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CENTRO DE CONVIVENCIA E LAR IDOSO

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66 
 
CENTRO DE CONVIVÊNCIA E LAR PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE 
GUATAMBU 
 
Monica Deffaveri1 
César Pagano Galli2 
Alex Marcos Bedin 3 
 
RESUMO 
Neste trabalho se aborda o tema “Idoso”. O objetivo principal consiste em estudar todos os 
aspectos técnico construtivos, funcionais e necessidades inerentes ao tema para viabilizar o 
anteprojeto de um Centro de Convivência e Lar para Idosos no município de Guatambu. 
Aprofundou-se como pesquisa as necessidades primordiais dos idosos, envolvendo também 
suas limitações, o histórico do município e a identificação do público alvo, bem como estudos 
de caso e a busca por soluções arquitetônicas que consigam suprir as necessidades dentro da 
realidade local. Foi utilizado método de pesquisa indutivo e pesquisa exploratória envolvendo 
levantamentos bibliográficos relativos e estudos de caso direcionados. Analisando dados da 
prefeitura municipal de Guatambu observa-se a importância de um Centro dado o alto número 
de idosos na região, necessitados, e sem o suporte deste tipo de estrutura e atendimento. A 
disponibilização de um espaço físico adequado aos idosos, e que contribua de forma positiva 
com a saúde física e mental desta população, foi o foco desta pesquisa. A partir das análises foi 
possível observar as necessidades e dificuldades da população idosa, tornando o estudo saliente 
e perfeitamente justificável como essencial não só para o município como para a sua região 
imediata. 
 
Palavras-chave: Idoso. Qualidade de vida. Casa lar. Velhice. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho analisa a viabilidade na elaboração do anteprojeto arquitetônico de 
um Centro de Convivência e Lar para Idoso, no ano de 2016, no Município de Guatambu - SC, 
o qual fica localizado no oeste do Estado de Santa Catarina. 
O Município tem apenas um centro de convivência para os idosos, mas não possui um 
local para moradia. São muitas as pessoas idosas que residem no município e precisariam de 
um lar de apoio, já que normalmente pessoas idosas necessitam de alguns cuidados especiais 
no seu dia a dia. Desta forma o objetivo principal da pesquisa é o estudo para viabilizar um 
 
1
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela UCEFF. E-mail: monicadeffaveri@gmail.com. 
2 Docente UCEFF, Arquiteto e Urbanista (PUC) e especialista em Estratégias Financeiras e Custos (SENAC/SC). 
E-mail: galli.cesar@gmail.com. 
3 Docente UCEFF, Arquiteto e Urbanista (UNOCHAPECÓ) e especialista Master em Arquitetura (IPOG). E-mail: 
alexbedin@hotmail.com. 
 
67 
 
 
 
anteprojeto de um Centro de Convivência e Lar para Idosos no município de Guatambu. Este 
projeto deverá trazer à população idosa do município maior tranquilidade e qualidade de vida. 
 Hoje o Brasil é um país que está envelhecendo, desse modo evidenciar a atenção ao 
idoso torna-se compromisso de toda sociedade, porém, mais diretamente, um compromisso de 
gestores públicos. 
 Facilitando questões relativas ao idoso é fundamental reconhecer o envelhecimento 
populacional em todas as esferas e a necessidade de referenciar serviços de proteção e 
acolhimento, permitindo aos idosos a potencialização de perspectiva de atendimento às 
vulnerabilidades que se impõem devido à idade e ou, algumas doenças que causam risco e 
prejudicam o manter de uma vida ativa. 
Com a modernização na sociedade nos dias de hoje, as famílias possuem uma rotina que 
dificulta o atendimento ao idoso, famílias que antes eram numerosas hoje estão reduzidas por 
conta de dificuldades para manterem-se, os filhos saem de casa mais cedo para estudar ou 
trabalhar e os vínculos familiares se tornam mais distantes. Muitos são os problemas que 
surgem quando se chega à velhice. Então se faz necessário oferecer opções para facilitar a 
convivência familiar. 
Conseguiremos através de um Projeto Arquitetônico de Qualidade proporcionar uma 
vida digna para nossos idosos? 
 A convivência no Lar de Idosos vem resgatar de forma planejada a qualidade de vida 
do idoso, fortalecendo vínculos coletivos e familiares de maneira organizada e direcionada, 
dando maior à autonomia física, identidade e socializando as trocas culturais. 
A condição reconhecida deste ciclo de vida favorece intervenções interativas para 
resinificar a vivencia coletiva, autoestima, respeito, a singularidade de cada ser. Envelhecer 
também é aprendizado. O apoio e a valorização de atividades lúdicas que contribuam para a 
leveza do processo vem fortalecer a capacidade mental e física, beneficiando a volta da 
autonomia e a capacidade de criar novos vínculos. Um ambiente seguro e acolhedor oportuniza 
inclusão e participação individuais e sociais com foco na qualidade de vida. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 Alguns cuidados com a saúde podem evitar o envelhecimento precoce, porém, a velhice 
faz parte do processo da vida, é algo que não se pode evitar. 
68 
 
