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DIREITO PREVIDENCIÁRIO FÁBIO ZAMBITTE

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CURSOS ON-LINE – DIR. PREVIDENCIÁRIO – CURSO REGULAR 
PROFESSOR FÁBIO ZAMBITTE 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
 
 Prezados Alunos e Alunas, é um prazer fazer parte desta iniciativa 
do Ponto dos Concursos, e com isso atingir a todos que não tem tempo 
ou possibilidade de assistir um curso presencial. 
 
 Tentarei aqui expor minha aula exatamente da mesma maneira 
que faço em sala de aula, com o mesmo conteúdo e abordagem. Estarei 
no fórum de dúvidas para qualquer elucidação que se faça necessária. 
 
 Nosso conteúdo programático terá utilidade para todos que 
buscam o conhecimento do direito previdenciário, seja para concursos 
públicos, de qualquer tipo, e mesmo para atividades jurídicas em geral. 
 
 Acredito que muitos aqui tenham a intenção de preparar-se para o 
concurso da futura Secretaria de Receita Federal do Brasil, que muito 
provavelmente irá abordar a matéria previdenciária, assim como já 
ocorreu com o último concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal. 
 
 Para o estudo de nossa matéria, em complemento às aulas, 
sempre recomendo a meus alunos a leitura das Leis 8.212/91 e 
8213/91, devidamente ATUALIZADAS! 
 
 Também é importante o Decreto 3048/99, que aprova o 
Regulamento da Previdência Social – RPS, também devidamente 
ATUALIZADO! 
 
 O RPS é mais recente que as leis, e consolida tanto o custeio como 
o benefício previdenciário. Todavia, todos já foram alterados em 
profundidade (você pode conseguir este material no site 
www.planalto.gov.br). 
 
 Também é fundamental a leitura atenta da Lei 10666/03. É um 
texto pequeno, que não passa de 3 páginas, mas tem importantes 
alterações tanto no custeio como no benefício. É óbvio que você não vai 
entender bem o que está escrito nesta lei, mas, com o andamento do 
curso, as coisas ficarão mais claras! 
 
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2
 Como o texto do RPS é mais abrangente e atualizado que as leis, 
você pode dar preferência pelo estudo no RPS, indo eventualmente às 
leis. Mais é importante ter o material completo. Outras leis irão surgir 
em nosso curso, mas irei comentando ao “longo do caminho”. 
 
 Novamente, sejam bem-vindos e mãos à obra! 
 
Aula I: Seguridade Social: Conceituação; Origem e Evolução 
Legislativa no Brasil; Organização e Princípios constitucionais. 
 
 
1. A Proteção Social 
 
 Nossa primeira aula se inicia com a análise da proteção social, no 
que diz respeito à sua conceituação e origem. O assunto é de grande 
relevância até porque a compreensão das normas vigentes passa 
necessariamente pela abordagem dos eventos passados, e a evolução 
histórica dos mecanismos adotados pela sociedade em favor da 
cobertura dos infortúnios da vida é importante ponto de partida. 
 
 A proteção social, então, nada mais é do que os 
mecanismos criados pela sociedade, ao longo de sua existência, 
para atender aos infortúnios da vida, como doença, velhice, etc., 
que impeçam a pessoa de obter seu sustento. 
 
 A sociedade, ao longo de sua história, tem adotado em diversos 
mecanismos para o atendimento das necessidades de seus componentes 
em momentos de dificuldade. Pode-se dizer até mesmo que a proteção 
social possui uma natureza instintiva, porque a maioria dos seres 
humanos se preocupa em guardar algum tipo de recurso para o futuro. 
 
 Na vida em sociedade pode-se dizer que uma das primeiras 
manifestações da proteção social como técnica de atendimento aos 
infortúnios da vida foi inicialmente patrocinada pela família, ou seja, 
um trabalhador que por exemplo ficasse incapacitado para trabalho teria 
o apoio de seus familiares enquanto se recuperava, e da mesma forma 
pessoas idosas teriam o amparo familiar para sua manutenção. 
 
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3
 Ao mesmo tempo existia também a figura da assistência 
voluntária, quando pessoas estranhas ao seio familiar auxiliavam 
necessitados, mesmo desconhecidos, numa situação que perdura até 
hoje quando, por exemplo, vemos pessoas recebendo esmolas na rua. 
 
 Percebam que essas técnicas rudimentares originárias da 
proteção social ainda existem! Não foram excluídas, sendo que a 
proteção fornecida pela família ainda é facilmente encontrada, assim 
como a assistência voluntária de terceiros. 
 
 Até aí, não havia nenhum outro mecanismo protetivo! O Estado 
não tinha qualquer parcela de responsabilidade, até porque prevalecia o 
conceito liberal-burguês de organização estatal, no qual o Poder Público 
detém muito mais obrigações negativas, deveres de abstenção, de não 
interferência estatal na vida privada. O seu sucesso ou insucesso na 
vida dependia exclusivamente de você! 
 
 Não havia aposentadoria, pensão ou qualquer coisa parecida! A 
pessoa deveria ser precavida, guardando para o futuro, ou certamente 
iria depender de terceiros, tendo mesmo de trabalhar “até cair”! 
 
 Não há consenso sobre as fases evolutivas da Previdência Social. 
Wladimir Novaes Martinez menciona dois grandes grupos, Feijó 
Coimbra, três; Já Ilídio das Neves, quatro. A mais usual é a seguinte: 
 
� Fase inicial (até 1918): criação dos primeiros regimes 
previdenciários. 
� Fase intermediária (de 1919 a 1945): expansão da previdência pelo 
mundo. 
� Fase contemporânea (a partir de 1946): aumento da clientela 
atendida e dos benefícios. 
 
 Entretanto, o importante é o entendimento dos pontos principais 
evolutivos da proteção social, de modo a se visualizar corretamente sua 
progressão. 
 
 O que é interessante é que novos mecanismos foram se 
agregando aos precários mecanismos de proteção familiar e ao 
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assistencialismo, dentro da evolução histórica citada acima. Dentro 
desse contexto merece menção os mútuos, que eram organizações 
voluntárias, em que determinado número de pessoas se reunia com 
propósito de estabelecer uma contribuição de todos para o fornecimento 
de benefícios em eventual dificuldade financeira por doença, por 
exemplo. 
 
 Ou seja, em épocas remotas, a proteção existente tinha caráter 
privado, de fundos mutualistas, onde determinado grupo de pessoas 
unia-se, voluntariamente, para a proteção mútua contra os riscos 
sociais. Quanto aos necessitados, a assistência era patrocinada pela 
sociedade, também voluntariamente. 
 
 Para alguns, inclusive, essas associações voluntárias de natureza 
mutualista foram as precursoras do que hoje nós chamamos de 
previdência complementar privada, na medida em que eram de natureza 
privada e de adesão plenamente facultativa (a diferença é que hoje, a 
previdência complementar é acessória frente aos regimes básicos). 
 
