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Bíblia e Sociologia Digitalizado e revisado por micscan www.semeadoresdapalavra.net Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condições econômicas para comprar.Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. Semeadores da Palavra e-books evangélicos Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Gottwald, Norman K., 1926- G723i Introdução socioliterária à Bíblia hebraica / Norman K.Gottwald; (tradução Anacleto Alvarez; revisão H. Dalbosco). — São Paulo: Paulinas, 1988. (Coleção Bíblia e sociologia) Bibliografia. ISBN 85-05-00774-3 1. Bíblia A. T. — Hermenêutica 2. Bíblia A. T. — História dos eventos bíblicos 3. Bíblia como literatura 4. Judeus — História — Até 70. Título. II. Série: Bíblia e sociologia. CDD-221.601 -221.95 -809.93522 87-0984 -933 Índices para catálogo sistemático: 1. Antigo Testamento: Hermenêutica 221.601 2. Antigo Testamento: História dos eventos bíblicos 221.95 3. Bíblia como literatura 809.93522 4. Judeus: História antiga 933 Coleção BÍBLIA E SOCIOLOGIA 1. As origens cristas em perspectiva sociológica, H. C. Kee . 2. As Tribos de Iahweh — Uma sociologia da religião de Israel liberto, Norman K. Gottwald 3. Um lar para quem não tem casa — Interpretação sociológica da 1ª Carta de Pedro, .J. H. Elliott 4. Religião e formação de classes na antiga Judéia, Hans G. Kippenberg 5. Introdução socioliterária à Bíblia Hebraica, Norman K. Gottwald NORMAN K. GOTTWALD Introdução socioliterária à Bíblia Hebraica Edições Paulinas Plínio original The Hebrew Bible — A socio-literary introduction © Fortress Press, Filadélfia, 1985 Tradução Pe. Anacleto Alvarez, OSA Revisão H. Dalbosco EDIÇÕES PAULINAS TELEX (11) 39464 (PSSP BR) Rua Dr. Pinto Ferraz, 183 04117 SÃO PAULO – SP END. TELEGR.: PAULINOS © EDIÇÕES PAULINAS - SÃO PAULO, 1988 ISBN 85-05-00774-3 ISBN 0-8006-1853-X-USA Índice Abreviaturas .......................................................................................... 15 Prefácio ................................................................................................. 19 I PARTE O TEXTO NOS SEUS CONTEXTOS Capítulo 1: ÂNGULOS DE VISÃO SOBRE A BÍBLIA HEBRAICA...23 1. Riqueza de métodos nos estudos bíblicos ........................................ 23 2. A aproximação religiosa confessional à Bíblia Hebraica ................. 24 3. A aproximação histórico-crítica à Bíblia Hebraica .......................... 25 3.1. A Bíblia como criação humana ................................................. 26 3.2. Crítica das fontes e crítica das formas ...................................... 26 3.3. Autoria dos livros bíblicos ........................................................ 28 3.4. História e arqueologia bíblicas ................................................. 29 4. Interação entre aproximações religiosa e histórico-crítica aos estudos bíblicos ................................................................................. 29 4.1. Colisão e ajuste de métodos conflitantes .................................. 29 4.2. Tentativas por uma síntese: existencialismo e teologia bíblica... 30 4.3. Colapso de consenso em estudos bíblicos.. .............................. 31 5. Aparição de novas aproximações literárias e das ciências sociais à Bíblia Hebraica ..................................................................................... 32 5.1. Limites percebidos de aproximações históricas e religiosas .... 32 5.2. Métodos literários mais recentes .............................................. 33 5.2.a. A Bíblia como literatura e nova crítica literária .......................... 33 5.2.b. Crítica estrutural........................................................................... 35 5.3. Métodos das ciências sociais .................................................... 35 5.3. a. Reconstrução social do primitivo Israel ...................................... 36 5.3.b. Reconstrução social da profecia e da apocalíptica ...................... 36 5.3.c. Variedades de crítica social científica .......................................... 37 5.4. Fundamento comum na nova crítica literária e na crítica social científica .................................................................... 38 6. Fermento criativo nos estudos bíblicos contemporâneos ................. 39 6.1. Uma avaliação criteriosa de opções ........................................ 39 6.2. Uma visão prévia dos estudos bíblicos futuros ........................ 40 Capítulo 2: O MUNDO DA BÍBLIA HEBRAICA .............................. 42 7. Geografia física e econômica ............................................................ 42 7. 1. O antigo Oriente Próximo .............................................................. 42 7.2. Palestina .................................................................................... 45 7.3. Sub-regiões importantes para o Israel bíblico ........................... 47 7.3.a. A planície costeira ....................................................................... 47 7.3.b. A região das colinas de Judá ....................................................... 48 7.3.c. A região das colinas da Samaria ................................................. 49 7.3.d. A região das colinas da Galiléia.................................................. 49 7.3.e. A depressão do Jordão ................................................................. 50 7.3.f. A região das colinas de Galaad .................................................... 50 7.3.g. Amon, Moab e Edom .................................................................... 50 8. Arqueologia: restos materiais e escritos ........................................... 51 8.1. Arqueologia do antigo Oriente Próximo .................................. 51 8.2. Arqueologia da Palestina .......................................................... 52 9. História política, cultural e social do antigo Oriente Próximo 61 Capítulo 3: A HISTÓRIA LITERÁRIA DA BÍBLIA HEBRAICA 73 10. Relação da Bíblia Hebraica com outros corpos de literatura ........... 73 10.1. Literaturas nacionais independentes: os textos do antigo Oriente Próximo...................................................... 73 10.2. Literaturas judaica e cristã dependentes da Bíblia Hebraica.. 73 10.2.a. Apócrifos e Pseudepígrafos ......................................................... 74 10.2.b. Manuscritos do mar Morto ......................................................... 80 10.2.C Novo Testamento e Talmude ....................................................... 82 11. Como se formou a Bíblia Hebraica.................................................. 83 11.1. Formação das unidades literárias separadas ................................ 83 11.1.a. Processo da composição literária .............................................. 83 11.1.b. Tradição oral e gênerosliterários no processo de composição ..................................................................... 84 11.2. Formação final da Bíblia Hebraica ......................................... 90 11.2.a. As coleções autoritativas ........................................................... 90 A Lei ...................................................................................................... 90 Os Profetas ............................................................................................. 92 Os Escritos ............................................................................................. 93 11.2.b. Fatores no fechamento canônico: a partir de Esdras até a assembléia rabínica em Jâmnia... 94 11.3. Preservação e transmissão da Bíblia Hebraica ........................ 97 11.3.a. O processo de transmissão estende-se até a estabilização do texto consonantal, por volta de 100 d.C. ........................................... 97 11.3. b. O processo de transmissão estende-se até a estabilização do texto vocálico, por volta de 1200 d.C. ................................................ 99 11.3.c. Edições impressas da Bíblia Hebraica ......................................... 101 12. Traduções da Bíblia Hebraica ........................................................... 102 12.1. Versões antigas ....................................................................... 102 12. 1.a. A Bíblia grega dos Setenta ........................................................ 102 12.1.b. Outras versões gregas e Héxapla .............................................. 102 12.1.C. Targuns aramaicos .................................................................... 102 12.1.d. Antiga siríaca, Peshitta, e Siro-hexaplar ................................... 103 12.1.e. Antiga Latina e Vulgata ............................................................. 103 12.2. Traduções da Bíblia Hebraica em língua portuguesa ............ 103 II PARTE CONFEDERAÇÃO INTERTRIBAL: COMEÇOS REVOLUCIONÁRIOS DE ISRAEL Prólogo: SOBRE AS FONTES PARA A HISTÓRIA PRÉ-MONÁRQUICA DE ISRAEL.............. 111 13. As grandes tradições do antigo Israel .............................................. 111 13.1. O Javista (J) ............................................................................ 111 13.2. O Eloísta (E) ........................................................................... 112 13.3. A História Deuteronomística (HD) ......................................... 112 13.4. O escritor sacerdotal (P) ........................................................ 