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Saúde e Ambiente 
Disciplina Fundamentos de Ciências do 
Ambiente 
Profa. Karla Vieira 
 
Raquel Martins Lana 
Data: 09/07/2014 
Universidade Federal de Ouro Preto 
Campus João Monlevade 
Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas 
Slides baseados no curso de Justiça Ambiental ministrado pela Profa Elvira Maciel, Fiocruz-RJ 
O que é saúde? 
Segundo à OMS, o conceito de saúde é definido como "um 
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não 
somente ausência de afecções e enfermidades". 
 
Críticas????? 
Será que alguém no mundo de hoje é saudável??? 
O que é ambiente? 
“A complexidade e o equilíbrio dinâmico do ambiente nos 
permitem analisar os seres vivos, suas inter-relações 
biológicas, o fluxo de energia e os ciclos da matéria, 
convertendo-os em associações íntimas e indissociáveis . ‘O 
ambiente não é ecologia, mas a complexidade do mundo; é 
um saber sobre as formas de apropriação do mundo e da 
natureza através das relações de poder que se inscreveram 
nas formas dominantes de conhecimento’ (Leff, 2001: 17)”. 
 
 Território, ambiente e saúde 
Modelos Saúde-Doença 
Modelo Biomédico: onde temos mais claramente a saúde como ocorrência de 
doença e esta como desajuste ou falha orgânica ocasionada na reação a 
um estímulo cuja ação o organismo está exposto. 
 
Modelo Processual: trabalha com o conceito de processo saúde-doença ou 
história natural da doença. Segundo Levell e Clark (1976), “denomina-se 
de história natural da doença ao conjunto de processos interativos que 
cria o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, 
passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alterações que 
levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte”. 
 
 
Modelo Sistêmico 
Sistema é “um conjunto de elementos, de tal 
forma relacionados, que uma mudança no 
estado de qualquer elemento provoca 
mudança no estado dos demais elementos.” 
Roberts, 1987 
 
 
 Quando envolve seres vivos, costuma ser designado de 
ecossistema. Este conceito tem sido útil como forma de 
entender e analisar o processo saúde-doença. 
Agente e suscetível 
Extrapola a noção de fator etiológico do modelo biomédico 
clássico. É preciso mais do que isso para adoecer!!! 
 
 
 
As relações do hospedeiro* com o bioagente patogênico podem 
ser descritas pelas seguintes categorias: resistência, 
suscetibilidade e imunidade. 
 
 *Ser vivo que oferece, em condições naturais, subsistência ou 
 alojamento a um agente infeccioso (OPAS 92). 
Modelo Sistêmico: conceitos 
a 
b c 
d 
e 
Ambiente 
 
“Por ambiente deve ser entendido o conjunto de instâncias e 
processos que mantêm relações interativas com o agente 
etiológico e o suscetível, sem se confundir com os mesmos. 
(...) Além de compreender o ambiente físico, que abriga e 
torna possível a vida autotrófica, e o ambiente biológico, que 
abrange todos os seres vivos, deve incluir também o 
ambiente social, sede de fatores e processos que podem 
estar associados a doenças.” 
 
Modelo Sistêmico: conceitos 
O ambiente sob enfoque sistêmico 
i. O ambiente físico 
 
 
• Situação geográfica 
• Poluentes químicos, agentes físicos e ambientais industriais 
• Variáveis climáticas 
 
 
O ambiente sob enfoque sistêmico 
ii. O ambiente biológico 
 
É constituído por todos os seres que possam ter influência mediada ou 
imediata sobre o agente etiológico e o suscetível. 
 
Em um dado ambiente, um indivíduo infectado poderá participar da cadeia da 
patogênese por meio de dois elementos estruturais epidemiológicos: será 
hospedeiro quando sua função for servir de substrato para a evolução da 
infecção e manifestação da doença; será tomado como fator ambiental ao 
participar como reservatório do bioagente. 
O ambiente sob enfoque sistêmico 
ii. O ambiente biológico (cont.) 
 
Portadores são os que têm o agente infeccioso, podem transmiti-lo, mas no momento não 
apresentam sintomas. 
– Portadores ativos ou já tiveram sintomas ou virão a tê-los. 
– Portadores passivos são os que nunca apresentaram ou apresentarão sintomas; estes são os mais 
importantes epidemiologicamente por difundirem o agente etiológico contínua ou intermitentemente apesar 
de passarem desapercebidos. 
 
