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unidade 2 antropologia e os classicos (2)

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1 
ANTROPOLOGIA 
MARCONI, Maria de Andrade. Antropologia: uma introdução. 6.ed. – 3. reimpr.- São Paulo: 
Atlas, 2007. 
O Termo Antropologia deriva do 
grego άνθρωπος anthropos, 
(homem / pessoa) e λόγος (logos - 
razão / pensamento) é a ciência 
preocupada em estudar o homem e 
a humanidade de maneira 
totalizante, ou seja, abrangendo 
todas as suas dimensões. 
É uma ciência social que estuda o 
homem. 
Preocupa-se em conhecer 
cientificamente o ser humano em 
sua totalidade. 
Antropologia do Direito 
Fonte: Rouland, Norbert – L’Anthropologie Juridique. Paris: PUF, 1990 
Estudos de como cada grupo compreende 
e pratica “direito” e “justiça” no conjunto 
de seus mecanismos de regulação. 
 
São analisados discursos (orais e/ou 
escritos), práticas e representações que 
podem ser considerados “jurídicos” pelo 
próprio grupo ou estar incluídos em outros 
sistemas de controle social, como a moral 
e a religião. 
3 
OBJETO DE ESTUDO 
A Antropologia como ciência 
do biológico e do cultural 
tem seu objeto de estudo: o 
homem e suas obras. 
O objeto da antropologia 
engloba o conhecimento de 
sociedades humanas, 
letradas ou ágrafas, ex-
tintas ou vivas, existen-tes 
nas várias regiões da Terra. 
O antropólogo tem a tarefa 
de explicar os princípios da 
formação e do desen-
volvimento das socieda-des 
e culturas humanas. 
Toda investigação antropo-
lógica vale-se do método 
comparativo em busca de 
respostas para os por quês, 
na tentativa de 
compreender as seme-
lhanças e as diferenças 
físicas, psíquicas, cultu-
rais e sociais entre os 
grupos humanos. 
Exemplo: brancos e negros; 
língua diversifica-das; a 
indumentária do ín-dio e do 
não-índio; o culto do sol e a 
presença da pirâmide no 
Egito e nas civilizações pré-
colombia-nas... 
4 
OBJETIVO DA ANTROPOLOGIA 
A Antropologia fixa como 
seu objetivo o estudo da 
humanidade como um 
todo, visando ao homem 
como expressão global – 
biopsicocultural – isto é, o 
homem como ser bio-
lógico pensante, produtor 
de culturas e participante 
da sociedade, tentando 
chegar, assim, à compreen-
são da existência humana. 
# Antropologia e Sociologia 
• Antropologia – estuda como esses 
valores/culturas são criados a partir de 
fatores históricos presentes na relação 
com a natureza (com o meio) e com 
outros homens em termos de 
sobrevivência 
 
• Sociologia – estuda as consequên-cias 
e implicações sociais e políticas destes 
valores e condutas. 
Antropologia Jurídica 
A Antropologia Jurídica estuda as 
lógicas que comandam os “proces-
sos de juridicização” próprios de 
cada sociedade, através da análise de 
discursos (orais e/ou escritos), práticas 
e/ou representações. 
 
Antropologia Jurídica 
 “Processos de juridicização” envolvem a 
importância que cada sociedade atribui ao 
direito no conjunto da regu-lação social, 
qualificando (ou desqua-lificando), como 
jurídicas, regras e comportamentos já 
incluídos em outros sistemas de controle 
social, tais como a moral e a religião. (Norbert 
Rouland) 
 
• Ex: Ambiente universitário: quais práti-
cas/condutas podem ser ou não juridici-
zadas ao longo do tempo? 
 A Antropologia Jurídica mostra que costumes, mais 
que leis positivas, animam as relações sociais. 
 O ser humano busca sentidos para a sua existência e 
isso se dá através das dimensões do sensível e do 
invisível, as quais são contempladas, no campo científico, 
primordialmente pela Antro-pologia, Filosofia e 
Psicologia. 
 Um Direito que realmente privilegie a compreensão do 
ser humano precisa dialogar com essas áreas. 
 
Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer 
A CONTRIBUIÇÃO 
DE DURKHEIM, WEBER E 
MARX 
KARL MARX 
Não escreveu especifica-
mente sobre o direito 
Sua teoria sobre o conflito 
estabelece relações entre o 
direito, Estado, economia e 
sociedade. 
Utilizando-se do método do 
materialismo histórico e 
dialético, constrói uma teo-
ria social onde encontramos 
uma visão do direito. 
KARL MARX 
No modo de produção 
capitalista, a classe 
detentora dos meios de 
produção impõe seus 
interesses à classe prole-
tária. 
Essa infraestrutura econô-
mica condiciona a super-
estrutura jurídico-estatal a fim 
de manter a dominação de 
classe. 
O direito e o Estado apare-
cem como instrumento de 
coerção da classe dominan-
te, servindo à imposição de 
sua ideologia. 
DURKHEIM 
Utiliza na SJ o método funcio-
nalista que emprega na 
sociologia. 
Enfatiza a estabilidade e a 
durabilidade do direito 
enquanto organização social. 
Direito: símbolo da coesão 
social 
DURKHEIM 
Dois tipos de direito: repres-
sivo numa sociedade concre-
tizada em interesses e valores 
compartilhados pelos mem-
bros da sociedade: solidarie-
dade mecânica 
Restitutivo: numa sociedade 
estruturalmente diferenciada 
por funções especializadas: 
solidariedade orgânica 
A passagem de uma a outra se 
faz pela divisão do trabalho 
MAX WEBER 
Desenvolveu uma Sociologia do Direito 
de caráter histórico, analisando as diver-
gências metodológicas entre a dogmática 
Jurídica e a sociologia. 
Entende a sociologia a partir da metodo-
logia compreensiva. 
Demonstra a diferença entre o método 
sociológico o jurídico-dogmático: o se-
gundo visa estabelecer a coerência lógica 
das proposições jurídicas. 
A primeira no plano do que é e a segunda 
no plano do dever-ser. 
Utiliza-se de tipos ideais, sendo o direito 
racional/formal, que combina a previ-
sibilidade com os critérios de decisão do 
sistema jurídico considerado e o direito 
racional/material que apela para sistemas 
exteriores (religiosos, ético, político) ao 
jurídico nos processos decisórios 
Ponto 
fundamental 
Ele se manifesta como uma 
das realidades obser-váveis 
na sociedade 
O DIREITO É UM FATO SOCIAL 
Sua criação 
evolução 
e aplicação 
FATORES SOCIAIS 
INTERESSES SOCIAIS 
FORÇAS SOCIAIS 
ÚNICA FONTE 
DO DIREITO 
a vontade do gru-po 
social 
“FATOS DO 
DIREITO” 
a manifestação não 
depende da lei es-
crita, mas sim da 
sociedade que pro-
duz estes fatos e cria 
relações jurídi-cas 
(Ehrlich) 
QUESTÕES 
A sociologia do direito ou jurídica constitui 
um ramo do direito ou da sociologia ? 
Existem duas maneiras diferentes de 
trabalhar, na sociologia do direito, a pers-
pectiva do sociólogo e a do jurista ? 
Sociologia Jurídica: estudo das dimensões 
sociológicas das normas jurídicas feito 
preferencialmente pelos juristas. 
Sociologia do Direito : ramo da sociologia 
que tem como objeto de estudo o direito. 
Leitura sociológica do direito feita preferen-
cialmente pelos sociólogos 
SOCIOLOGIA DO DIREITO – OU SOCIOLOGIA 
JURÍDICA ? 
Tentativas de unificar as duas perspectivas : o 
sociólogo do direito realiza uma análise externa 
daquilo que é considerado como direito pelo 
ponto de vista da dogmática jurídica 
A sociologia jurídica tem os dois aspectos : o 
interno e o externo. Não se pode ignorar nenhum 
deles. 
OUTRAS CONCEPÇÕES DA 
SOCIOLOGIA JURÍDICA 
Positivismo Evolucionismo 
Outros autores utilizam os dois termos como 
sinônimos 
Jurista : pode pecar pelo pouco conheci-
mento sociológico e por uma tendência a 
justificar o sistema jurídico. 
Sociólogo: desconhece completamente o 
direito (Carbonnier – Souto e Souto) 
OUTRA DISTINÇÃO: 
Sociologia do direito pura: explica o sistema 
jurídico através da teoria sociológica. 
Sociologia do direito aplicada: estudo do 
sistema jurídico com a finalidade de ajudar o 
legislador e os profissionais do direito a 
tomarem melhoresdecisões. ( Rehbinder) 
DUAS 
ABORDAGENS 
ABORDAGEM 
POSITIVISTA 
ABORDAGEM 
EVOLUCIONISTA 
SOCIOLOGIA DO 
DIREITO 
SOCIOLOGIA 
NO 
DIREITO 
ABORDAGEM 
POSITIVISTA 
(Sociologia do 
Direito) 
é um estudo sociológico, colo-
cando-se numa perspectiva exter-
na ao sistema jurídico. 
a sociologia do direito faz parte das 
ciências sociais. O direito tem seu 
método tradicional e sua 
autonomia. 
considera que a sociologia jurídi-
ca não pode ter participação ativa 
dentro do direito. 
o direito é “a lei e as relações entre 
as leis” (Kelsen). Tudo o mais fica 
fora da ciência jurídica. 
ABORDAGEM 
POSITIVISTA 
(Sociologia do 
Direito) 
a sociologia jurídica pode estudar 
e criticar o direito, mas não pode 
ser parte integrante desta ciência. 
também são excluídas do direito, a 
filosofia do direito, a história do 
direito, a criminologia e a psicologia 
jurídica. 
a aplicação imparcial do direito é 
possível e constitui uma garantia 
para todos. As indagações 
sociológicas sobre o direito são 
muito interessantes mas não 
podem intervir na aplicação do 
mesmo 
ABORDAGEM 
EVOLUCIONISTA 
(Sociologia no 
Direito) 
adota uma perspectiva interna 
com relação ao sistema jurí-dico, 
pois a sociologia jurídica deve 
interferir ativamente na 
elaboração, no estudo dogmá-
tico e inclusive na aplicação do 
direito. 
não há ciência jurídica autô-
noma porque o direito deve em-
pregar métodos próprios das 
ciências sociais. 
é uma ruptura com o conceito 
kelseniano de que o direito é “a 
norma e as relações entre as 
normas”. 
coloca em dúvida a suposta 
neutralidade do jurista 
ABORDAGEM 
EVOLUCIONISTA 
(Sociologia no 
Direito) 
o jurista-sociólogo pode in-
fluenciar o processo de elabo-
ração das normas (que é 
incumbência do legislativo) e da 
doutrina ( os estudiosos do 
direito). 
pode influenciar também a apli-
cação da lei, pois quando o 
conflito surge, o juiz e os outros 
profissionais do direito devem 
fazer interpretações levando em 
conta o ponto de vista social. 
o magistrado sempre faz juízos 
de valores e nunca aplica a lei 
de modo “puro” pois, nas suas 
decisões, projeta seus valores 
individuais, exprimindo sua 
visão de mundo. 
não existe neutralidade e o 
direito é uma forma de política. 
OUTRAS CONCEPÇÕES DA SOCIO-
LOGIA JURÍDICA 
Questão fundamental : 
As duas abordagens colocam o problema da 
autonomia das ciências jurídicas e neutrali-
dade do legislador e do interprete do direito. 
Positivismo 
Evolucionismo 
DEFINIÇÃO DE SOCIOLOGIA 
JURÍDICA 
A Sociologia Jurídica examina a influência dos 
fatores sociais sobre o direito e as incidências deste 
ultimo na sociedade, ou seja, os elementos de 
interdependência entre o social e o jurídico, 
realizando uma leitura externa do sistema jurídico. 
Em outras palavras : a Sociologia Jurídica examina 
as causas (sociais) e os efeitos (sociais) das normas 
jurídicas. 
O jurista so-
ciólogo exa-
mina as rela-
ções entre o 
direito e a so-
ciedade em 
três momen-
tos 
Por que se cria uma 
norma jurídica ou um 
sistema jurídico? PRODUÇÃO 
Quais são as conse-
quências do direito na 
vida social ? 
APLICAÇÃO 
DECADÊNCIA DA 
NORMA 
Quais são as causas sociais 
da “decadência” do direito 
que se manifesta por meio do 
desuso e da abolição de 
certas normas ou mesmo 
mediante a extinção de de-
terminado sistema jurídico ? 
O jurista sociólogo analisa a interação 
entre o direito e a sociedade. 
Seu trabalho não é descrever como 
funciona internamente o sistema jurídico, 
mas sim o modo de atuação do direito na 
sociedade ou seja, o exame das relações 
recíprocas entre o sistema social global e o 
subsistema jurídico. 
OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA : MARX, DURKHEIM E WEBER OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: 
MARX, DURKHEIM E WEBER 
No século XIX, três pensadores desenvolveram teorias 
buscando explicar a sociedade capitalista: Karl Marx , 
Emile Durkheim que continuou o positivismo de Augusto 
Comte e Max Weber. Estes três pensadores são 
denominados os clássicos da Sociologia. 
Os Clássicos da Sociologia 
1818-1883 1858-1917 1864-1920 
A Sociologia ingressou na época do globalismo. 
[...] 
As três teorias sociológicas que mais influenciam 
as interpretações da globalização são o 
funcionalismo, o marxismo e a teoria weberiana. 
[...] 
Essas são três poderosas matrizes do pensamento 
científico na Sociologia, exercendo influências 
diretas e indiretas. 
Mesmo porque essas teorias nunca deixaram de 
contemplar o indivíduo, a ação social, o cotidiano e 
outras manifestações das diversidades da vida 
social. 
Estas teorias “fertilizam a maior parte de tudo o 
que se produz e se discute sobre as configurações 
e movimentos da sociedade global” 
 Octavio Ianni 
Para que estudar 
os Clássicos? 
Qual a real importância de Marx, Dur-
kheim e Weber? 
Têm somente um valor histórico para 
compreender o processo de forma-ção 
da sociologia? 
São fundamentais para compreender a 
sociedade atual? 
Têm apenas um valor didático ou 
realmente são importantes para a 
compreensão da vida social moderna? 
O estudo da realidade brasileira no contexto do 
capitalismo global não dispensa o estudo da 
teoria social clássica senão corre-se o risco de 
precisarmos reinventar continuamente a roda. 
Mas, por outro lado, não devemos transformar 
os textos clássicos numa espécie de bíblia 
sagrada pretendendo aplicar as análises da 
realidade social europeia do século XIX para 
compreender a realidade social brasileira e 
mundial do século XXI. 
Proposta para o ensino das Ciências Sociais – Nilson Nobuaki Yamzauti, 
REA,27/03/2010 
“Considero clássico um 
escritor ao qual possamos 
atribuir as seguintes 
caracteristicas: 
Que seja considerado interprete 
autêntico e único de seu tempo, 
cuja obra seja utilizada como 
instrumento indispensável para 
compreendê-lo. 
Que seja sempre atual, de modo que 
cada época, ou mesmo cada 
geração, sinta a necessidade de 
relê-lo e, relendo-o, de reinter-pretá-
lo. 
Que tenha construído teorias-
modelo das quais nos servimos 
continuamente para compreender a 
realidade, até mesmo uma realidade 
diferente daquela a partir da qual as 
tenha derivado e à qual as tenha 
aplicado, e que se tornaram, ao 
longo dos anos, verdadeira e 
próprias categorias mentais.” 
Norberto Bobbio, Teoria Geral de Política 
Do ponto de vista teórico: as obras 
dos clássicos possuem um valor 
muito maior do que os clássicos das 
rígidas ciências naturais. 
1. POR QUE OS CLASSICOS? 
O principio da 
integração 
social 
O principio da 
coesão social 
O princípio da 
contradição 
coesão e 
equilíbrio 
Interesses e 
dominação 
Conflito e 
transformação 
Paradigma 
positivista-
funcionalis-ta 
Paradigma 
compreen-
sivo-
hermenêuti-
co 
Paradigma 
dialético-
marxista 
PARADIGMA POSITIVISTA/FUNCIONALISTA 
ETAPAS AUTOR TEORIA 
Origem 
Augusto Comte 
Emile Durkheim 
Positivismo 
Funcionalismo 
Desenvolvimento 
Robert Merton 
Talcott Parsons 
Niklas Luhmann 
Jeffrey Alexander 
Richard Munch 
Análise funcional 
Estrutural-Funcionalismo 
Teoria sistêmica 
Neo-funcionalismo 
Origem 
Positivismo 
Funcionalismo 
Robert Merton 
Análise funcional Talcott Parsons 
Estrutural-Funcionalismo 
Niklas Luhmann 
Teoria sistêmica 
Jeffrey Alexander 
Neo-funcionalismo 
PARADIGMA POSITIVISTA/FUNCIONALISTAPARADIGMA COMPREENSIVO/HERMENEUTICO 
ETAPAS AUTOR TEORIA 
Origem 
Desenvolvimento 
Max Scheler Teoria 
Fenomenológica 
Max Weber Teoria 
Compreensiva 
Alfred Schutz 
Peter 
Berger/Thomas 
Luckman 
PARADIGMA COMPREENSIVO/HERMENEUTICO 
Origem 
Teoria 
Compreensiva Max Scheler Alfred Schutz 
Peter Berger/Thomas 
Luckman 
Teoria 
Fenomenológica 
Teoria 
Fenomenológica 
Teoria Fenomenológica 
PARADIGMA DIALÉTICO/MARXISTA 
ETAPAS AUTOR TEORIA 
Origem 
Desenvolvimento Lenin/Trotski/Stalin 
Karl Marx Materialismo 
Histórico 
Eduard 
Berstein/Karl 
Kaustsky 
Lucaks/Horkheimer/A
dorno/Marcuse/ 
Benjamin/Fromm 
Marxismo 
Revisionista 
Marxismo Leninismo 
Marxismo Ocidental 
Origem 
Materialismo 
Histórico 
Eduard 
Berstein/Karl 
Kaustsky 
Marxismo 
Revisionista 
Lenin/Trotski/S
talin 
Marxismo-
Leninismo 
Lucaks/Horkheimer/Adorno/ 
Marcuse/Benjamin/Fromm 
PARADIGMA DIALÉTICO/MARXISTA 
Os Clássicos da Sociologia 
Emile Durkheim 
(1857 – 1917) 
Max Weber (1864 
– 1920) 
Karl Marx (1818 
– 1883) 
Objeto da 
Sociologia 
Método 
Classes Sociais 
Fato Social 
Ação Social 
Dialética 
Explicação 
Compreensão 
Social 
OS CLÁSSICOS DA 
SOCIOLOGIA 
EMILE DURKHEIM 
1857-1917 
BIBLIOGRAFIA 
BÁSICA 
 
