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AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL AULA 3 Contabilidade Plano de Contas Jair Gomes de Araújo SUMÁRIO APRESENTAÇÃO........................................................................................................3 RECOMENDAÇÕES....................................................................................................3 PRINCIPAIS NOVIDADES ITG 2002...........................................................................4 PLANO DE CONTAS ..................................................................................................7 FUNÇÃO DAS CONTAS............................................................................................13 O PLANO DE CONTAS E OS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS......................................15 GLOSSÁRIO..............................................................................................................17 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................19 3 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas APRESENTAÇÃO Caro aluno: Este material didático corresponde à disciplina de Contabilidade do curso “Agente do Terceiro Setor Fundamental”. Contabilidade 1 - A obrigatoriedade da Contabilidade para as Entidades do Terceiro Setor. 2 - Documentação contábil: organização e controle. 3 - Plano de Contas. 4 - Obrigações assessórias – Retenções. 5 - Obrigações assessórias – Recolhimentos. 6- Departamento pessoal – Tipos de colaboradores e contratações. 7- Processamento da Folha de Pagamento. 8 - Controles Internos na entidade do Terceiro Setor. 9 - Convênio e Parcerias. A disciplina de Contabilidade é importante para seu processo de capacitação e compreensão de questões contábeis que envolvem as entidades sociais. Os conteúdos foram cuidadosamente selecionados e a linguagem utilizada facilitará seus estudos à distância. Caso precise, procure sempre o glossário para consultar termos técnicos. RECOMENDAÇÕES: • LEIA OS TEXTOS INDICADOS (acesse os textos assinalados). • PROCURE EXPLORAR A BIBLIOGRAFIA OFERECIDA. • PARTICIPE DO FÓRUM DE DEBATES E TIRA- DÚVIDAS. • FAÇA A AVALIAÇÃO DE MÚLTIPLA ESCOLHA. Lembre-se de que poderá contar, sempre que precisar, com a ajuda do professor e de todos da Escola Aberta. Desejamos que tenha muito sucesso nesta aula e em toda a disciplina do curso. Bom Estudo! 4 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas PRINCIPAIS NOVIDADES ITG 2002 A entidade sem finalidade de lucros pode exercer atividades, tais como as de assistência social, saúde, educação, técnico-científica, esportiva, religiosa, política, cultural, beneficente, social e outras, administrando pessoas, coisas, fatos e interesses coexistentes, e coordenados em torno de um patrimônio com finalidade comum ou comunitária. A entidade sem finalidade de lucro pode ser constituída sob a natureza jurídica de fundação de direito privado, associação, organização religiosa, partido político e entidade sindical. Seguem abaixo algumas normas contábeis a serem seguidas pelas Entidades: ITG 2000 – Escrituração Contábil ITG 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros Esclarecimentos sobre as principais novidades introduzidas pela interpretação: ITG 2002 - Entidade sem Finalidade de Lucro A Resolução CFC nº 1.409, que aprovou a Interpretação ITG 2002 - Entidade sem Finalidade de Lucros, que revogou as seguintes Resoluções do CFC: 966/2003 - NBC T 10.19 - Entidades sem finalidade de lucros; 926/2001 - NBC T 10.19 Entidades sem finalidade de lucros; 877/2000 - NBC T 10.19 Aspectos Contábeis Entidades sem finalidade de lucros; 852/1999 - NBC T 10.18 Entidades Sindicais e Associações de Classe; 838/1999 - NBC T 10.18 Aspectos Contábeis Entidades Sindicais; e 837/1999 - NBC T 10.4 Aspectos Contábeis entidades diversas Fundações. Estabeleceu ainda que a referida interpretação entra em vigor na data da sua publicação, aplicando-se aos exercícios a partir de 1º de janeiro de 2012. O Objetivo da Interpretação foi o de estabelecer critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de lucro (tem seu alcance definido para: Fundação de direito privado, Associação, Organização social, Organização religiosa, Partido político, Entidade sindical, seja Confederação, Central, Federação e Sindicato; a qualquer Associação de classe; às outras denominações que possam ter, abrangendo tanto a patronal como a de trabalhadores). A Interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidade imune, isenta de impostos e contribuições para a seguridade social, beneficente de assistência social e atendimento aos Ministérios que, direta ou indiretamente, têm relação com entidades sem finalidade de lucros e, ainda, Receita Federal do Brasil e demais órgãos federais, estaduais e municipais. O Conselho Federal de