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Leitura e Produção de Textos Livro

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Leitura e Produção 
de Textos
1ª edição
2017
Leitura e Produção 
de Textos
3
Palavras do professor
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à disciplina de Leitura e Produção Textual! 
Você já parou para refletir sobre como a comunicação é importante em 
sua vida? Já percebeu que as pessoas que conseguem expressar-se bem 
na escrita ou oralmente são aquelas que mais se destacam no trabalho, 
nos estudos e até mesmo em uma roda de conversa com os amigos? Se 
você reconhecer a importância que a leitura tem em sua vida acadêmica 
e profissional, verá que a sua prática é a base para nos expressarmos bem, 
principalmente nos textos escritos, seja em um trabalho da faculdade, 
um e-mail encaminhado a um cliente ou um relatório solicitado pelo seu 
chefe. Sem a leitura, não conseguimos escrever um texto dinâmico, claro, 
objetivo e com um bom vocabulário. A leitura é um dos pilares da comu-
nicação.
Pois bem, comunicação é tudo! É por meio dela que conseguimos esta-
belecer contato com as pessoas que participam de nosso círculo de con-
vivência, contribuindo para que os vínculos pessoais ou profissionais se 
efetivem. Nesta disciplina de Leitura e Produção Textual, você percorrerá 
oito unidades e perceberá que escrever e falar bem não é tão difícil quanto 
parece, pois, para isso, existem técnicas que podem ser empregadas para 
aprimorar a forma como você comunica-se com seus amigos, professo-
res, colegas de trabalho, clientes de sua empresa etc. 
Como o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e recrutando 
pessoas com habilidades diversas, certamente essa disciplina lhe auxi-
liará, e muito, a desenvolver aquilo que já sabe a respeito das diversas for-
mas de expressão. Dessa forma, você conhecerá as tipologias e os gêne-
ros textuais que usa em seu dia a dia e aprenderá como eles podem ser 
produzidos. Além disso, você entenderá o que é, de fato, o fenômeno da 
comunicação, e como proceder para alcançar o sucesso na sua área pro-
fissional.
Está preparado para iniciar a jornada no universo da comunicação? Vamos 
lá e mãos à obra!
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Unidade 1
A comunicação e 
suas formas de expressão
Para iniciar seus estudos
Você comunica-se o tempo todo, não é mesmo? Mas você sabe o que é 
comunicação? Conhece os elementos envolvidos em seu processo? Sabe 
o que é competência linguística e as diferenças entre língua e linguagem? 
Será que existe uma forma de linguagem que pode comunicar mais que a 
outra? São essas as questões que responderemos ao longo de nossas dis-
cussões nesta primeira unidade da disciplina Leitura e Produção Textual. 
Acompanhe!
Objetivos de Aprendizagem
• Conceituar comunicação, compreendendo a estrutura do ato 
comunicativo.
• Fazer a distinção entre língua e linguagem.
• Acentuar a importância da competência linguística.
• Distinguir as linguagens verbal e não verbal, reconhecendo esta 
última como um diferencial em várias situações.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
1.1 O que é comunicação 
Você é um bom comunicador? Se ainda não o é, está na hora de aprimorar suas habilidades comunicativas, 
entendendo, em primeiro lugar, o que é comunicação. 
Segundo Pimenta (2006, p. 19), “Sem comunicação, todas as relações que se estabelecem entre as pessoas e 
os diversos grupos humanos seriam impossíveis, sejam relações comerciais, de trabalho ou afetivas”. Desde o 
momento em que nascemos já começamos a nos comunicar com o mundo. O choro de um bebê, por exemplo, 
comunica vários sentimentos, sejam eles de dor, bem-estar, angústia, fome, sono e assim por diante. Nesse caso, 
aos poucos, os pais vão aprendendo a identificar o sentido de cada choro, percebendo que existe, ali, uma men-
sagem que o bebê está querendo transmitir. E isso é comunicação! Mas ela só é efetiva quando os envolvidos no 
processo se entendem. Vejamos um exemplo: Maria recebeu um e-mail de seu supervisor convocando-a para 
uma reunião na próxima semana. Na oportunidade, esse profissional solicitou que a sua funcionária comunicasse 
o recebimento da mensagem. Infelizmente, Maria esqueceu-se de informar que havia recebido a convocação, 
bem como de comunicar que seria impossível comparecer ao evento, uma vez que já estava com uma viagem 
marcada. Como consequência, o seu supervisor ficou aguardando-a em sua sala de reuniões, o que gerou um 
posterior mal-estar dentro da empresa entre eles. Agora, você deve estar perguntando-se: houve comunicação? 
No caso apresentado, veja que não houve uma troca de mensagens entre Maria e seu supervisor, uma vez que 
este encaminhou um recado sem obter a resposta esperada. Maria, por sua vez, não deu retorno ao e-mail de seu 
superior, o que caracterizou uma situação em que os envolvidos no processo comunicativo não se entenderam, 
tampouco interagiram. A mensagem foi “jogada ao vento”, como diz o ditado popular. Portanto, para que haja 
comunicação, é preciso que haja entendimento e resposta/retorno a essa compreensão. Ao tratar do fenômeno 
comunicativo, Pimenta (2006, p. 19) esclarece o seguinte:
“A origem etimológica da palavra comunicação é tornar comum, ou seja, uma pessoa consegue 
fazer com que sua ideia seja captada e compreendida por outra (s) pessoa (s), nesse momento 
ocorreria o fenômeno da comunicação.”
Portanto, lembre-se que comunicação não é um mero envio de ideias ou uma troca de mensagens. Isso não 
garante a efetividade da comunicação, pois consiste apenas em uma tentativa de estabelecer uma conexão entre 
as pessoas envolvidas em determinada situação. 
Você já percebeu que nas ruas, na sua casa e no seu trabalho existem sinais e símbolos que lhe transmitem deter-
minada mensagem? Pois bem, isso é uma das formas de comunicação, a qual pode ser verbal ou não verbal. Mas 
quais seriam as diferenças entre essas duas modalidades de comunicação?
Primeiro, veja que, como o próprio nome já indica, a comunicação verbal é aquela que se dá por meio da palavra 
(escrita ou falada), sem a necessidade do uso de símbolos. Um texto de jornal, um e-mail ou uma palestra são 
exemplos desse tipo de comunicação. Por outro lado, a comunicação não verbal é aquela em que não há neces-
sidade do uso da palavra. Sinais de trânsito, postura corporal, gestos e a expressão de sentimentos comunicam, 
pois contêm uma mensagem/informação a ser levada para alguém. 
Você se lembra do famoso filme Tempos modernos (1936), de Charlie Chaplin? Esse é outro exemplo bastante 
importante de comunicação não verbal, o que deu ênfase ao que conhecemos como cinema mudo, ou seja, 
uma forma de narrativa em que o enredo se desenvolve sem a utilização da palavra, mas, sim, com gestos, movi-
mentos e expressões faciais. Mesmo não sendo empregadas falas, esse filme comunicou a crítica que se fazia ao 
sistema capitalista. E como comunicou! 
É importante reconhecer que tudo o que existe no universo comunica alguma coisa. O vento, por exemplo, 
comunica que está vindo uma chuva; as plantas, quando secas, comunicam que precisam de água e até mesmo 
de atenção do ser humano, pois elas também são vida. Além, disso, “Uma rocha se comunica, à medida que suas 
partículas nucleares se atraem ou se repelem na intimidade de sua estrutura atômica” (TELES, 1973, p. 19).
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Você convive com pessoas que têm dificuldade de se comunicar? O que elas poderiam fazer 
para melhorar as suas formas de expressão?
Agora que você já sabe o que é comunicação e as suas principais formas, vamos conhecer métodos de comuni-
cação bastante comuns em nosso cotidiano. Acompanhe!
1.1.1 Métodos de comunicação
Hoje em dia, precisamos, mais do que nunca, relacionarmo-nos bem com nossa família, nossos colegas de tra-
balho e com todas as outras pessoas que fazem parte de nosso círculo de convivência. Além disso, também 
precisamosrefletir sobre nossas ações para tentar melhorá-las. Mas por que falamos nisso? Porque, na prática 
comunicativa, existem métodos que podem ser empregados em distintas situações a fim de alcançar objetivos 
esperados. Destacamos, nesse cenário, as três formas mais comuns: a comunicação interpessoal, a intrapessoal 
e a interprofissional. Vejamos agora as peculiaridades de cada uma delas. Vamos adiante!
• Comunicação intrapessoal: não somos perfeitos e, muitas vezes, agimos de forma equivocada, o que 
acaba por prejudicar a nós e aos outros que fazem parte de nosso convívio. Nossas emoções agem por 
impulso e isso é muito natural no ser humano. Dessa forma, precisamos refletir a respeito do que pode-
mos melhorar e também sobre as nossas potencialidades, o que é possível por meio da comunicação 
intrapessoal. Segundo Balestero-Alvarez (2007, p. 97-98), podemos exercitar muitas inteligências por 
meio desse método de comunicação, como:
• [...] ter consciência da força das emoções, desenvolver formas e meios para expressar os sen-
timentos e opiniões, desenvolver um modelo exato do eu, ser capaz de trabalhar de forma 
independente; sentir-se motivado para alcançar objetivos; ter curiosidade pelos vários 
enigmas da vida: sentido, propósito e importância; envolver-se em um grande processo de 
aprendizagem e crescimento profissional [...].
