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Sociologia- HEXAG 2020

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autor
Márcio Cavalcanti de Andrade
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-08-2
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
ENTRE SOCIEDADES: SOCIOLOGIA
Aula 1: A Sociologia: Auguste Comte 6
Aula 2: Émile Durkheim 11
Aula 3: Divisão do trabalho durkheimiana 17
Aula 4: Karl Marx 23
Aula 5: Ideologia 30
Aula 6: Max Weber 37
Aula 7: Capital humano 44
Aula 8: O problema da violência 52
Aula 9: O processo civilizador 60
Aula 10: Antropologia e etnocentrismo 68
Aula 11: Cultura e etnia 75
Aula 12: A questão de gênero 82
Aula 13: Estratificação social e suas formas 90
Aula 14: O meio ambiente como problema social 96
Aula 15: A atual sociedade: 3ª via e espetáculos 102
Aula 16: Identidade 109
Aula 17: A sociologia analisa o Brasil no século XX 116
Aula 18: Geração de 30 122
Aula 19: Florestan Fernandes 130
Aula 20: Movimentos Sociais 136
Aula 21: Modernidade Líquida 142
Aula 22: Michel Foucault 150
Aula 23: A Sociologia na prática 158
Aula 24: Pierry Lévy 166
Aula 25: Roberto DaMatta 172
Aula 26: A nova ordem social de dominação 178
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produçãoda memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes 
grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, fa-
vorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
 SOCIOLOGIA: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
A prova trata a Sociologia com um olhar 
independente, não relacionando com História. 
O seu enfoque é relacionar teorias e correntes 
filosóficas associadas ou contrárias.
A prova apresenta uma temática sociológica 
relacionada com literatura, exigindo do candi-
dato a interpretação do assunto abordado.
A prova apresenta uma relação da Sociologia 
com a Geografia. Diante disso, o candidato 
precisa relacionar as transformações do 
espaço e do próprio homem em 
conjunto com as teorias 
sociológicas.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é direcionada para a prática da Medi-
cina. Assim, a Sociologia é cobrada de maneira 
indireta, principalmente nos temas de redação, 
que podem auxiliar os candidatos a 
elaborarem melhor os seus 
argumentos.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova direciona diretamente para a Sociolo-
gia, com conceitos sociológicos, e é abordada 
de forma indiretamente nas temáticas de 
redação.
A prova contém interdisciplinaridade nas Ci-
ências Humanas, com poucas questões diretas 
na área da Sociologia, tendo preferência por 
questões temáticas.
A abordagem do vestibular da USP é interdis-
ciplinar, de forma que a Sociologia é tratada 
mais como um alicerce para a compreensão 
da realidade e suas transformações.
A prova apresenta a Sociologia de forma sutil, 
apontando alguns aspectos culturais e étnicos.
A prova segue diretamente a disciplina de 
Sociologia, com questões específicas, podendo 
também fazer uma abordagem nas temáticas 
de redação
A prova não aborda a Sociologia.
A prova cobra a disciplina de Sociologia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é apresentada conforme seu edital 
específico, na qual são relacionados alguns 
livros ou trechos de obras de sociólogos e 
antropólogos.
A prova trata a Sociologia com um olhar 
específico, possuindo um edital diferenciado 
com autores específicos.
6
A Sociologia surge como um fruto das diversas transfor-
mações do cotidiano, oriundo da Revolução Industrial, que 
impulsionou ainda mais as desigualdades sociais entre os 
homens – fato este que modificou as relações interpesso-
ais, tendo como referência as relações do trabalho e sua 
desvalorização do trabalho humano.
Diante disso, emerge uma ciência que se preocupava em 
oferecer uma explicação para os novos fenômenos sociais.
1. AUGUSTE COMTE (1798-1857)
Observando as transformações vigentes dessa sociedade 
pós-Revolução Industrial, o filósofo francês Auguste Comte 
viu emergir uma nova ciência – a Sociologia – que seguindo 
uma racionalidade seria a mais elevada de todas as ciências.
Comte introduz o positivismo, corrente filosófica que buscava 
uma reorganização intelectual, moral e política da ordem so-
cial, com o intuito de controle de todas as instituições sociais. 
O seu pensamento consistia em três estágios, contida em seu 
Curso de filosofia positiva: teológico, metafísico e positivo.
 Estado teológico: corresponde à infância da humanida-
de, pois a mente humana se baseia a um conhecimento 
provisório, ilusório, ou seja, tenta explicações da rea-
lidade por meio de entidades sobrenaturais. Segundo 
Comte, a religião se encaixa nesse estado, pois ela ini-
cia o processo do conhecimento; porém, é um tipo de 
conhecimento não tão confiável.
 Estado metafísico: as explicações dos fenômenos da 
realidade são feitas por entidades abstratas, mas con-
têm traços de elementos teológicos. Sendo um estado 
intermediário para o conhecimento definitivo.
 Estado positivo: representa a realidade, sendo a forma 
definitiva. Aqui a ciência predomina, de modo que se 
busca os fatos e não as causas ou princípios; se preo-
cupa com o processo do conhecimento, e não com os 
motivos dessas causas.
1.1. Positivismo
O pensamento científico e experimental é o únicoguia 
para o ser humano, de forma que a ciência é a base dessa 
doutrina, com o intuito de organizar todos os elementos da 
sociedade, inclusive a área religiosa.
Comte – As leis dos três Estados
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
 A SOCIOLOGIA: AUGUSTE COMTE
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA 
1
O que é o Positivismo?
João Ribeiro Júnior. São Paulo: Brasiliense 
(Coleção Primeiros Passos), 10. ed., 2003.
Nesse livro, está contido, de forma concisa, o 
desenvolvimento das ideias positivistas.
multimídia: livro
7
Em sua obra Sistema de política positiva (1854), Comte cria 
a religião da humanidade ou a religião positivista, que tem 
como princípios ou diretrizes “o amor, por princípio”, “a 
ordem, por base” e “o progresso, por fim”, num processo 
de progresso contínuo, tal qual um processo evolutivo, da 
humanidade que acredita fielmente na ciência.
Esse processo evolutivo também recairia entre as ciências 
positivas – matemática, física, astronomia, química, biolo-
gia –, e teria como a maior entre essas ciências uma nova 
ciência – a sociologia –, que englobaria todas elas.
Pensando no controle da sociedade, Comte estruturou que to-
dos os elementos deveriam ter a razão científica como norteador 
dessas ações. Esse pensamento ganhou força na Europa durante 
o século XIX, entre governos monárquicos e republicanos. Uma 
nação que seguiu com toda ênfase o pensamento positivista foi 
o Império Austro-Húngaro, que difundiu esse pensamento.
Positivismo: reabrindo o debate
Hermas Gonçalves Arana. Campinas: Autores 
Associados, 2007.
Questionando chavões e invocando textos 
de pouca circulação entre nós, o autor busca 
determinar o núcleo teórico das principais 
doutrinas positivistas, em sua multiformida-
de, tomando como fio condutor o conceito 
de dado empírico.
multimídia: livro
O positivismo de Auguste Comte
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
1.2. Positivismo no Brasil
Com o início da República, no século XIX, o positivismo 
ganhou força, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. 
Com suas características de que existe uma hierarquia, a 
qual deve seguir uma ordenação científica, o positivismo 
ganhou muitos adeptos dos altos oficiais do Exército e 
algumas camadas da burguesia brasileira. Diante disso, a 
nova bandeira do Brasil ganhou um lema positivista.
BANDEIRA DO IMPÉRIO BRASILEIRO
BANDEIRA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Entre os brasileiros que propagaram o pensamento positivista, 
podemos destacar os primeiros presidentes da República Deo-
doro da Fonseca e Floriano Peixoto, os militares Benjamin Cons-
tant e Cândido Rondon e o escritor Euclides da Cunha.
8
TEMPLO POSITIVISTA E DETALHE DO ALTAR, COM A IMAGEM DA DEUSA HUMANIDADE, 
INSPIRADA EM TRAÇOS DE CLOTILDE DE VAUX, MUSA INSPIRADORA DE AUGUSTE 
COMTE, NA IGREJA POSITIVISTA DO BRASIL, LOCALIZADA NO RIO DE JANEIRO
Comte se refere ao continente sul-americano, onde sua dou-
trina mais se expandiu: “Originadas da mesma civilização 
ocidental, mas sem os obstáculos retrógrados que no velho 
mundo protelam a vitória da nova fé (...) essas nações apre-
sentam, tanto no temporal como no espiritual, as melhores 
disposições para aceitarem a doutrina regeneradora”.
