Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução . ....................................................................................... 01 Representações formais (carta de responsabilidade da administração) . ...... 02 Estimativas Contábeis . ........................................................................ 08 Continuidade Operacional . ................................................................... 14 Contingências . ................................................................................... 24 Lista de questões . .............................................................................. 32 Bibliografia . ....................................................................................... 38 Introdução Prezado Aluno, Bem vindo à quinta aula do Curso Regular de Auditoria Contábil – Teoria e Exercícios. Seguindo o cronograma inicialmente proposto, veremos hoje os seguintes assuntos: • Representações formais (carta de responsabilidade da administração); • Estimativas Contábeis; • Continuidade Operacional; e • Contingências. Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolvê-las antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 2 Representações formais (carta de responsabilidade da administração) Com a entrada em vigor das novas normas de auditoria, a figura da carta de responsabilidade da administração da empresa, disciplinado pela Resolução CFC nº 1.054/05, ora revogada, deixou de existir. Ela foi substituída pela “representação formal”, instituída pela NBC TA 5801. Inicialmente, vamos fazer uma comparação entre as definições trazidas nas normas antigas e nas novas: Representação formal Carta de responsabilidade da administração É uma declaração escrita pela administração, fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra evidência de auditoria. É um documento emitido pelos administradores da entidade, cujas Demonstrações Contábeis estão sendo auditadas. Da mesma forma, vamos recorrer às normas revogadas e às em vigor para comparar a utilidade dessa evidência: Representação formal Carta de responsabilidade da administração Entre outros usos, o auditor deve solicitar à administração que forneça representação formal de que ela cumpriu a sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo quando relevante a adequada apresentação, como estabelecido nos termos do trabalho de auditoria. A administração da entidade deve encaminhar a carta ao auditor independente, confirmando as informações e os dados a ele fornecidos, assim como as bases de preparação, apresentação e divulgação das Demonstrações Contábeis submetidas para exame de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Comparando os quadros acima chegamos à seguinte conclusão: só mudou a denominação. Ou seja, tanto a representação formal, quanto a carta de responsabilidade, representa evidência de que a administração reconhece a responsabilidade 1 Resolução CFC nº 1.227/09 - Representações Formais Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 3 pela preparação e apresentação adequada, assim como pela aprovação das Demonstrações Contábeis objeto da auditoria. Bom, sempre que o auditor não possa ter uma expectativa razoável quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, ele deve obter declarações por escrito da administração sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis. As declarações devem ser feitas por escrito, pois declarações verbais são de difícil comprovação e a possibilidade de mal-entendidos entre o auditor e a administração é reduzida quando a evidência é escrita. Desta forma, uma declaração por escrito é uma evidência de auditoria melhor do que uma declaração verbal. Por uma questão de eficiência e praticidade as declarações por escrito solicitadas da administração podem estar limitadas aqueles assuntos considerados, individual ou coletivamente, como significativos para as Demonstrações Contábeis. Nesse sentido, muitas vezes caberá ao auditor esclarecer a administração a necessidade da representação formal, visto entender relevante o assunto em relação às Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. Sempre que, no decorrer da auditoria, a administração da entidade auditada fizer declarações ao auditor, espontaneamente ou em resposta a indagações específicas, sobre assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, ele deve (o auditor deve ser prudente, por natureza é um ser desconfiado...): • buscar evidência comprobatória de auditoria com base em fontes dentro e fora da entidade; • avaliar se as declarações feitas pela administração são razoáveis e consistentes com outras evidências de auditoria obtidas, incluindo outras declarações; e • analisar se as pessoas que fazem as declarações podem ser consideradas bem informadas sobre assuntos específicos sob os quais emitiram suas declarações. Importante Æ As declarações da administração não substituem outras evidências de auditoria. O auditor não pode deixar de realizar os procedimentos necessários de auditoria para obter as evidências em troca de representações formais. (O auditor não pode ser preguiçoso, na maioria das vezes, as evidências mais fáceis de serem obtidas são as mais fracas...) Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 4 Assim, constituirá uma limitação de escopo da auditoria o fato do auditor não conseguir obter uma evidência de auditoria adequada e suficiente, que seja esperado que esteja disponível, sobre um item que tenha ou possa ter um efeito significativo sobre as Demonstrações Contábeis, mesmo que a administração emita uma declaração sobre isso. (A declaração não substitui uma evidência que deveria existir.) Porém, em certos casos, uma declaração da administração pode ser a única evidência de auditoria que, normalmente, está disponível, como por exemplo, para corroborar a intenção da administração de manter um investimento específico a longo prazo. Devido à natureza das fraudes (que resultam de ações deliberadas, de conluios) e das dificuldades inerentes em detectá-las, o auditor deve obter declarações formais da administração de que ela reconhece sua responsabilidade na elaboração e na implementação dos controles para prevenir e detectar sua ocorrência. Além disso, o auditor deve obter a declaração da entidade de que ela não tem conhecimento de qualquer fraude ou suspeita de fraude que pudesse ter efeito relevante nas demonstrações contábeis. Caso a declaração da administração seja conflitante com outra evidência de auditoria, o auditor deve investigar as circunstâncias e, se necessário, reconsiderar a confiabilidade de outras declarações feitas pela administração. 01. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS NÍVELBÁSICO– 2009) – Adaptada - A representação formal da administração é um documento que compõe os papéis de auditoria. Dessa forma, NÃO seria seu objetivo (A) impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente. (B) delimitar as responsabilidades do auditor independente e da administração. (C) dar maior credibilidade às informações verbais recebidas durante a auditoria. (D) dar garantia ao auditor independente quanto às suas responsabilidades, após a publicação das demonstrações. (E) atender as normas de auditoria independente. Resolução: A representação formal não tem por finalidade impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente, no máximo, pode ser utilizada como prova a seu favor. As demais assertivas representam objetivos da representação formal. Portanto, gabarito letra “A”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 5 02. (FCC –SEFIN/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2009) – Adaptada - As representações formais devem ser emitidas com a mesma data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis a que elas se referem. Resolução: Essa questão trata sobre a data e período abrangido pelas representações formais. Segundo a NBC TA 580, a data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis. Ou seja, a data deve ser o mais próxima possível da data do relatório de auditoria, não precisa ser a mesma data. Somente não pode ser posterior. Atenção: Essa é uma diferença importante em relação à NBC T 11 que exigia que a carta de responsabilidade da administração fosse emitida na mesma data do parecer do auditor independente. Veja o quadro abaixo: NBC T 11 NBC TA 580 Carta de responsabilidade da administração Representação formal Emitida na mesma data do parecer do auditor Emitida tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório Portanto, de acordo com as novas normas de auditoria o item está errado. 