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Contabilidade Fundamental - aula 3

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AGENTE DO 
TERCEIRO SETOR 
FUNDAMENTAL 
AULA 3 
 Contabilidade 
Plano de Contas 
Jair Gomes de Araújo 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO........................................................................................................3 
 
RECOMENDAÇÕES....................................................................................................3 
 
PRINCIPAIS NOVIDADES ITG 2002...........................................................................4 
 
PLANO DE CONTAS ..................................................................................................7 
 
FUNÇÃO DAS CONTAS............................................................................................13 
 
O PLANO DE CONTAS E OS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS......................................15 
 
GLOSSÁRIO..............................................................................................................17 
 
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
FUNDAMENTAL 
Contabilidade 
Plano de Contas 
APRESENTAÇÃO 
 
Caro aluno: 
Este material didático corresponde à disciplina de Contabilidade do curso “Agente do 
Terceiro Setor Fundamental”. 
 
Contabilidade 
1 - A obrigatoriedade da Contabilidade para as Entidades do Terceiro Setor. 
2 - Documentação contábil: organização e controle. 
3 - Plano de Contas. 
4 - Obrigações assessórias – Retenções. 
5 - Obrigações assessórias – Recolhimentos. 
6- Departamento pessoal – Tipos de colaboradores e contratações. 
7- Processamento da Folha de Pagamento. 
8 - Controles Internos na entidade do Terceiro Setor. 
9 - Convênio e Parcerias. 
 
A disciplina de Contabilidade é importante para seu processo de capacitação e 
compreensão de questões contábeis que envolvem as entidades sociais. 
Os conteúdos foram cuidadosamente selecionados e a linguagem utilizada facilitará 
seus estudos à distância. 
Caso precise, procure sempre o glossário para consultar termos técnicos. 
 
RECOMENDAÇÕES: 
 
• LEIA OS TEXTOS INDICADOS (acesse os textos assinalados). 
• PROCURE EXPLORAR A BIBLIOGRAFIA OFERECIDA. 
• PARTICIPE DO FÓRUM DE DEBATES E TIRA- DÚVIDAS. 
• FAÇA A AVALIAÇÃO DE MÚLTIPLA ESCOLHA. 
 
Lembre-se de que poderá contar, sempre que precisar, com a ajuda do professor e 
de todos da Escola Aberta. 
Desejamos que tenha muito sucesso nesta aula e em toda a disciplina do curso. 
Bom Estudo! 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
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Contabilidade 
Plano de Contas 
PRINCIPAIS NOVIDADES ITG 2002 
 
A entidade sem finalidade de lucros pode exercer atividades, tais como as de 
assistência social, saúde, educação, técnico-científica, esportiva, religiosa, política, 
cultural, beneficente, social e outras, administrando pessoas, coisas, fatos e 
interesses coexistentes, e coordenados em torno de um patrimônio com finalidade 
comum ou comunitária. A entidade sem finalidade de lucro pode ser constituída sob 
a natureza jurídica de fundação de direito privado, associação, organização 
religiosa, partido político e entidade sindical. 
Seguem abaixo algumas normas contábeis a serem seguidas pelas Entidades: 
 
ITG 2000 – Escrituração Contábil 
 
ITG 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros 
 
Esclarecimentos sobre as principais novidades introduzidas pela 
interpretação: ITG 2002 - Entidade sem Finalidade de Lucro 
A Resolução CFC nº 1.409, que aprovou a Interpretação ITG 2002 - Entidade sem 
Finalidade de Lucros, que revogou as seguintes Resoluções do CFC: 966/2003 - 
NBC T 10.19 - Entidades sem finalidade de lucros; 926/2001 - NBC T 10.19 
Entidades sem finalidade de lucros; 877/2000 - NBC T 10.19 Aspectos Contábeis 
Entidades sem finalidade de lucros; 852/1999 - NBC T 10.18 Entidades Sindicais e 
Associações de Classe; 838/1999 - NBC T 10.18 Aspectos Contábeis Entidades 
Sindicais; e 837/1999 - NBC T 10.4 Aspectos Contábeis entidades diversas 
Fundações. 
Estabeleceu ainda que a referida interpretação entra em vigor na data da sua 
publicação, aplicando-se aos exercícios a partir de 1º de janeiro de 2012. O Objetivo 
da Interpretação foi o de estabelecer critérios e procedimentos específicos de 
avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de 
estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem 
divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de lucro (tem seu 
alcance definido para: Fundação de direito privado, Associação, Organização social, 
Organização religiosa, Partido político, Entidade sindical, seja Confederação, 
Central, Federação e Sindicato; a qualquer Associação de classe; às outras 
denominações que possam ter, abrangendo tanto a patronal como a de 
trabalhadores). 
A Interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de 
lucros, especialmente entidade imune, isenta de impostos e contribuições para a 
seguridade social, beneficente de assistência social e atendimento aos Ministérios 
que, direta ou indiretamente, têm relação com entidades sem finalidade de lucros e, 
ainda, Receita Federal do Brasil e demais órgãos federais, estaduais e municipais. 
O Conselho Federal de Contabilidade também estabeleceu que se aplicam à 
 