 O que se vê claramente na evolução histórica é a assunção por 
parte do Estado de uma parcela de responsabilidade na manutenção de 
um mecanismo protetivo. Ou seja, o Estado abandona as suas posições 
periféricas, alheias à proteção social, e passa a assumir plena 
responsabilidade nesse setor. Isso se percebe claramente quando se 
vislumbra a evolução do Estado liberal para o chamado Estado social ou 
o Welfare State. Naturalmente, essa evolução foi feita de modo lento e 
gradual, desde uma ausência completa do patrocínio público até uma 
participação plena que nós encontramos hoje inclusive no Brasil. 
 
 Como foi esta evolução tão radical? Vamos iniciar um breve estudo 
desta mudança em âmbito mundial: 
 
 
2. A Evolução Mundial da Proteção Social 
 
 
 A primeira manifestação estatal no segmento protetivo é a 
chamada lei dos pobres, ou poor relief act, na Inglaterra em 1601. 
Estalei estabeleceu uma contribuição obrigatória arrecadada da 
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sociedade e que teria como propósito a manutenção de um sistema 
protetivo em favor dos necessitados e das pessoas carentes. 
 
 Por isso essa conhecida lei dos pobres é definida pela doutrina 
como o marco inicial da assistência social no mundo. Isto é, a 
assistência social surgiu na Inglaterra neste ano, na medida em que o 
estado criava o mecanismo protetivo em favor de pessoas carentes e 
necessitadas. Com veremos em breve, a assistência social tem 
exatamente esse papel, ou seja, atender pessoas necessitadas que não 
tem como providenciar o seu sustento. 
 
 A previdência social, ou seguro social propriamente dito, só 
surgiu no ano de 1883 na Alemanha, com a lei de Bismark, chanceler 
alemão, que à época institui um seguro de doença em favor dos 
trabalhadores da indústria. O sistema de Bismarck funcionava da 
seguinte forma: deveriam contribuir para o Estado o trabalhador e o seu 
empregador, e as contribuições de ambos seriam utilizadas na 
manutenção de um sistema protetivo em favor dos trabalhadores no 
caso de doenças. 
 
 Veja que somente neste momento o benefício 
previdenciário passa a ser direito público subjetivo do 
trabalhador. Até este momento, não existia, mesmo nos sistemas 
mutualistas, esta garantia. Se, por exemplo, o sistema mutualista por 
qualquer motivo quebrasse, se faltassem recursos, a pessoa que 
participava nada poderia exigir do Estado. O Estado não teria qualquer 
parcela de responsabilidade na organização na privada. 
 
 Já quando o próprio poder público impõe de modo compulsório 
uma contribuição arrecadada dos trabalhadores, a obtenção do 
benefício, no caso de uma doença que foi objeto da lei de Bismarck, 
passa a ser um direito subjetivo do trabalhador. O trabalhador pode 
exigir aquela prestação independente de garantias financeiras. 
 
 Por isso a lei de Bismarck, na Alemanha, é o marco inicial da 
previdência no mundo, pois neste momento temos aí as 
características básicas do sistema previdenciário moderno, que são 
primeiro, a compulsoriedade de filiação, isto é, a filiação coercitiva, 
obrigatória no sistema previdenciário e, em segundo lugar, a natureza 
contributiva, o que significa dizer que a pessoa, uma vez exercendo a 
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atividade remunerada, é obrigada a contribuir para o sistema protetivo. 
Mais adiante iremos trabalhar essas características de modo mais 
detalhado. 
 
 Naturalmente, a lei de Bismarck, nos anos seguintes, foi ampliada 
para atender também acidentes do trabalho e benefícios por invalidez. 
 
 Ainda dentro da evolução da proteção social no mundo, merece 
referência a Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, no ano de 1891. A 
igreja sempre externou sua preocupação de modo freqüente sobre o 
atendimento aos necessitados. A igreja sempre ressaltou a importância 
da participação da sociedade e do Estado no auxílio às pessoas carentes, 
e esta Encíclica foi uma que fez isso de modo muito contundente. Ela 
expressou a necessidade e uma participação mais ativa, tanto dos 
particulares como do poder público, e por isso é muito citada no estudo 
da evolução da proteção social. 
 
 Outro ponto muito citado, continuando a evolução cronológica, é a 
Constituição do México em 1917, pois foi a primeira Constituição no 
mundo a expressar a previdência social. É importante porque nós 
achamos que foi a Constituição alemã de Weimar que primeiro falou em 
previdência, mas não foi. 
 
 Apesar da previdência ter surgido na Alemanha, a Constituição de 
Weimar é de 1919, por isso a mexicana de 1917 tem esse status de ser 
a primeira Constituição a tratar do assunto. Naturalmente, isto não 
muda o fato de que a previdência tenha surgido na Alemanha. 
 
 Como evolução do sistema bismarkiano de previdência, atendendo 
a todos os riscos sociais, como doença invalidez e velhice, surgiu nos 
EUA o conhecido social security act, em 1935. Nada mais era do que um 
sistema previdenciário com ampla margem de atuação. Evolução do 
sistema rudimentar original alemão (por isso alguns fazem distinção 
entre seguro social e previdência social, sendo esta última técnica mais 
evoluída que aquele. No Brasil, as expressões são utilizadas como 
sinônimas). 
 
 E como último ponto da evolução da proteção social no mundo, 
temos o plano Beveridge na Inglaterra em 1942. O plano Beveridge 
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tinha como propósito ser implantado ao final da Segunda Guerra 
Mundial, e visava a reformulação completa do sistema previdenciário 
vigente no Reino unido. A idéia do plano Beveridge, como foi definido 
pela imprensa da época, era a proteção “do berço ao túmulo”, ou seja, 
toda pessoa, em qualquer momento da sua vida, teria ampla tutela 
estatal no momento de necessidade! Era o ápice do Estado social. 
 
 Estas idéias do plano Beveridge foram utilizadas para delinear o 
que nós chamamos hoje de seguridade social (ou segurança social), 
que nada mais é que esse amplo conjunto de ações na área protetiva, a 
atender a todas as pessoas em todo momento de necessidade. 
 
 Isso fica mais claro nas etapas seguintes em que falaremos da 
seguridade social, assunto esse inclusive que foi abordado na aula 
inaugural desse curso e que será melhor compreendido após o estudo 
aqui do nosso histórico. Uma vez finalizado o histórico do mundo, vamos 
passar a estudá-lo no Brasil, e aí vocês irão perceber que este seguiu a 
mesma lógica geral, ou seja, evoluiu desde uma ausência completa do 
estado, de uma participação zero do poder público, até a situação atual 
da constituição de 1988, com uma ampla gama de ações. 
 