03. (ESAF/APOFP/Sefaz-SP/2009) – Adaptada - Sempre que não possa ter expectativa razoável quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, por meio da(o) chamada(o): a) Representação Formal. b) Circularização dos Consultores Jurídicos. c) Carta de Responsabilidade da Administração. d) Termo de Diligência. e) Carta de Conforto. Resolução: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 6 Como vimos, com as modificações trazidas pelas normas de auditoria que entraram em vigor a partir de 1º/1/2010, foi instituída a NBC TA 580, que trata das representações formais. Estas são declarações escritas pela administração, fornecidas ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outras evidências de auditoria. Gabarito da questão: Letra “A”. 04. (ESAF/Analista Técnico Área: Controle e Fiscalização/Atuária/SUSEP/2006) - adaptada - A ação a ser praticada pelo auditor, quando da recusa por parte da administração da empresa auditada no fornecimento de representação formal é a) modificar a sua opinião b) emitir opinião sem ressalva, desde que conste das notas explicativas. c) emitir uma opinião com abstenção de opinião ou adversa. d) recusar os trabalhos, e não emitir nenhuma opinião. e) emitir uma opinião sem ressalva ou adversa. Resolução: Quando as representações solicitadas não forem fornecidas, o auditor deve: (a) discutir o assunto com a administração; (b) reavaliar a integridade da administração e avaliar o efeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral; e (c) tomar ações apropriadas, inclusive determinar o possível efeito sobre a sua opinião no relatório de auditoria (opinião com ressalva ou adversa). Se a representação formal versar sobre as responsabilidades da administração o auditor pode abster-se de emitir opinião no relatório sobre as demonstrações se: (a) concluir que há dúvida suficiente a respeito da integridade da administração; ou (b) a administração não fornecer as representações formais exigidas. Ou seja, dependendo da relevância da omissão e do assunto da representação formal, o auditor pode alterar sua opinião para com ressalva, adversa, ou ainda, abster-se de opinar. Portanto, o gabarito é a letra “A”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 7 05. (ESAF/AFRE – Sefaz MG/2005) O não fornecimento, pela administração da empresa auditada, da Carta de Responsabilidade ao auditor independente caracteriza (A) limitação de escopo. (B) impossibilidade de auditoria. (C) suspensão da auditoria. (D) fraude em auditoria. (E) a renúncia ao trabalho. Resolução: Pelo que vimos da importância das representações formais como evidência de auditoria, se o auditor concluir que as representações formais não são confiáveis, ou se a administração não fornecê-las, o auditor não terá condição de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Existe o que chamamos de limitação de escopo. Os possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis de tal limitação não se limitam a elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis e, portanto, estão disseminados. Assim, o auditor deve se abster de opinar sobre as demonstrações contábeis em tais circunstâncias. Logo, temos que o gabarito é letra “A”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 8 Estimativas Contábeis Vamos falar agora sobre estimativas contábeis, que estão tratadas na NBC TA 5402. Mas, o que são estimativas contábeis? Como resultado das incertezas inerentes às atividades das entidades, muitos itens contábeis não podem ser mensurados com precisão. Então, eles precisam ser estimados, ou seja, a estimativa contábil é uma previsão quanto ao valor de um item contábil que envolve julgamentos baseados nas melhores evidências disponíveis (normalmente, é feita a comparação com o comportamento dos itens no período anterior ao das Demonstrações Contábeis). O uso de estimativas, desde que razoáveis, é uma parte essencial da preparação das demonstrações contábeis e não afeta sua confiabilidade. De quem é a responsabilidade pelas estimativas contábeis? Guarde bem Æ O cálculo das estimativas contábeis são de exclusiva responsabilidade da administração da entidade. A entidade deve basear as estimativas em fatores objetivos e subjetivos, elas envolvem o julgamento na determinação do valor adequado a ser registrado nas Demonstrações Contábeis. Muitas vezes, as estimativas são feitas em condições de incerteza com relação ao resultado de eventos que ocorreram ou têm probabilidade de ocorrer. A entidade pode fazer as estimativas contábeis como parte do seu sistema contábil rotineiro (que opera em base contínua), ou não-rotineiro (que opera somente no final de determinado período contábil: mensal, trimestral, semestral ou anual). Ao auditor cabe tomar conhecimento da forma como as estimativas foram apuradas, analisando os controles, os procedimentos e os métodosutilizados pela entidade, e deve assegurar-se que as estimativas relevantes, individualmente consideradas, são razoáveis. O entendimento e a compreensão dos procedimentos e métodos, incluindo o sistema contábil e de controle interno, usados pela administração ao 2 Resolução CFC nº. 1.223/09 Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 9 determinar estimativas contábeis, é importante para o auditor planejar a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria. Estimativas poderão ser necessárias, por exemplo, para o seguinte: Créditos de liquidação duvidosa (provisão para devedores duvidosos); Estoques obsoletos; Provisões para: o reduzir ativos ao seu valor provável de realização; o alocar o custo de itens do ativo durante suas vidas úteis estimadas (depreciação, exaustão ou amortização); o perdas em geral; o obrigações decorrentes de garantias; o indenizações; Receitas auferidas; Valor justo de ativos ou passivos financeiros; Custos e despesas incorridos; Impostos diferidos; e Prejuízos sobre contratos em andamento. O que os itens contábeis citados acima têm em comum? Perceba que todos eles podem envolver algum grau de incerteza na definição do valor que constará nas Demonstrações Contábeis. Por exemplo, a provisão para devedores duvidosos é formada com base na estimativa de probabilidade das quantias que deixarão de ser pagas por inadimplemento dos devedores. Atenção Æ Então, para verificar se as estimativas são razoáveis o auditor deve: ¾ Analisar a fundamentação matemático-estatística dos procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas; e ¾ Verificar a coerência das estimativas com o comportamento dos itens estimados em períodos anteriores, as práticas correntes em entidades semelhantes, os planos futuros da entidade, a conjuntura econômica e as suas projeções. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 10 Quando possível, o auditor deve comparar as estimativas contábeis de períodos anteriores com os resultados reais desses períodos, para: 9 obter evidências sobre a adequação dos procedimentos de estimativas da entidade; 9 considerar se são necessários ajustes nos procedimentos e nas fórmulas de cálculos das estimativas; e 9 avaliar se as diferenças entre os resultados reais e as estimativas anteriores foram quantificadas e se foram feitas divulgações nas Demonstrações Contábeis, se relevantes. Se o auditor apurar que houve uma diferença significativa entre as estimativas feitas em períodos anteriores e os resultados reais desses períodos ele deve verificar se houve o competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir estimativas mais apropriadas no período em exame. Ou seja, se nos períodos anteriores as estimativas foram furadas, o auditor deve verificar se a administração tomou providências para deixá-las mais próximas da realidade no período atual. Vamos ver como esse assunto pode ser cobrado: 06. (ESAF/AFRFB/2009) - ADAPTADA - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálcu- los que garantam os valores registrados. c) ressalvar o relatório, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante de estimativas feitas nas demonstrações contábeis correntes. Resolução: Segundo as novas normas de auditoria, o auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 11 A natureza e a extensão da revisão do auditor levam em consideração a natureza das estimativas contábeis e, se as informações obtidas na revisão seriam relevantes, para identificar e avaliar os riscos de distorção relevante de estimativas feitas nas demonstrações contábeis correntes. Entretanto, essa revisão não visa questionar os julgamentos feitos nos períodos anteriores que foram baseados em informações disponíveis na época, mas avaliar a adequação dos procedimentos utilizados no passado com base nos resultados alcançados. Gabarito da questão: Letra “A”. 