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Plano de Contas 
entidade sem finalidade de lucros os Princípios de Contabilidade e também a NBC 
TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ou as normas 
completas (IFRS completas) naqueles aspectos não abordados na Interpretação. 
 
As principais novidades sobre o registro contábil: 
 Ratifica que as receitas e as despesas devem ser reconhecidas, respeitando-
se o regime contábil de competência; 
 As doações e subvenções recebidas para custeio e investimento devem ser 
reconhecidas no resultado, observado o disposto na NBC TG 07 – Subvenção 
e Assistência Governamentais; 
 Ratifica que os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e 
despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada, 
identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência 
social e demais atividades; 
 Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento no resultado, a 
contrapartida da subvenção, de contribuição para custeio e investimento, bem 
como de isenção e incentivo fiscal registrados no ativo, deve ser em conta 
específica do passivo; 
 Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de lucros a título de 
gratuidade devem ser reconhecidos de forma segregada, destacando-se 
aqueles que devem ser utilizados em prestações de contas nos órgãos 
governamentais; 
 O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social. O 
superávit, ou parte de que tenha restrição para aplicação, deve ser 
reconhecido em conta específica do Patrimônio Líquido; 
 O benefício concedido como gratuidade por meio da prestação de serviços 
deve ser reconhecido pelo valor efetivamente praticado; 
 Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a 
apuração das informações para prestação de contas exigidas por entidades 
governamentais, a portadores, reguladores e usuários em geral; e, 
 O trabalho voluntário deve ser reconhecido pelo valor justo da prestação do 
serviço como se tivesse ocorrido o desembolso financeiro. 
 
Sobre as Demonstrações contábeis os principais aspectos a serem 
observados são os seguintes: 
As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem 
finalidade de lucros, são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultadodo 
Período, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos 
Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 ou na 
Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicável. 
No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por 
 
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Contabilidade 
Plano de Contas 
Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No Balanço Patrimonial e 
nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido 
e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por 
superávit ou déficit do período. 
Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as informações 
de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e divulgadas em notas 
explicativas por tipo de atividade. 
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser classificadas nos 
fluxos das atividades operacionais. 
 
Destacamos a inclusão na interpretação da utilização das Contas de 
compensação: 
Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações 
contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação transações 
referentes a isenções, gratuidades e outras informações para a melhor evidenciação 
contábil. 
 
Na divulgação destacamos as principais novidades a serem incluídas nas 
demonstrações contábeis e que devem ser complementadas por notas 
explicativas: 
 Eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados 
futuros da entidade; 
 Os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação, amortização 
e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser observado a obrigatoriedade do 
reconhecimento com base em estimativa de sua vida útil; 
 Segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais atendimentos 
realizados pela entidade; 
 Todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma segregada, 
destacando aquelas que devem ser utilizadas na prestação de contas nos 
órgãos governamentais, apresentando dados quantitativos, ou seja, valores 
dos benefícios, número de atendidos, número de atendimentos, número de 
bolsistas com valores e percentuais representativos; e, 
 A entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor 
reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços prestados. 
 A aplicação da ITG 2002 - Entidade sem Finalidade de Lucros deverá ser de 
forma integral conforme publicado pelo Conselho Federal de Contabilidade - 
CFC. 
 
http://www.sindcontsp.org.br/view/paginas.php?idTexto=12549&id=38 
 
 
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Plano de Contas 
PLANO DE CONTAS 
 