A comunicação intrapessoal (ou autocomunicação) é, portanto, um método de reflexão subjetivo e de diálogo 
interno, o que permite, como resultados, o autoconhecimento e o conhecimento das necessidades do outro. 
Assim, aprimora-se a capacidade de empatia, ou seja, colocar-se no lugar outro.
• Comunicação interpessoal: ao contrário da comunicação intrapessoal (ou autocomunicação), essa 
modalidade envolve a interação com mais de uma pessoa. Pestana (2006, n/p) evidencia que “A comu-
nicação interpessoal pode ser definida como o processo pelo qual a informação é trocada e entendida 
por duas ou mais pessoas, normalmente com o intuito de motivar ou influenciar o comportamento”. 
Portanto, é muito importante ter cautela nesse tipo de comunicação, observando a clareza da mensagem 
para que o receptor a aceite. 
• Comunicação interprofissional: essa comunicação é caracterizada por ser praticada em nosso ambiente 
de trabalho, no qual transita uma infinidade de informações a diferentes níveis e perfis profissionais. 
Mesmo que existam rivalidades, ciúme e vaidades nesse setor, é muito importante mantermos um bom 
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
relacionamento, uma vez que conflitos em nosso ambiente profissional refletem na qualidade da infor-
mação e, consequentemente, nos serviços que são oferecidos às pessoas. 
Para que você consiga obter mais conhecimentos sobre as formas de comunicação e consiga 
aprimorá-las, sugerimos a leitura do seguinte texto: 
DELHAAS, Rudolf Johannes. Para uma comunicação mais efetiva. Psicologia Argumento, 
Curitiba, v. 28, n. 60, p. 65-81, jan./mar. 2010. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/
pb/index.php/pa?dd1=3511&dd99=view&dd98=pb>. Boa leitura.
1.1.2 Os elementos da comunicação
Assim como o aprendizado do aluno passa por várias fases, constituindo um processo, a comunicação também 
precisa seguir uma estrutura para a sua garantia. Perles (2015, p. 1) acredita que o processo de comunicação “[...] 
representa um dos fenômenos mais importantes da espécie humana. Compreendê-lo, implica voltar no tempo, 
buscar as origens da fala, o desenvolvimento das linguagens e verificar como e por que ele se modificou ao longo 
da história”. É por isso que se torna essencial conhecermos os elementos que compõem a estrutura que estamos 
a estudar neste tópico; são eles: emissor, canal, mensagem, receptor, ruído e feedback. Veja agora como se apre-
senta essa estrutura juntamente com os elementos da comunicação. 
Figura 3 – Processo de comunicação.
Legenda: Para que a comunicação ocorra, é necessário que se siga o pro-
cesso de comunicação, dando atenção aos elementos dessa estrutura.
Fonte: Adaptada de Shannon e Weaver (1949 apud REDFIELD, 1967).
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
A figura apresentada ilustra o processo de comunicação juntamente com os elementos que o compõem, quais 
sejam:
• emissor: é quem emite a mensagem;
• canal: é o local por onde é transmitida a mensagem (TV e rádio, por exemplo);
• mensagem: é o conteúdo e o objetivo da comunicação;
• receptor: é a pessoa que recebe a mensagem;
• ruído: são possíveis interferências na comunicação (barulho, falta de atenção, ambiguidade etc.);
• feedback: é o retorno/resposta que o receptor dá ao emissor a respeito da mensagem recebida.
Todos os dias, nos comunicamos com alguém, não é mesmo? Nessa prática, sempre utilizamos o processo de 
comunicação, que é dinâmico e necessita de bastante atenção para que o nosso objetivo tenha sucesso. Dessa 
forma, é também importante que você entenda que o emissor pode não ser apenas uma pessoa, mas um grupo. 
Ao explicar isso, Tomasi e Medeiros (2007, p. 12) reforçam o entendimento do exercício do processo comunica-
tivo ao enfatizarem que:
No comportamento proativo, o destinador provoca uma mensagem da parte do destinador. Ele 
estimula o destinador a oferecer-lhe uma mensagem. Uma tosse, um franzir de cenho, uma 
risada, todos podem ser estímulos provocadores da emissão de uma mensagem. Pessoas envol-
vidas em uma comunicação tanto emitem, como recebem mensagens. Assim, ora uma pessoa 
desempenha a função de emissor, ora de receptor. Da mesma forma, a função de receptor ou 
emissor pode não ser representada por uma única pessoa; às vezes, ela o é por um grupo, por uma 
empresa, por toda a sociedade. 
Vejamos agora um exemplo do que acontece na prática do processo comunicativo. Acompanhe!
Primeiramente, é importante lembrar que o responsável pelo sucesso da comunicação é sempre o emissor. Em 
uma sala de aula, o professor é quem ministra o conteúdo e o intermedia ao aluno. Nesse sentido, o professor é 
o emissor, a mensagem é o conteúdo, os alunos são os receptores e a voz é o canal de comunicação. O enten-
dimento ou não do conteúdo deve ser comunicado ao professor. A compreensão e a interação entre professor 
e alunos é chamada de feedback, ou seja, o processo que retroalimenta a mensagem, sendo o retorno que se dá 
ao emissor.
Porém, e se o professor perguntou se os alunos entenderam o conteúdo e, mesmo que não tenham compre-
endido, tenham dito que sim? Houve comunicação nesse caso? Lembre-se que a comunicação é garantida 
somente se o receptor (ou receptores) assimilou a mensagem e deu o retorno a quem a enviou; caso contrário a 
comunicação não é válida. Portanto, no caso apresentado, não houve a efetividade da comunicação, apenas a 
tentativa de estabelecer uma conexão. 
E os ruídos, como se encaixam nessa estrutura? Caso os alunos façam barulho durante a explicação do profes-
sor ou este explique o conteúdo com um vocabulário ainda desconhecido pelos alunos ou se expresse de forma 
confusa, haverá a emissão de ruídos, que são tudo aquilo que atrapalha o sucesso da comunicação. Nem sempre 
existirá um ruído na comunicação, sendo que ele:
[...] pode se localizar no emissor, no receptor, no veículo utilizado ou no ambiente onde o pro-
cesso de comunicação acontece. O emissor pode não formular bem sua mensagem, dificultando 
a compreensão por parte do receptor. O veículo de comunicação pode ser inadequado. O receptor 
pode não prestar atenção suficiente à mensagem. E, ainda, pode haver algum tipo de poluição 
sonora que impeça a boa percepção do que se quer comunicar (PIMENTA, 2006, p. 26).
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Além dos exemplos de ruídos apresentados, é importante que lembremos que eles podem originar-se de diver-
sosfatores de ordem: psicológica (preocupações e estresse, por exemplo); perceptual (a cultura que a pessoa 
possui e a sua concepção de mundo, por exemplo); e fisiológica (dificuldade visual ou auditiva e dores de cabeça, 
por exemplo) (PIMENTA, 2006). Além disso, excesso de barulho, falta de luminosidade no ambiente, vocabulário 
utilizado e velocidade na emissão da mensagem também são tipos de ruídos, conforme afirmações de Pimenta 
(2006). 
Quer conhecer mais sobre a comunicação e como ela se desenvolveu ao longo da histó-
ria? Então, acesse o artigo Comunicação: conceitos, fundamentos e história, do autor 
João Batista Perles e veja quais são os elementos indissociáveis da estrutura comunicativa. 
Acesse: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/perles-joao-comunicacao-conceitos-fundamentos-
-historia.pdf>.
Tão importante quanto entender o que compromete a comunicação é selecionar o melhor canal para a transmis-
são da informação para toda e qualquer situação. Veja agora, no Quadro 1, alguns exemplos de más e boas esco-
lhas de veículos adequados para o encaminhamento da mensagem, bem como para a avaliação do processo.
Quadro 1 – Exemplos de escolha do meio de comunicação adequado.
Situação Escolha ruim Melhor escolha Análise
Uma secretária quer confirmar 
o horário de uma reunião com 
um grupo de funcionários.
Telefone E-mail ou canal 
de voz
Uma mensagem simples não 
necessita de um meio rico.
Um grupo de engenheiros 
localizados em filiais 
diferentes de uma empresa 
precisa discutir detalhes de 
um projeto em andamento.
Videoconferência Conferência via 
computador ou 
fax
A ênfase deve ser em detalhes 
técnicos, sem interferência 
de parâmetros mais pessoais, 
como status e a expressão 
não verbal. Feedback é rápido 
o suficiente para todas as 
escolhas.
Uma empreiteira quer 
anunciar um plano de 
benefícios para funcionários. 
Memorando Reuniões em 
pequenos 
grupos
O meio mais rico é necessário, 
proporcionando uma 
comunicação direta e um 
feedback imediato para 
esclarecer as possíveis dúvidas.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Uma empresa de serviços 
quer motivar os funcionários 
a trabalharem em grupos de 
trabalho interdepartamentais.
E-mail ou canal 
de voz
Face a face ou 
por telefone
A necessidade de persuasão 
exige um meio rico de 
comunicação para rebater 
possíveis objeções e negociar 
as condições. 
Legenda: Sempre que for enviar uma mensagem, principalmente no ambiente profissional, é funda-
mental refletir se o meio de comunicação empregado é viável ou não ao sucesso da mensagem.
Fonte: Adaptado de Clampitt (1991 apud PIMENTA, 2006, p. 47).
