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Seguridade social Prof. Marcos Paulo Secioso de Góes Descrição Apresentação do desenvolvimento histórico e legislativo da previdência e da assistência social, caracterizando suas peculiaridades e distinções no âmbito da seguridade social e elencando os princípios norteadores do sistema vigente no Brasil, bem como os objetivos constitucionais para a área da Previdência. Identificação dos requisitos gerais à concessão de benefícios na esfera do Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Propósito Compreender o funcionamento da seguridade social como aspecto fundamental para um bom planejamento do futuro (visão programática) e para salvaguardar a manutenção de um padrão de vida diante de vicissitudes não esperadas durante o período laborativo (visão securitária). Preparação Antes de iniciar seus estudos, tenham em mãos a Constituição Federal, a Lei nº 8.742/1993, o Decreto-Lei nº 6.214/2007, a EC nº 41/2003 e a EC nº 103/2019. Objetivos Módulo 1 Seguridade social e Constituição Federal Analisar a seguridade social na matriz constitucional. Módulo 2 Previdência social no âmbito da seguridade social Identificar os principais aspectos da previdência social no âmbito da seguridade social. Módulo 3 Fundamentos do Direito Previdenciário Reconhecer as instituições e os principais requisitos de funcionamento da previdência. Introdução São inúmeras as vicissitudes que podem atingir uma pessoa ao longo de sua vida. Questões relacionadas à saúde e ao desamparo em situações de vulnerabilidade podem afetar a vida de todos – tanto quando se pensa em si próprio quanto nos momentos em que consideramos aqueles com quem convivemos – e, de alguma forma, ter laços de dependência. Para lidar com infortúnios dessa espécie, a sociedade foi desenvolvendo sistemas de proteção ao longo do tempo, alguns deles com caráter de seguro e outros com características de assistência solidária. Em nosso país, tais sistemas culminam atualmente nas previsões constantes do que se denominou seguridade social, que abrange as áreas da saúde, previdência e assistência social. A compreensão da sistemática estabelecida pela nossa legislação permite ao cidadão adotar uma postura de prevenção e previsão quanto ao seu futuro próximo ou longínquo diante de infortúnios inesperados ou do simples transcurso do tempo, com o alcance de certa idade em que se pretenda gozar de uma aposentadoria. Nesse sentido, veremos os campos que compõem a seguridade social e suas peculiaridades, explorando o que atualmente se observa em nossa legislação. Partindo de aspectos mais gerais, entraremos em contato com os princípios norteadores do sistema para depois prosseguirmos com a conceituação de institutos previdenciários mais específicos, aprofundando os requisitos para a concessão de benefícios e os fatores que influenciam no montante a ser aferido por cada beneficiário. 1 - Seguridade social e Constituição Federal Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar a seguridade social na matriz constitucional. A estrutura da seguridade social sob o viés da Constituição Federal Neste vídeo, para que possamos nos inteirar sobre as discussões deste conteúdo, será apresentada a estrutura constitucional da seguridade social. Fundamentos da seguridade social O que norteia a ideia de seguridade social? Uma boa maneira de nos aproximarmos do tema é começar pelo art. 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948. O que diz a primeira parte da DUDH? Toda pessoa tem direito a um nível de vida su�ciente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários... Nessa primeira parte, é possível observar a recomendação de políticas afeitas à saúde e à assistência social. E quanto à previdência? Vamos à segunda parte do art. 25 da DUDH: ... e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice... Na terceira e última parte do art. 25, vemos circunstâncias híbridas, que podem reclamar tanto a proteção previdenciária quanto a assistencial: ...ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. Precisamos então sistematizar as políticas afetas à seguridade social; para cumprir esse papel, nossa Carta Política (a Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB) dá as diretrizes. No art. 6º, a CRFB afirma que são direitos sociais, entre outros, a Saúde, a Previdência Social e a assistência aos desamparados. Se a Constituição Federal define que a assistência se destina aos desamparados, existe a necessidade de se buscar parâmetros para definir quem são essas pessoas. Quais são as definições internacionais mais conhecidas? Linha de pobreza O nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. Segundo o Banco Mundial, ele é de US$2,00 por dia (igual a US$60,00 por mês) por pessoa. Para uma família de quatro pessoas: US$240,00. Linha de indigência (ou miséria) Renda suficiente para comprar apenas os alimentos necessários para repor os gastos energéticos. De acordo com o Banco Mundial, ela é de US$1,00 por dia (US$30,00 por mês) por pessoa. Família de quatro pessoas: US$120,00. Em 2017, adotou-se uma métrica de linha de pobreza que contemplava outros aspectos que diferenciam os países (US$3,20/dia para aqueles com renda média baixa e US$5,50/dia para aqueles com renda média alta – caso do Brasil). Nesse parâmetro, 1/5 da população brasileira estaria abaixo da linha da pobreza, tendo R$618,75 por pessoa ao mês (números do início de 2019 com o dólar a R$3,75). Atenção! Tendo em vista que os parâmetros de linha da pobreza podem ser alterados, consulte os valores atualizados no site do Banco Mundial (www.worldbank.org). Voltando à CRFB, cabe a pergunta: onde está a previsão constitucional da seguridade social? Resposta: o art. 194 da CRFB define os três ramos da seguridade social (saúde, previdência e assistência) e traz aspectos, como, por exemplo, contribuição de todos (inclusive beneficiários) e manutenção de vida digna. eguridade social Esse tema não é simples e gera uma discussão sempre presente de filosofia política: “Quais direitos cabem no produto interno bruto (PIB) de um país?”. O debate é amplo; por isso, o sinalizamos aqui para que não seja entendido como um processo meramente informativo. Ramos da seguridade social Saúde, previdência e assistência social Veja quais são os três ramos da seguridade social: Direito de todos e dever do Estado (artigo 196 da CRFB) independentemente de contribuição (individual ou vinculada). Desse modo, são os tributos de todos que arcam com as despesas. Saúde A saúde é norteada por princípios e diretrizes: Acesso universal e igualitário (Sistema Único de Saúde - SUS); Voltada à prevenção, à promoção e à recuperação (três frentes de atuação); Prestada pelo poder público diretamente ou por meio de terceiros (art. 199 – livre à iniciativa privada). A saúde no Brasil é integral (art. 198, inciso II) e universal (art. 196): todos têm acesso (universal) a todo tipo de assistência, inclusive a medicamentos (integral). É o seguro social para a pessoa que contribui (observe a seguinte distinção: caráter contributivo, ao menos em parte). A previdência social e o Regime Geral de Previdência (RGPS) serão os tópicos que mais aprofundaremos ao longo deste conteúdo. Para quem dela necessitar (art. 203) e de caráter não contributivo. Características: Prestações sociais mínimas e gratuitas a cargo do Estado para a manutenção da dignidade e que poderão ser realizadas por diversas ações; Tem como público-alvo: maternidade, infância/adolescência, idosos e portadores de limitações. Reserva do possível x tratamentos custosos x tratamentos experimentais. Haveria recursos públicos para cobrir qualquer espécie de tratamentocustoso ou experimental? O direcionamento desses recursos não deixaria a descoberto políticas que melhoram a saúde da população como um todo? Na jurisprudência, foi decidido, no Tema 106 dos Recursos Repetitivos do STJ, em maio de 2018, que a concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa de requisitos. Confira outros detalhes sobre o assunto no Explore+ ao final deste conteúdo. Comentário O principal benefício (em volume financeiro) pago no Brasil, no âmbito da assistência social, é o BPC LOAS, que tem assento constitucional (art. 203, inciso V, da CRFB) e é definido pela Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social). Quem receberá ajuda financeira de um salário mínimo? Idoso e pessoa com deficiência que comprovem não ter meios de prover sua manutenção ou tê-la provida por sua família. Previdência social Assistência social Há grandes discussões quanto ao valor do salário mínimo (já houve tentativa de alteração legislativa) e questionamentos sobre quão correta é a vinculação dele com o índice indexador (que se destina precipuamente a quem trabalha). Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Pension Watch, o Brasil é o único país que paga 100% do salário mínimo a título de benefício assistencial ao idoso (os percentuais de cada país variam desde menos de 10% até 65%; a média fica em torno de 45%). Caráter contributivo (previdência) X caráter não contributivo (assistência) Vamos partir os problemas para entendê-los. Sendo assim, reflita sobre sobre a seguinte questão: O mesmo valor e a mesma idade para aposentadoria e benefício assistencial não desestimulam o caráter contributivo? Resposta Tanto a aposentadoria por idade masculina quanto o BPC-LOAS se dão aos 65 anos e recebem um salário mínimo. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula regularmente qual valor seria necessário para atender às nove necessidades (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social) determinadas pelo art. 7º, inciso IV, da CRFB. Para uma família de quatro pessoas, segundo esse estudo (cuja divulgação é mensal), o salário mínimo deveria ser, em abril de 2020, de R$4.673,39. Vale notar que: A isenção de IRPF em 2022 é de até R$ 1.903,98; Segundo o PNAD – IBGE, em 2017, o salário médio brasileiro (geral) foi de R$2.178. Já o salário médio para quem tem nível superior foi de R$5.110. Voltando ao LOAS, há uma questão: o principal benefício assistencial sempre foi assim (mesma idade que a aposentadoria)? A resposta é não. Veja como era o LOAS: Além das idades informadas, admitia-se mais de um LOAS por família (a jurisprudência o estendeu para todos os benefícios até um salário mínimo). Comentário Em 1993, uma pessoa com 70 anos tinha expectativa de vida de 10,4 anos. Em 2003, alguém com 65 anos tinha expectativa de vida de 17,8 anos; em 2018, 18,8 anos. Em resumo: num espaço de 20 anos, o Brasil, devido a alterações legislativas e da tábua de mortalidade, passou a pagar BPC-LOAS por um período 7,5 anos maior. Outra questão que gera dúvidas é se a aposentadoria por idade rural para segurado especial tem natureza previdenciária ou assistencial, já que não se exige contribuições diretas de quem a recebe. Há uma série de tentativas de mudanças legislativas para melhorar cadastros que visem a controlar o direito a esse tipo de benefício. Por ora, fiquemos com três informações: 70 anos Até 31/12/1997. 67 anos De 01/01/1998 até 31/12/2003 - Lei nº 9.720/1998. 65 anos A partir de 01/01/2004 - Lei nº 10.741/2003. 94% das aposentadorias rurais são concedidas para segurado especial (que não contribui diretamente). A aposentadoria por idade é a prestação previdenciária com a maior quantidade de bene�ciários no Brasil. Mas por que estamos falando disso? Apenas para colocar em perspectiva um problema sobre centro de custo: a assistência social (não contributiva) é feita com o dinheiro da previdência social (contributiva)? E ainda: qual a relevância disso quando se propõe uma Reforma da Previdência? Outro conhecido benefício da assistência social é o Auxílio Brasil. Veja o comparativo em relação ao BPC- LOAS: A Lei nº 14.342, de 2022, garante de forma permanente o valor mínimo de R$400 para as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil. O texto (MP 1.076/2021) foi aprovado pelo Plenário do Senado com relatoria do senador Roberto Rocha (PTB-MA), sendo sancionado na íntegra e publicado no Diário Oficial da União. Inicialmente, a proposta do governo federal previa que o piso seria pago somente até dezembro deste ano, mas o teto sancionado institui o “benefício extraordinário”, uma complementação em caráter permanente. Sem ele, o chamado "tíquete médio" do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, seria de R$224. Base de cálculo O valor do benefício extraordinário será calculado a partir da soma dos benefícios financeiros do Auxílio Brasil para famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. Benefício primeira infância no valor de R$130 para famílias com crianças de até três anos incompletos; Benefício composição familiar no valor de R$ 65 mensais para famílias com gestantes, lactantes ou pessoas entre 3 e 21 anos incompletos (o valor é pago uma vez para cada membro da família que se enquadre nessas situações); Benefício de superação da extrema pobreza para famílias cuja renda familiar per capita mensal, mesmo somados os benefícios anteriores, seja igual ou inferior ao valor da linha de extrema pobreza; Há cerca de 10 milhões de benefícios rurais no Brasil, e as aposentadorias rurais representam algo próximo de 25% do custo total da previdência social. Auxílio Brasil Benefício compensatório de transição concedido às famílias beneficiárias do Bolsa Família que tiverem redução no valor financeiro total dos benefícios recebidos em decorrência do enquadramento na nova estrutura de benefícios. O BPC decorre da garantia constitucional de “um salário mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso (idade igual ou maior de 65 anos) que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família”, tendo sido instituído pela Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS) e regulamentado pelo Decreto nº 6.214/2007. Ou seja, seu beneficiário precisa ter renda familiar mensal (per capita) igual ou inferior a ¼ do salário mínimo. O BPC está vinculado ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Seu orçamento liquidado em 2020 foi R$61,7 bilhões, sendo R$34,6 bilhões dados a pessoas com deficiência e R$27,1 bilhões a idosos, segundo o Painel do Orçamento Federal. Em julho de 2020, havia 4,84 milhões de benefícios ativos, sendo 43,2% pagos a idosos e 53,3% a pessoas com deficiência, enquanto 3,5% eram referentes à “antecipação do BPC”, de acordo com dados do boletim estatístico da Previdência Social do Ministério da Economia. A partir do comparativo anterior, conseguimos visualizar o alcance e os requisitos que permeiam os dois principais benefícios pagos com recurso da assistência social. No entanto, se existe certa interpenetração entre previdência e assistência social, talvez possamos colocar em perspectiva o que é conhecido como sistema de pilares de proteção para fins do amparo oferecido pela seguridade social. As premissas para a compreensão são as seguintes: 1 Nos sistemas não contributivos, a arrecadação provém de parcela da arrecadação tributária geral. 2 BPC-LOAS Contribuições sociais são tributos destinados a servir de base financeira para as prestações sociais. 3 Nos sistemas contributivos, tributos específicos são responsáveis pela prestação previdenciária. Conheça agora o caso da privatização da previdência chilena. Tratava-se de algo que parecia ótimo: Chile e a experiência de 1981 a 2008 de privatização da previdência no modelo de capitalizaçãomais a possibilidade de benefício assistencial mínimo (para quem não conseguisse se cotizar). Em 2008, no ocaso do modelo, instituiu-se o aporte provisional solidário para quem se cotizou parcialmente. Veja a seguir a alteração das regras. Até 2004, era comum haver a sustentação de um modelo de três pilares: Pilar 1: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em geral); Pilar 2: sistema de benefícios contributivos (financiado por contribuições sobre salários) – economia coercitiva (benefício previdenciário suficiente para garantir ao menos % da renda recebida na ativa); Pilar 3: previdência complementar privada (em forma de capitalização) – economia voluntária individual (entregue a administradoras de fundos de pensão). Em seguida, avança-se para um modelo baseado no estudo old age income support, de 2005 (Banco Mundial), com um modelo de cinco pilares de proteção: Pilar 0: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em geral); Pilar 1: contributivo obrigatório em regime de solidariedade; Pilar 2: contributivo obrigatório em regime de capitalização individual; Pilar 3: acordos voluntários flexíveis financiados pelo empregador; Pilar 4: transferências adicionais monetárias inter ou intrageracionais. Para alguns, a partir do momento em que cada trabalhador faça cotizações apenas para si e sua família (e não para um fundo que contemple um grupo ou toda a sociedade), desaparece a noção de solidariedade social. O regime financeiro de capitalização é próprio da previdência privada. Verifique o Explore + ao final do conteúdo para mais detalhes. Comentário Economicamente, essa experiência é perfeita; o fundo capta, multiplica, garante o benefício a todos e os governos não ficam sobrecarregados. Mas a consequência é a função do Estado. Afinal, ocorreu um aumento da expectativa de vida. Os dividendos projetados não chegaram perto dos que deveriam ser estruturados, havendo o prejuízo de quem investiu. Mas não é um investimento: na verdade, uma garantia de Estado e de proteção do trabalhador é que foi posta em xeque. E, com isso, houve pobreza extrema, suicídios e perdas graves de rendimento. Para fechar nosso módulo, vamos acrescentar algumas informações sobre o principal benefício (em termos de dispêndios financeiros) da assistência social (BPC-LOAS): Art. 203, inciso V, CRFB, combinado com o art. 20 da Lei nº 8.742/1993 (c/ alterações) e com o Decreto nº 6.214/2007. INSS (apesar de ser benefício assistencial). INSS (superada discussão quanto a ser da União). Deficiência ou idade maior que 65 anos (requisito subjetivo); Renda familiar baixa (a Reclamação nº 4.374/PE, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, reconheceu, sem pronúncia de nulidade, a parcial inconstitucionalidade do §3º do artigo 20 da LOAS, que estabelece o critério de ¼ da renda mensal per capita do salário mínimo - requisito objetivo); Fundamento legal Órgão de concessão Legitimidade passiva (processo judicial) Requisitos para a concessão Inscrição e manutenção no Cadastro Único (MP nº 871/2019 e Lei nº 13.846/2019) introduziram o §12 no art. 20 da Lei nº 8.742/1993). Revisão a cada dois anos (art. 21 da Lei nº 8.742/1993 e art. 42 do Decreto nº 6.214/2007), e não há direito ao abono natalino [13º] (art. 22 do Decreto nº 6.214/2007). A questão do 13º no LOAS também está em discussão legislativa. Impossibilidade de transferir a herdeiros (art. 23 do Decreto nº 6.214/2007): benefício personalíssimo que não gera pensão. Verifique a seguir algumas informações