07. (FCC/Auditor-Fiscal Tributário Municipal – SEFIN SP/2006) – ADAPTADA – Estimativa contábil é uma previsão quanto ao valor de um item que considera as melhores evidências disponíveis quando não há forma precisa de quantificação e deve ser objeto de atenção do auditor para se certificar quanto à sua razoabilidade. As estimativas contábeis (A) são de responsabilidade exclusiva do auditor independente, embora ele possa utilizar informações dos controles contábeis da entidade auditada. (B) sempre podem ser determinadas com segurança, porque todas as incertezas são quantificáveis estatisticamente. (C) pontuais da administração representam a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. (D) baseadas em fórmulas ditadas pela experiência devem ser revisadas regularmente, com o objetivo de efetuar ajustes. (E) que tenham por objeto provisionar valores de ocorrência não-rotineira são denominadas estimativas simples. Resolução: Depois do que vimos, vamos analisar cada um dos itens... As estimativas contábeis (A) são de responsabilidade exclusiva do auditor independente, embora ele possa utilizar informações dos controles contábeis da entidade auditada. As estimativas contábeis são responsabilidade da administração da entidade, ao auditor cabe tomar conhecimento da forma como as estimativas foram apuradas, analisando os controles, os procedimentos e os métodos utilizados pela entidade, e deve assegurar-se que as estimativas relevantes, individualmente consideradas, são razoáveis. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 12 As estimativas contábeis (B) sempre podem ser determinadas com segurança, porque todas as incertezas são quantificáveis estatisticamente. Está errada. Estimativa nunca pode ser algo 100% quantificável ou então não se chamaria estimativa, não é mesmo. As estimativas contábeis (C) pontuais da administração representam a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. De acordo com a NBC TA 540, a estimativa pontual da administração é o valor selecionado pela administração para registro ou divulgação nas demonstrações contábeis como estimativa contábil. A falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações é denominada incerteza de estimativa. As estimativas contábeis (D) baseadas em fórmulas ditadas pela experiência devem ser revisadas regularmente, como objetivo de efetuar ajustes. É fato que fórmulas ditadas pela experiência, ou seja, sem o devido embasamento científico, devem ser constantemente revisadas para evitar erros e desatualizações. Logo, esse item é o gabarito. As estimativas contábeis (E) que tenham por objeto provisionar valores de ocorrência não-rotineira são denominadas estimativas simples. Errado. Essas estimativas são denominadas complexas, ou seja, são aquelas que fogem da rotina, do padrão - precisam ser melhores estudadas e requerem maior zelo e profundidade. As estimativas simples são aquelas com o objetivo de provisionar ocorrências rotineiras. Temos então que a resposta correta é o item “D”. 08. (FCC/Auditor – TCE SP/2008) Os exames realizados pelo auditor externo na avaliação das estimativas contábeis devem I. fundamentar matemática e estatisticamente os procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas. II. verificar a coerência das estimativas com o comportamento da entidade em períodos passados. III. avaliar a conjuntura econômica existente no momento e suas projeções para períodos futuros. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 13 Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II, apenas. (C) I, apenas. (D) I e II, apenas. (E) I, II e III. Resolução: Vimos que as estimativas contábeis são responsabilidade da administração da entidade. No entanto, cabe ao auditor tomar conhecimento da forma como as estimativas foram apuradas, analisando os controles, os procedimentos e os métodos utilizados pela entidade, e deve assegurar-se que as estimativas relevantes, individualmente consideradas, são razoáveis. Nesse processo, o auditor deve: • fundamentar matemática e estatisticamente os procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas; • verificar a coerência das estimativas com o comportamento da entidade em períodos passados; e • avaliar a conjuntura econômica existente no momento e suas projeções para períodos futuros. Enfim, todos esses itens fazem parte da análise dos procedimentos e métodos aplicados na avaliação das estimativas da entidade. Logo, o gabarito é o item “E”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 14 Continuidade Operacional Vamos tratar agora da continuidade normal das atividades da entidade, ou seja, sobre as responsabilidades do auditor, na auditoria de demonstrações contábeis quanto à propriedade do pressuposto de continuidade operacional, como uma base para a preparação das demonstrações contábeis. Esse assunto é tratado pela NBC TA 5703, válida a partir de 1º de janeiro de 2010. Anteriormente, esse assunto era tratado pela NBC T 11.10 (hoje revogada). No entanto, já adiantamos que não houve alterações significativas em relação às normas antigas, principalmente no que é cobrado em provas de concursos. Pela importância do assunto, com relação ao prazo razoável para consideração da continuidade operacional da entidade, vamos fazer um quadro comparativo entre as normas: Normas novas Normas antigas Ao revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional, o auditor deve cobrir o mesmo período utilizado pela administração para fazer sua avaliação, conforme exigido pela estrutura de relatório financeiro, por legislação ou regulamentação específica, caso esta determine um período mais longo. Contudo, se a avaliação elaborada pela administração cobrir menos de doze meses, a partir da data das demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração estenda o período de avaliação para pelo menos doze meses. É responsabilidade do auditor avaliar se a entidade tem capacidade de continuar operando normalmente por um período razoável, não superior a um ano após a data das demonstrações contábeis que estão sendo auditadas (um ano após a data do balanço, geralmente). Na ausência de informações em contrário, a preparação das demonstrações contábeis presume a continuidade da entidade em regime operacional por um período previsível não maior do que um ano, a partir da data-base de encerramento do exercício. Veja que, apesar de melhor detalhado nas novas normas, o espírito continua o mesmo. 3 Resolução CFC nº. 1.226/09 Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 15 De acordo com o pressuposto de continuidade operacional, a entidade é vista como continuando em operação em futuro previsível, ou seja, pressupõe-se que as atividades e os negócios da entidade não serão interrompidos de uma hora para outra. Note que esse pressuposto é essencial para os acionistas e outros interessados nas demonstrações contábeis – saber que a empresa vai continuar operando normalmente (não vai falir, quebrar, reduzir sua operação drasticamente etc.) é de fundamental importância. Assim, quando o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado, ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativos e liquidar seus passivos no curso normal dos negócios. Note que as demonstrações contábeis, para fins gerais, são elaboradas com base na continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista além dessas. Atenção: Na ausência de informações em contrário, a preparação das demonstrações contábeis presume a continuidade da entidade em regime operacional por um período previsível não menor do que 12(doze) meses, a partir da data das demonstrações contábeis. Bom... mas a quem compete fazer a avaliação de continuidade dos negócios da entidade? Algumas estruturas de relatórios financeiros contêm uma exigência explícita para que a