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URBANIZAÇÃO
Capitalismo firmou-se no Brasil no final do séc XIX expandindo as realações assalariadas de 
produção não só nas cidades mas também no campo. No início do sec XX foram realizadas investimentos 
estrangeiros em várias cidades, criando e melhorando a infraestrutura do país.
Crescimento de SP e RJ : Meados do séc XX com 36,2% de sua população vivendo em cidades, 
sendo que no inicio do séc era de 10%. Aumento significativo da taxa de urbanização brasileira. A 
urbanização brasileira da segunda metade do séc XX colocou a cidade como centro polarizador da vida local 
e nacional, assumindo um papel de comando na organização do espaço geográfico.
A cidade tornou-se centro das decisões políticas e economicas, sede de movimentos culturais e 
centro mobilização de massas.
Obs: a expansão capitalista promoveu ainda a divisão territorial do trabalho, valorização de certas 
localizações em relação a outras. Com o passar do tempo o capitalismo foi fazendo com que a cidade se 
sobreposse ao campo, estabelecendo assim o controle do campo pela cidade.
A cidade passa a ser o centro polarizador da atividades socioeconomicas espaciais.
A cidade ao se destribuir espacialmente, forma uma rede urbana, ou seja, um conjunto de centros 
funcionalmente articulados, expressando a dimensão socioespacial da sociedade.
Obs: Devido ao avanço tecnológico da 3ª Rev Industrial a articulação entre as cidades se estritou de tal forma 
que hoje não existem mais cidades distantes entre si, os meios técnicos permitem a unificação de regiões e 
espaços geograficos sem precedentes.
HIERARQUIA URBANA
Existencia de cidades de diferentes categorias dimensionais, isto é, de tamanhos diferentes quanto ao 
contigente populacional. As cidades possuem funções urbanas definidas, isto é, portuárias, industriais e etc.
Cidades que se diferenciam de outras pelo desenvolvimento do setor terciário, que possuem uma rede de 
serviços diversificados que exercem influencia sobre outras.
-Metrópole Global; Metrópole Nacional; Metrópole Regional; Centro Regional; Centro subregional.
Cada uma das categorias de cidades está subordinada ao centro imediatamente superior chamado de efeito 
drenagem,isto é drenando recursos financeiros e mão de obra que circulam na rede urbana e na região.
SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO : CIDADES GLOBAIS.
Até o inicio do sex XIX, a dinamica das grandes cidades estava relacionada aos fluxos de mercadorias, 
atualmente o que se tem destaque é o fluxo de informação, fluxo financeiro. Como resultado disso vem a 
formação de cidades globais.
Obs: Atualmente o setor terciário da economia tornou-se o motor da organização do espço mundial.
Região Metropolitana no Brasil-
Segundo o professor Francisco Scarlato tem-se : Crescimento Urbano acentuado, conduzindo a absorção de 
aglomerados rurais e de outras cidades vizinhas.
Existencia de várias administrações politico administrativas autônomas em um único espaço edificado.
Fluxo de circulação de veículos entre as cidades cornubadas, formando um movimento chamado de fluxo 
pendular, ou seja, seria aquele que a população realiza diariamente, para ir ao trabalho como exemplo.
Obs: assim constitui um complexo urbano estritamente integrado.
Região Metropolitana- é um região estabelecida por legislação estadual e que corresponde a um conjunto de 
municipios contiguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços publicos e de 
infraestrutura comuns.
Obs: No Brasil tem-se 22 regiões metropolitanas, 15 centro sul, 5 nordeste e uma na amazonia, mais a RIDE 
que é a região de Brasília com suas cidades cornubadas a ela.
Obs: segundo o IBGE a quantidade minima de população para determinar as aglomerações com 
metropolização plena é 800 mil habitantes em seu núcleo principal. Sendo assim uma cidade que possua 
essas características apresenta funções urbanas diversificados e especializados.
