 
acento gráfico. Dessa forma, é fundamental distinguir o 
acento tônico do acento gráfico. 
 
Acento tônico é o acento da fala; marca a maior 
intensidade na pronúncia de uma sílaba. 
O acento gráfico é o sinal utilizado, em algumas 
palavras, para indicar a sílaba tônica. 
 
Acentuação gráfica 
 
1. Regras gerais: 
Para acentuar corretamente as palavras, convém 
observar as seguintes regras: 
 
1.1. Proparoxítonas 
 
Todos os vocábulos proparoxítonos são 
acentuados. 
Exemplos: árvore, metafísica, lâmpada, pêssego, 
quiséssemos, África, Ângela. 
 
1.2. Paroxítonas 
 
São acentuados os vocábulos paroxítonos 
terminados em: 
i(s): júri, júris, lápis, tênis. 
us: vírus, bônus. 
um/uns: álbum, álbuns. 
r: caráter, mártir, revólver. 
x: tórax, ônix, látex. 
n: hífen, pólen, mícron, próton. 
l: fácil, amável, indelével. 
Ditongo: Itália, Áustria, memória, cárie, róseo, Ásia, 
Cássia, fáceis, imóveis, fósseis, jérsei. 
ão(s): órgão(s), sótão(s), ófão(s), bênção(s). 
ã(s): órfã(s), ímã(s). 
ps: bíceps, fórceps 
 
Não se acentuam os paroxítonos terminados em 
ens: hifens, polens, jovens, nuvens, homens. 
Não se acentuam os prefixos paroxítonos 
terminados em i ou r: super-homem, inter-helênico, semi-
selvagem. 
 
1.3. Oxítonas 
 
São acentuados os vocábulos terminados em: 
a(s), e(s), o(s): maracujá, ananás, café, você, dominó, 
paletós, vovô, vovó, Paraná. 
 
em/ens: armazém, vintém, armazéns, vinténs. 
 
 
 
 
 
 
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Acentuam-se também os monossílabos tônicos 
terminados em a, e, o (seguidos ou não de s): pá, pé, pó, 
pás, pés, pós, lê, dê, hás, crês. 
As formas verbais terminadas em a, e, o tônicos 
seguidos de lo, la, los, las também são acentuadas: amá-
lo, dizê-lo, repô-lo, fá-lo, repô-la, fá-lo-á, pô-lo, 
comprá-la-á. 
O til vale como acento tônico se outro acento não 
figura no vocábulo: lã, fã, irmã, alemã. 
 
2. Regras especiais 
 
Além das anteriormente vistas, cumpre observar 
ainda as seguintes regras: 
 
a) Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, 
ói APENAS em palavras oxítonas ou monossilábicas: 
chapéu, céu, anéis, pastéis, coronéis, herói. 
 
Observação: Não se acentuam os ditongos abertos 
de palavras paroxítonas: jiboia – plateia – estreia – 
paranoia – heroico, etc 
 
b) Coloca-se acento nas vogais i e u que formam hiato 
com a vogal anterior: sa-í-da, sa-ís-te, sa-ú-de, ba-la-
ús-tre, ba-ú, ra-í-zes, ju-í-zes, Lu-ís, pa-ís, He-lo-í-
sa, Ja-ú. 
 
Observações: 
Não se acentuam o i e o u que formam hiato quando 
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, 
ru-im, sa-ir-des, ju-iz. Também não se acentua o 
hiato seguido do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha, 
ba-i-nha. 
Observações finais 
i) Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 
3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele tem/ 
eles têm, ele vem/eles vêm. 
 
ii) Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 
3ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3ª pessoa 
do plural do presente do indicativo: ele retém/ eles retêm, 
ele intervém /eles intervêm. 
 
iii) Recebem acento diferencial as seguintes palavras: 
 
pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição). 
pôde(3ª pessoa do singular do pretérito perfeito), para 
diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente o 
indicativo) 
Não mais recebem acento diferencial: para 
(preposição e verbo), pera (fruta), polo (extremidades do 
eixo da Terra e nome de um jogo) 
 
 O USO DOS PORQUÊS: 
 
POR QUE - grafa-se separadamente e sem acento: 
 
a) Orações interrogativas diretas (equivale a por que 
motivo): Por que ele saiu? 
b) Orações interrogativas indiretas (equivale a por que 
motivo): Não sei por que ele saiu. 
 
c) Pronome relativo (equivale a pelo(a) qual): 
 
O caminho por que (pelo qual) passei era difícil. 
 
POR QUÊ - grafa-se separadamente e com acento, 
quando ocorrer no fim de frases interrogativas (equivale a 
por que motivo): 
 
Ele saiu cedo, por quê? 
Você não aceitou minha sugestão. Por quê? 
 
PORQUE - grafa-se numa única palavra quando for 
empregado como conjunção, geralmente causal ou 
explicativa. Neste caso pode ser substituído pela 
conjuncão pois. É a resposta da pergunta. 
 
Saí cedo, porque tinha um sério compromisso. 
 
PORQUÊ - grafa-se numa única palavra e acentuado 
quando for substantivo. 
 
Não sei o porquê de sua revolta. 
 
Nesse caso, pode ser reconhecido: 
 
a) pela anteposição do artigo; 
b) substituindo-o pelas palavras “motivo”, “causa”. 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MORFOLOGIA 
 
 PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 
 
● Conceitos Importantes 
 
Palavras Cognatas 
 
 São palavras que possuem o mesmo radical. Também 
conhecidas por famílias etimológicas 
 
Ex.: locutor 
 locutório 
 elocução 
 interlocutor 
 locução 
 
Derivação 
 Acréscimo de afixos (Prefixos e/ou Sufixos) à 
palavra primitiva 
 
Ex.: des + honra = desonra 
 
Composição 
 
 União de dois ou mais radicais 
 
Ex.: ponta + pé = pontapé 
 
● Tipos de Derivação 
 
1) Derivação Prefixal 
Exemplos: desleal, inapto, infeliz, subsolo, retroagir, etc. 
 
2) Derivação Sufixal 
Exemplos: lealdade, deslocamento, felizmente, idiotismo, 
etc. 
 
3) Derivação Prefixal e Sufixal 
Exemplos: deslealdade, infelizmente, etc. 
 
4) Derivação Parassintética 
Forma-se palavra pela anexação SIMULTÂNEA de prefixo 
e sufixo à palavra primitiva. 
 
Exemplos: a + noite + ecer = anoitecer 
en + gaiola + ar = engaiolar 
a + manhã + ecer = amanhecer 
 
Observação: Na derivação prefixal e sufixal, para formar 
palavra, não há obrigatoriedade de acréscimo simultâneo 
de prefixo e sufixo. 
 
5) Derivação Regressiva 
A palavra primitiva reduz-se ao formar a palavra 
derivada. Também conhecida como deverbal. 
Exemplos: cantar  canto 
roubar  roubo 
vender  venda 
flamengo  mengo 
 
Observação: Não confundir a derivação regressiva com a 
sufixal. Na primeira, o substantivo se forma a partir do 
verbo. Já na segunda, o verbo se forma a partir do 
substantivo. 
 
Exemplos: Roubar  Roubo (Derivação Regressiva) 
 Vender  Venda (Derivação Regressiva) 
 Ancorar  Âncora (Derivação Sufixal) 
 
6) Derivação Imprópria 
A derivação imprópria ocorre quando determinada 
palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em 
sua forma, muda de classe gramatical. 
Exemplos: 
a) Os adjetivos passam a substantivos 
Os bons serão contemplados. 
 
b) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos 
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. 
 
c) Os infinitivos passam a substantivos 
O andar de Roberta era fascinante. 
O badalar dos sinos soou na cidadezinha. 
 
d) Os substantivos passam a adjetivos 
O funcionário fantasmafoi despedido. 
O menino prodígio resolveu o problema. 
 
e) Os adjetivos passam a advérbios 
Falei baixo para que ninguém escutasse. 
 
f) Palavras invariáveis passam a substantivos 
Não entendo o porquê disso tudo. 
 
g) Substantivos próprios tornam-se comuns. 
Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e 
exigente) 
 
● Tipos de Composição 
 
1) Por Justaposição 
 
Consiste em formar compostos que ficam lado a lado, ou 
seja, justapostos, sem que nenhum dos agregados sofra 
alteração em sua forma original. 
 
Exemplos: 
passatempo (passa + tempo), 
girassol (gira + sol), 
couve-flor (couve + flor) 
 
2) Por Aglutinação 
 
Consiste em formar compostos em que ao menos um dos 
elementos agregados sofre alteração em sua forma 
original 
 
Exemplos: 
aguardente (água + ardente), 
planalto (plano + alto), 
embora (em + boa + hora) 
 
 
 
 
 
 
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OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
 
1) Hibridismo 
 
Consiste na formação de palavras compostas por 
elementos provenientes de idiomas diferentes. 
 
Exemplos: 
automóvel (grego e latim) 
burocracia (francês e grego) 
sociologia (latim e grego) 
 
2) Estrangeirismo 
 
Ocorre quando não existe, na nossa língua, uma palavra 
que nomeie o determinado ser, sensação ou fenômeno. 
Há, portanto, uma incorporação literal de um vocábulo 
usado em outra língua, sem nenhuma adaptação ao 
português falado. 
 
Exemplos: 
internet, hardware, iceberg, mouse, etc. 
 
3) Empréstimo Linguístico 
 
Ocorre quando há incorporação de um vocábulo 
pertencente a outra língua, adaptando-o ao português 
falado. 
 
Exemplos: 
estresse, futebol, bife, blecaute, etc 
 
 
CLASSES DE PALAVRAS (GENERALIDADES) 
 
A gramática portuguesa divide as palavras do 
idioma em dez classes. Dentre as dez, há duas que 
podemos chamar de básicas ou nucleares: o substantivo 
e o verbo. 
 