Positivismo
Noel Rosa, 1933
A letra de Noel Rosa apresenta uma inspira-
ção no positivismo de Comte, colocando ba-
ses do positivismo diretamente na letra.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: música
DIAGRAMA DE IDEIAS
DOMINAÇÃO 
SOCIAL
O AMOR POR 
PRINCÍPIO
POSITIVISMO
A ORDEM 
POR BASE
PROGRESSO 
POR FIM
3 ESTÁGIOS
PELO USO 
CIENTÍFICO
COMTE
• ESTADO POSITIVO
• ESTADO METAFÍSICO
• ESTADO TEOLÓGICO
REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
TRANSFORMAÇÕES 
SOCIAIS
SURGE A 
SOCIOLOGIA
9
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UFF) O positivismo foi um sistema filosófico criado 
no século XIX por Augusto Comte e que exerceu grande 
influência no Brasil, especialmente entre militares, mé-
dicos, cientistas e em algumas correntes de republica-
nos que participaram diretamente da proclamação da 
República e ocuparam postos de governo no início do 
novo regime.
Dentre as inovações adotadas no início do regime 
republicano brasileiro, sob influência de ideias 
positivistas, estão:
a) sufrágio universal, direito de voto do analfabeto e 
das mulheres.
b) estatização das fábricas, coletivização da agricultu-
ra e partido único.
c) liberdade sindical, leis trabalhistas e salário mínimo.
d) separação da igreja e do estado, liberdade religiosa 
e casamento civil.
e) indenização aos proprietários de escravos, desestímu-
lo à pequena propriedade e abolição de impostos rurais.
2. (Unicentro) Sobre o positivismo, é correto afirmar que 
é uma doutrina:
a) do século II a.C.
b) que acolhe os postulados socráticos.
c) que privilegia o estudo metafísico da natureza.
d) que não decorreu do desenvolvimento das ciências 
modernas.
e) nascida no ambiente cientificista nos finais do sé-
culo XVIII e início do século XIX.
3. (UEL) A ordem e o progresso constituem partes fun-
damentais da Sociologia de Auguste Comte. Com base 
nas ideias comteanas, assinale a alternativa correta.
a) A ordem social total se estabelece de acordo com as leis da 
natureza, e as possíveis deficiências existentes podem ser re-
tificadas mediante a intervenção racional dos seres humanos.
b) A liberdade de opinião e a diferença entre os indiví-
duos são fundamentos da solidariedade na formação da 
estática social; essa diversidade produz vantagens para a 
evolução, em comparação com a homogeneidade.
c) O desenvolvimento das forças produtivas é a base 
para o progresso e segue uma linha reta, sem oscilações 
e, portanto, a interferência humana é incapaz de alterar 
sua direção ou velocidade.
d) O progresso da sociedade, em conformidade com 
as leis naturais, é resultado da competição entre os 
indivíduos, com base no princípio de justiça de que os 
mais aptos recebem as maiores recompensas.
e) O progresso da sociedade é a lei natural da di-
nâmica social e, considerado em sua fase intelectual, 
é expresso pela evolução de três estados básicos e 
sucessivos: o doméstico, o coletivo e o universal.
4. (Unimontes) O positivismo foi uma corrente de pen-
samento filosófico predominante no século XIX e iní-
cio do século XX. Seu mais eminente representante foi 
Auguste Comte (1798-1857), que é considerado o pre-
cursor da Sociologia. No que tange às características 
fundamentais do positivismo, pode-se afirmar, exceto:
a) Para o positivismo, o conhecimento científico é a “bús-
sola da sociedade”. Nesse sentido, é imprescindível que 
se tenha o conhecimento acerca dos fenômenos sociais, 
para que se consiga prever os mesmos e agir com eficácia.
b) O positivismo persegue um objetivo principal: des-
cobrir as leis gerais que regem os fenômenos sociais.
c) O positivismo é uma doutrina filosófica que enfatiza 
a busca pelo conhecimento das singularidades sociais, 
dando ênfase ao estudo interpretativo das ações de 
indivíduos em uma determinada coletividade.
d) O positivismo preza pela regularidade, estabilidade 
e bom funcionamento das instituições sociais.
5. (UEL) O lema da bandeira do Brasil, “Ordem e Pro-
gresso”, indica a forte influência do positivismo na for-
mação política do Estado brasileiro. Assinale a alterna-
tiva que apresenta ideias contidas nesse lema.
a) Crença na resolução dos conflitos sociais por meio do 
estímulo à coesão social e à evolução natural da nação.
b) Ideais de movimentos juvenis, que visam superar 
os valores das gerações adultas.
c) Denúncia dos laços de funcionalidade que unem as 
instituições sociais e garantem os privilégios dos ricos.
d) Ideal de superação da sociedade burguesa através 
da revolução das classes populares.
e) Negação da instituição estatal e da harmonia cole-
tiva baseada na hierarquia social.
6. (UEL) Até o século XVIII, a maioria dos campos de co-
nhecimento, hoje enquadrados sob o rótulo de ciências, 
era ainda, como na antiguidade clássica, parte integral 
dos grandes sistemas filosóficos.A constituição de sabe-
res autônomos, organizados em disciplinas específicas, 
como a Biologia ou a própria Sociologia, envolverá, de 
uma forma ou de outra, a progressiva reflexão filosófica, 
como a liberdade e a razão.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M.L.O.; OLIVEIRA, 
M.G.M. UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, DURKHEIM E 
WEBER. BELO HORIZONTE: UFMG, 2002, P. 12.
Com base nos conhecimentos sobre o surgimento da 
Sociologia, assinale a alternativa que apresenta, corre-
tamente, a relação entre conhecimento sociológico de 
Auguste Comte e as ideias iluministas.
a) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi 
defendida pelo iluminismo, que influenciou o positivismo.
b) A crença na razão como promotora do progresso da socie-
dade foi compartilhada pelo iluminismo e pelo positivismo.
c) O iluminismo forneceu os princípios e as bases teóri-
cas da luta de classes para a formulação do positivismo.
d) O reconhecimento da validade do conhecimento 
teológico para explicar a realidade social é um ponto 
comum entre o iluminismo e o positivismo.
e) Os limites e as contradições do progresso para a 
liberdade humana foram apontados pelo iluminismo 
e aceitos pelo positivismo.
10
7. (UFUB adaptada) Sobre o surgimento da Sociologia, 
podemos afirmar que:
I. A consolidação do sistema capitalista na Europa no sécu-
lo XIX forneceu os elementos que serviram de base para o 
surgimento da Sociologia enquanto ciência particular.
II. O homem passou a ser visto, do ponto de vista socio-
lógico, a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos 
sociais que a constituem.
III. Aquilo que a Sociologia estuda constitui-se historica-
mente como o conjunto de relacionamentos que os ho-
mens estabelecem entre si na vida em sociedade.
IV. Interessa para a Sociologia, não indivíduos isolados, mas 
inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais 
fazem parte, como a escola, a família, as classes sociais etc.
a) II e III estão corretas.
b) Todas as afirmativas estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) I, III e IV estão corretas.
e) II, III e IV estão corretas.
8. (UFUB) Surgida no momento de consolidação da so-
ciedade capitalista, a Sociologia tinha uma importante 
tarefa a cumprir na visão de seus fundadores, dentre os 
quais se destaca Auguste Comte. Assinale a alternativa 
correta quanto a essa tarefa.
a) Desenvolver o puro espírito científico e investigativo, sem 
maiores preocupações de natureza prática, deixando a so-
lução dos problemas sociais por conta dos homens de ação.
b) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, dessa forma, 
colaborar para transformar radicalmente a ordem capita-
lista responsável pela exploração dos trabalhadores.
c) Tornar realidade o chamado “socialismo utópico”, vis-
to como única alternativa para a superação das lutas de 
classe em que a sociedade capitalista estava mergulhada.
d) Contribuir para a solução dos problemas sociais 
decorrentes da Revolução Industrial, tendo em vista 
a necessária estabilização da ordem social burguesa.
e) Nenhuma das anteriores.
9. (UFUB) O surgimento da Sociologia foi propiciado 
pela necessidade de:
a) manter a interpretação mágica da realidade como 
patrimônio de um restrito círculo sacerdotal.
b) manter uma estrutura de pensamento mítica para 
a explicação do mundo.
c) condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pen-
sar conforme os ensinamentos transmitidos pelos deuses.
d) considerar os fenômenos sociais como propriedade 
exclusiva de forças transcendentais.
e) observar, medir e comprovar as regras que tornassem 
possível, através da razão, prever os fenômenos sociais.
10. (Unimontes) O positivismo foi a corrente de pensa-
mento que teve forte influência sobre o método de in-
vestigação na Sociologia, por propor um sistema geral do 
conhecimento com a pretensão de “organizar” a socie-
dade. São aspectos fundamentais do positivismo, exceto:
a) Para o positivismo clássico, é impossível conhecer 
o estado de um fenômeno social particular se não for 
considerado cientificamente o todo social.
b) Na concepção positivista, graças à aplicação da 
ciência à organização do trabalho, a humanidade de-
senvolve suas potencialidades.
c) As ideias na Sociologia positivista tentam descobrir 
qual é a ordem social que orienta a história humana.
d) O positivismo fundamenta-se na concepção dialéti-
ca de Georg Wilhelm F. Hegel (1770-1831), originária 
do Idealismo alemão. Propõe um método interpreta-
tivo de sociedade baseado na ideia de contrato social.