Contabilidade também estabeleceu que se aplicam à 5 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas entidade sem finalidade de lucros os Princípios de Contabilidade e também a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ou as normas completas (IFRS completas) naqueles aspectos não abordados na Interpretação. As principais novidades sobre o registro contábil: Ratifica que as receitas e as despesas devem ser reconhecidas, respeitando- se o regime contábil de competência; As doações e subvenções recebidas para custeio e investimento devem ser reconhecidas no resultado, observado o disposto na NBC TG 07 – Subvenção e Assistência Governamentais; Ratifica que os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada, identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demais atividades; Enquanto não atendidos os requisitos para reconhecimento no resultado, a contrapartida da subvenção, de contribuição para custeio e investimento, bem como de isenção e incentivo fiscal registrados no ativo, deve ser em conta específica do passivo; Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser utilizados em prestações de contas nos órgãos governamentais; O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social. O superávit, ou parte de que tenha restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do Patrimônio Líquido; O benefício concedido como gratuidade por meio da prestação de serviços deve ser reconhecido pelo valor efetivamente praticado; Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a apuração das informações para prestação de contas exigidas por entidades governamentais, a portadores, reguladores e usuários em geral; e, O trabalho voluntário deve ser reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como se tivesse ocorrido o desembolso financeiro. Sobre as Demonstrações contábeis os principais aspectos a serem observados são os seguintes: As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem finalidade de lucros, são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultadodo Período, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicável. No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por 6 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do período. Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade. Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser classificadas nos fluxos das atividades operacionais. Destacamos a inclusão na interpretação da utilização das Contas de compensação: Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação transações referentes a isenções, gratuidades e outras informações para a melhor evidenciação contábil. Na divulgação destacamos as principais novidades a serem incluídas nas demonstrações contábeis e que devem ser complementadas por notas explicativas: Eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade; Os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação, amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base em estimativa de sua vida útil; Segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais atendimentos realizados pela entidade; Todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com valores e percentuais representativos; e, A entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços prestados. A aplicação da ITG 2002 - Entidade sem Finalidade de Lucros deverá ser de forma integral conforme publicado pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC. http://www.sindcontsp.org.br/view/paginas.php?idTexto=12549&id=38 7 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas PLANO DE CONTAS Diante dessas obrigações e particularidades relacionadas às Entidades sem fins lucrativos, o estudo do Plano de contas ajuda a visualizar as várias contas e suas classificações na Contabilidade das Entidades. Plano de Contas é uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição das contas em seus títulos, funções, funcionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e reduções. (Sá, 2004:22). a) Tamanho da Entidade Por exemplo, para uma entidade de maior porte a elaboração do Plano de Contas merece uma atenção especial, com a criação de centros de custos que evidenciam as atividades e os projetos. b) Atividade O Plano de contas deve ser elaborado considerando o objetivo de cada entidade, as áreas de atuação; as atividades fins e meio da entidade. c) Sistema contábil O profissional contábil deverá atentar-se ao tipo de sistema contábil usado, que permita as adaptações necessárias de acordo com as especificidades de cada entidade, não deixando de lado as exigências profissionais. d) Usuários O Plano de Contas deverá expressar o tipo de informação desejada pelos usuários, que podem ser internos ou externos, ajustando-se portanto aos interesses e exigências legais e profissionais. e) Limite O Plano de Contas não deve limitar-se ao simples registro do fato contábil, mas complementado com um detalhamento da função e funcionamento das contas, incluindo esquemas de apuração de resultados, formação dos custos, principalmente das gratuidades e a demonstração das isenções usufruídas. Também são recomendáveis breves orientações, aos usuários do Plano de Contas, sobre os principais critérios adotados para avaliação dos ativos e passivos, observados os Princípios de Contabilidade, formando um conjunto de instruções que detalham as funções e o uso de cada uma das contas do Plano. 