Com apenas essas duas classes de palavras, 
podem-se construir frases, tais como: 
 
Acidentes acontecem. (substantivo + verbo) 
Barulho incomoda. (substantivo + verbo) 
 
 
1) SUBSTANTIVO 
Pertencem a essa classe todas as palavras que designam 
os seres em geral, as entidades reais ou imagináveis. 
 
Exemplos: mesa, lua, luz, fada, centauro, ilusão, tristeza. 
 
 
2) VERBO 
Pertencem a essa classe as palavras que designam 
ações, processos que ocorrem com os seres em geral. 
 
Exemplos: brilhar, correr, padecer, sorrir, pôr, ter. 
OS SATÉLITES DOS SUBSTANTIVOS 
 
3) ADJETIVO 
Classe de palavras que servem para indicar as 
qualidades, as propriedades do substantivo. 
 
Exemplos: 
poroso 
leve 
giz branco 
frágil 
comprido 
 
(substantivo + adjetivos) 
 
 
LOCUÇÃO ADJETIVA 
 
Trata-se de uma expressão formada de preposição mais 
substantivo, qualificadora de outro substantivo. 
 
Exemplos: 
de madeira 
de tijolo 
casa sem porta 
com varanda 
de praia 
 
(substantivo + locuções adjetivas) 
 
 
4) NUMERAL 
Classe que, em princípio, serve para indicar a quantidade 
dos substantivos, quantos são eles (um, dois, dez, o triplo, 
o quádruplo, um terço, um quinto). 
 
O numeral ordinal indica em que posição se localiza certo 
substantivo numa escala de números dispostos em série 
(décimo, trigésimo, centésimo). 
 
 
5) ARTIGO 
Classe que serve, basicamente, para indicar se o 
substantivo é concebido como algo já definido e conhecido 
previamente, ou como algo indefinido e ainda não 
nomeado. 
 
Exemplos: 
 
Era uma vez um cordeiro e um lobo que bebiam água à 
beira de um córrego. 
Então, o lobo disse para o cordeiro: ―Por que está você 
sujando o córrego em que estou bebendo?‖ 
 
Como se vê, os artigos indefinidos (um) no trecho I 
servem para indicar que os substantivos cordeiro, lobo e 
córrego não haviam ainda sido citados, tratando-se, pois, 
de entidades indefinidas. 
 
No trecho II, os artigos definidos (o) indicam que os três 
substantivos já são dados como conhecidos por terem 
sido anteriormente mencionados. 
 
 
 
 
 
 |9| 
OBSERVAÇÃO: 
No interior da frase, a sequência formada pelo substantivo 
e seus satélites é chamada de grupo nominal. 
 
Exemplo: 
Os dois principais pilotos do Brasil abandonaram a 
corrida. 
(grupo nominal) 
 
 
O SATÉLITE DO VERBO 
 
6) ADVÉRBIO 
Como o próprio nome indica, pertencem a essa classe as 
palavras que se associam ao verbo para indicar as várias 
circunstâncias que envolvem a ação. 
 
Exemplos: 
suavemente 
ontem 
A aeronave pousou 
aqui 
longe 
(verbo + advérbios) 
 
 
LOCUÇÃO ADVERBIAL 
Trata-se de uma expressão formada de preposição mais 
substantivo, modificadora do verbo. 
 
Exemplos: 
com suavidade 
por acaso 
A aeronave pousou 
sem atraso 
no deserto 
 
(verbo + locuções adverbiais) 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
O advérbio pode também ser associado: 
 
• Ao adjetivo 
Ayrton Senna era um piloto muito arrojado (substantivo 
+ advérbio + adjetivo) 
 
• A outro advérbio 
A notícia chegou muito cedo. (verbo + advérbio + 
advérbio) 
 
 
7) PRONOME 
É uma classe de palavras que serve para indicar uma das 
três pessoas do discurso ou situar alguma coisa em 
relação a essas três pessoas. 
 
Por convenção, considera-se: 
— 1ª pessoa: a que fala; 
— 2ª pessoa: aquela com quem se fala; 
— 3ª pessoa: aquela de quem se fala. 
PRONOME ADJETIVO 
Vem sempre associado a um substantivo da frase. 
 
Exemplo: 
Chegou a sua encomenda. (pronome adjetivo + 
substantivo) 
 
PRONOME SUBSTANTIVO 
Vem sempre num lugar que é próprio de substantivo. 
 
Exemplo: 
Chegou notícia sobre o governador (substantivo) 
Ele não quis dar entrevistas (pronome substantivo) 
 
CONECTIVOS 
Duas classes de palavras possuem a função de conectar 
elementos da frase: a preposição e a conjunção. 
 
8) PREPOSIÇÃO 
Classe de palavras que serve para estabelecer conexão 
entre uma palavra e outra. 
 
Exemplo: 
Um homem de chapéu me olhou com desconfiança. 
(preposição) 
 
As preposições mais usuais são: 
a, ante, após, até 
com, contra 
de, desde 
em, entre 
para, perante, por 
sem, sob, sobre. 
 
9) CONJUNÇÃO 
Classe de palavras que estabelece conexão entre uma 
oração e outra. 
 
Exemplo: 
Só me declararam que o tempo estava bom. 
Chegou atrasado, pois seu carro estava no conserto. 
 
10) INTERJEIÇÃO 
Pertencem a essa classe palavras invariáveis que 
exprimem, de maneira inarticulada (impossível de 
segmentar), sentimentos e reações de natureza 
emocional. 
 
Exemplos: Ah! Oh! Alô! Olá! 
 
APROFUNDAMENTO EM PRONOMES 
 
O pronome é a palavra que substitui o substantivo 
(pronome substantivo) ou o acompanha (pronome 
adjetivo), indicando sua posição em relação às pessoas do 
discurso ou situando-o no espaço e tempo. 
 O pronome flexiona-se em gênero (masculino e 
feminino), número (singular e plural) e pessoa (primeira, 
segunda e terceira). 
 
 
 
 
 
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1) Pronomes Pessoais 
 
Pronome pessoal é aquele que indica as pessoas do 
discurso. 
Primeira pessoa: aquela que fala (emissor) 
Segunda pessoa: aquela com que se fala (receptor) 
Terceira pessoa: aquela de quem se fala (referente) 
 
O pronome pessoal flexiona-se em gênero, número, 
pessoa e caso (reto ou oblíquo). 
 
 Pronome pessoal do caso reto: exerce função de 
sujeito da oração. 
 Ex: Eu vou pra casa. 
 
 Pronome pessoal do caso oblíquo: exerce a função 
de complemento. 
 
Os pronomes pessoais oblíquos dividem-se em 
átonos e tônicos. Os tônicos sempre vêm precedidos de 
preposição, e os átonos não. 
 
Ex: Tome a sua riqueza, e fique com ela. (oblíquo tônico)
 
Mamãe mandou me chamar. (oblíquo átono) 
 
Os pronomes ele, ela, nós, vós, eles, elas, quando 
precedidos de preposição, são oblíquos tônicos. 
 
Pronomes pessoais 
Número Pessoa 
Pronomesretos 
Pronomes oblíquos 
Átonos Tônicos 
Singular 
Primeira 
Segunda 
Terceira 
Eu 
Tu 
Ele, Ela 
Me 
te 
o, a, lhe, se 
mim, 
comigo 
ti, contigo 
si, consigo 
Plural 
Primeira 
Segunda 
Terceira 
Nós 
Vós 
Eles, Elas 
Nos 
vos 
os, as, lhes, 
se 
nós, 
conosco 
vós, 
convosco 
eles, elas, 
si, consigo 
 
OBSERVAÇÕES: 
A) Utilizam-se as formas nós e vós em vez de conosco 
ou convosco quando vierem reforçadas por numeral 
ou pronome: 
 
Ex: Eles ficaram com nós dois. 
 Paulo irá com nós todos. 
 
B) Após preposição, utilizam-se sempre os pronomes 
oblíquos tônicos mim e ti, nunca eu ou tu. 
 
Ex: Este problema é entre você e mim. 
 Não há nada entre mim e ele. 
 Este problema é entre eu e você (ERRADO). 
 Este problema é entre você e eu. (ERRADO) 
 
C) Empreste seu caderno para mim. (a preposição rege 
o pronome) 
Empreste seu caderno para eu estudar. (a preposição 
rege o verbo) 
 
2) Pronome de tratamento: É a palavra (ou locução) com 
valor de pronome pessoal. 
 
ATENÇÃO: É usado para designar a segunda ou 
terceira pessoa do discurso, e sempre concorda com 
a terceira pessoa. 
 
Ex: Você vai estudar ? 
 Vossa Alteza tem algum problema ? (falando com 
um príncipe) 
 Sua Alteza está preocupada. (falando de um 
príncipe) 
 
SINGULAR PLURAL USO 
Vossa Alteza 
(V.A.) 
Vossas Altezas 
(VV.AA.) 
Príncipes, 
duques 
 
Vossa Eminência 
(V.Em.ª) 
Vossas 
Eminências 
(V.Em.
as
) 
Cardeais 
 
Vossa 
Excelência 
(V.Ex.ª) 
Vossas 
Excelências 
(V.Ex.
as
) 
Altas autoridades 
 
Vossa 
Magnificência 
(V. Mag.ª) 
Vossas 
Magnificências 
(V.Mag.
as
) 
Reitores de 
universidade 
Vossa Majestade 
(V.M.) 
Vossas 
Majestades 
(VV.MM.) 
Reis, 
imperadores 
 
Vossa 
Reverendíssima 
(V.Rev.
ma
) 
Vossas 
Reverendíssimas 
(V.Rev.
mas
) 
Sacerdotes 
 
Vossa Senhoria 
(V.S.ª) 
Vossas 
Senhorias 
(V.S.
as
) 
Oficiais, 
funcionários 
graduados e na 
linguagem 
comercial 
 
3) Pronomes Possessivos 
 
Pronome possessivo é aquele que associa a ideia 
de posse às pessoas do discurso. 
 