11. “(...) ciência, daí previdência, previdência daí ação.”
QUINTANEIRO, TÂNIA; ET AL. UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, 
DURKHEIM, WEBER. 2. ED. BELO HORIZONTE: UFMG, 2002, P. 19.
Tendo em vista o contexto do surgimento da Sociologia, 
disserte sobre o significado desta formulação de Augus-
te Comte (1798-1857), quanto ao papel que a Sociologia 
deveria ter.
12. Segundo Augusto Comte, a sociedade humana deve 
passar por três estados: o teológico, o metafísico e, por 
último, o positivo. É nesse último estado que, para Com-
te, a Sociologia se torna tão importante.
a) Qual a razão dessa importância?
b) Esse tipo de argumento continua sendo válido?
GABARITO
1-D; 2-E; 3-A; 4-C; 5-A; 6-B; 7-B; 8-D; 9-E; 10-D
11. A citação apresentada no enunciado da questão evidencia 
a ideia que Comte possuía acerca da importância da ciência. 
Segundo ele, a ciência servia tanto para interpretar a realidade 
como para prever fenômenos e oferecer instrumentos efica-
zes de se agir sobre a realidade no intuito do progresso da 
sociedade. É seguindo esse mesmo argumento que Durkheim 
pensa o papel da Sociologia: esta deve ser uma ciência capaz 
de não somente interpretar a realidade social, mas de agir 
sobre ela de forma a evitar estados de anomia (doença) social.
12.
a) Para Comte, a Sociologia deveria ser responsável por 
aplicar os princípios científicos do positivismo na socie-
dade, para solucionar seus problemas e garantir a coesão 
social. Segundo ele, a sociologia seria a última e mais im-
portante das ciências.
b) Não. O positivismo foi em grande parte abandonado 
pela sociologia. Isso porque ele parte de premissas cientifi-
cistas, que consideram a sociedade como um corpo físico, 
por exemplo. Atualmente, sabe-se que a sociologia é ape-
nas mais uma entre outras ciências e que ela é incapaz de, 
por si só, solucionar os problemas sociais.
11
A Europa passava por um momento de tranquilidade polí-
tica e econômica, chamada de Belle Époque, entre o fim da 
Guerra Franco-Prussiana, em 1871, e o começo da Primeira 
Guerra Mundial, em 1914.
Nesse momento, surgiram diversos avanços tecnológicos, 
como telefone, telégrafo sem fio, cinema, automóvel, avião, 
fotografia, bonde elétrico, entre outras novidades. Diante 
dessa efervescência tecnológica, ocorreu uma grande trans-
formação nos hábitos das pessoas, que direcionou os indi-
víduos para o consumo de bens de consumos e o encanta-
mento desses produtos perante os próprios indivíduos.
1. ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)
 ÉMILE DURKHEIM
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA 
2
Um dos precursores da escola sociológica francesa, o so-
ciólogo Émile Durkheim sofreu uma forte influência do 
positivismo comteano, contendo traços do funcionalismo 
social, em que considera as funções sociais contidas em 
seu objeto de pesquisa, trabalhando a moral, a religião etc.
Ele compreende a “cultura” como algo coletivo, um ele-
mento vivo por assim dizer, que acaba se transformando ao 
longo do tempo. Assim, a sociedade se constrói mediante 
essas transformações culturais, consolidando ou rejeitando 
princípios morais e éticos.
1.1. O fato social
Os fatos sociais são maneiras de pensar, agir e sentir que 
existem independentemente das manifestações individu-
ais, isto é, são ações exteriores ao indivíduo, sendo gene-
ralizados na sociedade, de modo que são dotados de uma 
força imperativa e coercitiva perante os indivíduos.
Pode-se considerar como um exemplo de fatosocial: déca-
das atrás, um homem só se fazia respeitado por suas ves-
timentas, em que a cartola era requisito fundamental para 
um homem ser considerado respeitado, ao passo que um 
indivíduo que não tinha esse elemento não era considerado 
um homem de bem. Atualmente, esse utensílio não faz parte 
das vestimentas de um homem moderno. Um outro exemplo 
de fato social são as modas que as mídias direcionam para 
os seres, criando costumes ou hábitos que são reproduzidos 
por parte da sociedade. Diante disso, o fato social pode ser 
modificado ao longo do tempo, podendo não ser mais repro-
duzido ou ser gerado um novo fato social.
Segundo Durkheim, existem tipos de fatos sociais:
 Fato social normal: é o fato social coercitivos, feitos de 
forma exterior, desencadeando ações coletivas e gerais.
 Fato social patológico: é o fato que aponta elementos 
de desequilíbrio.
 Fato social anômico: é o fato que apresenta uma au-
sência de normas e de valores morais.
Já as características dos fatos sociais devem ter traços de:
 generalidade: comum a todos ou à maioria dos integran-
tes desse grupo social;
Na íntegra – Émile Durkheim
Entrevista com Raquel Weiss, doutora em 
Filosofia pela USP, especialista em Émile 
Durkheim. Nesse programa, Raquel apresenta 
alguns conceitos da sociologia durkheimiana.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
12
 exterioridade: não depende do indivíduo; e
 coercitividade: se impõe de diversas formas.
1.2. A religião para Durkheim
Na intenção de investigar o ser humano, Émile Durkheim 
nota que o elemento primordial que entrelaça todos os seres 
é a religião, pois, mesmo serem monoteístas ou politeístas, 
todas as religiões separam radicalmente o mundo profano do 
mundo sagrado. Ele considera todas as religiões como iguais, 
pois são “espécies de um mesmo gênero”, contendo um sis-
tema de crenças e de cultos, conjuntos de atitudes rituais, nas 
quais os seus “movimentos são estereotipados”. A religião 
constrói a sociedade, na qual “as divisões em dias, semanas 
(...) correspondem à periodicidade dos ritos, das festas”, sen-
do assim uma manifestação natural da atividade humana.
Vimos que o totemismo coloca em; a seguir vêm os animais a em 
primeiro lugar, entre as coisas que reconhece como sagradas, as 
representações figuradas do totem; a seguir vêm os animais ou os 
vegetais que dão seu nome ao clã e, finalmente, os membros desse 
clã. Como todas essas coisas são igualmente sagradas, embora 
em diferentes graus, seu caráter religioso não pode depender de 
nenhum dos atributos entrar no domínio das conjeturas arbitrárias 
e inverificáveis. Se quisermos permanecer em concordância com os 
resultados anteriormente obtidos, devemos, ao mesmo tempo que 
afirmamos a natureza religiosa do totemismo, impedir-nos de re-
duzi-lo a uma religião como causa ideias que não seriam religiosas.
ÉMILE DURKHEIM
AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA. SÃO PAULO: 
MARTINS FONTES, 2000, P. 187-188.
A religião, para Durkheim, é uma espécie de especulação de 
tudo que escapa à ciência, ou seja, o sobrenatural, possuin-
do assim na sua essência um conjunto de símbolos (os ritos). 
O homem é um ser social, porque pensa por conceitos. A 
concepção de mito é entendida como a representação de 
uma espécie de herói histórico.
1.3. O método científico
Durkheim inaugura o processo de investigação sobre os 
fenômenos sociais, pautado na observação dos fatos. Só 
que esse procedimento deve ser guiado por uma análise 
neutra do pesquisador, pois é necessário a esse observa-
dor suprimir todos os seus juízos de valores pessoais para 
que conclusões não sejam precipitadas. Entretanto, essa 
investigação precisa apresentar um retrato fiel do objeto 
analisado, observando todos os elementos que compõem 
essa estrutura vista. Nesse momento, Durkheim apresenta 
a importância da sociologia como a ciência.
Nesse processo, é saliente notar que Durkheim aponta al-
guns direcionamentos:
 o processo deve ser objetivo;
 os fatos analisados podem ser normais ou anômicos; e
 e como esses fatos se interligam ou afetam os inte-
grantes desse grupo estudado.
Assim, aconteceram fatos corriqueiros, que serão caracteri-
zados como normais; e também fatos que fogem desse es-
tereótipo de normalidade, que acarretarão anomias sociais, 
isto é, coisas estranhas que fogem da normalidade.
Montesquieu e Rousseau
Émile Durkheim. São Paulo: Madras, 2008.