Acabamos de conhecer a estrutura do processo de comunicação, entendendo, principalmente, os cuidados a 
serem tomados para que a comunicação tenha sucesso. Agora, vamos estudar outro elemento bastante impor-
tante para que você consiga comunicar-se bem tanto pela fala quanto pela escrita: a linguagem, compreen-
dendo as diferenças entre ela e a língua. Vamos lá!
1.2 Língua x linguagem
Certamente, você já deve ter ouvido alguém dizer “eu falo a linguagem portuguesa”, não é mesmo? Pois bem, 
isso é muito comum, pois a maioria das pessoas acredita que língua e linguagem são a mesma coisa. Mas será 
que é isso mesmo? Vamos conhecer agora as diferenças entre elas para que possamos nos expressar melhor.
A língua consiste em um sistema de códigos que expressam nosso idioma, ou seja, a Língua Portuguesa, carac-
terizando nossa nacionalidade. É, sobretudo, uma forma de comunicação e um sistema linguístico. É por isso que 
existem várias línguas no mundo, como a inglesa, francesa, espanhola entre outras. Faraco e Tezza (1992, p. 47) 
destacam que:
“[...] Quem aprende uma língua, aprende, de fato, um conjunto grandemente variado de lingua-
gens que se manifestam por meio de determinadas formas linguísticas [...].” Desse modo, a língua 
consiste na palavra, seja ela por meio da escrita ou da fala. 
Mas de onde vem o aprendizado da língua? Primeiro, somos ensinados a falar de acordo com as pessoas que 
estão mais próximas a nós – nossos pais, irmãos, tios e avós, por exemplo, o que chamamos de aprendizado 
da língua materna. Depois, aprendemos a desenvolver as regras do sistema da Língua Portuguesa (na fala e na 
escrita) na escola. Portanto, “A língua falada por um povo é parte da imagem que esse povo tem de si mesmo, 
em certos casos ainda mais significativa do que as unidades políticas em que o povo se organiza.” (PERINI, 2010, 
p. 2-3).
Para conhecer mais sobre língua e linguagem e sua influência na comunicação, leia a entre-
vista feita a Mário A. Perini, acessando: <http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_14_
entrevista_perini.pdf>.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Você se lembra do que estudamos no início desta unidade a respeito das modalidades de comunicação? Pois 
bem, existem duas formas de comunicação: a verbal e não verbal. Da mesma forma, existe a linguagem, que 
consiste na maneira como expressamos nossos sentimentos e nos comunicamos com as pessoas que estão ao 
nosso redor, sendo que:
“[...] qualquer sociedade minimamente complexa só pode funcionar, e mesmo surgir, através do 
uso intensivo da linguagem. A sociedade funciona através da cooperação e/ou conflito entre os 
homens, e a linguagem medeia esses processos de maneira crucial.” (PERINI, 2010, p. 2).
A linguagem também pode apresentar-se de duas formas: verbal (emprega-se a palavra) ou não verbal (sem o 
uso da palavra), sendo esta última aquela que possui um forte poder de expressão em toda e qualquer situação. 
Não podemos, por exemplo, disfarçar uma forte tristeza ou o entusiasmo com alguma coisa, pois nosso olhar, 
nossa voz e nossa expressão facial já vão comunicar isso de imediato. Nosso jeito de vestir também é uma forma 
de linguagem. Nosso trabalho exige, por exemplo, um tipo de vestimenta adequada. Em casa ou com os amigos, 
podemos nos vestir de forma diferente, pois estamos em “nosso ambiente”. E isso é linguagem não verbal, ou 
seja, simbologias que exprimem uma informação. 
Figura 4 – A criança e suas formas de expressão.
Legenda: As crianças, em seus primeiros anos de vida, utilizam-se da linguagem não verbal para comunicar-
-se com os adultos, empregando gestos e modificando sua expressão facial para solicitar o que necessitam.
Fonte: <http://us.123rf.com/450wm/romikmk/romikmk1506/romikmk150600029/41918361-conjunto-de-
-emo%EF%BF%BD%EF%BF%BDes-crian%EF%BF%BDa-isolado-no-branco.jpg?ver=6v>.
Quando você apresenta suas ideias em uma palestra, em uma aula, em uma reunião ou em um texto, você está 
utilizando-se da linguagem verbal, que é forma de expressão em que a palavra estará sempre presente. Quantas 
vezes você recebeu, ou escreveu, mensagens via WhatsApp empregando palavras abreviadas como “vc” (você), 
“tb” (também), “qnd” (quando), ou os conhecidos emotions (as caretinhas que expressam sentimentos)? Será que 
isso é linguagem? Ora, se tudo isso comunica, é linguagem, uma vez que estão a levar determinada mensagem a 
ser codificada (quando entendo o seu código, por exemplo, a língua em que está escrita) e decodificada (quando 
compreendo a mensagem) pelo receptor. Veja que, no caso dos vocábulos abreviados, utilizamos a linguagem 
verbal, pois são palavras; no caso dos emotions, não usamos palavras, por isso é uma linguagem não verbal.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Figura 5 – Emotions.
Legenda: As caretinhas que expressam sentimentos são uma linguagem não ver-
bal e hoje fazem parte da comunicação estabelecida nas redes sociais.
Fonte: <http://us.123rf.com/450wm/layritten/layritten1603/layritten160300039/53424363-grande-conjunto-de-99-
-emo%EF%BF%BD%EF%BF%BDo-amarelo-isolado-no-branco.-conjunto-emoji.-raiva-e-compaix%EF%BF%BDo.-risos--e-l%EF%BF%BDgrima.jpg?ver=6>.
Linguagem e língua são complementares, pois uma necessita da outra em diversas formas 
de expressão, sendo a linguagem repleta de intenções.
A linguagem pode ser alterada em diversas situações. Certamente, você já mudou seu jeito de falar para que o 
receptor compreendesse melhor e assimilasse o que você estava querendo exprimir. Ao tentar cativar, emocionar 
ou chamar a atenção de alguém, empregam-se recursos da linguagem. Isso quer dizer que ela também possui 
intencionalidades, o que chamamos funções da linguagem, que podem ser as seguintes: fática, poética, referen-
cial, conativa, metalinguística e emotiva. Vamos agora conhecer as diferenças entre elas.
Função fática: Cereja e Magalhães (2009, p. 36) destacam alguns exemplos desse tipo de função, que ocorrem 
“[...] nos cumprimentos diários (“Bom dia”, “Boa tarde”, “Oi”, “Tudo bem?”, “Como vai?”), nas conversas de ele-
vador (“Está quente, não?”), nas primeiras palavras de uma aula (“Sentem-se”, “Vamos começar?”, “Pronto?”, 
“Atenção, gente!”)”. Observe que esses enunciados indicam que se quer chamar a atenção de alguém e testam 
se o receptor está prestando atenção, por isso, dizemos que a linguagem é fática.
Função poética: a poesia é o exemplo mais comum desse tipo de função, uma vez que são empregados recursos 
literários (para emocionar, para fazer refletir) nos textos poéticos.
Função referencial: são exemplos desse tipo de função os textos científicos e jornalísticos, uma vez que descre-
vem e informam sobre determinado assunto.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Função conativa: os outdoors publicitários apresentam esse tipo de função, uma vez que buscam influenciar 
o consumidor a comprar determinado produto com expressões como “Compre logo!”, “Venha conhecer nosso 
produto” etc.
Função metalinguística: esse tipo de função é caracterizado pelo uso de um recurso que explica a si mesmo. O 
dicionário é um bom exemplo de função metalinguística, pois cada palavra (que é um código) está ali para expli-
car ela mesma. Vejamos um exemplo dessa modalidade:
Imagino este diálogo exasperante: “O sophomore foi ao pau”. “Mas o que quer dizer ir ao pau?” 
“A mesma coisa que levar bomba.” “E levar bomba?” “Levar bomba é ser reprovado no exame.” 
“E o que é ‘sophomore’?”, insiste o interrogador, ignorante do vocabulário escolar em inglês. “Um 
‘sophomore’ é [ou quer dizer] um estudante de segundo ano (JAKOBSON, 2010, p. 162, grifo do 
autor).
Observe que os vocábulos apresentados servem para tecer explicações sobre outros, e assim por diante. A função 
metalinguística caracteriza-se justamente por promover o esclarecimento por meio desse tipo de explicação. 
Função emotiva: o objetivo desse tipo de função é despertar sentimentos no emissor. Frases como “Nossa, que 
pena!” e “Como você está bem!” são exemplos desse recurso.
As funções da linguagem são aplicadas por nós, diariamente, e agora que você já conhece quais são elas, pode 
definir e identificar aquela que melhor se encaixará em determinadas situações comunicativas, dentro de um 
contexto específico. Neste sentido, Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009, p. 11) entendem que, 
[...] o contexto pode envolver uma discussão em família, em ambiente doméstico, entre os mem-
bros que a compõem; uma entrevista de trabalho, no espaço profissional, com a presença do can-
didato e do representante da empresa; uma carta de amor, amostra de um diálogo afetivo; uma 
reportagem para uma revista importante em que o redator, ao escrever, leva em conta o interesse 
e a expectativa dos leitores. 
Sendo assim, texto e contexto sempre constituirão uma unidade, e a linguagem será o veículo de transmissão das 
mensagens que transmitimos seguindo determinada função.