 
 
3. A proteção social no Brasil 
 
 Assim como vimos nos parágrafos anteriores, à proteção social no 
Brasil também evoluiu desde uma completa omissão do estado, até a 
ampla gama de ações que se convencionou chamar de Seguridade 
social. Uma primeira manifestação de mecanismo protetivo em território 
nacional surge com as ações das Santas Casas de Misericórdia, já no 
ano de 1543. Como vimos, a Igreja sempre teve uma participação de 
extrema relevância da proteção social, seja demandando da sociedade 
ou do estado ações concretas em prol dos necessitados, seja atuando 
diretamente, com faziam as Santas Casas, e ainda fazem. 
 
 Da mesma forma, outra ação relevante foi o montepio da guarda 
pessoal de Dom João VI, no ano de 1880. Percebam com atenção: até 
este momento não havia previdência social no Brasil, propriamente dita, 
não havia aposentadoria! Um trabalhador não tinha esse direito: ou ele 
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trabalhava e angariava determinado patamar de rendimento, suficiente 
para mantê-lo, ou morreria de fome!!! 
 
 Com o MONGERAL surge outro montepio, mas agora de 
servidores de estado. Também foi criado no século XIX, no ano de 1835. 
Lembre-se que os montepios nada mais eram do que sociedades 
privadas, de ingresso voluntário, em que os participantes pactuavam 
pagamentos de determinado valor, de modo que pudessem usufruir 
benefícios no futuro. O montepio não contava com o Poder Público - não 
havia direito subjetivo do participante em demandar do poder público 
uma prestação previdenciária. 
 
 Ainda nesta linha, a Constituição de 1891 foi a primeira Carta a 
falar em aposentadoria no Brasil. Ainda não se tratava de um direito 
geral dos trabalhadores, mas somente servidores públicos.Era restrita 
àqueles que se invalidassem no exercício da atividade. Somente estas 
pessoas tinham, à época, a aposentadoria paga pelo Estado!!! 
 
 A primeira participação efetiva do Estado, na proteção social, deu-
se com o Decreto Legislativo nº 3724 de 1919, que instituiu o SAT, isto 
é, o seguro de acidentes do trabalho. Muita atenção nesse momento! O 
SAT era de natureza privada! O Poder Público, por meio deste decreto 
legislativo, somente determinava que os empregadores indenizassem 
seus empregados na hipótese de acidentes em serviço. É importante 
observar que a Administração Pública não arrecadava para si esses 
valores, mais somente impôs a obrigação dos empregadores de segurar 
seus empregados. 
 
 Evolução maior veio com Decreto Legislativo nº 4682, no 
dia 24 de janeiro de 1923, conhecido popularmente como lei Eloy 
Chaves. Eloy Marcondes de Miranda Chaves era deputado federal pelo 
PRP de São Paulo. Eloy tinha um forte vínculo com os trabalhadores da 
estrada de ferro do Estado de São Paulo, e estes apresentaram a Eloy 
uma cópia de um projeto de lei argentino que dispunha sobre a criação 
de caixas de aposentadoria e pensão por empresa. 
 
 Eloy, aceitando a sugestão dos trabalhadores ferroviários, adaptou 
o referido projeto à realidade nacional e logrou sua aprovação, de modo 
que o mesmo previa a necessidade de criarem-se caixas e de 
aposentadoria e pensão - CAP por empresa de estrada de ferro no 
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Brasil. Cada empresa de estrada de ferro teria a sua respectiva caixa 
de aposentadoria e pensão - CAP, com custeio próprio. A lei Eloy Chaves 
previa quais benefícios seriam concedidos e quais seriam as 
contribuições pagas tantos pelos trabalhadores e como pelas empresas 
de estrada de ferro. 
 
 Finalmente, neste momento, surge verdadeiramente a 
previdência social no Brasil! Apesar de não ser o primeiro diploma 
legal a tratar do assunto, pois como vimos, já havia o SAT desde 1919, 
a lei Eloy Chaves foi o primeiro diploma normativo a tratar de modo 
abrangente e completa a matéria previdenciária no Brasil, e por isso de 
modo consensual é considerado como o marco inicial da previdência no 
Brasil, a ponto do dia da previdência ser comemorado no dia 24/01 
(mas não é feriado!). 
 
 É interessante observar que, com a lei Eloy Chaves, a previdência 
social surgiu no Brasil com natureza privada, já que novamente não 
era o Estado a angariar recursos previdenciários, mas sim determinando 
que as empresas de estrada de ferro criassem as caixas de 
aposentadoria e pensão para a concessão de benefícios. 
 
 Agora, imagine você vivendo nesta época, após este ler um jornal 
e descobrir que o trabalhador ferroviário agora poderá se aposentar! 
Ora, o que diria você? Certamente: “Eu também quero!” Daí a 
conseqüência natural e esperada foi a expansão da lei Eloy Chaves, nos 
anos seguintes, para outras categorias profissionais, inicialmente para 
trabalhadores portuários e pessoal de serviços telegráficos e rádio 
telegráficos. 
 
 Veja que até o presente momento, a evolução da previdência 
social foi feita com base nas caixas de aposentadoria e pensão, que 
eram organizadas por empresas. O Brasil chegou a ter algo próximo a 
200 CAPs, o que trouxe nova motivação para o governo reformar a 
previdência brasileira. 
 
 Em razão desta organização por empresa, o sistema 
previdenciário brasileiro tinha alguns problemas. Em especial dois. O 
primeiro dizia respeito a massa crítica necessária para o 
funcionamento do sistema. Isto é, o todo sistema previdenciário deve 
possuir número mínimo de pessoas. Imaginem um exemplo absurdo: 
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um sistema previdenciário de 2 pessoas. Agora imaginem que uma 
delas fique doente. O que acontece? Metade da fonte de custeio do 
sistema acabou! Se a outra pessoa morre, não há mais custeio! Por isso 
que, de modo geral, entende-se que um sistema previdenciário deva ter 
algo em torno de 1000 pessoas, o que seria então a massa crítica 
mínima necessária. 
 
 O outro grande problema, envolvendo o sistema previdenciário 
vigente nesta época, dizia respeito ao trabalhador que mudava de 
empresa. Embora no passado a mudança de empresa não fosse algo tão 
comum, ela existia. Em razão deste fato, o segurado saía de uma caixa 
de aposentadoria e pensão e entrava em outra! E muito 
freqüentemente, em razão dessa mudança de CAP, tinha problemas na 
manutenção de seus direitos. 
 
 Em razão desta realidade, aliada à necessidade de recursos da 
Era Vargas que se iniciava em 1930, o governo buscou unificar as caixas 
de aposentadoria e pensão em institutos de aposentadoria e pensão 
- IAP, que não seriam mais organizados por empresas, mais sim por 
categoria profissional. Estes institutos tinham natureza jurídica de 
autarquias que, à época, eram subordinados ao Ministério do Trabalho, 
que fora criado em 1930. Somente neste momento percebe-se, de 
modo claro, a intervenção estatal no funcionamento e na administração 
da previdência social brasileira. 
 
