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Caro aluno Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe- ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção: No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en- contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. multimídia Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em seu dia a dia. vivenciando Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê- -las com tranquilidade. áreas de conhecimento do Enem Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria- mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque- les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza- ção dos estudos e até a resolução dos exercícios. diagrama de ideias Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela- borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina. Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio- logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive. conexão entre disciplinas Herlan Fellini De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo o território nacional. incidência do tema nas principais provas Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques- tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com- pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua- dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. teoria Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta- dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com- preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula. aplicação do conteúdo © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020 Todos os direitos reservados. Autor Márcio Cavalcanti de Andrade Diretor-geral Herlan Fellini Diretor editorial Pedro Tadeu Vader Batista Coordenador-geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica Hexag Sistema de Ensino Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Imagens Freepik (https://www.freepik.com) Shutterstock (https://www.shutterstock.com) ISBN: 978-65-88825-08-2 Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis- posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre- sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2020 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br SUMÁRIO ENTRE SOCIEDADES: SOCIOLOGIA Aula 1: A Sociologia: Auguste Comte 6 Aula 2: Émile Durkheim 11 Aula 3: Divisão do trabalho durkheimiana 17 Aula 4: Karl Marx 23 Aula 5: Ideologia 30 Aula 6: Max Weber 37 Aula 7: Capital humano 44 Aula 8: O problema da violência 52 Aula 9: O processo civilizador 60 Aula 10: Antropologia e etnocentrismo 68 Aula 11: Cultura e etnia 75 Aula 12: A questão de gênero 82 Aula 13: Estratificação social e suas formas 90 Aula 14: O meio ambiente como problema social 96 Aula 15: A atual sociedade: 3ª via e espetáculos 102 Aula 16: Identidade 109 Aula 17: A sociologia analisa o Brasil no século XX 116 Aula 18: Geração de 30 122 Aula 19: Florestan Fernandes 130 Aula 20: Movimentos Sociais 136 Aula 21: Modernidade Líquida 142 Aula 22: Michel Foucault 150 Aula 23: A Sociologia na prática 158 Aula 24: Pierry Lévy 166 Aula 25: Roberto DaMatta 172 Aula 26: A nova ordem social de dominação 178 Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura. H2 Analisar a produçãoda memória pelas sociedades humanas. H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura. H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades. Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder. H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social. H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial H10 Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica. Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades. H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. H14 Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas. H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social. H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção. H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais. H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano. H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, fa- vorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social. H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas. H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades. H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social. Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos. H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem. H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos. H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos. H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas. H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas. SOCIOLOGIA: Incidência do tema nas principais provas UFMG A prova trata a Sociologia com um olhar independente, não relacionando com História. O seu enfoque é relacionar teorias e correntes filosóficas associadas ou contrárias. A prova apresenta uma temática sociológica relacionada com literatura, exigindo do candi- dato a interpretação do assunto abordado. A prova apresenta uma relação da Sociologia com a Geografia. Diante disso, o candidato precisa relacionar as transformações do espaço e do próprio homem em conjunto com as teorias sociológicas. A prova cobra a disciplina de Sociologia de forma indireta nas temáticas de redação. A prova é direcionada para a prática da Medi- cina. Assim, a Sociologia é cobrada de maneira indireta, principalmente nos temas de redação, que podem auxiliar os candidatos a elaborarem melhor os seus argumentos. A prova cobra a disciplina de Sociologia de forma indireta nas temáticas de redação. A prova direciona diretamente para a Sociolo- gia, com conceitos sociológicos, e é abordada de forma indiretamente nas temáticas de redação. A prova contém interdisciplinaridade nas Ci- ências Humanas, com poucas questões diretas na área da Sociologia, tendo preferência por questões temáticas. A abordagem do vestibular da USP é interdis- ciplinar, de forma que a Sociologia é tratada mais como um alicerce para a compreensão da realidade e suas transformações. A prova apresenta a Sociologia de forma sutil, apontando alguns aspectos culturais e étnicos. A prova segue diretamente a disciplina de Sociologia, com questões específicas, podendo também fazer uma abordagem nas temáticas de redação A prova não aborda a Sociologia. A prova cobra a disciplina de Sociologia de forma indireta nas temáticas de redação. A prova é apresentada conforme seu edital específico, na qual são relacionados alguns livros ou trechos de obras de sociólogos e antropólogos. A prova trata a Sociologia com um olhar específico, possuindo um edital diferenciado com autores específicos. 6 A Sociologia surge como um fruto das diversas transfor- mações do cotidiano, oriundo da Revolução Industrial, que impulsionou ainda mais as desigualdades sociais entre os homens – fato este que modificou as relações interpesso- ais, tendo como referência as relações do trabalho e sua desvalorização do trabalho humano. Diante disso, emerge uma ciência que se preocupava em oferecer uma explicação para os novos fenômenos sociais. 1. AUGUSTE COMTE (1798-1857) Observando as transformações vigentes dessa sociedade pós-Revolução Industrial, o filósofo francês Auguste Comte viu emergir uma nova ciência – a Sociologia – que seguindo uma racionalidade seria a mais elevada de todas as ciências. Comte introduz o positivismo, corrente filosófica que buscava uma reorganização intelectual, moral e política da ordem so- cial, com o intuito de controle de todas as instituições sociais. O seu pensamento consistia em três estágios, contida em seu Curso de filosofia positiva: teológico, metafísico e positivo. Estado teológico: corresponde à infância da humanida- de, pois a mente humana se baseia a um conhecimento provisório, ilusório, ou seja, tenta explicações da rea- lidade por meio de entidades sobrenaturais. Segundo Comte, a religião se encaixa nesse estado, pois ela ini- cia o processo do conhecimento; porém, é um tipo de conhecimento não tão confiável. Estado metafísico: as explicações dos fenômenos da realidade são feitas por entidades abstratas, mas con- têm traços de elementos teológicos. Sendo um estado intermediário para o conhecimento definitivo. Estado positivo: representa a realidade, sendo a forma definitiva. Aqui a ciência predomina, de modo que se busca os fatos e não as causas ou princípios; se preo- cupa com o processo do conhecimento, e não com os motivos dessas causas. 