Durkheim discorre sobre o pensamento de 
Montesquieu e Rousseau, abordando os 
assuntos concernentes à ciência social, tais 
como moralidade, religião, vida econômica, 
família etc., que são inerentes a essa so-
ciedade e que fazem parte, ainda que não 
percebamos, da relação de cada um com 
o mundo.
multimídia: livro
Pequeno cidadão
Arnaldo Antunes. 2009. Álbum: A curva da cintura
Nessa canção, nos deparamos com uma se-
quência de ordens, totalmente vigiadas por 
um adulto, que, de uma forma coercitiva, con-
trola tudo de maneira a estabelecer as regras 
e as normas.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: música
13
DIAGRAMA DE IDEIAS
MÉTODO 
CIENTÍFICO
SOLIDARIEDADE 
MECÂNICA
SOLIDARIEDADE 
ORGÂNICA
SIMPLES
COMPLEXA
FATO SOCIAL
SUICÍDIO
PROCESSO DE 
INVESTIGAÇÃO
• NORMAL
• PATOLÓGICO
• ANÔMICO
• EGOÍSTA
• ALTRUÍSTA
• ANÔMICO
DURKHEIM
14
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UFU) A concepção da Sociologia de Durkheim se ba-
seia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é de-
monstrar que pode e deve existir uma Sociologia obje-
tiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, 
tendo por objeto o fato social.
ARON, R. AS ETAPAS DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 1995. P. 336.
Em vista do exposto, assinale a alternativa correta.
a) Durkheim demonstrou que o fato social está des-
conectado dos padrões de comportamento culturais 
do indivíduo em sociedade e, portanto, deve ser usa-
do para explicar apenas alguns tipos de sociedade.
b) A solidariedade orgânica, para Durkheim, possui 
pequena divisão do trabalho social, como pode ser de-
monstrada pela análise dos fatos sociais da sociedade.
c) Segundo Durkheim, a primeira regra, e a mais fun-
damental, é considerar os fatos sociais como coisas 
para serem analisadas.
d) O estado normal da sociedade para Durkheim é o 
estado de anomia, quando todos os indivíduos exer-
cem bem os fatos sociais.
2. (UEG) O objeto de estudo da Sociologia, para Durkheim, 
é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o 
sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A 
construção durkheimiana do objeto de estudo da Socio-
logia pode ser considerada:
a) positivista, pois se fundamenta na busca de objeti-
vidade e neutralidade.
b) dialética, pois reconhece a existência de uma reali-
dade exterior ao pesquisador.
c) kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a 
coisificação da realidade.
d) nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” 
como fundamento para a pesquisa.
e) weberiana, pois aborda a ação social racional atri-
buída por um sujeito.
3. (UFU) A tirinha de Quino abaixo ilustra a concepção 
de fato social, segundo Durkheim.
Para o autor, é característica do fato social:
a) ser geral e igual em todas as sociedades.
b) dar liberdade ao indivíduo, em uma dada sociedade, 
de praticar ações e atitudes ligadas ao seu senso crítico.
c) ser particular de cada indivíduo, sem interferência 
do grupo social no qual está inserido.
d) exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior.
4. (UEL) Leia o texto a seguir.
Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celu-
lar ou de ser incapaz de ficar sem ele por mais de um dia é 
a origem da chamada “nomofobia”, contração de no mo-
bile phobia, doença que afeta principalmente os viciados 
em redes sociais que não suportam ficar desconectados. 
Uma parte da população acha que, se não estiver conecta-
da, perde alguma coisa. E se perdemos alguma coisa, ou se 
não podemos responder imediatamente, desenvolvemos 
formas de ansiedade ou nervosismo.
O MEDO DE NÃO TER O CELULAR À DISPOSIÇÃO CRIA NOVA FOBIA. 
DISPONÍVEL EM: <EXAME.ABRIL.COM.BR/ESTILO-DEVIDA/COMPORTAMENTO/NOTICIAS/O-MEDO-DE-NAO-TER-O-CELULAR-ADISPOSICAO-CRIA-
NOVA-FOBIA>. ACESSO EM: 9 ABR. 2012 (ADAPTADO).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre sociali-
zação e instituições sociais, na perspectiva funcionalista 
de Durkheim, assinale a alternativa correta.
a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia so-
cial na medida em que aproxima o contato em tempo 
real dos indivíduos, fortalecendo a integração com a 
vida social.
b) As interações sociais via tecnologias digitais são 
uma forma de solidariedade mecânica, pois os indiví-
duos uniformizam seus comportamentos.
c) O que faz de uma rede social virtual uma insti-
tuição é o fato de exercer um poder coercitivo e ao 
mesmo tempo desejável sobre os indivíduos.
d) O uso de interações sociais por recursos tecnológi-
cos constitui um elemento moral a ser compreendido 
como fato social.
e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, 
faz-se necessário que esteja presente em uma diver-
sidade de grupos sociais.
5. (Enem) A Sociologia ainda não ultrapassou a era das 
construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assu-
mir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do 
campo social, ela prefere buscar as brilhantes genera-
lidades em que todas as questões são levantadas sem 
que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com 
exames sumários e por meio de intuições rápidas que 
se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão 
complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão am-
plas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum 
tipo de prova.
DURKHEIM, ÉMILE. O SUICÍDIO: ESTUDO DE SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2000.
O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em cons-
truir uma sociologia com base na
a) vinculação com a filosofia como saber unificado.
b) reunião de percepções intuitivas para demonstração.
c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
d) adesão aos padrões de investigação típicos das 
ciências naturais.
e) incorporação de um conhecimento alimentado 
pelo engajamento político.
15
6. (UEL) O positivismo foi uma das grandes correntes 
de pensamento social, destacando-se, entre seus princi-
pais teóricos, Augusto Comte e Émile Durkheim. Sobre 
a concepção de conhecimento científico, presente no 
positivismo do século XIX, é correto afirmar:
a) A busca de leis universais só pode ser empreen-
dida no interior das ciências naturais, razão pela 
qual o conhecimento sobre o mundo dos homens 
não é científico.
b) Os fatos sociais fogem à possibilidade de consti-
tuírem objeto do conhecimento científico, haja vis-
ta sua incompatibilidade com os princípios gerais 
de objetividade do conhecimento e a neutralidade 
científica.
c) Apreender a sociedade como um grande organis-
mo, a exemplo do que fazia o materialismo históri-
co, é rejeitado como fonte de influência e orientação 
para as investigações empreendidas no âmbito das 
ciências sociais.
d) A ciência social tem como função organizar e racio-
nalizar a vida coletiva, o que demanda a necessidade 
de entender suas regras de funcionamento e suas ins-
tituições forjadas historicamente.
e) O papel do cientista social é intervir na construção 
do objeto, aportando à compreensão da sociedade 
os valores por ele assimilados durante o processo de 
socialização obtido no seio familiar.
7. (Unespar) Na produção sociológica do francês Émile 
Durkheim, fatos sociais são maneiras coletivas de agir, 
pensar e sentir que são exteriores ao indivíduo e exercem 
pressão ou coerção social, ainda que não se perceba, so-
bre sua consciência. Também apresentam a característica 
de serem gerais na extensão de uma sociedade, na medida 
em que são comuns à maioria dos indivíduos. Durkheim 
considera que os fatos sociais não se confundem com as 
manifestações das consciências individuais, eles são uma 
realidade sui generis, uma realidade peculiar.
ARAUJO, SILVA MARIA; BRIDI, MARIA APARECIDA; 
MOTIM, BENILDE LENZI. SOCIOLOGIA. ENSINO MÉDIO, 
VOLUME ÚNICO. SÃO PAULO: SCIPIONE, 2013, P. 50.
Considerando o pensamento sociológico de Durkheim e 
com base na assertiva acima, assinale a alternativa correta.
a) Os fatos sociais se configuram como ideias, tipos 
ideias, que representam a realidade.
b) Os fatos sociais se definem como coisas e objetos 
que advém da mente humana, mais precisamente, da 
ideia que o indivíduo formula da realidade.
c) Os fatos sociais são coisas e por isso podem se 
definir partir da consciência do indivíduo.
d) Os fatos sociais se caracterizam como coisa e por 
isso devem atender às características de generalida-
de, de externalidade e de coercitividade.
e) Fato social é o método utilizado por Durkheim para 
explicar os fenômenos sociais que, quase sempre, re-
sultam de ideias e de crenças.
8. (Unioeste) O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-
1917), em sua obra As regras do método sociológico, 
ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da Socio-
logia. Entre as constatações de Durkheim, está a de que 
o fato social não pode ser definido pela sua generalida-
de no interior de uma sociedade. Nesta obra, Durkheim 
elabora um tratamento científico dos fatos sociais e cria 
uma base para a sociologia no interior de um conjunto 
coeso de disciplinas sociais, visando a fornecer uma base 
racional e sistemática da sociedade civil.
