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Farmacognosia Prof Dra Ellen Tanus Rangel Referências Conceito de Farmacognosia Estudo da composição e dos efeitos dos princípios ativos das substâncias naturais de origem vegetal, animal ou microbiológica Pesquisar novas substâncias naturais apresentando interesse terapêutico A partir de todo organismo vivo: vegetal, microorganismo, animal Existem 600.000 espécies vegetais e somente 10 % são estudadas Farmacognosia Conceitos: Medicamento x Remédio Terapia Homeopática Terapia Alopática FITOTERAPIA ALOPATIA não isolamento princípio(s) ativo(s) isolamento princípio(s) ativo(s) in nature preparações galênicas Medicamento Fitoterápico Importância dos produtos medicinais Método de Pesquisa em Farmacognosia Triagem ou “SCREENING” Método etnofarmacológico Método quimiotaxonômico Triagem / Screening Colher sistematicamente todos os vegetais identificáveis de uma certa região Separar os diferentes órgãos (folhas, casca e madeira do caule e da raiz, frutos, flores, sementes...) Triagem química Pesquisar as grandes categorias de grupos químicos dos vegetais ex.: compostos aromáticos, alcalóides, terpenos ... Reações de precipitação ou reações coloridas permitem selecionar as espécies reações pouco específicas - porém fáceis de praticar no campo Triagem química Pesquisar as grandes categorias de grupos químicos dos vegetais ex.: compostos aromáticos, alcalóides, terpenos ... Reações de precipitação ou reações coloridas permitem selecionar as espécies reações pouco específicas - porém fáceis de praticar no campo Triagem farmacológica Produzir extratos brutos a partir dos diferentes órgãos vegetais e avaliar suas atividades em modelos biológicos variados Método etnofarmacológico Explorar as informaçoes fornecidas pelas medicinas tradicionais Povos/ culturas, selecão de plantas com atividades diferentes (SNC): Europa-África/excitante Oriente/sedativa América/alucinógena Método quimiotaxonômico Critérios químicos para a classificação das espécies - patrimônio genético e enzimático semelhante, elaborando substâncias da mesma série química Quando um princípio ativo interessante é obtido em pequena quantidade ou isolado de fonte vegetal de difícil acesso Estuda-se espécies vegetais da mesma família, a fim de: obter o principio ativo mais facilmente explorável, obter moléculas vizinhas susceptíveis de conduzir ao composto por semi-síntese Reserpina isolado das raízes de Rauwolfia serpentina (40 cm de altura) Apocinaceae – Índia utilizada localmente como sedativo no caso de mordida de serpente Plantas da mesma família estudadas Raízes Rauwolfia vomitoria (10 m de altura) Apocinaceae – África mesmo alcalóide em maior quantidade Cultivo mais fácil Vincamina isolada de Vinca minor (Apocinaceae) das florestas européias, exploração industrial dificultada pelo custo Voacanga africana (Apocinaceae) Tabersonina conversão química Vincamina Pesquisa a partir de outros organismos vivos animais: animais marinhos, mamíferos para produção de hormônios, enzimas... Ex insetos e anfíbios microorganismos: Ex: fungos Actinomycetales e Streptomyces pesquisa de novas enzimas fermentação: cultivar in vitro tecidos vegetais indiferenciados manipulações genéticas: produção de substâncias protéicas para o DNA recombinante, obtenção de citocinas, hormônios, etc Estudo aprofundado das substâncias naturais já introduzidas em terapêutica, contribui para o estudo: produção e melhoramento de plantas botânico das drogas através dos estudos morfológicos e anatômicos composição química das drogas - isolamento e determinação da estrutura do(s) princípio (s) ativo(s) e outras substâncias farmacológico – estabelecer as atividades dos princípios ativos Produção de plantas medicinais e drogas vegetais Profª Ellen Tanus Rangel Colheita Pratica-se a colheita em 3 casos: as plantas são abundantes (habitat natural) ex: boldo, colchicina, genciana amarela as plantas são difíceis de cultivar ex: colchicina, agárico (parasita do carvalho) pedido insuficiente para o cultivo ex: sabugueiro, dulcamara Inconvenientes da colheita: Risco de confusão no momento da colheita Heterogeneidade da qualidade das plantas selvagens por causa das variabilidades genéticas Problemas de mão de obra, transporte e secagem Cultivo Vantagens: Não tem risco de confusão Mecanizados - custos de produção Produção de plantas em quantidade desejada e qualidade constante Melhoramento das plantas cultivadas Plantas ricas em princípios ativos Plantas mais robustas ou mais fáceis de serem cultivadas através do aumento: da resistência aos extremos climáticos da resistência aos parasitas das possibilidades de cultivo em solos pobres Colheita de drogas vegetais Órgão coletado: * Flores - início da antese * Frutos carnudos - maturidade plena (evitar perda das sementes) * Sementes - maturidade (antes de caírem) * Raízes - outono * Casca - primavera (maior fluxo de seiva) * Madeira - inverno (+ densa) Variações ontogênicas: estações do ano = influenciam o teor em princípio ativo ex: alcalóides das folhas de beladona: início da primavera (botões florais) - baixo teor floração - máximo teor outono - baixo teor Alteração de drogas vegetais após colheita Reações químicas responsáveis pelas alterações Hidrólise – reação da água sobre um composto com fixação de íons hidrogênio ou de íons hidroxila Oxidação – processo de combinação de uma substância com o oxigênio Racemização –transformação de uma substância opticamente ativa na forma racêmica inativa Isomerização duas ou mais substâncias com os mesmos átomos na molécula, mas com diferentes disposições espaciais ou diferentes ligações Polimerização Polimerização – duas ou mais moléculas de uma mesma substância, se reúnem para formar uma estrutura de peso molecular múltiplo do das unidades iniciais Agentes responsáveis das alterações: Água: conteúdo das células das drogas vegetais. Todas as reações químicas só se produzem em presença da água. A diminuição de seu teor (dessecação) possibilita parar as reações. Enzimas: as reações são catalisadas pelas enzimas presentes na planta. O fim das reações se produzirá por oposição às enzimas (estabilização) Métodos para evitar as alterações Dessecação Diminuição do teor em água das drogas vegetais entre 3 e 10 % (flores – 97 % água; raízes e tubérculos – 85 % água) Dessecação Estabilização Destruição irreversível das enzimas (proteínas) contidas nas drogas vegetais submetendo-as: * ao calor (temperatura superior à 70 °C) * aos agentes químicos * as irradiações físicas ou altas frequências Estocagem de drogas vegetais luz – colocar as drogas dentro de recipientes: caixas de madeira ou de papelão, sacos de papel pardo... ar – contra o oxigênio por causa dos riscos da oxidação umidade - contra o vapor de água por causa dos riscos de reações enzimáticas por reidratação microorganismos – contra as bactérias e mofo devido aos riscos de contaminação insetos e parasitas – não utilizar inseticidas
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