Vetores mecânicos são os transportadores de agentes, geralmente insetos, que os carreiam 
nas patas, probóscides, asas ou trato gastro-intestinal contaminados e onde não há 
multiplicação ou modificação do agente. Ex.: baratas e formigas. 
 
Vetores biológicos são aqueles em que os agentes desenvolvem algum ciclo vital antes de 
serem disseminados ou inoculados no hospedeiro. Ex.: mosquito da dengue, barbeiro. 
 
Veículos são fontes secundárias, intermediárias entre o reservatório e o hospedeiro como 
objetos e materiais (alimentos, água, roupas, instrumentos cirúrgicos, etc.). Água e 
cólera. 
 
O ambiente sob enfoque sistêmico 
ii. O ambiente biológico (cont.) 
 
 Contaminação 
 Poluição 
 
– Os modos de produção e os fatores carcinogênicos no ambiente 
físico. 
 
– A indústria farmacêutica e o uso de medicamentos. 
 
– Desequilíbrios e desastres ambientais. 
O ambiente sob enfoque sistêmico 
iii. Os sistemas epidemiológicos 
 
Problemas de saúde são gerados na relação entre os 
componentes bióticos e abióticos do ecossistema com 
organismos vivos. 
 
Sejam esses problemas causados por doenças crônicas ou 
doenças infecciosas. 
 
 
Processo de Desenvolvimento 
(Urbanização, Industrialização) 
Pressões sobre o Meio Ambiente 
Degradação do Meio Ambiente 
Riscos à Saúde Humana 
AMBIENTE E SAÚDE HUMANA 
Efeitos Adversos à Saúde Humana 
Ações de Promoção, Prevenção e Correção 
Aumento da freqüência de desastres 
naturais; 
 
Aumento da concentração de 
contaminantes no solo, água, ar e nos 
ambientes de trabalho; 
 
Desequilíbrio na população de 
reservatórios e vetores de doenças. 
Risco 
Degradação do Meio Ambiente 
VULNERABILIDADE 
Contextos como esse ampliam “a vulnerabilidade do ambiente, expondo 
indivíduos, os grupos sociais e a sociedade a situações de risco 
desencadeados por modificações nos determinantes e condicionantes das 
doenças, principalmente das infecciosas. Tais doenças são transmitidas por 
meio da interação homem-ambiente, como a hepatite, a leptospirose, a 
cólera e outras, ou ainda por vetores, como a dengue, a malária, a 
leishmaniose e as arboviroses, por exemplo”. 
 
 Território, ambiente e saúde. 
 
Investimentos Públicos 
Manejo inadequado 
Crescimento sem planejamento 
EIA/RIMA real? 
?????? 
AMBIENTE 
(EXPOSIÇÃO) 
Fatores 
Individuais 
Inundações 
Secas 
Contaminação do 
ar, água, solo e 
ambiente de 
trabalho 
Mortalidade 
e 
Morbidade* 
 
(DESFECHO) 
Poluição 
Situação Geográfica 
Infraestrutura 
Perfil Demográfico 
Transporte 
Saneamento 
Habitação 
Trabalho 
Lazer 
População 
Resposta 
*MORBIDADE é a variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos 
indivíduos que adquirem doenças (ou determinadas doenças) num dado intervalo de tempo em uma 
determinada população. A morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde na 
população. 
As relações entre desenvolvimento e vulnerabilidade. 
 
A teoria da evolução revisitada. 
 
A perspectiva da complexidade (sistemas hierárquicos; 
recursividades; transdisciplinaridade; a questão da incerteza). 
 
As novas biotecnologias. 
 
As redes de vigilância global (monitoramento em tempo real; 
levantamento de rumores; investigação local).Modelos de simulação e análises de cenários futuros. 
 
Saúde e Ambiente: novos enfoques 
Tecnologia!!!!! 
• A serviço da saúde? 
• A serviço do ambiente? 
 