sobre o requisito subjetivo da deficiência. Qual é o conceito? A pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 4º, inciso II c/c art. 9º, inciso I, do Decreto nº 6.214/2007). A base desse conceito é a Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, patrocinada pela ONU (março de 2007) e aprovada pelo Brasil por intermédio do DL nº 186/2008, nos termos do §3º do art. 5º da Constituição Federal (confere status constitucional). Bastaria a existência de alguma de�ciência? O art. 20 da Lei nº 8.742/1993 dispõe que deve ser comprovada a ausência de meios para prover a própria manutenção. Toda de�ciência impede que a pessoa seja apta a prover a própria manutenção? Revisão Transferência a herdeiros Se isso fosse verdade, não seria cabível a existência da aposentadoria da pessoa com deficiência (LC nº 142/2013, que disciplina o art. 201, §1º, da CRFB). Desse modo, o LOAS tem como base a deficiência, mas não uma qualquer – a lei exige uma deficiência qualificada que se aproxime da incapacidade de prover a própria manutenção. A deficiência precisa ser de longo prazo, definido pelo art. 20 da Lei nº 8.742/1993 como aquele que supera dois anos. Se o impedimento não for considerado permanente, haverá possibilidade de reavaliação a cada dois anos (§7º). Segundo jurisprudência (Tema 173 da TNU), prevalece a ideia de que: É imprescindível a configuração de impedimento de longo prazo com duração mínima de dois anos, a ser aferido no caso concreto, desde o início do impedimento até a data prevista para a cessação. Se a pessoa vai para o mercado de trabalho, o LOAS cessa (art. 47-A do Decreto nº 6.214/2007). Mas se não se adapta e atende aos requisitos da legislação, ela faz jus à nova concessão (art. 25) ou ao restabelecimento do pagamento a partir da demissão ou do fim do seguro-desemprego (art. 47-A §2º). Sobre o requisito objetivo da renda, aparece um dos grandes problemas nacionais: a renda informal. O Decreto nº 6.214/2007, no art. 4º, inciso VI, ao especificar os rendimentos que compõem a renda mensal bruta familiar, expressamente inclui rendimentos do mercado informal e aqueles auferidos do patrimônio. Atenção! A partir do Estatuto do Idoso (art. 34, caput, da Lei nº 10.741/2003), admite-se mais de um LOAS por família. Isso vem expresso no art. 19, caput, do Decreto nº 6.214/2007. A jurisprudência estendeu a exclusão para todos os benefícios de idosos até um SM (inclusive os previdenciários). Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 No âmbito da seguridade social, as políticas públicas estão associadas a três áreas. Assinale a alternativa que corresponde corretamente a uma política pública da seguridade social. A Implementar um sistema integrado de gestão de leitos disponíveis por especialidade médica nos hospitais sob a gestão do SUS e na rede privada. Parabéns! A alternativa E está correta. O art. 203 da CF determina que a assistência social será prestada a quem dela necessitar independentemente de contribuição à seguridade social. Questão 2 No que concerne ao benefício de prestação continuada (BPC-LOAS), aponte a alternativa correta. B A alteração de limites e valores relacionados ao seguro-desemprego cabe aos prefeitos em razão da competência legislativa municipal nessa matéria. C Não é possível acumular o BCP-LOAS com bolsas de estudo relativas a programas de primeiro emprego. D Promover a segurança pública por meio de sistemas integrados nacionalmente para gestão e controle de ocorrências. E Prestações sociais mínimas e gratuitas a cargo do Estado para manutenção da dignidade e que poderão ser realizadas por diversas ações. A Deve ser pago a todas as pessoas que apresentem deficiência. B É devido a quem tem renda familiar total inferior a um salário mínimo. C Pode ser pago a duas pessoas maiores de 65 anos, no valor de um salário mínimo para cada, ainda que residam juntas. D Dispensa o registro da família no Cadastro Único (CadÚnico). Parabéns! A alternativa C está correta. A opção A está errada, porque a deficiência deve se estender por prazo superior a dois anos e impedir o próprio sustento. A B está errada, pois o BPC-LOAS tem como critério a renda per capita, e não a renda familiartotal. A C está certa, já que o Estatuto do Idoso garante essa possiblidade de acumulação. A D está incorreta, haja vista a MP nº 871/2019, convertida na Lei nº 13.846/2019, ressaltar o requisito de cadastro e atualização dos dados da família no CadÚnico ao menos a cada dois anos. 2 - Previdência social no âmbito da seguridade social Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de identi�car os principais aspectos da previdência social no âmbito da seguridade social. E Pode ser pago a mais de uma pessoa maior de 60 anos. A estrutura da previdência social Neste vídeo, para que possamos entender as questões deste módulo, serão caracterizados os regimes de previdência. Contexto histórico Raízes históricas da assistência e previdência no mundo Antes de estudar os princípios que norteiam a seguridade social e, dentro dela, a previdência social, é importante verificar o arcabouço histórico de construção desses sistemas de proteção social, pois é da experiência pregressa da sociedade que se extraem as diretrizes que baseiam o nosso constructo atual de proteção. 1601 Poor Law (Inglaterra): 1ª lei que instituía contribuição obrigatória para fins de implementação de políticas assistenciais. Foi a única medida até o séc. XVIII. Antes disso, apenas a caridade pessoal/social atuava para compensar infortúnios. 1762 S d id ( L d ) O d id é d l Surge o seguro de vida (em Londres). O seguro de vida é um modelo que aparece com uma relação híbrida entre governo e instituições bancárias. 1789 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (valorização de ideais iluministas e de igualdade para os iguais, tornando a lei e o princípio máximo). A seguridade social passa a ser vista como um direito que deve ser assegurado a todos. 1850 A partir deste ano, os Estados da Europa gradativamente foram implantando um sistema jurídico de garantia dos trabalhadores em face dos empregadores e um seguro mediante contribuição dos empregadores (a pedra fundamental da previdência social). 1883 Surge o modelo de Otto von Bismark (Alemanha), que garantia seguro-doença, aposentadoria e proteção às vítimas de acidente do trabalho. Teve grande influência na implantação dos primeiros sistemas de previdência. 1942 William Henry Beveridge (1879-1963), durante a Segunda Guerra Mundial, elaborou um plano (Beveridge Report) para erradicar a pobreza e as necessidades sociais, sendo considerado o embrião da assistência social moderna. Histórico da assistência e previdência no Brasil Veja alguns fatos relevantes ocorridos na história da previdência brasileira ao longo dos séculos: 1795: Plano de beneficência* aos órfãos e às viúvas dos oficiais da Marinha. *Ainda sob o modelo colonialista, a tentativa era criar alguma assistência local aos moldes do que era vivido em Portugal. O funcionamento era o de uma caixa comum para auxílio. 1821: Aposentadoria dos mestres e professores (tratava-se de outra categoria em estruturação; ganhou notoriedade a partir de 1808, mas era forte somente nas capitais) após 30 anos de serviço. 1850: O art. 79 (revogado) do Código Comercial garantia três meses de salário para o trabalhador acidentado. 1888: Há o surgimento da aposentadoria dos empregados dos Correios (depois de 60 anos de idade e 30 anos de serviço) e, dois anos depois, da aposentadoria dos empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo logo em seguida estendida para todos os ferroviários. 1891: A Constituição de 1891 (primeira Constituição republicana, ela tentava manter ordenamentos sociais como fundamento da Nova República, fundada pela égide de “ordem e progresso”) assegurava a aposentadoria por invalidez para os servidores públicos. Até esse ponto, havia benefícios graciosos do Estado (não existia contribuição por parte dos trabalhadores). 1923: O Decreto Legislativo nº 4.682 (Lei Eloy Chaves) é um marco inicial da Previdência Social para a doutrina majoritária: caixas de aposentadoria e pensões nas empresas de estradas de ferro mediante contribuição dos trabalhadores, das empresas do ramo e do Estado; garantia aposentadoria e pensão por morte. Antes da Lei Eloy Chaves, já existia a Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Operários da Casa da Moeda. 1930: Diversas caixas (que eram fundos comuns de caridade) para aposentadoria e pensão são criadas até que a Constituição de 1934 se torna a primeira a tratar do modelo tripartite (contribuição dos 1948 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) contempla a universalização dos direitos sociais. trabalhadores, das empresas e do poder público). Muitos institutos de classe (os primeiros institutos de previdência eram organizados por categoria) foram criados na década de 1930, como, por exemplo, IAPM (marítimos), IAPC (comerciários), IAPB (bancários), IAPI (industriários), IPASE (servidores do estado) e IAPETEC (transporte de cargas). 1942: Cria-se a LBA (já extinta) para a assistência social. 1945: Houve a primeira tentativa de unificação (criação de um sistema de previdência para todos) sem sucesso. Mas os esforços continuam nesse sentido: Em 1949, o Decreto nº 26.778 padroniza a concessão de benefícios; Em 1953, cria-se a Caixa Nacional com a fusão das caixas setoriais; Em 1960, advém a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), que não unificou os organismos, mas criou normas uniformes (com plano único de benefícios). 