Sobre o significado do fato social para Durkheim, é cor-
reto afirmar que:
a) os fenômenos sociais, embora obviamente inexis-
tentes sem os seres humanos, residem nos seres hu-
manos como indivíduos, ou seja, os fatos sociais são 
os estados mentais ou emoções dos indivíduos.
b) os fatos sociais, parecem, aos indivíduos, uma 
realidade que pode ser evitada, de maneira que se 
apresenta dependente de sua vontade. Nesse sentido, 
desobedecer a uma norma social não conduz o indiví-
duo a sanções punitivas.
c) a proposição fundamental do método de Durkheim 
é a de que os fatos sociais devem ser tratados como 
coisas, ou seja, como objeto do conhecimento que a 
inteligência não penetra de forma natural, mas atra-
vés da observação e da experimentação.
d) Durkheim considera os fatos sociais como coisas 
materiais. Pode-se afirmar, portanto, que todo objeto 
de ciência é uma coisa material e deve ser abordado 
a partir do princípio de que o seu estudo deve ser 
abordado sem ignorar completamente o que são.
e) os fatos sociais são semelhantes aos fatos psíqui-
cos, pois apresentam um substrato semelhante e evo-
luem no mesmo meio, de maneira que dependem das 
mesmas condições.
9. (UFU) Leia o excerto abaixo.
“[...] O centro dos primeiros sistemas da natureza não é o 
indivíduo, é a sociedade. É ela que se objetiva e não mais 
o homem.”
RODRIGUES, J.A. (ORG.). DURKHEIM. SÃO 
PAULO: ÁTICA, 1978. P. 201-202.
Nesse trecho, Durkheim propõe romper com o huma-
nismo antropocêntrico dos modernos em favor de um 
novo modelo de conhecimento baseado no sociocen-
trismo. Não mais o homem, mas a sociedade aparece 
como centro do conhecimento porque, para Durkheim:
a) a sociedade é o modelo dos primeiros sistemas lógicos.
b) os primeiros sistemas lógicos se fundem com a natureza.
c) a consciência coletiva corresponde à totalidade dos 
conhecimentos individuais.
d) a proeminência da estrutura social se realiza em 
detrimento do acontecimento.
16
10. (FGV) “O funcionalismo é um modelo explicativo im-
portante nas teorias sociológicas contemporâneas e uma 
de suas raízes intelectuais é o conceito de função desen-
volvido por Durkheim, em As regras do método socioló-
gico (1895). Para o sociólogo francês, os elementos que 
compõem a sociedade devem ser estudados a partir da 
identificação das suas funções, vale dizer do papel que 
desempenham para fazer funcionar a sociedade. Assim, 
por exemplo, a função __________ é codificar e sacrali-
zar as normas sociais, ao passo que a função __________ 
é reagir e punir as violações das normas, enquanto a fun-
ção __________ é sustentar a vida material”.
Assinale a opção que completa corretamente as lacu-
nas do fragmento acima.
a) da religião – da economia – do direito
b) do direito– da religião – da economia
c) do direito – da economia – da religião
d) da economia – do direito – da religião
e) da religião – do direito – da economia
11.A montagem acima faz uma sátira a respeito do uso 
do Facebook, uma das principais redes sociais da con-
temporaneidade. Tendo em conta essa crítica, responda:
a) O uso de redes sociais na internet pode ser consi-
derado um fato social? Justifique sua resposta.
b) A qual dos três aspectos do fato social a figura faz 
referência de forma mais marcante? Por quê?
GABARITO
1-C; 2-A; 3-D; 4-D; 5-D; 6-D; 7-D; 8-C; 9-A; 10-E
11.
a) Sim. O uso de redes sociais como o Facebook tem se 
mostrado geral, coercitivo e exterior aos indivíduos; uma 
vez que seu uso é cada vez mais intenso, as pessoas se 
sentem coagidas a participar dessas redes e isso independe 
do gosto delas por essa forma de comunicação.
b) Ao caráter coercitivo. Uma vez fazendo parte dessa rede 
social, a pessoa encontra grandes dificuldades para deixar 
de utilizá-la. Isso está presente, na figura, pela ausência da 
porta de saída.
17
1. O SUICÍDIO
Em sua obra intitulada O suicídio, de 1897, Durkheim pre-
tende provar que o suicídio é um fato social, ocasionado 
pela coerção exterior e independente do indivíduo.
Colocando em prática o seu método científico, unindo a 
observação e o processo empírico, o sociólogo francês bus-
cou relacionar as taxas de suicídio em diversos países do 
Ocidente. Em sua conclusão, define que esse fenômeno 
como um fato social.
Construindo uma definição útil do suicídio, classificando 
em três tipos:
 Egoísta: ato desencadeado pelo individualismo ex-
tremo, de forma que o indivíduo encontra-se isolado 
de seus grupos sociais. Esse tipo de suicídio predomina 
nas sociedades modernas.
 Altruísta: ato que desencadeado pelo indivíduo toma-
do pela obediência coercitiva do coletivo. Um exemplo 
desse altruísmo são os terroristas, chamados “homens/
mulheres-bombas”, que por uma ideologia, tiram as 
suas próprias vidas em prol de um ideal.
 Anômico: ato que representa uma mudança abrupta, 
anormal na taxa de normalidade do suicídio. Apontada 
por uma crise social, como o desemprego ou por pro-
cessos de transformações sociais, como a moderniza-
ção, que substituiu o homem no mercado de trabalho.
2. A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL
Para Durkheim, em sua tese de doutorado de 1893, cha-
mada “Da divisão social do trabalho”, a divisão do traba-
lho concretiza-se mediante uma interação social, inserida 
na sociedade.
Diante disso, o sociólogo afirma que a sociedade existe pela 
reprodução dos fatos sociais, transcendendo um consenso en-
tre seus membros. Essa sociedade é constituída por duas for-
mas de solidariedade, que distingue dois tipos de sociedade.
O suicídio 
Diante uma explicação direta, o vídeo trata 
sobre o suicídio, na visão de Durkheim.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
Sociologia
Émile Durkheim. José Albertino Rodrigues 
(Org.). São Paulo: Ática, 1978.
multimídia: livro
 DIVISÃO DO TRABALHO DURKHEIMIANA
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA
3
18
 Sociedades tradicionais: consolidadas pela solidarieda-
de mecânica, isto é, é um acordo presente em grupos 
sociais que compartilham os mesmos valores e crenças 
sociais, os quais são responsáveis pela coesão social.
 Sociedades modernas ou contemporâneas: consolida-
das pela solidariedade orgânica, isto é, esses indivíduos 
não compartilham das mesmas crenças religiosas, pois 
cada indivíduo possui uma consciência própria. Nesse 
tipo de sociedade, a divisão do trabalho é crescente, 
sendo reproduzida pelas formas legais da sociedade, 
com regras e leis.
Solidariedade mecânica Solidariedade orgânica
Sociedade simples Sociedade complexas
Sem divisão do trabalho
Com inúmeras formas de divi-
são do trabalho
Seres iguais Seres diferentes
Funções iguais Funções especializadas
Consciência social menor Consciência social maior
Coerção pela força e violência
Coerção pelo controle forma-
lizado
Bicho de Sete Cabeças
Brasil: 2000 (80 min)
O filme discute possibilidades e limites das ins-
tituições de socialização (religiosas, escolares e 
familiares), instituições totais (manicômios, insti-
tuições carcerárias e hospitais), além da violação 
dos direitos humanos e construção da cidadania.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
Uma disciplina só pode ser chamada ciência se tiver um cam-
po definido a explorar. A ciência trata de coisas, realidades. Se 
não tiver um material definido a descrever e interpretar, existe 
um vácuo. Além da descrição e da interpretação da realidade, 
ela não pode ter função real. A aritmética trata de números; 
a geometria, de espaços e figuras; as ciências naturais, de 
corpos animados e inanimados; e a psicologia, da mente hu-
mana. Antes que a ciência social pudesse começar a existir, 
era preciso atribuir-lhe um assunto definido.
À primeira vista, esse problema não apresenta dificuldade: o 
assunto da ciência social são as “coisas” sociais, ou seja, leis, 
costumes, religiões etc. Todavia, se olharmos para a história, 
percebemos que, até bem recentemente, nenhum filósofo ja-
mais encarara esses assuntos sob essa luz.