Diante dessas obrigações e particularidades relacionadas às Entidades sem fins 
lucrativos, o estudo do Plano de contas ajuda a visualizar as várias contas e suas 
classificações na Contabilidade das Entidades. 
Plano de Contas é uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a 
conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição das contas em seus 
títulos, funções, funcionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e 
reduções. (Sá, 2004:22). 
 
a) Tamanho da Entidade 
Por exemplo, para uma entidade de maior porte a elaboração do Plano de Contas 
merece uma atenção especial, com a criação de centros de custos que evidenciam 
as atividades e os projetos. 
 
b) Atividade 
O Plano de contas deve ser elaborado considerando o objetivo de cada entidade, as 
áreas de atuação; as atividades fins e meio da entidade. 
 
c) Sistema contábil 
O profissional contábil deverá atentar-se ao tipo de sistema contábil usado, que 
permita as adaptações necessárias de acordo com as especificidades de cada 
entidade, não deixando de lado as exigências profissionais. 
 
d) Usuários 
O Plano de Contas deverá expressar o tipo de informação desejada pelos usuários, 
que podem ser internos ou externos, ajustando-se portanto aos interesses e 
exigências legais e profissionais. 
 
e) Limite 
O Plano de Contas não deve limitar-se ao simples registro do fato contábil, mas 
complementado com um detalhamento da função e funcionamento das contas, 
incluindo esquemas de apuração de resultados, formação dos custos, 
principalmente das gratuidades e a demonstração das isenções usufruídas. 
 
Também são recomendáveis breves orientações, aos usuários do Plano de Contas, 
sobre os principais critérios adotados para avaliação dos ativos e passivos, 
observados os Princípios de Contabilidade, formando um conjunto de instruções que 
detalham as funções e o uso de cada uma das contas do Plano. 
 
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Plano de Contas 
No nosso exemplo (segue abaixo na tabela do Plano de Contas) o código será 
constituído de um número de 4 (quatro) algarismos, que indicam da esquerda para a 
direita: 
 
1º Algarismo – o grupo 
2º Algarismo – o sub-grupo 
3º Algarismo – o titulo contábil 
4º Algarismo – a conta analítica 
 
Proposta de Plano De Contas 
Código Título da Conta 
1. Ativo 
1.1 Circulante 
1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 
1.1.1.01 Caixa 
1.1.1.02 Bancos Conta Movimento – Recursos sem Restrições 
1.1.1.03 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros 
1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições 
1.1.1.05 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – 
Recursos sem Restrições 
1.1.1.06 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata –
Recursos de Terceiros 
1.1.1.07 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – 
Recursos com Restrições 
1.1.2 Créditos a Receber 
1.1.2.01 Mensalidades de Terceiros 
1.1.2.02 Atendimentos Realizados 
1.1.2.03 Adiantamentos a Empregados 
1.1.2.04 Adiantamentos a Fornecedores 
1.1.2.05 Recursos de Parcerias em Projetos 
1.1.2.06 Tributos a Recuperar 
1.1.2.07 Despesas Antecipadas 
 
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Plano de Contas 
1.1.3 Estoques 
1.1.2.01 Produtos Próprios para Venda 
1.1.2.02 Produtos Doados para Venda 
1.1.2.03 Almoxarifado / Material de Expediente 
1.2 Não Circulante 
1.2.1 Realizável a Longo Prazo 
1.2.1.01 Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição 
1.2.1.02 Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição 
1.2.3 Imobilizado 
1.2.3.01 Bens sem Restrição 
1.2.3.02 Bens com Restrição 
1.2.3.03 (-) Depreciação Acumulada 
1.2.4 Intangível 
1.2.4.01 Direitos de Uso de Softwares 
1.2.4.02 Direitos de Autor e de Marcas 
1.2.4.03 (-) Amortização Acumulada 
Código Título da Conta 
2. Passivo + Patrimônio Social 
2.1 Circulante 
2.1.1 Exigível 
2.1.1.01 Fornecedores de bens e serviços 
2.1.1.02 Obrigações com Empregados 
2.1.1.03 Obrigações Tributárias 
2.1.1.04 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 
2.1.1.05 Recursos de Projetos em Execução 
2.1.1.06 Recursos de Convênios em Execução 
2.1.1.07 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar 
2.2 Não Circulante 
 