113 13.5. A redação de JEP ................................................................... 113 13.6. A fonte comum do Javista e do Eloísta (G) ............................ 114 14. A relação das tradições literárias com a primitiva história de Israel ........................................................... 114 14.1. Origens não-governamentais e orais das tradições ............... 115 14.2. Israel tribal unido como o sujeito das tradições .................... 116 14.3. Expansão e elaboração dos temas semelhantes à história das tradições .................................... 116 14.4. Sumário e implicações metodológicas ................................... 118 Capítulo 4: TRADIÇÕES A RESPEITO DOS PAIS E DAS MÃES DE ISRAEL .............................................. 119 15. O molde das tradições em Gênesis 12-50 ........................................ 119 15.1. Distribuição das unidades das tradições em J, E e P ............ 119 15.2. Análise das unidades das tradições por gêneros literários ... 123 75.1. Unidade composta das tradições ........................................... 123 15.3.a. Ciclos de sagas e cadeias de sagas ............................................ 123 15.3.b. Itinerário e cronologia ............................................................... 124 15.3.C. Motivos de promessas divinas aos antepassados ...................... 125 15.3.d. Cenas-tipo e outras características literárias.. ......................... 125 15.4. Tradições individuais de família ou tradições de grupos tribais? ............................................................. 127 16. Horizontes sócio-históricos das tradições dos antepassados ............ 129 16.1. Cronologia e arqueologia .............................................................. 129 16.2. Dados políticos e geográficos ................................................. 131 16.3. Costumes e leis ........................................................................ 133 16.4. Lutas sociais nas tradições dos antepassados ........................ 135 16.4.a. O nicho socioeconômico incerto dos antepassados ....................................................................... 135 16.4.b. Preocupações pela produção, reprodução e defesa própria .................................................................. 136 Capítulo 5: TRADIÇÕES A RESPEITO DE MOISÉS: ÊXODO, ALIANÇA E LEGISLAÇÃO ............................................. 139 17. O molde das tradições em Êxodo, Levítico e Números ................... 139 17.1. Distribuição das unidades das tradições por fontes e gêneros literários ............................................................... 139 17.2. Redação complexa das tradições de Moisés ........................... 140 18. Aproximações histórico-críticas às tradições de Moisés ................. 148 18.1. O contexto egípcio .................................................................. 148 18.2. Moisés: influências formativas e papéis de liderança ............ 150 18.3. Unidade de ação em Êxodo e peregrinação ........................... 153 19. Religião de Moisés e israelitas do êxodo-deserto ............................ 155 19.1. Aliança .................................................................................... 155 19.2. Estipulações da aliança: "Leis" .............................................. 159 19.2.a. Instruções e regulamentos sacerdotais ....................................... 159 19.2.b. Coleção de leis socioeconômicas e religiosas costumeiras .......................................................................... 159 19.2.c. Listas sucintas de proibições: os Dez Mandamentos .............................................................................. 159 19.3. O nome divino .......................................................................... 162 19.4. Ritos e objetos cultuais ............................................................ 163 20. Aproximações literárias mais recentes às tradições de Moisés........ 166 20.1. Motivos-de-enredo de contos populares e episódios tradicionais .......................................................................... 166 20.2. "Comédia" bíblica ................................................................... 167 20.3. Programas e isotopias de narrativa estrutural ....................... 168 20.4. Avaliação concludente ............................................................ 169 21. Horizontes sócio-históricos das tradições de Moisés........................ 169 21.1. O grupo de Moisés como entidade pré-israelita ..................... 170 21.2. Estratégias sociorreligiosas que coligam o grupo de Moisés e o Israel posterior............................... 170 Capítulo 6: TRADIÇÕES CONCERNENTES À ELEVAÇÃO DO ISRAEL INTERTRIBAL AO PODER EM CANAÃ .............. 173 22. O molde das tradições em Josué e Juízes ......................................... 173 22.1. Conteúdos e gêneros literários ...................................................... 173 22.1.a. Josué 1-12 ................................................................................. 176 22.1. b. Josué 13-24 ...............................................................................176 22.1.C. Juízes 1,1-2,5 ............................................................................. 177 22.1.d. Juízes 2,6-3,6.............................................................................. 177 22.1.e. Juízes 3,7-16,31 .......................................................................... 178 22.1.f. Juízes 17-21 ................................................................................ 179 22.2. Josué-Juízes e a História Deuteronomística ........................... 180 22.3. Fontes pré-deuteronomísticas em Josué-Juízes ...................... 185 23. Aproximações literárias mais recentes a Josué e Juízes .................. 188 23.1. Novos estudos literários das tradições de Débora e de Sansão .................................................... 188 23.2. Estudos estruturalistas ............................................................ 190 24. Horizontes sócio-históricos de Josué e Juízes .................................. 194 24.1. Hipóteses a respeito da ascensão de Israel ao poder ............. 194 24.1.a. O modelo da conquista .............................................................. 194 24.1.b. O modelo da imigração .............................................................. 200 24.1.c. O modelo da revolução social .................................................... 202 24.2. Hipóteses a respeito da organização social tribal de Israel ............................................................................. 205 24.2.a. O modelo nômade pastoril ......................................................... 205 24.2.b. O modelo de liga religiosa (anfictionia) .................................... 207 24.2.C O modelo sociorreligioso de retribalização ............................... 211 III PARTE MONARQUIA: ESTABELECIMENTO CONTRA-REVOLUCIONÁRIO DE ISRAEL Prólogo: SOBRE AS FONTES PARA A HISTÓRIA MONÁRQUICA DE ISRAEL............................ 217 25. Cronologia dos reinos divididos ....................................................... 217 26. HD como fonte para a história monárquica...................................... 218 27. Arqueologia como fonte para a história monárquica ....................... 222 28. Formas e estruturas de fala profética ................................................ 223 Capítulo 7: TRADIÇÕES A RESPEITO DO REINO UNIDO ............. 227 29. O molde das tradições em 1 e 2 Samuel e 1 Reis 1-11 ................... 227 29.1. Estatística das fontes .............................................................. 227 29.2. Estudos críticos literários mais antigos ................................. 229 29.3. Estudos críticos literários mais recentes ................................230 29.4. Implicações de análise literária para o emprego histórico das fontes .......................................................233 30. A ascensão e o triunfo da monarquia em Israel ............................... 234 30.1. Fatores externos e internos ..................................................... 234 30.2. Saul ......................................................................................... 234 30.3. Davi ......................................................................................... 235 30.4. Salomão................................................................................... 235 30.5. Principais efeitos estruturais duradouros da monarquia ....... 236 31. Cultura literária, culto religioso e ideologia ..................................... 238 31.1. O Javista (J) ............................................................................ 238 31.2. Salmos e Sabedoria .................................................................244 31.3. Tradições de Davi e Sião .........................................................245 Capítulo 8: TRADIÇÕES A RESPEITO DO REINO DO NORTE...247 32. O molde das tradições em 1 Reis 12 — 2 Reis 17 ................ ........... 247 32.1. Estatística das fontes ............................................................... 247 32.2. Narrativas proféticas .............................................................. 247 32.3. Outras fontes: livros proféticos e o Eloísta ............................. 248 33. História do reino do norte e suas relações com Judá (931-722 a.C.) ................................................ 