ÉMILE DURKHEIM
MONTESQUIEU E ROUSSEAU: PIONEIROS DA SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: MADRAS, 2008, P. 17
Senhor Cidadão
Tom Zé. 1972. Álbum: Tom Zé
Nessa canção, Tom Zé aponta sobre os fatos 
sociais que constituíram a sociedade, se uti-
lizando de uma crítica.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: música
19
DIAGRAMA DE IDEIAS
SOCIEDADES
TRADICIONAIS
DIVISÃO DO 
TRABALHO SOCIAL
VALORES 
SEMELHANTES
MENOR DIVISÃO 
DO TRABALHO
VALORES 
DIFERENTES
MAIOR DIVISÃO
DO TRABALHO
FRUTO DE 
REPRODUÇÃO DOS 
FATOS SOCIAIS
SOCIEDADES
MODERNAS
DURKHEIM
20
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (UEM) Sobre a relação entre a revolução industrial 
e o surgimento da sociologia como ciência, assinale o 
que for correto.
a) A consolidação do modelo econômico baseado na 
indústria conduziu a uma grande concentração da 
população no ambiente urbano, o qual acabou se 
constituindo em laboratório para o trabalho de inte-
lectuais interessados no estudo dos problemas que 
essa nova realidade social gerava.
b) A migração de grandes contingentes populacionais 
do campo para as cidades gerou uma série de proble-
mas modernos, que passaram a demandar investiga-
ções visando à sua resolução ou minimização.
c) Os primeiros intelectuais interessados no estudo dos 
fenômenos provocados pela revolução industrial compar-
tilhavam uma perspectiva positiva sobre os efeitos do de-
senvolvimento econômico baseado no modelo capitalista.
d) Os conflitos entre capital e trabalho, potencializados 
pela concentração dos operários nas fábricas, foram tema 
de pesquisa dos precursores da sociologia e continuam 
inspirando debates científicos relevantes na atualidade.
e) A necessidade de controle da força de trabalho fez 
com que as fábricas e indústrias do século XIX inse-
rissem sociólogos em seus quadros profissionais para 
atuarem no desenvolvimento de modelos de gestão 
mais eficientes e produtivos.
2. (UFU) A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba 
alerta pais e responsáveis por crianças e adolescentes 
e os profissionais da educação e saúde em relação ao 
“jogo” Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos partici-
pantes e sugere o suicídio como última etapa.
DISPONÍVEL EM: <WWW.TRIBUNAPR.COM.BR/NOTICIAS/CURITIBA-
REGIAO/JOGO-BALEIA-AZUL-DEIXA-CURITIBA-EM-ALERTA-OITO-JA-
BRINCARAM-COM-MORTE/>. ACESSO EM: 22 ABR. 2017.
Esse foi um dos alertas, nos últimos meses, relacionados ao 
“jogo Baleia Azul” e à possibilidade de suicídios de adoles-
centes (13 a 17 anos) ligadas a ele. Pode-se realizar uma 
relação desses possíveis suicídios com os tipos de suicídios 
de Durkheim, pois, para esse pensador, os indivíduos são 
determinados pela realidade coletiva.
Assim, o suicídio gerado pelo “jogo” seria classificado como:
a) suicídio egoísta.
b) suicídio anômico.
c) suicídio etnocêntrico.
d) suicídio cultural.3. (Unioeste) “Solidariedade orgânica” e “solidarieda-
de mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo 
francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a 
“coesão social” em diferentes tipos de sociedade. De 
acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades 
ocidentais modernas, prevalece a “solidariedade orgâ-
nica”, onde os indivíduos se percebem diferentes em-
bora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado 
capitalista, entretanto, baseada na competição indivi-
dualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos 
de solidariedade que asseguram a coesão social e con-
duzir a uma situação de “anomia”.
De acordo com os postulados de Durkheim, é correto 
dizer que o conceito de “anomia” indica:
a) a necessidade de todos demonstrarem solidarieda-
de com os mais necessitados.
b) uma situação na qual aqueles indivíduos porta-
dores de um senso moral superior devem se colocar 
como líderes dos grupos dos quais fazem parte.
c) a condição na qual os indivíduos não se identificam 
como membros de um grupo que compartilha as mes-
mas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, 
por exemplo, o certo do errado e o justo do injusto.
d) o consumismo exacerbado das novas gerações, 
representado pelo aumento do número de shopping 
centers nas cidades.
e) a solidariedade que as pessoas demonstram quando en-
toam cantos nacionalistas e patrióticos em manifestações 
públicas como os jogos das seleções nacionais de futebol.
4. (UEL) A cidade desempenha papel fundamental no 
pensamento de Émile Durkheim, tanto por exprimir o 
desenvolvimento das formas de integração quanto por 
intensificar a divisão do trabalho social a ela ligada.
Com base nos conhecimentos acerca da divisão de tra-
balho social nesse autor, assinale a alternativa correta.
a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio 
livre de funções no espaço urbano torna obsoleta a 
presença de instituições.
b) A solidariedade orgânica é compatível com a so-
ciedade de classes, pois a vida social necessita de 
trabalhos diferenciados.
c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “ho-
mem massa”, as cidades recriam a solidariedade me-
cânica em detrimento da solidariedade orgânica.
d) O efeito principal da divisão do trabalho é o au-
mento da desintegração social em razão de trabalhos 
parcelares e independentes.
e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela cres-
cente divisão do trabalho decorrem das vontades e 
das consciências individuais.
5. (Unicentro) Um dos livros muito conhecidos do soció-
logo Emile Durkheim é o Da divisão do trabalho social, 
obra publicada em 1893. Nesse livro, o autor identifica o 
surgimento de um novo método de trabalho que condu-
zia a uma nova fonte de interação social. Sobre a função 
da divisão do trabalho em Durkheim, assinale V para as 
afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A especialização das profissões e a divisão do trabalho 
baseiam-se em uma ética asceta que leva os indivíduos a 
buscarem acumulação e eficiência e a evitarem o desper-
dício e a preguiça.
21
( ) Os resultados econômicos da divisão do trabalho são 
de menor importância, pois o efeito moral, o sentimento de 
solidariedade que essa produz é a sua verdadeira função.
( ) Um arranjo social com classes dominantes e classes 
dominadas em constante conflito entre si é uma das princi-
pais implicações da divisão social do trabalho.
( ) A divisão do trabalho possibilita a coesão social, ga-
rantindo o funcionamento harmônico do organismo social.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima 
para baixo, é:
a) V, V, V e F.
b) F, V, V e V.
c) F, V, F e F.
d) F, V, F e V.
e) V, F, F e F.
6. (Unimontes) Segundo o sociólogo francês Émile 
Durkheim (1858-1917), a consciência coletiva corres-
ponde ao conjunto das crenças e dos sentimentos co-
muns à média dos membros de uma mesma sociedade 
que forma um sistema determinado que possui dinâmi-
ca própria. Ou seja, existem certos padrões morais es-
tabelecidos pela sociedade aos quais as pessoas devem 
obedecer, como deveres por ela impostos, cuja natureza 
obrigatória da moral caminha conjuntamente à mani-
festação voluntária da vontade de segui-la.
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, 
analise as afirmativas a seguir:
I. A consciência coletiva produz um mundo de sentimentos, 
de ideias, de imagens e independe da maneira pela qual 
cada um dos membros dessa sociedade venha a manifes-
tá-la, porque tem uma realidade própria.
II. A consciência coletiva recobre todas as áreas de distin-
tas dimensões na consciência das pessoas, independente-
mente de que esteja inserido numa sociedade simples ou 
mesmo uma sociedade complexa.
III. Quanto mais simples é a sociedade mais extensa é a 
consciência coletiva, maior é a coesão entre os participan-
tes da sociedade, o que faz com que todos se assemelhem 
e, por isso, os membros do grupo sintam-se atraídos pelas 
similitudes uns com os outros.
IV. Na sociedade complexa, o ideal moral é imutável, e uma 
vez que ele surge, impossibilita a sua modificação e evolu-
ção, por mais que se modifiquem as condições de vida social.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) Todas as alternativas corretas.
7. (Unisc) Sobre certos sentimentos até então consi-
derados inatos nos humanos Émile Durkheim, um dos 
fundadores da Sociologia, afirma que esses não são en-
contrados em todas as sociedades, o que lhe permite 
concluir que “tais sentimentos resultam pois da orga-
nização coletiva, em vez de constituírem a base dela”.
DURKHEIM, ÉMILE. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO. 
3. ED. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 2007, P. 10.
Podemos dizer, com base nisto, que para Durkheim:
a) a organização social é constituída pelos sentimentos 
inatos.
b) em certas sociedades as pessoas são naturalmente 
mais sensíveis do que em outras.
c) os sentimentos humanos são os mesmos, indepen-
dentemente da organização da sociedade.
d) em sociedades mais avançadas, os sentimentos hu-
manos dependem da organização social.
e) os sentimentos humanos são fruto da organização 
da sociedade.
8. (Unicentro) As análises sociológicas de Émile Durkheim, 
ao mesmo tempo que demonstram a intenção em eman-
cipar a sociologia das outras ciências, indicam a preocu-
pação com as crises e problemas de sua época, ou o 
que esse autor denominou de estado de anomia da so-
ciedade industrial. Em sua obra As regras do método 
sociológico, Durkheim estabelece o método e o objeto 
de estudo da Sociologia. O domínio de toda a ciência 
deve corresponder ao universo empírico e se preocupar 
apenas com essa realidade, ou seja, o estudo metódico 
que conduz ao estabelecimento de leis explicativas dos 
fenômenos. A Sociologia seria uma ciência no meio de 
outras ciências positivas.