Todos os dias, nos deparamos com propagandas, sejam elas na televisão, nos jornais ou nos 
outdoors. Mas como as funções da linguagem se apresentam nesse tipo de publicidade? Leia 
o texto de Santee e Santos (2010), As funções da linguagem na propaganda, e saiba mais 
sobre este assunto. Acesse: <http://seer.ucg.br/ind http://seer.ucg.br/index.php/fragmen-
tos/article/download/1367/913ex.php/fragmentos/article/download/1367/913>. Boa lei-
tura!
A seguir, discutiremos um assunto bastante importante para o nosso aprendizado de língua e linguagem: a varia-
ção linguística. Vamos adiante!
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
1.3 O que é variação linguística?
Você conhece alguém que vive “esgualepado”? Já viu um “rosilho”? Já ouviu alguém dizer “chujar”? Pois bem, no 
Rio Grande do Sul, é muito comum utilizar a expressão “esgualepado” para dizer que alguém está maltrapilho, 
desarrumado. Também chama-se “rosilho” o cavalo de cor rosada na mesma região. Por outro lado, nas regiões 
interioranas de Mato Grosso, falar “chujar” ao invés de “sujar” é bastante comum. Sendo assim, você certamente 
lembra-se agora de outros exemplos em que lhe disseram alguma coisa que você não foi capaz de entender por-
que não fazia parte daquela região. Estamos falando agora da variação linguística, um fenômeno muito comum 
no estudo das diversas formas de linguagem e que interferem, na maioria das vezes, na compreensão de deter-
minadas mensagens, causando ruídos na comunicação. 
Quando você se comunica com alguém no trabalho, é provável que empregue um tipo de linguagem mais formal; 
quando se comunica com um amigo pelas redes sociais, a informalidade toma conta da situação comunicativa. 
Assim ocorre em outros momentos em que modificamos o jeito de falar para atingir os propósitos comunicativos. 
E isso é variação linguística também!
Mas qual é o conceito do fenômeno que estamos estudando? A variação linguística é considerada o emprego de 
padrões informais da língua, ou seja, palavras e expressões criadas em determinados tempos, contextos e grupos 
culturais. Sendo assim, a pronúncia e o vocabulário podem mudar para referir-se a uma mesma palavra. Faraco e 
Tezza (1992) afirmam que a língua não é uniforme, admitindo muitas variações, entre elas: 
A variação geográfica: diferenças de pronúncia (cariocas e gaúchos têm entonação/sotaque diferente quando 
falam, por exemplo); vocabulário (tangerina, mimosa e bergamota são a mesma coisa, mas falada de formas 
distintas nas regiões do Brasil); e de sintaxe (no Brasil, fala-se “Ele não me viu”; em Portugal, fala-se “Ele me não 
viu”) (FARACO; TEZZA, 1992).
Níveis de formalidade: dependendo da situação (uma festa, um jogo de futebol, uma cerimônia, por exemplo) 
em que estivermos inseridos, nossa linguagem vai mudar. Faraco e Tezza (1992, p. 53. grifo do autor) destacam 
que “[...] é interessante observar como nós desenvolvemos “antenas” para nos sincronizar linguisticamente com 
a situação – e também para vigiar a adequação da fala dos outros”. 
Língua oral e língua escrita: obviamente, não falamos da mesma maneira que escrevemos e vice-versa. Dessa 
forma, nossa oralidade será sempre mais propensa a modificações de pronúncia. Ao contrário, a escrita não pode 
admitir essa variação, uma vez que deve estar de acordo com a norma culta padrão (FARACO; TEZZA, 1992).
Você conhece pessoas que têm a fala carregada de expressões regionalistas? Para você, elas 
estão falando errado? Por quê?
A respeito da variação linguística, Faraco e Tezza (1992) salientam que existem fatos que não podem ser esque-
cidos pelo falante. Assim, os estudiosos evidenciam que as línguas não existem em si; elas variam e não são 
uniformes; não são iguais em suas variedades e, por isso, elas mudam; em algumas sociedades, exige-se tanta 
atenção a determinadas variações que todos acabam por concluir que essa variedade é a língua, sendo as demais 
imperfeitas (FARACO; TEZZA, 1992).
15
Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Figura 6– Caipira picando fumo.
Legenda: O fenômeno da variação linguística é resultado das variantes da língua empregadas em regiões ou 
estados diferentes. Nas regiões interioranas, a fala é conhecida por ser carregada de regionalismos. A pala-
vra “acero”, por exemplo, é muito utilizada no interior de Mato Grosso, e significa “capinar ao redor do pasto”. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Caipira_picando_fumo.jpg>
Existe um grande preconceito com a fala das pessoas mais desfavorecidas ou moradoras de regiões mais des-
locadas no Brasil, longe dos grandes centros urbanos. Infelizmente, falta respeito com a forma de falar desses 
indivíduos, uma vez que sua cultura, origem e localização influenciaram no seu modo de falar. Sendo assim, 
[...] é comum, por exemplo, que termos como pobrema (ao invés de problema), nós fumo (ao invés 
de nós fomos) e ponharam (ao invés de puseram) suscitem idéias [sic] preconcebidas a respeito da 
(falta de) escolaridade de quem os pronunciou. Normalmente são alvos de comentários jocosos 
e de rejeição explícita pelos membros da comunidade de fala (seja escolarizada ou não) (GORSKI; 
COELHO, 2009, p. 81).
Diante disso, é muito importante reconhecermos que a variação linguística é mais comum do que se imagina. Da 
mesma forma que não somos todos iguais, a nossa língua também não o é. 
Conheça o artigo de Santana e Neves (2015), As variações linguísticas e suas implicações 
na prática docente, e veja a importância que a diversidade da língua exerce em nossa cul-
tura. Acesse: <http://www.ipv.pt/millenium/Millenium48/6.pdf>.
Agora que você já sabe o que é variação linguística, vamos discutir a importância da competência linguística. 
Acompanhe!
16
Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
1.4 Entendendo a competência linguística
“Saí do julgamento incólume”, “Este remédio é inócuo”, “Aquele candidato gosta de tergiversar”. Mas o que essas 
frases querem dizer? Não seria mais fácil dizer “Saí do julgamento ileso”, “Este remédio não é perigoso” e/ou 
“Aquele candidato gosta de fugir do assunto”? Pois bem, esses primeiros exemplos são enunciados nos quais 
aparecem alguns vocábulos considerados difíceis ou desconhecidos. Mas o que isso tem a ver com competência 
linguística? 
Primeiramente, é importante entender que não nascemos com a competência linguística, mas a desenvolvemos 
ao longo do tempo com muita dedicação aos estudos. A pessoa que possui esse tipo de competência é aquela 
que conhece as regras do idioma (falado e escrito), sabendo aplicá-lo em diversas situações, seja em um texto, 
em uma conversa com os amigos ou em uma palestra, adotando as convenções estruturais da língua. 
Hoje, mais do que nunca, o mercado de trabalho busca profissionais com diversas habilidades, e a competência 
linguística destaca-se nesse cenário. Infelizmente, muitas pessoas desconhecem as diferenças entre “trás” (posi-
ção) e “traz” (do verbo trazer) ou confundem a escrita de “sessão” (reunião) e “cessão” (ceder ou interromper), o 
que mostra a falta de competência linguística. 
É importante salientar aqui, em nossas discussões sobre língua e competência linguística, que, infelizmente, há 
uma grande preocupação com o mau uso da língua, seja nas relações convencionais, profissionais ou acadêmi-
cas. A respeito desse assunto, Bernardo (1992, p. 84) salienta que:
O acesso às conquistas da civilização passa, necessariamente, pelo acesso à linguagem escrita em 
que se veiculam as informações, em sentido amplo: jornalísticas, artísticas, culturais, cientificas. 
É fácil perceber que o cidadão que não domina as formas linguísticas chamadas cultas da língua 
terá dificuldade para se integrar aos mecanismos mais sofisticados da sobrevivência cotidiana, 
compreendendo-os e transformando-os – em outras palavras, para se tornar um agente da lin-
guagem, e não a sua vítima. 
Figura 7 – O erudito Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.
Legenda: As pessoas eruditas são aquelas que se dedicam a estudar e a aprender, de forma profunda, determina-
das convenções (música, poesia e língua portuguesa, por exemplo). Uma pessoa que possui competência linguística é 
considerada erudita, uma vez que possui um conhecimento vasto da língua e sabe aplicá-la em diversas situações. 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/20/JoaquimBarbosa.jpg
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Leitura e Produção de Textos | Unidade 1 - A comunicação e suas formas de expressão
Outro aspecto importante a ser tratado quando se fala no sucesso da comunicação é a cautela no uso da lingua-
gem, dependendo da situação. Não podemos, por exemplo, utilizar um vocabulário rebuscado com uma pessoa 
que não teve acesso ao estudo, pois certamente ela não irá compreender. Por isso, adaptar a linguagem à situa-
ção comunicativa é fundamental e isso também é competência linguística.
Por fim, para termos competência linguística, existe uma receita muito simples: estudar as convenções grama-
ticais e ler muito! E é esta disciplina que lhe auxiliará a aprimorar essa habilidade para que você tenha êxito ao 
comunicar-se com alguém.
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Considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta primeira unidade da disciplina 
Leitura e Produção Textual. Vamos agora relembrar o que discutimos e 
aprendemos sobre nosso foco de estudo: a comunicação. 
