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Aula 06 Extra Direito Tributário

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1
PROFESSOR EDVALDO NILO 
CURSO PARA RECEITA FEDERAL –AULA EXTRA 
Amigos (as), em razão das milhares de questões objetivas 
tratadas no curso, diversos alunos solicitaram que esta aula 
extra trouxesse questões discursivas recentes de concursos 
públicos. 
É o que fizemos e passamos a trabalhar com vocês para uma 
excelente prova discursiva no concurso da Recita que já tem 
edital na praça. 
Então, vamos nessa!!! 
1. TEMA PROPOSTO: Identifique as espécies tributárias (e 
subespécies se quiser) previstas na Constituição Federal em vigor, 
com as observações e críticas pertinentes à adoção de uma 
classificação com três, quatro ou cinco categorias. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
O art. 4º do CTN estabelece que a natureza jurídica específica do 
tributo seja verificada pelo fato geradorda respectiva obrigação, 
sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais 
características formais adotadas pela lei e a destinação legal do 
produto da sua arrecadação. 
Por sua vez, salientamos a relevância da base de cálculo para 
identificação da natureza jurídica do tributo. Assim sendo, o grande 
valor da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do 
tributo tem fundamento jurídico na CF/88, quando dispõe que as 
taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, 
§1º) e que a União poderá instituir mediante lei complementar, 
impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham 
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição (art. 154, I). 
Com efeito, a identificação da natureza jurídica do tributo pode ser 
realizada pelo binômio: hipótese de incidência (fato gerador in 
abstrato) e base de cálculo. A hipótese de incidência é também 
chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista abstratamente 
na lei. 
Por outro lado, em relação às contribuições especiais e aos 
empréstimos compulsórios, destacamos também que a doutrina 
2
citada compreende que a destinação do produto da arrecadação é 
relevante para identificar a natureza jurídica destas espécies 
tributárias, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a 
arrecadação a determinados fins. 
Ademais, alguns autores ainda acrescentam o critério da restituição 
do tributo para fins de distinção das espécies tributárias. A restituição 
do tributo apenas acontece com o empréstimo compulsório. 
2. TEMA PROPOSTO: Como bem sistematizou Renato Ferrari em 
sua obra Em Busca da Paz Tributária, na idealização de uma nação 
são aglutinados princípios espirituais e materiais em que 
“identificamos como elementos materiais a raça, a língua e o 
território; como elementos históricos, os costumes, as tradições, a 
religião e as leis; e, como elemento psicológico, a consciência 
nacional”. Para que os sonhos nacionais sejam materializados, é 
necessária a criação de uma organização com regras próprias e 
soberana: o Estado. 
Os sonhos nacionais da República Federativa do Brasil estão 
expressos na Constituição da República, que estabelece, entre seus 
fundamentos, a dignidade da pessoa humana (art. 1.°, inciso III) e 
tem como objetivo garantir o desenvolvimento nacional (art. 3.°, 
inciso II). Esses são também os alicerces do Sistema Tributário 
Nacional, encontrados basicamente na extrafiscalidade.O Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) informou que incentivos 
concedidos no âmbito da guerra fiscal podem alterar a dinâmica 
econômica e o nível de bem-estar da coletividade (Consulta n.° 
38/1999 – Rel. Conselheiro Marcelo Caliari – J. 22/3/2000, DOU 1-E, 
de 28/4/2000, p. 1). 
O ICMS, de competência estadual, assim como o ISS, de competência 
municipal, vêm sofrendo constantes abalos na sua estrutura, ficando, 
muitas vezes, desfigurados por meio de invasões legislativas ao texto 
constitucional, que concedem benefícios e incentivos fiscais e 
afrontam os fundamentos citados e os princípios e as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, como reiteradamente tem 
decidido o Supremo Tribunal Federal. 
Considerando o texto acima, que tem caráter unicamente motivador, 
redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca do tema. Em sua 
dissertação, devem ser contemplados, necessariamente, as condições 
para a concessão de incentivos e benefícios fiscais do ICMS e as 
conseqüências da concessão do benefício referente ao ICMS sem 
atender às condições estabelecidas. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
3
Cabe à lei complementarregular a forma como, mediante deliberação 
dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios 
fiscais serão concedidos e revogados em relação ao ICMS (CF, art. 
155, §2°, XII, “g”). 
Ademais, segundo o art. 150, §6°, da CF/88, qualquer subsídio ou 
isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, 
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou 
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas 
ou o correspondente tributo ou contribuição. 
Contudo, tal regra ressalva apenas o disposto nos convênios 
interestaduais do ICMS celebrados no âmbito do Conselho Nacional 
de Política Fazendária (CONFAZ), que devem atuar exatamente de 
acordo com a lei complementar. 
Neste sentido, a referida lei complementar é a de n° 24/75 (LC 
24/75), ainda vigente no País, dispondo logo no seu art. 1° que as 
isenções do ICMS serão concedidas ou revogadas nos termos de 
convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito 
Federal, segundo esta Lei. 
Com efeito, os convênios serão celebrados em reuniões para as quais 
tenham sido convocados representantes de todos os Estados e do 
Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo 
federal. 
Em outras palavras, os convênios são celebrados no âmbito do 
CONFAZ e não no âmbito das Assembléias Legislativas, sendo que as 
reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria 
das Unidades da Federação. 
Assim sendo, a concessão dos benefícios fiscais citados dependerá 
sempre de decisão unânime dos Estados representados; a sua 
revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos 
(4/5), pelo menos, dos representantes presentes. 
Ademais,os convênios ratificados obrigam todas as Unidades da 
Federação inclusive as que, regularmente convocadas, não se tenham 
feito representar na reunião. 
Assim, os convênios interestaduais do ICMS têm o papel 
importantíssimo de definir as condições gerais em que se poderão 
conceder, unilateralmente, anistia, remissão, transação, moratória, 
4
parcelamento de débitos fiscais e ampliação do prazo de recolhimento 
do ICMS (LC 24/75, art. 10). 
Por fim, a inobservância das regras citadas da LC 24/75 acarretará, 
cumulativamentea nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal 
atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria e a 
exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei 
ou ato que conceda remissão do débito correspondente. 
3. TEMA PROPOSTO: Luís deixou de apresentar declaração 
necessária para que determinado estado da Federação constituísse 
um crédito tributário e, por essa razão, foi multado pelo fisco. 
Apresentou, no prazo legal, impugnação ao auto de infração. Dois 
anos depois, não tendo sido julgada a impugnação administrativa, 
adveio nova legislação que excluiu a obrigatoriedade de apresentação 
do referido documento, extinguindo o direito de o fisco multar quem 
não entregasse a declaração. Em face dessa situação hipotética, 
discorra, com base no Código Tributário Nacional, acerca das 
consequências da aplicação da nova legislação ao caso de Luís. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A nova legislação é totalmente aplicável ao caso de Luís, conforme os 
termos do art. 106, II, “a” e “c” do CTN. 
De acordo com o art. 106 do CTN: 
“A lei aplica-se a atoou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:a) quando deixe 
de defini-lo como infração;b) quando deixe de tratá-lo como 
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não 
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento 
de tributo;c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática”. 
Com efeito, a lei tributária pode ter aplicação retroativa, 
denominando-se igualmente de retroatividade benigna ouin bonam 
partem, podendo ser aplicada ato ou fato pretérito nas hipóteses do 
art. 106 do CTN. Assim sendo, permite-se a extinção de infração ou 
extinção ou redução da multa, moratória ou punitiva, prevista na lei 
5
mais nova, por ser mais benéfica ao contribuinte, independentemente 
de o fato gerador do tributo tenha ocorrido em data anterior a 
vigência da norma sancionatória. 