A serviço do homem 
Tecnologias 
• Modelagem e simulação de doenças, uso e cobertura do solo, 
clima, etc. 
• Técnicas de agricultura, sistemas agrossilvipastoris 
• Reciclagem 
• Reaproveitamento 
• Economia de água 
• Manejo integrado 
• Pagamento por serviço ambiental (Ex.: Extrema, MG) 
Para refletir... 
 
http://4.bp.blogspot.com/-
DE2Iw_GIFkQ/TqfAwDUL0cI/AAAAAAAADT0/o5eGef6CuDk/s1600/Bangkok+city+of+Thailand+photos.jpg 
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GzY/s1600/Foto+1+-+Cidade+de+S%25C3%25A3o_Paulo.jpg 
 
http://refunitebrasil.files.wordpress.com/2011/12/size_590_pequim-china.jpg 
http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/files/615/2008/10/poluicao%20Pequim.jpg 
 
 
 
 
• “Inflação humana: Os problemas causados pela 
superpopulação nas cidades e no mundo em geral 
 Existe gente demais no mundo? Ou o que há é gente demais nas 
cidades? De toda forma, a superpopulação agride a Terra, inferniza 
a vida e gera um problema tamanho família.” 
 
 
 
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merism-illustration.jpg 
http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/wp-content/uploads/imgs/transito-japao.jpg 
http://www.culturamix.com/wp-content/gallery/fotos-de-favelas/fotos-de-favelas-8.jpg 
http://curupiraap.files.wordpress.com/2012/09/economiacarajas-vale.jpeg 
http://2.bp.blogspot.com/_JedK86jAeMI/TAauLpePJ_I/AAAAAAAAACI/ANhZygtwwso/s1600/sustentabilidade-
ambiental2%5B1%5D.jpg 
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LixaoCatadores20080220MarcelloCasalJrAgenciaBrasil%255B1%255D.jpg 
A imagem de um garoto recolhendo materiais de valor em um lixão 
tóxico de Gana venceu um concurso da Unicef. O país é um destino 
frequente de dejetos exportados pela Europa, e crianças locais 
tentam tirar daí seu sustento, sob o risco de contaminação. 
(Crédito: UNICEF Photo of the Year 2011 / Photo: Kai Loffelbein) 
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g
 
 
 “Este lugar junto de Sodoma e Gomorra é um cemitério de 
computadores e outros aparelhos elétricos usados, vindos 
do mundo inteiro. Existem muitos cemitérios deste tipo 
também na Nigéria, no Vietnam, na Índia, na China e nas 
Filipinas. Crianças como Bismark são aos milhares por todo 
o mundo. Vivem dos desperdícios da era da Internet e 
muitos morrerão por causa disso. Primeiro, desossam os 
computadores e quebram os ecrãs à pedra. Depois, atiram 
as entranhas das máquinas para o lume. É assim que os 
computadores dos ricos envenenam os filhos dos pobres. 
Porque contêm uma imensidade de metais pesados. E, 
quando o plástico arde, as crianças inalam substâncias 
cancerígenas. 
 Na Alemanha, custa cerca de 3,50 euros eliminar um ecrã 
com tubo catódico seguindo as regras. Mas custa apenas 
um euro e meio metê-lo num contentor rumo ao Gana..." 
 
 
Faz um século, em meio a uma tormenta nas alturas da Serra 
Nevada, um homem fraco e barbudo subiu até a copa de 
uma conífera que oscilava fortemente para, segundo 
explicou, desfrutar do prazer de cavalgar o vento. Uns 
poucos anos mais tarde, o primeiro chefe do serviço florestal 
do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, um 
aristocrático engenheiro florestal formado na Europa, 
andava a cavalo pelo Parque de Rock Creek, de Washington 
D.C., quando repentinamente lhe ocorreu uma ideia. 
Considerou que a saúde e a vitalidade da nação dependiam 
da saúde e vitalidade dos recursos naturais. 
 
Schabecoff, 2000 
John Muir, 1838-1914 
O ESTRANGEIRO: Distinto amigo, esmerar-se em separar 
tudo de tudo é algo não somente discordante 
como também é prova de desconhecimento das 
Musas e da filosofia. 
 
TEETETO: Por quê? 
 
O ESTRANGEIRO: É a mais radical maneira de aniquilar 
toda argumentação, esta de separar cada coisa 
de todas as outras, pois a razão nos vem da 
ligação mútua entre as figuras. 
 
Platão, O Sofista, 259e 
Referências 
Curso Justiça Ambiental ministrado pela Profa Elvira Maciel, 
ENSP/Fiocruz-RJ. 
 
Território, ambiente e saúde, Editora Fiocruz. 
 
Conceitos e Definições da Saúde e Epidemiologia usados na 
Vigilância Sanitária, Sheila Duarte Pereira, 2004, CVS/SP.

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