 Também cabe ressaltar que os Institutos não foram criadas de 
uma hora para outra! A transformação das CAPs em IAPs levou algum 
tempo! Para se ter uma idéia, o primeiro instituto criado foi dos 
marítimos - IAPM, em 1933. Cuidado! É muito comum achar-se que o 
primeiro foi o dos ferroviários! Mais não! Na verdade o instituto dos 
ferroviários foi o último a ser criado, já na década de 50. 
 
 Com a criação dos IAPs, parte do problema previdenciário foi 
resolvido. Porque estes eram organizados por categoria profissional, 
e por isso tinham um número elevado de participantes, solucionando a 
questão da massa crítica. 
 
 Todavia, ainda havia a questão relativa aos trabalhadores que 
mudavam de profissão. Estes eram obrigados a mudar de instituto de 
aposentadoria e pensão, de diferente categoria profissional. 
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Naturalmente, isso causava toda espécie de transtorno ao segurado, até 
mesmo pelos diferentes regramentos jurídicos dos IAPs. Por incrível que 
pareça, nesta época, cada instituto tinha um diploma legal próprio, com 
regras diferenciadas )Imaginem estudar direito previdenciário nesta 
época!). 
 
 Ainda mais, o governo gastava muito com estas redundâncias, isto 
é, vários institutos de aposentadoria e pensão exercendo a mesma 
atividade: vários institutos concedendo benefício e arrecadando 
contribuição. Porque não consolidar todos em um único instituto? 
 
 Neste ínterim, temos a Constituição de 1934, que foi a primeira a 
estabelecer a forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com 
contribuições do Estado, empregador e empregado. Foi, também, a 
primeira Constituição a utilizar a palavra “Previdência”, sem o adjetivo 
“social”. 
 
 A Constituição de 1937 não traz novidades, a não ser o uso da 
palavra “seguro social” como sinônimo de previdência social. A 
Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência 
social”, substituindo a expressão “seguro social”. Sob sua égide, a Lei n° 
3.807, de 26/08/1960, unificou toda a legislação securitária e ficou 
conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS. 
 
 A unificação da legislação previdenciária foi preparação para a 
unificação final dos IAPs. Com a LOPS, os IAPs continuavam existindo, 
mas todos se submetiam a mesma lei, o que já foi um grande avanço e 
simplificação. 
 
 É importante observar que os IAPs somente foram 
unificados em 1966, por meio do Decreto-Lei n° 72, de 
21.11.1966. Ainda na CF/46,foi incluído, em 1965, parágrafo proibindo 
a prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio. 
 
 Mas e o seguro de acidentes? Como estava o SAT nesta época? Da 
mesma forma que o deixamos, isto é, com sua organização privada, 
alheia ao sistema público. Por exemplo, logo após a criação do INPS, 
caso o trabalhador quebrasse a perna no trabalho, teria de pedir 
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benefício na seguradora privada, por ser acidente do trabalho, mas se 
quebrasse a perna no final de semana, iria obter benefício do INPS! 
 
 Por isso a Lei n° 5.316, de 14.09.1967, integrou o seguro de 
acidentes de trabalho à previdência social, fazendo assim 
desaparecer este seguro como ramo à parte. Com o advento desta 
lei, tanto os benefícios comuns como os acidentários passaram a ser 
concedidos pelo INPS. 
 
 HOJE, A CF/88, COM A REDAÇÃO DADA PELA EC/20, ABRE 
A POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DO SETOR PRIVADO NESTE 
SEGURO (art. 201, § 10°, CF/88). Esta norma não é auto-
aplicável, carece de lei que ainda não existe. Por isso, o SAT 
continua plenamente público até hoje. 
 
 A Lei n° 6.439/77 institui o SINPAS (Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social), tendo como objetivo a reorganização 
da Previdência Social. O SINPAS agregava o INPS, IAPAS, INAMPS, LBA, 
FUNABEM, DATAPREV e CEME (todos extintos hoje, com exceção da 
DATAPREV, empresa pública vinculada ao Ministério da Previdência 
Social – MPS). 
 
 A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez no Brasil, 
da Seguridade Social, entendida esta como um conjunto de ações nas 
áreas de Saúde, Previdência e Assistência Social. 
 
 O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei n° 8.029, de 12/04/1990 
criou o INSS – Instituto Nacional do SEGURO Social, autarquia 
federal, vinculada ao hoje MPS, por meio da fusão do INPS com o 
IAPAS. O INAMPS foi extinto, sendo “substituído” pelo SUS – não existe 
hoje uma autarquia que gerencie a saúde. Tanto a saúde como a 
assistência social tem suas ações coordenadas diretamente pelos 
respectivos ministérios. A LBA e a CEME também foram extintas. 
 
 Em 24 de julho de julho de 1991, entraram em vigor os diplomas 
básicos da Seguridade Social: a Lei n° 8.212 (Plano de Custeio e 
Organização da Seguridade Social) e Lei n° 8.213 (Plano de Benefícios 
da Previdência Social), em substituição à LOPS. 
 
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 Hoje, o Regulamento da Previdência Social é o aprovado pelo 
Decreto n° 3.048/99, o qual regulamenta disposições relativas ao 
custeio da seguridade e aos benefícios da previdência social, com as 
alterações subseqüentes. 
 
 
 
4. Trabalhador Rural 
 
 mas, dentro desta evolução, como ficou o trabalhador rural? Na 
verdade, só foi lembrado na década de 60, somente tendo direitos a 
partir desta data. Atualmente, a Constituição veda tratamento 
diferenciado entre urbanos e rurais. 
 
 A proteção social na área rural começou com a instituição do 
Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural – FUNRURAL, 
instituído pela Lei n° 4.214, de 02.03.1963. O fundo se constituía de 1% 
do valor dos produtos comercializados e era recolhido pelo produtor, 
quando da primeira operação ao Instituto de Aposentadoria e Pensões 
dos Industriários – IAPI. 
 
 O Decreto-Lei n° 564, de 01.05.1969, o qual instituiu o Plano 
Básico estendeu a proteção aos trabalhadores do setor agrário da 
agroindústria canavieira e das empresas de outras atividades que, pelo 
seu nível de organização, possam ser incluídas (art. 2°). 
 
 O plano básico de previdência social rural foi ainda ampliado pelo 
Decreto-Lei n° 704, de 24.07.1969. Este determinava a inclusão dos 
empregados das empresas produtoras e fornecedoras de produto 
agrário "in natura" e empregados dos empreiteiros ou organização que 
não constituídos sob a forma de empresa, utilizem mão de obra para 
produção e fornecimento de produto agrário "in natura” (art. 3°). 
 
 A Lei Complementar n° 11, de 25.05.1971 instituiu o Programa de 
Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), de natureza 
assistencial, cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, 
após 65 anos de idade, equivalente a 50% do salário-mínimo de maior 
valor no País (art. 4°). 
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 Esta mesma lei complementar deu natureza autárquica ao 
FUNRURAL, sendo subordinado ao Ministro do Trabalho e Previdência 
Social, assumindo a responsabilidade da administração do PRORURAL. 
Na mesma época, foi extinto o plano básico. 
 
