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Cavidade de classe III complexa para resina composta

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Cavidade de classe III complexa para resina composta 
ACESSO PARA A INSTRUMENTAÇÃO:
A tática operatória para a instrumentação da cavidade de classe III extensa, que envolve parte da face lingual e vestibular, é um procedimento mais simplificado, por causa da visão direta e porque a lesão de cárie ou restauração a ser trocada é na maioria das vezes maior que a classe III convencional estritamente proximal para lesões incipientes. Estas exigem abertura com visão indireta de acesso por lingual ou direta por vestibular. Quando uma lesão de cárie proximal ou restauração defeituosa se estende pelas faces vestibular e lingual, o acesso pode ser obtido facilmente por qualquer uma das duas faces. Por essas razões, as posições de trabalho do operador e do manequim são as mesmas descritas para a cavidade com acesso vestibular.
Técnica de preparo:
Após a tomada da cor, realiza-se inicialmente o isolamento absoluto do campo operatório, que deve englobar os dentes anteriores e os dois primeiros pré-molares superiores. Não é necessária separação prévia, porque uma ampla lesão de classe III na superfície proximal de um incisivo lateral geralmente envolve parte das faces lingual e vestibular, o que facilita o acesso para instrumentação. 
Uma cunha de madeira é inserida no espaço interdentário gengival para afastar o lençol de borracha e o tecido mole subjacente e manter uma tira de aço em posição depois de adaptada e brunida ao dente vizinho. Esses procedimentos melhoram o acesso e a visibilidade das áreas proximais e gengivais da lesão de cárie ou restauração insatisfatória, protegendo a superfície proximal do dente vizinho contra a ação da boca ou ponta diamantada
Forma de contorno:
Uma broca carbide 2 ou 3 girando em baixa velocidade (quando for lesão de cárie ou restauração insatisfatória de ionômero de vidro) e uma ponta diamantada em alta rotação sob refrigeração (quando for restauração insatisfatória de resina composta) são usadas para determinar a forma de contorno de extensão apropriada, bem como a profundidade da parede pulpar limitada à penetração da lesão de cárie ou assoalho da antiga restauração. Algum esmalte sem suporte, mas não friável, pode ser deixado se não for uma área de grande estresse mastigatório.
Se a abordagem para instrumentação ocorrer por vestibular e por lingual, a abertura para fornecer acesso e visibilidade necessários pode ainda ser ampliada. Uma vez conseguido um acesso adequado, deve-se remover toda a dentina infectada utilizando broca esférica no 2 ou 3 de aço ou uma pequena colher escavadora de dentina, ou ambas. Quando remanescer material restaurador antigo na parede axial, ele deverá ser removido se quaisquer das condições seguintes estiverem presentes: (1) o material antigo é o amálgama e sua tonalidade pode afetar negativamente a cor da nova restauração; (2) há evidência clínica ou radiográfica de cárie por baixo do material que está sendo substituído; (3) a polpa do dente mostrou sintomas na fase pré-operatória; (4) a borda periférica do material restaurador não está intacta.
(p. ex., se há uma brecha na interface dente/restauração, o que pode indicar presença de infiltração e/ou cárie secundária sob o material); ou (5) o uso da dentina subjacente é necessário para promover uma adesão mais forte, com objetivos retentivos. Se nenhuma dessas condições estiver presente, o operador poderá optar por deixar o material restaurador remanescente para servir como base, especialmente quando ele conhece a história da restauração antiga (já que foi ele quem a fez), ou, principalmente, quando houver risco desnecessário de escavação próximo à polpa e que possa provocar irritação ou exposição pulpar. Um produto de hidróxido de cálcio convencional ou fotopolimerizável pode ser indicado para capeamento pulpar direto ou indireto (cavidades profundas ou muito profundas).
O contorno externo da cavidade adquire a forma da restauração preexistente, juntamente com as extensões necessárias para incluir cárie recorrente, defeitos ou estrutura dentária friável. O contorno externo da cavidade de classe III convencional é caracterizado por paredes circundantes perpendiculares à superfície externa do dente, depois do biselamento da margem de esmalte. No contorno interno, os ângulos diedros e a parede axial podem não ter profundidade pulpar uniforme, variando com a espessura da camada de esmalte das paredes circundantes.
O contorno externo da cavidade para trocar restaurações terá forma e extensão iguais às da antiga restauração (já que freqüentemente a cavidade antiga é preparada de forma convencional). Geralmente, a retenção é obtida pela adesão em esmalte e pela geometria interna, e por isso não necessita de canaletas de retenção.
A instrumentação do contorno interno da cavidade é finalizada pela remoção da dentina infectada remanescente com uma broca esférica girando em baixa rotação e/ou uma pequena colher de dentina, ou ambas. A ponta de uma sonda exploradora no 2 pode ser usada para detectar e remover cárie remanescente da junção amelodentinária. Se remanescer material restaurador velho na parede axial após o preparo do contorno interno, devem-se seguir os procedimentos descritos anteriormente, aplicando cimento de hidróxido de cálcio auto ou fotopolimerizável apenas quando estiver indicada a proteção pulpar convencional (cavidades profundas ou muito profundas); caso contrário, a hibridização é suficiente.
Forma de retenção: 
O desenho geométrico da cavidade de classe III e o bisel em esmalte proporcionam condições de autorretenção. Nesse caso, a instrumentação das paredes circundantes as torna retentivas, por causa do paralelismo entre elas ou por pequenas irregularidades internas.
Acabamento das paredes e margens do esmalte:
As mesmas razões e justificativas para se dar o acabamento das paredes e margens de esmalte descritas, comentadas e discutidas nas cavidades com acesso vestibular e com acesso lingual, se aplicam aqui.
Essas margens podem receber um refinamento de acabamento com instrumentos manuais, como os recortadores de margem, lâminas de bisturi ou tiras de lixa, para eliminar prismas fragilizados
Deve-se limpar e lavar a cavidade de qualquer desbridamento visível e inspecionar sua profundidade e as características da dentina (primária, reacional ou reparadora), para decidir sobre qual tipo de proteção (convencional com bases protetoras ou hibridização dentinária) melhor se coaduna com aquelas condições.

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