Ex: Meu amigo sofreu muito. 
 
PRONOMES POSSESSIVOS 
Pessoa Um possuidor Mais de um 
possuidor 
Uma 
coisa 
possuída 
Mais de 
uma coisa 
possuída 
Uma coisa 
Possuída 
Mais de 
uma 
coisa 
possuída 
Primeira 
Segunda 
Terceira 
meu, 
minha 
teu, tua 
seu, sua 
meus, 
minhas 
teus, tuas 
seus, suas 
nosso, 
nossa 
vosso, 
vossa 
seu, sua 
nossos, 
nossas 
vossos, 
vossas 
seus, 
suas 
 
 
 
 
 
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O pronome concorda em gênero e número com a 
coisa possuída, e em pessoa com o possuidor. 
OBSERVAÇÕES: 
 
A) Para evitar ambiguidades, podemos utilizar as formas 
dele, dela, deles, delas. 
 
Ex: João e Maria gritaram quando a bala atingiu sua perna. 
 
João e Maria gritaram quando a bala atingiu a perna dele. 
 
B) Pronome possessivo adjetivo: Minha casa é bela. 
 Pronome possessivo substantivo: Meu carro é 
negro. E o seu ? 
 
C) Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos, 
lhes podem ter valor de possessivo. 
 
Ex: Beijei-lhe as mãos. = Beijei as suas mãos. 
 
―Tua nobre presença à lembrança / A grandeza da 
pátria nos traz‖ 
= Tua nobre presença traz a grandeza da pátria à 
nossa lembrança. 
 
―A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face‖. 
(José Mauro de Vasconcelos) 
= A repulsa estampava-se nos músculos de sua face. 
 
4) Pronomes Demonstrativos 
 
Pronome demonstrativo é aquele que indica a 
posição de um ser em relação às pessoas do discurso, 
situando-o no tempo ou no espaço. 
 
PRONOMES DEMONSTRATIVOS 
Pessoa 
Situação 
no espaço 
Situação 
no tempo 
Pronomes 
variáveis 
Pronomes 
invariáveis 
Primeira 
Proximida
de da 
pessoa 
que fala 
Presente 
este, esta 
estes, 
estas 
isto 
Segunda 
Proximida
de da 
pessoa 
com que 
se fala ou 
coisa 
pouco 
distante 
Passado 
ou futuro 
próximos 
esse, essa 
esses, 
essas 
isso 
Terceira 
Proximida
de da 
pessoa de 
quem se 
fala ou 
coisa 
muito 
distante 
Passado 
remoto 
aquele, 
aquela 
aqueles, 
aquelas 
aquilo 
 
OBSERVAÇÕES 
A) As palavras o, a, os, as podem desempenhar o papel 
de pronomes demonstrativos. 
 
Ex: Vai e faze o que deves fazer. (= aquilo que deve 
fazer) 
Leve esse dinheiro – é tudo o que tenho (= aquilo) 
 
B) As palavras semelhante, próprio, mesmo também podem 
desempenhar o papel de pronomes demonstrativos. 
 
Ex: Estivemos reunidos naquela mesma noite. 
 Os próprios diretores se enganaram. 
 Não aceito tais condições. 
 
C) Os pronomes demonstrativos podem fazer referência 
a elementos do próprio discurso. 
 
Ex: Pedro Paulo e René são nossos professores: este, 
de geografia, e aquele, de matemática. 
 
5) Pronomes Relativos 
 
Pronome relativo é aquele que se refere a um termo 
expresso anteriormente. 
 
Pronomes relativos 
Variáveis Invariáveis 
o qual 
cujo 
quanto 
que 
quem 
onde 
 
 Ex: a escola onde estudo 
 o professor que fala inglês 
 a tia em cuja casa morei 
 
a) Emprego dos Pronomes Relativos 
 
 Que, chamado pronome relativo universal, é o 
pronome relativo mais usado, podendo referir-se a 
pessoa ou coisa, no singular ou no plural. 
 
Ex: Esta é a criança que estava chorando ontem. 
 
 O qual (e flexões) é utilizado depois de pessoa ou 
coisa, por razões de clareza. 
 
Ex: A filha do meu primo, a qual estuda em Brasília, ficará 
em minha casa. 
 
 Cujo (e flexões) normalmente estabelece uma relação 
de posse entre o antecedente e o termo que especifica. 
 
Ex: O convidado cujo filho não se comportar será 
advertido. (filho do convidado) 
Os meninos cujas unhas estavam limpas foram elogiados. 
(unhas dos meninos) 
 
 ATENÇÃO: Nunca devemos usar artigo 
definido depois de cujo e suas flexões. 
 
Ex: Este é o pai cujo o filho é o infrator.(ERRADO) 
 
 
 
 
 
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 Quem refere-se unicamente a pessoa ou a coisa 
personificada. 
 
Ex: Nunca mais vi o cachorro a quem eu amava tanto. 
Confirmou-se a culpa do profissional de quem eu 
suspeitava. 
 
 Onde é utilizado unicamente na indicação de lugar. 
 
Ex: Itajubá é uma cidade onde o ensino é valorizado. 
 
 Quando é utilizado na indicação de tempo. 
 
Ex: Estávamos esperando o momento quando o céu se 
tornaria azul. 
 
 Como é utilizado na indicação de modo. 
 
Ex: Não aprovo a maneira como você foi tratado. 
 
b) Emprego de preposições antes de pronomes 
relativos 
 
Se, na segunda oração, for necessária uma preposição 
antes do termo substituído pelo pronome relativo, essa 
preposição deverá ser colocada antes do pronome. 
 
Ex: Este é o livro. Eu falei do livro. 
 Este é o livro de que eu falei. 
 
Observe os seguintes exemplos: 
 
Esse é o livro a que eu me referi. (referi-me ao livro) 
 
Minha namorada é a menina com quem eu saí ontem. (saí 
com a menina) 
 
O professor ao qual eu entreguei o livro não veio hoje. 
(entreguei ao professor) 
 
Não cuspa no prato em que você comeu. (comeu no 
prato) 
 
O filme a que você fez referência é muito bonito. 
(referência ao filme) 
 
Os remédios dos quais temos necessidade foram 
entregues. (necessidade dos remédios) 
 
A regra também é válida para o pronome relativo 
cujo(a). Observe: 
 
O professor a cuja aula faltei esclareceu minhas dúvidas. 
(faltei à aula do professor) 
 
O técnico de cuja ajuda necessito está aqui. (necessito da 
ajuda do técnico) 
 
O estagiário com cujo irmão falei acaba de chegar. (falei 
com o irmãodo estagiário) 
 
O presidente sobre cuja vida escrevi faleceu. (escrevi 
sobre a vida do presidente) 
OBSERVAÇÕES 
 
A) O qual (e flexões) é exclusivamente pronome relativo. 
A substituição de que, quem e onde por o qual permite 
verificar se essas palavras são pronomes relativos. 
 
O livro que eu li. = O livro o qual eu li. 
O engenheiro com quem eu falei. = O engenheiro com o 
qual eu falei. 
A fazenda onde eu estive. = A fazenda na qual eu estive. 
 
B) Não se usa artigo depois de cujo. ―Cujo o filho‖ é 
incorreto. 
 
C) Onde equivale a em que, no qual. 
 
A casa onde eu morei. = A casa em que eu morei. 
 
Como onde só é utilizado na indicação de lugares, 
expressões como ―a festa onde eu conheci você‖ estão 
incorretas, sendo mais adequado ―a festa em que eu 
conheci você‖. (Observe que uma festa não é um lugar, 
mas uma ocasião). 
 
 
6) Pronomes Indefinidos 
 
Pronome indefinido é aquele que se refere aos 
seres de modo impreciso, indeterminado, genérico. 
 
Ex: Alguém estava me seguindo. 
 
Pronomes indefinidos 
Variáveis Invariáveis 
Algum, nenhum, todo, 
outro, muito, pouco, 
certo, vários, tanto, 
quanto, qualquer, um 
alguém, ninguém, tudo, 
outrem, nada, cada, algo, 
algures, alhures, nenhures 
 
OBSERVAÇÕES 
 
Chamam-se locuções pronominais indefinidas os 
grupos de palavras com valor de pronome indefinido. 
 
Ex: quem quer que, cada qual, todo aquele, seja quem for, 
etc. 
 
7) Pronomes Interrogativos 
 
 Pronome interrogativo é aquele utilizado para 
formular uma pergunta. Os principais são: quem, que, 
qual, quanto. 
 
Ex: Quantos anos você tem? 
 Qual o seu nome? 
 
OBSERVAÇÕES 
 
A) Pelo próprio caráter da interrogação, os pronomes 
interrogativos assemelham-se aos pronomes 
indefinidos. 
B) Interrogações indiretas: Gostaria de saber quem pintou 
essa obra. 
 
 
 
 
 
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Aprofundamento em Verbos 
 
1) Formação dos Tempos Verbais 
 
Temos, na Língua Portuguesa, apenas três tempos 
primitivos: Presente do Indicativo, Pretérito Perfeito do 
Indicativo e Infinitivo Impessoal. Deles, derivam os demais 
tempos verbais. Vejamos como se dá essa formação: 
 
 
 Tempos derivados do Presente do Indicativo 
 
O Presente do Indicativo forma o Presente do 
Subjuntivo e o Modo Imperativo. 
 
a) Presente do Subjuntivo 
 
O Presente do Subjuntivo é obtido pela 
eliminação da desinência -o da primeira pessoa do 
singular do presente do indicativo (eu). 
Aos verbos de 1ª conjugação, acrescenta-se -e; 
aos de 2ª e 3ª, -a, acrescentando-se, ainda, as mesmas 
desinências do Presente do Subjuntivo para os verbos 
regulares. 
 