251 33.1. O cisma (931 a.C.) .................................................................. 251 33.2. Dinastias de Jeroboão e de Baasa (931-884 a.C.) ................. 251 33.3. Dinastia de Amri (880-841 a.C.) ............................................. 251 33.4. Dinastia de Jeú (841-752 a.C.) ............................................... 252 33.5. Desmoronamento do reino do norte (752-722 a.C.) ............... 253 33.6. Modelos de desenvolvimento nos dois reinos ......................... 253 34. Cultura literária, religião e crítica profética ..................................... 255 34.1. O Eloísta (E) ............................................................................ 255 34.2. Elias e Eliseu ........................................................................... 257 34.3. Amós ....................................................................................... 257 34.4. Oséias ..................................................................................... 261 Capítulo 9: TRADIÇÕES A RESPEITO DO REINO DO SUL ........ 264 35. O molde das tradições em 2 Reis 18-25 ........................................... 264 35.1. Estatística das fontes .............................................................. 264 35.2. O espectro das fontes .............................................................. 264 36. História do reino do sul (722-586 a.C.) ........................................... 266 36.1. Acaz e Ezequias (722-586 a.C.) .............................................. 266 36.2. Manassés (687/686-643/642 a.C.) .......................................... 267 36.3. Josias (641/640-609 a.C.) ....................................................... 267 36.4. Joaquim, Joaquin e Sedecias (609-586 a.C.).......................... 268 36.5. O fim de esforços israelitas por independência política......... 268 37. Cultura literária, religião e crítica profética ..................................... 270 37.1. Miquéias ......................................................................................... 270 37.2. Isaías de Jerusalém ................................................................. 271 37.3. Deuteronômio ......................................................................... 278 37.4. Profetas da mudança internacional de poder ......................... 279 37.4.a. Naum .......................................................................................... 280 37.4.b. Sofonias ...................................................................................... 281 37.4.C. Habacuc..................................................................................... 282 37.5. Jeremias ........................................................................................ 283 IV PARTE GOVERNO PRÓPRIO SOB GRANDES IMPÉRIOS: RECUPERAÇÃO COLONIAL DE ISRAEL Prólogo: SOBRE AS FONTES PARA A HISTÓRIA COLONIAL DE ISRAEL NA DISPERSÃO E RESTAURAÇÃO ........................ 292 38. Demarcação do período histórico .................................................... 292 39. Fontes bíblicas e extrabíblicas ......................................................... 292 40. Declínio da historiografia bíblica tardia .......................................... 294 41. Organizando a apresentação da literatura bíblica tardia .................. 295 Capítulo 10: HORIZONTES SÓCIO-HISTÓRICOS DO ISRAEL COLONIAL ...................................................................299 42. De israelitas independentes a judeus colonizados ........................... 299 43. Resposta judaica ao domínio neobabilônico (586-539 a.C.) ........... 301 43.1. A comunidade que continuava na Palestina .......................... 301 43.2. As comunidades na Dispersão ................................................ 302 44. Resposta judaica ao domínio persa (539-332 a.C.) ......................... 304 44.1. Missão de Sasabassar em 538 a.C. ........................................ 305 44.2. Missão de Zorobabel e Josué em 520 a.C .............................. 305 44.3. Missão de Neemias em 445-430 a.C ...................................... 306 44.4. Missão de Esdras em 458 a.C. ou mais tarde ........................ 308 44.5. Desenvolvimentos entre judeus da Dispersão ........................ 310 45. Resposta judaica aos domínios macedônico e ptolemaico (332-198 a.C.) ................................................................... 311 45.1. Impacto de Alexandre: o encontro do Helenismoe do judaísmo... 311 45.2. Helenismo egípcio domina a Palestina .................................. 312 46. Resposta judaica ao domínio selêucida: os Macabeus ..................... 314 46.1. Helenismo sírio domina a Palestina ...................................... 314 46.2. Helenismo imposto e guerra civil ........................................... 314 46.3. O movimento de independência religiosa para independência política ................................................................... 315 47. Um estado judaico se levanta e cai: os Asmoneus (140-63 a.C.).... 316 47.1. Triunfo e helenização do estado judaico ................................ 316 47.2. Facções e partidos no estado e na sociedade asmoneus ........ 317 Capítulo 11: TRADIÇÕES DO ISRAEL COLONIAL: COMPLETANDO A LEI E OS PROFETAS.................................... 322 48. Política hermenêutica: a ação recíproca de Lei e Profetas ............... 322 48.1. Tradições da Lei e da Profecia desenvolvem-se em diálogo...322 48.2. Um cânon de consenso exalta a Lei moderada pela Profecia ...................................................... 323 48.3. Um cânon ampliado incorpora a Profecia adaptada à Lei.... 326 49. Completando a Lei: o escritor Sacerdotal (P) .................................. 329 49.1. Vocabulário, estilo e estrutura ............................................... 329 49.2. Tudo em seu lugar: um culto estável em um Cosmos estável...332 49.3. Antecedentes de P como a carta patente do judaísmo pós-exílico .......................................................................... 336 49.4. P como a estrutura para a Lei ....................................................... 337 50. Completando os Profetas ..................................................................339 50.1. Ezequiel .................................................................................. 339 50.2. Isaías do Exílio (Dêutero-Isaías) ............................................345 50.3. Profetas do templo reconstruído .............................................351 50.3.a. Ageu ........................................................................................... 352 50.3.b. Zacarias 1-8 ................................................................................ 353 50.4. Profetas de restauração conflitada ................................................ 353 50.4.a. Isaías 56-66 (Trito-Isaías) .......................................................... 353 50.4. b. Malaquias.................................................................................. 356 50.4.C. Abdias e Joel .............................................................................. 356 Capítulo 12: TRADIÇÕES DO ISRAEL COLONIAL: OS ESCRITOS...358 51. Obras históricas recentes: 1 e 2 Crônicas e Esdras-Neemias............ 358 51.1. Relação entre 1 e 2 Crônicas e Esdras-Neemias .................... 358 51.2. Jerusalém restaurada como verdadeira sucessora do reino de Davi ......................................... 361 51.3. Desordem redacional nos livros de Esdras e Neemias ........... 362 52. Cânticos ............................................................................................ 364 52.1. O que é poesia bíblica? ........................................................... 364 52.2. Salmos .................................................................................... 366 52.2.a. Gêneros literários ....................................................................... 367 52.2.b. Ambientes de vida ............................. . ........................................ 371 52.2.c. Redação do livro ......................................................................... 372 52.2.d. Horizontes sócio-históricos dos salmos ...................................... 374 52.3. Lamentações .................................................................................. 376 52.4. Cântico dos Cânticos ..................................................................... 380 53. Historietas ......................................................................................... 384 53.1. A historieta bíblica: um novo gênero literário? ..................... 384 53.2. Rute ......................................................................................... 385 53.3. Jonas ....................................................................................... 388 53.4. Ester ........................................................................................ 391 54. Escritos sapienciais .......................................................................... 392 54.1. O que é sabedoria? ................................................................. 392 54.1.a. Gêneros literários e tendência da mente .................................... 393 54.1.b. Horizontes sócio-históricos da sabedoria................................... 395 54.2. Provérbios .............................................................................. 