 
Resumindo: 
 
A Proteção Social - Origem 
 
 A preocupação com os infortúnios da vida tem sido uma 
preocupação constante da humanidade. Desde tempos remotos, o 
homem tem se adaptado no sentido de reduzir os efeitos das 
adversidades da vida, como fome, doença, velhice, etc. 
 
 Já no Império Romano encontram-se indícios de seguros coletivos, 
visando a garantia de seus participantes, além da preocupação com os 
necessitados, como a autorização estatal para a mendicância, que só 
era concedida aos impossibilitados de trabalhar. 
 
 Com o tempo, nota-se a assunção por parte do Estado de alguma 
parcela de responsabilidade pela assistência dos desprovidos de renda 
até, finalmente, criar um sistema securitário coletivo e compulsório. 
 
 Resumidamente, a evolução da proteção social compreende o 
aumento da responsabilidade do Estado pelo bem estar da sociedade, de 
modo cada vez mais abrangente, visando a proteção total – a 
seguridade social. 
 
 Hoje, no Brasil, entende-se por seguridade social o conjunto de 
ações do Estado no sentido de atender as necessidades básicas de seu 
povo nas áreas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde. 
 
Conceituação 
 
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 A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência social 
(CF/88, art. 194, caput). 
 
 A saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196, CF/88). Ou 
seja, independente de contribuição, qualquer pessoa tem o direito de 
obter atendimento na rede pública de saúde. 
 
 A assistência social será prestada a quem dela necessitar (art. 
203, CF/88), ou seja, àquelas pessoas que não possuem condições de 
manutenção próprias. Assim como a saúde, independe de 
contribuição para o sistema. O requisito para o auxílio assistencial 
é a necessidade do assistido. 
 
 A previdência social é seguro coletivo, contributivo, compulsório, 
de organização estatal (INSS), organizado no regime financeiro de 
repartição simples, e deve conciliar este regime com a busca de seu 
equilíbrio financeiro e atuarial (art. 201, CF/88). 
 
 
Histórico no Mundo 
 
Inglaterra, 1601 Poor Relief Act - primeiro ato relativo à assistência 
social 
Alemanha, 
1883 
Chanceler Bismark obteve a aprovação do 
parlamento de seu projeto de seguro de doença, o 
qual foi seguido pelo seguro de acidentes de 
trabalho (1884) e pelo seguro de invalidez e 
velhice (1889) 
1891 Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII 
1917 A primeira Constituição a mencionar o Seguro social foi a 
do MÉXICO 
1919 A Constituição de Weimar traz vários dispositivos 
relativos à Previdência 
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EstadosUnidos, 
1935 
A partir do modelo Bismarkiano, esta técnica protetiva 
espalhou-se pelo mundo, sendo que, no período entre as 
duas grandes guerras, houve uma maior abrangência da 
técnica, atingindo um número cada vez maior de 
pessoas. Neste período, pode-se citar o Social Security 
Act 
Inglaterra, 1942 relatório BEVERIDGE. Este relatório, responsável pelo 
surgimento do plano de mesmo nome, foi responsável 
pela origem da Seguridade Social, ou seja, a 
responsabilidade estatal não só do seguro social, mas 
também de ações na área de saúde e assistência social. 
 
 
 
 
 
Histórico no Brasil 
 
1543 exemplos mais antigos da proteção social brasileira - 
santas casas 
1808 montepio para a guarda pessoal de D. João VI 
1835 criação do MONGERAL, Montepio Geral dos Servidores 
do Estado 
1891 A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a 
expressão “aposentadoria”, a qual era concedida a 
funcionários públicos, em caso de invalidez. 
 
1923 Ainda sob a égide da Constituição de 1891, 
foi editada a Lei Eloy Chaves (Decreto-Legislativo 
n° 4.682, de 24/01/1923), a qual criou caixas de 
aposentadorias e pensões para os ferroviários, por 
empresa. 
 
 Apesar de não ser o primeiro diploma legal sobre o 
assunto securitário (já havia o Decreto-Legislativo n° 
3.724/19, sobre o seguro obrigatório de acidentes do 
trabalho), devido ao desenvolvimento posterior da 
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previdência e a estrutura interna da “lei” Eloy Chaves, 
ficou esta conhecida como o marco inicial da 
Previdência Social. 
 
1926/28 A Lei n° 5.109, de 20.12.1926, estendeu o regime 
da Lei Eloy Chaves aos portuários e marítimos; e pela Lei 
n° 5.485 de 30.06.1928, ele foi estendido ao pessoal das 
empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos. 
 
1930 Criação do Ministério do Trabalho 
1933 Criação do primeiro IAP, dos marítimos – IAPM (Decreto 
n°22.872 de 29.06.1933) 
1934 A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer 
a forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com 
contribuições do Estado, empregador e empregado. Foi, 
também, a primeira Constituição a utilizar a palavra 
“Previdência”, sem o adjetivo “social”. 
 
1937 A Constituição de 1937 não traz novidades, a não ser o 
uso da palavra “seguro social” como sinônimo de 
previdência social. 
 
1946 A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a 
expressão “previdência social”, substituindo a expressão 
“seguro social” 
1960 A Lei n° 3.807, de 26/08/1960, unificou toda a legislação 
securitária e ficou conhecida como a Lei Orgânica da 
Previdência Social – LOPS 
1963 instituição do Fundo de Assistência e Previdência do 
Trabalhador Rural – FUNRURAL, instituído pela Lei n° 
4.214, de 02.03.1963 
1965 Ainda na CF/46, foi incluído, em 1965, parágrafo 
proibindo a prestação de benefício sem a correspondente 
fonte de custeio 
1966 IAPs foram unificados no INPS, por meio do 
Decreto-Lei n° 72, de 21.11.1966 
1967 A Lei n° 5.316, de 14.09.1967, integrou o seguro 
de acidentes de trabalho à previdência social, fazendo 
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assim desaparecer este seguro como ramo à parte. 
 
1971 A Lei Complementar n° 11, de 25.05.1971 instituiu o 
Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
(PRORURAL), de natureza assistencial, cujo principal 
benefício era a aposentadoria por velhice, após 65 anos 
de idade, equivalente a 50% do salário-mínimo de maior 
valor no País 
1977 A Lei n° 6.439/77 institui o SINPAS 
1988 A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez no 
Brasil, da Seguridade Social, entendida esta como um 
conjunto de ações nas áreas de Saúde, Previdência e 
Assistência Social 
1990 O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei n° 8.029, de 
12/04/1990 criou o INSS – Instituto Nacional do 
SEGURO Social, autarquia federal, vinculada ao hoje 
MPS, por meio da fusão do INPS com o IAPAS 
1991 Lei n° 8.212 (Plano de Custeio e Organização da 
Seguridade Social) e Lei n° 8.213 (Plano de Benefícios da 
Previdência Social). 
 
