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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica PME 2100 – MECÂNICA A – Substitutiva – 03 de julho de 2009 Duração da Prova: 120 minutos (não é permitido uso de calculadoras) QUESTÃO 1 (3,0 pontos). O diagrama abaixo mostra um sistema em equilíbrio. O peso do bloco K é P e o peso da polia C é P/4. Despreze outros pesos. As polias C e D possuem raio r e a polia F possui raio r/2. Não há atrito entre o plano inclinado e o bloco K. Os cabos são ideais; não há atritos de qualquer espécie nas polias e em seus mancais. Considere Ө=45º. Nestas condições, pedem-se: (a) Os diagramas de corpo livre de todas as polias, do bloco K e das barras AC e BE; (b) as reações nos mancais C e D; (c) as reações nas articulações A e E Solução Diagramas de corpo livre das barras, polias e do bloco K Para o bloco somente, temos: 0cos0 0cos0 2 2 =+−⇒= =+−⇒= ∑ ∑ θθ θθ NPsenTF NsenTF V H (1) Resolvendo as equações (1) tem-se: HE VE VB HB HC F P HD VD T1 T1 N T2 T2 T1 T1 T1 T1 T1 T1 VC HB VB HC VC P/ 4 HA VA HD VD A C B D E F K θ θ θ l l l 0,5l ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica θ θ PsenT PN = = 2 cos Do equilíbrio da polia de centro F obtemos 4 2 2 2 121 PPsenTTT ==⇒= θ Do equilíbrio da polia de centro C, + =⇒=++⇒= ==⇒=⇒= ∑ ∑ 4 23 4 20 22 2 4 22cos20 11 1 PVVPsenTTF PPHHTF CCV CcH θ θ (2) Do equilíbrio da polia de centro D, 4 2 21 PPsenTVH DD ==== θ Finalmente, considerando somente as barras AC e BE, barra AC 0 2 0 =++−⇒=∑ PHHF BAH (3) 0 4 230 = + −+⇒=∑ PVVF BAV (4) 0 4 25 0 2 2 4 23 2 2 22 2 2 20 = + −−− ⇒= + −−−−⇒=∑ PVH lPlPVlHlM AA AAB (5) HB A VA HA VC HC VE HE HD VD HB VB VB ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica barra BE 0 4 20 =++−⇒=∑ PHHF EBH (6) 0 4 20 =++−⇒=∑ PVVF EBV (7) 0233 0 2 2 2 3 2 2 2 3 2 2 4 2 2 2 4 20 =++ ⇒=+++⇒=∑ PHV lHlVlPlPM EE EEB (8) As equações (3) a (8) são resolvidas para se obter HA, VA, HE e VE da seguinte maneira: de (3), 2 PHH AB −= em (6), 4 2 2 0 4 2 2 PPHHPHPH EAEA −−=+−⇒=+++− (9) de (4), + +−= 4 23PVV AB em (7), 4 30 4 2 4 2 4 3 PVVPVPPV EAEA =+⇒=++−− (10) de (10) AE V PV −= 4 3 em (8) 3 2 4 30233 4 33 PHPVPHVP EAEA ++=⇒=++− (11) (11) em (5) fornece 272412120 4 2 4 5 3 2 4 3 PPHHPPPHPH EAEA +=−−⇒=−−−−−− (12) Resolvendo-se (9) e (12) obtém-se: 12 )2515( 12 )229( + −= + −= PH PH E A HE em (11) fornece 12 )26( + −= PVA e, finalmente, VA em (10) fornece 12 )215( + = PVE ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica QUESTÃO 2 (3,0 pontos). A barra AB, de comprimento L=5r, está conectada por meio de juntas esféricas ao cursor A e ao disco rotativo de raio r e centro ( )0,0,aC = com 15ra = . Sabendo-se que este disco gira no sentido anti-horário com velocidade angular ω constante e que a barra AB não pode girar em torno de seu próprio eixo, ou seja, 0)( =−⋅Ω AB r pede-se, para a configuração indicada na figura: (a) A velocidade do cursor A. (b) A velocidade angular Ωr da barra AB. (c) O eixo helicoidal instantâneo da barra AB. SOLUÇÃO Da geometria do problema temos: rOAOAOBBA rOBrrOBOCCBOB 3)()()()( 4)()15()()()()( 222 222222 =−⇒−+−=− =−⇒+=−⇒−+−=− Com isso, temos as coordenadas de todos os pontos de interesse: )0;0;15();0;15()0;3;0( rCrrBrA Da equação fundamental da cinemática aplicada ao disco de centro C temos: irvkrjCBvv BCB rrrrrrrr ωωω =⇒∧+=−∧+= 0)( (1) A mesma equação aplicada à barra fornece: )315()()( krjrirkjiirBAvv zyxBA rrrrrrrrrr −+−∧Ω+Ω+Ω+=−∧Ω+= ω (2) Sabemos porém que jvv AA rr = pois A desloca-se sobre a guia vertical. Assim, a eq. (2) fica: krrjrrirrr rrr kji irjv yxxzzyzyxA rrr rrr r )153()15()3( 315 Ω+Ω+Ω+Ω−+Ω−Ω−= −− ΩΩΩ+= ωω (3) A eq. (3) fornece 3 