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Plano de Contas 
2.2.1 Exigível a Longo Prazo 
2.2.1.01 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 
2.2.1.02 Recursos de Projetos em Execução 
2.2.1.03 Recursos de Convênios em Execução 
2.2.1.04 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar 
Código Título da Conta 
2.3 Patrimônio Liquido 
2.3.1 Patrimônio Social 
2.3.1.01 Patrimônio Social 
2.3.1.02 Outras Reservas 
2.3.1.03 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
2.3.1.04 Superávit ou Déficit Acumulado 
Código Título da Conta 
3. RECEITASOPERACIONAIS 
3.1 Receitas Operacionais 
3.1.1 Com Restrição 
3.1.1.01 Programa (Atividades) de Educação 
3.1.1.02 Programa (Atividades) de Saúde 
3.1.1.03 Programa (Atividades) de Assistência Social 
3.1.1.04 Programa (Atividades) de Direitos Humanos 
3.1.1.05 Programa (Atividades) de Meio Ambiente 
3.1.1.06 Outros Programas (Atividades) 
3.1.1.07 Gratuidades 
3.1.1.08 Trabalho Voluntário 
3.1.1.09 Rendimentos Financeiros 
3.1.2 Sem Restrição 
 
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Plano de Contas 
3.1.2.01 Receitas de Serviços Prestados 
3.1.2.02 Contribuições e Doações Voluntárias 
3.1.2.03 Ganhos na Venda de Bens 
3.1.2.04 Rendimentos Financeiros 
3.1.2.05 Outros Recursos Recebidos 
Código Título da Conta 
4. CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS 
4.1 CUSTOS 
4.1.1 Com Programas (Atividades) 
4.1.1.01 Educação 
4.1.1.02 Saúde 
4.1.1.03 Assistência Social 
4.1.1.04 Direitos Humanos 
4.1.1.05 Meio Ambiente 
4.1.1.06 Gratuidades Concedidas 
4.1.1.07 Trabalho Voluntário 
4.2 DESPESAS OPERACIONAIS 
4.2.1 Administrativas 
4.2.1.01 Salários 
4.2.1.02 Encargos Sociais 
4.2.1.03 Impostos e Taxas 
4.2.1.04 Aluguéis 
4.2.1.05 Serviços Gerais 
4.2.1.06 Manutenção 
4.2.1.07 Depreciação e Amortização 
4.2.1.08 Perdas Diversas 
5 Contas de Compensação 
5.1 Contas de Compensação Ativas 
 
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Plano de Contas 
5.1.1 Obrigações Vinculadas 
5.1.1.01 Obras e Edificações a Executar 
5.1.1.02 Projetos 
5.1.2 Utilização de Bens e Serviços 
5.1.2.01 Bens sob Condicionalidades 
5.1.1.02 Serviços sob Condicionalidades 
5.2 Contas de Compensação Passivas 
5.2.1 Obrigações a Cumprir 
5.2.1.01 Compromissos de Obras e Edificações 
5.2.1.02 Compromissos Projetos 
5.2.2 Utilização de Bens e Serviços 
5.2.2.01 Bens sob Condicionalidades 
5.2.2.02 Serviços sob Condicionalidades 
 
Contas de compensação 
 
Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações 
contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação: transações 
referentes a isenções, gratuidades e outras informações para a melhor evidenciação 
contábil(*) 
(*) ITG 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FUNÇÃO DAS CONTAS 
 
A função das contas é parte descritiva do funcionamento da conta que, juntamente 
com o elenco, compõe o plano de contas. 
 
Exemplos de algumas contas do ativo 
 
Título da conta 
Bancos Conta Movimento – Recursos sem 
Restrições – Código 1.1.2.02. 
Função da conta Registra os recursos financeiros livres. 
Funcionamento da conta 
É debitada pela entrada dos recursos 
financeiros para aplicação nas atividades 
sociais. 
Natureza do saldo Devedor. 
 
Título da conta 
Bancos Conta Movimento – Recursos de 
Terceiros – Código 1.1.2.03. 
Função da conta 
Registra os recursos financeiros de terceiros em 
poder da entidade em virtude de parcerias, 
enquanto aguardam retorno aos proprietários. 
Funcionamento da conta 
É creditada pela entrega dos recursos financeiros 
em cumprimento da parceria. 
Natureza do saldo Devedor. 
 