1999 Decreto n° 3.048/99 
Emenda 
Constitucional 
nº 20/98 
1ª Reforma da Previdência, transformando aposentadoria 
por tempo de serviço em aposentadoria por tempo de 
contribuição. 
Emenda 
Constitucional 
nº 41/03 
2ª Reforma da Previdência, mudando regras de 
aposentadoria do servidor, com o fim da integralidade e 
da paridade. 
Emenda 
Constitucional 
nº 47/05 
Complementa a EC 41/03, trazendo mais uma regra 
transitória para os servidores. 
 
 
 
 
 
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5. Organização e Princípios Constitucionais 
 
 O direito previdenciário, como ramo didaticamente autônomo do 
Direito, possui princípios próprios, os quais norteiam a aplicação e 
interpretação das regras constitucionais e legais relativas ao sistema 
protetivo. Alguns princípios são exclusivos da Seguridade Social, o que 
revela sua autonomia didática, enquanto outros são genéricos, 
aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o securitário. 
 
 Entre os princípios gerais, merecem destaque os da Igualdade, 
Legalidade e do Direito Adquirido. 
 
 A igualdade ou isonomia, na sua acepção material ou 
geométrica, implica o tratamento igual para os iguais, e desigual para os 
desiguais, dentro dos limites de suas desigualdades. Não é tratar todos 
da mesma forma, mas reconhecer as diferenças, atenuando as regras 
de acordo com a realidade de cada um. Tratar um trabalhador de baixa 
renda de modo mais favorável que outro de renda elevada não é anti-
isonômico, mas sim verdadeiro exemplo de isonomia. 
 
 A legalidade permeia todo o Estado de Direito, impondo o respeito 
à lei, não somente pelo particular, mas também pelo Estado. Por isso, 
somente poderão ser concedidos benefícios previstos em lei, assim 
como as contribuições sociais exigidas para o custeio da seguridade 
devem ter amparo expresso na lei. 
 
 O direito adquirido tem ampla importância, em especial na 
previdência social. É o direito que adere ao patrimônio jurídico do 
segurado, uma vez cumpridos TODOS os requisitos legais. Por 
exemplo, se o segurado preenche todos os requisitos legais à 
aposentadoria, mas não se aposenta, permanecendo em atividade – 
caso a lei passe a exigir uma idade muito maior para a aposentadoria, 
este segurado não será atingido, pois já tinha preenchido todos os 
requisitos da lei anterior. 
 
 Todavia, se faltasse apenas um dia para o trabalhador preencher 
os requisitos, e a lei muda, não haverá direito adquirido, mas somente 
expectativa de direito, que, em geral, acaba sendo o mesmo que 
nada... 
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 Naturalmente, o Legislador, ao mudar as regras previdenciárias, 
prevê regras de transição, justamente para atender as pessoas com 
expectativa de direito. Lembre-se que não existe direito adquirido ao 
regime jurídico, mas somente ao benefício, se cumpridos todos os 
requisitos. De nada adianta alegar o trabalhador que a regra era aquela 
quando iniciou suas contribuições, e deveria permanecer até o fim. Isso 
não vale no Direito! 
 
 Entre os princípios específicos, temos: 
 
� Solidariedade – o mais importante, impede adoção de um sistema 
de capitalização pura na previdência social, pois o mais afortunado deve 
contribuir com mais, tendo em vista a escassez de recursos e 
contribuições de outros. É este princípio que permite uma pessoa seraposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter 
qualquer contribuição recolhida para o sistema (art. 3°, I, CF/88). 
 
� Universalidade de cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo 
único, I, CF/88) – este princípio estabelece que qualquer pessoa pode 
participar da proteção social patrocinada pelo Estado. Com relação à 
saúde e assistência social, já foi visto que esta é a regra. Porém, quanto 
à previdência social, por ser regime contributivo, é, a princípio, restrito 
aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao 
mandamento constitucional, foi criada a figura do segurado facultativo. 
 
 
� Uniformidade e Equivalência de Prestações Entre as 
Populações Urbana e Rural (art. 194, parágrafo único, II, CF/88)- as 
prestações securitárias devem ser idênticas para trabalhadores rurais ou 
urbanos, não sendo lícito a criação de benefícios diferenciados. 
 
 Até a Carta de 1988 o tratamento dado a estas populações era 
diferenciado, sendo que em regra, agora seguem a mesma 
normatização previdenciária, contudo existem exceções postas pela 
própria Constituição (art. 195, § 8º). 
 
 
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� Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e 
Serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88)- algumas prestações 
serão extensíveis somente a algumas parcelas da população, como, por 
exemplo, salário-família (seletividade) e os benefícios e serviços devem 
buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo as 
pessoas e regiões mais pobres (distributividade). 
 A seletividade concede na concessão do benefício ou serviço em 
razão de sua essencialidade, por exemplo, o salário-família que somente 
é pago ao trabalhador de baixa renda, sendo que a distributividade, que 
opera no plano interpessoal e inter-regional, sendo que o primeiro 
estará vinculado a solidariedade do sistema, onde a contribuição 
visa a manutenção do sistema protetivo, e no plano inter-regional 
determina que as regiões mais pobres do país deverão receber mais 
recursos que as mais ricas. 
 
 
� Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo 
único, IV, CF/88) - diz respeito a correção do benefício, o qual deve ter 
seu valor atualizado de acordo com a inflação do período. A atualização 
é feita no mesmo mês do salário-mínimo (maio), com índice fixado por 
decreto. Determina, dentro de uma visão estrita, uma prestação 
negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido, em 
uma visão ampla seria uma previsão de que o Estado deva corrigir os 
valores dos benefícios. 
 
� Equidade na Forma de Participação no Custeio (art. 194, 
parágrafo único, V, CF/88) – norma dirigida ao legislador, impõe que 
este crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos 
contribuintes, empresa e trabalhador. Não implica a aplicação pura e 
simples da capacidade contributiva, como nos impostos, mas alguma 
razoabilidade na taxação. Traduz a idéia de cobrar alíquotas e valores 
mais elevados daqueles que tem maior fonte de rendimentos. 
 
� Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo 
único, VI, CF/88) – a base de financiamento da Seguridade Social deve 
ser o mais variada possível, de modo que oscilações setoriais não 
venham a comprometer a arrecadação de contribuições. Como veremos, 
este princípio é seguido à risca, já que existem diversas contribuições 
sociais. 
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 Por causa deste princípio, qualquer proposta de unificação de todas 
as contribuições sociais em uma única é inconstitucional. 
 