1.1. Positivismo O pensamento científico e experimental é o únicoguia para o ser humano, de forma que a ciência é a base dessa doutrina, com o intuito de organizar todos os elementos da sociedade, inclusive a área religiosa. Comte – As leis dos três Estados FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo A SOCIOLOGIA: AUGUSTE COMTE COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 AULA 1 O que é o Positivismo? João Ribeiro Júnior. São Paulo: Brasiliense (Coleção Primeiros Passos), 10. ed., 2003. Nesse livro, está contido, de forma concisa, o desenvolvimento das ideias positivistas. multimídia: livro 7 Em sua obra Sistema de política positiva (1854), Comte cria a religião da humanidade ou a religião positivista, que tem como princípios ou diretrizes “o amor, por princípio”, “a ordem, por base” e “o progresso, por fim”, num processo de progresso contínuo, tal qual um processo evolutivo, da humanidade que acredita fielmente na ciência. Esse processo evolutivo também recairia entre as ciências positivas – matemática, física, astronomia, química, biolo- gia –, e teria como a maior entre essas ciências uma nova ciência – a sociologia –, que englobaria todas elas. Pensando no controle da sociedade, Comte estruturou que to- dos os elementos deveriam ter a razão científica como norteador dessas ações. Esse pensamento ganhou força na Europa durante o século XIX, entre governos monárquicos e republicanos. Uma nação que seguiu com toda ênfase o pensamento positivista foi o Império Austro-Húngaro, que difundiu esse pensamento. Positivismo: reabrindo o debate Hermas Gonçalves Arana. Campinas: Autores Associados, 2007. Questionando chavões e invocando textos de pouca circulação entre nós, o autor busca determinar o núcleo teórico das principais doutrinas positivistas, em sua multiformida- de, tomando como fio condutor o conceito de dado empírico. multimídia: livro O positivismo de Auguste Comte FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo 1.2. Positivismo no Brasil Com o início da República, no século XIX, o positivismo ganhou força, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Com suas características de que existe uma hierarquia, a qual deve seguir uma ordenação científica, o positivismo ganhou muitos adeptos dos altos oficiais do Exército e algumas camadas da burguesia brasileira. Diante disso, a nova bandeira do Brasil ganhou um lema positivista. BANDEIRA DO IMPÉRIO BRASILEIRO BANDEIRA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Entre os brasileiros que propagaram o pensamento positivista, podemos destacar os primeiros presidentes da República Deo- doro da Fonseca e Floriano Peixoto, os militares Benjamin Cons- tant e Cândido Rondon e o escritor Euclides da Cunha. 8 TEMPLO POSITIVISTA E DETALHE DO ALTAR, COM A IMAGEM DA DEUSA HUMANIDADE, INSPIRADA EM TRAÇOS DE CLOTILDE DE VAUX, MUSA INSPIRADORA DE AUGUSTE COMTE, NA IGREJA POSITIVISTA DO BRASIL, LOCALIZADA NO RIO DE JANEIRO Comte se refere ao continente sul-americano, onde sua dou- trina mais se expandiu: “Originadas da mesma civilização ocidental, mas sem os obstáculos retrógrados que no velho mundo protelam a vitória da nova fé (...) essas nações apre- sentam, tanto no temporal como no espiritual, as melhores disposições para aceitarem a doutrina regeneradora”. Positivismo Noel Rosa, 1933 A letra de Noel Rosa apresenta uma inspira- ção no positivismo de Comte, colocando ba- ses do positivismo diretamente na letra. FONTE: YOUTUBE multimídia: música DIAGRAMA DE IDEIAS DOMINAÇÃO SOCIAL O AMOR POR PRINCÍPIO POSITIVISMO A ORDEM POR BASE PROGRESSO POR FIM 3 ESTÁGIOS PELO USO CIENTÍFICO COMTE • ESTADO POSITIVO • ESTADO METAFÍSICO • ESTADO TEOLÓGICO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS SURGE A SOCIOLOGIA 9 Aplicando para Aprender (A.P.A.) 1. (UFF) O positivismo foi um sistema filosófico criado no século XIX por Augusto Comte e que exerceu grande influência no Brasil, especialmente entre militares, mé- dicos, cientistas e em algumas correntes de republica- nos que participaram diretamente da proclamação da República e ocuparam postos de governo no início do novo regime. Dentre as inovações adotadas no início do regime republicano brasileiro, sob influência de ideias positivistas, estão: a) sufrágio universal, direito de voto do analfabeto e das mulheres. b) estatização das fábricas, coletivização da agricultu- ra e partido único. c) liberdade sindical, leis trabalhistas e salário mínimo. d) separação da igreja e do estado, liberdade religiosa e casamento civil. e) indenização aos proprietários de escravos, desestímu- lo à pequena propriedade e abolição de impostos rurais. 2. (Unicentro) Sobre o positivismo, é correto afirmar que é uma doutrina: a) do século II a.C. b) que acolhe os postulados socráticos. c) que privilegia o estudo metafísico da natureza. d) que não decorreu do desenvolvimento das ciências modernas. e) nascida no ambiente cientificista nos finais do sé- culo XVIII e início do século XIX. 3. (UEL) A ordem e o progresso constituem partes fun- damentais da Sociologia de Auguste Comte. Com base nas ideias comteanas, assinale a alternativa correta. a) A ordem social total se estabelece de acordo com as leis da natureza, e as possíveis deficiências existentes podem ser re- tificadas mediante a intervenção racional dos seres humanos. b) A liberdade de opinião e a diferença entre os indiví- duos são fundamentos da solidariedade na formação da estática social; essa diversidade produz vantagens para a evolução, em comparação com a homogeneidade. c) O desenvolvimento das forças produtivas é a base para o progresso e segue uma linha reta, sem oscilações e, portanto, a interferência humana é incapaz de alterar sua direção ou velocidade. d) O progresso da sociedade, em conformidade com as leis naturais, é resultado da competição entre os indivíduos, com base no princípio de justiça de que os mais aptos recebem as maiores recompensas. e) O progresso da sociedade é a lei natural da di- nâmica social e, considerado em sua fase intelectual, é expresso pela evolução de três estados básicos e sucessivos: o doméstico, o coletivo e o universal. 4. (Unimontes) O positivismo foi uma corrente de pen- samento filosófico predominante no século XIX e iní- cio do século XX. Seu mais eminente representante foi Auguste Comte (1798-1857), que é considerado o pre- cursor da Sociologia. No que tange às características fundamentais do positivismo, pode-se afirmar, exceto: a) Para o positivismo, o conhecimento científico é a “bús- sola da sociedade”. Nesse sentido, é imprescindível que se tenha o conhecimento acerca dos fenômenos sociais, para que se consiga prever os mesmos e agir com eficácia. b) O positivismo persegue um objetivo principal: des- cobrir as leis gerais que regem os fenômenos sociais. c) O positivismo é uma doutrina filosófica que enfatiza a busca pelo conhecimento das singularidades sociais, dando ênfase ao estudo interpretativo das ações de indivíduos em uma determinada coletividade. d) O positivismo preza pela regularidade, estabilidade e bom funcionamento das instituições sociais. 5. (UEL) O lema da bandeira do Brasil, “Ordem e Pro- gresso”, indica a forte influência do positivismo na for- mação política do Estado brasileiro. Assinale a alterna- tiva que apresenta ideias contidas nesse lema. a) Crença na resolução dos conflitos sociais por meio do estímulo à coesão social e à evolução natural da nação. b) Ideais de movimentos juvenis, que visam superar os valores das gerações adultas. c) Denúncia dos laços de funcionalidade que unem as instituições sociais e garantem os privilégios dos ricos. d) Ideal de superação da sociedade burguesa através da revolução das classes populares. e) Negação da instituição estatal e da harmonia cole- tiva baseada na hierarquia social. 6. (UEL) Até o século XVIII, a maioria dos campos de co- nhecimento, hoje enquadrados sob o rótulo de ciências, era ainda, como na antiguidade clássica, parte integral dos grandes sistemas filosóficos.A constituição de sabe- res autônomos, organizados em disciplinas específicas, como a Biologia ou a própria Sociologia, envolverá, de uma forma ou de outra, a progressiva reflexão filosófica, como a liberdade e a razão. QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M.L.O.; OLIVEIRA, M.G.M. UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, DURKHEIM E WEBER. BELO HORIZONTE: UFMG, 2002, P. 12. Com base nos conhecimentos sobre o surgimento da Sociologia, assinale a alternativa que apresenta, corre- tamente, a relação entre conhecimento sociológico de Auguste Comte e as ideias iluministas. a) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo iluminismo, que influenciou o positivismo. b) A crença na razão como promotora do progresso da socie- dade foi compartilhada pelo iluminismo e pelo positivismo. c) O iluminismo forneceu os princípios e as bases teóri- cas da luta de classes para a formulação do positivismo. d) O reconhecimento da validade do conhecimento teológico para explicar a realidade social é um ponto comum entre o iluminismo e o positivismo. e) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo iluminismo e aceitos pelo positivismo. 