 GARCIA, Dirce Maria Falconi. O pensamento 
sociológico de Emile Durkheim. In Lemos Filho, 
Arnaldo. Sociologia Geral e do Direito. 5 ed. 
Campinas: Ed. Alinea, 2012 
 SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica: Marx, 
Durkheim e Weber. Petrópolis, Vozes, 2009 
 LEMOS FILHO, Arnaldo. Slides 
BIBLIOGRAFIA 
COMPLEMENTAR 
1. COSTA, Cristina. Sociologia,uma introdução à 
Sociedade.3 ed.São Paulo: Editora Moderna, 2005 
2. ARON, Raymond. As etapas do Pensamento 
Sociológico. Brasília, UNB,1980 
3. QUINTANERO, Tânia. Um toque de clássicos. 2 ed. 
Belo-Horizonte: Ed. UFMG, 2004 
4. CASTRO, Ana Maria, DIAS, Edmundo. Introdução ao 
pensamento sociológico. 9 ed. Rio de Janeiro, 
Eldorado,1987 
CONCEITOS BÁSICOS 
FATO SOCIAL 
COERÇAO SOCIAL 
CONSCIÊNCIA COLETIVA 
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
SOLIDARIEDADE MECÂNICA 
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
DIREITO REPRESSIVO 
NORMAL E PATOLÓGICO DIREITO RESTITUTIVO 
SUICÍDIO ANOMIA 
1. Contexto Histórico - Obras 
2. Contribuições para a Sociologia 
2.1. A preocupação em estabelecer um objeto e um 
método para a Sociologia 
2.2. A preocupação em estabelecer normas que 
justifiquem a manutenção da sociedade capitalista 
3. Conclusão 
ROTEIRO 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Vivendo no período que vai da segunda meta-
de do século XIX até o final da Primeira Guerra 
Mundial foi contemporâneo dos acontecimen-
tos significativos do período 
Inicio da IIIª Republica na França 
O capitalismo 
consolidado e suas 
contradições 
Progresso tecnológico 
Produtividade nas fábricas 
Comuna de Paris(1871) 
Sindicatos - Greves 
No Dia 8 de março de 1857, operárias de 
uma fábrica de tecidos, situada na cidade 
norte americana de Nova Iorque, fizeram 
uma grande greve. 
Ocuparam a fábrica e começaram a rei-
vindicar melhores condições de trabalho, 
tais como, redução na carga diária de tra-
balho para dez horas (as fábricas exigiam 
16 horas de trabalho diário), equiparação 
de salários com os homens (as mulheres 
chegavam a receber até um terço do 
salário de um homem, para executar o 
mesmo tipo de trabalho) e tratamento 
digno dentro do ambiente de trabalho. 
8 de março de 1857 
A manifestação foi reprimida com total 
violência. As mulheres foram trancadas 
dentro da fábrica, que foi incendiada. 
Aproximadamente 130 tecelãs morreram 
carbonizadas, num ato totalmente 
desumano. 
Porém, somente no ano de 1910, durante 
uma conferência na Dinamarca, ficou 
decidido que o 8 de março passaria a ser 
o "Dia Internacional da Mulher", em 
homenagem as mulheres que morreram 
na fábrica em 1857. 
Mas somente no ano de 1975, através de 
um decreto, a data foi oficializada pela 
ONU (Organização das Nações Unidas). 
8 de março de 1857 
1871 
Comuna de Paris foi o primeiro go-
verno operário da história, fundado em 
1871 na capital francesa por oca-sião 
da resistência popular ante à invasão 
alemã. 
A Comuna de Paris - considerada a 
primeira República Proletária da his-
tória - adotou uma política de caráter 
socialista, baseada nos princípios da 
Primeira Internacional. 
O poder comunal manteve-se durante 
cerca de 40 dias. 
 