administração faça uma avaliação específica da capacidade de continuidade operacional. Por exemplo, a NBC T 19.27 – Apresentação das Demonstrações Contábeis exige que a administração faça uma avaliação da capacidade de continuidade da entidade. Ou seja, é papel da administração realizar a avaliação da capacidade de continuidade da entidade. E o auditor independente? Qual é sua responsabilidade? Ora, qual é o objetivo desse profissional? Vimos que é emitir uma opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. Portanto, a responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração e Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 16 apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional. A NBC TA cita, ainda, que essa responsabilidade existe mesmo se a estrutura de relatório financeiro usada na elaboração das demonstrações contábeis não incluir uma exigência explícita para que a administração faça uma avaliação específica da capacidade de continuidade operacional. Além disso, como sempre falamos o auditor traz apenas umagarantia razoável, ou seja, a ausência de qualquer referência à incerteza de continuidade operacional, no relatório do auditor independente, não pode ser considerada uma garantia da capacidade de continuidade operacional. Ao revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional, o auditor deve cobrir o mesmo período utilizado pela administração para fazer sua avaliação, conforme exigido pela estrutura de relatório financeiro, por legislação ou regulamentação específica. Atenção: Não é responsabilidade do auditor corrigir a falta de análise da administração, cabe a ele apenas avaliar e emitir uma conclusão sobre essa análise. Como já falamos, o período de avaliação sobre a capacidade de continuidade operacional depende da estrutura de relatório financeiro aplicável, ou seja, dos tipos de demonstrações emitidas de acordo com a legislação e os regulamentos aplicáveis àquela entidade. Enfim, esse período pode ir de zero até vários anos... No entanto, de acordo com a NBC TA 5604, se esse período for menor do que 12 (doze) meses, o auditor deve solicitar que a administração estenda o período de avaliação para pelo menos doze meses, a partir da data do balanço. Resumindo: o auditor tem que revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional, cobrindo o mesmo período utilizado pela administração em sua avaliação – período este que deve ser de, no mínimo, 12 meses a partir da data das demonstrações contábeis. Depois do que expusemos, talvez tenha ficado um pouco no ar o que realmente consiste essa avaliação de continuidade operacional. 4 Resolução CFC nº. 1.225/09 Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 17 Normalmente, as informações que levantam dúvida substancial sobre a pressuposição da continuidade normal das atividades relacionam-se com a incapacidade da entidade em continuar a liquidar suas obrigações no vencimento, sem que, fora do curso normal das operações, tenha que fazer venda substancial de ativos, ou que tenha que reescalonar dívidas, reestruturar as operações em razão de forças externas, ou tomar medidas semelhantes. Essas indicações de que a continuidade da entidade em regime operacional está em risco podem vir das demonstrações contábeis ou de outras fontes. Enfim são eventos ou condições como: 1) Indicações Financeiras: • patrimônio líquido negativo (passivo a descoberto); • empréstimos com prazo fixo, próximos do vencimento, sem previsões realistas de renovação ou liquidação; ou utilização excessiva de empréstimos de curto prazo para financiar ativos de longo prazo; • indicações de retirada de suporte financeiro por credores; • fluxos de caixa operacionais negativos indicados por demonstrações contábeis históricas ou prospectivas; • principais índices financeiros adversos; • prejuízos operacionais significativos ou deterioração significativa do valor dos ativos usados para gerar fluxos de caixa; • atraso ou suspensão de dividendos; • incapacidade de pagar credores nas datas de vencimento; • incapacidade de cumprir com os termos contratuais de empréstimo; • mudança nas condições de pagamento a fornecedores, de compras a prazo para pagamento à vista; • incapacidade de obter financiamento para o desenvolvimento de novos produtos essenciais ou outros investimentos essenciais. 2) Indicações Operacionais: • intenções da administração de liquidar a entidade ou interromper as operações; • perda de pessoal chave da administração sem reposição; • perda de mercado importante, clientes importantes, franquia, licença, ou principais fornecedores; • dificuldades na manutenção de mão-de-obra; • falta de suprimentos importantes; • surgimento de concorrente altamente competitivo. 3) Outras Indicações: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 18 • descumprimento de exigências de capital, incluindo outras exigências legais; • processos legais ou regulatórios pendentes contra a entidade que podem, no caso de perda, resultar em indenização que a entidade provavelmente não terá capacidade de saldar; • mudanças de legislação, regulamentação ou política governamental, que supostamente afetam a entidade de maneira adversa; • catástrofe não segurada ou segurada por valor inferior, quando de sua ocorrência. Note que esta listagem não inclui todos os eventos e condições, ela não é taxativa, portanto, nada de decorar, OK? Procure entender... Fique atento: a análise desses indicadores feita isoladamente pode não ser suficiente para caracterizar a possibilidade da descontinuidade das operações da empresa. Esses indicadores têm que ser analisados em conjunto, pois muitas vezes uma situação adversa em um deles pode ser mitigada por uma situação positiva em outro. Por exemplo, o efeito numa entidade que não está podendo pagar suas dívidas normais pode ser contrabalançado por planos da administração para manter fluxos de caixa adequados por outros meios, tais como por alienação de ativos, reescalonamento de pagamentos de empréstimos ou obtenção de capital adicional. Do mesmo modo, a entidade pode mitigar a perda de um fornecedor importante, se dispuser de outra fonte de fornecimento adequada. A avaliação sobre se existe dúvida significativa geralmente baseia-se nos resultados dos procedimentos normais de auditoria que foram aplicados durante as fases de planejamento, na coleta de evidências para fundamentar vários objetivos de auditoria e na conclusão da auditoria. Comunicação com os responsáveis pela governança A menos que todos os responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade, o auditor deve comunicar a esses responsáveis os eventos ou condições identificados que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional. Essa comunicação com os responsáveis pela governança deve incluir o seguinte: Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 19 (a) se os eventos ou condições constituem incerteza significativa; (b) se o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis; e (c) a adequação da respectiva divulgação nas demonstrações contábeis. Atraso significativo na aprovação das demonstrações contábeis Se houver atraso significativo na aprovação das demonstrações contábeis pela administração ou pelos responsáveis pela governança após a data-base das demonstrações contábeis, o auditor deve indagar as razões do atraso. Se o auditor acredita que o atraso pode estar relacionado a eventos ou condições relacionados com a avaliação da continuidade operacional, o auditor deve executar procedimentos adicionais de auditoria, bem como considerar o efeito na sua conclusão sobre a existência de incerteza significativa. 09. (FCC/Agente Fiscal de Rendas – Sefaz SP/2006) – ADAPTDA – De acordo com o disposto na NBC TA 570 do Conselho Federal de Contabilidade, considera-se que a continuidade normal dos negócios da entidade objeto da auditoria externa está caracterizada se houver evidência de normalidade das operações no prazo de um ano após a data (A) da emissão do parecer dos auditores. (B) da publicação das demonstrações contábeis. (C) das demonstrações contábeis.(D) do início das atividades da auditoria. (E) da assembléia de acionistas que aprovar o parecer dos auditores. Resolução: A continuidade normal dos negócios da entidade está caracterizada se houver evidência de normalidade das operações no prazo de um ano após a data das demonstrações. Portanto, o gabarito é o item “C”. 