 
 
“Comparando os dados do Brasil com outras regiões, constata-se que o envelhecimento 
populacional aqui ocorre numa velocidade muito maior que a dos países europeus, os quais 
levaram 140 anos para envelhecer”, (MINAYO, 2004, p.9). 
A população idosa está aumentando de forma acelerada, as questões de acessibilidade 
estão sendo cada vez mais rigorosas, e exigidas pelos órgãos de fiscalização, para que os 
planejamentos urbanos e as próprias moradias estejam adequadas para atender a essas pessoas, 
e para que principalmente possam ter uma boa qualidade de vida. 
O envelhecimento é um processo que não pode ser evitado; a capacidade física e mental 
é diminuída e que afeta a todas as pessoas que chegam à velhice. Cresce cada vez mais o número 
de pessoas com idade avançada e consequentemente o número de idosos, com isso são 
necessários diferentes cuidados específicos para que possam viver com boa qualidade. 
Conforme, “Art. 1º - É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos 
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.” (ESTATUTO DO 
IDOSO, 2003, p. 15). 
No Estado de Santa Catarina, segundo o (IBGE), entre os anos de 1991 e 2009, houve 
um aumento de 3,6% de idosos na população, como segue abaixo. Figura 01. 
 
Figura 1 Proporção de idosos na população de Santa Catarina 
 
Fonte: IBGE, acesso/2016. 
 
2.1. O IDOSO E AS RELAÇÕES SOCIAIS 
 
É de total responsabilidade da família cuidar de seus idosos; os filhos devem cuidar dos 
pais na velhice. O amparo familiar tem total importância nessa fase. 
69 
 
 
 
Em meados do século XX os idosos eram membros respeitados da família, por suas 
experiências e sabedorias junto à comunidade. O convívio com a sociedade permite a troca de 
conhecimentos entre os mesmos. 
 
Embora o cuidado familiar seja um aspecto importante, ele não se aplica a todos os 
seus membros. Em se tratando de pessoas em idade avançada, podemos identificar 
diferentes situações, como: pessoas idosas que não têm família. Há outros cujas 
famílias são muito pobres ou seus familiares precisam trabalhar e não podem deixar 
o mercado de trabalho para cuidar deles (FERNANDES, 2014, p 4). 
 
A situação de respeito tem mudado e a violência contra o idoso, que não é atual, 
manifesta-se de diversas formas. É preciso denunciar a violência e seus indícios, quando 
houver, assim, mais rápido será a solução. 
 
A questão dos maus tratos contra as pessoas idosas é um problema cada vez mais sério 
em nossa sociedade. Os idosos tem sido vítimas dos mais diversos tipos de violência 
que vão desde insultos e espancamentos pelos próprios familiares e cuidadores até os 
maus tratos sofridos em transportes públicos, instituições públicas e privadas queatendem essa população (BRAGA, 2013, p 1). 
 
Conforme, “Art. 4o, nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, 
discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou 
omissão, será punido na forma da lei”, (ESTATUTO DO IDOSO, 2003, p.16). 
 