RODRIGUES, J.A. (ORG.). ÉMILE DURKHEIM: SOCIOLOGIA. 
SÃO PAULO: ÁTICA, 1978, P. 19-21;
MARTINS, C.B. O QUE É SOCIOLOGIA. SÃO 
PAULO: BRASILIENSE, 1982, P. 50-51.
Com base no texto e nos conhecimentos sociológicos 
de Durkheim sobre o estado de anomia da sociedade 
industrial, assinale a alternativa correta.
a) Para Durkheim, a situação de anomia das sociedades 
industriais tem como explicação os programas de mudan-
ça na distribuição de riquezas esboçados pelos socialistas.
b) Segundo Durkheim, o estado de anomia da sociedade 
industrial moderna tem como origem a reprodução das cri-
ses do estágio anterior de desenvolvimento da sociedade.
c) As análises de Durkheim demonstram que os anta-
gonismos entre as classes são os fatores determinan-
tes da anomia, dos problemas e das crises da moder-
na sociedade industrial.
d) Durkheim demonstra que a raiz da anomia, dos pro-
blemas e das crises da sociedade industrial é a fragilida-
de dos valores morais e o relaxamento dos laços sociais.
e) Durkheim define que o aumento da produti-
vidade é o aspecto determinante para explicar 
a anomia em que a sociedade industrial de sua 
época se encontrava.
22
9. (UFU) Durkheim caracterizao suicídio – até então 
considerado objeto de estudo da epidemiologia, da psi-
cologia e da psiquiatria – como fato social e, por isso, 
dotado das características da coercitividade, da exte-
rioridade, da generalidade. É tomado, pois, como objeto 
de estudo sociológico, em virtude do fato de:
a) variar na razão inversa ao grau de integração dos gru-
pos sociais de que faz parte o indivíduo, ou seja, quanto 
maior o grau de integração ao grupo social, mais eleva-
da é a taxa de mortalidade – suicídio da sociedade.
b) ser possível observar uma certa predisposição social 
para fornecer determinado número de suicidas, ou seja, 
uma tendência constante, marcada pela permanência, 
a despeito de variações circunstanciais.
c) configurar-se como uma morte que resulta direta ou 
indiretamente, consciente ou inconscientemente de um 
ato executado pela própria vítima.
d) depender, exclusivamente, do temperamento do sui-
cida, de seu caráter, de seu histórico familiar, de sua 
biografia, uma vez que não deixa de ser um ato do 
próprio indivíduo.
10. (UFPR) Normalmente, quando se fala de socializa-
ção, se pensa no processo de interiorização de normas e 
de comportamentos sociais pela criança. Durkheim afir-
ma que a socialização primária da criança, que ocorre 
nos primeiros anos de vida, é de responsabilidade da 
família, e a socialização secundária se faz em institui-
ções como a igreja e a escola. Considerando que vive-
mos no século XXI, que outras instituições participam 
hoje da socialização da criança? Cite duas e justifique 
sua escolha.
11. (UFU) A industrialização e o surgimento concomitan-
te de grandes centros urbanos com seus aglomerados 
populacionais e um crescente processo de individuali-
zação constituíram temas recorrentes na investigação 
sociológica clássica. Discorra a respeito da relação en-
tre os processos de urbanização e individuação, a partir 
da abordagem sociológica de Émile Durkheim
GABARITO
1-A; 2-A; 3-C; 4-B; 5-D; 6-B; 7-E; 8-D; 9-B
10. As instituições que têm uma participação da sociabi-
lização da criança são a família, a escola e a igreja, além 
também, como o primeiro exemplo, a influência que os 
meios de comunicação de massa exercem na formação 
individual da criança. A entrada da mulher no mercado de 
trabalho também é um exemplo e não dá opção da mesma 
de estar integralmente custodiando a educação de seus fi-
lhos, assim, acaba deixando à creche ou à TV a responsabi-
lidade dos cuidados com a criança.
11. Segundo Durkheim, o processo de individuação, me-
diante o qual a consciência individual tende a se sobrepor 
à consciência coletiva de modo a que as regras de compor-
tamento passem a se basear cada vez mais em interesses 
particulares constitui característica marcante dos meios 
urbanos das sociedades modernas. O suicídio egoísta é o 
tipo de suicídio característico deste tipo de sociabilidade 
definindo‐o como aquele “que resulta de uma individua-
ção excessiva”, levando a um enfraquecimento da socie-
dade nos indivíduos, portanto, à falta de “uma razão para 
suportarem com paciência as misérias da existência”. Não 
se sabe mais o que é possível e o que não é, o que é justo 
e injusto, quais são as reivindicações e as aspirações legíti-
mas, quais são aquelas que passam da medida”. Tal estado 
de desregramento ou anomia é acompanhado de um surto 
de paixões indisciplinadas e ímpetos incontrolados e, deste 
modo, também, de aumento na curva de suicídios.
23
1. KARL HEINRICH MARX 
(1818-1883)
O filósofo alemão analisou as transformações ocorridas na 
sociedade durante a Revolução Industrial no século XIX, 
quando as máquinas começaram a substituir o trabalho 
manual dos homens, modificando radicalmente as relações 
humanas e os seus hábitos na sociedade. Com isso, Marx vai 
ser um dos responsáveis em promover uma discussão crítica 
da sociedade capitalista, bem como da origem dos proble-
mas sociais que este tipo de organização social originou.
TIPO DE FÁBRICA DO SÉCULO XIX
Segundo Marx, nas sociedades capitalistas, a forma princi-
pal de conflito ocorre entre duas classes sociais fundamen-
tais: a burguesia e o proletariado. Essa formação assim se 
constitui, porque a classe assalariada (o proletariado), que 
não tendo os meios de produção, cedem a sua força de 
trabalho em troca de um benefício econômico, sendo parte 
fundamental do enriquecimento da burguesia, ou seja, os 
donos dos meios de produção exploram aqueles que não 
detêm os artifícios, pois só vendem o seu trabalho humano.
Desse modo, o conflito entre essas duas classes acaba ge-
rando uma mudança na história da humanidade, pois um 
grupo pretende conquistar novas condições, que alguns 
entenderam como direitos, e o outro grupo não pretende 
ceder essas condições, modificando-se a consciência e as 
próprias relações humanas. Entretanto, a classe dominante 
(a burguesia) tem maiores chances de construir a história 
como deseja, visto que possuem o poder econômico e polí-
tico nas mãos; algo bem diferente da classe proletária, que 
não têm esses meios de produção.
Mediante a isso, Marx observa que no capitalismo o mer-
cado é o centro das relações sociais, sendo que, no merca-
do, a força de trabalho é comercializada como mercadoria. 
Quando o trabalhador excede o tempo de trabalho neces-
sário, ele cria uma riqueza para os donos da produção, de-
nominada mais-valia.
Segundo Marx, o trabalhador acaba sendo alienado 
pelo próprio processo de produção, do modo que 
esse trabalhador não tem consciência do seu pró-
prio papel na sociedade, pois ele, devido às suas 
necessidades, constitui toda a sua vida em torno do 
seu trabalho.
O corte
Bélgica/França/Espanha, 2005
Após fusão, a empresa em que Bruno Davert 
trabalhava há 15 anos o demite. Desemprega-
do por dois anos, Bruno perde a autoestima e 
a sanidade. Vendo que há muita competição, 
decide eliminar seus concorrentes, matando os 
mais qualificados do que ele.
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 KARL MARX
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4 e 5 HABILIDADES:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA
4
24
Em 1848, redigiu com Friedrich Engels, o Manifesto do Par-
tido Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária 
que, mais tarde, seria chamada de marxismo. No Manifesto 
do Partido Comunista, Marx convoca o proletariado à luta 
pelo socialismo. Nesse período, ocorreram diversas mani-
festações de cunho liberal, socialista e democrático, deno-
minada Primavera dos Povos.
Fundou, em 1864, a Associação Internacional dos Traba-
lhadores – depois chamada de Primeira Internacional dos 
Trabalhadores –, com o objetivo de organizar a conquista do 
poder pelo proletariado em todo mundo. Em 1867, publicou 
o primeiro volume de sua obra mais importante, O capital, na 
qual faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa.
A classe operária vai ao Paraíso
Itália, 1971 (125 min)
Adorado por seus superiores, por ser um traba-
lhador extremamente dedicado, e odiado, pelo 
mesmo motivo por seus colegas de trabalho, 
Lulu vive entregue aos sonhos de consumo 
da classe média, alienado em meio aos movi-
mentos de protesto de sua classe, até que um 
acontecimento põe em xeque suas opiniões.