Por sua vez, destaca-se que ato “não definitivamente julgado” 
significa ato não transitado em julgado, compreendendo tanto o 
âmbito administrativo como o âmbito judicial (Poder Judiciário). 
Neste sentido, é pacífico o entendimento do STJ no sentido de que, 
tratando-se de execução fiscal, impugnação ou recurso administrativo 
não definitivamente julgado, aplica-se o disposto no art. 106 do CTN. 
No caso concreto, Luís deixou de apresentar declaração necessária e, 
por essa razão, foi multado pelo fisco. Porém, apresentouimpugnação 
ao auto de infração, que não foi julgada no prazo que adveio nova 
legislação que excluiu a obrigatoriedade de apresentação do referido 
documento, extinguindo o direito de o fisco multar quem não 
entregasse a declaração. Logo, plica-se a lei nova, extinguindo-se a 
multa e perdoando-se a infração, pois o ato ainda não tinha sido 
definitivamente julgado. 
4. TEMA PROPOSTO: Beatriz é domiciliada na cidade do Rio de 
Janeiro (RJ) e decide doar seu automóvel a sua amiga Carla, que 
mora em Salvador (BA). Ocorre que o veículo atualmente encontra-se 
em Belém (PA) com o pai de Beatriz, que lá reside e irá entregá-lo a 
Carla em Salvador. Responda se o atual Sistema Tributário Nacional 
permite a tributação da doação. 
a) Em caso negativo, esclareça se a hipótese é de imunidade, isenção 
ou não-incidência, mencionando o princípio que afasta a possibilidade 
de cobrança de tributos na operação. 
b) Em caso positivo, indique o(s) tributo(s) que a Constituição 
Federal autoriza seja(m) instituído(s), apontando o(s) ente(s) 
federativo(s) competente(s) para exigi-lo(s) no caso concreto. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
Há incidência do ITCMD de competência estadual e distrital no caso. 
O imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer 
bens ou direitos é denominado por várias siglas pelas legislações 
estaduais (ITCMD, ITCD, ICD, IHD, ITD) e abrange no seu campo de 
incidência quaisquer bens ou direitos ocorridos por motivo de doação. 
O imposto de transmissão de bens e direitos inter vivos a título 
gratuito tem como aspecto material, em regra, a doação de quaisquer 
6
bens ou direitos.Por conseguinte, o imposto sobre doação tem como 
fato gerador a transmissão de títulos, créditos, ações, quotas, valores 
e outros bens móveis de qualquer natureza, bem como os direitos a 
eles relativos. 
Assim, considera-se doaçãoqualquer ato ou fato não oneroso que 
importe ou se resolva em transmissão de bens ou direitos. 
Ressaltamos quea doação é “o contrato em que uma pessoa, por 
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o 
de outra” (art. 538, Código Civil). 
Ressaltamos que é imprescindível que ocorra a mudança jurídica de 
titularidade, com espírito de liberalidade, e efetivo animus donandi, 
mediante o empobrecimento do doador e o enriquecimento 
patrimonial do donatário, com o aparecimento do signo presuntivo de 
riqueza. 
No caso da questão, no que concerne ao aspecto espacial 
relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado 
onde tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal (art. 155, §1°, 
CF). 
Assim sendo, Beatriz (doadora ou donatária) é domiciliada na cidade 
do Rio de Janeiro (RJ) e este é o titular da competência para exigir o 
cumprimento da obrigação tributária decorrente do ITCMD, 
independentementesua amiga Carla (beneficiária) morar em Salvador 
(BA)ou do veículo atualmente encontra-se em Belém (PA) com o pai 
de Beatriz. 
5. TEMA PROPOSTO: Em 19 de dezembro de 2002, a Emenda 
Constitucional n.º 39 instituiu, na Constituição Federal, a contribuição 
destinada ao custeio do serviço de iluminação pública.Redija um texto 
dissertativo a respeito da natureza jurídica específica da contribuição 
mencionada acima. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
De início, destaca-se o que o STF através da Súmula 670 do STF 
consolidou o entendimento de que a iluminação pública não pode ser 
remunerada por meio de taxa, uma vez que o serviço de iluminação 
pública é serviço inespecífico e indivisível. 
Assim, em 19 de dezembro de 2002, a Emenda Constitucional n.º 39 
(EC 39/2002) delineou a competência dos Municípios e do Distrito 
Federal para instituir a contribuição, na forma das respectivas leis 
7
ordinárias, para o custeio do serviço de iluminação pública, facultada 
(facultativa) a cobrança da contribuição na fatura de consumo de 
energia elétrica. 
Deste modo, a doutrina majoritária entende que a contribuição para o 
custeio do serviço de iluminação pública(COSIP) é tributo, 
enquadrando-se nos termos do art. 3° do CTN, que estabelece que 
tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada. 
Neste sentido, o STF já afirmou que o art. 149, caput, da 
Constituição, atribui à União a competência exclusiva para a 
instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais e econômicas, 
sendo que essa regra contempla exceção, contida no art. 149-A, da 
Constituição. 
Nesse rumo, a jurisprudência do STF já consolidou a compreensão 
que a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é 
tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, 
porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma 
taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço 
ao contribuinte (RE 573.675, DJE de 22-5-2009, com repercussão 
geral). 
Sendo assim, por exemplo, a Lei que restringe os contribuintes da 
COSIP aos consumidores de energia elétrica do Município não ofende 
o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e 
tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. 
Ademais, a progressividade da alíquota, que resulta do rateio do 
custo da iluminação pública entre os consumidores de energia 
elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. 
6. TEMA PROPOSTO: Município localizado no sul do Brasil levou a 
efeito o recapeamento asfáltico de certa avenida municipal, o que 
resultou na valorização de cerca de 25 imóveis da região. O custo da 
obra foi equivalente a R$ 450.000,00.Considerando a situação 
hipotética apresentada, redija um texto acerca da possibilidade de 
cobrança da contribuição de melhoria, destacando os requisitos 
necessários à exigência dessa exação, principalmente quanto aos 
limites. 
8
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
Segundo a CF/88, a contribuição de melhoria deve ser exigida em 
decorrência de obra pública (art. 145, III). Entretanto, apesar do 
laconismo da CF/88, a contribuição de melhoria só deve ser cobrada 
em decorrência de obra pública que cause valorização imobiliária,conforme entendimento predominante na doutrina e jurisprudência. 
Desse modo, o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição 
de melhoria consiste em obter (auferir) valorização imobiliária, 
decorrente de obra pública. Esta valorização imobiliária é chamada de 
mais valia por alguns autores. 
Assim, segundo a doutrina o objetivo principal objetivo principal da 
contribuição de melhoria é fazer com que pessoas diretamente 
beneficiadas pela execução de uma obra pública participem com 
maior intensidade de seu custeio, suportando-o total ou 
parcialmente. 
A contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições. Desse modo, a contribuição de melhoria a ser 
exigida pela União, Estado, Distrito Federal e Municípios para fazer 
face ao custo das obras públicas, será cobrada pela Unidade 
Administrativa que as realizar, adotando-se como critério o benefício 
resultante da obra. 
Por sua vez, responde pelo pagamento da contribuição de melhoria o 
proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta 
responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a 
qualquer título, do domínio do imóvel. 