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender 
e sorrir. 
 
Eu canto (- o + e) = talvez eu cante, tu cantes, ele cante, 
nós cantemos, vós canteis, eles cantem 
 
Eu vendo (- o + a) = é possível que eu venda, tu vendas, 
ele venda, nós vendamos, vós vendais, eles vendam 
 
Eu sorrio (-o + a) = quem sabe eu sorria, tu sorrias, ele 
sorria, nós sorriamos, vós sorriais, eles sorriam 
 
Exceções: 
 
querer = Eu quero / queira, queiras, queira, queiramos, 
queirais, queiram. 
 
ir = Eu vou / vá, vás, vá, vamos, vades, vão. 
 
saber = Eu sei / saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, 
saibam. 
 
ser = Eu sou / seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam. 
 
haver = Eu hei / haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam. 
 
 
b) Imperativo Afirmativo 
O Imperativo Afirmativo provém do Presente do 
Indicativo e do Presente do Subjuntivo. 
 
Tu e vós provêm do Presente do Indicativo, sem a 
desinência -s; 
Você, nós e vocês provêm do Presente do Subjuntivo. 
 
Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar. 
 
Presente do indicativo: Eu canto, tu cantas, ele canta, nós 
cantamos, vós cantais, eles cantam. 
 
Presente do Subjuntivo: Talvez eu cante, tu cantes, ele 
cante, nós cantemos, vós canteis, eles cantem. 
 
Imperativo Afirmativo: 
canta (tu), cante(você), cantemos(nós), cantai(vós), 
cantem(vocês). 
 
Exceção: 
Ser = sê tu, seja você, sejamos nós, sede vós, sejam vocês. 
 
c) Imperativo Negativo 
O Imperativo Negativo provém do Presente do 
Subjuntivo. 
 
Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar: 
Não cantes(tu), Não cante(você), Não cantemos(nós), 
Não canteis(vós), Não cantem(vocês). 
 
 Tempos derivados do Pretérito Perfeito do 
Indicativo 
 
O Pretérito Perfeito do Indicativo forma o Pretérito 
Mais-que-perfeito do Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o 
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. 
 
a) Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo 
 
O Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo é 
obtido pela eliminação da desinência -ste da segunda 
pessoa do singular (tu), acrescentando-se as respectivas 
desinências número-pessoais. 
 
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos ver, vir e pôr. 
 
Tu viste - ste = eu vira, tu viras, ele vira, nós víramos, 
vós víreis, eles viram 
 
Tu vieste - ste = eu viera, tu vieras, ele viera, nós 
viéramos, vós viéreis, eles vieram 
 
Tu puseste – ste = eu pusera, tu puseras, ele pusera, 
nós puséramos, vós puséreis, eles puseram 
 
b) Futuro do Subjuntivo 
 
O Futuro do Subjuntivo é obtido pela eliminação da 
desinência -ste da segunda pessoa do singular do pretérito 
perfeito do indicativo (tu), acrescentando-se as respectivas 
desinências número-pessoais. O Futuro do Subjuntivo sempre 
é iniciado pelas conjunções quando ou se. Por exemplo, veja 
a conjugação dos verbos ver, vir e pôr. 
 
Tu viste - ste = quando eu vir, tu vires, ele vir, nós 
virmos, vós virdes, eles virem. 
 
Tu vieste - ste = quando eu vier, tu vieres, ele vier, nós 
viermos, vós vierdes, eles vierem. 
 
Tu puseste - ste = quando eu puser, tu puseres, ele 
puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem. 
 
 
 
 
 
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c) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo 
 
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é obtido 
pela eliminação da desinência -ste da segunda pessoa 
do singular do pretérito perfeito do indicativo (tu), 
acrescentando-se as respectivas desinências do Pretérito 
Imperfeito do Subjuntivo. 
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sempre é 
iniciado pelas conjunções caso ou se. Por exemplo, veja a 
conjugação dos verbos ver, vir e pôr. 
 
Tu viste - ste + sse = se eu visse, tu visses, ele visse, 
nós víssemos, vós vísseis, eles vissem. 
 
Tu vieste - ste + sse = se eu viesse, tu viesses, ele 
viesse, nós viéssemos, vós viésseis, eles viessem. 
 
Tu puseste - ste + sse = se eu pusesse, tu pusesses, 
ele pusesse, nós puséssemos, vós pusésseis, eles 
pusessem. 
 
 Tempos derivados do Infinitivo Impessoal 
 
O Infinitivo Impessoal forma o Futuro do Presente 
do Indicativo, o Futuro do Pretérito do Indicativo e o 
Pretérito Imperfeito do Indicativo. 
 
a) Futuro do Presente do Indicativo 
O Futuro do Presente do Indicativo é obtido 
pelo acréscimo ao infinitivo das desinências -ei / ás / á / 
emos / eis / ão. 
 
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender 
e sorrir. 
cantar = eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós 
cantaremos, vós cantareis, eles cantarão. 
vender = eu venderei, tu venderás, ele venderá, nós 
venderemos, vós vendereis, eles venderão. 
sorrir = eu sorrirei, tu sorrirás, ele sorrirá, nós 
sorriremos, vós sorrireis, eles sorrirão. 
 
b) Futuro do Pretérito do Indicativo 
 
O Futuro do Pretérito do Indicativo é obtido pelo 
acréscimo ao infinitivo das desinências -ia / ias / ia / íamos 
/ íeis / iam. 
 
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender 
e sorrir. 
 
cantar = eu cantaria, tu cantarias, ele cantaria, nós 
cantaríamos, vós cantaríeis, eles cantariam. 
vender = eu venderia, tu venderias, ele venderia, nós 
venderíamos, vós venderíeis, eles venderiam. 
sorrir = eu sorriria,tu sorririas, ele sorriria, nós 
sorriríamos, vós sorriríeis, eles sorririam. 
 
Exceções: 
Os verbos fazer, dizer e trazer são conjugados no Futuro 
do Presente e no Futuro do Pretérito, seguindo-se as 
mesmas regras acima, porém sem as letras ze, sendo 
estruturados, então, assim: far, dir, trar. 
 
fazer = eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis, 
eles farão. 
dizer = eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós 
diríeis, eles diriam. 
trazer = eu trarei, tu trarás, ele trará, nós traremos, vós 
trareis, eles trarão. 
 
b) Infinitivo Pessoal 
O Infinitivo Pessoal é obtido pelo acréscimo ao 
infinitivo das desinências / - / es / - / mos / des / em. 
 
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender 
e sorrir. 
 
cantar = era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós 
cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. 
vender = era para eu vender, tu venderes, ele vender, 
nós vendermos, vós venderdes, eles venderem. 
sorrir = era para eu sorrir, tu sorrires, ele sorrir, nós 
sorrirmos, vós sorrirdes, eles sorrirem. 
 
c) Pretérito Imperfeito do Indicativo 
 
O Pretérito Imperfeito do Indicativo é obtido 
pela eliminação da terminação verbal -ar, -er, -ir do 
Infinitivo Impessoal, acrescentando-se a desinência -ava- 
para os verbos terminados em -ar e a desinência –ia para 
os verbos terminados em -er e -ir e, depois, as mesmas 
desinências número-pessoais para os verbos regulares 
( - / s / - / mos / is / m). 
 
Na segunda pessoa do plural (vós), troca-se o -a por -e. 
 
cantar - ar + ava = eu cantava, tu cantavas, ele cantava, 
nós cantávamos, vós cantáveis, eles cantavam. 
vender - er + ia = eu vendia, tu vendias, ele vendia, nós 
vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam. 
sorrir - ir + ia = eu sorria, tu sorrias, ele sorria, nós 
sorríamos, vós sorríeis, eles sorriam. 
 
Exceções 
 
Os verbos que não seguem as regras acima são ter, pôr, 
vir e ser. 
 
Ter = tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham. 
Pôr = punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham. 
Vir = vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham. 
Ser = era, eras, era, éramos, éreis, eram. 
 
2) Uso dos Tempos Verbais 
 
 Quando uma pessoa diz "Tomo banho todos os 
dias", será que naquele exato momento ela está tomando 
banho? Não. O verbo está no presente, mas sua função é 
indicar um fato que se repete, um presente habitual. 
Numa aula de história o professor fala: "Então, 
nesse dia, Napoleão invade ..." A forma verbal "invade", 
que é presente, não indica que naquele momento 
Napoleão está invadindo algum lugar. Na frase, o tempo 
presente do verbo "invadir" faz remissão a um fato que 
ocorreu no passado e traz esse passado mais para perto. 
 
 
 
 
 
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Concluímos, então, que os tempos verbais têm 
outros valores além dos específicos. 
Tomemos o futuro do presente como ele aparece 
nos "Dez mandamentos" bíblicos: 
 
Amarás a Deus sobre todas as coisas 
Não tomarás seu santo nome em vão 
Guardarás os domingos e feriados 
Honrarás pai e mãe 
Não matarás 
Não pecarás contra a castidade 
Não furtarás .... 
 