1967: Criação do INPS (fusão de todos os IAP) – marco da unificação da chamada Previdência Social Urbana. Década de 1970: Em 1971, é criada a Funrural (LC nº 11/1971). Como a CLT não atendia os trabalhadores do campo, essa lei é uma tentativa de estabelecer um cuidado aos trabalhadores rurais. Em 1977, surge a possibilidade de criação de entidades de previdência complementar. A previdência unificada deixa de ser o único órgão possível, ainda que fosse linear e direito coletivo, por instituições de associações de trabalhadores ou das próprias empresas. Cria-se a possibilidade de uma complementação para vencer o estabelecimento do teto. Década de1980: Em 1986, é criado o Decreto-Lei nº 2.284 (seguro-desemprego). A mudança das relações de trabalho, reduzindo modelos de estabilidade, provoca a criação de mecanismo de acúmulo; assim, trabalhadores podem ser demitidos a qualquer momento, exceto – iminente e comprovadamente – às vésperas da aposentadoria. Fora isso, mantém-se por seguro-desemprego, FGTS e afins. Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu o Sistema de Seguridade Social. Década de 1990: Em 1990, cria-se o INSS (substitui o INPS [benefícios] e o IAPAS [arrecadação]); em 1991, as leis nº 8.212/1991 (custeio) e nº 8.213/1991 (benefícios e serviços) que ainda vigoram, apesar das inúmeras alterações legislativas ao longo do tempo. O INSS tem natureza jurídica de autarquia federal. 1993: Extingue-se o INAMPS (autarquia), com competência absorvida pelo SUS (sem personalidade jurídica própria) e gerido pelo CNS (federal) e pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde; 1998: A EC nº 20 pretendia modificar a concepção do sistema de tempo de serviço para tempo de contribuição (concepção que necessita de muitos anos para se estabelecer); 2003: A EC nº 41 altera o regime próprio de previdência dos servidores públicos e cria disposição de inclusão previdenciária para segurados de baixa renda. 2007: A EC nº 47, de 2005, cria a aposentadoria especial para os segurados com deficiência. 2019: A EC nº 103 (Reforma da Previdência). Com base nesse histórico, é possível concluir que a previdência social, no Brasil, ainda não completou 100 anos e que o sistema de seguridade, como o conhecemos, possui pouco mais de três décadas. Regime previdenciário Principais características O que é necessário para que se diga que existe um regime previdenciário? Todo sistema de seguro social em virtude de relação de trabalho (regime previdenciário) tem que garantir, ao menos, aposentadoria e pensão por morte. Existem inúmeros regimes previdenciários no Brasil (geral, servidorese militares), mas costuma-se, por convenção, dizer que há duas espécies de regime no Brasil: Regime Geral de Previdência Social - RGPS Instituído em benefício dos trabalhadores da iniciativa privada e de servidores que não sejam abrangidos por sistema próprio de previdência (alguns municípios não possuem regime de previdência). O RGPS é gerido pelo INSS. Regime próprio Instituído em benefício dos servidores com vínculo efetivo com a Administração e mantido pelas entidades federativas (União, estados, Distrito Federal e municípios). Os inúmeros regimes próprios abrangem grupos determinados e são regidos por regras próprias, as quais, por vezes, são bastante diferentes do RGPS. Com essa base histórica e conceitual, passamos agora a analisar os princípios da seguridade social, lembrando sempre sua composição fincada nas áreas da saúde, previdência e assistência. Desse modo, os princípios que veremos agora se referem a essas três áreas de forma conjunta. Apesar de o art. 194, parágrafo único, da CRFB falar em objetivos, a doutrina entende que tais “objetivos”, na verdade, são os princípios da seguridade social elencados pela Carta Política. A universalidade se refere a eventos ou infortúnios que devem ser cobertos pelo sistema. Há quem faça a ligação desse princípio com a obrigatoriedade da participação de todos (não é uma opção fazer parte ou não do sistema de proteção e contribuir para sua manutenção [no caso previdenciário] – todos são abrangidos). A equivalência não significa igualdade, mas o tratamento deve ser uniforme, respeitando as peculiaridades. A seletividade também engloba a ideia de que não serão concedidos todos os benefícios para todas as pessoas, mas apenas para as que se enquadrarem na situação prevista em lei (exemplo: não se permitirá uma pensão por morte se não houver um dependente que não esteja entre os previstos em lei). Numa expressão da vedação ao retrocesso social, os benefícios (especialmente os da assistência social) não podem ter valor reduzido. É uma orientação diferente da prevista pelo art. 201, §4º (que se aplica somente à previdência): “reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter Universalidade da cobertura e atendimento Uniformidade e equivalência dos benefícios para populações urbanas e rurais Seletividade nas prestações, conferindo vantagens aos mais necessitados Irredutibilidade do valor dos benefícios permanente, o valor real”. Os benefícios previdenciários devem preservar o valor real, enquanto os demais apenas têm garantia de não redução do valor nominal. Exprime a ideia de que os mais abastados devem contribuir com a maior parcela na sustentação do sistema. Surge uma pergunta sobre esse princípio: haveria a possibilidade de fatores sociais reduzirem a zero o custeio para certas pessoas? Isso porque, em diversas situações, há significativo deslocamento de renda. Na área assistencial, parece não haver maiores dúvidas, mas até que medida isso seria admitido na área previdenciária? Diversas contribuições diferentes alimentam o sistema da seguridade social (folha de salários, faturamento, lucro, concurso de prognósticos etc.), o que garante, mesmo diante de uma crise setorial, que seja possível manter a higidez do sistema. No que concerne ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), o art. 201 da CRFB prevê: Equidade no custeio Diversidade da base de financiamento Caráter contributivo Filiação obrigatória Preservação do equilíbrio �nanceiro e atuarial Sob o ponto de vista subjetivo, o sistema é tripartite, com o financiamento pelo empregador, pelo empregado e pelo Estado (art. 195 CRFB). E quem paga a conta? A saúde financeira da previdência social. A preocupação com a rigidez do sistema de proteção social faz com que sejam apresentadas algumas diretrizes constitucionais para garantir a saúde financeira da previdência social: Veda a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a [patronal], e II [segurados], para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do RGPS (ideia de receita tipicamente previdenciária dentro das receitas da seguridade). Exigência de lei complementar para concessão de anistia ou remissão. Depois da EC nº 103/2019, surge uma vedação mais forte: não se admite mais remissão e anistia para a parte patronal e de empregados, além de serem vedados parcelamentos e moratórias por prazos superiores a 60 meses Proteção: doença, invalidez, idade avançada, maternidade e desemprego Proteção a dependentes em razão de morte do segurado Proteção a dependentes (de baixa renda): salário-família e auxílio-reclusão O art. 167, XI, CRFB (incluído pela EC nº 20/1998) Antes da EC nº 103/2019 (impossibilita o REFIS por lei). O art. 31 da EC nº 103 resguarda o direito adquirido dos aderentes, mas impossibilita a reabertura de prazos em REFIS anteriores. Art. 195, §3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Art. 195, §4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, desde que obedecidos certos requisitos. Art. 195, §5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Esse comando está na redação original da CRFB. Pergunta-se: isso vem sendo respeitado pelos benefícios que confundem previdência com assistência social? Por outro lado, também existem certas imunidades e proteções ao contribuinte: Art. 195, §7º Exigência de CND (certidão negativa de débito) ou CPD-EN (certidão positiva com efeito de negativa): art. 195, §3º Fontes complementares de custeio Correspondência benefício-custeio Imunidade São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Art. 195, §6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no artigo 150, III, b (anterioridade de exercício). Art. 195, §9º As contribuições sociais patronais (art. 195, I) poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Observação: Tema 470 da Repercussão Geral no STF, julgado em junho de 2018: “É constitucional a contribuição adicional de 2,5% (dois e meio por cento) sobre a folha de salários instituída para as instituições financeiras e assemelhadas”. Vistos o histórico, os princípios e os objetivos que norteiam a seguridade e a previdência social, vamos exercitar adiante a identificação das suas singularidades e, no próximo módulo, tratar do Direito Previdenciário e de seus institutos. Princípio da anterioridade nonagesimal que substitui o princípio da anterioridade de exercício para tributos em geral Equidade e proporcionalidade no sistema de custeio Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Marque a afirmação correta sobre a previdência social. Parabéns! A alternativa D está correta. Os empregados, como segurados obrigatórios da Previdência Social, precisam estar cobertos por algum sistema previdenciário. Quando não se enquadram em nenhum dos regimes próprios de previdência, vinculam-se