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RESUMO E RESENHA CRÍTICA Profa. Me. Juliana Lannes RESUMO: Baseado na novela gráfica de Frank Miller, «300» conta a história da Batalha de Termopilas em que o Rei Leonidas (Gerard Butler) e 300 Espartanos lutaram até à morte contra Xerxes (Rodrigo Santoro), Imperador Persa, e o seu gigantesco exército. Ao enfrentar uma superioridade numérica esmagadora o seu valor e sacrifício inspirou toda a Grécia a unir-se contra o inimigo Persa e defender as fronteiras da democracia. RESENHA CRÍTICA: Zack Snyder não tem medo dos nerds. Egresso do mercado publicitário e dos videoclipes, o cineasta logo de cara encarou as feras e refilmou um clássico do terror, O despertar dos mortos (Dawn of the Dead, 1978), e agradou crítica e público com o resultado. Agora repete a dose, adaptando outra obra cultuadíssima, 300 de Esparta, graphic novel de Frank Miller e dos melhores e mais elaborados trabalhos do autor. A exemplo de Sin City - Cidade do Pecado - também uma adaptação da obra de Miller -, cada frame de 300 é arrancado das páginas dos quadrinhos e convertido em imagem em movimento. Traços e cores aquareladas fiel e lindamente emulados. Fãs do quadrinista não poderiam ficar mais satisfeitos - a transformação nas mãos do empolgado Snyder é praticamente literal, algo que só é possível porque Miller, que escreveu e ilustrou a obra original, pensa os quadrinhos muito diferente de outros profissionais da área. Enquanto um mestre como Will Eisner dava aos seus painéis uma perspectiva quase teatral, Miller tornou- se famoso por encarar o trabalho como se fosse um imenso storyboard de longa-metragem. Fica mais fácil então para um sujeito talentoso como Snyder - que domina recursos de estilo e tem extremo bom-gosto para saber quando empregá-los - carregar esse material base e torná-lo vivo nas telonas. O resultado é um alucinante balé de violência estilizada, atitude e design. Cada frase cuspida no cinema - muitas delas transcritas direto da obra do historiador grego Heródoto - estremece o cinema com uma macheza que não se via há décadas na tela grande. Aliás, o efeito de 300 no público só pode ser comparado ao que deve ter sido o dos grandes épicos do passado. Não há um filme recente do gênero comparável a este. Gladiador, talvez o que mais se aproxime, recuperou o gosto do público pelas sandálias e espadas, mas é 300 o filme que insere definitivamente o épico na era do iPod, Wireless e Plasma. E a revolução prometida por este "neo-épico" não pára por aí. Empregando com inteligência todo o potencial da computação gráfica, aliada a uma história poderosa - uma das mais célebres batalhas de todos os tempos -, cineasta e produtores conseguiram uma grandiosidade visual e narrativa inquietante. Tudo ali é pensado para provocar uma resposta emocional quase primitiva no público - dos corpos nus (a cena de sexo entre Leônidas e Gorgo é verossímil e sensual como poucas!) ao excelente "heavy metal medieval" de Tyler Bates (Seres rastejantes) na trilha sonora, passando por um enérgico banquete visual completo com câmeras lentas, aceleradas, pausas dramáticas, edição frenética... "Linguagem de videoclipe", reclamarão erroneamente os mais ranhetas e puristas. Mas há uma diferença crucial aqui, em 300 e na arte de Snyder. Enquanto esses recursos costumam ser empregados para esconder falhas, facilitar coreografias, abreviar movimentos, forçar um estilo onde muitas vezes não existe, nesta obra eles são usados para evidenciar a virtuose do diretor. Snyder, por exemplo, não explora apenas o primeiro plano - ele tem uma profundidade de campo notável. Não há figurantes em ação, apenas dublês e atores treinados, cada qual com sua relevância, sua própria coreografia, que inclui séries de movimentos sem cortes. É o corpo do balé citado acima rodeando a primeira-bailarina. E o que dizer da história? Difícil acreditar que Hollywood levou 40 anos para recontá-la nas telonas, desde Os 300 de Esparta (de Rudolph Maté, 1962). A resistência do rei espartano Leônidas (Gerard Butler, monstruoso no papel que deve colocá-lo na lista "A" dos astros), sua guarda de elite e uns poucos gregos livres nas Termópilas contra centenas de milhares de conquistadores persas do Imperador-Deus Xerxes (um imponente Rodrigo Santoro, com voz e estatura alteradas digitalmente), é inspiradora. Se o cinemão vive de histórias de sacrifício, honra e coragem, onde é que os 300 de Esparta estiveram enfiados? Talvez faltasse o romance, onipresente na Meca do Cinema do ocidente, mas isso Snyder e o co-roteirista Kurt Johnstad resolveram facilmente. Escolheram uns poucos quadros da