398 54.3. Jó .......................................................................................... .. 401 54.4. Eclesiastes .............................................................................. 403 55. Escritos apocalípticos ...................................................................... 405 55.1. O que é apocalíptico?............................................................. 405 55.1.a. Gênero literário e tendência da mente ...................................... 405 55.1.b. Horizontes sócio-históricos da apocalíptica ............................... 407 55.2. Daniel ..................................................................................... 410 CONCLUSÃO A AÇÃO RECÍPROCA DE TEXTO, CONCEITO E AMBIENTE NA BÍBLIA HEBRAICA .................... 414 Bibliografia ............................................................................................ 423 A. Livros e artigos dispostos por divisões do texto ........................ 423 B. Comentários sobre os livros bíblicos ......................................... 459 MAPAS O antigo Oriente Próximo ....................................................................... 22 O Oriente Próximo em 2600 a.C ............................................................. 65 O Oriente Próximo em 2300 a.C ............................................................. 65 O Oriente Próximo em 2050 a.C ............................................................. 66 O Oriente Próximo em 1900 a.C ............................................................. 66 O Oriente Próximo em 1700 a.C ............................................................. 67 O Oriente Próximo em 1400 a.C ............................................................. 67 O Oriente Próximo em 1225 a.C............................................................. 68 O Oriente Próximo em 1000 a.C ............................................................. 68 O Oriente Próximo em 800 a.C ............................................................... 69 O Oriente Próximo em 660-605 a.C ....................................................... 69 O Oriente Próximo em 580 a.C ............................................................... 70 O Oriente Próximo em 500 a.C ............................................................... 70 O Oriente Próximo em 334-323 a.C ....................................................... 71 O Oriente Próximo em 290 a.C ............................................................... 71 O Oriente Próximo em 168 a.C ............................................................... 72 O Oriente Próximo em 63 a.C ................................................................. 72 Geografia da Palestina bíblica ................................................................. 108 Tribos de Israel antes da monarquia ....................................................... 109 Reino de Davi e de Salomão ................................................................... 215 Reinos divididos de Israel e de Judá 931-750 a.C .................................. 216 Judá depois da queda de Israel 722-640 a.C ............................................ 216 Judá como uma província do império persa 445-333 a.C ........................ 290 Palestina macabéia-asmonéia 166-76 a.C ................................................ 291 TÁBUAS 1. Textos do antigo Oriente Próximo relacionados com a Bíblia Hebraica pelo tema, gênero literário ou ligação histórica 53 2. Períodos arqueológicos na Palestina bíblica .................................... 56 3. Escavações mais importantes na Palestina bíblica ........................... 59 4. Os livros canônicos .......................................................................... 75 A. Cânon judaico da Tanak .............................................................. 75 B. Cânones católico romano e protestante do Antigo Testamento.. 76 5. Livros dos Apócrifos protestantes ao Antigo Testamento ............... 79 6. Livros judaicos entre os Pseudepígrafos do Antigo Testamento, que datam de antes de 70 d.C ................................................................. 80 7. Documentos importantes entre os Manuscritos do Mar Morto ........ 81 8. Gêneros literários, formas ou tipos na Bíblia Hebraica .................... 88 9. Traduções da Bíblia Hebraica em língua portuguesa ....................... 104 10. Unidades das tradições de Gn 11,27-50 distribuídas por fontes ...... 119 A. Tradições do Javista (J) .............................................................. 119 B. Tradições do Eloísta (E) ............................................................. 121 C. Tradições Sacerdotais (P) ........................................................... 122 11. Unidades das tradições de Êxodo, Levítico e Números distribuídas por fontes ............................................................................ 141 A. Tradições do Javista (J) .............................................................. 141 B. Tradições do Eloísta (E) ............................................................. 142 C. Tradições da teofania do Sinai/Horeb da aliança e da lei: Materiais compostos de JE e de fontes especiais .................................. 143 D. Tradições sacerdotais (P) ........................................................... 143 12. Elementos estruturais da forma de pacto de suserania ..................... 158 13. Proibições do Decálogo Ético .......................................................... 161 14. Principais divisões de Josué-Juízes .................................................. 174 15. Textos programáticos em HD: Deuteronômio — 1 Samuel ............ 181 16. Prova arqueológica sobre destruição de cidades no Canaã do Bronze Recente/Ferro I ......................................................................196 17. Prova arqueológica sobre novos estabelecimentos no Canaã do Bronze Recente/Ferro I ...................................................................... 197 18. Comparação da anfictionia grega e da confederação israelita .......... 210 19. Textos programáticos em HD: Samuel Reis ................................... 220 20. Distribuição de versículos de HD para reis da monarquia unida em 1 e 2 Samuel e 1 Reis 1-11 .................................................... 228 21. Tradições Javistas (J) em Gênesis 2-11 ........................................... 239 22. Distribuição de versículos de HD para reis de Israel e de Judá em 1 Reis 12 — 2 Reis 17 ...................................................... 249 23. Distribuição de versículos de HD para reis de Judá em 2 Reis 18-25 ..................................................................................... 265 24. Literatura bíblica tardia que completou a Lei e os Profetas ............. 297 25. Literatura bíblica tardia que eventualmente formou os Escritos.... 298 26. Tradições sacerdotais (P) em Gênesis 1-11 ..................................... 331 27. Divisões e fontes em Crônicas e Esdras-Neemias ........................... 360 28. Gêneros na literatura sapiencial ....................................................... 394 29. Apocalipses judaicos, 250 a.C. — 150 d.C., segundo critérios literários ..................................................................... 408 GRÁFICOS 1. Regimes políticos do antigo Oriente Próximo, 3000-63 a.C ........... 64 2. A relação da Bíblia Hebraica com outras literaturas antigas ........... 75 3. Desde as pequenas unidades orais/literárias até as grandes composições e coleções .................................................. 92 4. Fórmulas de "Fiat", de "Realização" e de "Trabalho" em Gênesis 1 ............................ ................................... 334 5. Inclusões literárias no plano do templo de Ezequiel 40-43 .............. 343 6. Arranjo quiástico de Isaías 56-66 com intensificação terminal de conteúdo da "mensagem" ...................... 355 7. Refrãos e repetições no Cântico dos Cânticos ................................. 382 8. Estrutura no Livro de Rute ............................................................... 386 9. Estrutura no Livro de Jonas .............................................................. 390 10. Ambientes institucionais de sabedoria israelita ............................... 397 11. Domínios organizacionais sociopolíticos no Israel bíblico .............. 417 12. Setores socioliterário-teológicos dentro da estrutura de domínios organizacionais sociopolíticos ............................................ 418 Abreviaturas AASOR Annual of the American Schools of Oriental Research AB The Anchor Bible AbrN Abr Nahrain AJSL American Journal of Semitic Languages and Literatures AKE Norman K. Gottwald. All the Kingdoms of the Earth: Israelite Prophecy and International Relations in the Ancient Near East. New York: Harper & Row, 1964. ALI Yohanan Aharoni. The Archaeology of the Land of Israel from the Beginnings to the End of the First Temple Period, ed. Miriam Aharo- ni. Trans. A. F. Rainey. Philadelphia: Westminster Press. 1982. AMB The Amplified Bible AnBib Analecta Bíblica ANET James B. Pritchard, ed. Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament. 3d ed. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1969. APOT R. H. Charles, ed. The Apocrypha and Pseudepigrapha of the Old Testament in English. 