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OS FILÓSOFOS DO PADRE NA ERA DIGITAL

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FACULDADE CATÓLICA DE FEIRA DE SANTANA
LUCAS SANTOS CERQUEIRA
OS FILÓSOFOS DO PADRE NA ERA DIGITAL 
Feira de Santana
2018
FACULDADE CATÓLICA DE FEIRA DE SANTANA
LUCAS SANTOS CERQUEIRA
OS FILÓSOFOS DO PADRE NA ERA DIGITAL
Projeto de intervenção solicitado como requisito parcial de avaliação da segunda unidade do componente curricular Prática e Pesquisa em Filosofia II do Curso de Licenciatura em Filosofia 2017.2 da Faculdade Católica de Feira de Santana, sob orientação do Prof. Me. Juliano Mota. 
Feira de Santana
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------2-3
OBEJTIVOS-------------------------------------------------------------------------------------4
DIAGNÓSTICO------------------------------------------------------------------------------5-6
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO----------------------------------------------------------7
REFERENCIAL TEÓRICO---------------------------------------------------------------8-9
CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------------------------------------------10
REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------------11
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de observação, tem a finalidade de realizar uma proposta de intervenção terei como base o Colégio Estadual Padre Vieira, onde foi efetuada uma visita escolar de 4H aula de Filosofia com a docente Ma.Jacqueline Morais, Mestra em História Local e Regional pela UNEB Campus de Santo Antônio de Jesus e Licenciada em História pela UEFS, nos dias 9 e 16 de novembro de 2017 na turma do segundo ano do ensino médio. O presente Colégio está localizado na Rua Primeiro de Maio s/n, Ponto Central- Feira de Santana - BA.
O Colégio Estadual Padre Vieira segundo a senhora Maria Emilia Boaventura, filha do proprietário do terreno em que foi construído o prédio, foi criado no ano de 1959, momento em que a mesma concluía o curso de magistério do 1º grau e que na esperança de ter o emprego de professora o senhor José Simões Boaventura resolveu fazer a doação à prefeitura de Feira de Santana na gestão do administrador do município Professor Joselito Amorim. Apesar de ter doado a área para construção da antiga Escola Padre Vieira a filha do benfeitor não obteve sucesso, o prefeito não cumpriu o prometido, pois a mesma foi lecionar em Santo Antonio dos Prazeres.
Conforme todos os relatos das professoras: Izenildes, Irmã Maria Barbosa Freitas, Martinha Ribeiro o prédio do Colégio Padre Vieira foi inicialmente gerido pela prefeitura, mas depois a partir da gestão da professora Nelci Mascarenhas tornou-se instituição do Estado, no entanto nenhuma das educadoras souberam apresentar uma data para tal mudança. A professora Martinha Ribeiro ressaltou no seu depoimento que a senhora Nelci dirigiu à instituição por dezessete anos e que a primeira diretora desta escola se chamava Aída Bião quando o professor Amorim administrou a cidade feirense. 
Todas as professoras entrevistadas foram unânimes em dizer que a rotina do Colégio Padre Vieira na época da fundação era de uma escola tradicional: pela manhã antes do início das aulas o corpo diretivo, professor e alunos cantavam o Hino Nacional, hasteavam a bandeira na área externa ainda não cimentada e ao entrarem na sala faziam as orações e só depois os trabalhos pedagógicos ocorriam. 
Questionadas acerca dos funcionários da escola as professoras falaram que havia uma diretora geral para o turno diurno e uma vice para o noturno; merendeira, porteiro e uma pessoa que limpava o prédio para cada turno específico. Existia o pessoal da secretaria, mas um quadro pequeno em decorrência de que na época da inauguração só foram construídas apenas 04 salas de aula. Não havia biblioteca, os poucos livros para pesquisa a exemplo das enciclopédias, dicionário do idioma português ficavam na direção, assim os alunos costumavam em sua maioria realizar os trabalhos extraclasse na Biblioteca Arnold Silva.
