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09/02/2014 1 1º semestre 2014 FISIOLOGIA HUMANA Profª. Paula Bizzotto FISIOLOGIA physis = natureza ; logos = estudo estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos seres vivos. Hipócrates (470-360 a.C) doutrina dos “quatro humores”, segundo a qual o corpo humano seria constituído por uma mistura de quatro fluidos, ou humores: o sangue, a fleuma, a bile amarela e a bile negra, os quais mantém o corpo sadio. HISTÓRIA DA FISIOLOGIA Cláudio Galeno (129-200 d.C) Os três principais órgãos do corpo humano, segundo ele, seriam o fígado, o coração e o cérebro. O sangue seria produzido no fígado, a partir dos alimentos absorvidos no intestino, e daí distribuído para todo o organismo, passando pelo lado direito do coração. Não concebia a circulação sanguínea. Miguel Servet (1511-1553) descreveu, pioneiramente, o funciona- mento da circulação do sangue nos pulmões (pequena circulação). Porém, incluiu essa descrição num livro de teologia; o livro foi destruído pelas idéias teológicas, e a sua descoberta anatômica só foi reconhecida muitos anos depois. William Harvey (1578 -1657) descreveu corretamente os detalhes do sistema circulatório do sangue, ao ser bombeado por todo o corpo, pelo coração. Derrubou as ideias de Galeno. HISTÓRIA DA FISIOLOGIA Claude Bernard (1813-1878) Iniciador da linha experimental hipotético-dedutiva Pai da fisiologia moderna - realizou muitos trabalhos com o sistema digestório, cardiovascular e desenvolveu a teoria do MEIO INTERNO. HISTÓRIA DA FISIOLOGIA “O corpo vivo, embora necessite do ambiente que o circunda, é, apesar disso, relativamente independente do mesmo. Esta independência do organismo com relação ao seu ambiente externo deriva do fato de que, nos seres vivos, os tecidos são, de fato, removidos das influências externas diretas, e são protegidos por um verdadeiro ambiente interno, que é constituído, particularmente, pelos fluidos que circulam no corpo“. Walter Cannon (1871-1945) cunhou o termo homeostasia – conceito central da moderna fisiologia. James Watson (1928 -) Francis Crick (1916-2004) nascimento da bioquímica e da biologia molecular, disciplinas que viriam a incorporar-se definitivamente à fisiologia. A partir dessa descoberta, os mecanismos genomicos, responsáveis pelos processos fisiológicos, puderam começar a ser desvendados. HISTÓRIA DA FISIOLOGIA 09/02/2014 2 LEC: líquido extracelular LIC: líquido intracelular COMO GARANTIR AS CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE OPERACIONAL DO MEIO AMBIENTE INTERNO? Parâmetros normais do plasma sanguíneo (LEC) Parâmetros Valores de Referência pH 7,35 – 7,45 HCO3- (bicarbonato) 22 - 28 mEq/L PCO2 35 - 45 mmHg Na+ 136 – 156 mEq/L Ca++ 4,6 – 5,2 mEq/L O2 17,2 – 22,0 ml/100ml Uréia 12 - 35 mg/100ml Aminoácidos 3,3 - 5,1 mg/100ml Proteínas 6,5 – 8,0 mg/100ml Lipídios Totais 350 - 850 mg/100ml Glicose 75 - 110 mg/100ml COMO ACONTECE O FEEDBACK? Órgãos Sensoriais Receptores Órgãos Sensoriais Receptores Estímulo Alça de retro-alimentação _ SISTEMA NERVOSO CONTROLE SISTEMA ENDÓCRINO SISTEMA NERVOSO CONTROLE SISTEMA ENDÓCRINO Músculo esquelético EFETORES Órgãos viscerais Glândulas Músculo esquelético EFETORES Órgãos viscerais Glândulas Resposta fisiológica Resposta fisiológica Órgãos Sensoriais Receptores Órgãos Sensoriais Receptores Estímulo Alça de retro-alimentação _ Alça de retro-alimentação _ SISTEMA NERVOSO CONTROLE SISTEMA ENDÓCRINO SISTEMA NERVOSO CONTROLE SISTEMA ENDÓCRINO Músculo esquelético EFETORES Órgãos viscerais Glândulas Músculo esquelético EFETORES Órgãos viscerais Glândulas Resposta fisiológica Resposta fisiológica ALÇA DE RETRO-ALIMENTAÇÃO 09/02/2014 3 TIPOS DE FEEDBACK NEGATIVO: a resposta é o inverso (ação contrária) do estímulo original. POSITIVO: a resposta é o reforço (ação aumentada) do estímulo original. X 09/02/2014 4 BIOFÍSICA DAS MEMBRANAS Estrutura química de um fosfolipídio PROPRIEDADE ANFIPÁTICA POLAR POLAR APOLAR PROTEÍNAS DA MEMBRANA CELULAR INTEGRAIS PERIFÉRICAS SUBSTÂNCIAS LIPOSSOLUVEIS: atravessam passivamente a bicamada lipídica = DIFUSÃO SIMPLES Ex: O2, CO2, N2, álcool, esteróides, colesterol, vitaminas. SUBSTÂNCIAS HIDROSSOLÚVEIS: atravessam a MC através de mediadores protéicos (canais), com gasto, ou não