Com efeito, a contribuição de melhoria tem como limite totala 
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que 
da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme disciplinado 
no art. 81, do CTN. 
Assim sendo, a cobrança da contribuição de melhoria terá como limite 
total o custo das obras, computadas as despesas de estudos, 
projetos, fiscalização, desapropriações, administração, execução e 
financiamento. 
Destaca-se que, no caso da questão, não se poderia cobrar 
contribuição de melhoria, pois, segundo o STF, a valorização 
imobiliária decorrente de obra pública persiste como fato gerador 
dessa espécie tributária. 
9
Portanto, a hipótese de recapeamento de via pública já asfaltada é 
considerada, segundo o STF, simples serviço de manutenção e 
conservação que não acarreta valorização do imóvel, não rendendo 
ensejo a imposição da contribuição de melhoria (RE nº 115.863/SP, 
julgamento em 29/10/1991). 
7. TEMA PROPOSTO: Determinado município do estado do 
Tocantins editou lei instituindo duas taxas. A primeira, taxa de coleta 
de lixo e limpeza pública, em razão da prestação de serviços de 
limpeza de logradouros públicos e de coleta domiciliar de lixo. A 
segunda, pela conservação e manutenção de vias públicas.Em face da 
situação hipotética apresentada, responda se a instituição das taxas 
de coleta de lixo e limpeza pública e de conservação e manutenção 
de vias públicas se coaduna com a lei e com a jurisprudência que 
versam sobre o tema. Disserte, ainda, acerca da distinção entre taxa 
de polícia e taxa de serviço. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular 
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN). 
Com efeito, temos dois tipos de taxas distintas: a)taxa de polícia, que 
decorre do exercício do poder de polícia; b)taxa de serviços, que 
decorre da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua 
disposição. 
Em relação à taxa de polícia, esta deve existir para cobrir os custos 
administrativos com o exercício do poder de polícia diretamente 
referido a certas pessoas que o provocam, ou o exigem, em razão da 
sua atividade. Assim, o poder de polícia é a atividade estatal, fundada 
em lei, tendente a limitar a propriedade e a liberdade, em razão do 
interesse público, com a finalidade de assegurar a igualdade no seu 
exercício. 
No que concerne a taxa de serviços, esta decorre da utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. 
10
Com efeito, a utilização efetiva de serviços públicos significa serviços 
públicos usufruídos a qualquer título pelo contribuinte (art. 79, I, “a”, 
do CTN). Por sua vez, a utilização potencial de serviços públicos 
ocorre, quando, sendo de utilização compulsória (obrigatória) pelo 
contribuinte, sejam postos à sua disposição mediante atividade 
administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b”, do CTN). 
Ou seja, o serviço pode ser posto à disposição do contribuinte e, 
mesmo este não utilize-o por qualquer razão ou motivo, não fica livre 
do dever tributário de pagar a taxa de serviço.Nesse caso, a lei deve 
estabelecer que o serviço seja de utilização compulsória, devendo 
também o serviço público ser regularmente prestado e que esteja à 
disposição do contribuinte da taxa. 
Assim sendo, o STF entende como constitucional a cobrança de taxa 
pela utilização potencial do serviço de coleta domiciliar de lixo, em 
razão de ser um serviço público essencial à saúde da população e que 
estava sendo posto à disposição contribuinte mediante atividade 
administrativa em efetivo funcionamento, mesmo que o contribuinte 
não utilizasse o serviço ou não produzisse qualquer espécie de lixo 
domiciliar. Observamos que a lei deve tornar o serviço público 
obrigatório, para que a sua simples disponibilidade possa tornar a 
taxa constitucional. 
Noutra banda, osserviços públicos são considerados específicos 
quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas (art. 79, II, do 
CTN). Assim, o serviço deve ser prestado pelo órgão ou entidade 
administrativamente instituído para sua prestação. 
Nesse rumo, os serviços públicos são divisíveis quando suscetíveis de 
utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários 
(art. 79, III, do CTN). Ou seja, o oferecimento da utilização do 
serviço público deve acontecer em relação a cada contribuinte e não 
de forma genérica para a coletividade. O serviço público divisível é 
capaz de ser prestado de forma individualizada (para cada um) e não 
de forma universal (para todos). 
Nessa senda, surgiu a Súmula Vinculante 19: “A taxa cobrada 
exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis, não viola o art. 145, II, da CF”. 
Todavia, o STF tem considerado ilegítima a cobrança da Taxa de 
Coleta de Lixo e Limpeza Pública - TCLLP, porquanto não está 
vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também a serviço 
de caráter universal e indivisível, como a limpeza de logradouros 
11
públicos, afirmando a impossibilidade, no caso, de separação das 
duas parcelas. 
Desse modo, o STF julga que a taxa de coleta de lixo e limpeza 
pública é vinculada não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas 
também à limpeza de logradouros públicos, hipótese em que os 
serviços são executados em benefício da população em geral (uti 
universi), sem possibilidade de individualização dos respectivos 
usuários e, conseqüentemente, da referibilidade a contribuintes 
determinados, não se prestando para custeio mediante taxa. 
Isto significa o seguinte: (a) a taxa de limpeza pública é 
inconstitucional, uma vez que o serviço de limpeza de logradouros e 
bens públicos é universal e indivisível; (b) a taxa de coleta, remoção 
e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis de lixo é constitucional (taxa de coleta de lixo), sendo serviço 
público específico e divisível; (c) a taxa de coleta de lixo e de limpeza 
pública é inconstitucional, em razão da impossibilidade de separação 
das duas parcelas. 
Portanto, em razão da impossibilidade deseparação das duas 
parcelas, a primeira lei é inconstitucional, uma vez que se refere a 
criação de taxa de coleta de lixo e limpeza pública, em razão da 
prestação de serviços de limpeza de logradouros públicos e de coleta 
domiciliar de lixo. No mesmo sentido, a segunda lei de conservação e 
manutenção de vias públicas, que também é inconstitucional. 
8. TEMA PROPOSTO: O município de Árvore Verde levou a efeito 
vultosa obra pública de construção de um campo de desporto, o que 
ensejou o acréscimo do valor de quinze imóveis, cada um deles 
valorizado, individualmente, no importe de R$ 5.000,00. O custo da 
obra foi estimado em R$ 55.000,00. Diante disso, o município cobrou 
de cada um dos proprietários dos imóveis valorizados o valor de R$ 
5.000,00. Joaquim, proprietário e locador de um dos imóveis 
valorizados, incluiu, no contrato de locação, cláusula em que 
aumentava o valor do aluguel em cerca de 20% do valor anual da 
contribuição de melhoria efetivamente paga.Em face dessa situação 
hipotética, argumente, de modo fundamentado, sobre a legalidade da 
cobrança da contribuição de melhoria pelo município de Árvore Verde 
e sobre a majoração do valor do aluguel em razão do contrato de 
locação do imóvel de Joaquim. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
12
De início, destaca-se, de acordo com o art. 2º do Decreto-lei 
195/1967, que será devida a contribuição de melhoria, no caso de 
valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de 
construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, 
túneis e viadutos. Logo, neste ponto, é legal a cobrança. 
Nesse sentido, a contribuição de melhoria é instituída para fazer face 
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. 