10. (FCC/Auditor-Fiscal Tributário Municipal – SEFIN SP/2006) No exame das demonstrações contábeis de uma entidade, o risco de continuidade normal das atividades desta deve ser objeto de atenção dos auditores independentes. É um dos indicadores desse risco: (A) passivo exigível em valor superior ao do patrimônio líquido. (B) existência de empréstimos e financiamentos de curto prazo para financiar o giro. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 20 (C) índices financeiros adversos de forma contínua. (D) investimento operacional em giro negativo. (E) flutuações cíclicas do resultado em função de sazonalidade das vendas. Resolução: Vejamos qual dos itens é um dos indicadores do risco de continuidade operacional: (A) passivo exigível em valor superior ao do patrimônio líquido. Bom... isso não é problema, desde que o patrimônio líquido seja positivo, ou seja, o ativo seja maior que o passivo exigível. (B) existência de empréstimos e financiamentos de curto prazo para financiar o giro. Isso também não representa um risco. A grande maioria das empresas utiliza empréstimos de curto prazo para financiar suas operações. (C) índices financeiros adversos de forma contínua. Este sim é um problema. Indicadores financeiros continuamente negativos representam um risco de continuidade da empresa. Observe o nosso grifo... queremos dizer que um indicar financeiro negativo, isoladamente, em um curto período de tempo, não representa um risco por si só. A continuidade desses indicadores negativos é que é o ponto crítico. (D) investimento operacional em giro negativo. Também não é problema. É natural ter giro negativo em determinado investimento. Faz parte do negócio. (E) flutuações cíclicas do resultado em função de sazonalidade das vendas. Flutuações cíclicas do resultado em função de sazonalidade das vendas também não representam um risco. É natural que, em determinados períodos, as vendas caiam e afetem o resultado, é o que acontece, por exemplo, com hotéis no período de baixa estação. Temos então que o gabarito é a letra “C”. 11. (FCC/Auditor Tributário – Sefin Jaboatão dos Guararapes/2006) Na análise de continuidade da empresa pelo auditor, a avaliação da perda de financiador estratégico, e se a empresa está com patrimônio líquido negativo representam, respectivamente, indicadores Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 21 (A) de operação e de operação. (B) de operação e financeiro. (C) bancário e de operação. (D) financeiro e financeiro. (E) comercial e relevância. Resolução: Essa é mais uma questão sobre os tipos de indicadores de descontinuidade. Podemos afirmar que, sobre o tópico, esse tipo questão é de longe o mais cobrado. E depois do que já vimos, é fácil responder, não é mesmo? • perda de financiador estratégico – operacional • empresa está com patrimônio líquido negativo – financeiro Logo, a resposta é a letra “B”. 12. (ESAF/APOFP – Sefaz SP/2009) Ao avaliar o pressuposto de continuidade operacional da entidade auditada, o auditor deve lançar mão de indicações que, isoladamente ou não, possam sugerir dificuldades na continuação normal dos negócios. Entre tais indicações, não se inclui: (A) incapacidade financeira de a entidade pagar seus credores nos vencimentos. (B) alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos. (C) existência de passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo). (D) posição negativa do Capital Circulante (deficiência de Capital Circulante). (E) falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade. 13. (FCC/Analista: Contabilidade – MPE SE/2009) – ADAPTADA – Segundo a NBC TA 570, a análise da continuidade da entidade auditada, caracterizam-se como indicadores financeiros (A) a falta continuada de suprimentos importantes e a perda de financiador estratégico. (B) os processos legais e administrativos pendentes contra a entidade que resultem em obrigações que não possam ser cumpridas e a perda de financiador estratégico. (C) a falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade e a verificação de prejuízos operacionais substanciais de forma continuada. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 22 (D) a perda de fornecedor essencial, a existência de passivo a descoberto e a perda de mercado importante. (E) os prejuízos operacionais substanciais de forma continuada e a perda de pessoal-chave na administração, sem que haja substituição. 14. (FCC/Analista de Controle Externo – TCE MA/2005) Determina o Conselho Federal de Contabilidade que o auditor em seu trabalho avalie a certeza de continuidade da empresa utilizando indicadores de operação, financeiros e outros. De acordo com esta classificação é um indicador de operação a (A) existência de passivo a descoberto. (B) perda de fornecedor essencial. (C) apuração de CCL negativo. (D) não observância das normas legais. (E) identificação de perdas nos resultados. Resolução: As questões 12, 13 e 14, estão aqui apenas com o propósito de que veja quanto esses indicadores de continuidade são cobrados nas provas... Na questão 12, o único item que não pode ser considerado um indicador de descontinuidade é o “B” (alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos). Ora, trata-se de uma política aplicada a todos os segmentos produtivos, logo não se pode pensar que isso irá causar a descontinuidade de determinada entidade. Faz parte do jogo democrático a implantação de políticas que afetem os diversos segmentos (incentivos, aumento de tributos, regulações ambientais etc.). Na questão 13, o único indicador de descontinuidade financeiro é o item “C” (a falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade e a verificação de prejuízos operacionais substanciais de forma continuada). Os demais constituem indicadores operacionais. Finalmente, na questão 14, o único indicador de descontinuidade operacional é o item “B” (perda de fornecedor essencial). Os demais constituem indicadores financeiros. 15. (ESAF/AFRFB/2009) - No processo de análise da continuidade dos negócios da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa estava com passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção pediram demissão, estando a empresa com dificuldades para substituí-los. A entidade Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 23 foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa. Esses fatos representam respectivamente indicadores: a) de operação, de operação e financeiro. b) financeiro, financeiro e financeiro. c) de outras indicações, de operação e financeiro. d) financeiro, financeiro e de operação. e) financeiro, de operação e de outras indicações.Resolução: Na questão proposta temos diversos indicadores: 1) a empresa estava com passivo a descoberto – indicador financeiro; 2) diretores financeiro e de produção pediram demissão estando a empresa com dificuldades para substituí-los – indicador de operação; e, 3) entidade foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa – outros indicadores. A sequencia correta fica: financeiro - de operação - de outras indicações. Gabarito da questão: Letra “E”. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 24 Contingências Vamos ao último tópico de nossa aula de hoje, falaremos sobre contingências. Contingência, bem resumidamente, é algo que não é certo, que não é determinado, mas que se acontecer pode ter grande relevância quanto a real situação ou mesmo quanto à continuidade normal das atividades da empresa. Antes de tudo, vamos dar uma repassada em alguns termos que você já deve conhecer da disciplina de Contabilidade, mas que pela importância para nosso tema vale uma revisada, ressalvando que essas definições devem ser vistas sob a ótica da contingência: • Provisão é um passivo de prazo ou valor incerto. Ela deve ser reconhecida quando, cumulativamente: − a entidade tem uma obrigação legal ou não-formalizada presente como consequência de um evento passado; − é provável que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação; e − o montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança. • Passivo é uma obrigação presente da entidade, decorrente de eventos já ocorridos, cuja liquidação resultará em uma entrega de recursos. • Obrigação Legal é aquela que deriva de um contrato, por meio de termos explícitos ou implícitos, de lei ou de outro instrumento fundamentado em lei. • Obrigação Não-formalizada é aquela que surge quando a entidade, mediante práticas do passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria expectativa válida por parte de terceiros e, por conta disso, assume um compromisso. • Contingência Passiva é: o uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade; ou, o uma obrigação presente que surge de eventos passados, mas que não é reconhecida porque: é improvável que a entidade tenha de liquidá-la; ou, Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 25 o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente segurança. • Contingência Ativa é um possível ativo, decorrente de eventos passados, cuja existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade. • Fato Gerador, no que se refere às contingências, é um evento passado que cria uma obrigação presente para entidade, legal ou nãoformalizada. • Contrato Oneroso é o contrato no qual, apesar de ainda não-concluído, ou até mesmo iniciado, já apresenta prejuízo decorrente da existência de custos inevitáveis que excedem os benefícios econômicos esperados do contrato. Vamos fazer um comparativo entre as normas antigas (Resolução CFC nº 1.066/05) e as novas (Resolução CFC nº 1.180/09) quanto à classificação dos ativos e passivos como contingentes ou não. A norma antiga usa os seguintes conceitos: Obrigação presente – é uma obrigação legal ou não formalizada que pode resultar em um passivo para a entidade. Obrigação possível – existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade. Praticamente certo - este termo é mais fortemente utilizado no julgamento de ativos contingentes. Ele é aplicado para refletir a situação na qual um evento futuro é certo, apesar de não-ocorrido. Essa certeza advém de situações cujo controle está com a administração da entidade, e depende apenas dela, ou de situações em que há garantias reais ou decisões judiciais favoráveis para a entidade, sobre as quais não cabem mais recursos. Provável - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é maior do que a de não ocorrer. Possível - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é menor que provável, mas maior que remota. Remota - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é muito pequena. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 26 Atenção! As normas antigas traziam a classificação possível que não mais está explícita nas novas normas. Na prática, a classificação possível é o mesmo que “não provável”, aplicada nas situações em que a probabilidade de ocorrência está entre provável e remota. Por sua vez, a norma nova traz duas tabelas que relacionam o tipo de contingência com a probabilidade de o evento ocorrer e com o tratamento que deve ser dado: Passivo Contingente Obrigação presente com provável saída de recursos. Obrigação presente com não provável saída de recursos. (POSSÍVEL) Obrigação com probabilidade remota de saída de recursos. A provisão é reconhecida e divulgada. Provisão apenas divulgada. Provisão não é reconhecida nem divulgada. Ativo Contingente Entrada de benefícios econômicos é praticamente certa. Entrada de benefícios econômicos é provável, mas não praticamente certa. Entrada de benefícios é não provável. (POSSÍVEL) Não se trata de um ativo contingente, mas de um ativo que deve ser reconhecido. Divulgação do ativo contingente. Ativo contingente não é divulgado. Observação: um ativo contingente nunca pode ser reconhecido (princípio da prudência). Note que, quando a entrada de benefícios econômicos for praticamente certa, não se trata de ativo contingente, mas de ativo propriamente dito. Em qualquer dos casos a administração da entidade é a responsável pela adoção de políticas e procedimentos para identificar, avaliar, contabilizar e/ou divulgar, adequadamente, os passivos não-registrados e as contingências. No entanto, o auditor independente deve considerar alguns procedimentos na realização de um exame para identificar passivos não-registrados e contingências ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/ou Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 27 divulgação nas demonstrações contábeis examinadas, de acordo com a tabela que acabamos de ver. Em outras palavras, o auditor deve verificar se as contingências relevantes estão devidamente tratadas nas demonstrações contábeis, seja pela contabilização, seja pela divulgação, de acordo com a probabilidade de sua ocorrência. Atenção: como regra, a empresa não deverá reconhecer as contingências (=contabilizar) em suas demonstrações contábeis, elas devem ser adequadamente divulgadas nas notas explicativas. As exceções são: as contingências ativas praticamente certas e as contingências passivas prováveis. Identificação das contingências Muitas vezes os passivos não-registrados e as contingências são de difícil identificação, então o auditor pode se valer de diversos procedimentos, entre eles: a) indagar e discutircom a administração a respeito das políticas e dos procedimentos adotados; b) obter, formalmente, da administração uma descrição das contingências na data de encerramento das demonstrações contábeis; c) examinar os documentos em poder do cliente vinculados aos passivos não-registrados e às contingências, incluindo correspondências e faturas de consultores jurídicos; e, d) obter representação formal da administração, contendo a lista de consultores ou assessores jurídicos que cuidam do assunto e representação de que todas as contingências potenciais ou ainda não- formalizadas, relevantes, foram divulgadas nas Demonstrações Contábeis. Alertamos mais uma vez, não se preocupe em gravar listas como essa de procedimentos, pois além de serem na maioria das vezes exemplificativas, são bem intuitivas, caso apareça uma questão sobre esse assunto (que achamos muito difícil de ocorrer) simplesmente avalie a pertinência do procedimento adotado com o objetivo de identificar as contingências, se parecer lógico marque correta, se for absurdo, marque errada. Bom... Voltando ao assunto. Caso considere necessário, o auditor, baseado nas informações obtidas dos consultores jurídicos, tendo em vista eventuais incertezas e relevância do assunto, deve solicitar à administração a opinião de outro consultor jurídico independente. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 28 A circularização dos consultores jurídicos é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pela administração referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias. Importante salientar que a recusa de um consultor jurídico em fornecer a informação solicitada, por meio de circularização ou em reunião, ou a ausência de opinião de outro consultor jurídico independente nas condições consideradas necessárias é uma limitação na extensão da auditoria suficiente para impedir a emissão de uma opinião sem ressalvas. Devemos considerar ainda que alguns fatores fogem da competência ou do conhecimento do consultor jurídico e podem influenciar a probabilidade de um resultado desfavorável, como, por exemplo, a inexistência de jurisprudência sobre o assunto. Em tais circunstâncias, o auditor pode concluir que as demonstrações contábeis estão afetadas por uma incerteza relativa ao resultado de um evento futuro que não é suscetível de ser, razoavelmente, estimado. O auditor deve avaliar todas essas circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos nãoregistrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das demonstrações contábeis sob exame. Vamos ver algumas questões sobre esse assunto: 16. (FCC/APOFP/2010) - NÃO pode ser entendida e contabilizada como provisão para contingência a provisão para (A) 13o salário e férias. (B) danos ambientais. (C) autuações fiscais. (D) indenizações trabalhistas. (E) garantias de produtos. Resolução: Contingência é algo que não é certo, que não é determinado, mas que se acontecer pode ter grande relevância quanto a real situação ou mesmo quanto à continuidade normal das atividades da empresa. Das opções listadas acima, apenas o item “A” (13º salário e férias), pois são eventos previsíveis dentro da operação da entidade. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 29 Portanto, o gabarito é a letra “A”. 