2.2. ATIVIDADE FÍSICA E LAZER NA TERCEIRA IDADE 
 
É de grande importância a atividade física na fase da terceira idade. Porém para a prática 
dos exercícios, deve-se ter alguns cuidados, pois nessa fase da vida o corpo torna-se menos 
resistente. As atividades físicas trazem muitos benefícios, ajudando a manter a flexibilidade, 
podendo-se ter melhor mobilidade no dia a dia, reduzindo dores, mantendo o peso, melhora do 
sistema esquelético, nervoso, cardiovascular, respiratório, frequência cardíaca e acima de tudo 
de uma vida saudável. 
Conforme, “Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais 
voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público 
sobre o processo de envelhecimento.” (ESTATUTO DO IDOSO, 2003, p 19). 
 
2.3. DOENÇAS DEGENERATIVAS E INCAPACIDADES 
 
70 
 
 
 
Na terceira idade, geralmente se fazem presentes doenças que podem comprometer em 
maior ou menor grau a independência do idoso. Pode-se citar as degenerativas Alzheimer, 
Parkinson e Esclerose Múltipla, que ocasionam em suas fases avançadas um grande grau de 
dependência. Entre as doenças crônicas pode-se citar as diabetes, as artrites, os problemas de 
coração, de pressão, entre outros. Além destas, diversas outras podem vir de forma 
concomitante e prejudicar ainda mais a independência, aumentando significativamente o grau 
de cuidados que o idoso irá necessitar. 
Aqui cita-se como exemplo o Alzheimer e que engloba de maneira clara as dificuldades 
perpetradas pelas doenças nesta fase da vida. A Doença de Alzheimer representa 50% a 80% 
dos casos de demência, causada em idosos. A doença danifica o funcionamento do cérebro, de 
forma lenta e progressiva, que compromete duas ou mais funções como: memória, linguagem, 
atenção, raciocínio lógico, julgamento, planejamento, habilidade visual e espacial. Qualquer 
comprometimento de uma das funções é capaz de influenciar nas atividades diárias da pessoa. 
(INSTITUTO ALZHEIMER BRASIL). 
“A doença de Alzheimer (DA) é uma demência que afeta o idoso e compromete sua 
integridade física, mental e social, levando-o a dependência total na fase mais avançada da 
doença e exigência de cuidados, cada vez mais complexos.” (PINTO, 2009. P 653). 
 
2.4. A ARQUITETURA E A TERCEIRA IDADE 
 
 Os idosos requerem cuidados especiais, principalmente quando se trata de um local para 
morar. Ele precisa ser adequado e adaptado para as diferentes necessidades de cada um. A 
acessibilidade precisa estar em todos os cômodos da casa, quarto, cozinha, sala, banheiro, entre 
todos os demais aonde se faça necessário o acesso com uma atenção redobrada nos pisos. 
A moradia precisa ser confortável e ao mesmo tempo segura, para garantir autonomia 
aos idosos que ali moram. Evita-se assim futuros acidentes domésticos os quais acontecem com 
muita frequência entre pessoas com idade avançada. 
 
Os idosos apresentam na maioria das vezes algum tipo de restrição física, seja parcial 
ou não, visual, auditiva, locomotora, diminuição da estabilidade, lentidão das reações 
defensivas, ou seja, indivíduos que embora apresentem quaisquer dessas patologias 
coabitam, trabalham, dormem, estudam e fazem suas refeições nos mesmos ambientes 
das outras pessoas, mas que não o fazem com relativo conforto, segurança e satisfação. 
(CAMBIAGHI, 20). 
 