Título da conta Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições – 
Código 1.1.2.04. 
Função da conta Registra os recursos financeiros de entidades 
convenientes ou contratantes com aplicação específica 
no objeto do contrato ou convênio. 
Funcionamento da 
conta 
É debitada pela 
entrada dos 
recursos oriundos 
das entidades 
convenientes ou 
contratantes. 
É creditada pela aplicação dos 
recursos financeiros no objeto 
conveniado ou contratante. 
Natureza do saldo Devedor. 
 
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Contabilidade 
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Título da conta 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – 
Recursos sem Restrições – Código 1.1.2.05. 
Função da conta 
Registra os recursos financeiros de propriedade 
da entidade aplicados. 
Funcionamento da 
conta 
É debitada pela 
entrada dos 
recursos em renda 
fixa ou variável. 
É creditada pelo resgate 
dos recursos aplicados 
pelo imposto de renda. 
Natureza do saldo Devedor. 
Título da conta 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – 
Recursos de Terceiros – Código 1.1.2.06. 
Função da conta 
Registra os recursos financeiros de parceiras 
aplicados em poder da entidade. 
Funcionamento da conta 
É debitada pela 
aplicação dos 
recursos em renda 
fixa. 
É creditada pelo resgate 
dos recursos aplicados 
e pelo imposto de 
renda. 
Natureza do saldo Devedor. 
Título da conta 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – 
Recursos com Restrição – Código 1.1.2.07. 
Função da conta 
Registra os recursos financeiros de entidades 
convenientes ou contratantes, em poder da 
entidade, aplicados. 
Funcionamento da 
conta 
É debitada pela 
aplicação dos 
recursos em renda 
fixa. 
É creditada pelo resgate dos 
recursos aplicados e pelo 
imposto de renda. 
Natureza do saldo Devedor. 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
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O PLANO DE CONTAS E OS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 
 
Sempre devemos analisar todos os aspectos tributários de uma entidade sem fins 
lucrativos, para o enquadramento do benefício da Imunidade ou isenção de 
Impostos e Contribuições. 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
I. impostos; 
II. taxas, 
III. contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
Constituição Federal 
Art. 150. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
 
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL 
IRPJ ICMS ISS 
IPI IPVA IPTU 
ITR ITCMD ITBI 
I.s/Importação (II) 
 
I.s/ Exportação (IE) 
 
 
A imunidade tem caráter permanente, somente podendo ser mudada com a 
alteração da Constituição Federal. 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância 
dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus 
objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
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Plano de Contas 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 
 § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são 
exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das 
entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos 
constitutivos 
A isenção é a não exigência temporáriado tributo, devido previsão em lei, mesmo 
com a ocorrência do fato gerador. 
As isenções podem alcançar todos os tipos de tributo: 
- Impostos; 
- Taxas; 
- Contribuições. 
 
“A formação deve ser constante, sistematizada, porque a prática se faz e se refaz”. 
Paulo Freire 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GLOSSÁRIO 
 