Neste contexto, a contribuição de melhoria tem como fato gerador in 
abstrato o acréscimo do valor do imóvel (mais valia) em 
consequência da obra pública. Por certo, o imóvel do contribuinte 
está localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente pela 
obra pública. Assim, o STF entende que a contribuição de melhoria 
incide sobre o quantum da valorização imobiliária (AI 694.836-AgR, 
DJE de 18-12-2009). 
Por sua vez, responde pelo pagamento da contribuição de melhoria o 
proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta 
responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a 
qualquer título, do domínio do imóvel. 
Com efeito, conforme o art. 8º do Decreto-lei 195/1967, no imóvel 
locado é lícito ao locador exigir aumento de aluguel correspondente a 
10% (dez por cento) ao ano da contribuição de melhoria 
efetivamente paga, sendo nula a cláusula do contrato de locação que 
atribua ao locatário o pagamento, no todo ou em parte, da 
contribuição de melhoria lançada sobre o imóvel. 
Assim sendo, registra-se que, no caso, Joaquim, proprietário e 
locador de um dos imóveis valorizados, incluiu, no contrato de 
locação, cláusula em que aumentava o valor do aluguel em cerca de 
20% do valor anual da contribuição de melhoria efetivamente paga. 
Logo, é nula e ilegal a cláusula, pois, de acordo com o art. 8º do 
Decreto-lei 195/1967, há um limite de 10% (dez por cento) para o 
aumento de aluguel. 
Por outro lado, acontribuição de melhoria tem como limite 
totala despesa realizada e como limite individual o acréscimo de 
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme 
disciplinado no art. 81, do CTN. 
Assim sendo, a cobrança da contribuição de melhoria terá como limite 
total o custo das obras, computadas as despesas de estudos, 
projetos, fiscalização, desapropriações, administração, execução e 
financiamento. Logo, neste ponto, é ilegal a cobrança, pois o custo da 
obra foi estimado em R$ 55.000,00 e o município cobrou de cada um 
dos 15 proprietários dos imóveis valorizados o valor de R$ 5.000,00, 
o que equivale a R$ 75.000,00. 
13
9. TEMA PROPOSTO: Suponha que, em determinado município, 
tenha sido publicada, no dia 20/1/2008, a Lei Municipal n.º 2/2008, 
que instituiu a taxa de fiscalização do ar, para o controle da emissão 
de agentes poluentes pelas indústrias instaladas nos limites de seu 
território, abrangendo o tributo os fatos geradores ocorridos a partir 
do dia 1.º/1/2008 e ficando a cargo da polícia civil local a efetiva ou 
potencial fiscalização. Suponha, ainda, que a base de cálculo da taxa 
seja feita sobre o patrimônio da pessoa jurídica fiscalizada.Nessa 
situação hipotética, a referida taxa guarda pertinência com a norma 
jurídica tributária nacional? Justifique sua resposta. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO (Nesta questão, contamos com a 
colaboração do Prof. Cyonil): 
A Lei foi publicada em 20/1/2008, com incidência sobre os fatos 
ocorridos a partir do dia 1/1/2008. De acordo com o princípio da 
irretroatividade, o art. 150, III, ‘a’, é vedado cobrar tributos em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. 
A taxa é de polícia, em razão de ser atividade de fiscalização. De 
acordo o entendimento do STF, a existência de órgão administrativo 
apto ao exercício do regular do poder de polícia é suficiente para 
legitimar a cobrança de taxas. Enfim, a fiscalização deve ser efetiva, 
distintamente do que ocorre com a prestação dos serviços, a qual 
pode ser efetiva ou potencial. 
Por outro lado, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em 
função do capital das empresas. Ademias, é possível que a polícia 
civil do Estado exerça atribuições de polícia administrativa. 
Por fim, ressalta-se que a competência tributária é indelegável. 
Porém, conforme os termos do art. 7° do CTN, os atos de 
arrecadação, de fiscalização e de cobrança podem ser delegados para 
outras pessoas jurídicas de Direito Público. 
10. TEMA PROPOSTO: Considerando a atual jurisprudência dos 
Tribunais Superiores e as peculiaridades dos contratos de 
afretamento a casco nu, por tempo e por viagem, esclareça, 
14
fundamentadamente, se é legal a cobrança de ISS em contratos de 
afretamento de embarcações. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), não incide ISS sobre 
contratos de afretamento de embarcaçõespor tempo, por viagem ou a 
casco nu. Logo, segundo o STJ, a atividade não é uma prestação de 
serviços passível da cobrança do ISS. 
Assim, segundo o STJ, o afretamento de embarcações possui caráter 
complexo, não se enquadra no conceito de prestação de serviços 
aplicável às normas tributárias brasileiras e não está contido na lista 
anexa como atividade incidente do ISS. 
O afretamento a casco nu, de acordo com o artigo 2º da Lei n. 
9.432/97, é o “contrato em virtude do qual o afretador tem a posse, 
o uso e o controle da embarcação, por tempo determinado, incluindo 
o direito de designar o comandante e a tripulação”. 
Já o afretamento por tempo é o “contrato em virtude do qual o 
afretador recebe a embarcação armada e tripulada, ou parte dela, 
para operá-la por tempo determinado" e afretamento por viagem é o 
"contrato em virtude do qual o fretador se obriga a colocar o todo ou 
parte de uma embarcação, com tripulação, à disposição do afretador 
para efetuar transporte em uma ou mais viagens”. 
Com efeito, segundo o STJ,na hipótese do afretamento a casco nu, no 
qual a empresa cede apenas o uso da embarcação, para efeitos 
tributários, os navios devem ser considerados como bens móveis, sob 
pena de desvirtuarem-se institutos de Direito Privado, o que é 
expressamente vedado pelo art. 110 do CTN, que dispõe: 
“A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance 
de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, 
expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal 
ou dos Municípios, para definir ou limitarcompetências tributárias”. 
Deste modo, levando-se em consideração a orientação do STF no 
sentido de que é inconstitucional a incidência do ISS sobre a locação 
de bens móveis (Súmula Vinculante 31), tal cobrança é ilegítima já 
que no contrato em comento há mera locação da embarcação sem 
prestação de serviço, o que não constitui fato gerador do ISS. 
15
Nesse rumo, nos casos de afretamentos por tempo ou por viagem, o 
STJ entende que tais contratos são complexos porque, além da 
locação da embarcação com a transferência do bem, há a prestação 
de uma diversidade de serviços, entre os quais se inclui a cessão de 
mão-de-obra. Portanto, não podem ser desmembradas para efeitos 
fiscais e não são passíveis de tributação pelo ISS, já que a específica 
atividade de afretamento não consta da lista anexa do ISS. 
11. TEMA PROPOSTO: Manoel adquiriu apartamento em município 
cuja legislação relativa ao imposto sobre transmissão inter vivos de 
imóveis e de direitos reais estabelece como contribuinte do imposto o 
adquirente de bem imóvel. A administração tributária do município, 
todavia, não aceitou como base de cálculo do imposto o preço pago 
por Manoel na compra do apartamento. Em face dessa situação 
hipotética, responda, com base na legislação pertinente, se há 
fundamento jurídico na decisão da administração tributária do 
município de não aceitar a mencionada base de cálculo. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO (Nesta questão, contamos com a 
colaboração do Prof. Cyonil): 
Deve-se observar na questão que o Imposto sobre a transmissão 
“inter vivos” – ITBI, a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição) é imposto de competência municipal, previsto no art. 156, 
II, do texto constitucional. 
Demais disso, deve-se que a base de cálculo, o fato gerador e os 
contribuintes do imposto são definidos em lei complementar (art. 