10 7. (UFUB adaptada) Sobre o surgimento da Sociologia, podemos afirmar que: I. A consolidação do sistema capitalista na Europa no sécu- lo XIX forneceu os elementos que serviram de base para o surgimento da Sociologia enquanto ciência particular. II. O homem passou a ser visto, do ponto de vista socio- lógico, a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem. III. Aquilo que a Sociologia estuda constitui-se historica- mente como o conjunto de relacionamentos que os ho- mens estabelecem entre si na vida em sociedade. IV. Interessa para a Sociologia, não indivíduos isolados, mas inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais fazem parte, como a escola, a família, as classes sociais etc. a) II e III estão corretas. b) Todas as afirmativas estão corretas. c) I e IV estão corretas. d) I, III e IV estão corretas. e) II, III e IV estão corretas. 8. (UFUB) Surgida no momento de consolidação da so- ciedade capitalista, a Sociologia tinha uma importante tarefa a cumprir na visão de seus fundadores, dentre os quais se destaca Auguste Comte. Assinale a alternativa correta quanto a essa tarefa. a) Desenvolver o puro espírito científico e investigativo, sem maiores preocupações de natureza prática, deixando a so- lução dos problemas sociais por conta dos homens de ação. b) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, dessa forma, colaborar para transformar radicalmente a ordem capita- lista responsável pela exploração dos trabalhadores. c) Tornar realidade o chamado “socialismo utópico”, vis- to como única alternativa para a superação das lutas de classe em que a sociedade capitalista estava mergulhada. d) Contribuir para a solução dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, tendo em vista a necessária estabilização da ordem social burguesa. e) Nenhuma das anteriores. 9. (UFUB) O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de: a) manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito círculo sacerdotal. b) manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo. c) condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pen- sar conforme os ensinamentos transmitidos pelos deuses. d) considerar os fenômenos sociais como propriedade exclusiva de forças transcendentais. e) observar, medir e comprovar as regras que tornassem possível, através da razão, prever os fenômenos sociais. 10. (Unimontes) O positivismo foi a corrente de pensa- mento que teve forte influência sobre o método de in- vestigação na Sociologia, por propor um sistema geral do conhecimento com a pretensão de “organizar” a socie- dade. São aspectos fundamentais do positivismo, exceto: a) Para o positivismo clássico, é impossível conhecer o estado de um fenômeno social particular se não for considerado cientificamente o todo social. b) Na concepção positivista, graças à aplicação da ciência à organização do trabalho, a humanidade de- senvolve suas potencialidades. c) As ideias na Sociologia positivista tentam descobrir qual é a ordem social que orienta a história humana. d) O positivismo fundamenta-se na concepção dialéti- ca de Georg Wilhelm F. Hegel (1770-1831), originária do Idealismo alemão. Propõe um método interpreta- tivo de sociedade baseado na ideia de contrato social. 11. “(...) ciência, daí previdência, previdência daí ação.” QUINTANEIRO, TÂNIA; ET AL. UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, DURKHEIM, WEBER. 2. ED. BELO HORIZONTE: UFMG, 2002, P. 19. Tendo em vista o contexto do surgimento da Sociologia, disserte sobre o significado desta formulação de Augus- te Comte (1798-1857), quanto ao papel que a Sociologia deveria ter. 12. Segundo Augusto Comte, a sociedade humana deve passar por três estados: o teológico, o metafísico e, por último, o positivo. É nesse último estado que, para Com- te, a Sociologia se torna tão importante. a) Qual a razão dessa importância? b) Esse tipo de argumento continua sendo válido? GABARITO 1-D; 2-E; 3-A; 4-C; 5-A; 6-B; 7-B; 8-D; 9-E; 10-D 11. A citação apresentada no enunciado da questão evidencia a ideia que Comte possuía acerca da importância da ciência. Segundo ele, a ciência servia tanto para interpretar a realidade como para prever fenômenos e oferecer instrumentos efica- zes de se agir sobre a realidade no intuito do progresso da sociedade. É seguindo esse mesmo argumento que Durkheim pensa o papel da Sociologia: esta deve ser uma ciência capaz de não somente interpretar a realidade social, mas de agir sobre ela de forma a evitar estados de anomia (doença) social. 12. a) Para Comte, a Sociologia deveria ser responsável por aplicar os princípios científicos do positivismo na socie- dade, para solucionar seus problemas e garantir a coesão social. Segundo ele, a sociologia seria a última e mais im- portante das ciências. b) Não. O positivismo foi em grande parte abandonado pela sociologia. Isso porque ele parte de premissas cientifi- cistas, que consideram a sociedade como um corpo físico, por exemplo. Atualmente, sabe-se que a sociologia é ape- nas mais uma entre outras ciências e que ela é incapaz de, por si só, solucionar os problemas sociais. 11 A Europa passava por um momento de tranquilidade polí- tica e econômica, chamada de Belle Époque, entre o fim da Guerra Franco-Prussiana, em 1871, e o começo da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Nesse momento, surgiram diversos avanços tecnológicos, como telefone, telégrafo sem fio, cinema, automóvel, avião, fotografia, bonde elétrico, entre outras novidades. Diante dessa efervescência tecnológica, ocorreu uma grande trans- formação nos hábitos das pessoas, que direcionou os indi- víduos para o consumo de bens de consumos e o encanta- mento desses produtos perante os próprios indivíduos. 1. ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) ÉMILE DURKHEIM COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 AULA 2 Um dos precursores da escola sociológica francesa, o so- ciólogo Émile Durkheim sofreu uma forte influência do positivismo comteano, contendo traços do funcionalismo social, em que considera as funções sociais contidas em seu objeto de pesquisa, trabalhando a moral, a religião etc. Ele compreende a “cultura” como algo coletivo, um ele- mento vivo por assim dizer, que acaba se transformando ao longo do tempo. Assim, a sociedade se constrói mediante essas transformações culturais, consolidando ou rejeitando princípios morais e éticos. 1.1. O fato social Os fatos sociais são maneiras de pensar, agir e sentir que existem independentemente das manifestações individu- ais, isto é, são ações exteriores ao indivíduo, sendo gene- ralizados na sociedade, de modo que são dotados de uma força imperativa e coercitiva perante os indivíduos. Pode-se considerar como um exemplo de fatosocial: déca- das atrás, um homem só se fazia respeitado por suas ves- timentas, em que a cartola era requisito fundamental para um homem ser considerado respeitado, ao passo que um indivíduo que não tinha esse elemento não era considerado um homem de bem. Atualmente, esse utensílio não faz parte das vestimentas de um homem moderno. Um outro exemplo de fato social são as modas que as mídias direcionam para os seres, criando costumes ou hábitos que são reproduzidos por parte da sociedade. Diante disso, o fato social pode ser modificado ao longo do tempo, podendo não ser mais repro- duzido ou ser gerado um novo fato social. Segundo Durkheim, existem tipos de fatos sociais: Fato social normal: é o fato social coercitivos, feitos de forma exterior, desencadeando ações coletivas e gerais. Fato social patológico: é o fato que aponta elementos de desequilíbrio. Fato social anômico: é o fato que apresenta uma au- sência de normas e de valores morais. Já as características dos fatos sociais devem ter traços de: generalidade: comum a todos ou à maioria dos integran- tes desse grupo social; Na íntegra – Émile Durkheim Entrevista com Raquel Weiss, doutora em Filosofia pela USP, especialista em Émile Durkheim. Nesse programa, Raquel apresenta alguns conceitos da sociologia durkheimiana. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo 12 exterioridade: não depende do indivíduo; e coercitividade: se impõe de diversas formas. 