automaticamente ao RGPS, e isso se dá pelo simples exercício de uma atividade remunerada. O RGPS é administrado atualmente pela autarquia federal INSS. As demais opções estão incorretas, como se pode observar pelo histórico da assistência e previdência no Brasil (item estudado durante esse módulo). Questão 2 Assinale a alternativa correta sobre os princípios queregem a previdência social. A Sempre houve proteção dos trabalhadores em relação a acidentes de trabalho, ainda que, no início, o custeio fosse pelo Estado. B A proteção previdenciária para os trabalhadores urbanos e rurais teve início de forma simultânea, ainda que com benefícios distintos. C A criação de um plano unificado de benefícios só foi possível com a criação do INSS. D A cobertura dos empregados não vinculados a um regime próprio de previdência é sempre feita pelo RGPS, cuja administração compete a uma autarquia federal. E Poderá ser criado benefício ou serviço da seguridade, majorado ou estendido sem uma fonte de custeio total. A Quando não puder ser feita a verificação automática pelos sistemas do INSS, será exigível a apresentação de CND ou CPD-EM para o reconhecimento da primeira parcela do benefício previdenciário concedido. B Parabéns! A alternativa B está correta. O art. 195, § 6º, da CF determina que as contribuições sociais de que trata tal artigo só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se aplicando a elas o disposto no art. 150, III, "b", da Constituição. 3 - Fundamentos do Direito Previdenciário O princípio da anterioridade nonagesimal determina que as contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modicado. C A irredutibilidade do valor nominal dos benefícios é um princípio que alcança apenas os benefícios previdenciários. D O benefício da equivalência dos benefícios para populações urbanas e rurais significa igualdade no valor dos benefícios. E Aplica-se o princípio da anterioridade de exercício às contribuições sociais. Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer as instituições e os principais requisitos de funcionamento da Previdência. Desa�os para o funcionamento da previdência social Neste vídeo, veja uma ponte entre as garantias para o funcionamento do sistema previdenciário e os desafios apresentados. Confira! Fundamentos do Direito Previdenciário Conceitos e institutos fundamentais do Direito Previdenciário Alguns dos conceitos e institutos fundamentais do Direito Previdenciário ficam mais evidentes quando comparamos regimes distintos, ou seja, quando enxergamos as diferenças ou oposições entre dois regimes previdenciários diferentes, entendemos melhor os mecanismos e os objetivos que norteiam as regras desse ramo do Direito. Façamos então uma comparação (ressaltando as diferenças) entre o regime geral (RGPS) e o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos Servidores da União): Para servidores que ingressaram antes da EC nº 41, de 2003, há a possibilidade de concessão de benefício previdenciário com integralidade ou paridade. O fim da integralidade no RPPS foi regulado (em âmbito nacional, e não apenas para servidores federais) pela Lei nº 10.887/2004. O que é integralidade? Percepção de proventos e pensão igual à totalidade da remuneração no momento da aposentadoria; O que é paridade? Concessão dos mesmos aumentos e reajustes atribuídos aos servidores ativos (protrai a igualdade remuneratória de ativos e aposentados no tempo); Há integralidade e paridade no RGPS? Não. No RGPS, nunca existiu paridade ou integralidade. Para servidores que ingressaram depois da Lei nº 10.887/2004, ela também não existe. O segurado é obrigado a contribuir sobre todo o seu salário, ou há um teto (além do qual não é cobrado nenhum valor adicional de contribuição previdenciária)? Servidor federal que ingressa até a Lei nº 12.618/2012: contribui sobre o total da remuneração e tem cálculo do benefício em cima do total que contribuiu (sem aplicar o teto do RGPS na contribuição e no benefício); Servidor federal que ingressa após a Lei nº 12.618/2012: contribui, no máximo, sobre o teto do RGPS e recebe benefício considerando esse mesmo teto; RGPS: sempre houve teto de contribuição, que é reajustado anualmente. O segurado do RGPS contribui até o teto (não incide contribuição sobre o que ultrapassar) e receberá benefício também limitado a esse teto, igual ao dos servidores que ingressaram após a Lei nº 12.618/2012. Observações: A Lei nº 12.618/2012 institui o regime de previdência complementar para os servidores públicos federais. A adesão é opcional e funciona de forma parecida com a dos fundos de previdência fechados (Previ, Petros, Postalis etc.). Houve possibilidade e regra para todos os servidores antigos que quiseram migrar para o novo sistema, recebendo um benefício especial em razão das contribuições já realizadas além do teto. A Lei nº 13.809/2018 possibilitou a migração até 03/2019. Integralidade e paridade no valor do benefício Teto de contribuição A EC nº 41, de 2003, previu a contribuição de servidores inativos. O art. 5º da Lei nº 10.887/2004 estabeleceu 11% sobre o que exceder o teto do RGPS. Já as ADINs 3105 e 3128 consideraram constitucional essa cobrança; Não há contribuição de aposentados ou pensionistas vinculados ao RGPS; Mudança advinda com a EC nº 103, de 2019: contribuição adicional progressiva conforme tabela do art. 11, que prevê alíquotas de até 22% sobre o que exceder o teto do RGPS. Aplica-se apenas a servidores (art. 134 da Lei nº 8.112/1990), não encontrando paralelo no RGPS. Para alguns, a cassação da aposentadoria fulmina a ideia de sistema contributivo. No RGPS, não há possibilidade de se desconsiderar contribuições ou tempo de serviço (pertencem ao patrimônio do trabalhador). As cassações de aposentadoria no RGPS ocorrem em razão de não ter havido o vínculo ou as remunerações que deram base à concessão (fraude na contagem de tempo ou inserção indevida de salários de contribuição), e não como punição por desvios de natureza trabalhista. Os delitos de um servidor no exercício da função podem ser punidos com perda da aposentadoria. Essas foram, portanto, algumas diferenças entre o RGPS e o RPPS dos servidores da União. Elas nos ajudam a compreender alguns institutos muitas vezes debatidos nos círculos que discutem o sistema previdenciário e suas reformas. Como podemos observar, os sistemas foram gradativamente se aproximando, tendo esse processo culminado com a EC nº 103, de 2019, que busca parametrizações cujo norte é a equivalência das regras. Saiba mais O Regime dos Militares das Forças Armadas não entrou nessa equivalência, preservando regras próprias muito distantes das estabelecidas para o RGPS ou o RPPS dos servidores. A EC nº 103, de 2019, não tratou da previdência dos militares. As alterações desse regime foram feitas pela Lei nº 13.954/2019. Feitas essas considerações iniciais, partiremos para um conhecimento mais aprofundado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Nosso primeiro passo será identificar os sujeitos protegidos por esse regime: Trabalhadores que possuem relação de emprego regida pela CLT; Recolhimento ao sistema previdenciário depois de se aposentar Possibilidade de cassação da aposentadoria Empregados rurais – Lei nº 5.889/1973; Empregados domésticos - LC nº 150/2015; Trabalhadores autônomos, eventuais ou não; Empresários, titulares de firma individual ou sócios gestores; Trabalhadores avulsos mediante órgão gestor de mão de obra (OGMO) ou sindicatos; Pequenos produtores rurais e pescadores artesanais (economia familiar); Servidor exclusivamente em cargo comissionado (art. 40, §13); Os dependentes de todos esses trabalhadores. Como se pode observar, são muitas categorias, e isso se dá porque a ideia do regime geral é abranger todas as atividades remuneradas que não são amparadas por algum regime próprio de previdência (RPPS) e, assim, alcançar um dos princípios da seguridade social: a universalidade da cobertura e do atendimento. Divisão dos segurados do RGPS Segurado obrigatório e segurado facultativo Veja a diferença entre os dois tipos de segurado: Segurado obrigatório Aquele que se filia de forma compulsória à previdênciasocial para exercer atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não. Segurado facultativo Aquele que, mesmo não tendo vínculo obrigatório de filiação, deseja participar do sistema e alcançar seus benefícios. Exemplo: quem realiza trabalho doméstico no âmbito da própria residência. Apesar de serem inúmeros os trabalhadores que possuem vínculo obrigatório com o RGPS, há uma classificação em categorias que determina a forma de custeio e os benefícios que podem ser obtidos. A classificação atual dos segurados obrigatórios do RGPS é a seguinte: Empregado, segundo definição do art. 3º da CLT, é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. Empregado temporário e trabalhador intermitente se enquadram como empregado (Lei nº 13.467/2017). Por questão de política legislativa, o conceito de empregado não se aplica de forma absoluta em todas as hipóteses previstas no art. 11, I, da Lei nº 8.213/1991, como, por exemplo, o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, autarquias, inclusive em regime especial, e fundações públicas federais, assim como aqueles que exercem mandato eletivo desde que não estejam vinculados a regime próprio. Aquele que presta serviço de natureza contínua à pessoa ou família, no âmbito residencial delas, em atividades sem fins lucrativos. Grandes modificações na categoria foram previstas na LC nº 150/2015. Esta categoria engloba: Empresário (sócio-gerente, sócio cotista, titular de firma individual, diretor não empregado, conselho de administração de SA e titular de EIRELI); Diretor de cooperativa ou associação; Empregado Empregado doméstico Contribuinte individual Autônomo (presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego ou presta serviços diretamente à PF, exercendo atividade de natureza urbana); Síndico de condomínio; Pessoa física que tenha empregados que não sejam domésticos; Pessoa física que explora atividade agropecuária em área superior a quatro módulos fiscais; Garimpeiro; Médico residente (Lei nº 6.932/1981); Ministro de confissão religiosa sem vínculo empregatício com a instituição à qual pertence. Quem, sindicalizado ou não, presta a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural. Segundo o Decreto nº 3.048/1999, tais trabalhadores possuem as seguintes características: Intermediação obrigatória do OGMO ou do sindicato de categoria; Não há vínculo empregatício com tomadores de serviço, sindicato ou OGMO; Eventualidade da prestação sob a ótica das empresas tomadoras de serviço. Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, seja: Produtor agropecuário em área até quatro módulos; Seringueiro ou extrativista vegetal; Pescador artesanal; Cônjuge ou filho maior de 16 anos que trabalhe com o grupo familiar. Você sabe o que é regime de economia familiar? Resposta É definido como a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência, sendo exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de Trabalhador avulso Segurado especial empregados permanentes (admite-se até 120 dias x pessoas por ano). Observações que valem para qualquer trabalhador: todos que exercerem concomitantemente mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS, serão obrigatoriamente filiados em relação a cada uma delas. Todavia, o segurado especial deixa de sê-lo caso assuma condição de qualquer outro segurado obrigatório. Segurados de baixa renda O art. 201, §12 e 13 (introduzido pela EC nº 41, de 2003, e alterado pela EC nº 47, de 2005), da CF prevê a figura do segurado de baixa renda com a possibilidade de inclusão previdenciária. Para esses segurados, haverá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados. As regras para os segurados de baixa renda foram previstas pela Lei nº 12.470/2011 (que alterou o art. 21 da Lei nº 8.212/1991 – Lei de Custeio da Previdência Social (LCPS)): contribuem com 5% do salário mínimo e devem se enquadrar em uma das seguintes situações: Art. 201, §12 “[...] trabalhadores de baixa renda e aqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário mínimo.” Microempreendedor individual (previsto no art. 18-A da LC nº 123/2006). Aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, inscrito no CadÚnico e cuja renda familiar total seja de até dois salários mínimos. É categorizado como segurado facultativo o maior de 14 anos que se filia voluntariamente ao Regime Geral de Previdência Social mediante contribuição, desde que não esteja incluído em qualquer regime de previdência como segurado obrigatório. MEI Segurado facultativo Dependentes Vamos falar dos dependentes? São pessoas ligadas ao RGPS não em razão de sua própria atividade remunerada, mas como dependentes dos segurados. As classes de dependentes estão previstas no art. 16 da Lei nº 8.213/1991 – Lei de Benefícios da Previdência Social (LBPS): Observe agora algumas observações sobre concessões de benefícios a dependentes: Para fins de concessão de benefício, a existência de dependente de qualquer das classes precedentes exclui o direito das classes seguintes. Havendo mais de uma pessoa numa mesma classe, existe uma divisão do valor em partes iguais entre os dependentes; Classe I O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. Classe II Os pais. Classe III O irmão não emancipado menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. Cessado o benefício para alguém dentro de determinada classe, haverá nova divisão do valor entre os remanescentes dentro da classe. Quando acabarem todos os dependentes da mesma classe, cessará o benefício, não passando para as classes subsequentes; A dependência econômica das pessoas indicadas na classe I é presumida, e a das demais deve ser comprovada (há jurisprudência favorável ao entendimento de que a presunção de dependência econômica das pessoas indicadas na classe I é absoluta, mas ela não é pacífica); O momento da verificação da dependência econômica é a época do óbito (princípio do tempus regit actum) – há controvérsias também sobre esse ponto, mas essa é a posição que prevalece. Quais são os benefícios destinados aos dependentes? A existência de um dependente de qualquer das classes desse artigo exclui do direito às prestações aqueles das seguintes classes: Pensão por morte Auxílio-reclusão Serviço social Reabilitação pro�ssional O enteado e o menor tutelado Equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no regulamento. A dependência econômica dos dependentes de classe I é presumida, enquanto a das demais classes deve ser comprovada. Vale destacar que as provas de união estável e de dependência econômica exigem o início de prova material (documental) contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não sendo admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento. Para o segurado obrigatório, nasce a relação de seguro social no primeiro dia de trabalho, porque é nessa data que se dá sua filiação ao RGPS. Para o segurado facultativo,a relação se inicia no dia em que ocorre sua inscrição no RGPS, com a primeira contribuição vertida (art. 20, e parágrafos do Decreto nº 3.048/1999). A forma de inscrição de segurados e dependentes é disciplinada pelos arts. 17 a 24 do Decreto nº 3.048/1999. Outros institutos do Direito Previdenciário Carência Vistas as espécies de segurado e seus dependentes, vamos compreender agora os aspectos relacionados à carência. O que é carência no RGPS? É o número de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências (artigo 24 da LBPS). Filiação e inscrição no RGPS Imagine a seguinte situação: alguém entrou em 29 de março no local de trabalho. Esse mês de março conta como carência? Sim (até a EC nº 103/2019). Observa-se a redação da IN 77/2005, art. 145. A EC nº 103, de 2019 (art. 195, §14), altera a regra: podem ser reconhecidas como tempo de contribuição somente competências cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para a categoria do segurado, admitido o agrupamento de contribuições. O art. 29 da EC faculta soluções desde que ocorram no mesmo ano civil: Complementação do valor para atingir o limite mínimo; Utilizar o valor excedente a um salário mínimo de outra competência para suprir a complementação da competência abaixo do salário mínimo; Agrupar contribuições inferiores ao mínimo em diferentes competências para superar o patamar de 1 SM. Veja os períodos de carência conforme a espécie do benefício. São 12 meses, exceto nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e das afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social. A lista está no artigo 147, II, anexo XLV, da Instrução Normativa nº 77/2015 do INSS. Exemplos: cegueira, tuberculose, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna e cardiopatia grave. É importante diferenciar os dois institutos: qualidade de segurado X carência. A preexistência da incapacidade em relação à filiação impede a concessão de benefícios, pois retiraria o caráter de seguro social. A dispensa de carência não é sinônimo de dispensa da qualidade de segurado no momento em que a pessoa é acometida pela enfermidade. A pessoa precisa ser segurada do RGPS antes de se tornar incapaz, ainda que a carência possa ser, em alguns casos, dispensada. São 180 meses (observando o art. 142 da LBPS: tabela de redução para quem completa requisitos até 2011). Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, especial e da pessoa com deficiência São 10 meses (contribuinte individual e facultativa), não havendo carência para a empregada, a empregada doméstica e a avulsa. A segurada especial deve comprovar exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores ao requerimento. Não há carência. Observe que o início da contagem da carência varia conforme a espécie de segurado. Segurados empregados (inclusive domésticos) e trabalhadores avulsos A partir da filiação ao RGPS (art. 27, inciso I, LBPS). Contribuinte individual e facultativo A contar do pagamento da primeira contribuição sem atraso (art. 27, inciso II, LBPS). Qual é a ideia por trás da diferenciação? Distinguir quem está obrigado legalmente a fazer o recolhimento (não podemos ser prejudicados por uma eventual omissão de terceiros). Como o contribuinte individual e o facultativo estão, em regra, obrigados ao próprio recolhimento, para eles só conta a carência a partir da 1ª contribuição em dia. Atenção! Em relação ao CI, conforme entendimento do STJ (REsp 1.346.852 de 05/2013), não se admite recolhimento de contribuições previdenciárias post mortem a fim de que, reconhecida a qualidade de segurado do falecido, seja garantida a pensão por morte. A MP nº 871/2019 (convertida na Lei nº 13.846/2019) introduz Salário-maternidade Auxílio-acidente, salário-família, pensão por morte e auxílio-reclusão o §7º no art. 17 da LBPS: proíbe a inscrição post mortem de segurado contribuinte individual e segurado facultativo. Veja