Para projetar precisa-se pensar num conjunto de estética, funcionalidade, conforto e 
economia, tudo deve ser muito bem planejado para que possam viver com qualidade. 
71 
 
 
 
 Todos os ambientes precisam ter suas devidas adaptações para melhor atender as 
necessidades dos idosos. Dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço, edificações 
públicas. É preciso projetar pensando sempre no conjunto, estética, economia, e conforto 
principalmente. 
Segundo o Censo IBGE (2010), 45 milhões de portadores de necessidades especiais 
vivem no Brasil. São cadeirantes, deficientes visuais, deficientes auditivos entre outros, que no 
dia-a-dia enfrentam obstáculos em vias, espaços públicos, áreas de uso comum e lazer. 
“A chamada Arquitetura Universal e também o Design inclusivo são as áreas 
responsáveis por satisfazer a essas necessidades e por trazer à tona a discussão da importância 
dessas adaptações.” (CARVALHO, 2013). 
“Como a NBR 9050 define, acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, 
percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaços, 
mobiliários, equipamentos urbanos e elementos”. (FURRER, 2011). 
Dessa forma entende-se que a acessibilidade proporciona as pessoas o direito de 
transitar com segurança e independência, com uma estrutura física adequada e correta 
proporciona aos usuários a inclusão na sociedade. Assim sendo a acessibilidade é essencial 
também para os idosos ao apresentarem diversas condições especiais embora não sejam 
considerados, salvo exceções, pessoas com deficiências. 
 
3 METODOLOGIA 
 
O método que conduz a pesquisa é o dedutivo, que busca “explicar o conteúdo das 
premissas ”. Este método, intermediado por uma linha de raciocínio decrescente, força a análise 
os dados a partir do geral até o particular e incorrendo em uma conclusão ao final do processo 
(MENEZES e SILVA, 2001). 
O nível de pesquisa é exploratório envolvendo: levantamento bibliográfico e estudos de 
caso. O delineamento considera as técnicas bibliográficas e estudo de caso. Os instrumentos de 
coleta de dados são observação e documentos. A técnica de análise e interpretação dos dados 
terá enfoque qualitativo. 
O projeto de pesquisa será elaborado bibliograficamente, buscando sempre informações 
de como vivem os idosos no município de Guatambu e toda região Oeste de Santa Catarina. Os 
recursos de pesquisa utilizados serão livros, artigos, internet, jornais, estatuto do idoso, estudos 
de caso, visitas in loco para observar a dificuldades enfrentadas. Os estudos de caso foram 
72 
 
 
 
analisados sobre a teoria Temas de Composição, dos autores Michael Pause e Roger H. Clark 
(1997). 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 
 
A área escolhida para a implantação do projeto proposto localiza-se na região sul do 
Brasil, no Município de Guatambu, no oeste do Estado de Santa Catarina. O município destaca-
se por suas grandes áreas verdes, turismo rural e trilhas, fazendo divisa com o Estado do Rio 
Grande do Sul, banhado pelo Rio Uruguai, sendo este destaque na região. Segundo informações 
da Secretária Municipal de Saúde de Guatambu, o município conta hoje com aproximadamente 
9 mil habitantes. 
A história do Município teve início em meados de 1910, a comunidade desenvolveu-se 
das atividades de extração de madeira e agricultura para subsistência, em terras onde moravam 
pequenas famílias de agricultores que não tinham posse da propriedade. 
Na década de 30 e 40 a Companhias Colonizadoras fizeram a divulgação de vendas das 
terras aos imigrantes italianos e alemães, sendo a maioria vindos do Estado do Rio Grande do 
Sul. Com o avanço do capitalismo surgem investimentos em abertura de estradas passando a 
comunidade a desenvolver uma agricultura em maior escala, trabalhando na extração da erva-
mate, criação de suínos e aves. 
Em 1990, teve início o processo de emancipação do município, com uma área de 205.58 
km², atualmente é o 3º Município do Oeste de SC, que mais cresce, fazendo divisa com 
Caxambudo Sul, Chapecó, Planalto Alegre e o Rio Grande do Sul. 
Guatambu destaca-se pelas grandes plantações e pequenas florestas, fica a 11 km de 
Chapecó, com trilhas, áreas de camping, e espaço para esporte náutico. Encontra-se instalado 
no Município o parque florestal do IBAMA, (Instituto Brasileiro de Administração do Meio 
Ambiente), com floresta nativa, plantio de pinus, e com trilhas ecológicas. A Usina Santa 
Terezinha construída na década de 50, a qual funciona atualmente fornecendo energia elétrica 
para o Município de Guatambu e a Chapecó. 
Como é um Município antigo tendo atualmente 106 anos de história, a população 
encontra-se com muitas pessoas de idade avançada. Nos dias de hoje o Município vem 
crescendo de forma gradativa, porem, por ser de pequeno porte, ainda falta opções no mercado 
de trabalho, que faz com que os jovens os jovens saiam do município a procura de estudo e 
emprego, o que acaba resultando em uma população idosa. De posse destes dados e de acordo 
73 
 