17. (ESAF/ATM/Natal/2008) – Adaptada -Uma firma de auditoria, ao circularizar os escritórios de advocacia, prestadores de serviços da empresa auditada, recebeu a seguinte posição de contingências, relativa aos R$ 3.000.000,00 em processos existentes: I. Processos prováveis de perda pela empresa: 30%; II. Processos possíveis de perda por parte da empresa: 45%; III. Processos remotos de perdas por parte da empresa: 25%. Assim, deve a empresa constituir provisão para contingências no valor de: a) R$ 750.000,00 b) R$ 900.000,00 c) R$ 1.650.000,00 d) R$ 2.250.000,00 e) R$ 3.000.000,00 Resolução: Dos R$ 3 milhões em contingências passivas, temos que saber o que deve ser provisionado. Fácil… basta saber quais são àquelas prováveis (lembre da tabela que mostramos acima). Logo, como os processos prováveis de perda pela empresa representam 30% do total, temos que o valor provisionado será: 30% x (R$ 3 milhões) = R$ 900 mil. 18. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS I – 2006) – Adaptada - O auditor deve obter carta de advogados da entidade quanto à existência de passivos contingentes da entidade na época da execução dos trabalhos finais de auditoria. Resolução: Vimos que o auditor independente deve considerar alguns procedimentos na realização de um exame para identificar passivos não-registrados e contingências ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/ou divulgação nas demonstrações contábeis examinadas. Portanto, item correto. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 30 19. (FCC –SEFIN/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2009) - Adaptada - Contingências ativas são registros contábeis feitos com base em estimativas sobre fatos que possam resultar em efeitos negativos sobre o patrimônio líquido da entidade auditada. Resolução: As contingências ativas não são resultado de estimativas, muito menos resultam em efeitos negativos no patrimônio da entidade. Contingência ativa é um possível ativo, decorrente de eventos passados, cuja existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade. Item Errado. 20. (ESAF/ATM/Natal/2008) - Constitui-se como elemento que diferencia e conduz a classificação de um processo como possível de perda e não como provável de perda: a) a tendência jurisprudencial dos tribunais favoráveis à empresa. b) as teses já transitadas em tribunais superiores de teor semelhante, que envolvam matéria de direito. c) a facilidade do processante dispor de provas documentais ou testemunhais. d) as decisões favoráveis e desfavoráveis de primeira instância de forma equilibrada. e) a existência de provas periciais contrária à empresa. Resolução: Essa questão já entra um pouco mais no detalhe de quais são os elementos que caracterizam um evento como provável, não provável (possível) ou remoto. O termo provável em relação a não provável indica que há maior probabilidade de o fato ocorrer. Geralmente, em um processo, cujo prognóstico é provável perda, há elementos, dados ou outros indicativos que possibilitam tal classificação, como: • tendência jurisprudencial dos tribunais; • tese já apreciada em tribunais superiores para questões que envolvam matéria de direito • produção ou a facilidade de se dispor de provas (documental, testemunhal – principalmente em questões trabalhistas – ou periciais) para questões que envolvam matéria de fato. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 31 Já o prognóstico de possível perda pode acontecer quando não for fundamentado emelementos ou dados que não são suficientes ou claros de tal forma que permitam concluir que a tendência será perda ou ganho no processo. Um exemplo disso são as decisões judiciais equilibradas de primeiro ou de segundo grau. Além disso, mesmo essas decisões quando assumem uma posição dominante, podem não ser tão importantes quando há desfechos (julgamento final) contrários em tribunal superior ou de última instância. Voltando à nossa questão, o enunciado pede a circunstância que classifica um processo como possível de perda e não como provável. Pelo que vimos, a resposta é a letra “D”. 21. (FGV/TCM RJ – Auditor/2008) – ADAPTADA – Uma das críticas às demonstrações contábeis no serviço público diz respeito ao não-uso de provisões contábeis na medida necessária. Como exemplo dessa situação, é possível citar a manutenção de elevados saldos da dívida ativa constantes no balanço patrimonial quando é sabido que parte desse valor dificilmente será arrecadado, sobretudo em função da falta de garantias. O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução 1.180 de 2009, quando trata de contingências, determina que os auditores considerem, ao analisar a probabilidade de Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso: (A) provável, possível e remoto. (B) certo, possível e remoto. (C) provável, possível e remota. (D) certo, provável e remota. (E) praticamente certo, provável, e não provável. Resolução: Na análise dos Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso são consideradas: praticamente certo, provável e não provável (possível). Logo, a resposta item “E”. Bom... nossa aula termina por aqui. Não se esqueça de participar do nosso Fórum. A gente se vê na próxima semana. Forte abraço, e Fernando Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 32 Lista de Questões 01. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS NÍVEL BÁSICO– 2009) – Adaptada - A representação formal da administração é um documento que compõe os papéis de auditoria. Dessa forma, NÃO seria seu objetivo (A) impedir que o auditor possa ser processado societária ou criminalmente. (B) delimitar as responsabilidades do auditor independente e da administração. (C) dar maior credibilidade às informações verbais recebidas durante a auditoria. (D) dar garantia ao auditor independente quanto às suas responsabilidades, após a publicação das demonstrações. (E) atender as normas de auditoria independente. 02. (FCC –SEFIN/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2009) – Adaptada - As representações formais devem ser emitidas com a mesma data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis a que elas se referem. 03. (ESAF/APOFP/Sefaz-SP/2009) – Adaptada - Sempre que não possa ter expectativa razoável quanto à existência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter declarações por escrito da administração, sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, por meio da(o) chamada(o): a) Representação Formal. b) Circularização dos Consultores Jurídicos. c) Carta de Responsabilidade da Administração. d) Termo de Diligência. e) Carta de Conforto. 04. (ESAF/Analista Técnico Área: Controle e Fiscalização/Atuária/SUSEP/2006) - adaptada - A ação a ser praticada pelo auditor, quando da recusa por parte da administração da empresa auditada no fornecimento de representação formal é a) modificar a sua opinião b) emitir opinião sem ressalva, desde que conste das notas explicativas. c) emitir uma opinião com abstenção de opinião ou adversa. d) recusar os trabalhos, e não emitir nenhuma opinião. e) emitir uma opinião sem ressalva ou adversa. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 33 05. (ESAF/AFRE – Sefaz MG/2005) O não fornecimento, pela administração da empresa auditada, da Carta de Responsabilidade ao auditor independente caracteriza (A) limitação de escopo. (B) impossibilidade de auditoria. (C) suspensão da auditoria. (D) fraude em auditoria. (E) a renúncia ao trabalho. 06. (ESAF/AFRFB/2009) - ADAPTADA - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o relatório, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante de estimativas feitas nas demonstrações contábeis correntes. 07. (FCC/Auditor-Fiscal Tributário Municipal – SEFIN SP/2006) – ADAPTADA – Estimativa contábil é uma previsão quanto ao valor de um item que considera as melhores evidências disponíveis quando não há forma precisa de quantificação e deve ser objeto de atenção do auditor para se certificar quanto à sua razoabilidade. As estimativas contábeis (A) são de responsabilidade exclusiva do auditor independente, embora ele possa utilizar informações dos controles contábeis da entidade auditada. (B) sempre podem ser determinadas com segurança, porque todas as incertezas são quantificáveis estatisticamente. (C) pontuais da administração representam a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. (D) baseadas em fórmulas ditadas pela experiência devem ser revisadas regularmente, com o objetivo de efetuar ajustes. (E) que tenham por objeto provisionar valores de ocorrência não-rotineira são denominadas estimativas simples. 