Com o intenso crescimento a partir da década de 1950 os problemas urbanos se agravaram; falta de 
infraestrutura , de saneamento basico, de transporte, habitação e etc. As cidades capitais e seus vizinhos 
tornaram-se areas de tensões sociais. 
Em virtude desses problemas foram criadas as secretarias de negócios metropolitanos, em cada um dos 
estados, responsáveis pela elaboração, ordenação e execução de um plano de desenvolvimento integrado.
Planejamento integrado do desenvolvimento social e economico, saneamento basico, uso do solo 
metropolitano.
Obs: Vemos atualmente um processo de desaceleração no processo de metropolização, como fator da 
desaceleração do crescimento populacional.
MEGÁLOPOLE 
Devemos entender por megalopole uma região urbana com cidades de vários tamanhos e organizados ao 
redor de uma metrópole, resultado da conurbação das cidades.
Ex: Boswash( Fica de Boston até washington nos EUA) com New York constituindo a cidade central.
No Brasil observamos com facilidade a formação de uma megálopole no Vale do Paraíba, entre SP e Grande 
Rio.
Apesar de tudo as redes viárias não tem sido capaz de participar com eficiencia para o escoamento da 
população. Essas estradas saem de SP com destino ao Rio e apresentam grandes quilômetros de 
congestionamento prejudicando a na escoação de produtos e de pessoas diariamente.
Cidade com expressão de desigualdades sociais
A segregação socioespacial
O conceito de cidade formal é aquela que é dotada de infraestrutura com habitações confortáveis, redes de 
água e de esgoto, energia, coleta de lixo. É constituida pelos bairros centrais e bairros nobres.
Cidade informal e aquela carente de infraestrutura incapaz portanto de atender os interesses de seus 
habitantes, constituida pelas periferias e bairros pobres, onde vive a maioria da população que é incapaz de 
comprar um terreno no mercado imobiliário formal. Esses bairros clandestinos se multiplicaram ao longo dos 
anos, alterando o meio ambiente. É o próprio sistema que produz a cidade informal e empurra as pessoas 
para as periferias urbanas. Sendo assim, acarreta numa segregação residencial e comercial.
A segregação espacial de moradia e de serviços deriva da renda dos seus moradores. Porem não devemos 
perder de vista que frações de classe dominante controlam o mercado de terras urbanas pela chamada 
incorporação imobiliária. Sendo assim pode-se falar em auto-segregação e segregação imposta.
Auto segregação refere-se a possibilidade das classes sociais de maior renda escolhrem os melhores lugares 
para morarem.
Segregação imposta deriva do próprio sistema capitalista, que impõe valores de uso diferentes para os 
diversos “pedaços” do território urbano
Obs.: desse modo existe um certo controle da terra urbana, realizado por grandes proprietários individuais ou 
por empresas imobiliárias. Estes utilizam estratégias mercantis com o objetivo de valorização da terra ou dos 
lotes, impondo uma dinamica especulativa.
Internalização da vida urbana: espaço do consumo X espaço do lazer
Ultimamente vem acontecendo uma internalização da vida urbana, ou seja o ser humano está cada vez mais 
fechado em si mesmo e em sua casa, esse fato é uma das consequencias das inovações tecnologicas e 
violencia urbana.
O que vem acontecendo ultimamente é que perdeu-se o convívio humano e vem se desenvolvendo o 
individualismo ou o fechamento em si mesmo.
O espaço publico , praça, rua, que é o espaço da confraternização,tem sido substituido pelos espaços de 
consumo. Os Shoppings Centers, onde são frequentados por muito poucas pessoas de baixa renda.
FAVELAS E CORTIÇOS NO BRASIL
 No Brasil, o processo de favelamento acentuou-se a partir da década de 1950, acompanhando as 
transformações econômicas do país, marcadas principalmente pela industrialização; O elevado crescimento 
vegetativo da população; A crise no campo, expulsando os trabalhadores os trabalhadores e suas famílias, 
somada aos fatores já apontados, que contribuem para a “explosão urbana”.