também outros pontos relacionados à carência: Redutor de carência Há um redutor de carência para os benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário- maternidade. A previsão está no art. 27-A da LBPS (Lei nº 8.213/1991) – situação: era segurado, perdeu qualidade de segurado e retornou ao sistema. Quando recupera as contribuições anteriores? Quando recolher metade das contribuições exigíveis a título de carência do benefício pretendido. Exclusão de carência Seu objetivo é garantir a manutenção da qualidade de segurado durante algum tempo, mesmo que sejam cessadas as contribuições ou o exercício de atividade considerada como de filiação obrigatória ao RGPS. Período de graça O período de graça (art. 15 da Lei nº 8.213/1991) é o período em que o indivíduo continua filiado ao RGPS, mesmo não exercendo atividade que o enquadre como segurado obrigatório nem contribuindo mensalmente como segurado facultativo. Em razão do período de graça, a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao final desse período. Veja o exemplo a seguir: Supondo que o período de graça seja de 12 meses e que a demissão do empregado tenha sido em 14/04/2016. Quando ele perde a qualidade de segurado? Resposta: ele perde a qualidade de segurado em 16/06. Período de graça de�nido em lei Mantém a qualidade de segurado independentemente de contribuições: Sem limite de prazo: Quem está em gozo de benefício; Por 12 meses após a cessação das contribuições: O segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; Por 12 meses após o livramento: O segurado retido ou recluso; Por 3 meses após o licenciamento: O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; Por 6 meses após a cessação das contribuições: O segurado facultativo. Atenção! O segurado que deixar de exercer atividade remunerada terá o período de graça prorrogado para 24 meses se já tiver pagado mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarretem a perda da qualidade de segurado. Serão acrescidos 12 meses para o segurado desempregado desde que essa situação seja comprovada pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Fechamos o período de graça e passamos a um tema que gera alguma controvérsia por ele representar uma mudança de paradigma. Iniciada em 1998 (EC nº 20), ela se estende até os dias de hoje. Trata-se da diferenciação entre o tempo de serviço e o de contribuição. Tempo de serviço x tempo de contribuição Até 1998, os benefícios eram garantidos em razão do tempo de serviço. Havia a obrigação legal de recolhimentos, mas o foco da análise dos benefícios era o serviço prestado. Por questões econômicas e de sustentação do sistema, a EC nº 20, de 1998, iniciou a mudança de paradigma para deixar de lado o tempo de serviço e adotar o foco no tempo de contribuição. Todavia, a Lei nº 8.213/1991 continuou usando a expressão “tempo de serviço”. E como não há definição legal do que deva ser considerado como tempo de contribuição, consideram-se ainda aplicáveis (em muitos casos) os conceitos de tempo de serviço para esse fim (art. 4º da EC nº 20, de 1998). Vale dizer que será considerado como tempo de serviço (art. 60 do Decreto nº 3.048/1999): Período intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez; Tempo de serviço militar ou de serviço civil alternativo; Período de gozo de licença-maternidade; Período de contribuição como segurado facultativo; Período de licença remunerada,desde que tenha havido contribuição; Tempo de contribuição em outro regime (RPPS) mediante contagem recíproca; Mandato eletivo quando não contado para outro regime; Vitimado por atos de exceção que tenham sido compelidos ao afastamento de atividade remunerada no período de 18/09/1946 a 05/10/1988; Licença remunerada; Período como aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional em escola técnica, desde que sejam comprovados a remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vínculo empregatício. O INSS costuma considerar o tempo em que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença como tempo de contribuição, mas não conta esse período para fins de carência (ante a ausência de contribuição). A jurisprudência amplamente majoritária também considera o auxílio-doença para fins de carência. MEI e contribuinte individual Principais características Há uma figura de natureza jurídica híbrida (empresa e contribuinte individual ao mesmo tempo) que ganhou bastante espaço nos últimos anos e merece ser aqui tratada sob o ponto de vista previdenciário. Trata-se do microempreendedor individual (MEI). Com vigência a partir de julho de 2009, a LC nº 128/2008 criou a figura do MEI por meio da introdução do art. 18-A na LC nº 123/2006 (Estatuto da ME e EPP). Podem ser úteis, assim, algumas distinções entre as figuras do MEI e da microempresa: MEI (art. 18-A da LC nº 123) MEI é empresário (art. 968, §4º, CC); Receita até R$81.000 por ano; Pode ter até um empregado; Contribuições migram do DARF para o CNIS. Microempresa (art. 3º da LC nº 123) Microempresa tem administrador; Receita até R$360.000 por ano; Pode ter mais empregados; Necessidade de fazer GFIP. As contribuições de cada categoria são: MEI A contribuição do MEI é de 5% sobre o salário mínimo (art. 21, §2º, II, “a” da Lei nº 8.212/1991, com redação pela Lei nº 12.470/2011) e é realizada pelo próprio MEI. Microempresa A contribuição do sócio da microempresa que ganhe pró-labore é de 11% sobre o valor do pró-labore (retido e recolhido pela microempresa – art. 4º da Lei nº 10.666/2003). Até aqui, vimos diversos aspectos do RGPS e dos institutos que se relacionam com a concessão dos benefícios previdenciários. No entanto, ainda não falamos sobre a renda desses benefícios, o que faremos a partir de agora. Renda mensal inicial (RMI) – traduz-se como a renda inicial (valor) do benefício a ser recebida pelo segurado ou dependente. Para compreendermos como se chega ao montante do RMI, alguns conceitos prévios são necessários: São os valores que servem de base de cálculo para a incidência da contribuição previdenciária paga pelo segurado ao longo da sua vida. Via de regra, retrata a remuneração recebida em razão da atividade que o vincula ao RGPS. É o lapso temporal cujos salários de contribuição (SC) serão levados em conta no cálculo do salário de benefício (SB). É o valor obtido a partir de uma média dos salários de contribuição (SC) durante o período básico de cálculo (PBC), observando, ao final, os limites mínimo (salário mínimo) e máximo (teto do RGPS) e a incidência ou não do fator previdenciário, conforme o caso. Esse cálculo se dá na forma do art. 29 da Lei nº 8.213/1991. Criado pela Lei nº 9.876/1999, tal fator insere-se na fórmula do salário de benefício da aposentadoria Saldo de contribuição (SC) Período básico de cálculo (PBC) Salário de benefício (SB) Fator previdenciário por tempo de contribuição (obrigatoriamente) e da aposentadoria por idade (facultativamente). O salário de benefício é o valor usado para o cálculo da renda mensal inicial dos principais benefícios previdenciários de pagamento continuado (exceções: SFam e SMat). A regra é: RMI = SB x Cf, em que Cf é o coeficiente de cálculo específico para o benefício pretendido (91% para auxílio-doença e 50% para auxílio- acidente). Muitos coeficientes mudaram com a EC nº 103/2019 (conheceremos essas mudanças quando abordarmos cada benefício especificamente). Para uma melhor compreensão, vejamos como se calcula o salário de benefício (SB) na aposentadoria por tempo de contribuição (ATC) e na aposentadoria por idade (APID): Antes da EC nº 103/2019 Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% do PBC multiplicada pelo fator previdenciário. Para APID, o fator previdenciário é opcional. Depois da EC nº 103/2019 (art. 26) Média aritmética simples de todos os salários de contribuição do PBC. A EC nº 103/2019 incluiu uma regra nova (art. 26, §6º), que permite a exclusão de contribuições que abaixem o salário de benefício. Em especial, depois da alteração que determina o cálculo com 100% do PBC, e não mais as 80% maiores contribuições, essa opção pode trazer diferenças significativas. Mas vale dizer: se houver a exclusão das contribuições, deve-se excluir também o tempo e todos os seus efeitos, inclusive para averbação em outros regimes (RPPS). O salário de benefício (por força do art. 29, §2º) e a RMI (por força do art. 33) respeitam o limite máximo (teto) do RGPS. São exceções: 25% sobre aposentadoria por invalidez (art. 45 da Lei nº 8.213/1991); Salário-maternidade (arts. 72 e 73 da Lei nº 8.213/1991). A partir da EC nº 103, de 2019, também por força constitucional (art. 26, §1º), existe a limitação do salário de benefício (SB) ao teto do RGPS. Comentário Sempre são levados em conta os 80% de maiores salários ou os 100% maiores salários dentro de uma média aritmética simples? Não (art. 3º, §2º, da Lei nº 9.876/1999), pois deve haver pelo menos 60% de contribuições no PBC (de julho de 1994 até o momento da aposentadoria). Isso é o que se chama de divisor mínimo (60% do período contributivo). A ideia é privilegiar aqueles que têm muitas contribuições e não deixar que haja vantagem para os que possuem poucas contribuições com valores altos. Desse modo, se não houver ao menos 60% de meses com contribuições no PBC, não haverá mais a média aritmética simples, e sim o somatório do que se contribuiu ao longo do tempo dividido pelo divisor mínimo (número de meses correspondente a 60% do PBC). Vejamos o seguinte exemplo: Aposentadoria em dezembro de 2016: de julho/1994 a dezembro/2016 = 270 meses. Com isso, 60% de 270 = 162 (esse é divisor mínimo): Situação 1 Pessoa tem 220 contribuições. 