� Caráter Democrático e Descentralizado da Administração (art. 
194, parágrafo único, VII, CF/88) – ALTERADO PELA EC 20/98 – visa a 
participação da sociedade da organização e gerenciamento da 
seguridade Social, mediante gestão quadripartite, com participação 
dos trabalhadores, empregadores, APOSENTADOS e do governo. 
 Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como o conselho 
nacional de previdência social, o conselho de recursos da previdência 
social etc. 
 
� Tríplice Forma de Custeio (art. 195, CF/88) – seguindo a tradição 
da CF/34, a atual constituição consagra a forma tríplice de custeio, 
recaindo sobre o empregador parte do custo do financiamento dos 
benefícios de seus segurados. Envolve a cotização de trabalhadores, 
empregadores e Poder Público. 
 
� Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço 
(art. 195, § 5°, CF/88) – este princípio visa o equilíbrio atuarial e 
financeiro do sistema securitário. Este princípio será melhor abordado 
em aulas futuras. 
 
 
 
 
 
Exercícios: (As questões apresentadas são adaptações de provas 
anteriores da CESPE, transformadas para múltipla-escolha, já 
que com a Receita Federal do Brasil, a Banca será, 
provavelmente, a ESAF). 
 
1) Acerca das origens e da evolução legislativa da seguridade social no 
Brasil, marque a alternativa correta. 
 
a) A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n. 4682 de 1923), primeira 
norma a instituir no Brasil a previdência social, que criou as caixas de 
aposentadorias e pensões para ferroviários, prevendo benefícios das 
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aposentadorias por invalidez e ordinária, pensão por morte e assistência 
médica, apenas alcançou os empregados das empresas de estradas de 
ferro, cujas funções estivessem definidas como de maior risco, em face 
da atividade empresarial desenvolvida. 
 
 
b) O Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, criado pelo 
decreto n. 22.872, de 1933, teve como associados, desde a sua 
criação, os empregados das empresas de navegação marítima e fluvial, 
seus próprios funcionários, prestadores de serviços subordinados a 
empresas a elas vinculadas, além de armadores de pesca, pescadores e 
indivíduos empregados em profissões conexas com a indústria da pesca. 
 
 
c) A Constituição Federal de 1934, além de definir a competência da 
União para fixar regras de assistência social, reservando ao Congresso a 
competência para fixar normas sobre aposentadoria, estabeleceu a 
forma tríplice de custeio do sistema, envolvendo ente público, 
empregado e empregador, e previu o caráter obrigatório da 
contribuição. 
 
 
d) A Carta Magna promulgada em 1946 consagrou a previdência 
social à proteção da maternidade e contra as conseqüências da doença, 
da velhice, da invalidez e da morte, além de prever, em caráter 
programático, a instituição de benefício destinado a suprir o desemprego 
involuntário, o que apenas foi atendido com a edição, em 1965, da lei 
que criou o auxílio-desemprego. 
 
 
e) O Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), 
introduzido em 1977, buscou reorganizar a previdência social, 
integrando suas diversas atividades, por meio de órgãos tais como: 
INSS, INAMPS, FUNABEM, DATAPREV e IAPAS. 
 
 
Resposta: C 
 
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a) ERRADO 
 
 O histórico da previdência social, assunto quase sempre exigido 
em provas para o INSS, é por demais amplo e variado, sendo quase 
impossível o seu pleno domínio. Esta prova ficou conhecida por 
extrapolar no assunto, solicitando conhecimentos aprofundados, 
retirados dos diplomas legais do passado, como o caso deste item. 
 
 O Decreto Legislativo n. 4682/23, realmente conhecido como Lei 
Eloy Chaves, é rotulado pela maioria como o marco inicial da 
previdência social no Brasil, muito emboranão seja a primeira norma 
previdenciária em nosso país. Por exemplo, em 1919 já existia o 
Decreto Legislativo n. 3.724, o qual criava o seguro de acidentes do 
trabalho. 
 
 Entretanto, o erro maior da questão encontra-se a seguir, quando, 
após tratar corretamente da criação das Caixas de Aposentadorias e 
Pensões, e previsão de benefícios, restringe tais benefícios aos 
“empregados das empresas de estradas de ferro, cujas funções 
estivessem definidas como de maior risco, em face da atividade 
empresarial desenvolvida”. 
 
 Apesar das CAP terem, em seu nascimento, a restrição aos 
trabalhadores da estrada de ferro, todos os seus empregados eram 
beneficiados, sendo estes não só os que prestavam os seus serviços 
mediante ordenado mensal, como os diaristas, de qualquer natureza, 
que executem serviços de caráter permanente (art. 2° da Lei Eloy 
Chaves). 
 
 
b) ERRADO 
 
 Para efeitos do Decreto 22.872, de 1933, os associados do IAPM 
eram tão somente os empregados nos serviços de navegação marítima, 
fluvial e lacustre, a cargo da União, dos Estados, Municípios e 
particulares nacionais, bem como os da indústria da pesca (art. 2°). 
 
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25
 Incluíam-se como segurados obrigatórios do IAPM os capitães, 
oficiais, marinheiros e demais pessoas, sem distinção de sexo ou 
categoria, que trabalhavam, mediante vencimentos ou salário, a bordo 
dos navios e embarcações nacionais e os empregados, sem distinção de 
sexo ou categoria, e os que exerciam funções nos escritórios ou em 
outros departamentos terrestres das empresas relacionadas acima (Art. 
3°). 
 
 O empregado, definido no Decreto 22.872, era toda pessoa 
natural que, remunerada, por serviços prestados a uma empresa, 
trabalhava em função de qualquer natureza, exceto as de diretor de 
gerente e de outros cargos de eleição nas sociedades anônimas, em 
comandita por ações e por quotas de responsabilidade limitada (Art. 10, 
a). 
 
 Por isso a questão é incorreta – os armadores de pesca não eram 
abrangidos pelo dispositivo regulamentar, não sendo segurados 
obrigatórios do IAPM. 
 
 
c) CERTO 
 
 De fato, todas as normas citadas foram previstas na Constituição 
de 1934, tendo especial relevância a previsão inovadora da fonte tríplice 
de custeio, até então inexistente. Também foi a primeira Constituição a 
utilizar-se do termo previdência. 
 
d) ERRADO 
 
 Não obstante a correição quanto ao descrito sobre a Constituição 
de 1946, a questão encontra-se errada em virtude do seguro-
desemprego. Este somente foi criado em 1986, pelo Decreto-Lei nº 
2.284, art. 25. 
 
e) ERRADO 
 
 De fato, o SINPAS foi um prelúdio da criação da seguridade social 
brasileira, o que somente viria a ocorrer com a promulgação da 
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26
Constituição de 1988. A questão não traz todos os integrantes do 
SINPAS, mas como se trata de enumeração meramente exemplificativa 
(“tais como”), a ausência dos demais não invalida a questão. 
 
 Todavia, o INSS ainda não havia sido criado, mas somente o INPS. 
 
