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Questões de Direito Tributário

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2
QUESTÕES DA PROVA 1 - TRIBUTÁRIO 1
1) A entidade beneficente de assistência social Associação Lar Das Crianças, devidamente registrada e cumprindo todos os requisitos legais para o gozo de imunidade tributária, requereu à Receita Federal o reconhecimento de imunidade tributária quanto às contribuições para a seguridade social. O Fisco federal negou o pedido, afirmando que a imunidade tributária das entidades beneficentes de assistência social somente abarcava impostos, nos termos do Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, mas não contribuições. Além disso, o Fisco notificou a entidade para que apresentasse a escrituração de suas receitas e despesas, o que a entidade se recusou a fazer, alegando que não estava obrigada a manter essa escrituração em razão de sua imunidade tributária. Sobre o caso narrado, responda aos itens a seguir.
A) As entidades beneficentes de assistência social, que cumprem todos os requisitos legais para o gozo de imunidade tributária, também fazem jus ao reconhecimento de imunidade tributária quanto a contribuições para a seguridade social ou apenas quanto a impostos?  
Resposta: Existe, contudo, a previsão específica desta imunidade no art. 195, § 7º, da CRFB/88, in verbis: “§ 7º. são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. ” 
B) Está correta tal entidade beneficente de assistência social em se negar a apresentar a escrituração de suas receitas e despesas? 
Resposta: não. A entidade beneficente de assistência social não está correta ao se negar a apresentar a escrituração de suas receitas e despesas. O fato de ser entidade imune não a libera da obrigação acessória de manter a escrituração contábil em dia, como se pode ver do próprio art. 14 do CTN, que elenca as condições para que uma entidade beneficente de assistência social possa fruir da imunidade, dentre as quais a do inciso III: “manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”.
2) Assim, o Legislativo estadual aprovou a lei ordinária estadual nº 12.345/18, que foi sancionada pelo Governador do Estado e publicada em 20 de dezembro de 2018. A referida lei, em seu Art. 1º, previa, como contribuintes de ICMS, as empresas de transporte urbano coletivo de passageiros, em razão da prestação de serviços de transporte intramunicipal. Em seu art. 2º, determinava a cobrança do tributo a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte à sua publicação. 
As empresas de transporte urbano coletivo de passageiros que atuam no Estado Beta, irresignadas com a nova cobrança tributária, que entendem contrária ao ordenamento jurídico, buscaram o escritório regional (localizado na capital do Estado Beta) da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (ANETU), legalmente constituída e em funcionamento desde 2010, à qual estão filiadas.
As empresas noticiaram à ANETU que não estão apurando e recolhendo o ICMS instituído pela lei estadual nº 12.345/18 e que não pretendem fazê-lo. Noticiaram, ainda, que possuem justo receio da iminente prática de atos de cobrança desse imposto pelo Delegado da Receita do Estado Beta, autoridade competente para tanto, e da consequente impossibilidade de obtenção de certidão de regularidade fiscal, razões pelas quais desejam a defesa dos direitos da categoria, com efeitos imediatos, para que não sejam obrigadas a recolher qualquer valor a título da referida exação, desde a vigência e eficácia prevista no Art. 2º da lei estadual em questão.
Resposta: Como estamos perante direitos coletivos dos associados, é cabível a impetração do mandado de segurança coletivo, nos termos do art. 21, parágrafo único, da lei nº 12.016/09, sendo certo que há prova pré-constituída, consistente na lei publicada no diário oficial estadual.
A petição deve ser endereçada ao juízo cível ou da fazenda pública da comarca da capital do estado beta, já que os dados constantes do enunciado não permitem identificar a nomenclatura usada pela organização judiciária local. 
Deve-se indicar, na qualificação das partes, a associação nacional de empresas de transportes urbanos (anetu) como impetrante e, como autoridade coatora, o delegado da receita do estado beta. deve-se, ainda, indicar o estado beta como pessoa jurídica interessada, nos termos do art. 7º, inciso II, da lei nº 12.016/09. a legitimidade ativa da anetu decorre do fato de ser uma entidade associativa legalmente constituída e em funcionamento há mais de um ano, estando em defesa de direitos líquidos e certos de parte dos associados, nos termos do art. 21 da lei nº 12.016/09 ou do art. 5º, inciso LXX, alínea b, da CRFB/88.
A legitimidade passiva do delegado da receita do estado beta decorre do fato de que, como dito no enunciado, trata-se da autoridade competente para prática de atos de cobrança do imposto, atos que estão na iminência de ocorrer e que violam direito líquido e certo dos associados, daí a incidência do art. 5º, inciso lxix, da crfb/88 e do art. 1º, da lei nº 12.016/09. 
A seguir são informados e demonstrados, justificadamente, os seguintes fundamentos de mérito:
1. a lei estadual atacada padece de vício formal, uma vez que a constituição, de acordo com o art. 146, inciso iii, alínea a, e o art. 155, § 2º, inciso xii, alínea a, ambos da crfb/88, exige que os fatos geradores e os contribuintes do icms estejam definidos em lei complementar (de caráter nacional), de modo que não poderia uma lei ordinária estadual inovar neste particular. 