146, III, ‘a’, da CF/1988). Logo, no texto constitucional e no Código 
Tributário Nacional (CTN), não temos as regras específicas para o 
ITBI, no entanto, é possível aproveitarmos algumas disposições 
presentes no CTN, quanto a antigo imposto sobre a transmissão 
estadual, o qual era regrado pelos artigos 35 a 42 do Código 
Tributário. 
Esse imposto sobre a transmissão, com o advento da CF/1988, foi 
substituído por dois outros impostos, um imposto sobre transmissões 
gratuitas, causa mortis e doação, de qualquer bem ou direito (ITCD 
estadual) e outro imposto sobre transmissões onerosas de bens 
imóveis, por natureza ou por acessão física (ITBI municipal). 
16
O artigo 38 do CTN, por sua vez, afirma que a base de cálculo do 
antigo imposto sobre a transmissão estadual e que é adotada pela 
maioria dos municípios como base de cálculo do ITBI é o valor venal 
do bem imóvel, o qual pode ser considerado como o valor de 
mercado. Observe que mesmo que se faça um abatimento do preço 
do bem (preço pago em determinada situação) o valor a ser 
considerado é o valor de mercado. 
Neste sentido, deve-se esclarecerque a CF estabelece ser de 
competência dos Municípios e do Distrito Federal a instituição do 
ITBI. Além disso, deve-se mencionar que o CTN não prevê 
precisamente as regras sobre o ITBI, isso porque o ITCD era um 
imposto único, de competência privativa dos Estados. Com a 
CF/1988, a transmissão, se gratuita, passou a ser tributada 
exclusivamente pelo ITCD, de competência dos Estados e do Distrito 
Federal, e a transmissão, se onerosa, tributada pelo ITBI, de 
competência dos Municípios e do Distrito Federal. 
Ademais, deve-se afirmar que o fato gerador do ITBI é a transmissão 
efetiva da propriedade ou do domínio útil, que, em conformidade com 
a lei civil, ocorre com o registro no cartório imobiliário. A base de 
cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos, entendido 
como o valor de mercado do bem imóvel, excluindo-se os bens 
imóveis por acessão intelectual, como é o caso das benfeitorias 
voluptuárias. Assim, para a definição da base de cálculo tomar-se-á 
como base o preço de venda, em condições normais de mercado, 
sendo irrelevante o preço de venda constante da escritura de compra 
e venda. 
Para concluir,deve-se mencionar que a decisão da Administração 
Tributária da municipalidade em não aceitar o valor pago encontra 
respaldo jurídico, pois, conforme o Código Tributário Nacional (art. 
38), a base de cálculo é valor venal do imóvel e não o preço pago 
pelo imóvel. 
12. TEMA PROPOSTO: Suponha que um fazendeiro venda sua 
fazenda com plantação de feijão pronta para a colheita. Nessa 
situação hipotética, a operação realizada estará sujeita à cobrança de 
ICMS? Fundamente sua resposta. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO (Nesta questão, contamos com a 
colaboração do Prof. Cyonil): 
17
O caso é de incidência do ITBI e não do ICMS. O art. 35 do CTN é 
bastante claro neste sentido: “O imposto, de competência dos 
Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles 
relativos tem como fato gerador: I – a transmissão, a qualquer título, 
da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou 
por acessão física, como definidos na lei civil”. Logo, enquanto imóvel 
por acessão física, a transmissão da safra com a fazenda é operação 
sobre imóvel, sujeita, portanto, a incidência do ITBI e não do ICMS. 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
O Código Tributário Nacional (CTN) esclarece que a natureza jurídica 1
específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 2
obrigação. Adicionalmente, a doutrina dá realce à base de cálculo, a 3
qual, ao lado do fato gerador, converge para o estabelecimento da 4
relação jurídico-tributária. 5
A natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o CTN, 6
independente da denominação e a destinação legal do produto de sua 7
arrecadação. Ficam ressalvados, no entanto, os empréstimos 8
compulsórios e as contribuições especiais, haja vista serem espécies 9
tributárias que se identificam a partir da destinação da arrecadação. 10
O fato gerador, em abstrato, é a situação definida em lei como 11
necessária e suficiente à sua ocorrência. Quanto ao Imposto sobre 12
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o fato gerador é, por 13
exemplo, a transferência efetiva da mercadoria do estabelecimento 14
comercial, industrial ou produtor. Para o Imposto sobre Transmissão 15
de Bens Imóveis (ITBI), é, por exemplo, a transmissão “inter vivos”, 16
a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou 17
acessão física, exemplo, neste último caso, das construções e das 18
sementes lançadas a terra por ação do homem. 19
A base de cálculo, por sua vez, é a expressão econômica do fato 20
gerador, sobre a qual as alíquotas incidem, resultando daí o valor do 21
tributo. A base de cálculo nos permite distinguir e identificar o tributo 22
de que se trata. Quanto ao ICMS, a base é o valor total da operação, 23
incidindo, inclusive, sobre o próprio montante do tributo (imposto por 24
dentro). Já para o ITBI, leva-se em consideração o valor venal dos 25
imóveis (o valor de mercado). 26
Vencidas essas considerações, conclui-se pela improcedência da 27
cobrança do ICMS sobre a transferência da safra de feijão (acessão 28
física) com a fazenda (imóvel por natureza), isso porque a referida 29
operação é base de cálculo para a incidência do ITBI, imposto de 30
competência dos municípios e do Distrito 31
Federal. 32
18
13. TEMA PROPOSTO:A empresa Vídeo Locadora, estabelecida no 
Município Y, tem como atividade principal a locação de fitas de vídeo, 
dvd´s e congêneres, estando tal atividade prevista em item específico 
da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar do Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza, desta Municipalidade. Todavia a 
empresa, por meio de seu representante legal, entende quea sua 
atividade estaria fora do campo de incidência do ISS, razão pela qual 
pretende suspender o seu pagamento. A empresa ainda não foi 
notificada pelo Fisco e também nunca pagou o tributo.O 
entendimento da empresa está correto? Em caso afirmativo, qual(is) 
demanda(s) a ser(em) proposta (s)? Justifique. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO (Nesta questão, contamos com a 
colaboração do Prof. Cyonil): 
De início, registram-se as razões de veto do Presidente da República 
à lista constante da LC 116/2003: 
“Verifica-se que alguns itens da relação de serviços sujeitos 
à incidência do imposto merecem reparo, tendo em 
vistadecisões recentes do Supremo Tribunal Federal. São 
eles: 
O STF concluiu julgamento de recurso extraordinário 
interposto por empresa de locação de guindastes, em que 
se discutia a constitucionalidade da cobrança do ISS sobre a 
locação de bens móveis, decidindo que a expressão "locação 
de bens móveis" constante do item 79 da lista de serviços a 
que se refere o Decreto-Lei no 406, de 31 de dezembro de 
1968, com a redação da Lei Complementar no 56, de 15 de 
dezembro de 1987, é inconstitucional (noticiado no 
Informativo do STF no 207). O Recurso Extraordinário 
116.121/SP, votado unanimemente pelo Tribunal Pleno, em 
11 de outubro de 2000, contém linha interpretativa no 
mesmo sentido, pois a ‘terminologia constitucional do 
imposto sobre serviços revela o objeto da tributação. 
Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo a 
contrato de locação de bem móvel. Em direito, os institutos, 
as expressões e os vocábulos têm sentido próprios, 
descabendo confundir a locação de serviços com a de 
móveis, práticas diversas regidas pelo Código Civil, cujas 
definições são de observância inafastável’. Em assim sendo, 
o item 3.01 da Lista de serviços anexa ao projeto de lei 
complementar ora analisado, fica prejudicado, pois veicula 
19
indevida (porque inconstitucional) incidência do imposto sob 
locação de bens móveis. 
O item 13.01 da mesma Lista de serviços mencionada no 
item anterior coloca no campo de incidência do imposto 
gravação e distribuição de filmes. Ocorre que o STF, no 
julgamento dos RREE 179.560-SP, 194.705-SP e 196.856-
SP, cujo relator foi o Ministro Ilmar Galvão, decidiu que é 
legítima a incidência do ICMS sobre comercialização de 
filmes para videocassete, porquanto, nessa hipótese, a 
operação se qualifica como de circulação de mercadoria. 
Como consequência dessa decisão foram reformados 
acórdãos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que 
consideraram a operação de gravação de videoteipes como 
sujeita tão-somente ao ISS. Deve-se esclarecer que, na 
espécie, tratava-se de empresas que se dedicam à 
comercialização de fitas por elas próprias gravadas, com a 
finalidade de entrega ao comércio em geral, operação que 
se distingue da hipótese de prestação individualizada do 
serviço de gravação de filmes com o fornecimento de 
mercadorias, isto é, quando feita por solicitação de outrem 
ou por encomenda, prevalecendo, nesse caso a incidência 
do ISS (retirado do Informativo do STF no 144)”. 
Por relevante, registramos, ainda, o teor da Súmula Vinculante 31, 
aprovada pelo STF com a seguinte redação:"É inconstitucional a 
incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) 
sobre operações de locação de bens móveis". 
É dever constitucional do Estado a manutenção dos mais variados 
serviços à sociedade. Para tanto, entre os instrumentos colocados a 
disposição dele, destaca-se a tributação dos bens, rendas e 
patrimônios alheios. O fenômeno da tributação deve ser realizado 
conforme os critérios definidos no texto constitucional, evitando-se 
eventuais inconstitucionalidades. 
Aos Municípios competem, por exemplo, a instituição e cobrança do 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). O fato 
gerador do ISSQN é a prestação de serviços constantes em lista 
exaustiva na LC 116/2003. Por tal razão, será considerada 
inconstitucional qualquer pretensão de interpretação extensiva da 
lista de serviços pelos Municípios. 
 
Nessa perspectiva, destaca-se que o STF reconheceu que conflita com 
a Lei Maior dispositivo de Lei Municipal que imponha a incidência do 
ISSQN a contrato de locação de bens móveis, isso porque a locação 
equipara-se ao arrendamento de coisas, ou seja, é uma obrigação de 
20
dar, portanto, diversa das obrigações de fazer, as quais poderiam ser 
objeto de incidência do ISSQN. As obrigações de dar consistem nas 
atividades de dar, entregar ou restituir, enquanto que as obrigações 
de fazer são aquelas em que o devedor se compromete a realizar um 
ato ou praticar uma tarefa ao credor. 
Assim, não cabe à lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o 
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, para 
definir ou limitar competências tributárias (art. 110 do CTN). 
Registra-se que, recentemente, o STF, por meio da Súmula 
Vinculante 35, vedou a incidência do ISSQN sobre as operações de 
locação de bens móveis. 
À vista do exposto, conclui-se que o entendimento da empresa Vídeo 
Locadora está correto. No caso descrito, o Município Y age 
inconstitucionalmente ao tributar a locação de fitas de vídeo, dvd’s e 
congêneres. Como sobredito, as locações de bens móveis são 
obrigações de dar e não de fazer e a lista constante da LC 116/2003 
é taxativa. Assim, cabe à empresa a propositura de ação judicial 
declaratória de inexistência da relação jurídica ou de mandado de 
segurança preventivo. 
14. TEMA PROPOSTO:(Ministério Público Federal/Procurador 
da República/2011) A prestação pecuniária cobrada pela 
municipalidade em decorrência da remoção de lixo domiciliar 
submete-se a que regime jurídico? Justificar. E afirmar se a receita 
proveniente da realização desses serviços denomina-se originária, 
derivada ou de capital. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
Submete-se ao regime jurídico tributário, sendo receita derivada, pois 
decorre do poder coercitivo do estado na cobrança de tributo da 
espécie taxa. 
Assim, no que concerne a taxa de serviços, esta decorre da 
utilizaçãode serviços públicos específicos e divisíveis. Assim, 
osserviços públicos são considerados específicos quando possam ser 
destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou 
de necessidades públicas (art. 79, II, do CTN). Assim, o serviço deve 
ser prestado pelo órgão ou entidade administrativamente instituído 
para sua prestação. 
21
Nesse ponto, vale à pena citar Roque Carrazza: “Os serviços públicos 
se dividem em gerais e específicos. Os serviços públicos gerais, ditos 
também universais, são os prestados uti universi, isto é, 
indistintamente a todos os cidadãos. Eles alcançam a comunidade 
como um todo considerada, beneficiando número indeterminado (ou, 
pelo menos, indeterminável) de pessoas. É o caso dos serviços de 
iluminação pública, de segurança pública, de diplomacia, de defesa 
externa do país etc. Esses serviços são custeados pelos impostos. Os 
serviços públicos específicos, também chamados singulares, são os 
prestados uti singuli. Referem-se a uma pessoa ou a um número 
determinado (ou, pelo menos, determinável) de pessoas. São de 
utilização individual e mensurável. Gozam, portanto, de divisibilidade, 
é dizer, da possibilidade de avaliar-se a utilização efetiva ou 
potencial, individualmente considerada.” 
Nesse rumo, os serviços públicos são divisíveis quando suscetíveis de 
utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários 
(art. 79, III, do CTN). Ou seja, o oferecimento da utilização do 
serviço público deve acontecer em relação a cada contribuinte e não 
de forma genérica para a coletividade. O serviço público divisível é 
capaz de ser prestado de forma individualizada (para cada um) e não 
de forma universal (para todos). 
Vale citar aSúmula Vinculante 19 no caso: “A taxa cobrada 
exclusivamenteem razão dos serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de 
imóveis, não viola o art. 145, II, da CF”. Desse modo, o STF julga 
que a taxa de coleta de lixo é constitucional, sendo específica e 
divisível. 
15. TEMA PROPOSTO:(Ministério Público Federal/Procurador 
da República/2011) Locação de serviços e locação de bens móveis. 
Conceituar. 
À vista desses conceitos, indique a respectiva hipótese de incidência 
tributária ou a sua inexistência, nos fatos seguintes: 
a) técnico efetua um programa para computadores sob encomenda 
de terceiro. Na hipótese, esse fato está sujeito a que imposto? 
b) se o programa para computadores é colocado à venda, exposto 
como mercadoria, sobre esse futuro negócio jurídico, se realizado, 
haverá imposição tributária? Se afirmativo, qual? 
22
c) se esse mesmo programa para computadores não é entregue para 
atender à encomenda e nem é vendido, mas alugado. 
Indaga-se: incide ou não tributação? Se positiva a resposta, qual o 
tributo devido? 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A doutrina classifica a operação de circulação de mercadoria (ICMS) 
como uma obrigação de “dar” (atividade-fim), diferentemente da 
obrigação de “fazer” (atividade-meio), que, diz respeito à prestação 
de uma utilidade ou comodidade à terceiro, de modo personalizado, 
gerando a possibilidade de incidência do ISS. 