• Estabelecemos comunicação com os outros desde o momento 
de nosso nascimento. Para que haja comunicação, é necessário 
que a mensagem se torne comum entre o emissor e receptor, ou 
seja, que ela seja compreendida e que o retorno sobre seu enten-
dimento seja dado ao emissor. 
• Vimos que existem dois tipos de comunicação, a verbal e a não 
verbal. A primeira precisa do uso da palavra (escrita e falada) e a 
segunda não depende dela, pois se constitui por símbolos, gestos 
e expressões faciais, por exemplo. Conhecemos alguns métodos 
de comunicação, sendo eles o intrapessoal, o interpessoal e o 
interprofissional. 
• Compreendemos também que, para que ocorra a comunicação, 
é necessário seguir um processo composto pelos seguintes ele-
mentos: emissor (quem emite a mensagem), canal (local por onde 
se encaminha a informação), mensagem (conteúdo da comuni-
cação), receptor (quem recebe a mensagem) e feedback (retroa-
limentação da comunicação). Além disso, existem os ruídos, que 
podem aparecer dentro dessa estrutura, sendo tudo aquilo que 
interfere na compreensão da mensagem (humor, ambiente, baru-
lho etc.).
• Conhecemos as diferenças entre língua e linguagem, sendo a pri-
meira o sistema de códigos de nosso idioma e a segunda toda e 
qualquer forma de expressão. Vimos também que a linguagem 
possui intencionalidades diversas, pautadas nas seguintes fun-
ções: poética, fática, referencial, metalinguística, emotiva e cona-
tiva. Na sequência, discutimos o fenômeno da variação linguís-
tica, tema bastante importante em nossos estudos. 
• Por fim, entendemos o que é competência linguística, conside-
rada uma habilidade de utilizar de forma correta as convenções 
de nosso idioma, seja de forma oral ou escrita, reconhecendo que, 
para cada situação comunicativa, devemos usar a linguagem ade-
quada para que haja sucesso na comunicação.
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2
22
Unidade de Estudo 2
O que é um texto: 
tipos e gêneros textuais
Para iniciar seus estudos
Você sabe exatamente o que é um texto? Para você, a escrita é um desa-
fio? Quais são os tipos e gêneros textuais mais utilizados em nosso coti-
diano acadêmico e profissional? Quais as diferenças existentes entre eles? 
Nesta Unidade 2 da disciplina de Leitura e produção textual, discutiremos 
esses assuntos e responderemos a essas questões para prepará-lo para o 
maravilhoso universo da produção textual. Vamos lá!
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o que é texto.
• Reconhecer o texto como unidade de sentido.
• Enumerar os tipos de texto de forma a entender as suas peculiari-
dades e finalidades.
• Categorizar os gêneros textuais, compreendendo suas finalidades.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
2.1 O que é um texto 
Sempre que pensamos em texto, lembramo-nos das redações que fazíamos na escola, não é mesmo? Muitas 
vezes, escrevíamos qualquer coisa, sem ter um norte específico e uma estrutura a ser seguida; escrevíamos para 
nós mesmos, sem pensar em quem faria a leitura de nossa redação, dando pouco valor ao sentido que aquele 
texto transmitia. Hoje, a situação é outra. Você, que é acadêmico, precisa aprimorar sua visão sobre a produção 
textual, entendendo, para isso, o que é um texto, a fim de obter sucesso nas várias redações que fará daqui por 
diante. 
Certamente, você já viu alguém fazer tricô ou crochê, que são atividades artesanais. Essa prática envolve o entre-
laçamento de fios para produzir uma manta ou uma toalha, por exemplo. Se um dos fios não se encaixou bem 
com outro, o produto ficará torto e sem a bela estética esperada por quem o faz. Então, desmancha-se aquela 
manta ou aquela toalha para corrigir o defeito e ter como resultado um lindo trabalho. Mas por que estamos 
falando de tecido se nossas discussões estão voltadas ao conceito de texto nesse primeiro momento? Porque 
texto também é um tecido, sendo a sua produção semelhante aos objetos mencionados anteriormente. Para que 
nossa escrita seja considerada um texto, deve ter unidade de sentido. Da mesma forma que a toalha de crochê 
e a manta de tricô, nosso texto precisa ter uma estrutura alinhada, com ideias também concatenadas, para que 
a pessoa que o ler adquira informações claras e também conhecimentos a partir das ideias que produzimos, ou 
melhor, tecemos. 
Em nossa prática comunicativa, falamos, gesticulamos, expressamos sentimentos pelo nosso olhar e pela nossa 
voz. Mas também precisamos escrever para nos comunicarmos com nossos colegas, chefes e amigos. Por isso, 
o texto também faz parte de nossa comunicação diária, sendo ele uma construção de sentidos que “[...] com-
preende processos, operações e estratégias que têm na mente humana, e que são postos em ação em situações 
concretas de interação social” (KOCH, 1997, p. 22).
Figura 8 – “Tecelãs” (1909), tela pintada pela artista Pedro Weingärtner.
Legenda: A imagem ilustra a atividade tecelã, que pode ser comparada à atividade de produção tex-
tual, pois o texto é o mesmo que um tecido, ou seja, uma unidade de sentido que se constrói a par-
tir do entrelaçamento de ideias, assim como ocorre com os fios nas práticas artesanais.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Weing%C3%A4rtner_-_Tecel%C3%A3s_-_1909.jpg>
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
Além das considerações iniciais apresentadas sobre o conceito de texto, vejamos agora como a linguista Inge-
dore Koch define essa constituição. Para ela, texto é:
[...] uma manifestação verbal, constituída de elementos linguísticos intencionalmente seleciona-
dos e ordenados em sequência, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros, na 
interação, não apenas a depressão de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação de pro-
cessos e estratégias de ordem cognitiva, como também a interação (ou atuação) de acordo com 
práticas socioculturais (KOCH, 1992, p. 22).
Lembre-se que o texto (para ser texto) consiste em uma atividade verbal, não sendo, o que muitos acreditam ser, 
um amontoado de palavras, pois isso não necessariamente terá um sentido. Vejamos agora um exemplo de uma 
narrativa escrita pelo filho de Graciliano Ramos, Ricardo Ramos. 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de bar-
bear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para 
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. [...] Televisor, 
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. 
Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, traves-
seiro (RAMOS, 1978, p. 21-22).
E agora, será que temos um texto? Mas por que seria considerado assim se não existem palavras de ligação, 
verbos e outras frases que expliquem o contexto? Por incrível que pareça, temos um texto pelo seguinte motivo: 
há uma ideia que está sendo transmitida e está plena de sentido, ou seja, o fragmento narra a trajetória de um 
homem desde que acorda. Identificamos isso por ser uma prática bastante comum em nosso dia a dia. Se tivés-
semos em discurso como “céu, espuma, caderno, chinelo, árvore”, não teríamos um texto, uma vez que esse 
exemplo não contém sentido – ou, se tivesse, seria difícil de identificar.
Você já leu algo sem sentido? Se você fosse um revisor de texto profissional,o que faria para 
melhorar aquilo que leu e poder repassar a outros leitores?
Se o texto constitui sentido, promove interação e expressa a capacidade linguística do redator, ele precisa ter 
determinados conhecimentos. Você lembra-se de que, na Unidade 1, conhecemos o que significa ter competên-
cia linguística, e vimos que a possuímos quando temos um conhecimento amplo sobre as convenções e usos da 
Língua Portuguesa? Pois bem, para que um texto possa ser construído, ele precisa, além dessa competência, de 
outras, classificadas como conhecimentos: linguístico, enciclopédico, interacional, ilocucional, comunicacional, 
metacomunicativo e superestrutural. Vejamos agora o que significa cada uma dessas habilidades mencionadas. 
Acompanhe no quadro a seguir.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
Quadro 2 – Conhecimentos acessados durante a produção textual.
Conhecimento Definição 
Linguístico Consiste no conhecimento gramatical e lexical, sendo responsável pela articulação 
do som e sentido do texto. Além disso, é responsável pela organização da superfície 
textual, aplicação dos elementos de coesão e sequenciação textual. 
Enciclopédico Também conhecido como conhecimento de mundo, é aquele que apresenta os 
conhecimentos comuns e partilhados que adquirimos ao longo da vida enquanto 
interlocutores, encontrando-se armazenado na mente de cada indivíduo.
Interacional Consiste no conhecimento que temos sobre as ações verbais que se apresentam na 
linguagem.
Ilocucional São conhecimentos sobre os tipos de atos da fala, que permitem reconhecer 
as finalidades que o falante pretende atingir em determinadas situações 
comunicativas.
Comunicacional Diz respeito às capacidades comunicativas que envolvem normas da língua, 
por exemplo: definição da linguagem adequada a cada situação, quantidade de 
informação necessária e adequação do tipo textual a determinado contexto. 
Metacomunicativo Este conhecimento é empregado quando o autor procura evitar dúvidas do leitor, 
trazendo exemplos que se articulem às suas ideias, a fim de proporcionar ao emissor 
um conhecimento amplo e claro.
Superestrutural Consiste no conhecimento das diversas estruturas textuais que se aprende ao longo 
do tempo, compreendendo o conhecimento sobre os vários tipos e gêneros de 
texto. 
Legenda: Quando desenvolvemos um texto, aplicamos conhecimen-
tos dos mais variados tipos para o alcance de seu objetivo.