1.2. A religião para Durkheim Na intenção de investigar o ser humano, Émile Durkheim nota que o elemento primordial que entrelaça todos os seres é a religião, pois, mesmo serem monoteístas ou politeístas, todas as religiões separam radicalmente o mundo profano do mundo sagrado. Ele considera todas as religiões como iguais, pois são “espécies de um mesmo gênero”, contendo um sis- tema de crenças e de cultos, conjuntos de atitudes rituais, nas quais os seus “movimentos são estereotipados”. A religião constrói a sociedade, na qual “as divisões em dias, semanas (...) correspondem à periodicidade dos ritos, das festas”, sen- do assim uma manifestação natural da atividade humana. Vimos que o totemismo coloca em; a seguir vêm os animais a em primeiro lugar, entre as coisas que reconhece como sagradas, as representações figuradas do totem; a seguir vêm os animais ou os vegetais que dão seu nome ao clã e, finalmente, os membros desse clã. Como todas essas coisas são igualmente sagradas, embora em diferentes graus, seu caráter religioso não pode depender de nenhum dos atributos entrar no domínio das conjeturas arbitrárias e inverificáveis. Se quisermos permanecer em concordância com os resultados anteriormente obtidos, devemos, ao mesmo tempo que afirmamos a natureza religiosa do totemismo, impedir-nos de re- duzi-lo a uma religião como causa ideias que não seriam religiosas. ÉMILE DURKHEIM AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2000, P. 187-188. A religião, para Durkheim, é uma espécie de especulação de tudo que escapa à ciência, ou seja, o sobrenatural, possuin- do assim na sua essência um conjunto de símbolos (os ritos). O homem é um ser social, porque pensa por conceitos. A concepção de mito é entendida como a representação de uma espécie de herói histórico. 1.3. O método científico Durkheim inaugura o processo de investigação sobre os fenômenos sociais, pautado na observação dos fatos. Só que esse procedimento deve ser guiado por uma análise neutra do pesquisador, pois é necessário a esse observa- dor suprimir todos os seus juízos de valores pessoais para que conclusões não sejam precipitadas. Entretanto, essa investigação precisa apresentar um retrato fiel do objeto analisado, observando todos os elementos que compõem essa estrutura vista. Nesse momento, Durkheim apresenta a importância da sociologia como a ciência. Nesse processo, é saliente notar que Durkheim aponta al- guns direcionamentos: o processo deve ser objetivo; os fatos analisados podem ser normais ou anômicos; e e como esses fatos se interligam ou afetam os inte- grantes desse grupo estudado. Assim, aconteceram fatos corriqueiros, que serão caracteri- zados como normais; e também fatos que fogem desse es- tereótipo de normalidade, que acarretarão anomias sociais, isto é, coisas estranhas que fogem da normalidade. Montesquieu e Rousseau Émile Durkheim. São Paulo: Madras, 2008. Durkheim discorre sobre o pensamento de Montesquieu e Rousseau, abordando os assuntos concernentes à ciência social, tais como moralidade, religião, vida econômica, família etc., que são inerentes a essa so- ciedade e que fazem parte, ainda que não percebamos, da relação de cada um com o mundo. multimídia: livro Pequeno cidadão Arnaldo Antunes. 2009. Álbum: A curva da cintura Nessa canção, nos deparamos com uma se- quência de ordens, totalmente vigiadas por um adulto, que, de uma forma coercitiva, con- trola tudo de maneira a estabelecer as regras e as normas. FONTE: YOUTUBE multimídia: música 13 DIAGRAMA DE IDEIAS MÉTODO CIENTÍFICO SOLIDARIEDADE MECÂNICA SOLIDARIEDADE ORGÂNICA SIMPLES COMPLEXA FATO SOCIAL SUICÍDIO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO • NORMAL • PATOLÓGICO • ANÔMICO • EGOÍSTA • ALTRUÍSTA • ANÔMICO DURKHEIM 14 Aplicando para Aprender (A.P.A.) 1. (UFU) A concepção da Sociologia de Durkheim se ba- seia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é de- monstrar que pode e deve existir uma Sociologia obje- tiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. ARON, R. AS ETAPAS DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 1995. P. 336. Em vista do exposto, assinale a alternativa correta. a) Durkheim demonstrou que o fato social está des- conectado dos padrões de comportamento culturais do indivíduo em sociedade e, portanto, deve ser usa- do para explicar apenas alguns tipos de sociedade. b) A solidariedade orgânica, para Durkheim, possui pequena divisão do trabalho social, como pode ser de- monstrada pela análise dos fatos sociais da sociedade. c) Segundo Durkheim, a primeira regra, e a mais fun- damental, é considerar os fatos sociais como coisas para serem analisadas. d) O estado normal da sociedade para Durkheim é o estado de anomia, quando todos os indivíduos exer- cem bem os fatos sociais. 2. (UEG) O objeto de estudo da Sociologia, para Durkheim, é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A construção durkheimiana do objeto de estudo da Socio- logia pode ser considerada: a) positivista, pois se fundamenta na busca de objeti- vidade e neutralidade. b) dialética, pois reconhece a existência de uma reali- dade exterior ao pesquisador. c) kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a coisificação da realidade. d) nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” como fundamento para a pesquisa. e) weberiana, pois aborda a ação social racional atri- buída por um sujeito. 3. (UFU) A tirinha de Quino abaixo ilustra a concepção de fato social, segundo Durkheim. Para o autor, é característica do fato social: a) ser geral e igual em todas as sociedades. b) dar liberdade ao indivíduo, em uma dada sociedade, de praticar ações e atitudes ligadas ao seu senso crítico. c) ser particular de cada indivíduo, sem interferência do grupo social no qual está inserido. d) exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior. 4. (UEL) Leia o texto a seguir. Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celu- lar ou de ser incapaz de ficar sem ele por mais de um dia é a origem da chamada “nomofobia”, contração de no mo- bile phobia, doença que afeta principalmente os viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados. Uma parte da população acha que, se não estiver conecta- da, perde alguma coisa. E se perdemos alguma coisa, ou se não podemos responder imediatamente, desenvolvemos formas de ansiedade ou nervosismo. O MEDO DE NÃO TER O CELULAR À DISPOSIÇÃO CRIA NOVA FOBIA. DISPONÍVEL EM: <EXAME.ABRIL.COM.BR/ESTILO-DEVIDA/COMPORTAMENTO/NOTICIAS/O-MEDO-DE-NAO-TER-O-CELULAR-ADISPOSICAO-CRIA- NOVA-FOBIA>. ACESSO EM: 9 ABR. 2012 (ADAPTADO). Com base no texto e nos conhecimentos sobre sociali- zação e instituições sociais, na perspectiva funcionalista de Durkheim, assinale a alternativa correta. a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia so- cial na medida em que aproxima o contato em tempo real dos indivíduos, fortalecendo a integração com a vida social. b) As interações sociais via tecnologias digitais são uma forma de solidariedade mecânica, pois os indiví- duos uniformizam seus comportamentos. c) O que faz de uma rede social virtual uma insti- tuição é o fato de exercer um poder coercitivo e ao mesmo tempo desejável sobre os indivíduos. d) O uso de interações sociais por recursos tecnológi- cos constitui um elemento moral a ser compreendido como fato social. e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, faz-se necessário que esteja presente em uma diver- sidade de grupos sociais. 5. (Enem) A Sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assu- mir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes genera- lidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão am- plas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova. DURKHEIM, ÉMILE. O SUICÍDIO: ESTUDO DE SOCIOLOGIA. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2000. O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em cons- truir uma sociologia com base na a) vinculação com a filosofia como saber unificado. b) reunião de percepções intuitivas para demonstração. c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político. 15 6. (UEL) O positivismo foi uma das grandes correntes de pensamento social, destacando-se, entre seus princi- pais teóricos, Augusto Comte e Émile Durkheim. Sobre a concepção de conhecimento científico, presente no positivismo do século XIX, é correto afirmar: a) A busca de leis universais só pode ser empreen- dida no interior das ciências naturais, razão pela qual o conhecimento sobre o mundo dos homens não é científico. b) Os fatos sociais fogem à possibilidade de consti- tuírem objeto do conhecimento científico, haja vis- ta sua incompatibilidade com os princípios gerais de objetividade do conhecimento e a neutralidade científica. c) Apreender a sociedade como um grande organis- mo, a exemplo do que fazia o materialismo históri- co, é rejeitado como fonte de influência e orientação para as investigações empreendidas no âmbito das ciências sociais. d) A ciência social tem como função organizar e racio- nalizar a vida coletiva, o que demanda a necessidade de entender suas regras de funcionamento e suas ins- tituições forjadas historicamente. e) O papel do cientista social é intervir na construção do objeto, aportando à compreensão da sociedade os valores por ele assimilados durante o processo de socialização obtido no seio familiar. 