CP e TGE - Aula 3

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CIÊNCIA POLÍTICA E TGE
(72 h)
Prof. Marcelo Leandro P. Lopes
marcelolpl@hotmail.com
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AULA 03
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	As teorias existentes, de princípio, segundo Dallari, podem ser reduzidas a três grupos fundamentais:
	1) Para alguns autores, o Estado existe desde o princípio da sociedade. Ambos coexistem desde o início, pois a sociedade agrega-se numa organização social desde o seu começo.
	2) Representado pela maioria dos estudiosos, esta teoria admite o fato da sociedade existir sem o Estado durante certo período. Somente depois de um certo estágio o Estado surgiu.
	3) Nesta classificação o Estado só é visto como “sociedade política dotado de certas características”. Para os defensores desta posição, o Estado passa a surgir somente no século XVII, com o advento da soberania.
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Teorias de formação do Estado
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Teoria da Origem Familiar
		A Teoria da Origem Familiar está fundamentada em passagens bíblicas e baseia-se que a formação da humanidade advém de uma casal originário.
“ E Deus criou o Homem à sua imagem;
á imagem de Deus Ele o criou;
homem e mulher Ele os cria
Deus os abençoou dizendo : “Sede
fecundo e multiplicai-vos, enchei a
Terra e submetei-a; dominai-a sobre os
peixes do mar, as aves do céu e todos
os animais que rasteja sobre a Terra”.
		
		Esta teoria baseia-se que a origem fundamental do Estado está na família. “ A pátria é a família ampliada”. 
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Teoria da Origem Familiar
		Trata-se da primeira teoria a respeito da origem do Estado e de início teve muitos adeptos. Tal concepção, no entanto, não é de toda verdadeira. Sabemos da importância da família na constituição da sociedade, porém não podemos supervalorizarmos este fato, pois a família e o Estado possuem objetivos diversos.
		Esta teoria compreende duas principais correntes :
			Teoria Patriarcal – esta teoria admite que o Estado deriva de um agrupamento familiar presidido por um patriarca (varão mais velho). Ela baseia-se nos elementos básicos da família antiga.
			Teoria Matriarcal – nesta teoria temos a mulher como chefe da família. Alguns estudiosos defendem que nas sociedades mais primitivas esta organização familiar era predominante.
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Teoria da Origem Contratual
		Diversos pensadores propuseram como gênese do Estado o consentimento mútuo através de um contrato entre as partes. Esta vontade baseia-se no consentimento voluntário das partes na busca de um ideal.
		Após o Renascimento tivemos uma maior conscientização por parte dos estudiosos propagando com maior ênfase a idéia do contrato político na formação do Estado.
		HOBBES preconizavam que através de um contrato os homens findavam as lutas permanentes em favor de um todo social, formando-se , assim, o Estado. 
		LOCKE fundamentou que o estado liberal sustentava-se pelo contrato político capaz de dar garantias constitucionais ao grupo.
		ROSSEAU para ele o contrato social advinha da vontade livre dos homens na formação de leis capazes de garantir igualdades entre os cidadãos.
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Teoria da Origem Violenta do Estado
		Ao contrário do que propunha a Teoria da Origem Contratual os pensadores desta teoria apregoam que o Estado surgiu pela força e não pelo consentimento voluntário. Ela estabelece que a origem do Estado se deu através da dominação de mais forte imposta sobre o mais fraco.
		Nesta teoria o Estado se caracteriza pela regulamentação da dominação do grupo vencedor ao grupo vencido, com a finalidade exclusiva de exploração econômica.
		HOBBES foi um dos principais estudiosos a respeito desta teoria. Segundo ele os homens, em seu estado natural, eram inimigos, viviam da disputa permanente. Terminando-se apenas quando se concretizava a vitória do mais forte sobre o mais fraco, surgindo assim o Estado para organizar o poder de dominação do primeiro sobre o segundo.
		HOBBES, também, estabeleceu uma clássica distinção entre as categorias real e racional do Estado. A primeira admitiu que o Estado teve sua origem através da força, enquanto a segunda propunha que o Estado provinha da razão, através da contrato voluntário.
		Esta teoria tem forte embasamento nos fatos históricos, pois nos processos de formação dos diversos Estados sempre ocorreu através da luta.
		