Seu esmagamento revestiu-se de 
extrema crueldade.. 
Em 1886, realizou-se uma manifestação de 
trabalhadores nas ruas de Chicago nos 
Estados Unidos da América. 
Essa manifestação tinha como finalidade rei-
vindicar a redução da jornada de trabalho para 8 
horas diárias e teve a participação de milhares 
de pessoas. Nesse dia teve início uma greve 
geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um 
pequeno levantamento que acabou com uma 
escaramuça com a polícia e com a morte de 
alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de 
Maio, uma nova manifestação foi organizada 
como protesto pelos acontecimentos dos dias 
anteriores, tendo terminado com o lançamento 
de uma bomba por desconhecidos para o meio 
dos policiais que começavam a dispersar os 
manifestantes, matando sete agentes. A polícia 
abriu então fogo sobre a multidão, matando doze 
pessoas e ferindo dezenas. Estes 
acontecimentos passaram a ser conhecidos 
como a Revolta de Haymarket 
Primeiro de maio de 1886 
Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 
1889, a segunda Internacional 
Socialista reunida em Paris decidiu por 
proposta de Raymond Lavigne convo-
car anualmente uma manifestação com o 
objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho 
diário. 
A data escolhida foi o 1º de Maio, como 
homenagem às lutas sindicais de 
Chicago 
Primeiro de maio de 1886 
1891 
Rerum Novarum : sobre a condição dos 
operários (em português Rerum Novarum 
significa "Das Coisas Novas") é uma 
encíclica escrita pelo Papa Leão XIII a 15 de 
Maio de 1891. Era uma carta aberta a todos 
os bispos, debatendo as condições das 
classes trabalhadoras.. 
A encíclica trata de questões levantadas du-
rante a revolução industrial e as sociedades 
democráticas no final do século XIX. 
Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores 
formarem a sindicatos, mas rejeitava o 
socialismo e defendia os direitos à 
propriedade privada. 
Discutia as relações entre o governo, os 
negócios, o trabalho e a Igreja. 
Preocupa-se com o estabelecimento de uma nova ordem 
social 
Toda reforma social deve estar baseada no conhecimento 
prévio e científico da sociedade e não numa ação política 
Com amplo conhecimento das Ciências Naturais, passa a ver a 
sociedade como um imenso corpo biológico. 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Procurou conhecer a sociedade cientificamente, com 
racionalidade, para que a ciência pudesse resolver as 
questões sociais 
Luta para provar que a Sociologia é uma ciência e que, 
por isso, deve ser neutra. 
Faz uma leitura conservadora da crise social do seu tempo, 
acreditando ser provocada pelo desregramento, que seria 
resolvida com a formação de instituições publicas capazes de se 
impor aos membros da sociedade e eliminar os conflitos 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Nunca se utiliza da teorias das classes sociais, demonstrando uma 
tendencia a subestimar a importância dos fatoreseconômicos na 
compreensão da sociedade 
OBRAS PRINCIPAIS 
1893- DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL 
1895 AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO 
1897 – o SUICÍDIO 
1912- AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA 
 RELIGIOSA 
1ªcontribuição 
As Regras do Método Sociológico 
A preocupa-
ção em esta-
belecer para a 
Sociologia 
Objeto 
Método 
Fato 
Social 
Explicação 
Fato 
Social 
“ Fato social é toda maneira de fazer, fixa ou não, 
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma 
coação exterior; ou ainda, que é geral no 
conjunto de cada sociedade tendo ao mesmo 
tempo existência própria, independente de suas 
manifestações individuais.” 
 Fato social consiste em “maneiras 
coletivas de pensar, sentir e agir, 
exteriores ao indivíduo e dotadas de um 
poder de coerção em virtude do qual se 
lhe impõem” 
CARACTERÍSTICAS DO 
FATO SOCIAL 
GENERALIDADE 
EXTERIORIDADE 
COERCITIVIDADE 
por ser coletivo e 
estar presente em 
toda a sociedade 
por se apresentar 
fora do individuo 
por exercer uma 
força sobre o 
individuo, obri-
gando-o a se con-
formar com as 
maneiras de pen-
sar, sentir e agir, 
Independente de qualquer filosofia, 
visando apenas o principio da 
causalidade 
Garantia da objetividade 
Um fato social só pode ser 
explicado por outro fato social 
Características 
do método 
MÉTODO 
MÉTODO 
Os fatos sociais devem ser 
tratados como coisas 
Regra 
fundamental 
A explicação científica exige que o pesquisador mantenha certa 
distância e neutralidade em relação ao fato a ser estudado. 
O sociólogo deve deixar de lado suas pré-noções, isto é, seus 
valores e sentimento pessoais. Não pode haver envolvimento afetivo 
ou interferência do sujeito em relação ao objeto. 
Enfatiza a posição de neutralidade e objetividade que o pes-
quisador deve ter em relação à sociedade: deve descrever a 
realidade social sem deixar que suas ideias e opiniões interfiram na 
observação dos fatos sociais 
MÉTODO 
“O conjunto das crenças e dos sentimentos comuns 
à média dos membros de uma mesma sociedade forma 
um sistema que tem sua vida própria; podemos chamá-
lo consciência coletiva ou comum. Sem dúvida, ela 
não tem por substrato um órgão único; é, por definição, 
difusa em toda extensão da sociedade” 
 