80% de 220 = 176. Como 176 > 162 – usará as 176 maiores (80% maiores) / 176. Situação 2 Pessoa tem 180 contribuições. 80% de 180 = 144. Como 144 < 162 – usará as 162 maiores (90% maiores) / 162. Situação 3 Pessoa tem 150 contribuições. Como 150 < 162 – usará todas as 150 (100%) / 162. Tese da revisão da vida toda Orientação jurisprudencial Pessoas cujo cálculo compreende os 80% maiores SC desde julho de 1994 desejam que os salários anteriores (ou seja, de toda a vida contributiva) também sejam considerados. Comentário Sobre o tempo de contribuição, o art. 29, § 9º da LBPS estabelece que devem ser adicionados: a) 5 anos ao tempo de contribuição da mulher; b) 5 anos ao tempo de contribuição do professor (homem), exceto universitário; c) 10 anos ao tempo de contribuição da professora (mulher), exceto universitária. A diferença será favorável quando houver queda dos SC no final da vida contributiva, o que foi julgado de forma favorável pelo STJ em dezembro de 2019 (Tema 999). No entanto, há recurso extraordinário pendente no STF. Fator (julgado constitucional pelo STF em 12/2003 (ADI 2111)) que altera o salário de benefício, levando em conta o tempo de contribuição, a idade na data da aposentadoria e a expectativa de sobrevida do segurado. Essa expectativa é definida a partir de tábua completa de mortalidade para o total da população brasileira, que compete ao IBGE publicar. Aplicação: ATC (aposentadoria por tempo de contribuição) e APID (aposentadoria por idade), sendo que na APID é facultativa. Mesmo com o fator previdenciário, o governo não conseguiu aumentar a idade média de aposentadoria, que se estabilizou, desde 2002,em 54 anos para homens e 51 anos para mulheres. O efeito prático foi a redução do valor dos benefícios quando a renda supera um salário mínimo. Com a EC nº 103/2019, não há como não aumentar a idade de aposentadoria, porque as novas regras determinam uma idade mínima a ser alcançada. Após a EC nº 103/2019, o fator Fator previdenciário previdenciário continua sendo aplicado, mas em apenas uma regra de transição (pedágio de 50% do art. 16 da EC), de modo que ele influenciará cada vez menos até desaparecer completamente. O §5º do art. 24 da EC nº 103/2019 garante o direito adquirido para as acumulações feitas até a data de promulgação da emenda. Porém, a partir da EC nº 103/2019 (art. 24), surgiram regras de cálculo para os casos em que o segurado acumula duas pensões (de regimes diferentes) ou pensão com aposentadoria: Recebe o maior benefício de forma integral; Recebe o menor benefício conforme a seguinte escala (§2º): 100% até 1 SM; 60% de 1 até 2 SM; 40% de 2 até 3 SM; 20% de 3 até 4 SM; 10% do que superar 4 SM. Outra questão que vale a pena ser abordada diz respeito à conexão existente entre o Direito do Trabalho e o Direito Previdenciário, em especial quanto aos efeitos das sentenças trabalhistas para fins previdenciários. Quanto a esse ponto, ressaltemos os seguintes aspectos: Primeiro aspecto Há uma sentença judicial transitada em julgado (no âmbito da Justiça do Trabalho) em que se reconhece um vínculo. Segundo aspecto O INSS não participou do processo trabalhista; desse modo, ele não está subjetivamente abrangido pela coisa julgada advinda da reclamatória trabalhista proposta pelo trabalhador. Verifique agora uma explicação mais detalhada sobre o que é uma sentença trabalhista: Antigamente, o STJ entendia que a sentença trabalhista perfazia início de prova material sem adentrar em como tinha sido a instrução do processo. Nesse entendimento anterior, essa sentença ganhava força como meio de prova a ser utilizada perante o INSS. Acumulação de benefícios Entretanto, julgados mais recentes (AgInt no AREsp 688117 em 11/12/2017 e AgInt nos EDcl no AREsp 1140573 em 19/03/18) apontam para a necessidade de que a instrução do processo trabalhista tenha se dado com provas materiais para que seja possível considerá-la como início de prova material. Ou seja, sentenças homologatórias de acordos sem provas ou com provas exclusivamente testemunhais acabam perdendo força como meio de comprovação de vínculo perante o INSS. Não quer dizer que essa sentença não seja uma prova. Contudo, ela não é mais entendida como uma prova material. Comentário Em suma, existe uma posição amplamente dominante no sentido de que a sentença trabalhista não é definitiva quanto à relação previdenciária nem é prova plena do vínculo, mas apenas um início de prova. Se for apenas homologação de acordo, haverá ainda menos densidade probante. Nos casos de acordo na Justiça do Trabalho (JT), a regra é que se faça audiência de instrução com a presença do INSS. Se houver acordo (empresa – empregado) em momento posterior à prescrição das parcelas que seriam devidas pela empresa, a densidade probatória será ainda menor. O art. 43 da LBPS (Lei nº 8.213/1991) prevê que, nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento das importâncias devidas à seguridade social. No §3º, há uma previsão de que o recolhimento será feito em tantas parcelas quanto aquelas previstas no acordo nas mesmas datas em que sejam exigíveis e proporcionalmente a cada uma delas. A seguridade social é um tema que interfere em toda a dinâmica social: ela não se esgota na gestão, na educação e no direito. Sua percepção, afinal, é plena e viva. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Aponte a afirmação correta em relação ao Regime Geral da Previdência Social. A Caso haja demissão com justa causa por cometimento de crime do empregado contra a empresa, perderá o trabalhador o tempo contributivo desse vínculo para fins previdenciários. Parabéns! A alternativa B está correta. A opção A está errada, pois apenas servidores públicos sofrem com a perda de direitos previdenciários em razão do cometimento de delitos. A alternativa B está correta, já que o valor da contribuição do segurado é limitado ao teto do RGPS, reajustado anualmente por portaria do ministério competente. A C está errada, porque apenas para servidores que ingressaram antes da EC nº 41, de 2003, é possível a paridade. Já a D está errada, pois o segurado é obrigado a contribuir em relação a todos os vínculos de filiação obrigatória. Questão 2 Marque a alternativa correta sobre os aspectos gerais dos benefícios do RGPS. B Ainda que ganhe valores acima de 40 salários mínimos, o empregado apenas contribui para o RGPS até um limite, definido anualmente por portaria. C Aos segurados é garantida a paridade de remuneração quando eles se aposentam por acidente do trabalho. D Ao possuir dois vínculos, poderá o segurado optar por contribuir por um deles, o que lhe for mais vantajoso. E Os benefícios são garantidos em razão do tempo de serviço. A Não há diferentes períodos de carência. B O período de graça pode ser definido como o período em que o segurado mantém a qualidade de segurado, pagando a contribuição mínima. Parabéns! A alternativa E está correta. A contribuição destina-se apenas aos trabalhadores que não estão aposentados ou a receber pensão vinculada ao RGPS. Considerações �nais Neste conteúdo, oferecemos uma apresentação panorâmica da seguridade social e de seus campos, perpassando um breve histórico (no mundo e no Brasil). Além disso, conhecemos alguns conceitos básicos e princípios relacionados às ações estatais nas áreas da saúde, previdência e assistência social. Em seguida, apresentamos diversos institutos e aspectos gerais relacionados aos principais benefícios concedidos no âmbito da assistência social e da previdência, sobretudo no que se refere ao Regime Geral da Previdência Social, que é gerido pelo INSS. Podcast C O período básico de cálculo dos benefícios do regime geral compreende as contribuições vertidas ao sistema, sempre contemplando a vida laborativa inteira do segurado. D Para o segurado facultativo, a relação previdenciária se inicia no dia em que ocorre sua inscrição perante o INSS, ainda que ocorra atraso na primeira contribuição vertida. E Não há contribuição de aposentados ou pensionistas vinculados ao RGPS. Para encerrar o conteúdo, ouça um bate-papo no qual se fala um pouco mais sobre pontos importantes acerca da seguridade social. Explore + Para aprofundar seus conhecimentos sobre direitos sociais, leia o art. 6º da Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB. Sobre a cobertura no sistema de saúde, veja o Tema 106 dos Recursos Repetitivos do STJ, julgado em 05/2018. Sobre a solidariedade nos sistemas de proteção social e o equilíbrio financeiro da previdência privada, uma sugestão é acompanhar os julgados referentes ao Tema 452 no STF (RE 639.138 com repercussão geral reconhecida em 08/2018) e Tema 955 no STJ (RecRep 1.312.736). Para aprofundamento em conformidade com as posições da Turma Nacional de Uniformização (TNU), há os seguintes julgados afetos ao que abordamos neste conteúdo: Temas 37, 172, 173, 181 e 216 e Súmulas 14, 27, 34, 52, 63 e 73. Referências BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da assistência social e dá outras providências. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.720, de 30 de novembro de 1998. Dá nova redação a dispositivos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da assistência social, e dá outras providências. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto
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