"Não furtarás", ao pé da letra, significaria que é 
proibido furtar no futuro, apenas no futuro, o que abre a 
possibilidade de entender que o ato é perfeitamente 
aceitável no presente. Mas, na verdade, "não furtarás", 
que é futuro, tem nesse caso o valor de imperativo e, 
como tal, indica que é proibido furtar em qualquer tempo. 
O futuro do presente do indicativo pode ser 
empregado numa frase volitiva, que expressa vontade, 
desejo. A ideia de querer, de desejar, às vezes vem 
expressa de uma forma sutil. Veja a letra da canção "A 
cura", gravada por Lulu Santos: 
Existirá 
em todo porto tremulará a velha bandeira da vida 
acenderá 
todo o farol iluminará uma ponta de esperança... 
Você notou que a letra traz um tempo verbal, o 
futuro do presente, que não se usa muito no dia-a-dia, no 
Brasil. Não dizemos "amanhã eu farei", mas antes 
"amanhã eu vou fazer". Justamente pelo fato de não ser 
muito usado, o futuro do presente reveste-se de um 
caráter mais formal. A canção de Lulu tem um valor 
volitivo. No fundo, o que o artista está expressando é o 
desejo de que algumas coisas aconteçam. 
Conclusão Importantíssima 
 Ao analisar um tempo verbal, não se esqueça de 
considerar que ele pode indicar seu valor específico 
(literal) ou um valor paralelo (não-literal), ou seja, um valor 
decorrente de seu uso no idioma. 
 
 
3) Correlação dos Tempos Verbais 
 
Um dos assuntos mais recorrentes nos últimos 
vestibulares tem sido ―correlação verbal‖, ou seja, a 
harmonia, sintonia que se estabelece entre verbos e 
modos do mesmo período e, de uma forma mais 
abrangente, de um texto. 
Uma incorreta articulação entre os verbos muitas 
vezes causa mal-estar aos ouvidos. 
 Imagine-se ouvindo alguém dizer ao seu 
lado: “O que você espera que eu faço?”... Há algo de 
errado nisso aí, não é mesmo? 
Observe outro exemplo: “Os professores grevistas 
poderão sofrer retaliações se não voltassem ao 
trabalho.” 
Entre a locução verbal da primeira oração (verbo 
auxiliar no futuro do presente do indicativo) e o verbo da 
segunda (que se apresenta no pretérito imperfeito do 
subjuntivo), não houve ―sintonia‖, pois, enquanto o 
primeiro indica um fato real (ainda que se perceba uma 
possibilidade, fruto do valor do verbo auxiliar modal: eles 
poderão sofrer), o segundo verbo apresenta valor 
hipotética, como se fosse uma suposição (―se não 
voltassem ao trabalho‖). 
Duas formas seriam válidas, a depender do 
contexto: 
a) “Os professores grevistas poderiam sofrer retaliações 
se não voltassem ao trabalho.” – Nesse caso, ambas 
as construções situam-se no campo da suposição, da 
hipótese. Nesse caso, o texto poderia mostrar que os 
professores voltaram às salas de aula. Caso não 
tivessem feito isso, estariam sujeitos a retaliações. 
 
b) “Os professores grevistas poderão sofrer retaliações se 
não voltarem ao trabalho.” – Agora, as construções 
denotam fatos reais. Os professores estão em greve 
(fato) e poderão sofrer retaliações por esse motivo 
(fato) caso não retomem suas atividades. Na última 
oração, nota-se o valor condicional do futuro do 
subjuntivo. 
 
 Apresentamos, a seguir, algumas ―dobradinhas 
clássicas‖. 
 
- PRESENTE DO INDICATIVO + PRESENTE DO 
SUBJUNTIVO: 
 
“Quero que você me apresente ao diretor hoje 
mesmo!” 
 
- PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO + 
PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO: 
 
“Pedi que viesse à minha sala.” 
 
- PRESENTE INDICATIVO+ PRETÉRITO PERFEITO 
COMPOSTO DO SUBJUNTIVO: 
 
“Espero que ele tenha feito boa prova.” 
 
- FUTURO DO PRETÉRITO INDICATIVO+ PRETÉRITO 
MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO 
 
“Gostaria que você tivesse vindo à minha festa.” 
 
– FUTURO DO SUBJUNTIVO + FUTURO DO 
PRESENTE INDICATIVO 
 
“Quando eu passar no vestibular, rasparei a cabeça.” 
 
- PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO + 
FUTURO DO PRETÉRITO (simples ou composto) DO 
INDICATIVO: 
 
“Se eu passasse no vestibular, rasparia a cabeça.” 
 
 
 
 
 
 
 
 |16| 
- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO 
SUBJUNTIVO + FUTURO DO PRETÉRITO 
COMPOSTO DO INDICATIVO: 
 
“Se eu tivesse passado no vestibular, teria raspado a 
cabeça.” 
 
4) Vozes Verbais 
 
Voz é a forma que o verbo assume para indicar 
sua relação com o sujeito. Há três tipos principais: 
 
a) Voz Ativa: indica que o sujeito pratica a ação verbal 
(sujeito agente). 
 
Ex: 
Eu fiz os exercícios. 
―Em sonho, os pescadores sorriam‖.(Cecília Meireles) 
 
b) Voz passiva: indica que o sujeito sofre a ação verbal 
(sujeito paciente). 
 
Ex: 
Cantigas de sol e de água eram cantadas pelas filhinhas 
de pescadores. 
 
 A voz passiva pode apresentar-se das seguintes 
maneiras: Analítica (ser + particípio do verbo principal): 
 
Ex: 
Os exercícios foram feitos. 
As meninas eram conduzidas pelos pais. 
 
 
 Sintética ou Pronominal (3ª pessoa – verbo principal 
+ "se"): 
 
Ex: 
Fizeram-se os exercícios. 
Cantam-se canções de ninar. 
Quebrou-se o violão. 
 
 O “se”, neste caso, é chamado de pronome 
apassivador. 
 Pelos exemplos acima, pode-se perceber 
que o verbo principal apresenta-se conjugado na terceira 
pessoa do singular ou plural, de acordo com o sujeito 
paciente. 
 Observemos que, tanto na forma analítica quanto 
na sintética, apenas os verbos transitivos diretos e 
transitivos diretos e indiretos vão para a voz passiva. 
Em orações com verbos intransitivos ou transitivos 
indiretos ou de ligação, a voz passiva não ocorre. 
 
Vejamos: 
Precisa-se de encanador. 
Vive-se bem lá. 
Duvida-se dos garotos. 
Trata-se de bons livros. 
Está-se muito feliz nesta casa. 
Neste caso, “se” não é pronome apassivador, e 
sim, índice de indeterminação do sujeito. 
Conversão voz ativa – voz passiva 
 
Voz ativa – O pescador consertou o barco. 
Voz passiva – O barco foi consertado pelo 
pescador. 
 
Aqui, percebe-se que quem executou a ação na 
voz ativa tornou-se o agente da voz passiva e o tempo 
verbal permaneceu o mesmo. 
 
Voz ativa com sujeito indeterminado 
 
Condenaram o prisioneiro. 
 
Voz passiva sem agente 
 
O prisioneiro foi condenado. 
Se, na voz ativa, não houver sujeito ou ele for 
indeterminado, não haverá agente da voz passiva. 
 
c) Voz reflexiva: indica que o sujeito pratica e sofre a 
ação verbal (sujeito agente e paciente). 
 
Ex: Ele se escondeu sob a escada. 
 A filha do pescador feriu-se. 
 
OBSERVAÇÃO: No plural, a voz reflexiva pode dar ideia 
de reciprocidade. 
 
Ex: Os namorados se abraçaram (um ao outro). 
Os dois pescadores cumprimentaram-se com muita 
alegria (um ao outro). 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SINTAXE 
 
 CONCEITOS BÁSICOS 
 
Frase é todo enunciado linguístico de sentido completo. 
 
 Frase nominal é aquela cujo núcleo é um nome. 
Ex: Fogo! 
 
 Frase verbal, ou oração, é aquela cujo núcleo é um 
verbo. 
Ex: A casa caiu! 
Encontraram o professor na escola. 
 
Período é um conjunto de uma ou mais orações. 
 
 Período simples é aquele constituído por uma única 
oração, chamada de oração absoluta. 
Ex: Nós estávamos tristes. 
 
 Período composto é aquele constituído por duas ou 
mais orações. 
Ex: Ele disse / que não viria ao encontro. 
Ela foi à escola, / voltou para casa / e logo dormiu. 
 
SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES 
I. Sujeito e Predicado 
II. Complementos Verbais 
III. Adjunto Adnominal e Adverbial 
IV. Predicativo do Sujeito e do Objeto 
V. Complemento Nominal 
VI. Aposto e Vocativo 
 
1) Sujeito e Predicado 
 
Sujeito é o termo do qual de declara algo em uma 
oração. 
Predicado é o que se declara sobre o sujeito. 
 
Exemplos: 
Os homens trabalhavam. 
 Sujeito Predicado 
 
O Rio de Janeiro fica a cinco horas daqui. 
 Sujeito Predicado 
 
Preciso ir embora cedo. 
 Predicado 
 
Trabalha-se demais naquela região do país. 
 Predicado 
 
Houve uma grande seca naquela época. 
 Predicado 
 
Estudo do Sujeito 
 
a) Núcleo do Sujeito 
 Núcleo é a principal palavra do sujeito. 
 
Ex: Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos. 
 Os dois sumiram. 
 Carlos e Jonas fizeram boa prova ontem. 
b) Classificação do Sujeito 
 
 Sujeito Simples: é o sujeito determinado que 
apresenta um único núcleo. 
Ex: Nós vimos as crianças. 
 
 Sujeito Composto: é o sujeito determinado que 
apresenta mais de um núcleo. 
Ex: Crianças e adultos choraram. 
 O amor e o ódio são duas faces da mesma moeda. 
 