 Além das entidades citadas, compunham o SINPAS a LBA e a 
CEME, ambas já extintas. Na verdade, o único integrante do SINPAS 
ainda existente é a DATAPREV, Empresa de Processamento de Dados da 
Previdência Social. O próprio SINPAS foi extinto em 1990. 
 
 
 
 
 
2) A respeito da seguridade social e de seus princípios informativos, 
assinale a alternativa errada. 
 
a) Seguridade social é um conjunto de princípios, normas e 
instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos 
indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas 
necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
 
 
b) O princípio constitucional da universalidade da cobertura e do 
atendimento, que informa a organização da seguridade social, 
corresponde ao ideal de que todos os residentes no país será garantida 
igual cobertura diante da mesma contingência ou circunstância, desde 
que atendidos certos requisitos e observadas determinadas condições, 
definidos pela legislação previdenciária. 
 
 
c) O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios objetiva 
preservar o respectivo poder aquisitivo, diante de contingências da 
economia nacional, sendo certo que o valor reajustado dos benefícios 
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27
não poderá superar o salário-de-benefício do segurado vigente na data 
do reajustamento, respeitando-se, todavia, os direitos adquiridos. 
 
 
d) O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou 
serviço admite apenas uma única exceção, identificável nas prestações 
da assistência social, para cujo acesso não há necessidade de qualquer 
contribuição por parte do segurado. 
 
 
 
e) O princípio da tríplice forma de custeio estatui a obrigação dos 
entes públicos, empregados e empregadores para a seguridade social, 
não exclui a contribuição sobre a receita dos concursos de prognósticos. 
 
 
 
Gabarito D 
 
a) Correta 
 
A questão traz amplo conceito de seguridade social, como dispõe a 
Constituição, destinando-se a atender todo tipo de demanda social nas 
áreas previdenciária, assistencial e de saúde. 
 
 A seguridade social, como perspectiva máxima da atuação estatal 
na área protetiva, conjuga uma ampla gama de normas e princípios a 
elas relativos, de modo a orientar a aplicação das regras da seguridade, 
materializando a determinação constitucional (Art. 194, caput, 
CRFB/88). 
 
b) Correta 
 
 A questão traz restrição indevida. Na verdade, o princípio 
constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento (Art. 
194, parágrafo único, I, CRFB/88) atende a qualquer pessoa em 
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território nacional, como, por exemplo, um turista que venha a 
necessitar de atendimento médico. 
 
 Provavelmente, a Banca deu entendimento restrito ao Princípio, 
imaginando-o no âmbito da previdência social, quando tem sua 
aplicação, em regra, restrita aos brasileiros e estrangeiros residentes no 
país. 
 
 De qualquer forma, ainda que incompleta, a questão não é errada, 
de modo que o gabarito permaneceu como correta. 
 
c) Correta 
 
 Sem dúvida, o princípio da irredutibilidade (Art. 194, parágrafo 
único, V, CRFB/88) visa a manutenção do poder de compra do benefício, 
de modo a evitar sua corrosão por perdas inflacionárias, por exemplo. 
 
 
 Como o salário-de-benefício - SB é a base de cálculo para a 
obtenção do valor da prestação previdenciária a ser paga, e como, em 
regra, este valor não poderá superar 100% do SB, por uma questão 
mais lógica do que jurídica, a correção do benefício não teria como 
superar a base do benefício corrigida pelo mesmo índice. 
 
 A ressalva aos direitos adquiridos é válida no sentido de excluir da 
afirmativa segurados que, em virtude de dispositivos legais já 
revogados, gozavam de privilégios na correção do benefício que 
poderiam gerar prestação superior a 100% do SB. 
 
d) ERRADO 
 
 O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou 
serviço (Art. 195, § 5°, CRFB/88) não comporta qualquer exceção. Na 
verdade, todas as ações da seguridade social, incluindo aí as 
assistenciais, devem atendera este Princípio. 
 
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 O que gera alguma confusão, no estudo do benefício de natureza 
assistencial, é a ausência de contribuição do beneficiário direto, isto é, 
daquele que irá gozar do benefício, que é o necessitado. 
 
 Ou seja, apesar de inexistir contribuição daquele que irá obter a 
prestação, isto não significa que não há custeio respectivo: este é feito a 
partir das demais contribuições sociais, arrecadadas de toda a 
sociedade. É a aplicação evidente do Princípio da Solidariedade. 
 
 Desta forma, mesmo benefícios de natureza assistencial, caso 
sofram majoração, sejam estendidos ou criados, deverão, 
necessariamente, prever fonte de custeio respectiva. 
 
 
e) Correta 
 
 A fonte de tríplice de custeio é adotada pela atual 
Constituição.A contribuição social sobre a receita de concursos de 
prognósticos (Art. 195, III, CRFB/88) é simplesmente uma exação a 
mais criada pelo constituinte, de modo a trazer mais recursos à 
seguridade social, arrecadada da sociedade 
 
 
 
 
 
3) Com relação à seguridade social, assinale a alternativa correta. 
 
a) A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/23) foi o grande 
marco da Previdência Social no Brasil. No entanto, alguns institutos 
jurídicos secundários existentes hoje, nas modernas legislações, já 
haviam sido concebidos no Brasil, por instrumentos legais, muito antes. 
 
b) Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou da fusão do INPS 
e do INAMPS, competindo-lhe, entre outras atribuições, promover a 
arrecadação, a fiscalização e a cobrança das contribuições incidentes 
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sobre a folha de salários e demais receitas a elas vinculadas, na forma 
da legislação em vigor. 
 
c) A preexistência do custeio total em relação ao benefício ou serviço da 
seguridade social é fator indispensável; sem o custeio, não há benefício 
ou serviço de seguridade. Por isso este princípio impede que a 
assistência social seja prestada independentemente de contribuição do 
beneficiário à seguridade social. 
 
d) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços 
não são princípios constitucionais da seguridade social. 
 
e) Não há garantia ao direito adquirido na previdência social, em razão 
de sua natureza contributiva. 
 
 
 
Gabarito: A 
 
A letra “a” é a correta, pois a Lei Eloy Chaves, como vimos, apesar de 
ser o marco da previdência brasileira, não foi o primeiro, tendo o seguro 
de acidentes de trabalho surgido alguns anos antes. A letra “b” é 
incorreta porque a fusão que resultou no INSS foi do IAPAS com o INPS, 
e não o INAMPS. 
A letra “c” está incorreta pois, embora a preexistência do custeio seja 
necessária, como ainda veremos, a assistência social não demanda 
cotização do benefício direto, mas somente sua comprovação da 
condição de necessitado. Obviamente, os recursos devem existir, e são 
arrecadados pelo Estado da sociedade como um todo. 
A letra ‘d” é incorreta, pois, como visto, seletividade e distributividade 
são, sim, princípios constitucionais da seguridade social. 
A letra ‘e” é incorreta, pois, como visto, o direito adquirido é assegurado 
em qualquer hipótese, inclusive, por óbvio, na seguridade social.

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