 
 
com as demandas apontadas no referencial teórico conclui-se e justifica-se a necessidade da 
proposta do Centro de Convivência e Lar para Idosos. 
Para desenvolvimento da proposta foram analisados três estudos de caso referentes ao 
tema pesquisado, sendo eles o Lar de Idosos em Perafita, Portugal, projeto do escritório 
Iperforma Arquictetur, O Campus de Cuidado com o Idoso em Fredericusstraat, na Bélgica, 
projeto do escritório Arel Architecten, e o Edifício Hiléa, em São Paulo, projeto de Aflalo e 
Gasperini Arquitetos. Todas as análises foram efetuadas seguindo os Temas de Composição de 
Pause e Clark e diversas conclusões puderam ser definidas de acordo com o tema estudado. 
O Edifício Hiléa foi construído para ser um complexo direcionado a idosos, socializando 
as diferentes funções de residência, hotel, clínica médica e lazer, especializado em pessoas com 
Alzheimer. O perfil conceitual do Edifício Hiléa, o nome escolhido se refere à floresta 
amazônica remetendo à diversidade e riqueza da vida. Implantado na malha urbana da cidade, 
possui ambientes projetados para o conforto, soluções para as diferentes dificuldades de 
locomoção, visão ou discernimento. 
O programa de necessidades do Hiléa é extenso para poder atender a todos as 
necessidades dos idosos. O complexo é composto por dois volumes: o primeiro na parte mais 
baixa do terreno com três pavimentos, sendo áreas comuns, o segundo foi implantado no alto 
do terreno, um prédio, com oito pavimentos onde se distribuem as suítes. A proposta de projeto 
trouxe três opções para os idosos: usufruir da estrutura somente durante o dia e voltar para suas 
casas à noite, hospedarem-se nos finais de semana e/ou férias ou ainda morar, atendendo todas 
as funções de segurança e tratamentos de saúde. 
74 
 
 
 
Figura2 - Fachada do edifício Hiléa 
 
Fonte: http://migre.me/tP6fX. 2016. 
 
Todos os pavimentos tipo do Hiléa contam com um posto de enfermagem, refeitório, 
sala íntima com TV e 18 apartamentos de 36 m² cada. Os apartamentos são para uma pessoa ou 
um casal e a edificação é totalmente equipada para o conforto e mobilidade dos pacientes. O 
pavimento térreo e o primeiro pavimento são destinamos a uso comum e uso social, ficando 
recepção, restaurante, sala de atendimentos, bar, café e cozinha, ficando o uso intimo na torre 
dos pavimentos tipos, onde se localiza os apartamentos e UTI. 
As análises destas edificações permitiram a montagem de um programa de necessidades, 
com objetivo de suprir todas as necessidades do idoso na concepção do Centro de Convivência 
e Lar para Idoso. A partir dos estudos foi possível organizar um perfil de forma e função, o qual 
encontra-se dividido em cinco setores: Setor de Serviço, Setor de Saúde, Setor Social, Setor 
Administrativo e Setor de Hospedagem. 
O setor de serviços contará com depósito de gás, carga e descarga, depósito de aguardo, 
copa funcionários, estar funcionários, sanitários, lavanderia, depósito de materiais de limpeza, 
depósito de lixo, rouparia e cozinha industrial. O Setor de saúde contará com fisioterapia, 
consultório médico, sanitários, sala de medicamentos, psicologia, espera e ambulatórios. O 
75 
 