Na medida em que a economia não apresentafôlego suficiente para absorver toda a mão-de-obra 
disponível, ocorre um empobrecimento de grande parte da população e uma deterioração acentuada da vida 
urbana. 
Sem dúvida, tanto a favela como o cortiço representa a exclusão social, mas também significam a forma de 
sobrevivência social encontrada por milhões de brasileiros, em vista de seus baixos rendimentos.
ESTATUTO DA CIDADE
A necessidade de uma reforma urbana, surge na década de 60 visando ao atendimento das necessidades, de 
seus moradores (habitação, transporte , saúde, educação, lazer etc.
O projeto só despertou mais atenção na Constituição de 1988, cuja constituição o contemplou. Portanto, 
sendo implementada a reforma urbana, em 1990. 
Em 2001, no Congresso Nacional, finalmente, esse projeto foi aprovado e transformado em lei, hoje 
conhecida como Estatuto da Cidade. 
Consta do Estatuto da Cidade a definição da função social da propriedade urbana. Aqueles lotes mantidos 
para fins de especulação imobiliária, ou seja, terrenos vazios ou sem edificação e que, portanto, não 
cumprem a sua função social, podem ser desapropriados para atender a coletividade.
O que seria o Plano Diretor?
Cabe a cidade ou o município elaborar o seu plano diretor:
Áreas comerciais, industriais e de serviços, restrições à construção de prédios altos, recursos das construções 
de prédios altos, recursos das construções, sistema viário, preservação ambiental, cobrança de Imposto 
Predial e Territorial Urbano (IPTU), segundo as áreas, tipo de utilização etc. 
Plano diretor é o Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da 
política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados. (ABNT, 1991).
PROBLEMAS AMBIENTAIS E URBANOS
A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos e partículas sólidas no ar. 
As causas dessas emissões são a queima de combustíveis fósseis como: carvão mineral e derivados do
petróleo (gasolina e diesel) e também a poluição emitida pelas indústrias
As indústrias e os automóveis têm lançado uma grande quantidade de monóxido de carbono e dióxido de 
carbono na atmosfera que aceleram o processo de aquecimento global.
 A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada pela poluição. Doenças respiratórias como: 
bronquite, rinite alérgica, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos.
É o lançamento de detritos na água de rios e oceanos e a contaminação dos lençóis freáticos por 
componentes orgânicos oriundos do chorume de lixo e cemitérios; a poluição das águas também ocorre pelo 
vinhoto, resultante da fabricação do açúcar e do álcool e pelo vazamento de tanques de armazenamento 
subterrâneo de gasolina, agrotóxicos e fertilizantes, rejeitos e aterros industriais, e, principalmente, esgoto.
A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som em um tom demasiado alto, sendo muito acima 
do tolerável pelos organismos vivos. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis aos seres 
humanos.
O aumento populacional causa uma maior produção de lixo, especialmente no atual modelo de produção e 
consumo. A coleta, destino e tratamento do lixo são questões a serem solucionadas por várias cidades.
 Em muitos locais, o lixo é despejado nos chamados lixões, locais sem estrutura para o tratamento dos 
resíduos, trazendo sérios problemas para a meio ambiente e a população.
As enchentes são calamidades naturais ou não, que ocorrem quando um leito natural recebe um volume de 
água superior ao que pode comportar, resultando em transbordamentos.
A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre devido ao rápido aquecimento e resfriamento da 
superfície em alguns locais, e é agravado nos grandes centros urbanos devido à presença de poluentes como 
o gás carbônico.
Ocorre quando uma camada de ar frio fica abaixo da primeira camada de ar quente. O ar frio, como é menos 
denso, tende a ficar retido pela camada de ar quente, que está acima dele, e tende a reter todos os poluentes 
consigo, uma vez que o ar não circula mais. 
Assim, temos uma inversão térmica que costumamos ver sob a forma de uma faixa cinza alaranjada no 
horizonte.
Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxicações são algumas das consequências da concentração de 
poluentes na camada de ar próxima ao solo.
Entre as possíveis medidas para minimizar os danos gerados pela inversão térmica estão a utilização de 
biocombustíveis, a fiscalização de indústrias, a redução das queimadas e políticas ambientais mais eficazes.
Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma 
área urbana se comparada a uma zona rural, por exemplo. Isso quer dizer que nas cidades, especialmente nas 
grandes, a temperatura é superior a de áreas periféricas, consolidando literalmente uma ilha (climática).
 verdade é que a chuva já é naturalmente ácida devido à presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Com um pH em torno de 5,4, a chuva comum não traz nenhum prejuízo ao homem ou à natureza. Isso 
porque, a acidez é baixa.
O problema é que com a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, e o aumento considerável do 
acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera (além do normal) fazem com que o pH da chuva caia para algo 
entre 5 e 2,2 e se torne extremamente nociva ao homem e à natureza. 
 QUESTÃO AGRÁRIA
Lei de terras de 1850 que regulamentava o acesso a terra. Ficou esclarecido nessa lei que extinguia
o regime de acesso terra pela posse ou pela ocupação. Terra somente poderia ser comprada com
pagamento a vista, e esse dinheiro iria custear a viagem dos novos imigrantes ao Brasil. Todas as
terras até então não ocupada ou utilizada iria voltar para as mãos do Estado.
Obs: Essa Lei, reafirmou a grande propriedade rural no Brasil, pois impedia que camponeses
tivessem livre acesso a terra diferentemente do que aconteceu nos EUA.
Terra como instrumento de poder
Brasil entra no sec. XX como agroexportador, sendo assim o acesso a terra era um grande problema
para as massas despossuídas da sociedade brasileira. As oligarquias podiam fazer o que bem
entendiam com as terras, os coronéis possuiam até mesmo forças repressivas privadas.
Com a Revolução de 30 a oligarquia rural ficou politicamente enfraquecida, situação altamente
favoravel a organização e a articulação dos movimentos sociais no campo.
Liga Camponesa- Nome dado pela classe dominante com a ideia de dar-lhe uma conotação de
movimento suspeito(social e político), ou seja, esse movimento não era tão bem visto pelas classes
dominantes, pois através dele as classes menos favorecidas queriam terras.
Sua expansão não preocupavam só o Brasil nessa época mas também os EUA, pois consideravam o
movimento socialista.
ESTATUTO DO TRABALHADOR RURAL
Os trabalhadores rurais conquistaram uma legislação trabalhista existente até então para o
trabalhador urbano. Regulamentações:
Jornada de oito horas, salário minimo, férias remuneradas, decimo terceiro salario, proteção ao
trabalho da mulher e do menor. Foi criado também o FUNRURAL, para levar assistência
previdenciária ao campo.
Obs: Muitos proprietários rurais não querendo os encargos sociais decorrentes do ETR, demitiam
seus empregados e tentaram tirar proveitos do trabalhador temporário. Esse trabalhador desobrigava
o patrão dos encargos sociais e criava um distanciamento das relações entre patrão e empregado.
Obs2: os governos militares instalados a partir de 1964 consideravam comunistas todos aqueles que
discordassem da ordem social. Referir-se a reforma agrária era coisa de comunista. MST- passou a
ser considerado um movimento esquerdista.
ESTATUTO DA TERRA
“Via democrática” para tentar resolver o problema de reforma agrária.
Estabeleceu o cadastramento dos imóveis rurais com base no “módulo rural”, que seria uma área
de terra que representasse idealmente o tamanhoda propriedade suficiente para dar sustento
adequado a uma família que nele trabalhe.
Minifúndio- imóvel rural com área explorável inferior ao módulo fixado para a respectiva região,
sendo incapaz de prover a subsistência da família que ali exista.
Empresa Rural- Imóvel Rural com área entre uma e 600 vezes o módulo rural, explorada
econômica e racionalmente e que cumprisse também a legislação trabalhista.