2 vols. Oxford: At the Clarendon Press, 1913. ASTIAnnual of the Swedish Theological Institute ASV American Standard Version ATANT Abhandlungen zur Theologie des Alten und Neuen Testaments AV Authorized Version (= King James Version) BA Biblical Archaeologist BAR Biblical Archaeologist Reader BARev Biblical Archaeology Review BASOR Bulletin of the American Schools of Oriental Research BHK Bíblica Hebraica, ed. R. Kittel. BHS Bíblica Hebraica Stuttgartensia, ed. K. Ellinger and W. Rudolph. Bib Bíblica BJ Bíblia de Jerusalém BL Norman K. Gottwald, ed. The Bible and Liberation: Polítical and So- cial Hermeneutics. Rev. ed. Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, 1983. BSac Bibliotheca Sacra BTB Biblical Theology Bulletin BZAW Beihefte zur ZAW CBQ Catholic Biblical Quarterly CBQMS CBQ Monograph Series CMHE Cambridge: Harvard University Press, 1973. CNEB Cambridge Commentary on the New English Bible ConBOT Coniectanea Bíblica, Old Testament Series CQR Church Quarterly Review CTM Concordia Theological Monthly CurTM Currents in Theology and Mission D Deuteronômio, o escritor(es) deuteronômico(s), ou o Deuteronomista DA Paul D. Hanson. The Dawn of Apocalyptic: The Historical and Sociological Roots of Jewish Apocalyptic Eschatology. 2d ed. Philadelphia; Fortress Press, 1979. E O Eloísta EHI Roland de Vaux. The Early History of Israel. Philadelphia: Westminster Press, 1978. EJ Encyclopaedia Judaica EOTHR Albrecht Alt. Essays on Old Testament History and Religion. Garden City, N.Y.: Doubleday & Co., 1968.. ET Expository Times ExB The Expositor's Bible FOTL Rolf Knierim and Gene M. Tucker, eds. The Forms of the Old Testament Literature. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1981—: G O fundo comum de tradições tribais unidas de que se utilizaram J e E (do alemão Grundlage, "fundamento") GBS Guides to Biblical Scholarship HC A História do Cronista HD A História Deuteronomística (Josué a Reis) ou o Historiador(es) Deuteronomístico(s) HeyJ Heythrop Journal HI John Bright. História de Israel. Edições Paulinas, São Paulo, 1985. HIOTT Siegfried Herrmann. A History of Israel in Old Testament Times. Rev. ed. Philadelphia: Fortress Press, 1981. HIR Georg Fohrer. History of lsraelite Religion. Nashville: Abingdon Press, 1972. HPT Martin Noth. A History of Pentateuchal Traditions, with introduction by Bernhard W. Anderson. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1972. HSM Harvard Semitic Monographs HSS Harvard Semitic Studies HTR Harvard Theological Review HTS Harvard Theological Studies HUCA Hebrew Union College Annual IAT Georg Fohrer. Introdução ao Antigo Testamento. Edições Paulinas, São Paulo, 1983. IB The Interpreter's Bible ICC The International Critical Commentary IDB The Interpreter´s Dictionary of the Bible IDBSup IDB Supplementary Volume IEJ Israel Exploration Journal IJH John H. Hayes and J. Maxwell Miller, eds. Israelite and Judaean History. Philadelphia: Westminster Press, 1977. Int Interpretation IOTS Brevard S. Childs. Introduction to the Old Testament as Scripture. Philadelphia: Fortress Press, 1979. IR Helmer Ringgren, Israelite Religion. Philadelphia; Fortress Press, 1966. ITC International Theological Commentary J O Javista JAAR Journal of the American Academy of Religion JAAKSup JAAR Supplement JANES Journal of the Ancient Near Eastern Society of Columbia University JAOS Journal of the American Oriental Society JBC The Jerome Biblical Commentary, ed. R. Brown et al. 2 vols. in 1. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice-Hall, 1968. JBL Journal of Biblical Literature JBLMS JBL Monograph Series JCS Journal of Cuneiform Studies JETS Journal of the Evangelical Theological Society JJS Journal of Jewish Studies JLBBM George W. E. Nickelsburg. Jewish Literature Between the Bible and the Mishnah: A Historical and Literary Introduction. Philadelphia: Fortress Press, 1981. JNES Journal of Near Eastern Studies JNSL Journal of Northwest Semitic Languages JQR Jewish Quarterly Review JR Journal of Religion JSOT Journal for the Study of the Old Testament JSOTSup JSOT Supplement Series JSS Journal of Semitic Studies JTS Journal of Theological Studies KJV King James Version (= Authorized Version) LB Yohanan Aharoni. The Land of the Bible. A Historical Geography, ed. Anson F. Rainey. Rev. ed. Philadelphia: Westminster Press. 1979. LBP The Living Bible Paraphrased LTQ Lexington Theological Quarterly LXX Septuaginta MBA Yohanan Aharoni and Michael Avi-Yonah. The Macmillan Bible Atlas Rev. ed. New York: Macmillan Co., 1977. MLB The Modern Language Bible NAB The New American Bible NASB The New American Standard Bible NCBC The New Century Bible Commentary NEB The New English Bible NERT Walter Beyerlin, ed. Near Eastern Religious Texts Relating to the Old Testament. Philadelphia: Westminster Press, 1978. NICOT The New International Commentary on the Old Testament NIV The New International Version NJPS The New Jewish Version NKJV The New King James Version OBT Overtures to Biblical Theology OTFC John H. Hayes, ed. Old Testament Form Criticism. San Antonio: Trinity University Press, 1974. OTL Old Testament Library OTMS Harold H. Rowley, ed. The Old Testament and Modern Study: A Generation of Discovery and Research. Oxford: At the Clarendon Press, 1951. OTP James H. Charlesworth, ed. The Old Testament Pseudepigrapha, Vol. 1: Apocalyptic Literature and Testaments. Garden City, N.Y.: Doubleday & Co., 1983. OTS Oudtestamentische Studiën OTT Gerhard von Rad. Old Testament Theology. 2 vols. New York: Harper & Row, 1962, 1965. P Escrito sacerdotal ou escritor(es) sacerdotal(ais) PEQ Palestine Exploration Quarterly PTMS Pittsburgh Theological Monograph Series RAI Theodorus C. Vriezen. The Religion of Ancient Israel. Philadelphia: Westminster Press, 1963. RB Revue Biblique RevQ Revue de Qumran RSV Revised Standard Version RV Revised Version SAIW James L. Crenshaw, ed. Studies in Ancient Israelite Wisdom. New York: Ktav Publishing, 1976. SBA Studies in Biblical Archaeology SBLDS Society of Biblical Literature Dissertation Series SBLMS Society of Biblical Literature Monograph Series SBLSP Society of Biblical Literature Seminar Papers SBT Studies in Biblical Theology SC 1 Carl D. Evans, William W. Hallo, and John B. White, eds. Scripture in Context: Essays on the Comparative Method. PTMS 34. Pitts- burgh: Pickwick Press, 1980. SC 2 William W Hallo, James C. Moyer, and Leo G. Purdue, eds. Scripture in Context II. More Essays in Comparative Method. Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns, 1983. SEA Svensk exegetisk arsbok SHANE Studies in the History of the Ancient Near East SJT Scottish Journal of Theology ST Studia theologica StudBT Studia Bíblica et Theologica SWBAS The Social World of Biblical Antiquity Series TD Theology Digest TDH Martin Noth. The Deuteronomistic History. JSOTSup 15. Sheffield: JSOT Press, 1981. TEV Today's English Version (Good News Bible) THI Martin Noth. The History of Israel. Rev. ed. New York: Harper & Brothers, 1960. TI George W. Anderson, ed. Tradition and Interpretation: Essays by Members of the Society for Old Testament Study. Oxford: At the Clarendon Press, 1979. TI Norman K. Gottwald. As Tribos de Iahweh: Uma Sociologia da Religião de Israel liberto — 1250-1050 a.C. Edições Paulinas, São Paulo, 1986. TM Texto massorético da Bíblia Hebraica TOT Otto Eissfeldt. The Old Testament: An Introduction. New York: Harper & Row, 1965. TZ Theologische Zeitschrift VEVox Evangelica VT Vetus Testamentum VTSup VT Supplements WC Westminster Commentaries WHJP Benjamin Mazar, ed. World History of the Jewish People: First Series: Ancient Times. Jerusalém: Jewish Historical Publications, 1970— YBFT Peter F. Ellis. The Yahwist. The Bible's First Theologian. Notre Dame, Ind.: Fides Press, 1968. ZAW Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft Nota: Para siglas de manuscritos do mar Morto, veja tábua 7. Prefácio O estudo da Bíblia Hebraica está em agitação e sofrendo rápida mudança. Este livro tenta orientar o leitor para uma compreensão crítica da Bíblia Hebraica e para o estado atual dos estudos bíblicos como prática intelectual e sociocultural. Ele sublinha o alcance expansivo de escolhas em métodos de estudo bíblico agora disponíveis, alcance bem mais amplo do que em qualquer tempo na longa história da interpretação bíblica. Minha aproximação intenta manter-se em continuidade deliberada com a erudição histórico- crítica mais antiga, contudo ela se ocupa com a profunda mudança e enriquecimento de estudos bíblicos introduzidos pelos novos enfoques que adquiriram força e impulso apenas nas duas últimas décadas. Com "Uma Introdução Socioliterária", pretendo identificar aquelas aproximações literárias e sociais científicas à Bíblia Hebraica as quais, em interação com métodos críticos mais antigos, revelam-se decisivas para as direções mutáveis dos estudos bíblicos. Dentro da crítica literária mais recente levo em consideração suas diversas formas, a saber, a Bíblia como literatura, crítica retórica e estilística e análise estrutural. Dentro da crítica social científica dou atenção àqueles aspectos do método antropológico e sociológico e da teoria que se tornaram os mais cruciais para os estudos bíblicos, e também aponto o seu rendimento atual numa compreensão ampliativa da organização social bíblica e da história social. Crítica das redações e diversos tipos de crítica canônica, que não estão claramente na categoria de importantes paradigmas literários novos ou das ciências sociais, mostram-se também serem importantes contribuintes para a atual excitação