HQ em que a bela e forte Rainha Gorgo (Lena Headey, lindíssima) aparece e seguiram a partir daí, criando uma história própria de sacrifício, honra e coragem para a regente, paralela à resistência de seu marido na Grécia Central. Em 300 cabe a ela convencer os velhotes e engessados políticos espartanos da necessidade de romper com a tradição (na época festiva-religiosa da Carnéia não se guerreava) e permitir que o exército ajude Leônidas em sua defesa do país. Mais ou menos o que Zack Snyder está fazendo com seu filme - arrebentando paradigmas. Reconheçamos, portanto, um revolucionário clássico na ocasião de seu lançamento. OBJETIVO: Reconhecer a estrutura, as características e a funcionalidade dos gêneros resumo e resenha crítica. O QUE É? O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade idéias ou fatos essenciais contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das idéias do autor, discriminação e hierarquização dessas idéias e redação clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, processos, idéias, etc. APRESENTA-SE: O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais RESUMO: Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com uma frase do tipo: "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a vantagem de dar ao leitor uma visão prévia e geral, orientando, assim, a compreensão de que segue. Este tipo de síntese pode, se for pertinente, vir acompanhada de comentários e julgamentos sobre a posição do autor do texto e até sobre o tema desenvolvido. RESUMO: Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a essência do texto e manter-se fiel às idéias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às idéias do autor não é permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re)elaboração de quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses devem ser breves e estar identificados (autor e página). UMA SEQUÊNCIA DE PASSOS EFICIENTE PARA FAZER UM BOM RESUMO É A SEGUINTE: ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as ideias que forem parecendo significativas à primeira leitura; identificaro gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc. identificar a ideia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...); CONTINUAÇÃO: identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as ideias secundárias se ligam logicamente à principal); identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas); identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário); esquematizar o resultado desse processamento; redigir o texto. RESENHA CRÍTICA: A resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando: 1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR? 2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA? 3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE PROBLEMA? 4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO AUTOR PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO? RESENHA CRÍTICA: No entanto, para se fazer uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja, A SUA ANÁLISE SOBRE O TEXTO. E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter: - INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM OUTROS AUTORES; - ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM QUESTÃO; - CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE. FORMATO: NOS PARÁGRAFOS INICIAIS, UMA INTRODUÇÃO À OBRA RESENHADA, APRESENTANDO: - O ASSUNTO/ TEMA; - O PROBLEMA ELABORADO PELO AUTOR; - E A POSIÇÃO DO AUTOR DIANTE DESTE PROBLEMA. NO DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA, ENFATIZANDO: - AS IDÉIAS CENTRAIS DO TEXTO; - OS ARGUMENTOS E IDÉIAS SECUNDÁRIAS. POR FIM, UMA CONCLUSÃO APRESENTADO SUA CRÍTICA PESSOAL, OU SEJA: - UMA AVALIAÇÃO DAS IDÉIAS DO AUTOR FRENTE A OUTROS TEXTOS E AUTORES; - UMA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO TEXTO, QUANTO À SUA COERÊNCIA, VALIDADE, ORIGINALIDADE, PROFUNDIDADE, ALCANCE, ETC. EXIGÊNCIAS: Exigências de conteúdo _ Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, com a apresentação das principais idéias do autor; _ Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista; _ Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise empreendida no item acima. EXIGÊNCIAS: Exigências de forma _ A resenha deve ser pequena, ocupando geralmente até três laudas de papel A4 com espaçamento duplo; _ A resenha é um texto corrido, isto é, não devem ser feitas separações físicas entre as partes da resenha (com a subdivisão do texto em resumo, análise e julgamento, por exemplo); _ A resenha deve sempre indicar a obra que está sendo resenhada.
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