8 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas No nosso exemplo (segue abaixo na tabela do Plano de Contas) o código será constituído de um número de 4 (quatro) algarismos, que indicam da esquerda para a direita: 1º Algarismo – o grupo 2º Algarismo – o sub-grupo 3º Algarismo – o titulo contábil 4º Algarismo – a conta analítica Proposta de Plano De Contas Código Título da Conta 1. Ativo 1.1 Circulante 1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 1.1.1.01 Caixa 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento – Recursos sem Restrições 1.1.1.03 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros 1.1.1.04 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições 1.1.1.05 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos sem Restrições 1.1.1.06 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos de Terceiros 1.1.1.07 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos com Restrições 1.1.2 Créditos a Receber 1.1.2.01 Mensalidades de Terceiros 1.1.2.02 Atendimentos Realizados 1.1.2.03 Adiantamentos a Empregados 1.1.2.04 Adiantamentos a Fornecedores 1.1.2.05 Recursos de Parcerias em Projetos 1.1.2.06 Tributos a Recuperar 1.1.2.07 Despesas Antecipadas 9 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas 1.1.3 Estoques 1.1.2.01 Produtos Próprios para Venda 1.1.2.02 Produtos Doados para Venda 1.1.2.03 Almoxarifado / Material de Expediente 1.2 Não Circulante 1.2.1 Realizável a Longo Prazo 1.2.1.01 Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição 1.2.1.02 Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição 1.2.3 Imobilizado 1.2.3.01 Bens sem Restrição 1.2.3.02 Bens com Restrição 1.2.3.03 (-) Depreciação Acumulada 1.2.4 Intangível 1.2.4.01 Direitos de Uso de Softwares 1.2.4.02 Direitos de Autor e de Marcas 1.2.4.03 (-) Amortização Acumulada Código Título da Conta 2. Passivo + Patrimônio Social 2.1 Circulante 2.1.1 Exigível 2.1.1.01 Fornecedores de bens e serviços 2.1.1.02 Obrigações com Empregados 2.1.1.03 Obrigações Tributárias 2.1.1.04 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 2.1.1.05 Recursos de Projetos em Execução 2.1.1.06 Recursos de Convênios em Execução 2.1.1.07 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar 2.2 Não Circulante 10 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas 2.2.1 Exigível a Longo Prazo 2.2.1.01 Empréstimos e Financiamentos a Pagar 2.2.1.02 Recursos de Projetos em Execução 2.2.1.03 Recursos de Convênios em Execução 2.2.1.04 Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar Código Título da Conta 2.3 Patrimônio Liquido 2.3.1 Patrimônio Social 2.3.1.01 Patrimônio Social 2.3.1.02 Outras Reservas 2.3.1.03 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.3.1.04 Superávit ou Déficit Acumulado Código Título da Conta 3. RECEITASOPERACIONAIS 3.1 Receitas Operacionais 3.1.1 Com Restrição 3.1.1.01 Programa (Atividades) de Educação 3.1.1.02 Programa (Atividades) de Saúde 3.1.1.03 Programa (Atividades) de Assistência Social 3.1.1.04 Programa (Atividades) de Direitos Humanos 3.1.1.05 Programa (Atividades) de Meio Ambiente 3.1.1.06 Outros Programas (Atividades) 3.1.1.07 Gratuidades 3.1.1.08 Trabalho Voluntário 3.1.1.09 Rendimentos Financeiros 3.1.2 Sem Restrição 11 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas 3.1.2.01 Receitas de Serviços Prestados 3.1.2.02 Contribuições e Doações Voluntárias 3.1.2.03 Ganhos na Venda de Bens 3.1.2.04 Rendimentos Financeiros 3.1.2.05 Outros Recursos Recebidos Código Título da Conta 4. CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS 4.1 CUSTOS 4.1.1 Com Programas (Atividades) 4.1.1.01 Educação 4.1.1.02 Saúde 4.1.1.03 Assistência Social 4.1.1.04 Direitos Humanos 4.1.1.05 Meio Ambiente 4.1.1.06 Gratuidades Concedidas 4.1.1.07 Trabalho Voluntário 4.2 DESPESAS OPERACIONAIS 4.2.1 Administrativas 4.2.1.01 Salários 4.2.1.02 Encargos Sociais 4.2.1.03 Impostos e Taxas 4.2.1.04 Aluguéis 4.2.1.05 Serviços Gerais 4.2.1.06 Manutenção 4.2.1.07 Depreciação e Amortização 4.2.1.08 Perdas Diversas 5 Contas de Compensação 5.1 Contas de Compensação Ativas 12 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas 5.1.1 Obrigações Vinculadas 5.1.1.01 Obras e Edificações a Executar 5.1.1.02 Projetos 5.1.2 Utilização de Bens e Serviços 5.1.2.01 Bens sob Condicionalidades 5.1.1.02 