7. (Unespar) Na produção sociológica do francês Émile Durkheim, fatos sociais são maneiras coletivas de agir, pensar e sentir que são exteriores ao indivíduo e exercem pressão ou coerção social, ainda que não se perceba, so- bre sua consciência. Também apresentam a característica de serem gerais na extensão de uma sociedade, na medida em que são comuns à maioria dos indivíduos. Durkheim considera que os fatos sociais não se confundem com as manifestações das consciências individuais, eles são uma realidade sui generis, uma realidade peculiar. ARAUJO, SILVA MARIA; BRIDI, MARIA APARECIDA; MOTIM, BENILDE LENZI. SOCIOLOGIA. ENSINO MÉDIO, VOLUME ÚNICO. SÃO PAULO: SCIPIONE, 2013, P. 50. Considerando o pensamento sociológico de Durkheim e com base na assertiva acima, assinale a alternativa correta. a) Os fatos sociais se configuram como ideias, tipos ideias, que representam a realidade. b) Os fatos sociais se definem como coisas e objetos que advém da mente humana, mais precisamente, da ideia que o indivíduo formula da realidade. c) Os fatos sociais são coisas e por isso podem se definir partir da consciência do indivíduo. d) Os fatos sociais se caracterizam como coisa e por isso devem atender às características de generalida- de, de externalidade e de coercitividade. e) Fato social é o método utilizado por Durkheim para explicar os fenômenos sociais que, quase sempre, re- sultam de ideias e de crenças. 8. (Unioeste) O sociólogo francês Émile Durkheim (1858- 1917), em sua obra As regras do método sociológico, ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da Socio- logia. Entre as constatações de Durkheim, está a de que o fato social não pode ser definido pela sua generalida- de no interior de uma sociedade. Nesta obra, Durkheim elabora um tratamento científico dos fatos sociais e cria uma base para a sociologia no interior de um conjunto coeso de disciplinas sociais, visando a fornecer uma base racional e sistemática da sociedade civil. Sobre o significado do fato social para Durkheim, é cor- reto afirmar que: a) os fenômenos sociais, embora obviamente inexis- tentes sem os seres humanos, residem nos seres hu- manos como indivíduos, ou seja, os fatos sociais são os estados mentais ou emoções dos indivíduos. b) os fatos sociais, parecem, aos indivíduos, uma realidade que pode ser evitada, de maneira que se apresenta dependente de sua vontade. Nesse sentido, desobedecer a uma norma social não conduz o indiví- duo a sanções punitivas. c) a proposição fundamental do método de Durkheim é a de que os fatos sociais devem ser tratados como coisas, ou seja, como objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de forma natural, mas atra- vés da observação e da experimentação. d) Durkheim considera os fatos sociais como coisas materiais. Pode-se afirmar, portanto, que todo objeto de ciência é uma coisa material e deve ser abordado a partir do princípio de que o seu estudo deve ser abordado sem ignorar completamente o que são. e) os fatos sociais são semelhantes aos fatos psíqui- cos, pois apresentam um substrato semelhante e evo- luem no mesmo meio, de maneira que dependem das mesmas condições. 9. (UFU) Leia o excerto abaixo. “[...] O centro dos primeiros sistemas da natureza não é o indivíduo, é a sociedade. É ela que se objetiva e não mais o homem.” RODRIGUES, J.A. (ORG.). DURKHEIM. SÃO PAULO: ÁTICA, 1978. P. 201-202. Nesse trecho, Durkheim propõe romper com o huma- nismo antropocêntrico dos modernos em favor de um novo modelo de conhecimento baseado no sociocen- trismo. Não mais o homem, mas a sociedade aparece como centro do conhecimento porque, para Durkheim: a) a sociedade é o modelo dos primeiros sistemas lógicos. b) os primeiros sistemas lógicos se fundem com a natureza. c) a consciência coletiva corresponde à totalidade dos conhecimentos individuais. d) a proeminência da estrutura social se realiza em detrimento do acontecimento. 16 10. (FGV) “O funcionalismo é um modelo explicativo im- portante nas teorias sociológicas contemporâneas e uma de suas raízes intelectuais é o conceito de função desen- volvido por Durkheim, em As regras do método socioló- gico (1895). Para o sociólogo francês, os elementos que compõem a sociedade devem ser estudados a partir da identificação das suas funções, vale dizer do papel que desempenham para fazer funcionar a sociedade. Assim, por exemplo, a função __________ é codificar e sacrali- zar as normas sociais, ao passo que a função __________ é reagir e punir as violações das normas, enquanto a fun- ção __________ é sustentar a vida material”. Assinale a opção que completa corretamente as lacu- nas do fragmento acima. a) da religião – da economia – do direito b) do direito– da religião – da economia c) do direito – da economia – da religião d) da economia – do direito – da religião e) da religião – do direito – da economia 11.A montagem acima faz uma sátira a respeito do uso do Facebook, uma das principais redes sociais da con- temporaneidade. Tendo em conta essa crítica, responda: a) O uso de redes sociais na internet pode ser consi- derado um fato social? Justifique sua resposta. b) A qual dos três aspectos do fato social a figura faz referência de forma mais marcante? Por quê? GABARITO 1-C; 2-A; 3-D; 4-D; 5-D; 6-D; 7-D; 8-C; 9-A; 10-E 11. a) Sim. O uso de redes sociais como o Facebook tem se mostrado geral, coercitivo e exterior aos indivíduos; uma vez que seu uso é cada vez mais intenso, as pessoas se sentem coagidas a participar dessas redes e isso independe do gosto delas por essa forma de comunicação. b) Ao caráter coercitivo. Uma vez fazendo parte dessa rede social, a pessoa encontra grandes dificuldades para deixar de utilizá-la. Isso está presente, na figura, pela ausência da porta de saída. 17 1. O SUICÍDIO Em sua obra intitulada O suicídio, de 1897, Durkheim pre- tende provar que o suicídio é um fato social, ocasionado pela coerção exterior e independente do indivíduo. Colocando em prática o seu método científico, unindo a observação e o processo empírico, o sociólogo francês bus- cou relacionar as taxas de suicídio em diversos países do Ocidente. Em sua conclusão, define que esse fenômeno como um fato social. Construindo uma definição útil do suicídio, classificando em três tipos: Egoísta: ato desencadeado pelo individualismo ex- tremo, de forma que o indivíduo encontra-se isolado de seus grupos sociais. Esse tipo de suicídio predomina nas sociedades modernas. Altruísta: ato que desencadeado pelo indivíduo toma- do pela obediência coercitiva do coletivo. Um exemplo desse altruísmo são os terroristas, chamados “homens/ mulheres-bombas”, que por uma ideologia, tiram as suas próprias vidas em prol de um ideal. Anômico: ato que representa uma mudança abrupta, anormal na taxa de normalidade do suicídio. Apontada por uma crise social, como o desemprego ou por pro- cessos de transformações sociais, como a moderniza- ção, que substituiu o homem no mercado de trabalho. 2. A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL Para Durkheim, em sua tese de doutorado de 1893, cha- mada “Da divisão social do trabalho”, a divisão do traba- lho concretiza-se mediante uma interação social, inserida na sociedade. Diante disso, o sociólogo afirma que a sociedade existe pela reprodução dos fatos sociais, transcendendo um consenso en- tre seus membros. Essa sociedade é constituída por duas for- mas de solidariedade, que distingue dois tipos de sociedade. O suicídio Diante uma explicação direta, o vídeo trata sobre o suicídio, na visão de Durkheim. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo Sociologia Émile Durkheim. José Albertino Rodrigues (Org.). São Paulo: Ática, 1978. multimídia: livro DIVISÃO DO TRABALHO DURKHEIMIANA COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 AULA 3 18 Sociedades tradicionais: consolidadas pela solidarieda- de mecânica, isto é, é um acordo presente em grupos sociais que compartilham os mesmos valores e crenças sociais, os quais são responsáveis pela coesão social. Sociedades modernas ou contemporâneas: consolida- das pela solidariedade orgânica, isto é, esses indivíduos não compartilham das mesmas crenças religiosas, pois cada indivíduo possui uma consciência própria. Nesse tipo de sociedade, a divisão do trabalho é crescente, sendo reproduzida pelas formas legais da sociedade, com regras e leis. Solidariedade mecânica Solidariedade orgânica Sociedade simples Sociedade complexas Sem divisão do trabalho Com inúmeras formas de divi- são do trabalho Seres iguais Seres diferentes Funções iguais Funções especializadas Consciência social menor Consciência social maior Coerção pela força e violência Coerção pelo controle forma- lizado Bicho de Sete Cabeças Brasil: 2000 (80 min) O filme discute possibilidades e limites das ins- tituições de socialização (religiosas, escolares e familiares), instituições totais (manicômios, insti- tuições carcerárias e hospitais), além da violação dos direitos humanos e construção da cidadania. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo Uma disciplina só pode ser chamada ciência se tiver um cam- po definido a explorar. A ciência trata de coisas, realidades. Se não tiver um material definido a descrever e interpretar, existe um vácuo. Além da descrição e da interpretação da realidade, ela não pode ter função real. A aritmética trata de números; a geometria, de espaços e figuras; as ciências naturais, de corpos animados e inanimados; e a psicologia, da mente hu- mana. Antes que a ciência social pudesse começar a existir, era preciso atribuir-lhe um assunto definido. À primeira vista, esse problema não apresenta dificuldade: o assunto da ciência social são as “coisas” sociais, ou seja, leis, costumes, religiões etc. Todavia, se olharmos para a história, percebemos que, até bem recentemente, nenhum filósofo ja- mais encarara esses assuntos sob essa luz. ÉMILE DURKHEIM MONTESQUIEU E ROUSSEAU: PIONEIROS DA SOCIOLOGIA. SÃO PAULO: MADRAS, 2008, P. 17 Senhor Cidadão Tom Zé. 1972. Álbum: Tom Zé Nessa canção, Tom Zé aponta sobre os fatos sociais que constituíram a sociedade, se uti- lizando de uma crítica. FONTE: YOUTUBE multimídia: música 19 DIAGRAMA DE IDEIAS SOCIEDADES TRADICIONAIS DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL VALORES SEMELHANTES MENOR DIVISÃO DO TRABALHO VALORES DIFERENTES MAIOR DIVISÃO DO TRABALHO FRUTO DE REPRODUÇÃO DOS FATOS SOCIAIS SOCIEDADES MODERNAS DURKHEIM 20 Aplicando para Aprender (A.P.A.) 1. (UEM) Sobre a relação entre a revolução industrial e o surgimento da sociologia como ciência, assinale o que for correto. a) A consolidação do modelo econômico baseado na indústria conduziu a uma grande concentração da população no ambiente urbano, o qual acabou se constituindo em laboratório para o trabalho de inte- lectuais interessados no estudo dos problemas que essa nova realidade social gerava. b) A migração de grandes contingentes populacionais do campo para as cidades gerou uma série de proble- mas modernos, que passaram a demandar investiga- ções visando à sua resolução ou minimização. c) Os primeiros intelectuais interessados no estudo dos fenômenos provocados pela revolução industrial compar- tilhavam uma perspectiva positiva sobre os efeitos do de- senvolvimento econômico baseado no modelo capitalista. d) Os conflitos entre capital e trabalho, potencializados pela concentração dos operários nas fábricas, foram tema de pesquisa dos precursores da sociologia e continuam inspirando debates científicos relevantes na atualidade. e) A necessidade de controle da força de trabalho fez com que as fábricas e indústrias do século XIX inse- rissem sociólogos em seus quadros profissionais para atuarem no desenvolvimento de modelos de gestão mais eficientes e produtivos. 2. (UFU) A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba alerta pais e responsáveis por crianças e adolescentes e os profissionais da educação e saúde em relação ao “jogo” Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos partici- pantes e sugere o suicídio como última etapa. DISPONÍVEL EM: <WWW.TRIBUNAPR.COM.BR/NOTICIAS/CURITIBA- REGIAO/JOGO-BALEIA-AZUL-DEIXA-CURITIBA-EM-ALERTA-OITO-JA- BRINCARAM-COM-MORTE/>. ACESSO EM: 22 ABR. 2017. Esse foi um dos alertas, nos últimos meses, relacionados ao “jogo Baleia Azul” e à possibilidade de suicídios de adoles- centes (13 a 17 anos) ligadas a ele. Pode-se realizar uma relação desses possíveis suicídios com os tipos de suicídios de Durkheim, pois, para esse pensador, os indivíduos são determinados pela realidade coletiva. Assim, o suicídio gerado pelo “jogo” seria classificado como: a) suicídio egoísta. b) suicídio anômico. c) suicídio etnocêntrico. d) suicídio cultural.3. (Unioeste) “Solidariedade orgânica” e “solidarieda- de mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a “coesão social” em diferentes tipos de sociedade. De acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades ocidentais modernas, prevalece a “solidariedade orgâ- nica”, onde os indivíduos se percebem diferentes em- bora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado capitalista, entretanto, baseada na competição indivi- dualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos de solidariedade que asseguram a coesão social e con- duzir a uma situação de “anomia”. De acordo com os postulados de Durkheim, é correto dizer que o conceito de “anomia” indica: a) a necessidade de todos demonstrarem solidarieda- de com os mais necessitados. b) uma situação na qual aqueles indivíduos porta- dores de um senso moral superior devem se colocar como líderes dos grupos dos quais fazem parte. c) a condição na qual os indivíduos não se identificam como membros de um grupo que compartilha as mes- mas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, por exemplo, o certo do errado e o justo do injusto. d) o consumismo exacerbado das novas gerações, representado pelo aumento do número de shopping centers nas cidades. e) a solidariedade que as pessoas demonstram quando en- toam cantos nacionalistas e patrióticos em manifestações públicas como os jogos das seleções nacionais de futebol. 4. (UEL) A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de Émile Durkheim, tanto por exprimir o desenvolvimento das formas de integração quanto por intensificar a divisão do trabalho social a ela ligada. Com base nos conhecimentos acerca da divisão de tra- balho social nesse autor, assinale a alternativa correta. a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de funções no espaço urbano torna obsoleta a presença de instituições. b) A solidariedade orgânica é compatível com a so- ciedade de classes, pois a vida social necessita de trabalhos diferenciados. c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “ho- mem massa”, as cidades recriam a solidariedade me- cânica em detrimento da solidariedade orgânica. d) O efeito principal da divisão do trabalho é o au- mento da desintegração social em razão de trabalhos parcelares e independentes. e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela cres- cente divisão do trabalho decorrem das vontades e das consciências individuais. 5. (Unicentro) Um dos livros muito conhecidos do soció- logo Emile Durkheim é o Da divisão do trabalho social, obra publicada em 1893. Nesse livro, o autor identifica o surgimento de um novo método de trabalho que condu- zia a uma nova fonte de interação social. Sobre a função da divisão do trabalho em Durkheim, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A especialização das profissões e a divisão do trabalho baseiam-se em uma ética asceta que leva os indivíduos a buscarem acumulação e eficiência e a evitarem o desper- dício e a preguiça. 21 ( ) Os resultados econômicos da divisão do trabalho são de menor importância, pois o efeito moral, o sentimento de solidariedade que essa produz é a sua verdadeira função. ( ) Um arranjo social com classes dominantes e classes dominadas em constante conflito entre si é uma das princi- pais implicações da divisão social do trabalho. ( ) A divisão do trabalho possibilita a coesão social, ga- rantindo o funcionamento harmônico do organismo social. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, V, V e F. b) F, V, V e V. c) F, V, F e F. d) F, V, F e V. e) V, F, F e F. 6. (Unimontes) Segundo o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a consciência coletiva corres- ponde ao conjunto das crenças e dos sentimentos co- muns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que possui dinâmi- ca própria. Ou seja, existem certos padrões morais es- tabelecidos pela sociedade aos quais as pessoas devem obedecer, como deveres por ela impostos, cuja natureza obrigatória da moral caminha conjuntamente à mani- festação voluntária da vontade de segui-la. Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, analise as afirmativas a seguir: I. A consciência coletiva produz um mundo de sentimentos, de ideias, de imagens e independe da maneira pela qual cada um dos membros dessa sociedade venha a manifes- tá-la, porque tem uma realidade própria. II. A consciência coletiva recobre todas as áreas de distin- tas dimensões na consciência das pessoas, independente- mente de que esteja inserido numa sociedade simples ou mesmo uma sociedade complexa. III. Quanto mais simples é a sociedade mais extensa é a consciência coletiva, maior é a coesão entre os participan- tes da sociedade, o que faz com que todos se assemelhem e, por isso, os membros do grupo sintam-se atraídos pelas similitudes uns com os outros. IV. Na sociedade complexa, o ideal moral é imutável, e uma vez que ele surge, impossibilita a sua modificação e evolu- ção, por mais que se modifiquem as condições de vida social. Estão corretas as afirmativas: a) I, II e IV, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as alternativas corretas. 7. (Unisc) Sobre certos sentimentos até então consi- derados inatos nos humanos Émile Durkheim, um dos fundadores da Sociologia, afirma que esses não são en- contrados em todas as sociedades, o que lhe permite concluir que “tais sentimentos resultam pois da orga- nização coletiva, em vez de constituírem a base dela”. DURKHEIM, ÉMILE. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO. 3. ED. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2007, P. 10. Podemos dizer, com base nisto, que para Durkheim: a) a organização social é constituída pelos sentimentos inatos. b) em certas sociedades as pessoas são naturalmente mais sensíveis do que em outras. c) os sentimentos humanos são os mesmos, indepen- dentemente da organização da sociedade. d) em sociedades mais avançadas, os sentimentos hu- manos dependem da organização social. e) os sentimentos humanos são fruto da organização da sociedade. 8. (Unicentro) As análises sociológicas de Émile Durkheim, ao mesmo tempo que demonstram a intenção em eman- cipar a sociologia das outras ciências, indicam a preocu- pação com as crises e problemas de sua época, ou o que esse autor denominou de estado de anomia da so- ciedade industrial. Em sua obra As regras do método sociológico, Durkheim estabelece o método e o objeto de estudo da Sociologia. O domínio de toda a ciência deve corresponder ao universo empírico e se preocupar apenas com essa realidade, ou seja, o estudo metódico que conduz ao estabelecimento de leis explicativas dos fenômenos. A Sociologia seria uma ciência no meio de outras ciências positivas. RODRIGUES, J.A. (ORG.). ÉMILE DURKHEIM: SOCIOLOGIA. SÃO PAULO: ÁTICA, 1978, P. 19-21; MARTINS, C.B. O QUE É SOCIOLOGIA. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 1982, P. 50-51. Com base no texto e nos conhecimentos sociológicos de Durkheim sobre o estado de anomia da sociedade industrial, assinale a alternativa correta. a) Para Durkheim, a situação de anomia das sociedades industriais tem como explicação os programas de mudan- ça na distribuição de riquezas esboçados pelos socialistas. b) Segundo Durkheim, o estado de anomia da sociedade industrial moderna tem como origem a reprodução das cri- ses do estágio anterior de desenvolvimento da sociedade. c) As análises de Durkheim demonstram que os anta- gonismos entre as classes são os fatores determinan- tes da anomia, dos problemas e das crises da moder- na sociedade industrial. d) Durkheim demonstra que a raiz da anomia, dos pro- blemas e das crises da sociedade industrial é a fragilida- de dos valores morais e o relaxamento dos laços sociais. e) Durkheim define que o aumento da produti- vidade é o aspecto determinante para explicar a anomia em que a sociedade industrial de sua época se encontrava. 22 9. (UFU) Durkheim caracterizao suicídio – até então considerado objeto de estudo da epidemiologia, da psi- cologia e da psiquiatria – como fato social e, por isso, dotado das características da coercitividade, da exte- rioridade, da generalidade. É tomado, pois, como objeto de estudo sociológico, em virtude do fato de: a) variar na razão inversa ao grau de integração dos gru- pos sociais de que faz parte o indivíduo, ou seja, quanto maior o grau de integração ao grupo social, mais eleva- da é a taxa de mortalidade – suicídio da sociedade. b) ser possível observar uma certa predisposição social para fornecer determinado número de suicidas, ou seja, uma tendência constante, marcada pela permanência, a despeito de variações circunstanciais. c) configurar-se como uma morte que resulta direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente de um ato executado pela própria vítima. d) depender, exclusivamente, do temperamento do sui- cida, de seu caráter, de seu histórico familiar, de sua biografia, uma vez que não deixa de ser um ato do próprio indivíduo. 10. (UFPR) Normalmente, quando se fala de socializa- ção, se pensa no processo de interiorização de normas e de comportamentos sociais pela criança. Durkheim afir- ma que a socialização primária da criança, que ocorre nos primeiros anos de vida, é de responsabilidade da família, e a socialização secundária se faz em institui- ções como a igreja e a escola. Considerando que vive- mos no século XXI, que outras instituições participam hoje da socialização da criança? Cite duas e justifique sua escolha. 11. (UFU) A industrialização e o surgimento concomitan- te de grandes centros urbanos com seus aglomerados populacionais e um crescente processo de individuali- zação constituíram temas recorrentes na investigação sociológica clássica. Discorra a respeito da relação en- tre os processos de urbanização e individuação, a partir da abordagem sociológica de Émile Durkheim GABARITO 1-A; 2-A; 3-C; 4-B; 5-D; 6-B; 7-E; 8-D; 9-B 10. As instituições que têm uma participação da sociabi- lização da criança são a família, a escola e a igreja, além também, como o primeiro exemplo, a influência que os meios de comunicação de massa exercem na formação individual da criança. A entrada da mulher no mercado de trabalho também é um exemplo e não dá opção da mesma de estar integralmente custodiando a educação de seus fi- lhos, assim, acaba deixando à creche ou à TV a responsabi- lidade dos cuidados com a criança. 11. Segundo Durkheim, o processo de individuação, me- diante o qual a consciência individual tende a se sobrepor à consciência coletiva de modo a que as regras de compor- tamento passem a se basear cada vez mais em interesses particulares constitui característica marcante dos meios urbanos das sociedades modernas. O suicídio egoísta é o tipo de suicídio característico deste tipo de sociabilidade definindo‐o como aquele “que resulta de uma individua- ção excessiva”, levando a um enfraquecimento da socie- dade nos indivíduos, portanto, à falta de “uma razão para suportarem com paciência as misérias da existência”. Não se sabe mais o que é possível e o que não é, o que é justo e injusto, quais são as reivindicações e as aspirações legíti- mas, quais são aquelas que passam da medida”. Tal estado de desregramento ou anomia é acompanhado de um surto de paixões indisciplinadas e ímpetos incontrolados e, deste modo, também, de aumento na curva de suicídios. 23 1. KARL HEINRICH MARX (1818-1883) O filósofo alemão analisou as transformações ocorridas na sociedade durante a Revolução Industrial no século XIX, quando as máquinas começaram a substituir o trabalho manual dos homens, modificando radicalmente as relações humanas e os seus hábitos na sociedade. Com isso, Marx vai ser um dos responsáveis em promover uma discussão crítica da sociedade capitalista, bem como da origem dos proble- mas sociais que este tipo de organização social originou. TIPO DE FÁBRICA DO SÉCULO XIX Segundo Marx, nas sociedades capitalistas, a forma princi- pal de conflito ocorre entre duas classes sociais fundamen- tais: a burguesia e o proletariado. Essa formação assim se constitui, porque a classe assalariada (o proletariado), que não tendo os meios de produção, cedem a sua força de trabalho em troca de um benefício econômico, sendo parte fundamental do enriquecimento da burguesia, ou seja, os donos dos meios de produção exploram aqueles que não detêm os artifícios, pois só vendem o seu trabalho humano. Desse modo, o conflito entre essas duas classes acaba ge- rando uma mudança na história da humanidade, pois um grupo pretende conquistar novas condições, que alguns entenderam como direitos, e o outro grupo não pretende ceder essas condições, modificando-se a consciência e as próprias relações humanas. Entretanto, a classe dominante (a burguesia) tem maiores chances de construir a história como deseja, visto que possuem o poder econômico e polí- tico nas mãos; algo bem diferente da classe proletária, que não têm esses meios de produção. Mediante a isso, Marx observa que no capitalismo o mer- cado é o centro das relações sociais, sendo que, no merca- do, a força de trabalho é comercializada como mercadoria. Quando o trabalhador excede o tempo de trabalho neces- sário, ele cria uma riqueza para os donos da produção, de- nominada mais-valia. Segundo Marx, o trabalhador acaba sendo alienado pelo próprio processo de produção, do modo que esse trabalhador não tem consciência do seu pró- prio papel na sociedade, pois ele, devido às suas necessidades, constitui toda a sua vida em torno do seu trabalho. O corte Bélgica/França/Espanha, 2005 Após fusão, a empresa em que Bruno Davert trabalhava há 15 anos o demite. Desemprega- do por dois anos, Bruno perde a autoestima e a sanidade. Vendo que há muita competição, decide eliminar seus concorrentes, matando os mais qualificados do que ele. multimídia: vídeo KARL MARX COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 20, 22, 23, 24 e 25 AULA 4 24 Em 1848, redigiu com Friedrich Engels, o Manifesto do Par- tido Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada de marxismo. No Manifesto do Partido Comunista, Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo. Nesse período, ocorreram diversas mani- festações de cunho liberal, socialista e democrático, deno- minada Primavera dos Povos. Fundou, em 1864, a Associação Internacional dos Traba- lhadores – depois chamada de Primeira Internacional dos Trabalhadores –, com o objetivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo mundo. Em 1867, publicou o primeiro volume de sua obra mais importante, O capital, na qual faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa. A classe operária vai ao Paraíso Itália, 1971 (125 min) Adorado por seus superiores, por ser um traba- lhador extremamente dedicado, e odiado, pelo mesmo motivo por seus colegas de trabalho, Lulu vive entregue aos sonhos de consumo da classe média, alienado em meio aos movi- mentos de protesto de sua classe, até que um acontecimento põe em xeque suas opiniões. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo – conjunto das ideias político-fi- losóficas de Marx – propõe a derrubada da classe dominan- te (a burguesia) por uma revolução do proletariado. Marx critica o capitalismo e seu sistema de livre empresa que, se- gundo ele, pelas contradições econômicas internas, levaria a classe operária à miséria. Propunha uma sociedade na qual os meios de produção fossem de toda a coletividade. A história de toda sociedade até nossos dias é a história da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e escravo, me- stre e oficial, em suma, opressores e oprimidos; empenhados numa luta sem trégua, ora velada, ora aberta, luta que a cada etapa conduziu a uma transformação revolucionária de toda a O jovem Karl MarxFrança/Alemanha/Bélgica, 2017 (118 min) Conta a juventude de Karl Marx, período quan- do ele luta para expor sua ideologia, o início de seu casamento com Jenny von Westphalen e a sua amizade com Friedrich Engels. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo Manifesto do Partido Comunista Marx, Karl; ENGELS, Friedrich. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2001. multimídia: livro Pão nosso de cada dia Gabriel, o Pensador. 1995. Álbum: Ainda é só o começo. A canção apresenta algumas contradições que permeiam o senso comum em relação ao di- nheiro e ao mundo do trabalho na atualidade. FONTE: YOUTUBE multimídia: música 25 Vida de operário Patu Fu. 1995. Álbum: Gol de quem? A canção identifica o conceito da mais-valia, das desigualdades sociais que favorecem sempre uma classe dominante em detrimen- to de uma classe dominada justamente pelo fato de o excedente produzido pelo trabalho ir concentrando-se nos “bolsos do patrão”. FONTE: YOUTUBE multimídia: vídeo DIAGRAMA DE IDEIAS MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA MAIS-VALIA EXCEDENTE DO TRABALHO DO PROLETARIADO OS TRABALHADORES PRECISAM SE ORGANIZAR FRUTO DA II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL KARL MARX OBSERVO A EXPLORAÇÃO EXCESSIVA DO HOMEM PELO HOMEM AUMENTA AS DESIGUALDADES ENTRE OS HOMENS PARA REVOLUÇÃO sociedade ou ao aniquilamento das duas classes em confronto. Nos primórdios da História encontramos, quase a toda a par- te, uma organização completa da sociedade em diferentes grupos, uma série hierárquica de situações sociais. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta às que existiram no passado. Entretanto, a nossa época; a época da burguesia, caracteri- za-se por ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. MARX, KARL; ENGELS, FRIEDRICH. MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA. PORTO ALEGRE: L&PM, 2002, P. 23-24. 26 Aplicando para Aprender (A.P.A.) 1. (Ufrrj) Sobre as primeiras ações socialistas, Karl Marx e Friedrich Engels, no Manifesto Comunista de 1848, afirmaram o seguinte: “As primeiras tentativas do proletariado para impor dire- tamente o seu próprio interesse de classe, num tempo de agitação geral, no período da revolução que pôs termo à sociedade feudal, falharam necessariamente por não estar ainda desenvolvida a figura do próprio proletariado e por faltarem ainda condições materiais da sua libertação, que são precisamente o produto da época burguesa.” Em relação aos primórdios do movimento operário na Europa, é correto afirmar que: a) se organizou em torno de um programa político revolucionário que tinha nos bolcheviques russos a referência fundamental. b) foi denominado, em sua forma mais violenta, lu- ddismo e é associado à resistência dos operários ao capitalismo por meio da quebra de máquinas. c) se originou na Inglaterra e buscava superar as ma- zelas do capitalismo por meio de um programa de inspiração claramente socialista. d) surgiu por iniciativa de partidos políticos socialde- mocratas com atuação regular em diversos parlamen- tos europeus e grande base entre os operários. e) propunham como forma de acabar com o capita- lismo um regime socialista ditatorial conhecido como “ditadura do proletariado”. 2. (UEG) Em sua 11ª tese sobre Feuerbach, Karl Marx (1818-1883) afirma que “os filósofos até hoje inter- pretaram o mundo, cabe agora transformá-lo”. Muitos marxistas interpretaram mal a frase de Marx e abando- naram livros, teoria e partiram para a prática, negligen- ciando o significado da noção de práxis em Marx. Nesse sentido, tem-se que: a) a tese marxista criticava a filosofia por não favo- recer uma práxis revolucionária na qual toda prática suscita a reflexão, que por sua vez vai incidir sobre a prática reorientando uma ação transformadora. b) a noção de práxis em Marx exige que a filosofia sempre permaneça nos limites do conhecimento te- órico, pois a práxis humana deve ser conduzida por peritos técnicos e não por filósofos. c) a tese marxista estimulava a prática e não a te- oria, já que a ideia de práxis privilegia o fazer em detrimento do pensar, o que levaria à condenação da filosofia como teoria pura. d) a ideia de práxis em Marx foi desvirtuada por aque- les que não perceberam que existe uma ruptura entre teoria e prática, e que o trabalho intelectual deve pre- valecer sobre o trabalho manual. 3. (UEM) Em termos sociológicos, assinale o que NÃO for correto sobre o conceito de classes sociais. a) Sua utilização visa explicar as formas pelas quais as desigualdades se estruturam e se reproduzem nas sociedades. b) De acordo com Karl Marx, as relações entre as classes sociais transformam-se ao longo da história conforme a dinâmica dos modos de produção. c) As classes sociais, para Marx, definem-se, sobre- tudo, pelas relações de cooperação que se desenvol- vem entre os diversos grupos envolvidos no sistema produtivo. d) A formação de uma classe social, como os proletá- rios, só se realiza na sua relação com a classe oposi- tora, no caso do exemplo, a burguesia. e) A afirmação “a história da humanidade é a história das lutas de classes” expressa a ideia de que as trans- formações sociais estão profundamente associadas às contradições existentes entre as classes. 4. (UEM) Escrito há quase duzentos anos, por Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto Comunista denunciava as desigualdades sociais vividas pelos homens na so- ciedade capitalista. Leia trecho dessa obra, reproduzido a seguir, e assinale o que for correto sobre o desenvol- vimento econômico. “A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes. Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das antigas [...] A manufa- tura já não era suficiente. Em consequência disso, o vapor e as máquinas revolucionaram a produção industrial. O lugar da manufatura foi tomado pela indústria gigantesca moderna, o lugar da classe média industrial, pelos milio- nários da indústria, líderes de todo o exército industrial, os burgueses modernos” MARX, KARL; ENGELS, FRIEDRICH. MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 1998, 10ª EDIÇÃO, P. 9 E 11 (COLEÇÃO LEITURA). I. A passagem da manufatura para indústria gerou um pro- cesso de modificação do espaço natural que foi bastante equilibrado, sem prejuízos ao meio ambiente. II. O trecho acima se refere ao contexto de formação da sociedade capitalista e à composição dos antagonismos de classe, os quais opõem proprietários dos meios de produ- ção e proprietários da força de trabalho. III. As relações estabelecidas pelas classes sociais na so- ciedade burguesa moderna são pautadas pela cooperação, a qual conduz ao desenvolvimento econômico gerador de melhor condição de vida para todos. IV. As relações de troca se revolucionaram em virtude de o crescimento da burguesia moderna ter ocorrido na mesma proporção do crescimento da produção industrial. V. O desenvolvimento da indústria está assentado no em- 27 prego do trabalho humano, o único detentor de conhe- cimento para alterar a matéria-prima, a partir do uso de instrumentos que ele mesmo produz. Estão corretas: a) II, IV e V. b) I, II e V. c) III, IV e V. d) I, IV e V. e) I, II e III. 5. (UFU) Em uma passagem de As aventuras do barão de Munchausem, personagem do folclore alemão, ele e seu cavalo encontram-se atolados em um pantanal e, para sair dessa situação, o barão puxa a si mesmo pelo cabelo, levantando-se, com sua montaria, do ter- reno movediço. Em mais de uma ocasião, os sociólogos usaram essa metáfora para aludir ao modo pelo qual os positivistas procuravam um método objetivo, neutro, livre das ideologias. Em oposição a essa suposta objetividade, Marx criticou veementemente os positivistas,
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