 ( A Divisão do Trabalho Social) 
CONSCIÊNCIA COLETIVA 
CONSCIÊNCIA COLETIVA 
Trata-se da idéia do que seja o psíquico social. 
A consciência coletiva é objetiva (não vem de uma só pessoa), 
é exterior (é o que a sociedade pensa), age de uma forma 
coercitiva. 
A consciência coletiva manifesta-se nos sistemas jurídicos, 
nos códigos legais, na arte, na religião, nas crenças, nos 
modos de sentir, nas ações humanas. Existe difundida na 
sociedade e é interiorizada pelos indivíduos. 
É, de certo modo a moral vigente da sociedade. 
Para Durkheim, a sociedade è mais do que a soma dos 
indivíduos e o todo (a sociedade) prevalece sobre as 
partes (os indivíduos). 
Sendo um conceito muito abrangente, a partir de 1897, Durkheim 
passa a utilizar o conceito de “representações sociais” 
“A vida social é feita essencialmente de repre-
sentações que são os estados de consciência coletiva, 
diferentes me natureza dos estados de consciência 
individual. Elas exprimem o modo pelo qual o grupo se 
concebe a si mesmo em suas relações com os objetos 
que os afetam. Ora o grupo está constituído de maneira 
diferente do indivíduo, e as coisas que o afetam são de 
outra natureza. Para compreender a maneira como a 
sociedade se vê a si mesma e ao mundo que a rodeia, é 
preciso considerar a natureza da sociedade e não a dos 
indivíduos” 
 (“ As Regras do Método Sociológico) 
Representações Sociais 
2ª 
contribuição 
A preocupação em estabe-
lecer normas que justifiquem a 
manutenção da sociedade 
capitalista 
A Divisão do Trabalho Social 
Em sua obra A Divisão do Trabalho Social procura 
compreender as repercussões da divisão do trabalho 
e do aumento do individualismo na integração social. 
Durkheim tenta entender o funcionamento da 
sociedade da mesma forma que a Biologia entende o 
funcionamento de um corpo. Cada indivíduo tem uma 
função a cumprir que é importante para o 
funcionamento de todo o corpo social. 
A Divisão do Trabalho Social 
Daí o efeito mais importante da divisão do trabalho 
não é o seu aspecto econômico (aumento de produ-
tividade) mas a integração e a união entre os mem-
bros, que Durkheim denomina SOLIDARIEDADE. 
Quanto mais for especializada sua atividade, mais o 
membro de uma sociedade passa a depender dos 
outros membros. 
Divisão Social do trabalho vem a ser a especialização 
de funções entre os indivíduos de uma sociedade. 
A Divisão do Trabalho Social 
SOLIDARIEDADE SOCIAL 
SOCIEDADE PRE-CAPITALISTA SOCIEDADE CAPITALISTA 
Tradicional 
Não diversificada 
Pré-industrial 
Semelhanças de funções: 
união 
Simples 
Causa da coesão social: 
união 
Pouca divisão do trabalho 
Solidariedade mecânica 
Moderna 
Diversificada 
Industrial 
Especialização de funções: 
dependência 
Complexa 
Causa da coesão social: 
dependência 
Muita divisão do trabalho 
Solidariedade orgânica 
Solidariedade 
Mecânica 
•divisão do trabalho pouco desen-
volvida 
•Não havia um grande número de es-
pecializações 
•As pessoas se uniam não porque 
dependiam do trabalho das outras 
•mas porque tinham a mesma re-
ligião, as mesmas tradições, os mes-
mos sentimentos, os mesmos 
valores 
•consciência coletiva era forte e pe-
sava sobre o comportamento de 
todos. 
•Predominava o Direito Repressivo 
(Penal) pois, o crime feria os sem-
timentos coletivos. 
Solidariedade 
Orgânica 
•Há divisão de trabalho porque há mais 
especialização de funções.. 
•O que une as pessoas é a interdepen-
dência das funções sociais. 
•A consciência coletiva é fraca pois é 
difusa, difundindo-se pelas diversas 
instituições 
•Predomina o Direito Restitutivo (Civil), 
pois, a função do Direito mais do que 
punir o criminoso, é restabelecer a 
ordem que foi violada. 
As causa sociais do aumento da divisão do trabalho 
nas sociedade complexas decorre de uma com-
binação de fatores que envolvem : o volume popu-
lacional e a densidade natural e moral da população 
Causas do 
aumento da 
divisão do 
trabalho 
um aumento do volume da população 
uma maior aproximação dos membros 
da sociedade no espaço físico 
uma maior comunicação e interdependên-
cia dos indivíduos no espaço social 
Durkheim admite que a Solidariedade Orgânica é 
superior à Mecânica, pois ao se especializarem as 
funções, a individualidade de certo modo é 
ressaltada, permitindo maior liberdade de ação 
Segundo Durkheim, o aumento da diferen-
ciação social e das especializações é fruto de 
um processo de evolução das sociedades mais 
simples e tradicionais para as sociedades 
modernas 
FATO PATOLÓGICO E ANOMIA 
•O crescente desenvolvimento da indústria e da tecnologia faz 
com que Durkheim tivesse uma visão otimista sobre o futuro do 
capitalismo. 
•O capitalismo é uma sociedade perfeita, pois, a maior divisão de 
trabalho aumenta a especialização de funções que aumenta a 
dependência, tendo maior solidariedade. 
•Como explicar os problemas sociais, tais como favela, 
criminalidade, suicídio, fome, miséria, poluição, desemprego? 
•A crise da sociedade é moral. Ou as normas estão 
falhando (fato patológico) ou há ausênciade nor-mas 
(anomia) 
A sociedade, como todo organismo, apresenta estados 
normais e patológicos, saudáveis e doentios. 
Fato Social 
Normal 
quando se encontra generalizado na 
sociedade ou desempenha alguma 
função social importante. 
Fato Social 
Patológico 
aquele que se encontra fora dos limites 
permitidos pela ordem social e pela 
moral vigente 
Para Durkheim, um fenômeno quando agride os preceitos 
morais, pode ser considerado normal desde que encontrado 
na sociedade de forma generalizada desde que não coloque 
em risco a integração social.. 
Considerou o crime um fato 
social normal porque é encon-
trado em todas as sociedades e 
serve de parâmetro para a 
sociedade. Se o crime põe em 
risco a integração social é 
considerado patológico 
ANOMIA 
Carência de regulamentação social, au-
sência de regras sociais. As crises econô-
micas e conflitos capital-trabalho se devem 
a uma situação de anomia.. 
Atribui essa crise moral às mudanças rápi-
das ocorridas na sociedade no final do sé-
culo XIX e ao descompasso entre o avan-
ço material e as normas morais e jurídi-
cas. 
Ao estudar o suicídio, refere-se ao suicí-
dio anômico que acontece devido ao em-
fraquecimento das regras morais. 
Tal estado de anomia se deve à própria 
sociedade que apresenta uma situação de 
desregramento levando os indivíduos a 
perderem a noção dos fins individuais e 
dos limites 
ANOMIA EM DURKHEIM 
Aparece na análise que Durkheim faz do suicídio: as 
causas do suicídio seriam sociais, dependendo do maior 
ou menor grau de coesão social. 
Três tipos de suicídio: 
EGOÍSTA Falta de integração 
ALTRUÍSTA Excesso de 
integração 
ANÔMICO Falta de limites e 
regras 
Direito e anomia 
 a coesão é garantida por 
um conjunto de 
princípios, ou seja, uma 
moral e um conjunto de 
regras e normas, ou seja, 
o direito, porque todos 
se conhecem 
A função do direito é 
punir aquele que, com 
suas transgressão, 
ofende todo o conjunto. 
É o que conhecemos por 
direito penal. 
Sociedade 
simples 
Sociedade 
complexa 
Precisamos ser solidários 
não porque somos iguais 
mas porque somos dife-
rentes. A falta, o rompi-
mento da regra não afeta o 
coletivo e sim as pes-soas 
separadamente. 
A punição será dirigida para 
a devolução, `aquele que 
foi prejudicado, da-quilo 
que lhe foi tirado. É o direito 
restitutivo. 
CONCLUSÃO 
A Sociologia tem por finalidade não só explicar a 
sociedade como também encontrar soluções para a vida 
social. 
Trata-se apenas de conhecer os seus problemas e de 
buscar uma solução científica para eles: curar as suas 
doenças. 
Os problemas sociais não se resolveriam dentro de uma 
luta política e sim através da ciência, ou seja, da 
Sociologia. 
Foi com Durkheim que a Sociologia passou a ser com-
siderada propriamente uma ciência, dotada de um obje-
to especifico, os fatos sociais, e de uma metodologia. 
A tarefa da Sociologia é compreender o funcio-
namento da sociedade capitalista de modo objetivo, 
para observar, compreender e classificar as leis so-
ciais, descobrir as que são falhas e corrigi-las por 
outras mais eficientes. 
Durlkheim, ao lado de Marx e Weber, representa uma 
contribuição importante para a Sociologia e para as 
Ciências Sociais de modo geral. Sua construção 
metodológica permanece obrigatória aos pesqui-
sadores do campo social, 
CONCLUSÃO 
KARL MARX (1818-
1883) 
CONCEITO INICIAL – DIALÉTICA (não de 
maneira idealista, mas de maneira prática). 
O MUNDO É RESULTADO DA AÇÃO 
HUMANA. 
A PRIMEIRA CONDIÇÃO DE TODA A 
HISTÓRIA HUMANA, É JUSTAMENTE A 
EXISTÊNCIA HUMANA. 
FORÇAS PRODUTIVAS 
AÇÃO DO HOMEM SOBRE A NATUREZA; 
“Os homens não são livres árbitros de 
suas forças produtivas – base de toda a 
história, pois toda força produtiva é 
produto de uma atividade anterior.” (Marx) 
 