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Teoria da Origem Violenta do Estado
		Não podemos, no entanto, deixar de nos envolver pelo conteúdo desta teoria. Sabemos que o Estado representa uma organização de força e dominação, porém a fundação do Estado não se justifica através deste simples fato. Não devemos ignorar a contribuição da força na gênese do Estado, mas, o mesmo, por si só, não basta para unilateralizarmos a origem do Estado.
		Somos conscientes que de início a força foi necessária para apaziguarem os pensamentos contrários e inclinações individuais opostas, porém esta força não foi simplesmente utilizada com a única finalidade de promover a divisão, mas, também, com o intuito de procurar a unidade, estabelecer o direito e realizar a justiça.
		
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Teoria da Formação Natural do Estado
		Esta teoria se caracteriza por apresentar uma multiplicidade de fatores na constituição do Estado atual. Ela propõe uma congregação de fatos que misturados dão origem ao Estado.
		Fazem parte, fatores de ordem psicológica, econômica, religiosa, cultural, histórica, militares e outras que variam de Estado a Estado. Cada um em suas especificidades e de acordo o momento histórico pelo qual estavam passando deu-se o fundamento básico para a estruturação de seu Estado.
		Admite que mesmo as tribos primitivas possuíam uma concepção de Estado, apesar de arcaica.
		Esta eclética concepção tem suas origens a partir do momento que o homem passou a viver sedentariamente constituindo-se assim uma sociedade mais coesa.
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Teoria da Formação Natural do Estado
		Ela fundamenta-se por princípios de ordem militar – através do uso da força na manutenção do poder; ordem familiar – à medida que a família amplia-se, diversas famílias unidas formam o Estado; de ordem econômica – com a supremacia do poderio financeiro dos fortes sobre os fracos.
		Destaca-se, aqui, a nossa apreciação por tal teoria. A mesclagem das diversas teorias anteriores em uma única. Esta teoria prova a diversidade de circunstância que influenciaram na formação dos inúmeros Estados existentes. Não podemos nos ater a nenhum concepção em específico, pois, fazendo isto estaremos ignorando a multiplicidade e dinamicidade dos seres humanos e de suas relações. Cada um em sua parte do globo pensa e age diferente, fazendo com que os fatos sociais por eles criados tenham diferentes fins.
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Formação Derivada do Estado
		A Formação Derivada de um Estado significa originar um Estado de outro ou outros. Aqui temos a formação da maioria dos Estados na atualidade. Dificilmente, nos dias de hoje, ocorre “formação-originária” de um Estado, porém muito se vê o esfacelamento ou a união de um ou mais Estados preconstituídos na formação de novos Estados.
		Visualizamos dois tipos, possíveis, de formação derivada do Estado : fracionamento e união.
		Pelo primeiro ocorre o “fracionamento”, divisão de um Estado em dois ou mais. Estas separações podem se dar tanto de forma violenta como pacífica; sendo que em geral as formas violentas predominam. No mundo atual, muitas correntes separatistas, motivadas por grupos terroristas, estão presentes em vários países ( Portugal, Espanha, Inglaterra, etc. ). Esses grupos visam estabelecer seus novos Estados de acordo com sua ideologia. Após a II Guerra Mundial, na África, este tipo de formação derivada ficou muito corrente. Na África acabou-se criando a formação de novos Estados, desrespeitando-se, porém, a distribuição étnica e tribal dos povos primitivos. Isso, ainda hoje, criam diversos conflitos separatistas.
		A outra forma advêm da união. Quando dois ou mais Estados juntam-se na obtenção de um Estado-único com Constituição e administração unificados. Este tipo de formação é típico dos Estados federalistas. Um exemplo recente
foi a reintegração entre as Alemanhas Oriental e Ocidental. Este modo de formação derivado se dá de forma menos intensiva que a forma por divisão.
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F I M