Latifúndio por exploração- Imóvel Rural com área que não exceda o máximo para a empresa
Rural, mas que seja inexplorado em relação as possibilidades físicas, economicas, e sociais do meio
(latifundio improdutivo)
Latifúndio por dimensão- Todo imóvel Rural com área superior a 600 vezes o módulo rural para a
respectiva região.
EXPANSÃO DO CAPITALISMO NO CAMPO
Intensificação do processo de industrialização da agricultura no mundo subdesenvolvido.
Promoveram o uso das sementes híbridas, de máquinas e tratores, fertilizantes e defensiva agrícola.
Foi a chamada Revolução Verde.
A mais importante dessas tecnicas foi a invenção das sementes híbridas de cereais, obtidas em
laboratório e como variedades de alto rendimento (VAR). Essa cultura, (VAR), exige entretanto,
para serem bem sucedidas, a utilização de um grande aparato tecnológico representado por
fertilizantes, máquinas, tratores, defensivos químicos. E isso era algo difícil para os países
subdesenvolvidos ter essas tecnologias, por vezes, estes tiveram que importá-las.
Apos alguns anos verificou-se que a revolução verde não contribuiu para erradicar a fome, porém
ela aumentou o fosso entre agricultores ricos e pobres. Os ricos tendo condições pegaram crédito e
compraram essas inovações tecnológicas enquanto os pobres, não tinham esses créditos financeiros
quebraram. Como consequência a revolução verde contribuiu também por elevar os preços das
terras e dos arrendamentos.
EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA EM DIREÇÃO A AMAZONIA E A
MILITARIZAÇÃO DA QUESTÃO AGRÁRIA.
O território amazônico por ser um espaço vazio era bastante vulnerável a penetração externa e a
cobiça internacional. Assim a amazônia deveria ser ocupada. Essa ocupação traria benefícios como
a melhoria de vida do caboclo regional, a do nordestino e outros brasileiros, principalmente de onde
a fronteira agrícola já estava bastante desgastada e onde as relações no campo estavam ficando
tensas, podendo evoluir para um “conflito” no campo.
Os governos militares ao promover essa ocupação negavam a existência ali de comunidades
indígenas, espalhadas pela região. Muitas das tribos sofreram com a perda de suas terras num
processo violento de expansão de fronteira.
Estimuladas pelas facilidades oferecidas pelo governo federal, grandes empresas começaram a
instalar projetos agropecuários na amazônia. A chegada dos grandes projetos agropecuários
representou destruição do meio ambiente além de acirrar conflitos de territorialidade, envolvendo
grandes empresas, sem terras, indígenas, pequenos e médios proprietários e outros. Esses conflitos
com o passar do tempo assumiram proporções violentas que foram consideradas questão de
segurança nacional, pelo conselho de segurança nacional.
O espaço amazônico tem sido produzido e organizado segundo interesses principalmente do grande
capital e sob proteção do estado.
ESTRUTURA FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA
Constituição de 1988 cria mecanismos legais de reforma agrária(desapropriação para fins sociais
com pagamento das terras desapropriadas). Ao longo de todo esse período os conflitos no campo
ganharam contornos de violência e se ampliaram. Os próprios mecanismos legais de reforma agrária
propostos na constituição, refletem a pressão existente, principalmente após a criação do
MST(1984)
a crise agrária é muito mais que um problema do campo êxodo rural, aprofundamento da
concentração de renda ampliando a pobreza rural e urbana. A crise agrária é também uma crise da
reforma agrária. Fracasso dos Assentamentos. Não basta o governo simplesmente assentar as
famílias, ele deve dar ajuda financeira, infra estrutura, para que elas possam se estabelecer ali.