multifacética dos estudos bíblicos. Este volume segue amplamente o padrão histórico do meu anterior A Light to the Nations. An Introduction to the Old Testament (New York: Harper & Row, 1959). Difere dessa obra, entretanto, não só nas extensas mudanças trazidas pelas perspectivas literárias e das ciências sociais, mas também na sua maior concentração sobre os períodos exílico e pós-exílico. Descaso da era bíblica posterior pode ser considerado como tendência peculiarmente cristã, até especificamente protestante, refletida da maneira não crítica na obra de numerosos estudiosos biblistas não-judeus. O caráter progressivamente ecumênico da erudição bíblica ajudou a corrigir os pontos cegos de qualquer tradição única e assim a afiar as ferramentas que nós podemos agora aplicar colegialmente a estes textos. Esta Introdução é organizada em quatro partes. A I parte apresenta conhecimento contextual para focalizar a Bíblia Hebraica: a história da sua interpretação, o mundo bíblico e a história literária da Bíblia Hebraica. As II-IV partes apresentam a literatura bíblica em seqüência de acordo com os seus cenários sócio-históricos. Um prefácio a cada uma das três últimas partes discute as fontes de nosso conhecimento para cada período, à medida que ele é examinado. Um problema de organização surge ao apresentar escritos bíblicos em seqüência histórica aproximada, como nas II-IV partes: onde se deveriam colocar livros ou fontes bíblicos que possuem longa história das tradições e refletem crescimento em etapas durante séculos? Ao tratar de escritos bíblicos compostos ou lentamente desenvolvidos, dois princípios flexíveis de trabalho seguem-se neste volume: (1) quando há amplo acordo a respeito de pontos de apoio sócio- históricos de um escrito, a obra é discutida todas as vezes que for necessário em cada etapa relevante, como, por exemplo, com o escritor Sacerdotal (§15,1. 17,1-2; 19.2.a; 19.4; 48; 49) e o Livro de Isaías (§37.2; 50.2; 50.4.a); (2) quando, por outro lado, os cenários sócio-históricos de um escrito são vagos ou altamente controvertidos, ele é apresentado somente no seu ponto histórico fixado com a máxima segurança. Assim, os livros compostos de Amós e Miquéias, embora contendo material muito mais recente, são discutidos apenas uma vez e nos seus contextos do século VIII (§34.3; 37.1), e Daniel, embora conservando tradições mais antigas, é tratado unicamente no seu ambiente do século II (§55.2). Conforme a oportunidade, os capítulos são introduzidos por listas de leituras relevantes no texto bíblico e são ajustados à coleção de mapas históricos e textualmente orientados, publicada in Yohanan Aharoni e Michael Avi-Yonah, The Macmillan Bible Atlas. O próprio texto é subdividido em seções numeradas que contêm numerosas referências recíprocas. Mapas do antigo Oriente Próximo e da Palestina bíblica, em períodos históricos diferentes, foram fornecidos como abridores de partes e como anexos à seção sobre a história política, cultural e social do antigo Oriente Próximo (§9). São fornecidas numerosas tábuas e gráficos a fim de realçar a compreensão de leitores visualmente orientados. Entre estes está uma tábua de textos do antigo Oriente Próximo (tábua 1) provida de chave explicativa segundo James B. Pritchard (org.), Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament, e segundo Walter Beyerlin (org.), Near Eastern Religious Texts Relating to the Old Testament. Faz-se referência, no corpo deste livro, aos números tabulares dos textos do Oriente Próximo. Páginas específicas em Pritchard ou Beyerlin são citadas no corpo do texto somente quando a referência se limita a páginas dentro da paginação mais ampla fornecida na tábua. Da mesma maneira, é citada uma tábua de gêneros literários, formas ou tipos na Bíblia Hebraica (tábua 8), conforme os números tabulares em diversos pontos na análise literária. Fornece-se uma bibliografia de trabalho, que consta de duas partes: (1) livros e artigos dispostos de acordo com as seções do texto; e (2) comentários dispostos de acordo com os livros bíblicos. A cronologia adotada para a monarquia davídica é a de Edwin R. Thiele, The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings, 3ª ed. (Grand Rapids: Zondervan, 1983). Escolhi este esquema não porque seja irrepreensível, mas porque, me parece, levando tudo em conta, ser a solução mais satisfatória dos problemas cronológicos até agora propostos. Em proveito daqueles que não sabem a língua hebraica, transliterei os termos hebraicos aproximadamente conforme são pronunciados, ainda que isso acarrete algumas incongruências de acordo com os sistemas usuais de transliteração. Dentro da ampla rede de minha gratidão, escolho a curiosidade e imaginação dos meus alunos os quais, durante três décadas, me têm ajudado a aprofundar e esclarecer minha compreensão da Bíblia Hebraica, como também a comunicar essa compreensão de forma concreta e atraente. Em nível mais técnico, colegas íntimos em diversos grupos de trabalho da Academia Americana de Religião e da Sociedade de Literatura Bíblica proporcionaram apoio e desafio oportunos. Norman K. Gottwald I Parte O texto nos seus contextos 1. Ângulos de visão sobre a Bíblia Hebraica A Bíblia Hebraica, conhecida dos judeus como a Tanak 1 e dos cristãos como o Antigo Testamento, atrai e prendeos leitores por muitos motivos. Dentre suas numerosas formas literárias estão narrativas vividas compactas e poemas animados repletos de imagens que cativam prontamente o olhar e o ouvido. A linha das narrativas relata uma história política carregada de conflitos, entretecida com mais de mil anos de história do antigo Oriente Próximo. Suas leis, narrativas, listas, discursos proféticos e ditos da sabedoria mencionam uma multidão de instituições e práticas sociais que se modificam no decorrer dos séculos. Apresenta as palavras e os feitos de figuras tais como Moisés, Davi e Jeremias, os quais, freqüentemente, são considerados como exem- plos de fé religiosa ou de liderança comunal. É rica em expressões fortes da crença israelita/judaica 2 no Deus cujo nome especial era Iahweh, conduzindo a amplo espectro de conceitos e práticas religiosas e éticas ligadas à experiência social e política do povo. Finalmente, porque a Bíblia Hebraica é escritura sagrada para judeus e cristãos até o dia de hoje, e obteve lugar significativo na civilização ocidental, ela acena ao leitor a fim de que entenda e considere suas noções de divindade e de humanidade, de processo histórico e de ordem social, como também de ética e de vida boa. 1. Riqueza de métodos nos estudos bíblicos Qualquer dos pontos mencionados de compromisso com a Bíblia Hebraica — e formulei apenas os mais salientes — constitui ponto de partida apropriado para tratar do texto, e, necessariamente, leva consigo métodos precisos de análise e interpretação. Nos séculos anteriores, quando a Bíblia era usada quase exclusivamente para proporcionar sustentáculo às comunidades religiosas judaicas e cristãs, existiam limites determinados sobre os métodos pelos quais era estudado o texto. Nos séculos recentes, devido à Renascença, à Reforma, ao Iluminismo, a mudanças sociais importantes e à constante expansão do método científico sobre a maioria das áreas da experiência humana, a Bíblia libertou-se da aproximação religiosa exclusivamente doutrinai (confessional) e centralizada na igreja (eclesiástica). Ela tornou-se agora acessível em métodos científicos às muitas possibilidades de pesquisa que as diversas ciências abriram. "Científico" é significado aqui no sentido amplo de um método sistemático de estudo necessário para a análise e explicação inteligíveis de qualquer assunto. Ciência, no tocante aos estudos bíblicos, inclui não só ciências naturais, sociais e psicológicas, mas também esforços por maior precisão nas humanidades, como no estudo da língua, da literatura e da história, como tam- bém no exercício da filosofia como uma espécie de reflexão englobante sobre métodos científicos e resultados, conforme se relacionam com outras espécies de conhecimento. É típico do estudo atual da Bíblia Hebraica o fato de que mais e mais métodos usados nas 1 TaNaK é acrossemia das primeiras letras das três divisões da Bíblia Hebraica: Torá (Lei ou Pentateuco), Nevi'im (Profetas) e Kethuvim (Escritos). Sempre que "Bíblia" ou "bíblico" forem empregados neste livro, a referência é à Bíblia Hebraica, a menos que o contexto esclareça que se tenciona a Bíblia cristã, incluindo o Novo Testamento. 