equações escalares: ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica )6(1530: )5(15: )4(30: yx xzA zy rrk rrvj rrri Ω+Ω= Ω+Ω−= Ω−Ω−= r r r ω Temos, portanto 4 incógnitas. A equação adicional vem da condição de corpo rígido para a barra AB: )7( 3 15 15.3 )315()315( )()( 2 jrv rvr krjririrkrjrirjv BAvBAv A A A BA rr rrrrrrrr rr ω ω ω −= ⇒−= ⇒−+−⋅=−+−⋅ ⇒−⋅=−⋅ resposta (a) Para a obtenção do vetor rotação da barra temos que resolver o sistema formado por (4), (5) e (6). No entanto, este sistema é composto por equações linearmente dependentes, como se pode verificar pelo cálculo do determinante da matriz do sistema: 0 0153 150 30 =− −− rr rr rr Assim, faz-se necessário utilizar uma equação extra indendente, qual seja, a condição de não-rotação da barra AB em torno de seu próprio eixo: zyzyx rrrkrjrirkjiAB Ω−Ω+−=−+−⋅Ω+Ω+Ω⇒=−⋅Ω 315)315()(0)( rrrrrrr (8) de (6), 3 15 1530 yxyx rr Ω −=Ω⇒Ω+Ω= ω (9) de (4), 33 30 yzzy rrr Ω −=Ω=⇒Ω−Ω−= ωω (10) de (9) e (10) em (8), 25 0 33 3 3 15 15 ωω =Ω⇒= Ω +−Ω+ Ω y y y y rr rr em (9) 75 15ω −=Ωx em (10) ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886Departamento de Engenharia Mecânica 75 24ω =Ω z Assim, )24315( 75 kji rrrr ++−=Ω ω resposta (b) Os pontos E do eixo helicoidal instantâneo de um sólido situam-se sobre uma reta paralela ao seu vetor de rotação instantânea Ω r , cuja equação é dada por: Ω+ Ω ∧Ω += r r rr λ2 OvOE (Eq.16) Tomando o ponto A como pólo, temos: Ω+ ++ − ∧++− += r rrrr λ ω ωω )24915( 75 3 15)24315( 75 2 2 2 jrkji AE Ω+++= rrr λkrirAE 8 51575 resposta (c) QUESTÃO 3: (4,0 pontos). Um disco de massa m e raio r articulado pelo seu centro A a uma barra OA de massa M e comprimento R rola sem escorregar sobre uma superfície de raio r+R, conforme indicado na figura. Admitindo-se que o sistema se encontre inicialmente em repouso quando o ângulo θ entre a barra e a vertical for 0θ ( )20 0 piθ << , pede-se: (a) Os diagramas de corpo livre da barra e do disco em uma posição genérica como a mostrada na figura. (b) O trabalho que cada uma das forças atuantes no sistema realiza (justificar, para os casos em que o trabalho é nulo). (c) A velocidade e a aceleração angulares do disco e da barra para 0=θ . (d) As reações horizontais nas articulações O e A para 0=θ . Dados: 22 1 mrJ Disco Az = e 2 3 1 MRJ BarraOz = SOLUÇÃO Como o disco rola sem escorregar, o ponto de contacto C corresponde ao CIR. Logo, podemos calcular a velocidade de A aplicando-se a equação fundamental da Cinemática entre os pontos C e A do disco: ( ) jrjrirkvv CA rrrrrrr ωωω =−=−∧+= 0 (Eq.1) Como A também pertence à barra, podemos calcular a sua velocidade aplicando-se a equação fundamental da Cinemática entre os pontos A e O da barra, ou seja: i r jr θ O A C ωω & rr , ΩΩ & rr , ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica ( ) jRiRkvv OA rrrrrr Ω−=∧Ω−+= 0 (Eq.2) Igualando-se (1) e (2) determinamos a relação entre as velocidades angulares da barra e do disco: ω rr R r −=Ω (Eq.3) Como a base kji rrr ,, é solidária à barra OA e os vetores de rotação Ω r e ω r têm direção constante, podemos derivar a expressão acima para obter a relação entre as acelerações angulares da barra e do disco: ω& r&r R r −=Ω (Eq.4) De posse das relações anteriores, podemos expressar as acelerações do ponto A e do baricentro G da barra em função da velocidade angular do disco: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ijrijRa ijrijRa ijRiRjRiRkkiRka G A A rr & rr & r rr & rr & r rr & rr & rrrrr & rr 22 22 22 22 0 ωω ωω +−=Ω+Ω−=∴ +−=Ω+Ω−=∴ Ω+Ω−=Ω−Ω−=∧Ω−∧Ω−+∧Ω−+= (Eq.5) Para obtermos a variação das velocidades e acelerações angulares em função do ângulo θ, aplicaremos o