NOVA LEI AGRÁRIA 1993
Além de reafirmar que a terra tem de cumprir a função social, sendo caso isso não ocorra passível
de desapropriação, estabeleceu novos conceitos em relação as dimensões e classificação dos
imóveis rurais, agora não teria mais por base o módulo rural, mas sim o módulo fiscal( corresponde
ao módulo rural médio do município).
Minifúndio- Todo imóvel rural cuja dimensão é inferior ao módulo fiscal fixado para o municipio.
Pequena propriedade- imóvel rural cuja dimensão esteja compreendida entre 1 e 4 módulos
fiscais.
Média propriedade- imóvel rural cuja dimensão esteja compreendida entre mais de 4 e 15 módulos
fiscais.
Grande propriedade- imóvel rural cuja dimensão é superior a 15 módulos fiscais.
Obs: a dimensão do módulo fiscal é variavel segundo a região ou área do território brasileiro, pois
depende da ocupação histórica e de caracteristicas de atividades agropecuárias, em que se incluem
as potencialidades do territorio.
QUESTÃO AGRÁRIA NO GOVERNO FHC
Foram feitas violentas repreensões policiais manifestadas contra trabalhadores rurais em
Corumbiara e Eldorado de Carajás.
O governo procurou de diversas formas instrumentos com a finalidade de acelerar o processo de
obtenção de terras para a realização de assentamentos rurais. No governo FHC, muitas famílias
foram assentadas, grande parte delas na região Norte , onde predominam terras com falta de infraestrutura
básica. Uma outra questão importante é que assentar famílias não corresponde a fazer
reforma agrária pois quando se assentam famílias não se desapropriam latifúndios improdutivos,
pelo contrário, mantém-se estes e assentam famílias em terras publicas. Em consequência disso é
um reafirmação da grande propriedade e seu poder até hoje.
A INJUSTA E ANTIDEMOCRÁTICA ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA
O número de imóveis rurais de até 10 hectares corresponde a 31,9% do total, no entando a área
ocupada por eles é de 1,3%, ou seja, há muita gente com pouquíssima terra.
O número de imóveis rurais com mais de 1000 hectares corresponde a apenas 1,6% do total, porém,
a area ocupada por esses grandes imóveis corresponde a 53% do total, ou seja, há pouca gente com
muita terra.
OBS: a explicação para esse padrão é encontrada na absorção dos estabelecimentos de até 10
hectares e de 10 a 100 hectares pelos outros estabelecimentos maiores. Corresponde ao termo que
foi denominado de fagocitose rural, ou seja, os grandes estabelecimentos acabam englobando os
menores ao seu redor.
AGRICULTURA COMERCIAL DE EXPORTAÇÃO X AGRICULTURA DE PRODUTOS
ALIMENTARES
O espaço agrário brasileiro continua muito destinado ao mercado externo, algumas lavouras como a
de soja, café, laranja e cana de açúcar ocupam cerca de 40 por cento da area de terra plantada no
Brasil. No entanto, lavouras fundamentais a alimentação diária do brasileiro como arroz, e feijão,
sempre ocuparam posição segundária no decorrer de nossa história. Isso se deve ao nosso passado
colonial, e a Política econômica de priorização das exportações.
Em tempos recentes a soja invadiu o planalto gaúcho e expulsou agriculturas de alimentação básica.
Houve no Brasil um verdadeiro Boom da agricultura da soja principalmente nos ultimos anos, 60,
70 e 2000.
A expansão da soja está ligada a interesses de transnacionais no setor. Seu cultivo necessita de
tecnologias produzidas pelas transnacionais.
Quanto a cana de açúcar também ocorreu uma expansão principalmente em São Paulo, entre vários
fatores está a produção de alcool para abastecer carros.
Laranja também ampliou sua exportação tendo por base o seu suco, crescendo principalmente no
estado de São Paulo.
A Agricultura de produtos alimentares destinada ao mercado interno tem um crescimento be menor
de suas áreas de cultivo se comparado com ao de cana, de soja e de laranja.
Carne bovina- produção em grandes estabelecimentos empresariais, são paulo, goiás,mato grosso.