Assim, em relação aos programas de computador (software), o STF 
distingue o software de prateleira e o software sob encomenda, 
decidindo que não há incidência do ICMS sobre o software sob 
encomenda. 
O STF compreende que o softwaresob encomenda é desenvolvido 
para atender necessidades pessoais, sendo personalizado conforme 
as exigências do adquirente. Diante disso, entende-se que o 
softwaresob encomenda apenas pode ser alcançado pela incidência 
do ISS. Já o softwarede prateleira é o programa-padrão 
comercializado em média e grande escala pelos estabelecimentos 
empresariais, sem qualquer personalização às necessidades 
individuais dos adquirentes, devendo incidir o ICMS. 
Em síntese, na comercialização de software produzido em média e 
larga escala incide ICMS e em programas personalizados, feitos sob 
encomenda, poderá incidir o ISS. 
Por sua vez, segundo o STF e a doutrina majoritária, a hipótese de 
incidência do ISS não se restringe a qualquer simples “serviço”, mas 
há uma prestação de serviço, compreendendo um negócio jurídico 
correspondente a uma obrigação de “fazer”. 
A obrigação de “fazer” diz respeito à prestação de uma utilidade ou 
comodidade à terceiro, de modo personalizado, diferentemente da 
obrigação de “dar”, que tem como exemplo clássico a locação de 
bens a terceiros. Em outras palavras, na obrigação de “fazer” existe 
um esforço individualizado objetivando a proporcionar específica 
utilidade ao adquirente, podendo ser alcançado, neste caso, pela 
incidência do ISS. 
Neste sentido, o STF aprovou a súmula vinculante 31, com o seguinte 
texto: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de 
23
Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bens 
móveis”. Decerto, o STF compreende que não há a existência de 
prestação de serviços (fato gerador do ISS) na atividade de locação 
de bens móveis. O motivo fundamental é que a atividade questionada 
dá origem a uma obrigação de dar ou de entregar e não a uma 
obrigação de fazer, evidenciando-se que não há esforço humano em 
proveito de outrem, tendente à produção de um bem. 
Na mesma linha de raciocínio, o STF (RE 626.706, julgamento em 
08/09/2010) afirmou que não incide ISS sobre “locação de filmes 
cinematográficos, videotapes, cartuchos para videogames e 
assemelhados”. Portanto, a operação de locação de bens móveis não 
está envolvida no conceito de prestação de serviço. 
Em resumo: 
a) Na hipótese detécnico que efetua um programa para 
computadores sob encomenda de terceiro incide ISS. 
b) Na hipótese deque o programa para computadores é colocado à 
venda, exposto como mercadoria, sobre esse futuro negócio jurídico, 
se realizado, haverá imposição tributária do ICMS. 
c) Na hipótese deomesmo programa para computadores não ser 
entregue para atender à encomenda e nem é vendido, mas alugado, 
não incide imposto de renda, uma vez que a renda adquirida em 
decorrência do aluguel se enquadra perfeitamente como aquisição da 
disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos 
(hipótese de incidência do IR). 
16. TEMA PROPOSTO:“Em 19 de abril de 2009, uma sociedade 
anônima adquiriu o fundo de comércio de uma sociedade por quotas 
de responsabilidade limitada, fazendo constar do respectivo contrato 
uma cláusula que a eximia da responsabilidade por quaisquer débitos 
fiscais correspondentes a operações anteriores àquela data. Sabendo-
se que ambas prosseguiram na exploração da atividade e que, em 1º 
de setembro de 2009, a adquirente foi autuada para pagar a 
diferença de ICMS, referente a fatos geradores ocorridos no período 
de janeiro a novembro de 2004, em razão de a base de cálculo 
adotada para o cálculo do tributo não haver sido correta, deduz-se 
que, embora a sucessora pudesse ser responsabilizada pelos débitos 
da sucedida, já decaíra o direito de a Fazenda Pública proceder ao 
lançamento da diferença do tributo referente àquele período, exceto 
em caso de dolo, fraude ou simulação, por já ter ocorrido 
24
homologação tácita do lançamento”.Questiona-se: o texto acima 
apresenta dados corretos? Sim ou não? Justifique. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
De início, deve-se destacar que a exclusão da responsabilidade pelo 
contrato não vale nada, pois, conforme o art. 128 do CTN, sem 
prejuízo do disposto no CTN, apenas a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter 
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
Num segundo ponto, o fundamento da resposta é Art. 133, II, CTN, 
a saber: “A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir 
de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento 
comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva 
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome 
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou 
estabelecimento adquirido, devidos até à data do atosubsidiariamente 
com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro 
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no 
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão”. 
Ademais, em caso de dolo, fraude, simulação, aplica-se o art. 173, I, 
do CTN, segundo a jurisprudência consolidada do STJ. Logo, a 
resposta é não, tendo como fundamento que a responsabilidade é 
subsidiária e não solidária. Por sua vez, aplicando-se o art. 150, §4° 
(sem dolo, fraude ou simulação), a decadência seria apenas dos fatos 
geradores ocorridos de janeiro a 31 de agosto de 2004. Não ocorreria 
a decadência no período de 1 de setembro até novembro de 2004, 
pois a autuação foi em 1 de setembro de 2009. 
17. TEMA PROPOSTO:Em 20/05/95, a Receita Federal, em 
decorrência de fiscalização realizada na sede da empresa ABC , 
constatou que a empresa não havia declarado, e consequentemente 
recolhido, à COFINS referente a todos os meses do exercício de 1990. 
Notificada a empresa, esta impugnou, sem sucesso o auto de infração 
e depois, recorreu administrativamente ao Conselho de Contribuintes. 
Em 20/07/04, adveio a decisão definitiva, confirmando o ato de 
autoridade tributária, sendo a empresa notificada da referida decisão 
na própria data. A União Federal ajuizou execução fiscal relativa ao 
crédito em 20/06/2009, sendo que o despacho de citação foi exarado 
em 20/08/2010,entretanto, não encontrada de pronto a executada, a 
exequente não mais movimentou o processo. 
25
Examine as questões envolvidas e responda aos itens a seguir, 
utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso. 
A) Analise a constituição do crédito tributário pelo Fisco, referindo 
se ocorreu de forma regular ou não, bem como se adveio dentro do 
prazo legal. (Valor: 0,30) 
B) Houve, na hipótese, interrupção ou suspensão do prazo de 
cobrança do crédito fiscal?(Valor: 0,50) 
C) A propositura da execução em 20/06/2009 e o despacho de 
citação em 20/08/2010 resguardará o direito da Fazenda 
Pública?(Valor: 0,45) 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A) Nos tributos sujeitos inicialmente ao lançamento por homologação 
(COFINS), a decadência se refere à perda do direito de 
expressamente homologar a atividade realizada pelo sujeito passivo, 
sendo o prazo decadencial de cinco anos a contar da ocorrência do 
fato gerador (art. 150, §4º). Porém, aplica-se o art. 173, I, do CTN, 
na hipótese que se comprove que o sujeito passivo não realizou as 
atividades legalmente atribuídas a sua pessoa ou as efetuou com 
inexatidão (art. 149, V). Logo, na hipótese de ausência de pagamento 
antecipado, aplica-se a regra do primeiro dia do exercício seguinte 
àquele em que o lançamento poderia ter sido lançado. Assim, a 
constituição definitiva do crédito tributário ocorreu de forma regular 
em 20/09/1995 e, por conseguinte, dentro do prazo legal, uma vez 
que poderia ter sido feita até 31/12/1995. 