Teorema da Energia Cinética entre os estados ( ) 00 θθ = e ( ) 0=tθ . Antes, porém, é necessário construirmos os diagramas de corpo livre do disco e da barra, com o propósito de identificarmos as forças que realizam trabalho durante a mudança de configuração do sistema. Os citados diagramas, para uma posição θ arbitrária, são apresentados nas figuras abaixo: (Resposta a) Analisando-se o trabalho realizado pelas forças atuantes no sistema, notamos que: • As componentes CC HV , da reação CR r , em C, não realizam trabalho, pois C tem velocidade nula; logo, 00.. ==== rrrr & rr CCCRR RvRW CC τ . • As componentes OO HV , da reação OR r em O não realizam trabalho, pois O é um ponto fixo. • As reações de contacto no ponto A entre a barra e o disco constituem um par de forças internas ao sistema, com mesmo módulo, mesma direção e sentidos opostos; logo, o trabalho realizado por essas forças é nulo. • O trabalho realizado pelas forças peso Mg e mg entre as posições ( ) 00 θθ = e ( ) 0=tθ é dado por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )00000 cos12 2 cos1 2 cos0coscos0cos 2 0, θθθθθτ −+=− +=−+−= RgMmRMmRgmgRRMgg (Eq.6) A C CH CV θ AH A V mg AH AV Mg A O 0H 0V G ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica (Resposta b) Como o sistema disco+barra parte do repouso, a sua energia cinética inicial é nula. Mas na posição ( ) θθ =t , o seu valor é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )θθωθθθ 22 2 1 2 1 Ω+=+= BarraDiscoBarraDisco OzCz JJTTT (Eq.7) Para o disco, tem-se: 2222 2 3 2 1 mrmrmrmrJJ DiscoAz Disco Cz =+=+= (Eq.8) Substituindo-se as equações (3) e (8) em (6), obtém-se a energia cinética do sistema para uma posição θ arbitrária: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )θωθωθωθθωθ 2222222222 12 29 6 1 4 3 3 1 2 1 2 3 2 1 r MmMrmrMRmrT +=+=Ω⋅+⋅= (Eq.9) Aplicando-se o Teorema da Energia Cinética entre as posições θ0 e θ, resulta: ( ) ( )022 coscos29 26 θθθω − + + ⋅= r Rg Mm Mm (Eq.10) Derivando-se a equação acima em relação ao tempo, obtém-se: ( ) ( ) ( ) θθθωθω && ⋅− + + ⋅= sin 29 23. 2 r Rg Mm Mm (Eq.11) Notando, na equação acima, que ωθ R r −=Ω=& , chega-se a: ( ) ( ) ( ) ( ) θθωθωθθωθω sin 29 23sin 29 23. 2 r g Mm Mm R r r Rg Mm Mm + + ⋅=⇒⋅ + + ⋅= && (Eq.12) Particularizando-se expressão (10) para a configuração 0=θ e utilizando-se a relação (3), obtêm-se as a velocidades angulares do disco e da barra, dadas por ( ) ( ) ( ) ( )02 02 cos1 29 260 cos1 29 260 θ θω − + + ⋅−=Ω − + + ⋅= r Rg Mm Mm R r r Rg Mm Mm (Eq.13) e também as suas respectivas acelerações angulares : ( ) ( ) 00 00 =Ω = & &ω (Eq.14) ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Avenida Professor Mello Moraes, nº 2231. CEP 05508-900, São Paulo, SP. Telefone: (0xx11) 3091 5337 Fax: (0xx11) 3813 1886 Departamento de Engenharia Mecânica (Resposta c) Consideraremos agora os diagramas de corpo livre para a particular posição 0=θ : Tomando-se por referência os diagramas de corpo livre acima, aplicaremos o TMB segundo a direção i r e o TMAà barra e ao disco. Para o primeiro, adotaremos como pólo o ponto fixo O e para o segundo o baricentro A. Além disso, utilizaremos as expressões das acelerações dos baricentros G e A da barra, já particularizadas para a posição 0=θ . Portanto, para a barra, tem-se: ( ) 00 2 = −==− ω& rMMaHH GxAO (Eq.15) ( ) 00 =⋅=− ω&BarraA OzJRH (Eq.16) E, para o disco, tem-se: ( )( ) 00 =−==+ ω&rmmaHH AxCA (Eq.17) ( ) 00. 2 10 2 ==⋅= mrJrH DiscoC Az ω& (Eq.18) Resolvendo-se o sistema de equações acima, chega-se a: 0== OA HH (Resposta d) A C C H CV AH AV mg ωω & rr , AH AV Mg A O 0H 0V G ωω & rr , i r jr
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