A professora Eneida não entrou em detalhes alegando ter esquecidos muitos dados e fatos por hoje ter mais de oitenta anos de idade. A citada educadora sendo questionada acerca da clientela do colégio nesses primeiros momentos existenciais declarou que os alunos em sua maioria eram advindos das áreas circunvizinhas e que os livros não eram gratuitos, no entanto estes serviam para os irmãos menores, não havia como hoje a indústria da reprodução de livros e descarte. 
Já a professora Maria Barbosa (ou irmã Freitas) informou que havia periodicamente reuniões de pais, mas muitos deles não acompanhavam a vida escolar dos jovens. Ela trabalhou com a disciplina de Religião, principalmente no turno Noturno e colocou o seguinte: “Os alunos gostavam das minhas aulas, pois aproveitavam para desabafar situações pessoais, pedir conselhos, apesar da conversa que sempre existiu nas aulas, era muito ouvi-los e debater fatos atuais e da vivência deles...”. Ela ainda citou nomes de colegas que fizeram história no PV, por exemplo: Professoras: Vanda, natalícia, Marlene do Carmo e deixou uma mensagem para finalizar o bate papo. “Que o ensino de hoje tivesse mais qualidade e que as famílias acompanhassem o processo educativo dos jovens”. 
Nas primeiras 2H aula do dia 9 de novembro, fiquei em sala pequena, sem ventilação, porém a professora explicou que aquela não era a sala deles. A mesma estava ensinando para os docentes como fazer um ensaio filosófico, bem como o uso de citações e toda a estrutura segundo as da ABNT. O tema era Poder e Política, segundo os seguintes autores: Platão, Aristóteles, Maquiavel, Hobbes e Locke. Na semana seguinte nas últimas 2H aula, os alunos já estavam em sua sala que, na realidade era a sala de filmes, possuía ar-condicionado, espaçosa e bem estruturada e para ajudar na elaboração do ensaio filosófico, a professora passou o filme: “Operações Especiais” um filme de Tomás Portella. Tive acesso ao material preparado para o Projeto Pedagógico Político, graças a Professora Maria Izabel. A qual apresentou dados colhidos com base em conversa informal e entrevistas com ex-professoras.
A biblioteca atualmente é juntamente com a sala de informática que durante o período vespertino estava fechada, possui um bom acervo de livros didáticos, bem como literário, enciclopédias e dicionários. O grande problema está no espaço que é pequeno, não dá nem para se movimentar direito, pouca iluminação, mas bem conservada. 
2. OBJETIVOS 
2.1. Geral 
Colaborar de forma efetiva para superar os desafios do ensino de Filosofia e tornar o seu estudo prazeroso.
2.2. Específicos
Instigar a capacidade criativa e leva-los a se colocar a serviço da sua realidade pelo meio virtual.
Potencializar a criticidade diante dos meios de comunicação 
Construir no aluno um sentimento de pertença. 
3. DIAGNÓSTICO 
Durante a observação foi visível que os alunos estavam totalmente dispersos. Alguns, além de chegarem atrasados, ainda puxaram as carteiras em que estavam sentados e começaram a conversar, sem se importarem da professora estar na sala ministrando à sua aula. Outros utilizavam fones, outros com celulares, outros mascavam chicletes distraidamente e alguns, ainda, dormiam. A professora explicou que aquela aula foi improvisada, pois ela havia feito outro planejamento, onde estaria utilizando alguns instrumentos tecnológicos como o data show e a TV, mas os alunos tiveram que trocar de sala, então não foi possível
A professora pediu que os alunos escrevessem um ensaio com o tema “Poder e Política”, baseado em alguns filósofos como: Locke, Maquiavel, Platão, Aristóteles e Hobbes. O ensaio seria em quarteto, dentro das normas da ABNT. Como os alunos não conheciam a estrutura, ela explicou passa a passo como fazer. Foi observado que poucos alunos, menos da metade, anotaram o trabalho.