B) Ocorreu na hipótese a suspensão do prazo de cobrança do crédito 
fiscal. Em função da suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
com a impugnação do auto de infração por parte do contribuinte e o 
respectivo recurso administro ao Conselho de Contribuintes até 
20/07/04, quando adveio a decisão definitiva. 
C) Sim. A propositura da execução em 20/06/2009 e o despacho de 
citação em 20/08/2010 resguardará o direito da Fazenda Pública, 
pois, segundo a orientação firmada pela Primeira Seção do STJ, em 
recurso representativo da controvérsia (REsp 1.120.295/SP, Rel. Min. 
Luiz Fux, DJe de 21.5.2010), revela-se incoerente a interpretação 
segundo a qual o fluxo do prazo prescricional continua a escoar-se, 
26
desde a constituição definitiva do crédito tributário, até a data em 
que se der o despacho ordenador da citação do devedor, conforme 
inc. I do par. único do art. 174, do CTN. Logo, “consoante decidido 
pela Primeira Seção, no retromencionado recurso repetitivo, o Código 
de Processo Civil, no § 1º, do artigo 219, estabelece que a 
interrupção da prescrição, pela citação, retroage à data da 
propositura da ação, a qual deve ser empreendida no prazo 
prescricional” (AgRg no AREsp 158528 / RJ DJe 29/05/2012). Assim 
sendo, o despacho de citação em 20/08/2010 retroage a data da 
propositura da execução em 20/06/2009 e, portanto, resguarda o 
direito da Fazenda Pública. 
18. TEMA PROPOSTO:Até o ano de 2007, o Sr. José da Silva 
exerceu a função de sócio, com poderes de gestão, da “Acampados 
Turismo S.A”, tendo, posteriormente, se desligado da sociedade. Em 
fevereiro de 2011 é surpreendido ao ser citado em execução fiscal 
para responder por débitos fiscais pendentes relativos ao IRPJ e pela 
falta de recolhimento de contribuições previdenciárias dos 
funcionários, as quais devidamente descontadas, ambos referentes a 
período de apuração em que José administrava a empresa. 
Considerando a situação narrada, responda aos itens a seguir, de 
forma fundamentada. 
A) É possível a cobrança integral do ex-sócio dos montantes 
tributários e previdenciários devidos e não recolhidos pela 
companhia, quando ele já não exercia mais atos de administração da 
S.A.? (Valor: 0,65) 
B) Houve infração legal imputável a José da Silva? (Valor: 0,60) 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A)Em relação a responsabilidade de terceiros que atuam 
irregularmente, o art. 135, inc. I, do CTN estatuiu que o terceiro que 
atua de forma irregular, praticando atos com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatutos, são pessoalmente 
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de tais atos, elencando como responsável pessoal os 
diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito 
privado. Os representantes de pessoas jurídicas de direito privado 
não são responsáveispor todos os tributos devidos pela empresa, 
resultantes de atos praticados no regular exercício de suas 
atividades, sendo que estes representantes são pessoalmente 
responsáveis apenas pelos créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatutos. Decerto, em regra, a 
27
comprovação, pelo Fisco, de que o terceiro denominado de 
responsável agiu com excesso de poder, ou cometeu infração à lei, 
contrato ou estatuto, é imprescindível, para a configuração da 
responsabilidade tributária pessoal do art. 135 do CTN. 
B) No caso, o Sr. José da Silva exerceu a função de sócio, com 
poderes de gestão, da “Acampados Turismo S.A”, sendo citado em 
execução fiscal para responder por débitos fiscais pendentes relativos 
ao IRPJ e pela falta de recolhimento de contribuições previdenciárias 
dos funcionários, as quais devidamente descontadas, ambos 
referentes a período de apuração em que José administrava a 
empresa. Logo, houve sim infração legal no que tange aos tributos 
devidamente descontados e não repassados aos cofres da União, 
referindo-se ao período de apuração em que José administrava a 
empresa. Por exemplo, ocorreu a denominada apropriação indébita 
previdenciária (violação a lei), que é deixar de repassar à previdência 
social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional, conforme o disposto no artigo 168-A, do 
Código Penal. 
. 
19. TEMA PROPOSTO: 
Determinado contribuinte adquiriu um lote de terreno em zona de 
expansão urbana, situado em Condomínio ainda não dotado de 
qualquer dos melhoramentos elencados no art. 32, parágrafo 1º do 
CTN. 
A esse respeito, responda aos itens a seguir: 
A) Sobre o bem imóvel especificado há incidência de imposto? 
(Valor: 0,50) 
B) Havendo incidência, qual Ente o titulariza? (Valor: 0,75)
Justifique com a indicação dos dispositivos legais pertinentes. 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A) Há incidência do IPTU. O referido imposto, conforme o art. 32 do 
CTN, caput, tem como núcleo do fato gerador a (a) propriedade, o (b) 
domínio útil ou a (c) posse de bem imóvel por natureza ou por 
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
Município. O aspecto espacial do IPTU é a zona urbana do território 
municipal ou distrital. A zona urbana é aquela definida em lei 
municipal, devendo ser observado o requisito mínimo da existência 
de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos pontos 
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: meio-fio ou 
28
calçamento, com canalização de águas pluviais; abastecimento de 
água; sistema de esgotos sanitários; rede de iluminação pública, com 
ou sem posteamento para distribuição domiciliar; escola primária ou 
posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do 
imóvel considerado (art. 32, §1º, CTN). Por outro lado, no caso, a lei 
municipal pode considerar urbanas também as áreas urbanizáveis, ou 
de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos 
órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao 
comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos 
do §1º, do art. 32, do CTN. Logo, incide IPTU sobre determinado 
contribuinte adquiriu um lote de terreno em zona de expansão 
urbana. 
B) O ente titular é o Município e/ou Distrito Federal, conforme os 
arts. 156, I, e 147, caput, daCF/88. 
20. TEMA PROPOSTO: 
Um jovem de 14 (quatorze) anos, especializado em rastreamento de 
sistemas e informática em geral, aufere, mensalmente, a quantia 
total de R$10.000,00 (Dez mil reais), por força de contrato verbal de 
prestação de serviços, mantido com certa empresa contratante. 
Neste caso, entende o jovem, em razão de sua absoluta incapacidade 
civil, não estar adstrito a quaisquer obrigações tributárias, razão pela 
qual não procede ao recolhimento do tributo decorrente das 
operações acima mencionadas. À vista disto, o procedimento adotado 
pelo referido jovem está em consonância com o sistema legal 
tributário? Justifique, apontando os dispositivos legais pertinentes 
(Valor: 1,25). 
REVISÃO DO TEMA PROPOSTO: 
A capacidade tributária passiva é a aptidão para ser sujeito passivo 
da relação tributária. Com efeito, o art. 126, inc. I, do CTN dispõe 
que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das 
pessoas naturais. Logo, a capacidade tributária passiva independe de 
a pessoa física ser menor de idade (jovem de 14 anos). 
Ademais, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-
se: (a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do 
seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos efetivamente 
ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). 
Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência do fato 
gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, a 
29
natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. Deste 
modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, em princípio, 
pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou anulabilidade do 
ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou mesmo a 
ilicitude do ato praticado. 
Logo, é legítima a incidência do IR sobre a quantia auferida de 
R$10.000,00 (Dez mil reais), mensalmente, pelo rastreamento de 
sistemas e informática em geral, em fase do princípio do pecunia non 
olet.

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