 
 
setor social contará com recepção, hall, restaurante, sanitários, capela ecumênica, estar, 
estacionamentos e jardins. O setor administrativo terá uma secretaria, uma coordenação, 
recursos humanos, sala de reuniões, sanitários e almoxarifado. O setor de lazer contará com 
academia, sala de informática, sala de jogos, salão de beleza, ateliê de pintura, ateliê de 
artesanato e terraço. O setor de hospedagem contará com sanitários, dormitórios e sala de tv e 
café. 
O centro de convivência terá abrangência regional, abrigará não somente os idosos 
residentes no município de Guatambu, mas também todos aqueles que sentirem necessidade de 
acolhimento. Além de suprir as necessidades de uma vida digna, será um gerador de empregos, 
uma vez que necessitará de profissionais de diversas áreas para o bom funcionamento. 
Desta forma concluiu-se que o estudo do anteprojeto será para um local que funcione 
como moradia temporária ou permanente, com lazer e atividades. Servirá de suporte para idosos 
em situações de risco e de perda de independência e autonomia. O setor de hospedagem terá 
lotação para até 90 pessoas, porém as áreas as áreas de lazer poderão ser usufruídas durante o 
período diurno por toda comunidade idosa. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As considerações que aqui são apresentadas discorrem sobre uma fase da vida do ser 
humano que necessita de apoio, devido ao enfraquecimento do organismo requerendo cuidados 
essenciais. O crescimento da população idosa vem crescendo de forma bastante acelerada em 
todos os países. É um processo natural, porem com ele traz muitas dificuldades ao dia a dia, e 
acaba levando o idoso a maior vulnerabilidade e exposto assim a mais riscos. O 
desenvolvimento deste anteprojeto visa uma concepção do envelhecimento tranquilo. 
O Brasil, um país que envelhece a passos largos, deverá brevemente se deparar com 
sérias realidades provocadas pelo número de idosos, alterando a demanda nos órgãos de 
atendimento, que são fragmentados e insuficientes. 
Atender um idoso de modo integro requer preparo de profissionais, bem como espaço 
físico adequados para a demanda diversificada já que neste contexto incidem a piora de doenças 
crônicas, sequelas, limitações além das doenças determinadas pela demência. 
 Contudo, assegurar a melhor qualidade de vida sugere oferecer significativas condições 
de saúde física, psicológica e emocional. Uma estrutura física adequada significa parte 
importante na decorrência de melhorar a qualidade de vida do idoso. A integração social com 
76 
 
 
 
estes ambientes pensados visam integrar o idoso e levá-lo à superação de sua condição. O prazer 
desse convívio oportuniza o fortalecimento solidário e cooperativo entre o grupo que, mediado 
por um coordenador, gera inclusão individual e em grupo dos entes envolvidos. Fortalecer as 
relações de identidade, afetividade e sociabilidade são as premissas para uma vida plena, 
independentes da idade. 
 Recomenda-se pesquisar elementos relacionados as práticas terapêuticas recentes e/ou 
em desenvolvimento para as diversas condições conhecidas relacionadas aos idosos. Levar os 
benefícios destas práticas modernas aos idosos é um dever de quem aborda o tema. As pesquisas 
científicas e o estudo do modo de vida têm evoluído significativamente e a forma de inclusão 
destas descobertas deve obrigatoriamente ser pensada e inclusa na arquitetura. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Arquitetônico.1ª. Campo Grande: Uninderp, 2003. 
 
BRAGA, Pérola Melissa Vianna. Idosos são vítimas de maus tratos e violência, mas tem 
medo de denunciar. São Paulo. 2005. Disponível em: 
<http://direitodoidoso.braslink.com/pdf/ARTIGO%203.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2016. 
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<http://www.renancalheiros.com.br/outros-artigos/a-violencia-contra-os-idosos.html>. Acesso 
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Disponível em: <http://www.designculture.com.br/acessibilidade-e-espacos-adaptados/>. 
Acesso em: 30 mar. 2016. 
 
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<http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/07/14.pdf>. Acesso em: 30 mar. 
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