2 Nos estudos bíblicos correntes, "israel" e "israelita" (distintos de "israelense", cidadão do moderno Estado de Israel) referem-se ao povo na sua história primitiva até ou através do exílio babilônico, enquanto "judeu" e "judaico" referem- se ao povo depois da reintegração na Palestina logo após o exílio. O termo "judeu" vem da palavra hebraica yehudi, "judaíta" ("judeu" na forma latinizada posterior), ou seja, da tribo ou terra ou reino de Judá no uso pré-exílico. Após o exílio, o termo yehudi referia-se principalmente a judeus em sentido inclusivo, onde quer que eles morassem, mas ocasionalmente era aplicado mais restritamente a judaítas/judeus, ou seja, àqueles judeus que habitavam numa comunidade palestinense restaurada na terra e no Estado antigo de Judá. "Israel" é também empregado para todo o período bíblico, especialmente ao falar do povo como entidade religiosa. "Hebreus", outrora usado extensivamente para referir-se aos primitivos israelitas, agora não goza de preferência. A língua da Bíblia, uma forma do antigo cananeu, denomina-se "hebraica". Assim, com "Bíblia Hebraica" queremos significar que as Escrituras judaicas foram escritas na língua hebraica. ciências humanas, especialmente requintes nas humanidades e nas ciências sociais, foram utilizados a fim de entender estes antigos escritos. Até duas décadas passadas, houve consenso entre os estudiosos a respeito de utilizar número razoavelmente limitado de métodos críticos para o estudo da Bíblia, mas hoje, o espectro de métodos empregados nos estudos bíblicos ampliou-se dramaticamente. Além disso, cada um destes métodos é suficientemente autônomo e fundamental nas suas pressuposições e métodos de trabalho, no sentido de que métodos tomados em conjunto não sugerem qualquer quadro ou modelo (paradigma) único óbvio da natureza e do significado da Bíblia. De que modo estes diferentes métodos de pesquisa bíblica devem ser relacionados lógica e processivamente, tornou-se importante desafio intelectual que exigirá moldura completa de referência não prontamente à mão. Atualmente, não há provavelmente nenhum estudioso bíblico que domine compreensão profunda de todos os métodos agora operantes nos estudos bíblicos. É desejável que o estudioso sério da Bíblia Hebraica tenha algum senti do das principais fases no desenvolvimento de métodos nos estudos bíblicos. Estas etapas podem ser descritas na ordem cronológica, porque alguns métodos surgiram mais cedo do que outros e em diversas combinações mantiveram predominância até que outros métodos se juntaram ou os substituíram. A história do método nos estudos bíblicos adquiriu complexidade no decorrer dos séculos, não só por causa de pormenores acumulados de nomes e teorias científicos, mas também porque métodos do estudo bíblico, assim que são desenvolvidos, não desaparecem normalmente aos poucos como espécies extintas. Às vezes, continuam desafiantemente entre intérpretes que rejeitam métodos mais recentes. Ou, um método antigo, com alteração maior ou menor, perdura dentro do novo tipo ampliado de estudo. Existe ampla aceitação hoje no sentido de que todos os métodos já empregados no estudo bíblico possuem alguma base razoável para o seu uso, de forma que o assunto é raras vezes considerado agora como questão de concordar sobre que um só método deveria substituir os outros, mas, antes, o problema de como diversos métodos legítimos, de acordo com as finalidades em vista, deveriam juntar-se a fim de produzir compreensão global da Bíblia Hebraica nos seus aspectos mais fundamentais. Por exemplo, o interesse literário inicial dos estudiosos bíblicos era identificar as fontes utilizadas pelos autores. No decorrer dos últimos sessenta anos, o estudo literário expandiu- se a fim de incluir tradição oral, formas (gêneros) típicas e os ambientes na vida onde eles eram empregados, a edição crítica ou redação de um livro, e o lugar de cada um dos livros dentro da coleção completa de livros (cânon). Geralmente, aqueles que praticam os métodos literários mais novos não negam que fontes fossem utilizadas freqüentemente pelos autores bíblicos, nem tampouco insistem necessariamente em que é inútil pesquisar essas fontes. A agenda ampliada dos críticos literários bíblicos lembra, antes, que a determinação das fontes constitui-se apenas num problema entre vários problemas válidos a respeito de um livro bíblico e não no problema de importância exaustiva que outrora se julgava ser. Em resumo, a aparição de tantos métodosde estudo bíblico para diversas finalidades propendeu a relativizar e a qualificar o status de cada método. É fácil ser impaciente com discussões do método. Queremos chegar até o "conteúdo" e o "significado" da Bíblia, muitas vezes esquecidos do fato de que não temos acesso ao conteúdo e ao significado da Bíblia à parte de algum método de estudo. Todos os intérpretes chegam-se ao texto com suposições, disposições e instrumentos de análise que os levam a escolher aspectos do texto e a dispor, enfatizar e interpretar esses aspectos em modelos significativos. Somente com consciência de método, enquanto aplicado realmente ao texto, teremos condições de ver concretamente por que os intérpretes bíblicos têm discordado em suas conclusões e de oferecer relato seguro da base e justificação para nossos próprios métodos. 2. A aproximação religiosa confessional à Bíblia Hebraica A primeira etapa no estudo da Bíblia Hebraica foi basicamente religiosa em sentido confessional. Judeus e cristãos estudaram a Bíblia a fim de proporcionar compreensão e forma à prática de suas religiões. Em ambas as comunidades, até os dois últimos séculos, existiu consenso sólido a respeito do papel religioso da Bíblia. Acreditava-se ser o documento fundamental divina- mente revelado da sua fé. Desde o encerramento do século I cristão até o Iluminismo nos séculos XVIII e XIX, o judaísmo rabínico ortodoxo interpretava a Tanak através das normas da Lei Oral ou Talmud, e esta visão "normalizada" da Bíblia prevaleceu entre os judeus sem desafio sério (§10.2.c). Desde final do século II cristão até a Reforma protestante no século XVI, o cristianismo católico ortodoxo adotou uma interpretação semelhante normalizada do Antigo Testamento, enquanto considerada pelo Novo Testamento e o dogma da Igreja. O protestantismo, nas suas diversas ramificações, cedo caiu na interpretação dogmática da Bíblia. Divergências a partir de leituras religiosas normativas da Bíblia Hebraica eram ameaça que poderia ser tolerada, como no caso dos místicos, ou mais freqüentemente teve de ser banida, como no caso das seitas heréticas. Em nosso contexto, a importância da Reforma protestante foi que agora existiam dois modos importantes cristãos — católico e protestante — de confessar o significado religioso da Escritura, como também várias formas diferentes de interpretação protestante. Não é como se uma compreensão religiosa confessional da Bíblia Hebraica tenha cessado em nosso tempo. É, antes, que surgiram interpretações religiosas judaicas e cristãs múltiplas, e não meramente ao longo de linhas sectárias dentro de cada religião, mas também ao longo de um espectro a partir de interpretações mais literais para mais simbólicas e a partir de interpretações mais conservadoras para mais liberais ou radicais. Além do mais, há agora formulações prósperas de compreensão da Bíblia Hebraica, que são "de livre-pensamento" — humanistas e seculares na orientação. Estas aproximações admitem o conteúdo religioso da Bíblia, mas interpretam as suas alegações e significados da verdade, de maneira contrária aos corpos principais de judeus e cristãos. Esta crescente variedade de opções alternativas para entender a Bíblia, tanto dentro como também além do controle de corpos religiosos, é efeito das forças sociais e intelectuais amplas e penetrantes que se acumularam na sociedade ocidental no decorrer dos últimos poucos quinhentos anos. No conjunto, impõe-se a pergunta: Por que se dá o fenômeno de as pessoas terem tais compreensões diferentes, até contraditórias, do significado e do valor religiosos da Bíblia? Naturalmente, as pessoas variam muito em relação à extensão a que ficaram expostas a esta variedade de opiniões a respeito da Bíblia. Embora as interpretações confessionais tradicionais não mais sejam incontestadas, elas ainda são poderosamente defendidas em numerosos círculos judaicos e cristãos. É fato comum para a fiel sinagoga e para os membros das igrejas, ficarem surpreendidos e chocados quando, pela primeira vez, encontram seriamente outros modos de contemplar a Bíblia. A Bíblia tem sido incorporada subjetivamente como parte fundamental da instrução religiosa deles, de modo que quando sua desanuviada compreensão "ingênua" da Bíblia enfrenta métodos científicos de estudo bíblico, ela muitas vezes se torna experiência de distensão da mente, de questionamento de valores e de pesquisa interior. 3. A aproximação histórico-crítica à Bíblia Hebraica A segunda fase importante no estudo da Bíblia Hebraica foi a adoção do método histórico- crítico. Em lugar de tomar a autoria declarada e os conteúdos dos documentos no valor aparente, este método procura estabelecer as origens verdadeiras do texto e de avaliar a probabilidade de que os eventos por ele relatados aconteceram no modo descrito. Prova para esta pesquisa crítica deriva de dentro do documento e da comparação com outros documentos do mesmo período ou do mesmo tipo. Na Renascença, o método histórico-crítico foi aplicado a escritos gregos, romanos e outros presumivelmente antigos, incluindo documentos da Igreja. Este método foi mais lento em penetrar nos recintos sagrados da Escritura; a Reforma protestante, entretanto, ao afirmar a superioridade histórica e teológica da Bíblia sobre a Igreja, indiretamente incentivava a aplicação do método histórico-crítico secular ao texto bíblico. Durante o Iluminismo do século XVIII este método foi desencadeado sobre a Bíblia em plena dimensão. Inicialmente concentrado na Alemanha, o estudo histórico-crítico da Bíblia espalhou-se rapidamente por todo o mundo ocidental erudito. Desde o início, este modo científico de estudar a Bíblia fez um lugar para si próprio dentro de numerosos setores das próprias comunidades religiosas judaicas e cristãs que haviam interpretado tradicionalmente a Bíblia Hebraica exclusivamente de maneira religiosa confessional. O palco estava armado para conflito prolongado e para diversas espécies de adaptação, entre métodos religiosos e científicos de estudo bíblico. Por enquanto, voltaremos nossa atenção ao modo como a Bíblia se apresentou quando analisada e avaliada do ponto de vista do método histórico- crítico. 