de energia. Ex: íons, glicose, uréia, aminoácidos, nucleotídeos. Proteína de canal Simples Proteína transportadora Facilitada 09/02/2014 5 Pela proteína carreadora = moléculas polares grandes, tal como glicose, uréia, frutose, galactose e algumas vitaminas. Pela proteína de canal = íons hidrofílicos (K+, Cl-, Na+ e Ca+2). Seletivas: diâmetro, forma e natureza elétrica. PROTEÍNAS DE CANAL DE VAZAMENTO OU COM COMPORTAS (ESTÍMULO) Estímulos elétricos = voltagem Estímulos químicos TIPOS DE TRANSPORTES Passivo x Ativo energia Transporte ativo 1º 09/02/2014 6 Íon potássio Íon sodio Camada bilipídica Meio intracelular Meio extracelular A BOMBA DE SÓDIO-POTÁSSIO É ELETROGÊNICA! + + + + + + - - - - - - - Transportes Ativos 1º e 2º 1º 2º O QUÊ O GRÁFICO NOS INDICA??? Efeito da osmose nos glóbulos vermelhos (GVS) do sangue FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE OU INTENSIDADE DA DIFUSÃO DE SUBSTÂNCIAS Temperatura corporal Massa da substância difusora Área da superfície Distância da difusão Gradientes de concentração e elétrico FEM (mv) = ± 61 log C1 C2 Diferença de pressão FEM = força eletromotriz (voltagem entre os meios 1 e 2) A B C 09/02/2014 7 Bioeletrogênese capacidade de gerar e alterar a diferença de potencial elétrico através da membrana GÊNESE DO POTENCIAL DE MEMBRANA É a diferença de voltagem, dentro e fora da célula, através da membrana, devido à diferença de íons sódio e potássio, nos líquidos corporais. Na externo = 142 mEq/l Na interno = 14 mEq/l K externo = 4 mEq/l K interno = 140 mEq/l + + LEC - - LIC Canais de vazamento para Na e K Difusão simples Canais 100x mais permeáveis ao potássio. Método para medida do potencial de membrana Eletrodo de registro Para dentro Equipamento de registro Voltímetro Neurô nio Solução salina Eletrodo de referência (OmV) Para fora 09/02/2014 8 POTENCIAL DE REPOUSO Neste período, a condutância do potássio é cerca de 50 a 100 vezes maior que o sódio. Bomba de sódio e potássio é eletrogênica. +++++ +++++ --------- -------- POTENCIAL DE REPOUSO É o potencial eletronegativo presente nas células excitáveis (musculares e nervosas), quando estas não sofrem nenhum tipo de estímulo (mecânico, químico ou elétrico). Fibra nervosa condutora (axônio) em repouso POTENCIAL DE AÇÃO É uma alteração rápida na polaridade da voltagem das células excitáveis, após estas sofrerem um estímulo. Fibra nervosa condutora (axônio) após um estímulo POTENCIAL DE AÇÃO DESPOLARIZAÇÃO CELULAR Canal de Sódio voltagem- dependente TRANSPORTE PASSIVO Membrana mais permeável ao Na INATIVADO LEC LIC REPOLARIZAÇÃO CELULAR Canal de Potássio voltagem- dependenteTRANSPORTE PASSIVO Comporta de ativação fechada ao K LEC LIC 09/02/2014 9 Despolarização Potencial de ação Despolarização Potencial de ação O QUÊ O GRÁFICO NOS INDICA??? Representação gráfica do Potencial de ação PLATÔ Representação gráfica do potencial de ação no músculo cardíaco M ili v o lt s PLATÔ Após o PA atingir a terminação axonal, ele ativará a abertura de canais de cálcio, o que permitirá a EXOCITOSE dos neurotransmissores. Membrana pré-sináptica Membrana pós-sináptica AS CÉLULAS EXCITÁVEIS RESPONDEM DA MESMA MANEIRA A TODOS OS ESTÍMULOS? Como as células excitáveis podem interromper uma transmissão? 09/02/2014 10 Mas como os canais de cloreto são ativados? Substâncias químicas inibitórias ex: GABA, liberado por neurônios do SNC Hiperpolarização leva ao aumento da negatividade no LIC, para além do nível do potencial de membrana normal. Entrada de cloreto e/ou saída de muito potássio. Ex: GABA Potencial de ação Tempo (ms) Período refratário absoluto Período refratário relativo P o te n c ia l d e m e m b r a n a ( m V ) P e r m e a b il id a d e i ô n ic a PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO PRINCÍPIO DO “TUDO OU NADA” Amielínico - contínua Mielínico - saltatória Diâmetro Velocidade da propagação 09/02/2014 11 PARA SABER MAIS: Esclerose Múltipla PARA SABER MAIS: Anestésicos locais Ex. Lidocaína – inibição dos canais de sódio Baiacu-ará: peixe produtor do veneno TETRADOTOXINA MEMBRANA PARA SABER MAIS: Tetradotoxina PARA SABER MAIS: Toxina Botulínica “Botox” O princípio ativo dessa técnica é uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
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