Serviços sob Condicionalidades 5.2 Contas de Compensação Passivas 5.2.1 Obrigações a Cumprir 5.2.1.01 Compromissos de Obras e Edificações 5.2.1.02 Compromissos Projetos 5.2.2 Utilização de Bens e Serviços 5.2.2.01 Bens sob Condicionalidades 5.2.2.02 Serviços sob Condicionalidades Contas de compensação Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação: transações referentes a isenções, gratuidades e outras informações para a melhor evidenciação contábil(*) (*) ITG 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros 13 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas FUNÇÃO DAS CONTAS A função das contas é parte descritiva do funcionamento da conta que, juntamente com o elenco, compõe o plano de contas. Exemplos de algumas contas do ativo Título da conta Bancos Conta Movimento – Recursos sem Restrições – Código 1.1.2.02. Função da conta Registra os recursos financeiros livres. Funcionamento da conta É debitada pela entrada dos recursos financeiros para aplicação nas atividades sociais. Natureza do saldo Devedor. Título da conta Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros – Código 1.1.2.03. Função da conta Registra os recursos financeiros de terceiros em poder da entidade em virtude de parcerias, enquanto aguardam retorno aos proprietários. Funcionamento da conta É creditada pela entrega dos recursos financeiros em cumprimento da parceria. Natureza do saldo Devedor. Título da conta Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições – Código 1.1.2.04. Função da conta Registra os recursos financeiros de entidades convenientes ou contratantes com aplicação específica no objeto do contrato ou convênio. Funcionamento da conta É debitada pela entrada dos recursos oriundos das entidades convenientes ou contratantes. É creditada pela aplicação dos recursos financeiros no objeto conveniado ou contratante. Natureza do saldo Devedor. 14 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas Título da conta Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos sem Restrições – Código 1.1.2.05. Função da conta Registra os recursos financeiros de propriedade da entidade aplicados. Funcionamento da conta É debitada pela entrada dos recursos em renda fixa ou variável. É creditada pelo resgate dos recursos aplicados pelo imposto de renda. Natureza do saldo Devedor. Título da conta Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos de Terceiros – Código 1.1.2.06. Função da conta Registra os recursos financeiros de parceiras aplicados em poder da entidade. Funcionamento da conta É debitada pela aplicação dos recursos em renda fixa. É creditada pelo resgate dos recursos aplicados e pelo imposto de renda. Natureza do saldo Devedor. Título da conta Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos com Restrição – Código 1.1.2.07. Função da conta Registra os recursos financeiros de entidades convenientes ou contratantes, em poder da entidade, aplicados. Funcionamento da conta É debitada pela aplicação dos recursos em renda fixa. É creditada pelo resgate dos recursos aplicados e pelo imposto de renda. Natureza do saldo Devedor. 15 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas O PLANO DE CONTAS E OS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS Sempre devemos analisar todos os aspectos tributários de uma entidade sem fins lucrativos, para o enquadramento do benefício da Imunidade ou isenção de Impostos e Contribuições. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I. impostos; II. taxas, III. contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Constituição Federal Art. 150. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL IRPJ ICMS ISS IPI IPVA IPTU ITR ITCMD ITBI I.s/Importação (II) I.s/ Exportação (IE) A imunidade tem caráter permanente, somente podendo ser mudada com a alteração da Constituição Federal. Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 16 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos A isenção é a não exigência temporáriado tributo, devido previsão em lei, mesmo com a ocorrência do fato gerador. As isenções podem alcançar todos os tipos de tributo: - Impostos; - Taxas; - Contribuições. “A formação deve ser constante, sistematizada, porque a prática se faz e se refaz”. Paulo Freire 17 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas GLOSSÁRIO Ativos - são os bens e direitos, de propriedade da Entidade, com a função de gerar benefícios no presente e no futuro. Balanço patrimonial - é a demonstração financeira que representa a situação econômica e financeira da Entidade. É conhecida como demonstração Estática. Classificação do ativo - o ativo é classificado obedecendo a ordem de liquidez: circulante e não circulante, no não circulante, divide-se em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Classificação do Passivo - o passivo é classificado em dois grupos: circulante