3.1. A Bíblia como criação humana Na sua escolha do método secular para estudar a Bíblia Hebraica, os críticos históricos não negavam o caráter religioso inato da Bíblia, nem, na maioria dos casos, acreditavam que a Bíblia perdesse o seu significado religioso quando estudada criticamente. A pressuposição básica dos críticos históricos era que o aspecto religioso da vida, por mais "sobrenatural" que ele alegue ser nas suas versões judaicas e cristãs ortodoxas, é semelhante a todos os outros aspectos da vida ao ser histórico e evolucionário. Idéias e práticas religiosas surgem, obtêm predominância, mudam, combinam-se, interagem reciprocamente, declinam e morrem aos poucos. Como com tudo o que é humano, os fenômenos religiosos têm a sua história. Em particular, acreditavam os críticos históricos que o estudo cuidadoso da Bíblia Hebraica, utilizando com precisão os métodos aplicados no estudo de qualquer produto literário, seria capaz de descobrir as origens verdadeiras e o desenvolvimento das idéias e práticas religiosas israelitas/judaicas, as quais, durante muito tempo, tinham estado escondidas por trás da forma compilada da Bíblia Hebraica interpretada como narrativa sobrenatural unificada. A verdade religiosa válida ou "mensagem" da Bíblia Hebraica só poderia ser trazida à luz quando considerada como a religião de um povo particular numa época e lugar particulares, enquanto expressos nestes escritos particulares. Mesmo que isso pudesse trazer inquietação para as opiniões tradicionaisda Bíblia nos círculos religiosos, os críticos históricos consideravam como sua obrigação intelectual, até como seu dever religioso, informar a crentes e não-crentes do mesmo modo, a respeito da realidade Histórica das origens da Bíblia Hebraica e da fé israelita/judaica. 3.2. Crítica das fontes e crítica das formas Os críticos históricos voltaram-se para o estudo da Bíblia Hebraica co mo se voltariam para o estudo de Homero, Tucídides, Dante ou Shakespeare, descobrindo, conforme eles seguiam, as peculiaridades da literatura bíblica. Em primeiro lugar, a Bíblia mostrou ser uma coleção considerável de livros provindos de muitas mãos junto com uma história interna de desenvolvimen- to que precisava ser reconstruída a partir de pistas no texto e a partir de analogias com tipos semelhantes de literatura. Os autores de livros bíblicos eram freqüentemente anônimos e a informação explícita para datar os livros era muitas vezes escassa. Um aspecto limitado de crítica literária, conforme agora a entendemos, isto é, crítica das fontes, foi usada para identificar fontes fragmentárias e ex tensivas dentro dos livros bíblicos. Por exemplo, quatro fontes literárias foram reconhecidas como estendendo-se através de dois ou mais livros na primeira divisão da Bíblia Hebraica (§13), e ficou estabelecido que os livros proféticos não só continham as palavras do profeta original mencionado, mas também numerosas adições e revisões no decorrer do tempo (§28). No início do século XX, este projeto de crítica das fontes foi expandido pela assim denominada crítica das formas, que visava a isolar unidades menores caracte- rísticas da tradição, que se considerava serem orais na sua origem e altamente convencionais na sua estrutura e linguagem (§11.1b). Estas fontes menores ou maiores, fundidas ou enfiadas juntamente nos livros completados da Bíblia, foram colocadas, à medida do possível, nos seus cenários históricos ou típicos respectivos. Podemos ilustrar os critérios e resultados da crítica das fontes com referência ao Pentateuco, assinalando a prova para substituir Moisés como o seu autor com uma teoria de quatro escritores mais recentes: 1. Referências textuais para ou implicações a respeito da autoria. Salvo quando ele fala, a referência a Moisés é feita na terceira pessoa. Apenas determinadas partes do texto afirma-se explicitamente terem sido escritas por Moisés (e. g., Ex 7,14; 24,4; 34,27-28; Nm 33,2). Há forte implicação no sentido de que o autor não considera Moisés como o autor de livros extensivos, mas apenas o autor de alguns materiais encaixados em relatos mais amplos. 2. Língua e estilo do texto. Variações no vocabulário, freqüentemente quanto às mesmas pessoas, lugares e coisas, aparecem regularmente como "constantes literárias" em passagens que ostentam marcadamente estilos diferentes. Por exemplo, nos lugares onde é empregado o nome Iahweh, o monte da aliança é denominado Sinai, os habitantes originários da Palestina são cananeus, e o sogro de Moisés chama-se Raguel ou Hobab. Ao tratarem os mesmos eventos, contudo, outras passagens empregam Elohim para divindade, o monte da aliança é Horeb, o povo pré-israelita da Palestina são os amorreus, e o sogro de Moisés é chamado Jetro. Uma vez que estas variações no vocabulário acham-se de maneira tão regular unidas a diferenças no estilo, conceito e ponto de vista histórico, elas não podem ser adequadamente explicadas como termos sinônimos utilizados por um único escritor a fim de atenuar a monotonia ou a fim de dar ênfases diferentes. 3. Conceitos éticos e teológicos no texto. Um espectro de visões aparece dentro do Pentateuco relativamente a imaginar a divindade, o afastamento ou a proximidade do divino, de que modo Iahweh/Elohim se comunica com os homens, e o que deles espera Iahweh/Elohim. Estas visões variantes estão intimamente correlacionadas com as constantes literárias. Por exemplo, as se- ções de "Iahweh-Sinai-cananeus-Raguel-Hobab" retratam vividamente um Deus intervindo ativamente, o qual aparece às pessoas e espera fé e devoção infantis que haverão de abençoar a todas as nações (a assim chamada fonte J; §13.1; 31.1), enquanto as seções de "Elohim-Horeb- amorreus-Jetro" mostram uma divindade mais reservada que se comunica pelos sonhos e visões, e acentua o perigo da apostasia por causa das nações estrangeiras e as exigências extraordinárias de fidelidade religiosa (a assim chamada fonte E; §13.2; 34.1). Um terceiro agrupamento de constantes literárias, primordialmente no Deuteronômio, deriva o comportamento ritual e social de um prescrito livro de leis dado pela divindade, cujo "nome" habita com Israel no templo de Jerusalém sob os cuidados dos levitas (a assim chamada fonte D, ou ampliada HD; §13.3; 22.3; 26; 37.3). Contudo, uma quarta série de constantes literárias é consignada a um ritual mais elaborado executado por um sacerdócio da linha de Aarão e retrata uma divindade grandiosa, cuja "glória" habita com Israel desde que o povo adira fielmente ao ritual próprio e à lei moral (a assim chamada fonte P; §13.4; 17.1-2; 19.2.a; 49). 4. Continuidades e descontinuidades no texto. As narrativas e leis de Gênesis- Deuteronômio não se lêem com seqüência homogênea, mas nos chocam pelas lacunas e contradições que não mostram o ponto de vista de uma única mente compositora. Alguns assuntos ficam simplesmente sem serem explicados (Onde Caim obteve a sua esposa?). A linha da ação é muitas vezes quebrada ou obscura (Quantas vezes Moisés sobe e desce o monte Sinai/ Horeb?). Por vezes, o mesmo relato oferece informação contraditória (Quanto tempo durou o dilúvio?). De vez em quando, basicamente o mesmo incidente é repetido como se acontecesse duas ou mais vezes (Fizeram, Abraão, duas vezes e Isaac, uma vez, "passar falsamente" suas esposas por suas irmãs?). 5. Ponto de vista histórico do texto. Pormenores de improviso no texto mostram o narrador estar falando a partir de época posterior a Moisés (e. g., referências aos filisteus, à monarquia de Israel, aos camelos domesticados, a cidades batizadas com outro nome etc). De maneira mais significativa, as fontes identificadas como acima, fornecem sinais definidos de que elas foram escritas em momentos de condições e preocupações sociopolíticas e religiosas diferenciadas na experiência posterior de Israel: a fonte J sugere uma época de independência nacional vigorosa e autoconfiante; a fonte E fala de uma época de conflito intercomunal e apostasia religiosa; a fonte D/HD surge numa época de reforma social, política e religiosa nacional centralizada no templo de Jerusalém e trata de tornar compreensível o malogro do esforço dessa reforma; e a fonte P pressupõe a perda da independência política como também a reelaboração e a reafirmação calculadas do ritual religioso e do controle sacerdotal a fim de proporcionar segurança comunal. Além disso, tornou-se evidente o fato de que a ordem em que os livros foram finalmente dispostos na Bíblia Hebraica não foi a ordem em que os livros haviam sido escritos. Soluções para este enigma cronológico tornaram-se cada vez mais complicadas pelo fato de que livros bíblicos isolados continham materiais de períodos de tempo diferentes. Tal aconteceu com o Livro de Isaías, no qual amplas partes dos caps. 1-39 estão orientadas para o século VI a.C. 3 (Isaías do Exílio, eventualmente subdividido em Dêutero-Isaías, caps. 40-55, e Trito-Isaías, caps. 56-66). Uma disposição de blocos de materiais literários da Bíblia Hebraica em conformidade com a sua ordem aproximada de composição mostra seqüência muito diferente da que agora aparece na ordem tradicional dos livros (gráfico 3). Mesmo o agrupamento tradicional de livros bíblicos variou
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