Para explicar o tema, a Professora utilizou os conceitos desses filósofos, relacionando-os com a nossa atual realidade, instigando, assim, o diálogo, a reflexão. Todavia, alguns alunos não estavam dando nenhuma importância para a aula. Para alcançar o silêncio, por alguns minutos, a professora utilizou-se do medo para impor respeito, colocando uma aluna para produzir o ensaio sozinha. Nesse ínterim, para explicar a questão do poder, a mesma utilizou-se do exemplo da escola e da sua posição como docente, apontando que o espaço era uma estrutura hierárquica. 
Durante o tempo restante de aula, ela pediu que os alunos se reunissem em grupo para decidir o autor, no qual iam fundamentar à sua pesquisa. Uma aluna perguntou se seria possível utilizar a internet para fazer uma pesquisa sobre o autor, mas a professora salientou que a internet era para ser usada em casa. Na semana seguinte, para o segundo dia de observação, estava passando o filme “Operações Especiais” e, ainda assim, a dispersão era presente, em menor quantidade, mas ainda tinha. Logo após o término do filme, a professora pediu para que os alunos fizessem um texto dissertativo, apontando no mesmo a questão do suborno e da corrupção que estava sendo apresentada no filme e como é hoje nos âmbitos policiais.
Levamos algumas pistas de reflexão e pedimos que a professora pudesse no ajudar com a sua contribuição, como: concepção de Filosofia, a aplicabilidade de Filosofia na vida, as estratégias de ensino para a Filosofia, os elementos que tornam a Filosofia prazerosa e os desafios atuais. Ela gentilmente, sanou as nossas dúvidas, apontando que a Filosofia é um modo de ver o mundo, ou seja, uma lente para enxergar a realidade e tirar o indivíduo do comodismo. Não dar para se pensar em uma vida que não seja alicerçada nas bases da Filosofia. A Filosofia não se deixa ser manipulada pelo sistema da sociedade, além disso um indivíduo nunca estará pleno sem a aplicação dela na sua realidade. No que se refere as estratégias de ensino utilizadas por ela em sala, são músicas relacionada aos temas filosóficos, filmes, os textos clássicos e o livro didático. 
	
4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 
Diante do que foi observado e estudado a partir da realidade daqueles alunos a presente intervenção se chama: “Os Filósofos do Padre”. Ao se deparar com esse título muitos se perguntarão: “o que é isso?”. E é justamente essa a intenção, pois tudo aquilo que de certa forma causa curiosidade, por ser diferente, chama atenção tanto de quem visualiza quantos aqueles que preparam. 
Neste contexto, esse título será o nome da página do facebook, instagram ou twitter da turma, já que durante a aula muitos utilizavam os celulares e isso pode ser favorável para o aprendizado no que diz respeito a Filosofia. Como vai ocorrer isso? Será criado pelos próprios alunos está página com orientação e supervisão da professora Jacqueline Morais.
Diante disso, muitos irão se questionar referente a maneira que discorrerá. Será da seguinte forma: a professora dividirá a turma em grupos, estes mesmo grupos ficarão responsáveis por pesquisar sobre os filósofos que a docente solicitar. Os alunos irão pesquisar a história, suas teses, o que pode ser feito na sala com os celulares, e a partir daí montarão as problemáticas para serem lançadas na página e após o diálogo que ocorrer na rede social, eles se dedicarão cada vez mais para responder os possíveis questionamentos. 
Sendo assim, a presente intervenção tem por finalidade fazer com aqueles alunos que utilizavam o celular de forma desnecessária, dormiam na sala e não conseguiam aprender de forma efetiva e prática, possam se dedicar ao máximo nesse projeto e ao mesmo tempo aprender com o tripé educacional ensino, pesquisa e extensão. 
5. REFERENCIAL TEÓRICO 
A proposta de intervenção pode colaborar de forma efetiva para superar os desafios do ensino de Filosofia e, assim tornar o seu estudo prazeroso, pois a grande dificuldade é fazer com os alunos sintam prazer pela arte do Filosofar, que segundo o filosofo Kant: “não se ensina Filosofia, mas a filosofar”, e o professor deve quebrar esses paradigmas que existem acerca da Filosofia, para que o aluno possa filosofar, como: disciplina de ateu, coisa ultrapassada, que não serve para nada, entre outros. Além disso, vencer uma grande tentação da sociedade hipermoderna o combate ao individualismo. 