Fonte: Adaptado de Koch (1992, p. 23-24).
Veja que o quadro anterior apresentou as habilidades mentais que são acionadas no momento em que pro-
duzimos uma carta, uma dissertação, um relatório ou um simples e-mail profissional. Para tanto, é importante 
reconhecer que esses conhecimentos precisam ser alimentados continuamente, e isso é possível por meio da 
leitura, muita prática de escrita e reescrita e estudo sobre as mais diversas áreas, sejam elas a linguística, ciência, 
história ou até mesmo filosofia. Lembre-se que, quanto maior for o nosso leque de informações diárias, melhor 
será nossa escrita!
Nesse mesmo contexto, Ernst-Pereira e Funck (2001) salientam que o texto é um objeto cultural, e que ele não 
pode ser concebido como um material apenas informativo, mas, sobretudo, como uma prática discursiva que 
conduz sentidos ao leitor. Dessa forma, as estudiosas evidenciam que cabe ao leitor:
[...] identificar sentidos e, ao produtor de textos, estabelecer sentidos através do uso de palavras, 
expressões, construções sintáticas adequadas à mensagem a ser transmitida, como se nada se 
interpusesse entre o sujeito e o objeto, tudo se passando como se as palavras, na sua transpa-
rência, carregassem em si as coisas do mundo a significar (ERNST-PEREIRA; FUNCK, 2001, p. 5).
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
Para que você aprimore seus conhecimentos sobre o conceito de texto e as várias formas 
de discurso escrito, sugerimos a leitura do artigo de Freda Indursky, Da heterogeneidade 
do discurso à heterogeneidade do texto e suas implicações no processo da leitura (p. 
27-42), disponível em: <http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Livros/Leitura_e_a_
Escrita.pdf#page=27>.
Além dos sentidos que cabe ao leitor identificar, existem os significados que ampliam o conhecimento do recep-
tor sobre aquilo que lê. Sendo assim, é importante conhecermos alguns tipos de significados, conforme as afir-
mações de Pimenta (2006)
• Significado gramatical: é aquele que vai depender da relação estabelecida com outros signos no dis-
curso (a palavra, por exemplo, é um signo linguístico, uma vez que por ela fazemos associações a concei-
tos e sonoridade).
• Significado contextual: existem significados diferentes para objetos, por exemplo. As flores, nesse sen-
tido, podem significar uma coisa em uma festa; outra, em um velório.
• Significado referencial: é considerado aquele que aparece no dicionário, e vai depender somente da 
relação entre o signo e seu conceito referente.
• Significado conotativo: ocorre por meio da ampliação, do enriquecimento do significado referencial dos 
signos, por meio da imaginação, como ocorre na leitura da poesia. 
Agora que você já aprendeu o que é um texto, vamos adiante com nossos estudos, conhecendo os fatores que 
caracterizam o texto enquanto tal. Vamos lá! 
2.2 Fatores de textualidade
Você já ouviu falar em fatores de textualidade? Vamos entender agora o que esse elemento significa. 
É claro que não produzimos um texto à toa, pois sempre há algo que nos impulsiona a escrever determinada 
mensagem. De acordo com Costa Val (1999, p. 15), textualidade é o “[...] conjunto de características que fazem 
com que o texto seja texto, e não uma sequencia de frases”.
Sendo assim, o texto compreende cinco fatores que compõem o contexto de sua elaboração, quais sejam: situ-
acionalidade, intencionalidade, informatividade, aceitabilidade e intertextualidade. Vamos agora conhecer cada 
um destes elementos, segundo os estudos de Costa Val (1999).
• Situacionalidade: este fator diz respeito à situação comunicativa e à adaptação do texto a ela. Em uma 
formatura, por exemplo, não vamos produzir um discurso despojado, com um linguajar popular, mas, 
sim, adotar uma linguagem rebuscada e de acordo com as convenções da língua. Da mesma forma, não 
podemos escrever um requerimento para a mãe comprar frutas e deixar isso na porta da geladeira. O 
mais apropriado, nesse caso, seria um bilhete ou uma lista de compras.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
• Intencionalidade: quando o redator se empenha para dar coesão e coerência (aspectos que estudare-
mos melhor na próxima unidade) ao texto, a fim de alcançar os objetivos da comunicabilidade de certa 
mensagem, dizemos que o texto possui intencionalidade, que podem ser várias: persuadir, informar, 
comover etc. 
• Informatividade: refere-se ao grau de importância da mensagem, tendo em vista as informações que 
o texto será capaz de transmitir, a fim de fazer com que o receptor adquira mais conhecimento sobre o 
assunto. 
• Aceitabilidade: este fator é relacionado à maneira como o receptor aceita o texto e se este está de acordo 
com as suas expectativas de clareza, coesão e coerência. 
• Intertextualidade: todo texto é construído a partir de outro, ou seja, tudo aquilo que escrevemos tem 
base em informações já apresentadas por alguém. É por isso que dizemos que os textos dialogam. Quando 
fazemos uma citação, por exemplo, estamos utilizando outro texto e, por isso, existe nele a intertextua-
lidade.
Figura 9 – Situacionalidade da comunicação.
Legenda: A situacionalidade é um dos fatores de textualidade que compreende a observação da(o) situ-
ação/contexto em que ocorre a comunicação para que se possa produzir o textoadequado ao cená-
rio. Além disso, deve-se levar em conta o que é mais importante escrever nessa situação comunicativa.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escrit%C3%B3rio_MercadoLivre_-_mesa_de_trabalho.jpg>
Portanto, sempre que você for escrever, pense (e empregue) nesses cinco fatores de textualidade que acabamos 
de estudar. Assim, você verá que a produção textual não é tão difícil quanto parece. Vejamos agora quais são os 
principais desafios da escrita e como ultrapassar essas barreiras. 
Para aprender mais sobre os fatores de textualidade e entender como eles estão envolvidos 
no processo de interpretação de texto, leia o artigo de Joaquim et al. (2012), Os fatores de 
textualidade: uma análise das personagens Valéria e Janete do programa humorístico 
Zorra Total da Tv Globo, acessando o texto em: <http://www.uenp.edu.br/trabalhos/cj/
anais/soLetras2012/Alex%20Ferreira%20Joaquim.pdf>. Boa leitura!
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
2.3 O desafio da escrita
Seria impossível falar em texto e sua respectiva produção sem tocar em um assunto tão importante para quem 
quer escrever e comunicar-se melhor: os desafios da escrita.
Alguns têm medo de falar; outros, medo de escrever. A comunicação é sempre um desafio quando se pensa 
que escrevemos não somente para nós, mas para o outro. Hoje em dia, o medo de escrever expande-se cada 
vez mais, tendo em vista a exigência do mercado de trabalho no que se refere à boa comunicação, seja ela oral 
ou escrita. Nos processos seletivos, a redação está sendo um dos tópicos que definem a aprovação do candidato 
(até mesmo a dinâmica do ditado está retornando à seleção de recursos humanos nas empresas). Sendo assim, 
é fundamental, em um primeiro momento, libertarmo-nos daquela ideia de que toda redação precisa de um 
macete, técnica que resulta no conhecimento engessado do aluno. A respeito dessas barreiras, Faraco e Tezza 
(1992, p. 128) evidenciam o seguinte:
O primeiro desafio para quem pretende dominar a língua padrão escrita é sair do universo viciado 
da redação escolar, universo sem referências concretas, em que o eu abstrato repete opiniões 
fragmentadas, edificantes sobre o Homem e o Mundo igualmente abstratos, para o universo con-
creto no qual a linguagem escrita age sobre o mundo. Porque, afinal de contas, é para isso que 
se escreve – esta ação está presente tanto no bilhete semi-analfabeto [sic] de uma empregada 
doméstica avisando que deixou a chave debaixo do tapete quanto no mais sofisticado texto cien-
tífico. 
Com base nessas afirmações, podemos perceber que um dos principais desafios para escrever é resultado de 
uma concepção bastante ultrapassada, ou seja, a ideia de que o que se aprendeu na escola enquanto técnica de 
redação é válido para a vida toda. Não se pretende, aqui, criticar os métodos de ensino da escola tradicional, mas 
salientar que é muito importante aprimorar o que já se sabe e pôr a escrita em prática nas mais distintas situa-
ções. A respeito desse assunto, Osakabe (1992, p. 122) salienta que:
[...] o acesso ao universo da escrita opera em dupla redução das características da escrita: em 
primeiro lugar, reduz a fixidez do discurso escrito, exigência de sua persistência e durabilidade, 
à condição de organização discursiva modelar e estável. Em segundo lugar, reduz a tendência 
monológica a uma característica autoritária e também absoluta [...]. Tudo isso evidencia que o 
acesso ao código da escrita não se resume, como já se disse, num adestramento, mas sim implica 
um movimento de compromisso em que o instrumento adere o sujeito a um universo já formu-
lado.
Outro desafio bastante comum apresenta-se na seguinte questão: como dar sentido ao texto? Koch (1992) 
entende que o texto não vem com um sentido pronto, sendo que essa construção se dá a partir dele. Dessa 
forma, a estudiosa compara esse cenário à metáfora do iceberg, dizendo o seguinte:
Todo texto possui apenas uma pequena superfície exposta e uma imensa área imersa subjacente. 
Para se chegar às profundezas do implícito e dele extrair um sentido, fazem-se necessários o 
recurso aos vários sistemas de conhecimento e a ativação de estratégias cognitivas e interacio-
nais. (KOCH, 1992, p. 26) 
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Figura 10 – Iceberg.