 Homem natureza 
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO 
Diz respeito ao modo como os homens 
se organizam entre si para produzir: as 
formas de apropriação das ferramentas e 
outros meios usados na produção, os 
mecanismos de tomada de decisão e de 
distribuição de riqueza gerada. 
Distribuição de riquezas 
A distribuição de riquezas é antes de 
mais nada a distribuição dos instrumen-
tos de produção e a distribuição dos 
membros da sociedade pelos diferentes 
gêneros da produção. 
Superestrutura 
O conjunto das forças produtivas e das 
relações sociais de produção de uma 
sociedade, são sua base. E sobre esta 
base é que a sociedade vai construir 
suas instituições políticas e sociais. 
 
 
Superestrutura 
Infraestrutura 
KARL MARX 
(1818 – 1883) 
PARA MARX - AS CONDIÇÕES MATERIAIS DE TODA A 
SOCIEDADE CONDICIONAM AS DEMAIS RELAÇÕES . 
? 
O estudo de qualquer sociedade deve partir 
das RELAÇÕES SOCIAIS que os homens 
estabelecem entre si para utilizar os meios 
de produção e transformar a natureza. 
As relações sociais de produção são a base que 
condiciona todo o resto da sociedade. 
IMAGINE A SEGUINTE SITUAÇÃO: 
Em uma empresa, o dono da fábrica é amigo de um 
dos funcionários. Em assembléia, os funcionários 
da fábrica decidem realizar uma greve para 
reivindicar melhores condições de trabalho e 
aumento de salário. 
 
Qual será a posição do funcionário que é amigo do 
dono da fábrica? Justifique 
 
Qual será a posição do dono da fábrica com 
relação ao funcionário que é seu amigo, caso ele 
decida participar da greve? Justifique. 
MATERIALISMO HISTÓRICO 
DIALÉTICO 
O materialismo designa um 
conjunto de doutrinas 
filosóficas que, ao rejeitar a 
existência de um princípio 
espiritual liga toda a realidade 
à matéria e a suas 
modificações. 
Materialismo Histórico é uma tese 
do marxismo, segundo a qual o 
modo de produção da vida material 
condiciona o conjunto da vida 
social, política e espiritual. É um 
método de compreensão e análise 
da história, das lutas e das 
evoluções econômicas e políticas. 
método dialético são a tese, a 
antítese e a síntese. 
Tese = afirmação inical 
Antítese= oposição à 
tese 
Síntese = resultado do 
conflito entre tese e 
antítese 
OBJETIVO DE MARX: estudar a sociedade de seu tempo (sociedade capitalista) 
Sociedade capitalista = capitalista X proletários 
relação de produção é baseada na 
exploração 
SOCIEDADE CAPITALISTA É 
MARCADA PELA LUTA ENTRE 
DUAS CLASSES SOCIAIS: 
CAPITALISTAS x PROLETÁRIOS 
Como o capitalista 
enriquece? 
VENDE 
PRODUZ 
MAIS - VALIA 
Horas de trabalho 
excedente que são 
apropriadas pelo 
capitalista 
8 horas de 
trabalho 
6 horas de 
trabalho 
2 horas de 
trabalho 
Pagamento de salário 
SEGUNDO MARX - acumulação de capital resulta do acumulo de mais-valia 
(parte que o trabalhador produz e que não lhe é paga) 
Tipos de Mais-Valia 
Absoluta – aumenta o lucro a 
partir do aumento das horas de 
trabalho do operário 
Relativa – utilização da tecnologia para 
aumentar a produção e o lucro, com o 
mesmo número de trabalhadores e 
mesmo salário 
Método – O PESQUISADOR NÃO DEVE SE LIMITAR À DESCREVER A 
REALIDADE SOCIAL, MAS DEVE PROCURAR IDENTIFICAR COMO 
ESSA REALIDADE SE PRODUZ E SE REPRODUZ AO LONGO DA 
HISTÓRIA 
MARX CIÊNCIA TEM UM PAPEL POLÍTICO 
Deve ser INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE 
“Que as classes dominantes tremam à idéia 
de uma revolução comunista! Os proletários 
nada têm a perder a não ser suas algemas. 
Têm um mundo a ganhar. PROLETÁRIOS 
DE TODO OMUNDO, UNI-VOS!” 
 
(MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, Manifesto 
do Partido Comunista - 1848) 
Karl Marx e a 
História da 
Exploração 
●Marx (1818-1883) 
Materialismo Histórico 
Materialismo Histórico 
foi a corrente mais 
revolucionária do 
pensamento social, 
tanto no campo teórico 
como da ação política. 
Materialismo Histórico 
Marx parte do princípio de 
que a estrutura de uma 
sociedade qualquer reflete 
a forma como os homens 
organizam a produção 
social de bens. A produção 
social, segundo Marx, 
engloba dos fatores 
básicos: as forças 
produtivas e as relações de 
produção. 
A idéia de Alienação 
econômica 
Marx desenvolve o conceito de 
alienação mostrando que a 
industrialização, a propriedade 
privada e o assalariamento 
separavam o trabalhador dos 
meios de produção-
ferrramentas, matéria-prima, 
terra e máquina-, que se tornam 
propriedade privada do 
capitalista. Separava, ou 
alienava, o trabalhador do fruto 
do seu trabalho, que também é 
apropriado pelo capitalista. 
Alienação Política 
Politicamente, também o 
homem se tornou alienado, 
pois o princípio da 
representatividade, base do 
Liberalismo, criou a idéia de 
Estado como um órgão 
político imparcial, capaz de 
representar toda a sociedade 
e dirigi-la pelo poder delegado 
pelos indivíduos. Marx 
mostrou, entretanto, que na 
sociedade de classe esse 
Estado representa apenas a 
Classe dominante e age 
conforme o interesse desta. 
As Classes Sociais 
Marx identificou relações de 
exploração da classe dos 
proprietários- a burguesia - 
sobre a dos trabalhadores- o 
proletariado. Isso porque a 
posse dos meios de produção, 
sob forma legal de propriedade 
privada, faz com que os 
trabalhadores, a fim de 
assegurar a sobrevivência, 
tenham de vender sua força de 
trabalho ao empresário 
capitalista, que se apropria do 
produto do trabalho de seus 
operários. 
Relações sociais de 
produção 
Essas mesmas relações são 
também de oposição e 
antagonismo, na medida em os 
interesses de classe são 
inconciliáveis. O capitalista 
deseja preservar seu direito à 
máxima exploração do trabalho 
do operário, seja reduzindo os 
salários, seja ampliando a 
jornada de trabalho. O 
trabalhador, por sua vez, 
procura diminuir a exploração 
ao lutar por menor jornada de 
trabalho, melhores salários e 
participação nos lucros. 
A História 
A história do homem é, 
segundo Marx, a história da 
luta de classe, da luta 
constante entre interesse 
opostos, embora esse conflito 
nem sempre se manifeste 
socialmente sob a forma de 
guerra declarada. As 
divergências, oposições e 
antagonismo de classes estão 
subjacentes a toda relação 
social, nos mais diversos 
níveis da sociedade, em todos 
os tempos, desde o 
surgimento 
A Origem Histórica Do 
Capitalismo 
Segundo Marx, a 
Revolução industrial 
acelerou o processo de 
alienação do 
trabalhador dos meios 
e dos produtos de seu 
trabalho. 
O Salário 
No capitalismo a força de 
trabalho se torna uma 
mercadoria, algo útil, que se 
pode comprar e vender. 
O salário deve corresponder à 
quantia que permita ao 
operário alimentar-se, vestir-
se,cuidar dos filhos, recuperar 
as energias e, assim, estar de 
volta ao serviço no dia 
seguinte.(reprodução das 
condições de subsistência do 
trabalhador e sua família). 
A mais - valia 
Uma coisa é o valor da 
força de trabalho, isto 
é, o salário, e outra é 
quanto esse trabalho 
rende ao capitalista. 
Esse valor excedente 
produzido pelo 
operário é o que Marx 
chama de mais-valia. 
A mais - valia 
 
Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho de 
3 horas 
 Meios de produção + salário → 120 + 
30 = 150 
(100 moedas de matéria prima, mais 20 moedas com o 
desgaste dos instrumentos, mais 30 de salário diário 
pago a cada trabalhador). 
A mais - valia 
Custo de um par de sapatos na jornada de 
trabalho de 3 horas (numa jornada de 9h) 
Meios de produção + salário → 120 x 3 = 360 ; 
360 + 30 = 390 ; 
390 / 3 = 130 
cálculo do valor dos três pares, a quantia investida 
em meios de produção também foi multiplicada por 
três, mas a quantia relativa ao salário – 
correspondente a um dia de trabalho – 
permaneceu constante. Desse modo o custo de 
cada par de sapatos se reduziu a 130 moedas. 
A mais - valia 
Acabamos de confirmar 
matematicamente que uma coisa é o 
valor da força de trabalho, isto é, o 
salário, e outra é o quanto esse trabalho 
rende à/ao capitalista. Esse valor 
excedente produzido pelo operário é o 
que Marx chama de mais-valia. 
As Relações Políticas 
As classes sociais não 
apresentam apenas uma 
diferente quantidade de 
riqueza, mas também 
posição, interesse e 
consciência diversa.Os 
indivíduos de uma mesma 
classe social partilham de 
uma situação de classe 
comum, que inclui valores, 
comportamentos, regras de 
convivência e interesses. 
As Relações Políticas 
Cada forma assumida 
pelo Estado na 
sociedade burguesa , 
seja sob forma de 
regime liberal, 
monárquico 
constitucional ou 
ditatorial, representam 
maneiras diferentes 
pelas quais ele se 
transforma no “comitê” 
para gerir os negócios 
comuns da burguesia. 
(K. Marx e F Engels 
Manifesto do Partido 
Comunista) 
OS CLASSICOS DA 
SOCIOLOGIA 
MAX WEBER 
1864-1920 
BIBLIOGRAFIA 
 ANDRADE, Thales. O pensamento 
sociológica de Max Weber. In Lemos Filho, 
Arnaldo. Sociologia Geral e do Direito. 
3ªedição.Campinas: Ed Alinea, 2008 
LEMOS FILHO, Arnaldo. Slides 
1.COSTA, Cristina. Sociologia,uma introdução à 
Sociedade.3ªedição.São Paulo: Editora Moderna, 
2005 
2. ARON, Raymond. As etapas do Pensamento 
Sociológico. Brasilia, UNB,1980 
3. QUINTANERO, Tania. Um toque de classicos. 2ª 
edição. Belo-Horizonte: Ed. UFMG, 2004 
4. CASTRO, Ana Maria-DIAS, Edmundo.Introdução 
ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro, Ed. 
Eldorado,1987, 9ªedição. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
MAX WEBER (1864-1920) 
*A AÇÃO SOCIAL: é toda conduta humana 
que interfere com outros e consigo 
mesmo. 
●Exemplos: moda, consumo, mercado, 
política, religião, crime, trabalho, etc. 
*A SOCIOLOGIA DEVE LEVAR EM CONTA: 
- Compreender a ação social dos seres 
humanos individualmente. 
- As motivações do indivíduo no agir social. 
- Não fazer julgamento de valor sobre as 
ações humanas. 
126 
WEBER E A RELIGIÃO 
 