Carne suína- Estabelecimentos familiares, região sul e goiás.
Obs: Os especialistas tem apontado para o fato de o abastecimento da população brasileira de grãos
está ficando cada vez mais dependente de importações, gerando assim uma insegurança alimentar.
ORGANIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL
Latifúndio- grande propriedade dedica a produção voltada para o mercado externo ou interno, nas
quais a produção é realizada por diversas forças de trabalho.
Unidade familiar produtora de mercadorias- produção visa abastecer o mercado, o trabalho é
fundamentalmente familiar, havendo contratação de mao de obra com o pagamento de salário. Sofre
concorrencia da grande empresa capitalista.
Unidade familiar de Subsistência- Exploração de terra por pequenos proprietarios, arrendatarios,
parceiros ou posseiros. Produção visa as necessidades de subsistência do grupo. Para conseguir
remédios, por exemplo, o lavrador vende seus produtos de subsistência agravando ainda mais sua
situação economica.
Empresa Agropecuária Capitalista- a agricultura no Brasil começou a se modernizar com o
passar dos anos, com maquinario, sementes hibridas e etc. A atividade agrícola ficou dependente do
fornecimento de insumos industriais pelas industrias para a agricultura. Esse momento marca a
existencia do Complexo Agrocomercial ou Complexo Agroindustrial. Nesse processo a presença de
capital estrangeiro foi grande. A industrialização da agricultura e a formação do complexo
agroindustrial implicaram mudanças no modo predominante de produzir e nas relações sociais de
trabalho.
Complexo agroindustrial é a integração técnica intersetorial entre agropecuária, as industrias que
produzem para a agricultura(máquinas e insumos) e agroindustriais( que processam matérias-primas
agropecuárias e as transformam em produtos industrializados).
A formação desses complexos deu origem ao agrobusiness: a soma de todas as operações
envolvidas no processamento e distribuição de insumos agropecuários, as operações de produção na
fazendo, e o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e seus derivados.
A dinamica da agropecuária na atual fase do capitalismo está estreitamente ligada a agroindustria e
ao agrobussiness ao ponto que a territorialização da agropecuaria e da industria estão sendo
definidos pela industria.
Os complexos agroindustriais dedicam-se a produzir: matérias-primas industriais, alimentos,
biocombustíveis.
A abertura da economia brasileira ao Mercosul fazem expandir as importações de gêneros agrícolas,
o trigo e o arroz são os principais. Mesmo assim há um superávit no comércio do setor agrícola
brasileiro.
RELAÇÃO DE TRABALHO NO CAMPO E SEUS PERSONAGENS
Posseiro- É a pessoa que detém de fato a possa de uma gleba de terra, mas não é dono de direito,
não possuindo assim registro em cartório da terra.
Gato- Pessoa que contrata pessoas para as fazendas e grandes projetos agropecuários.
Meeiros- Trabalhadores arrendatários que têm como forma de pagamento aos donos da terra a
matade de sua produção.
Boia Fria- Reside normalmente nas cidades e trabalha no campo, em geral nas colheitas. Esse tipo
de trabalhador teve crescimento numérico, devido a mecanização no cultivo de certos produtos o
que diminuiu a necessidade de mão de obra no cultivo, mas aumentou na época da colheita.
Posseiro- Individuo que se apossa de uma terra que não lhe pertence.
Parceiros- Pessoas que trabalham numa parte das terras de um proprietário, pagando a este com
uma parcela da produção que obtêm, ficando com metade(meeiros) ou com a terça parte(terceiros).
Arrendatários- pessoas que arrendam ou alugam a terra e pagam ao proprietário em dinheiro.
Peões- Surgiram na década de 1970, com as fronteiras agrícolas em direção ao Norte. São
contratados pelos intermediários(gatos) que iludem esses trabalhadores e por causa da dívida por
alimentação nos armazéns dos latifúndios, são escravizados, sendo impedidos de deixar o serviço.

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