Legenda: A imagem do iceberg ilustra a concepção de que o texto é um produto inacabado e profundo, 
sendo que as suas profundeza e essência são construídas pelo próprio texto e identificadas pelo leitor.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iceberg.jpg
Conheça o texto da professora da PUC, Sônia Kramer, Leitura e escrita como experiên-
cia: seu papel na formação de sujeitos sociais, e saiba mais sobre a importância que a 
escrita exerce em nossa vida, principalmente enquanto educadores. Acesse o link: <http://
s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/37100263/Leitura_e_Escrita_como_expe-
riencia_Kramer.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=14839046-
24&Signature=W6qo1OxuyYV0UIw1HpFB2Bp1p4I%3D&response-content-disposition=inl
ine%3B%20filename%3DLEITURA_E_ESCRITA.pdf>.
Voltemos à metáfora do iceberg, que alude à profundidade e à consistência do texto. Diante disso, as perguntas 
que vêm à mente, se assimilarmos isso ao desafio da escrita, são: como dar vida e densidade ao meu texto? Como 
escrever um texto que faça sentido e seja produtivo para quem o ler? Como dar êxito à escrita? Vejamos algumas 
respostas a essas questões.
• Ter o que dizer: a palavra é um elemento que vai mediar minhas ideias e meus argumentos. Sendo assim, 
é preciso saber o que vai ser falado, empregando as palavras necessárias para a compreensão do receptor 
do texto. Ter o que dizer significa ter conteúdo a comunicar, habilidade que só vai ser aprimorada por meio 
de informações obtidas via leitura e acompanhamento da mídia.
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• Contar com um bom vocabulário: na escola, uma frase muito comum dita pelos alunos é a seguinte: 
“Professor, eu sei o conteúdo, mas não sei escrever!”. Quando não fazemos leituras diárias e não temos 
acesso a palavras novas, certamente ficará difícil escrever com vocábulos adequados, sem repeti-los. O 
aprendizado do vocabulário é fruto da prática constante da leitura. 
• Saber quem é o nosso receptor: é fundamental lembrar, antes de produzir um e-mail, por exemplo, se 
meu receptor entenderá a mensagem que pretendo transmitir. Esse receptor pode ser uma pessoa com 
um conhecimento elevado, fruto de muito estudo; por outro lado, pode ser um indivíduo que não teve 
oportunidade de obter uma instrução mais densa. Dessa forma, quando sabemos quem receberá nosso 
texto, precisamos adequar a linguagem para que fique a mais clara possível, a fim de evitar desentendi-
mentos.
• Ter conhecimento dos fatos do dia a dia: isso é possível, por exemplo, pela prática da leitura de jornais, 
revistas informativas e científicas, e também de obras literárias. Saber quais são os principais assuntos 
discutidos na atualidade enriquece o arsenal de conteúdos que guardamos em nossa memória. 
Veja que a prática da leitura se destaca enquanto responsável pelo enriquecimento daquilo que já sabemos, apri-
morando nossa forma de expressão ao colocarmos em prática novos vocabulários.
Mesmo que a escrita seja desafiante, ela sempre estará presente em nossa vida. Por isso, é muito importante que 
você, aluno(a), reconheça que tem capacidade de ir muito além do que imagina, vencendo as barreiras que apa-
recem todos os dias! Lembre-se que escrever é uma arte e que somos capazes de melhorar!
Todos os dias, precisamos escrever alguma coisa, não é mesmo? Agora pense: você con-
sidera-se um bom escritor? Que instrumentos de aprendizagem estariamdisponíveis para 
que você pudesse melhorar a sua forma de escrever?
2.4 Os tipos de texto
Você sabia que, quando redigimos uma receita ou o médico faz a prescrição de um remédio, estão sendo escritos 
tipos de textos diferentes? Pois é, sempre que produzimos um discurso escrito, precisamos estabelecer alguns 
critérios, como: quem será meu receptor? Que tipo de mensagem quero transmitir? De que forma pretendo 
transmitir a informação? Qual é o objetivo da mensagem? Fazendo isso, estamos formulando uma estrutura 
mental de nosso texto, que vai ser de determinado tipo.
Marcuschi (2002, p. 22) entende que “A definição de tipo textual parte da identificação de suas características de 
composição. O tipo textual possui aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas, o que estabe-
lece a sua natureza linguística”. Sendo assim, os tipos de texto vão apresentar peculiaridades em sua estrutura, 
contendo um DNA próprio, ou seja, vocabulário específico, tempos verbais diferentes, interação distinta com o 
receptor, tamanho do texto etc.
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Figura 11 – Substância química: DNA.
Legenda: Cada tipo de texto é constituído de uma estrutura peculiar, que o diferencia dos demais. Assim, 
o tipo textual é denominado por apresentar um DNA (conhecido como ácido desoxirribonucleico) espe-
cífico, ou seja, uma composição que o determinará enquanto narração ou descrição, por exemplo.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:DNA_methylation.jpg>
Vejamos agora quais são os tipos de texto:
• Texto narrativo: este tipo de texto é assim caracterizado por narrar determinada história, isto é, ele conta 
determinados fatos sobre personagens dentro de um tempo e contexto específicos, seguindo uma estru-
tura. Segundo Travaglia (2007, p. 66), “[...] as modalidades características desse tipo de texto são a certeza 
e a probabilidade, uma vez que são os textos que dão a conhecer os acontecimentos”. Contos, romances 
e novelas são exemplos de texto narrativo, uma vez que apresentam o desenrolar de acontecimentos 
seguindo um enredo.
• Texto descritivo: este tipo de texto tem como objetivo apresentar a descrição/especificação de pessoas, 
lugares, objetos, sentimentos etc. A bula de um remédio, por exemplo, descreve a composição do medi-
camento. Da mesma forma, ocorre com as embalagens de produtos, em que se especifica a sua natureza 
e também a composição. Travaglia (2007, p. 64), entende que nesse tipo de texto “[...] aparecem verbos 
enunciativos ligados à visão, já que se instaura o interlocutor como “voyeur”: ver, perceber, notar, obser-
var, admirar, avistar (todos em sentido sensorial)”. 
• Texto argumentativo: este tipo de texto geralmente é muito solicitado nos vestibulares. O texto argu-
mentativo é aquele que expõe opiniões e argumentos sobre determinado assunto, a fim de convencer o 
leitor sobre a ideia apresentada. Além disso, em sua composição, devem estar presentes elementos que 
comprovem o pensamento exposto pelo autor, ou seja, argumentos (exemplos, citações etc.) que susten-
tem o ponto de vista exposto. Artigos de opinião são exemplos dessa categoria. 
• Texto dissertativo: este tipo de texto tem como finalidade desenvolver e apresentar o raciocínio sobre 
determinado assunto. Assim, “[...] aparecem os verbos enunciativos de pensar, já que se instaura o inter-
locutor como ser pensante, que raciocina: pensar, achar, saber, parecer etc.” (TRAVAGLIA, 2007, p. 65). 
Monografias, dissertações de mestrado e editorial são exemplos dessa categoria.
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• Texto injuntivo: esta modalidade é caracterizada pelo teor instrucional, ou seja, o texto injuntivo orienta 
o leitor sobre como fazer alguma coisa ou até mesmo como pensar. Os livros de autoajuda são bons 
exemplos dessa categoria, uma vez que trazem quase que receitas de como viver e pensar. Portanto, 
segundo Travaglia (2007, p. 65), “[...] aparecem verbos enunciativos mais no discurso indireto, e ligados 
à condição do produtor do texto de incitador e do recebedor de potencial executor das ações: mandar, 
ordenar, determinar, pedir, suplicar, sugerir, recomendar etc.”.
• Texto informativo: como a própria denominação já indica, esta modalidade de texto tem como fina-
lidade apresentar informações de interesse público. Fatos e dados atuais fazem parte dessa composi-
ção. São exemplos dessa categoria jornais impressos ou virtuais, revistas comuns (como Veja, Isto é, entre 
outras) ou de cunho científico. 
Leia o artigo científico do linguista Luiz Carlos Travaglia, A caracterização de categorias de 
texto: tipos, gêneros e espécies, e conheça o que são espécies e categorias de texto, bem 
como as relações entre gêneros e tipos textuais. Acesse o conteúdo em: <http://seer.fclar.
unesp.br/alfa/article/view/1426/1127>.
Ficou claro o que é um tipo textual, certo? Para escrever uma boa redação, precisamos entender qual é a finali-
dade de nosso texto, por isso a importância de conhecer os tipos de texto mais comuns em nosso dia a dia. Agora, 
vamos estudar as diferenças entre tipo e gênero textual a fim de aprimorar nossas habilidades comunicativas. 
Vamos adiante! 
2.5 Os gêneros textuais
A maioria das pessoas confunde tipo e gênero textual ou acredita que são a mesma coisa. No entanto, é impor-
tante entendermos que, mesmo que sejam unidades complementares, possuem muitas distinções. Mas o que 
seria um gênero textual? Vamos agora esclarecer essa dúvida, iniciando com os ensinamentos de Marcuschi 
(2008, p. 155):
Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêne-
ros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões socio-
comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e 
estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técni-
cas. Em contraposição aos tipos, os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas 
e se expressam em designações diversas, constituindo um princípio de listagem aberta.