 Sujeito Oculto: é o sujeito que não está explícito na 
frase, mas pode ser determinado (pela desinência 
verbal ou pelo contexto) 
 
Ex: Corri como um louco. (sujeito oculto: eu) 
Carla e Maria estão doentes. Entretanto, insistiram em 
vir à aula. (Sujeito oculto: Carla e Maria) 
 
 Sujeito Indeterminado: é o sujeito que não se pode ou 
não se quer determinar. Ocorre indeterminação do sujeito 
em orações: 
- Com verbo na terceira pessoa do plural (desde que o 
sujeito não tenha sido especificado anteriormente): 
Bateram à porta. 
- Com verbo na terceira pessoa do singular + pronome 
―se‖: Precisa-se de apoio. 
 (construção típica de verbos que não apresentam 
complemento direto) 
 
 Sujeito Inexistente: ocorre em frases em que só há 
predicado. A oração sem sujeito ocorre a partir de um 
verbo impessoal (aquele que não admite sujeito). São 
verbos impessoais: 
 
- Verbos que indicam fenômenos da natureza: 
 Amanheceu repentinamente. Choveu todo o dia. 
 
- Verbos ser, estar, fazer, haver, indicando tempo 
meteorológico ou cronológico: 
 Faz frio nessa época do ano. 
 Há tempos que não o vejo. 
 Deve fazer meses que não a vejo. 
 É cedo. Está tarde. 
 São três horas. 
 
- Verbo haver no sentido de existir: 
 Havia bons motivos para que nos separássemos. 
 Poderia haver muitos problemas. 
 
Estudo do Predicado 
 
a) Predicado Verbal (PV) 
 
Predicado verbal é aquele cujo núcleo significativo é um 
verbo. Para ser núcleo do predicado, o verbo deve indicar 
uma ação. Verbos que indicam ações são ditos verbos 
significativos ou verbos nocionais. 
 
Ex: Os homens trabalhavam muito. Predicado Verbal 
 
 
 
 
 
 |18| 
Chove muito nesta época do ano. Predicado Verbal 
 
b) Predicado Nominal (PN) 
 
Predicado nominal é aquele cujo núcleo 
significativo é um nome (substantivo ou adjetivo). Este 
nome atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, sendo 
chamado de predicativo do sujeito. 
 
Ex: Ela é muito bonita. Predicado Nominal 
 Predicativo do Sujeito: muito bonita 
 
 Antonio é um bom aluno. Predicado Nominal 
 Predicativo do Sujeito: um bom aluno 
 
 Ele estava triste. Predicado Nominal 
 Predicativo do Sujeito: triste 
 
Nos exemplos acima, observe que o verbo não 
indica uma ação, isto é, não é significativo. Sua única 
função é ligar o sujeito à sua característica. Tais verbos 
são chamados verbos de ligação. 
 
Principais verbos de ligação 
ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, parecer, andar, 
continuar 
 
c) Predicado Verbo-Nominal (PVN) 
 
Predicado Verbo-Nominal é aquele que tem como 
núcleos significativos um nome e um verbo. O nome é um 
predicativo e o verbo necessariamente indica ação. 
Neste caso, o predicativo pode referir-se ao sujeito 
ou ao complemento verbal (objeto), sendo, respectiva-
mente, predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. 
 
Exemplos: 
 
O dia amanheceu ensolarado. PVN 
Núcleo verbal: amanheceu (verbo que indica ação) 
Núcleo nominal: ensolarado (predicativo do sujeito) 
 
Eu estudei preocupado. PVN 
Núcleo verbal: estudei (verbo que indica ação) 
Núcleo nominal: preocupado (predicativo do sujeito) 
 
Os professores julgam os alunos inteligentes. PVN 
Núcleo verbal: julgam (verbo que indica ação) 
Núcleo nominal: inteligentes (predicativo do objeto) 
Objeto: os alunos 
 
 
2) Complementos Verbais 
 
Necessitam de complemento os verbos que indicam 
ação (verbos significativos ou nocionais). Esses verbos 
fazem parte de predicados verbais ou verbo-nominais. 
Os verbos de ligação não necessitam de 
complemento, pois servem apenas para ligar o predicativo 
ao sujeito. 
Chama-se transitividadea relação que se 
estabelece entre os verbos e seus complementos. Os 
complementos verbais são chamados objetos. 
 
a) Verbos Transitivos Diretos (VTD) 
 
São aqueles cujo sentido requer um objeto direto. 
 
Objeto Direto (OD) é o complemento que se liga 
diretamente (sem preposição) a um verbo transitivo. 
 
Ex: Amo minha namorada. Ela viu-me triste. 
 VTD OD VTD OD 
 
b) Verbos Transitivos Indiretos (VTI) 
 
São aqueles cujo sentido requer um objeto indireto. 
 
Objeto Indireto (OI) é o complemento que se liga 
indiretamente (através de preposição) a um verbo 
transitivo. 
 
Ex: Preciso de ajuda. Gosto de você. Falei com ela. 
 VTI OI VTI OI VTI OI 
 
 
c) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI) 
São aqueles cujo sentido requer um objeto direto e um 
objeto indireto. 
 
Ex: Pedi ajuda a meu colega. Disse-lhe tudo. 
 VTDI OD OI VTDI OI OD 
 
d) Verbos Intransitivos (VI) 
São aqueles cujo sentido não necessita de um objeto. 
 
Ex: Os preços subiram. Ocorreu um acidente. 
 VI VI 
 
Observações: 
 
i) Método prático para determinação do objeto 
 
 Pergunte ao verbo transitivo direto: 
 ―(verbo) o quê ?’‖ ou ―(verbo) quem?‖ 
 Ex: Ela bebeu muita água. 
 Bebeu o quê ? muita água  objeto 
 
 Pergunte ao verbo transitivo indireto: 
 ―(verbo+prep) o quê ?‖ ou ―(verbo+prep) quem?‖ 
 Ex: Gostei daquela festa. 
 Gostei de quê ? daquela festa  objeto 
 
 Entregamos o trabalho ao professor. 
 Entregamos o quê ? o trabalho – OD 
 Entregamos a quem ? ao professor  OI 
 
ii) Transitividades diferentes 
 
Um mesmo verbo pode ter transitividades diferentes em 
diferentes frases. 
 
 
 
 
 
 
 |19| 
 Ex: Ela cantou. (VI) 
 Ela cantou uma música bonita. (VTD) 
 
 Falei a verdade. (VTD) 
 Falei a verdade a meu pai . (VTDI) 
iii) Objeto direto preposicionado 
 
Algumas vezes, o objeto direto vem precedido de 
preposição. Isso ocorre em função de recursos estilísticos 
ou para evitar ambiguidade, e não por exigência do verbo. 
 
 Ex: Não bebo dessa água. 
 VTD OD prep 
 
Casos em que ocorre normalmente o objeto direto 
preposicionado: 
 
a) Para evitar ambiguidades: 
 O leão matou o caçador. Ao leão matou o caçador. 
 Sujeito VTD OD ODp VTD Sujeito 
 
b) Com pronomes oblíquos tônicos (a preposição é 
obrigatória por exigência do pronome) : 
 ―Nem ele entende a nós, nem nós a ele.‖ (Camões) 
 VTD ODp ODp 
 
c) com nomes próprios referindo-se a seres, com 
pronomes indefinidos referindo-se a pessoa ou com 
pronomes de tratamento: 
 Ex: Ama a Deus. Não odeies a ninguém. 
 Não quero cansar a Vossa Senhoria. 
 
 
iv) Pronomes pessoais oblíquos 
 
Os pronomes o, a, os, as, quando exercem função de 
objeto, são sempre objeto direto. 
 
Os pronomes lhe, lhes, quando exercem função de 
objeto, são sempre objeto indireto. 
 
Os demais pronomes pessoais oblíquos podem ser 
objetos diretos ou indiretos, de acordo com a frase. 
 
Ex: Eu a encontrei na escola. 
 OD VTD 
 
Pedi-lhe um minuto de atenção. 
 VTDI OI OD 
 
 
Os pronomes pessoais oblíquos podem contrair-se para 
formar simultaneamente um OD e um OI. 
 
Ex: Entreguei o projeto ao avaliador. 
 VTDI OD OI 
 
Entreguei-o ao avaliador. 
 VTDI OD OI 
 
Entreguei-lhe o projeto. 
 VTDI OI OD 
 
Entreguei-lho. lho (OI e OD)= lhe (OI) + o (OD) 
 VTDI 
 
 
 
3) Adjunto Adverbial 
 
Adjunto Adverbial é o termo que indica uma 
circunstância em que ocorre o processo verbal ou o 
termo que intensifica o adjetivo, o verbo ou o advérbio. 
Adjunto adverbial é uma função adverbial, isto é, 
desempenhada por advérbios (e locuções adverbiais). 
 
Ex: Eu gosto muito de você. 
Ele é muito inteligente. 
Eu cheguei muito tarde. 
 
Nas frases acima, muito é adjunto adverbial, 
intensificando, respectivamente, a forma verbal gosto, o 
adjetivo inteligente e o advérbio tarde. 
 
Exemplos de circunstâncias expressas pelo adjunto 
adverbial 
a) Tempo: Amanhã eu falarei com ele. 
b) Modo: Marina pediu-me gentilmente que fosse vê-la. 
c) Lugar: Estão todos aqui ? 
d) Intensidade: Ele falou muito. 
e) Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas 
morreram. 
f) Afirmação: Certamente atenderei ao pedido. 
g) Negação: Não podemos esquecer de nossas 
responsabilidades. 
h) Dúvida: Talvez haja alguns problemas. 
i) Finalidade: Leio muito para aumentar minha cultura. 
j) Meio: Viajarei de ônibus. 
k) Companhia: Fui ao museu com meus amigos. 
l) Instrumento: Redações devem ser escritas à caneta. 
m) Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido. 
 
Note que nem sempre é possível determinar precisamente 
a circunstância expressa pelo adjunto adverbial. Ex: 
Gostaria de vê-lo novamente. 
 