e não circulante, as contas do circulante representam obrigações que vencem no exercício social, e as do não circulante vencem após o exercício social. Custo - é um gasto que se refere ao bem ou serviço usado na produção de outros bens ou serviços. Depreciação - é o cálculo do desgaste do bem imobilizado, reconhecendo a diminuição do valor do bem pelo uso. Despesa - é o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receita, é o sacrifício para obter receita. Disponível - contas de ativo circulante que representam numerário em caixa, saldo em contas bancárias ou aplicações de liquidação imediata. Estoque - Em administração, estoque, refere-se às mercadorias, produtos (finais ou inacabados) ou outros elementos na posse de um agente econômico. Na venda do estoque pretende-se obter lucro. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estoque). Exercício social é o período de tempo que a empresa demora para fechar seu ciclo de operação e, na grande maioria das vezes, é um ano. Fundos - representam a classificação que se faz na contabilidade para registrar os recursos recebidos para atender atividades ou projetos específicos, são criados então vários fundos para separar cada projeto, valendo-se das restrições impostas pelos doadores externos à entidade ou mesmo observando restrições impostas pelos órgãos diretivos da entidade. Imobilizado é o conjunto de bens e direitos necessários à execução das atividades da empresa: terrenos, edifícios, instalações, máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios, entre outros. Intangível - faz parte do grupo de ativos não circulantes que representam ativos que não são físicos, não possuem forma, como por exemplo: a marca, as patentes, o fundo de comércio, entre outros. Investimentos - é o conjunto de ações de outras empresas, representam participações permanentes em outras sociedades. Passivo - são as obrigações que uma Entidade tem com capital de terceiros, representam as origens de recursos da Entidade. Patrimônio líquido - é a diferença entre o total de Ativo e o total de Passivo em 18 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas determinado período. Plano de contas - é um conjunto de contas que serão utilizadas no processo contábil da Entidade. Quanto mais detalhado e específico for o Plano de contas para cada Entidade, melhor será a qualidade da informação contábil. Subvenção - é um auxílio pecuniário, em geral concedido pelo poder público. 19 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL ARAÚJO, A.M.P.; ASSAF, A. Introdução à contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. CFC - Manual de procedimentos contábeis para Fundações e Entidades de interesse social - disponível pelo link: http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_manual_fund.pdf, acesso em 13 de novembro de 2012. CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 00- Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgaçãode Relatório Contábil-Financeiro, disponível pelo link: http://www.cpc.org.br/pdf/cpc00_r1.pdf, acesso em 08 de outubro de 2012. CRC RS - Manual de incentivos Fiscais - disponível pelo link: http://www.crcrs.org.br/janelas/downloadl.htm, acesso em 13 de novembro de 2012. CTN Código Tributário Nacional - disponível pelo link: http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm, acesso em 08 de outubro de 2012. Demonstração da Responsabilidade Social - disponível pelo link: http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_resposocial.pdf, acesso em 11 de novembro de 2012. IUDÍCIBUS, S. de Teoria da Contabilidade, 8a ed. - São Paulo: Atlas, 2006. ITG 2000 - Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil - disponível pelo link: www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1330.doc, acesso em 20 de novembro de 2012. ITG 2002 – Entidade sem finalidade de lucros - disponível pelo link: www.cfc.org.br/uparq/ITG%202002%20audiencia.doc, acesso em 20 de novembro de 2012. MARTINS, E. Contabilidade de Custo, 10a ed. - São Paulo: Atlas, 2010. Normas brasileiras de contabilidade - Normas Completas - disponível pelo link: 20 AGENTE DO TERCEIRO SETOR FUNDAMENTAL Contabilidade Plano de Contas http://www.cfc.org.br/uparq/NBC_TG_GERAL_COMPLETAS_31082012.pdf, acesso em 13 de novembro de 2012. COMPLEMENTAR FAVERO, H.M. et al. Contabilidade: Teoria e Pratica. 6a ed. São Paulo: Atlas, 2011. Wikipedia página principal– disponível pelo link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal, acesso em 03 de outubro de 2012. Educação à distância (Material didático) Modo de acesso: Escola Aberta- Virtual Também disponível para reprografia Inclui bibliografia Este material é de uso exclusivo dos matriculados nos cursos à distância da ESCOLA ABERTA DO TERCEIRO SETOR ADMINISTRAÇÃO - www.escolaaberta3setor.org.br
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