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Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo 
revolucionário. O marxismo – conjunto das ideias político-fi-
losóficas de Marx – propõe a derrubada da classe dominan-
te (a burguesia) por uma revolução do proletariado. Marx 
critica o capitalismo e seu sistema de livre empresa que, se-
gundo ele, pelas contradições econômicas internas, levaria a 
classe operária à miséria. Propunha uma sociedade na qual 
os meios de produção fossem de toda a coletividade.
A história de toda sociedade até nossos dias é a história da 
luta de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e escravo, me-
stre e oficial, em suma, opressores e oprimidos; empenhados 
numa luta sem trégua, ora velada, ora aberta, luta que a cada 
etapa conduziu a uma transformação revolucionária de toda a 
O jovem Karl MarxFrança/Alemanha/Bélgica, 2017 (118 min)
Conta a juventude de Karl Marx, período quan-
do ele luta para expor sua ideologia, o início de 
seu casamento com Jenny von Westphalen e a 
sua amizade com Friedrich Engels.
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Manifesto do Partido Comunista
Marx, Karl; ENGELS, Friedrich. Porto Alegre: 
L&PM Pocket, 2001.
multimídia: livro Pão nosso de cada dia
Gabriel, o Pensador. 1995. Álbum: Ainda é só 
o começo.
A canção apresenta algumas contradições que 
permeiam o senso comum em relação ao di-
nheiro e ao mundo do trabalho na atualidade.
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25
Vida de operário
Patu Fu. 1995. Álbum: Gol de quem?
A canção identifica o conceito da mais-valia, 
das desigualdades sociais que favorecem 
sempre uma classe dominante em detrimen-
to de uma classe dominada justamente pelo 
fato de o excedente produzido pelo trabalho 
ir concentrando-se nos “bolsos do patrão”.
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DIAGRAMA DE IDEIAS
MANIFESTO DO 
PARTIDO COMUNISTA
MAIS-VALIA
EXCEDENTE DO 
TRABALHO DO 
PROLETARIADO
OS TRABALHADORES 
PRECISAM SE 
ORGANIZAR
FRUTO DA 
II REVOLUÇÃO 
INDUSTRIAL
KARL MARX
OBSERVO A 
EXPLORAÇÃO 
EXCESSIVA DO 
HOMEM PELO 
HOMEM
AUMENTA AS 
DESIGUALDADES 
ENTRE OS HOMENS
PARA REVOLUÇÃO
sociedade ou ao aniquilamento das duas classes em confronto.
Nos primórdios da História encontramos, quase a toda a par-
te, uma organização completa da sociedade em diferentes 
grupos, uma série hierárquica de situações sociais.
A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da 
sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. 
Não fez senão substituir novas classes, novas condições de 
opressão, novas formas de luta às que existiram no passado.
Entretanto, a nossa época; a época da burguesia, caracteri-
za-se por ter simplificado os antagonismos de classes.
A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos 
opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a 
burguesia e o proletariado.
MARX, KARL; ENGELS, FRIEDRICH.
MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA. PORTO ALEGRE: L&PM, 2002, P. 23-24.
26
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (Ufrrj) Sobre as primeiras ações socialistas, Karl Marx 
e Friedrich Engels, no Manifesto Comunista de 1848, 
afirmaram o seguinte:
“As primeiras tentativas do proletariado para impor dire-
tamente o seu próprio interesse de classe, num tempo de 
agitação geral, no período da revolução que pôs termo à 
sociedade feudal, falharam necessariamente por não estar 
ainda desenvolvida a figura do próprio proletariado e por 
faltarem ainda condições materiais da sua libertação, que 
são precisamente o produto da época burguesa.”
Em relação aos primórdios do movimento operário na 
Europa, é correto afirmar que:
a) se organizou em torno de um programa político 
revolucionário que tinha nos bolcheviques russos a 
referência fundamental.
b) foi denominado, em sua forma mais violenta, lu-
ddismo e é associado à resistência dos operários ao 
capitalismo por meio da quebra de máquinas.
c) se originou na Inglaterra e buscava superar as ma-
zelas do capitalismo por meio de um programa de 
inspiração claramente socialista.
d) surgiu por iniciativa de partidos políticos socialde-
mocratas com atuação regular em diversos parlamen-
tos europeus e grande base entre os operários.
e) propunham como forma de acabar com o capita-
lismo um regime socialista ditatorial conhecido como 
“ditadura do proletariado”.
2. (UEG) Em sua 11ª tese sobre Feuerbach, Karl Marx 
(1818-1883) afirma que “os filósofos até hoje inter-
pretaram o mundo, cabe agora transformá-lo”. Muitos 
marxistas interpretaram mal a frase de Marx e abando-
naram livros, teoria e partiram para a prática, negligen-
ciando o significado da noção de práxis em Marx. Nesse 
sentido, tem-se que:
a) a tese marxista criticava a filosofia por não favo-
recer uma práxis revolucionária na qual toda prática 
suscita a reflexão, que por sua vez vai incidir sobre a 
prática reorientando uma ação transformadora.
b) a noção de práxis em Marx exige que a filosofia 
sempre permaneça nos limites do conhecimento te-
órico, pois a práxis humana deve ser conduzida por 
peritos técnicos e não por filósofos.
c) a tese marxista estimulava a prática e não a te-
oria, já que a ideia de práxis privilegia o fazer em 
detrimento do pensar, o que levaria à condenação da 
filosofia como teoria pura.
d) a ideia de práxis em Marx foi desvirtuada por aque-
les que não perceberam que existe uma ruptura entre 
teoria e prática, e que o trabalho intelectual deve pre-
valecer sobre o trabalho manual.
3. (UEM) Em termos sociológicos, assinale o que NÃO 
for correto sobre o conceito de classes sociais.
a) Sua utilização visa explicar as formas pelas quais 
as desigualdades se estruturam e se reproduzem nas 
sociedades.
b) De acordo com Karl Marx, as relações entre as 
classes sociais transformam-se ao longo da história 
conforme a dinâmica dos modos de produção.
c) As classes sociais, para Marx, definem-se, sobre-
tudo, pelas relações de cooperação que se desenvol-
vem entre os diversos grupos envolvidos no sistema 
produtivo.
d) A formação de uma classe social, como os proletá-
rios, só se realiza na sua relação com a classe oposi-
tora, no caso do exemplo, a burguesia.
e) A afirmação “a história da humanidade é a história 
das lutas de classes” expressa a ideia de que as trans-
formações sociais estão profundamente associadas 
às contradições existentes entre as classes.
4. (UEM) Escrito há quase duzentos anos, por Karl Marx 
e Friedrich Engels, o Manifesto Comunista denunciava 
as desigualdades sociais vividas pelos homens na so-
ciedade capitalista. Leia trecho dessa obra, reproduzido 
a seguir, e assinale o que for correto sobre o desenvol-
vimento econômico.
“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da 
sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes. 
Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, 
novas formas de luta no lugar das antigas [...] A manufa-
tura já não era suficiente. Em consequência disso, o vapor 
e as máquinas revolucionaram a produção industrial. O 
lugar da manufatura foi tomado pela indústria gigantesca 
moderna, o lugar da classe média industrial, pelos milio-
nários da indústria, líderes de todo o exército industrial, os 
burgueses modernos”
MARX, KARL; ENGELS, FRIEDRICH. MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA. RIO 
DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 1998, 10ª EDIÇÃO, P. 9 E 11 (COLEÇÃO LEITURA).
I. A passagem da manufatura para indústria gerou um pro-
cesso de modificação do espaço natural que foi bastante 
equilibrado, sem prejuízos ao meio ambiente.
II. O trecho acima se refere ao contexto de formação da 
sociedade capitalista e à composição dos antagonismos de 
classe, os quais opõem proprietários dos meios de produ-
ção e proprietários da força de trabalho.
III. As relações estabelecidas pelas classes sociais na so-
ciedade burguesa moderna são pautadas pela cooperação, 
a qual conduz ao desenvolvimento econômico gerador de 
melhor condição de vida para todos.
IV. As relações de troca se revolucionaram em virtude de o 
crescimento da burguesia moderna ter ocorrido na mesma 
proporção do crescimento da produção industrial.
V. O desenvolvimento da indústria está assentado no em-
27
prego do trabalho humano, o único detentor de conhe-
cimento para alterar a matéria-prima, a partir do uso de 
instrumentos que ele mesmo produz.
Estão corretas:
a) II, IV e V.
b) I, II e V.
c) III, IV e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e III.
5. (UFU) Em uma passagem de As aventuras do barão 
de Munchausem, personagem do folclore alemão, ele 
e seu cavalo encontram-se atolados em um pantanal 
e, para sair dessa situação, o barão puxa a si mesmo 
pelo cabelo, levantando-se, com sua montaria, do ter-
reno movediço. Em mais de uma ocasião, os sociólogos 
usaram essa metáfora para aludir ao modo pelo qual 
os positivistas procuravam um método objetivo, neutro, 
livre das ideologias.
Em oposição a essa suposta objetividade, Marx criticou 
veementemente os positivistas,

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