4) Adjunto Adnominal 
 
Adjunto Adnominal é o termo que caracteriza um 
substantivo sem intermediação de um verbo. 
Adjunto adnominal é uma função adjetiva, isto é, 
desempenhada por adjetivos, artigos, pronomes adjetivos 
e numerais adjetivos. 
Um substantivo desempenhando qualquer função 
sintática pode ser caracterizado por adjuntos adnominais. 
 
Exemplos: 
A nova casa está pronta. 
Sujeito: A nova casa, Núcleo: casa, A.Adn.: A, nova 
 
Não gosto do seu tom de voz. 
OI: do seu tom de voz, Núcleo: tom, A.Adn.: o, seu, de voz 
 
 
 
 
 
 |20| 
 
Nossa amizade vai superar todos os obstáculos. 
Sujeito: Nossa amizade, Núcleo: amizade, A. Adn: nossa 
OD: todos os obstáculos, Núcleo: obstáculos, A.Adn: todos, os 
 Os adjuntos adnominais de fato fazem parte do 
mesmo termo sintático que tem o substantivo como 
núcleo. Para confirmar isso, observe que, quando 
substituímos esse termo por um pronome substantivo, 
tanto o núcleo quanto os adjuntos adnominais são 
substituídos. 
 Nossa amizade vai superar todos os obstáculos. 
 Ela vai superá-los. 
 
 Os pronomes pessoais oblíquos podem exercer 
função de adjunto adnominal, quando substituem um 
pronome possessivo. Observe: 
 
 Ele roubou-me o relógio. 
 OD: o relógio, NOD: relógio, A.Adn: me, o 
 
 Ele roubou o meu relógio. 
 OD: o meu relógio, NOD: relógio, A.Adn: o, meu 
 
O predicativo do sujeito foi visto durante o estudo da 
classificação do predicado (capítulo II), e será estudado 
de forma mais aprofundada neste capítulo, no qual 
também será estudado o predicativo do objeto. 
 
5) Predicativo 
a) Predicativo do Sujeito 
 
Predicativo do Sujeito é o termo que caracteriza o 
sujeito, tendo um verbo como intermediário. 
O predicativo do sujeito pode ser um substantivo, um 
adjetivo ou uma palavra com valor de substantivo. 
O predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal, 
e um dos núcleos do predicado verbo-nominal. 
 
Em predicados nominais, o sujeito é ligado ao predicativo 
através de um verbo de ligação. 
 
Exemplos: 
Ela estava triste. 
Sujeito: Ela, Verbo de ligação: estava, 
Predicativo do Sujeito: triste, Núcleo do predicado: triste 
 
Todos nós ficamos extremamente perplexos. 
Sujeito: Todos nós, VL: ficamos, 
Predicativo do Sujeito (núcleo do predicado): 
 extremamente perplexos 
 
Em predicados verbo-nominais, o verbo, dito verbo 
significativo,expressa uma ação. O predicativo expressa o 
estado do sujeito durante o desenvolvimento do processo 
verbal. 
 
Exemplos: 
Eles entraram em casa confiantes. 
Sujeito: Eles 
Verbo significativo (VI): entraram 
Predicativo do Sujeito: confiantes 
Núcleos do predicado: entraram, confiantes 
 
b) Predicativo do Objeto 
 
Predicativo do Objeto é uma qualidade atribuída ao 
objeto através do verbo. 
O predicativo do objeto pode ser um substantivo, um 
adjetivo ou uma palavra com valor de substantivo. 
O predicativo do objeto é um dos núcleos do predicado 
verbo-nominal. 
 
Exemplo: 
O juiz julgou o réu culpado. 
Sujeito: O juiz, VTD: julgou, OD: o réu, 
Predicativo do Objeto: culpado 
Núcleos do predicado: julgou, culpado 
 
As mulheres consideram a maioria dos homens infiéis. 
Sujeito: As mulheres, VTD: consideram 
OD: a maioria dos homens 
Predicativo do Objeto: infiéis 
Núcleos do predicado: consideram, infiéis 
 
Para diferenciar o predicativo do objeto do adjunto 
adnominal, basta verificar que o adjunto adnominal faz 
parte do objeto, enquanto que o predicativo do objeto é 
uma qualidade dada ao objeto pelo verbo. Observe: 
 
Eu tenho um caderno bonito. 
VTD: tenho, OD: um caderno bonito, 
Núcleo do OD: caderno, A.Adn: um, bonito 
 
Eu acho meu caderno bonito. 
VTD: acho, OD: meu caderno, NOD: caderno, 
A.Adn: meu, Predicativo do Objeto: bonito 
 
Observe o que acontece quando substituímos o objeto por 
um pronome substantivo. 
Eu tenho um caderno bonito.  Eu o tenho. 
VTD: tenho, OD: um caderno bonito VTD: tenho, OD: o 
 
Eu acho meu caderno bonito.  Eu o acho bonito. 
VTD: acho, OD: meu caderno, VTD: acho, OD: o, 
PO: bonito PO: bonito 
 
6) Complemento Nominal 
 
Complemento Nominal é o complemento exigido por 
alguns substantivos, adjetivos e advérbios. 
 
Assim como os verbos, alguns nomes necessitam de 
complemento. Observe: 
 
Nós amamos nossa família. 
Verbo (VTD): amamos 
Complemento Verbal (OD): nossa família. 
 
Nós temos amor por nossa família. 
OD: amor por nossa família, Núcleo do OD: amor 
Complemento Nominal: por nossa família. 
 
Outros exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 |21| 
Interesse por problemas sociais é um bom indício de 
consciência. 
Sujeito: interesse por problemas sociais 
Núcleo do Sujeito: interesse 
Complemento Nominal: por problemas sociais 
 
Seja sempre fiel a seus princípios. 
Predicativo do Sujeito: fiel a seus princípios 
Núcleo do Predicativo: fiel 
Complemento Nominal: a seus princípios 
 
Moro longe de sua casa. 
Adjunto Adverbial: longe de sua casa 
Núcleo do A.Adv.: longe 
Complemento Nominal: de sua casa 
 
Sonhamos com a realização de nossos sonhos. 
Objeto Indireto: com a realização de nossos sonhos 
Núcleo do OI: realização, Adjunto Adnominal: a, 
Complemento Nominal: de nossos sonhos 
 
Observe, nas frases acima, que o complemento nominal 
modifica apenas nomes: amor, interesse e realização 
são substantivos, fiel é adjetivo e longe é advérbio. 
 
Distinção entre Complemento Nominal e Adjunto 
Adnominal 
 
 O adjunto adnominal sempre se refere a substantivos, 
enquanto o complemento nominal pode referir-se a 
substantivos, adjetivos e advérbios. 
 
 Quando o complemento nominal se refere a 
substantivos, geralmente são substantivos abstratos. 
 
 O complemento nominal sempre é um termo composto, 
iniciado por preposição. Assim, adjetivos, pronomes 
adjetivos, numerais adjetivos e artigos não podem ser 
complementos nominais. 
 
 O adjunto adnominal dá a ideia de um termo ativo, 
enquanto o complemento nominal dá a ideia de um 
termo passivo. 
 
O respeito dos pais é importante. 
Adjunto Adnominal: dos pais 
 
O respeito aos pais é importante. 
Complemento Nominal: aos pais 
 
Observe que, na primeira frase, os pais respeitam e, na 
segunda, os pais são respeitados. 
 
Observações 
 
i) Assim como o adjunto adnominal, o complemento 
nominal também faz parte de outro termo sintático. 
 
Discutimos o investimento em saúde. 
OD: o investimento em saúde, 
Núcleo do OD: investimento, 
Complemento Nominal: em saúde, A.Adn: o 
 
ii) O complemento nominal relaciona-se a nomes 
(substantivos, adjetivos, advérbios), enquanto o objeto indireto 
(complemento verbal) relaciona-se a verbos. Observe: 
 
Necessito de apoio. 
Verbo: necessito, OI: de apoio 
 
Tenho necessidade de apoio. 
Substantivo: necessidade, CN: de apoio 
A seguir, resumem-se as principais características do 
adjunto adnominal, complemento nominal e objeto indireto. 
 
 
Adjunto Adnominal 
 Termo simples ou composto 
 Modifica substantivos (concretos ou abstratos) 
 Termo ativo 
 
 
Complemento Nominal 
 Termo composto 
 Complementa substantivos abstratos, adjetivos e 
advérbios 
 Termo passivo 
 
 
Objeto Indireto 
 Termo simples (pronome oblíquo) ou composto 
 Complementa verbos 
 
 
 
7) Aposto 
 
Aposto é o termo que retoma o termo anterior da frase, 
explicando-o, desenvolvendo-o ou resumindo-o ou 
especificando-o. 
 
Ex: Castro Alves, o poeta dos escravos, é um 
 grande representante do romantismo brasileiro. 
 
Na oração acima, o poeta dos escravos exerce função de 
aposto, pois retoma o termo anterior, Castro Alves, 
explicando-o. 
 
 
Classificação do Aposto 
 
O aposto é classificado de acordo com sua relação com o 
termo ao qual se refere. 
 
a) Explicativo: explica o termo a que se refere. 
 
Ontem, domingo, o comércio abriu 
excepcionalmente. Aposto: domingo 
 
Minha avó, senhora muito religiosa, vai sempre à 
missa. Aposto: senhora muito religiosa 
 
b) Enumerativo: efetua uma enumeração. 
 
 
 
 
 
 
 |22| 
Tenho duas grandes aspirações: aprender e ensinar. 
Aposto: aprender e ensinar 
 
Havia várias pessoas presentes: meus pais, meus 
avós, meu irmão. 
Aposto: meus pais, meus avós, meu irmão 
 
c) Resumidor: resume os termos anteriores. 
 
O sol, os pássaros, as árvores, tudo era alegria. 
Aposto: tudo 
 
d) Especificativo: especifica o termo anterior. 
 