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O gênero é, portanto, reconhecido por apresentar padrões de composição que se adequam à situação comuni-
cativa, empregando linguagens específicas por meio da oralidade ou escrita. A charge, por exemplo, apresenta 
uma forma de expressão bastante peculiar, seja por apresentar linguagens eruditas ou até mesmo bastante colo-
quiais para criticar determinado fato. Nesse caso, a charge é um gênero textual de tipo humorístico, uma vez que 
se utiliza do humor para criticar um assunto sério da atualidade. Até mesmo um bate-papo virtual é um gênero. 
Figura 12 – O gênero textual e sua capacidade sociocomunicativa.
Legenda: Empregamos determinados gêneros textuais sempre de acordo com o contexto comu-
nicativo, tendo em mente a finalidade da mensagem que queremos transmitir. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Communication#/media/File:Communication_sender-message-reciever.png 
Mas quais seriam os gêneros textuais mais utilizados em nosso dia a dia profissional e acadêmico? Vamos conhe-
cer alguns deles: artigo de opinião, e-mail, artigo científico, monografia, resenha, notícia.
• Artigo de opinião: este gênero textual é muito comum em colunas de opinião, encontradas em jornais 
e revistas. O artigo de opinião é um texto curto (aproximadamente uma ou duas páginas de conteúdo) e 
argumentativo, “[...] que possibilita ao autor expor livremente o seu modo de pensar, o seu ponto de vista 
sobre uma questão controversa, e que se destina a convencer o leitor por meio de uma argumentação 
sustentada sobre essa posição” (GOLDSTEIN; LOUZADA;IVAMOTO, 2009, p. 97). Geralmente, é produzido 
por alguém que possui um vasto conhecimento sobre o assunto, o que demonstra a propriedade para 
opinar e fazer o leitor refletir sobre o tema apresentado. Esse gênero textual apresenta também um título 
criativo e que possa chamar a atenção do leitor. O texto de Roberto Pompeu de Toledo (2007) é um bom 
exemplo de crítica que se faz ao costume que os brasileiros têm em reproduzir e valorizar elementos de 
outros países. Uma paixão dos brasileiro’s já indica, pelo emprego do apóstrofo mais o “s” (na língua 
inglesa, indica o caso possessivo, por exemplo: “Lucy’s house” quer dizer “A casa de Lucy”), a mania que 
nosso povo tem de copiar as coisas de fora. Vejamos o início desse texto para compreender que, já na 
introdução, é possível perceber a crítica que o autor do texto fará.
Toda vez que se fala em antiamericanismo, no Brasil, dá vontade de contra-atacar com o após-
trofo. Muita gente não gostou da presença de George W. Bush no país, mas esse sentimento é lar-
gamente superado pelo amor que temos pelo apóstrofo. O apóstrofo em questão, para os leitores 
que ainda não se deram conta, é aquele sinalzinho (‘) que na língua inglesa se põe antes do “s” (‘s). 
Quanto charme num pequenino sinal gráfico! Bush se sentiria vingado das manifestações de pro-
testo se lhe fosse permitido caminhar por uma rua comercial brasileira e verificar quantos nomes 
de estabelecimentos são, em primeiro lugar, em língua inglesa e, em segundo, ostentam como 
rabicho o ‘s. Somos apaixonados pelo ‘s. O que é uma forma de expressar nosso amor e respeito 
pelos Estados Unidos. (TOLEDO, 2007 apud GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009, p. 97-98).
O artigo de opinião, portanto, sempre sustentará um ponto de vista, seja ele positivo ou negativo, sobre 
algo que está sendo polemizado na atualidade.
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• E-mail: este gênero é considerado um dos mais utilizados na contemporaneidade. Sua finalidade é esta-
belecer uma comunicação rápida e eficaz. Por isso, os e-mails devem ser bastante objetivos, contendo 
informações básicas daquilo que se quer comunicar. Gold (2005, p. 100) enfatiza que, quando o e-mail é 
utilizado com o mesmo objetivo do
[...] bilhete ou do contrato telefônico, sua linguagem tem um alto grau de informalidade, aproxi-
mando-se da fala. Quando o correio funciona como memorando ou comunicação interna, veri-
ficamos um cuidado maior no planejamento textual e na gramática, com o grau de formalidade 
também determinado pelo conteúdo da mensagem e pelo destinatário.
Você sabia que no e-mail devemos ter um cuidado redobrado com a linguagem utilizada? 
Isso porque não sabemos se o receptor está, por exemplo, triste ou chateado com alguma 
coisa ao receber nossa mensagem. Esses sentimentos são ruídos da comunicação, conforme 
estudamos na Unidade 1, lembra? Pra esse fim, existe um material bastante interessante, 
que vai lhe ensinar como comunicar-se sendo elegante no meio virtual. Acesse o texto Para 
que serve a netiqueta no seguinte link: <http://www.safernet.org.br/site/sites/default/files/
netiqueta.pdf>.
• Artigo científico: muito solicitado no universo acadêmico, este gênero textual consiste em uma pro-
dução discursiva mais extensa que o artigo de opinião, devendo seguir determinada estrutura (resumo, 
introdução, objetivos geral e específicos, justificativa, hipóteses, fundamentação teórica etc.) a fim de 
demonstrar o resultado de uma pesquisa inédita. Geralmente, a instituição de ensino solicita certa quan-
tidade de páginas e o enquadramento às suas normas, devendo sempre seguir o padrão da ABNT (Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas), assunto que detalharemos mais adiante. 
• Monografia: este gênero textual é resultado do trabalho de conclusão de curso, contendo o relato do 
desenvolvimento de determinada pesquisa sobre um tema único. Possui uma estrutura semelhante à do 
artigo científico, no entanto, apresenta a possibilidade de desenvolver mais o relato da pesquisa, uma vez 
que deve o texto deve ser mais extenso que o artigo.
• Resenha: também muito solicitada no ambiente acadêmico, a resenha é um gênero que tem como fina-
lidade apreciar determinado objeto cultural – livro, música, pintura, filme etc. Para fazer uma resenha, 
é necessário ter bastante conhecimento sobre o objeto resenhado para que se seja capaz de realizar 
uma crítica sobre ele. Segundo Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009, p. 113), “[...] os recursos linguísticos 
empregados numa [sic] resenha buscam chamar a atenção do leitor, despertar-lhe o interesse e fazê-lo 
sentir-se envolvido pelo assunto e pelo enfoque dado ao tema resenhado”.
• Notícia: como o próprio nome já indica, a notícia tem como objetivo noticiar, contar um fato novo que 
interessa ao público em geral. As notícias estão mais presentes em jornais televisivos e impressos, não 
podendo conter opiniões e avaliações de quem a comunica.
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
Para que você possa conhecer mais sobre o assunto gênero textual e conhecer o processo 
histórico envolvido neste contexto, leia o seguinte texto: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêne-
ros textuais: definição e funcionalidade: In DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Ana Rachel; 
BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, 
p. 19-36.
Acabamos de conhecer alguns dos gêneros textuais mais comuns em nosso cotidiano. É importante entender 
que cada gênero possui uma finalidade. Um outdoor, por exemplo, promove a propaganda de algum produto ou 
evento; um chat via Facebook estabelece um contato dinâmico entre receptor e emissor, com vistas a informar, 
trocar ideias etc. de forma instantânea. Assim, além desses gêneros textuais, existem outros que também mere-
cem destaque sobre suas finalidades. Observe o quadro a seguir.
Quadro 3 – Gêneros textuais e suas funções. 
Gêneros Função/objetivo
Aviso, edital, informação, informe, participação, citação. Dar conhecimento de algo a alguém.
Acordão, acordo, convênio, contrato, convenção. Estabelecer concordância.
Petição, memorial, requerimento, abaixo-assinado, requisição, 
solicitação. 
Pedir, solicitar.
Alvará, liberação, autorização. Permitir.
Ordem de serviço, decisão, resolução. Decidir, resolver.
Convite, convocação, intimação, notificação. Solicitar a presença.
Nota promissória, termo de compromisso, voto. Prometer.
Legenda: Cada gênero textual possui uma função específica a fim de atender às finalidades sociocomunicativas.
Fonte: Adaptado de Travaglia (2007, p. 61).
Como você pôde perceber, não se pode definir qual gênero textual adotar sem pensar em sua função. Portanto, 
lembremos que, em nosso dia a dia, nos deparamos com vários gêneros que possuem, em sua composição, 
determinado tipo textual. 
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Considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade de nossa disci-
plina de Leitura e produção textual. Nesta etapa, aprendemos assuntos e 
conceitos bastante importantes para que possamos nos expressar melhor 
nos textos que vamos produzir.
Vimos, primeiramente, que um texto é uma unidade de sentido. Se lan-
çarmos no papel palavras soltas e composições sem sentido, não teremos 
um texto. 
Aprendemos também que, quando escrevemos, acessamos determina-
dos conhecimentos, a saber: superestrutural, linguístico, enciclopédico, 
interacional, ilocucional, comunicacional e metalinguístico. Além disso, 
vimos que o leitor é capaz de construir sentidos no texto, e que este tam-
bém pode possuir determinado significado, sendo os principais gramati-
cal, contextual, conotativo e referencial. 
Conhecemos, na sequência, os elementos de textualidade (intenciona-
lidade, situacionalidade, informatividade, intertextualidade e aceitabi-

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