●Vê-se em muitas seitas protes-
tantes e na vida religiosa em geral 
uma tendência para a raciona-
lização das condutas dos fiéis. Isso, 
segundo Weber, foi funda-mental 
para a transformação das práticas 
econômicas e estruturas das 
sociedades modernas. 
127 
 Antigamente: ética dos virtuosos (só 
minoria “iluminada”). Oriente mais do 
que Ocidente. Depois da origem das 
religiões (êxtase, milagres, etc.), as 
religiões tendem para a burocracia 
sacerdotal – viram “igrejas”, com 
hierarquia (tipo Igreja Católica). 
 Esta hierarquia com o tempo se afasta 
dos princípios espirituais que derem 
origem ao nascimento das religiões. 
128 
●Com o tempo, as religiões têm que 
explicar as injustiças sociais 
terrenas e a razão dos bons 
sofrerem tanto – daí algumas 
práticas religiosas que defendem a 
salvação pelo sofrimento/fé, como o 
cristianismo medieval, evitando tais 
“explicações”. 
 
129 
 O Protestantismo mudou tudo isso. 
Criou uma ética (valores /princípios 
que orientam a vida em geral) do 
trabalho como vontade de Deus e 
caminho para a salvação 
 
É o contrário do “misticismo”tradicional, que levava a pessoa à 
“sair do mundo” concreto. 
130 
 É uma ética nova que penetra 
todas as relações sociais: vizinho, 
amigos, pobres, débeis, vida 
amorosa, política, economia, artes e 
lazer (ou falta de tal coisa). 
 Este novo modo de vida vai mudar 
toda a concepção de mundo e tornar 
a religião uma mola para o sucesso 
pessoal. 
131 
 PROTESTANTISMO X CAPITALISMO 
 
O Capitalismo surgiu como empreendimento ra-cional – 
técnicas, direito, comércio, ideologias e ética racional 
na economia (ética dos resultados e lucro). 
Ética calvinista (protestante) era uma constante na 
Europa mais capitalista. 
Por quê? Porque era uma ética que abominava a 
preguiça, a perda de tempo, a ociosidade, o lazer, o 
luxo e o excesso de sono. 
 
 132 
 Essa “teoria” de Weber foi expressa na 
sua mais famosa obra: “A Ética Protestante 
e o Espírito do Capitalismo”. (1904) 
 
Esse livro foi considerado por vários 
intelectuais consultados pela “Folha de São 
Paulo”, em 2000, como o mais importante 
do Século XX, numa lista que tinha livros de 
Freud, Marx, Einstein, Keynes, Durkheim e 
tantos outros gênios do pensamento 
humano moderno. 
133 
As ações sociais são de 
quatro tipos ideais: 
1.Ação racional com relação a fins: 
 
- É um cálculo que busca resultados. 
 Exemplos: 
 . Estudar para passar de ano; 
 . Ser comportado para ganhar prêmio; 
 . Parecer ser honesto para se eleger; 
 . Aplicar na bolsa para ganhar dinheiro. 
134 
2. Ação racional orientada por valores: 
- As ações são orientadas por valores ou 
convicções determinadas. 
 Exemplos: 
 . Ser contra o aborto; 
 . O Capitão que afunda com o seu navio; 
 . Não comer carne na Semana Santa; 
 . Não mentir; 
 . Não aceitar suborno; 
 . Cumprir sua palavra. 
135 
3. Ação Afetiva: 
 
-É um ação orientada, basicamente, por 
emoções. Ação bem irracional. 
 Exemplos: 
 . Ter ciúmes do amigo da namorada; 
 . Vingar-se de uma ofensa recebida; 
 . Ser fã incondicional de um político; 
 . Idolatrar pessoas ou artistas famosos; 
 . Respeitar as pessoas mais velhas. 
136 
4. Ação Tradicional: 
 
-É a ação menos consciente, tem base no 
costume e nos hábitos. Totalmente 
irracional. 
 Exemplos: 
 . Adoração dos ingleses pela monarquia; 
 . Votar sempre nos mesmos políticos; 
 . Não comer carne na semana santa(?); 
 . Fazer o sinal da cruz diante de igrejas. 
137 
Weber – Teoria da 
Dominação 
Por que e como as relações sociais se 
mantêm? 
 
Resposta de Weber: por conta da 
dominação ou produção de legitimidade – 
submissão de um grupo a um “mandato”, 
aceitação de uma “autoridade” (alguém 
que “representa” o coletivo). Aí, então, 
entra a questão do “poder”. 
138 
Poder é a probabilidade de impor sua 
vontade. Os meios para alcançá-lo são 
muito variados: emprego da violência, 
palavra/oratória, sufrágio, sugestão, 
engano grosseiro, tática no parlamento, 
tradições, etc. 
A dominação pode ser por interesses 
(tráfico ou jogo de interesses) ou por 
autoridade (mandar, obedecer, 
influência). Mas sempre o dominador 
influi na conduta dos dominados. 
139 
Os tipos ideais ou puros de 
dominação são três: 
●1. TRADICIONAL 
 
●2. CARISMÁTICA 
 
●3. RACIONAL-LEGAL 
140 
●1. TRADICIONAL: 
 
 Autoridade do “ontem eterno”, passado, 
tradição, costume, etc. (...) dá orientação 
habitual para o conformismo” (Weber). 
 
Exemplos: patriarcas antigos, príncipes 
patrimonialistas (como em Portugal no 
tempo das navegações, etc.). Certos 
políticos brasileiros. 
 Ex: o político José Sarney 
141 
●2. CARISMÁTICA: 
 
 Autoridade com base no dom pessoal de 
uma pessoa ou líder. 
 Exemplos: profetas, heróis de guerra, 
chefes de partidos, demagogos, etc. – gente 
como Napoleão, Hitler, Stálin, Getúlio, 
Médici, Lula e outros. 
142 
●3. RACIONAL-LEGAL: 
 
 Autoridade vem das regras jurídicas ou 
leis racionalmente criadas. 
 Exemplo: autoridade dos modernos 
servidores do Estado (presidentes, 
professores, juízes, prefeitos, etc.). 
143

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