O presidente Fernando Henrique Cardoso fez um 
pronunciamento sobre o desemprego. 
 Aposto: Fernando Henrique Cardoso 
 
O estado de São Paulo é o mais rico do Brasil. 
 Aposto: de São Paulo 
 
O aposto especificativo normalmente é um substantivo 
próprio que individualiza um substantivo comum, ao qual 
se liga diretamente ou através de preposição. 
 
Observações 
 
 O termo ao qual o aposto se refere pode ter qualquer 
função sintática. 
 
O Brasil, maior país da América Latina, possui 
grandes fontes naturais. 
Núcleo do Sujeito: Brasil 
Aposto: maior país da América Latina 
 
Ele deu-lhe um belo presente: um buquê de rosas. 
Objeto direto: um belo presente 
Aposto: um buquê de rosas 
 
 O aposto equivale sintaticamente ao termo ao qual ele 
se refere. Desta forma, é possível substituir um termo 
por seu aposto. Observe: 
 
Amamos o Brasil, nossa terra. 
OD: o Brasil, Aposto: nossa terra 
 
Amamos nossa terra. 
 OD: nossa terra 
 
 Observe a diferença: 
 
A casa, prédio amplo, abrigava muitas pessoas. 
Aposto: prédio amplo 
 
O professor, nervoso, saiu da sala. 
Predicativo do sujeito: nervoso 
 
Na primeira frase, pode-se substituir o sujeito, ―a casa‖, 
por seu aposto, ―prédio amplo‖. Na segunda frase, 
entretanto, não se pode substituir ―o professor‖ por 
―nervoso‖. ―Nervoso‖, nesse caso, não é aposto, mas 
predicativo do sujeito. 
 
(Observe, ainda, que o predicativo pode vir separado do 
sujeito por vírgula, mas o adjuntoadnominal não). 
 
 Com a exceção do aposto especificativo, os demais tipos 
de aposto sempre vêm separados do restante da oração 
por vírgulas ou por dois pontos. 
 
8) Vocativo 
 
Vocativo é o termo utilizado para nomear o interlocutor a 
quem se dirige a palavra. 
 
Ex: ―Emprestem-me seus ouvidos, amigos romanos 
conterrâneos.‖ 
 
―Fora, mancha maldita!‖ (―Macbeth‖, Shakespeare) 
 
―Meu caro amigo, me perdoe por favor / Se eu não lhe 
faço uma visita‖ (Chico Buarque) 
 
Observações 
 
 O vocativo sempre vem separado por vírgulas do 
restante da frase. 
 É importante observar que vocativo e sujeito são funções 
sintáticas diferentes. Note também que, em frases no 
imperativo, o sujeito é oculto. 
 
 ―Meu amor, hoje o sol não apareceu.‖ 
Vocativo: meu amor, Sujeito: o sol 
 
Meu amor, não me abandone. 
Vocativo: Meu amor, Sujeito: oculto (você) 
 
 ―Meu canto de morte, guerreiros, ouvi.‖ 
 (―I - Juca Pirama‖, Gonçalves Dias) 
Vocativo: guerreiros, Sujeito: oculto (vós) 
 
 O vocativo é o único termo sintático que não faz parte 
nem do sujeito, nem do predicado. 
 
 
Funções Sintáticas 
 
a) Termos Essenciais da Oração 
 Sujeito 
 Predicado 
 
b) Termos Integrantes da Oração 
 Objeto Direto 
 Objeto Indireto 
 Complemento Nominal 
 Agente da Passiva 
 
c) Termos Acessórios da Oração 
 Adjunto Adnominal 
 Adjunto Adverbial 
 Aposto 
 
d) Vocativo 
 
Sugestão de procedimento para efetuar análise 
sintática do período simples 
 
 
 
 
 
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1. Identificar o verbo (ou locução verbal). 
2. Identificar a voz verbal 
3. Identificar o sujeito e o predicado. 
4. Classificar o sujeito, identificando seu núcleo. 
5. Identificar, no sujeito, os adjuntos adnominais e 
complementos nominais. 
6. Para classificar o predicado: 
 verificar se há predicativo do sujeito e se os verbos 
são significativos (indicam ação). 
 identificar os objetos. 
 identificar os predicativos do objeto. 
 identificar os núcleos do predicado (predicativos e 
verbos significativos), classificando-o. 
7. Identificar, no predicado, os adjuntos adnominais e 
adverbiais 
8. Identificar os apostos e os vocativos. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 
1. Identificando-se o sujeito da frase, tudo o que sobra é 
predicado, à exceção do vocativo. 
2. Os únicos termos que fazem parte do sujeito são o(s) 
núcleo(s) do sujeito e os adjuntos adnominais e 
complementos nominais referentes a esse(s) 
núcleo(s). Os demais termos pertencem ao predicado. 
3. Os termos do sujeito nunca podem vir separados. Os 
do predicado, sim. 
4. O vocativo é o único termo que não faz parte nem do 
sujeito, nem do predicado. 
5. Adjuntos adnominais e complementos nominais são os 
únicos termos que podem fazer parte de outro termo 
que não seja essencial (por exemplo, um adjunto 
adnominal pode fazer parte de um objeto direto). 
 
Sintaxe do Período Composto 
 
As orações que compõem o período composto podem 
relacionar-se por coordenação ou por subordinação. 
 
Ocorre coordenação quando as orações, chamadas de 
orações coordenadas, são independentes sintatica-
mente. 
 
Ex: Ele saiu / e voltou. 
 Coordenada Coordenada 
 Período composto por coordenação 
 
Ocorre subordinação quando uma oração, chamada de 
oração subordinada, exerce uma função sintática em 
outra oração, chamada de oração principal. 
 
Ex: Ela pediu / que eu fosse ao seu encontro. 
 Principal Subordinada 
 Período composto por subordinação 
 
Há períodos compostos em que os dois processos se 
verificam. 
 
Ex: Eu soube / que ele viria / e arrumei a casa. 
 (1) (2) (3) 
 
A oração (1) é principal em relação à oração (2), que é 
subordinada à oração (1). A oração (1) e a oração (3) são 
coordenadas. Portanto, o período é composto por 
coordenação e subordinação. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES 
 
 Oração absoluta 
 
 Orações coordenadas: 
 Assindéticas ou Sindéticas 
 Sindéticas: Aditiva, Adversativa, Alternativa, 
 Explicativa, Conclusiva 
 
 Oração principal 
 
 Orações subordinadas: 
 Substantivas, Adjetivas ou Adverbiais 
 
 - Substantivas: Subjetiva, Objetiva Direta, 
 Objetiva Indireta, Predicativa, Apositiva, 
 Completiva Nominal 
 
 - Adjetivas: Restritiva, Explicativa 
 
 - Adverbiais: Causal, Comparativa, Concessiva, 
 Condicional, Consecutiva, Conformativa, Final, 
 Temporal, Proporcional 
 
 
Período Composto por Subordinação 
 
Oração subordinada é aquela que exerce uma 
função sintática em uma oração principal. 
As orações subordinadas são classificadas de 
acordo com a função sintática que desempenham: 
classificam-se em substantivas, adjetivas ou adverbiais, 
conforme exerçam funções sintáticas características de 
substantivo, adjetivo ou advérbio, respectivamente. 
 
Exemplos: 
 
1. Eu queria a sua ajuda. 
 
 VTD OD 
 
 Eu queria / que você me ajudasse. 
 Or.Principal Or. Sub. Substantiva 
 (função de objeto direto) 
 
 
2. O trabalhador esforçado terá sua recompensa. 
 Adjetivo 
 
 O trabalhador / que se esforça / terá sua recompensa. 
 
 
 
 
 
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 Or. Sub. Adjetiva 
 
3. Ele virá aqui no início da noite. 
 Adj. Adverbial de Tempo 
 
 Ele virá aqui / logo depois que anoitecer. 
 Or. Sub. Adverbial 
Quanto à forma, as orações subordinadas podem ser 
desenvolvidas ou reduzidas. 
 
Orações desenvolvidas são introduzidas por 
conjunção ou por pronome relativo. 
 
 
Orações reduzidas apresentam verbo em uma de suas 
formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e 
não são introduzidas por conjunção nem por pronome. 
 
 
Ex: Eu pensei / que estava no lugar certo. 
 oração desenvolvida 
 
Eu pensei / estar no lugar certo. 
 oração reduzida 
 
 
1) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA 
 
Orações subordinadas substantivas são aquelas 
que exercem função sintática típica de substantivo, isto 
é, função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, 
predicativo, aposto ou complemento nominal. 
 
As orações subordinadas substantivas 
desenvolvidas normalmente são introduzidas pelas 
palavras que ou se, denominadas conjunções 
integrantes. 
 
a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 
 
Oração subjetiva é aquela que exerce a função de 
sujeito do verbo da oração principal. 
 
Ex: É necessária a sua presença. - Sujeito 
 É necessário / que você esteja presente. 
 Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva 
 
Havendo oração subordinada substantiva subjetiva, o 
verbo da oração principal está necessariamente na 
terceira pessoa do singular. 
 
Há três estruturas típicas para a oração principal: 
 
i) verbo de ligação + predicativo: 
 Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva 
 É impossível / fazer isso. 
 Parece certo / que choverá muito. 
 
ii) verbo na voz passiva (sintética ou analítica): 
Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva 
 Sabe-se / que tudo foi em vão. 
 Foi anunciado / que haverá uma reforma política. 
 
iii) verbos como acontecer, convir, constar, ocorrer, 
parecer, urgir: 
 
a) Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva 
 Parece / que todos comparecerão à cerimônia. 
 Convém / que haja novas reformas. 
 Ocorre / que nem todos concordamos com isso. 
 
b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta 
 
Oração objetiva direta

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