08. (FCC/Auditor – TCE SP/2008) Os exames realizados pelo auditor externo na avaliação das estimativas contábeis devem Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 34 I. fundamentar matemática e estatisticamente os procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas. II. verificar a coerência das estimativas com o comportamento da entidade em períodos passados. III. avaliar a conjuntura econômica existente no momento e suas projeções para períodos futuros. Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II, apenas. (C) I, apenas. (D) I e II, apenas. (E) I, II e III. 09. (FCC/Agente Fiscal de Rendas – Sefaz SP/2006) – ADAPTDA – De acordo com o disposto na NBC TA 570 do Conselho Federal de Contabilidade, considera-se que a continuidade normal dos negócios da entidade objeto da auditoria externa está caracterizada se houver evidência de normalidade das operações no prazo de um ano após a data (A) da emissão do parecer dos auditores. (B) da publicação das demonstrações contábeis. (C) das demonstrações contábeis. (D) do início das atividades da auditoria. (E) da assembléia de acionistas que aprovar o parecer dos auditores. 10. (FCC/Auditor-Fiscal Tributário Municipal – SEFIN SP/2006) No exame das demonstrações contábeis de uma entidade, o risco de continuidade normal das atividades desta deve ser objeto de atenção dos auditores independentes. É um dos indicadores desse risco: (A) passivo exigível em valor superior ao do patrimônio líquido.(B) existência de empréstimos e financiamentos de curto prazo para financiar o giro. (C) índices financeiros adversos de forma contínua. (D) investimento operacional em giro negativo. (E) flutuações cíclicas do resultado em função de sazonalidade das vendas. 11. (FCC/Auditor Tributário – Sefin Jaboatão dos Guararapes/2006) Na análise de continuidade da empresa pelo auditor, a avaliação da perda de financiador estratégico, e se a empresa está com patrimônio líquido negativo representam, respectivamente, indicadores (A) de operação e de operação. (B) de operação e financeiro. (C) bancário e de operação. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 35 (D) financeiro e financeiro. (E) comercial e relevância. 12. (ESAF/APOFP – Sefaz SP/2009) Ao avaliar o pressuposto de continuidade operacional da entidade auditada, o auditor deve lançar mão de indicações que, isoladamente ou não, possam sugerir dificuldades na continuação normal dos negócios. Entre tais indicações, não se inclui: (A) incapacidade financeira de a entidade pagar seus credores nos vencimentos. (B) alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos. (C) existência de passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo). (D) posição negativa do Capital Circulante (deficiência de Capital Circulante). (E) falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade. 13. (FCC/Analista: Contabilidade – MPE SE/2009) – ADAPTADA – Segundo a NBC TA 570, a análise da continuidade da entidade auditada, caracterizam-se como indicadores financeiros (A) a falta continuada de suprimentos importantes e a perda de financiador estratégico. (B) os processos legais e administrativos pendentes contra a entidade que resultem em obrigações que não possam ser cumpridas e a perda de financiador estratégico. (C) a falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade e a verificação de prejuízos operacionais substanciais de forma continuada. (D) a perda de fornecedor essencial, a existência de passivo a descoberto e a perda de mercado importante. (E) os prejuízos operacionais substanciais de forma continuada e a perda de pessoal-chave na administração, sem que haja substituição. 14. (FCC/Analista de Controle Externo – TCE MA/2005) Determina o Conselho Federal de Contabilidade que o auditor em seu trabalho avalie a certeza de continuidade da empresa utilizando indicadores de operação, financeiros e outros. De acordo com esta classificação é um indicador de operação a (A) existência de passivo a descoberto. (B) perda de fornecedor essencial. (C) apuração de CCL negativo. (D) não observância das normas legais. (E) identificação de perdas nos resultados. Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 36 15. (ESAF/AFRFB/2009) - No processo de análise da continuidade dos negócios da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa estava com passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção pediram demissão, estando a empresa com dificuldades para substituí-los. A entidade foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa. Esses fatos representam respectivamente indicadores: a) de operação, de operação e financeiro. b) financeiro, financeiro e financeiro. c) de outras indicações, de operação e financeiro. d) financeiro, financeiro e de operação. e) financeiro, de operação e de outras indicações. 16. (FCC/APOFP/2010) - NÃO pode ser entendida e contabilizada como provisão para contingência a provisão para (A) 13o salário e férias. (B) danos ambientais. (C) autuações fiscais. (D) indenizações trabalhistas. (E) garantias de produtos. 17. (ESAF/ATM/Natal/2008) – Adaptada -Uma firma de auditoria, ao circularizar os escritórios de advocacia, prestadores de serviços da empresa auditada, recebeu a seguinte posição de contingências, relativa aos R$ 3.000.000,00 em processos existentes: I. Processos prováveis de perda pela empresa: 30%; II. Processos possíveis de perda por parte da empresa: 45%; III. Processos remotos de perdas por parte da empresa: 25%. Assim, deve a empresa constituir provisão para contingências no valor de: a) R$ 750.000,00 b) R$ 900.000,00 c) R$ 1.650.000,00 d) R$ 2.250.000,00 e) R$ 3.000.000,00 18. (FCC –SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS I – 2006) – Adaptada - O auditor deve obter carta de advogados da entidade quanto à existência de passivos contingentes da entidade na época da execução dos trabalhos finais de auditoria. 19. (FCC –SEFIN/SP – Auditor-Fiscal Tributário Municipal – 2009) - Adaptada - Contingências ativas são registros contábeis feitos com base em Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 37 estimativas sobre fatos que possam resultar em efeitos negativos sobre o patrimônio líquido da entidade auditada. 20. (ESAF/ATM/Natal/2008) - Constitui-se como elemento que diferencia e conduz a classificação de um processo como possível de perda e não como provável de perda: a) a tendência jurisprudencial dos tribunais favoráveis à empresa. b) as teses já transitadas em tribunais superiores de teor semelhante, que envolvam matéria de direito. c) a facilidade do processante dispor de provas documentais ou testemunhais. d) as decisões favoráveis e desfavoráveis de primeira instância de forma equilibrada. e) a existência de provas periciais contrária à empresa. 21. (FGV/TCM RJ – Auditor/2008) – ADAPTADA – Uma das críticas às demonstrações contábeis no serviço público diz respeito ao não-uso de provisões contábeis na medida necessária. Como exemplo dessa situação, é possível citar a manutenção de elevados saldos da dívida ativa constantes no balanço patrimonial quando é sabido que parte desse valor dificilmente será arrecadado, sobretudo em função da falta de garantias. O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução 1.180 de 2009, quando trata de contingências, determina que os auditores considerem, ao analisar a probabilidade de Ativos Contingentes, as seguintes categorias de chance de sucesso: (A) provável, possível e remoto. (B) certo, possível e remoto. (C) provável, possível e remota. (D) certo, provável e remota. (E) praticamente certo, provável, e não provável. Gabarito: 1. A 2. Errado 3. A 4. A 5. A 6. A 7. D 8. E 9. C 10. C 11. B 12. B 13. C 14. B 15. E 16. A 17. B 18. Certo 19. Errado 20. D 21. E Auditoria Regular – Teoria e Exercícios Professores: Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 38 Bibliografia BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 820/97 - NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, com alterações e dá outras providências BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 1.066/05 - NBC T 19.7 – Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 1.180/09 - NBC T 19.7 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 1203/09 - NBC TA 200 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade.
Compartilhar