Ativos - são os bens e direitos, de propriedade da Entidade, com a função de gerar 
benefícios no presente e no futuro. 
Balanço patrimonial - é a demonstração financeira que representa a situação 
econômica e financeira da Entidade. É conhecida como demonstração Estática. 
Classificação do ativo - o ativo é classificado obedecendo a ordem de liquidez: 
circulante e não circulante, no não circulante, divide-se em realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. 
Classificação do Passivo - o passivo é classificado em dois grupos: circulante e 
não circulante, as contas do circulante representam obrigações que vencem no 
exercício social, e as do não circulante vencem após o exercício social. 
Custo - é um gasto que se refere ao bem ou serviço usado na produção de outros 
bens ou serviços. 
Depreciação - é o cálculo do desgaste do bem imobilizado, reconhecendo a 
diminuição do valor do bem pelo uso. 
Despesa - é o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção 
de receita, é o sacrifício para obter receita. 
Disponível - contas de ativo circulante que representam numerário em caixa, saldo 
em contas bancárias ou aplicações de liquidação imediata. 
Estoque - Em administração, estoque, refere-se às mercadorias, produtos (finais ou 
inacabados) ou outros elementos na posse de um agente econômico. Na venda do 
estoque pretende-se obter lucro. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estoque). 
Exercício social é o período de tempo que a empresa demora para fechar seu ciclo 
de operação e, na grande maioria das vezes, é um ano. 
Fundos - representam a classificação que se faz na contabilidade para registrar os 
recursos recebidos para atender atividades ou projetos específicos, são criados 
então vários fundos para separar cada projeto, valendo-se das restrições impostas 
pelos doadores externos à entidade ou mesmo observando restrições impostas 
pelos órgãos diretivos da entidade. 
Imobilizado é o conjunto de bens e direitos necessários à execução das atividades 
da empresa: terrenos, edifícios, instalações, máquinas e equipamentos, veículos, 
móveis e utensílios, entre outros. 
Intangível - faz parte do grupo de ativos não circulantes que representam ativos que 
não são físicos, não possuem forma, como por exemplo: a marca, as patentes, o 
fundo de comércio, entre outros. 
Investimentos - é o conjunto de ações de outras empresas, representam 
participações permanentes em outras sociedades. 
Passivo - são as obrigações que uma Entidade tem com capital de terceiros, 
representam as origens de recursos da Entidade. 
Patrimônio líquido - é a diferença entre o total de Ativo e o total de Passivo em 
 
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FUNDAMENTAL 
Contabilidade 
Plano de Contas 
determinado período. 
Plano de contas - é um conjunto de contas que serão utilizadas no processo 
contábil da Entidade. Quanto mais detalhado e específico for o Plano de contas para 
cada Entidade, melhor será a qualidade da informação contábil. 
Subvenção - é um auxílio pecuniário, em geral concedido pelo poder público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
FUNDAMENTAL 
Contabilidade 
Plano de Contas 
BIBLIOGRAFIA 
 
FUNDAMENTAL 
ARAÚJO, A.M.P.; ASSAF, A. Introdução à contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
CFC - Manual de procedimentos contábeis para Fundações e Entidades de 
interesse social - disponível pelo link: 
http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_manual_fund.pdf, acesso em 13 de novembro de 
2012. 
 
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 00- Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgaçãode Relatório Contábil-Financeiro, disponível pelo link: 
http://www.cpc.org.br/pdf/cpc00_r1.pdf, acesso em 08 de outubro de 2012. 
 
CRC RS - Manual de incentivos Fiscais - disponível pelo link: 
http://www.crcrs.org.br/janelas/downloadl.htm, acesso em 13 de novembro de 2012. 
 
CTN Código Tributário Nacional - disponível pelo link: 
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm, acesso em 08 de 
outubro de 2012. 
 
Demonstração da Responsabilidade Social - disponível pelo link: 
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_resposocial.pdf, acesso em 11 de 
novembro de 2012. 
 
IUDÍCIBUS, S. de Teoria da Contabilidade, 8a ed. - São Paulo: Atlas, 2006. 
 
ITG 2000 - Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil - disponível pelo link: 
www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1330.doc, acesso em 20 de novembro de 
2012. 
 
ITG 2002 – Entidade sem finalidade de lucros - disponível pelo link: 
www.cfc.org.br/uparq/ITG%202002%20audiencia.doc, acesso em 20 de novembro 
de 2012. 
 
MARTINS, E. Contabilidade de Custo, 10a ed. - São Paulo: Atlas, 2010. 
 
Normas brasileiras de contabilidade - Normas Completas - disponível pelo link: 
 
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AGENTE DO TERCEIRO SETOR 
FUNDAMENTAL 
Contabilidade 
Plano de Contas 
http://www.cfc.org.br/uparq/NBC_TG_GERAL_COMPLETAS_31082012.pdf, acesso 
em 13 de novembro de 2012. 
 
 
COMPLEMENTAR 
FAVERO, H.M. et al. Contabilidade: Teoria e Pratica. 6a ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
Wikipedia página principal– disponível pelo link: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal, acesso em 
03 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
Educação à distância 
 
(Material didático) 
Modo de acesso: Escola Aberta- Virtual 
Também disponível para reprografia 
Inclui bibliografia 
Este material é de uso exclusivo dos matriculados nos cursos à distância da 
ESCOLA ABERTA DO TERCEIRO SETOR 
ADMINISTRAÇÃO - www.escolaaberta3setor.org.br

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