A proposta de intervenção fará com que a professora possa utilizar a filosofia segundo o filosofo Kant de uma índole prática relacionando o conceito com realidade dos alunos como um meio de criatividade para potencializar a criticidade e leva-los a se colocar a serviço da sua realidade seja ela virtual ou real, rompendo a dicotomia, preconceitos e respeitando a diversidade e não se tornar marionetes através do diálogo, e métodos a ser utilizado construir no aluno um sentimento de pertença sem que eles fiquem dispersos na sala, dormindo ou usando fones e redes sociais, mas possam se dedicar ao máximo para que esse projeto: “Os Filósofos do Padre na era digital” possa colaborar na construção do conhecimento de forma efetiva e prática, no que diz respeito ao ato político, pois a educação não é neutra, muito menos a Filosofia, segundo Hinrichsen:
A essência do homem explicita-se nesse círculo política e Filosofia. O ser humano sua essência e é feliz quando participa da vida política; distanciando-se da polis para fazer metafísica e, novamente, retornando à vida da polis para fazer política. [...] Estamos diante do círculo teórico-prático de Aristóteles. [1: (HINRICHSEN, 2010, p. 19)]
A Filosofia é de suma importância para o desenvolvimento consciente de uma nação, pois ela liberta o homem de um marasmo crítico e o ascende a uma posição crítico-consciente, tornando-o membro ativo da sociedade a qual vive. O ser libertado, agora, homem livre, está pronto para agir e questionar as decisões dos superiores que se encontram no poder. Fazendo, assim, a sua voz ser ouvida e incomodar àqueles que querem passar despercebidos, por isso suprimiram a Filosofia. Eles não querem uma nação consciente, crítica, perspicaz, que desnude às suas más ações e as denuncie. Portanto, é tarefa do professor de Filosofia contribuir para a quebra desse processo de manipulação do povo brasileiro, usando a melhor arma que ele tem, o ensino.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo que foi vivenciado nestes dois dias de observação, quero agradecer primeiramente ao Colégio Estadual Padre Vieira pela calorosa acolhida e a Professora Ma. Jacqueline Morais que se mostrou sempre disponível e além de tudo, uma excelente profissional. Essa experiência foi de fundamental importância para a minha formação enquanto licenciando em Filosofia, pois, foi possível perceber a realidade que daqui a alguns anos estarei inserido. Senti de perto os grandes desafios que servirão para uma maior dedicação no curso. 
Através dessa experiência com a Professora Jacqueline percebi que é importantíssimo o domínio do conteúdo filosófico para facilitar no processo de ensino-aprendizagem. Principalmente na hora de lidar com ele, o conteúdo, nas mais variadas formas, como afirma Melo: “A importância da utilização e da presença do texto filosófico em sala de aula se justifica pela necessidade de se respeitar a especificidade do conhecimento filosófico”. Desta forma, compreender que a Filosofia mais do que fornecer respostas prontas, ela sugere caminhos possíveis e coerentes: caminhos que podem ser seguidos por qualquer um, desde que se disponha a utilizar a sua razão, e que conduzem a uma análise crítica das atitudes e das práticas adotadas em sua própria vida.[2: (MELO, 2014, p. 1157).]
REFERÊNCIAS
	
FREIRE, Paulo.  A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
HINRICHSEN, Luís. Antropologia do Cuidado. Canoas: Centro
Universitário Lá Salle, 2010.
MELO, Elizabete. A Filosofia no Ensino Médio e a Importância da Leitura do Texto filosófico. In: Revista Linha Mestra. Ano III. Nº 24, Jan-Jul, 2014. p. 1157-1160. ISSN: 1980-9026. Disponível em: <https://linhamestra24.wordpress.com/artigos> Acesso em: 21 de novembro de 2017.

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