2. ocorre a flagrante violação das hipóteses de incidência (fatos geradores) expressamente previstos na constituição para o icms, conforme art. 155, inciso ii, da crfb/88, pois esta norma constitucional somente prevê a incidência de icms sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, sendo o transporte intramunicipal hipótese de incidência do iss, imposto municipal, previsto no art. 156, inciso iii, da crfb/88, uma vez que se trata de serviço de qualquer natureza não contido no art. 155, inciso ii, da crfb/88.
3. ocorreu a violação do princípio da anterioridade tributária nonagesimal (art. 150, inciso iii, alínea c, da crfb/88), pois a lei pretendeu produzir efeitos de cobrança do tributo antes de decorridos 90 dias de sua publicação.
É solicitada a imediata suspensão da possibilidade de cobrança da referida exação, uma vez que está presente a verossimilhança das alegações (inconstitucionalidades flagrantes) e há risco na demora, pois o tributo será cobrado antes mesmo de decorridos 90 dias da publicação da lei instituidora, além de impedir a obtenção de certidão de regularidade fiscal pelas empresas associadas à anetu.
A peça irá conter os pedidos de: 
1. “oitiva ou audiência” do representante judicial do estado beta, a se pronunciar no prazo de 72 horas, de acordo com o art. 22, § 2º, da lei nº 12.016/09; 
2. concessão da medida liminar, para que a autoridade coatora se abstenha de realizar a cobrança do referido imposto, até decisão final; 
3. concessão da ordem ao final, para que, em definitivo, a autoridade coatora se abstenha de cobrar o referido imposto dos associados da impetrante. 
Deve ser atribuído valor à causa e obedecer às normas de fechamento da peça, qualificando-se como advogado.
3) O Município X, por meio de atuação conjunta do Fisco Municipal e da Secretaria Municipal responsável pela fiscalização sobre os estabelecimentos comerciais nele situados, autuou um restaurante, sob o fundamento de que não estava recolhendo ISS sobre a prestação de serviços de preparação de alimentos e atendimento dos clientes nas mesas. Ademais, também se verificou que o restaurante não recolhera, no último ano, a taxa anual de licença para localização e funcionamento de estabelecimentos comerciais, sendo, portanto, autuado também por esse fato.
Diante desse cenário, responda aos itens a seguir. 
A)   Para a exigência da referida taxa anual de licença, é necessário que o Município exerça efetivamente a atividadede fiscalização sobre estabelecimentos comerciais ou basta que o faça potencialmente? 
Resposta: Para a exigência da referida taxa anual de licença, é necessário que o município exerça, de modo efetivo, o poder de polícia - e não meramente de forma potencial -, nos termos do art. 145, inciso II, da CRFB/88, ou do art. 77, caput, do ctn ou art. 78, parágrafo único, do CTN, ou do entendimento expresso do STF, no re 588.322 (repercussão geral).
4) No intuito de aumentar a arrecadação, o prefeito do Município X sancionou lei que fixou uma nova base de cálculo do IPTU. A referida lei foi publicada em novembro de 2016, estabelecendo que sua vigência se dará após a data de sua publicação. Bruno e Thiago são irmãos que, por herança, tornaram-se proprietários de um imóvel, no qual, apenas Thiago reside. Em janeiro de 2017, Bruno foi notificado do lançamento do IPTU referente ao imóvel de residência de Thiago, tendo 30 dias para pagá-lo. Bruno alegou que, pelo fato de apenas Thiago residir no imóvel, mesmo ele sendo coproprietário do bem, não precisaria pagar o imposto. Além disso, afirmou que, ainda que tivesse que pagá-lo, a lei que fixou uma nova base de cálculo do IPTU não respeitou a anterioridade nonagesimal.
Bruno está correto ao alegar que a lei que fixou uma nova base de cálculo do IPTU violou a anterioridade nonagesimal?
Resposta: Não. A fixação de nova base de cálculo do iptu apenas deve respeitar a anterioridade do exercício financeiro, estando excepcionada da anterioridade nonagesimal, na forma do art. 150, §1º, da CRFB/88.
5) Maria, servidora pública do Estado X, verificou no contracheque referente ao mês de março que foi retido de sua remuneração um adicional de 2%, referente ao Imposto sobre a Renda Pessoa Física – IRPF. Ao questionar seu órgão de vinculação, obteve a informação de que a cobrança tinha por fundamento a Lei Estadual nº 12.345, editada no último dia do exercício imediatamente anterior. Indignada com a cobrança, Maria procura você, na condição de advogado(a), para que adote as providências cabíveis, a fim de questionar judicialmente o desconto e obter a devolução do valor recolhido, já que seu pedido administrativo foi negado. Analisando o contexto fático descrito, responda aos itens a seguir.
O Estado X poderia ter estipulado o adicional de IRPF para seus servidores?
Resposta: Não. A competência tributária é da união, seja para instituir imposto sobre renda e proventos, seja sob a perspectiva da competência residual, na forma do art. 153, inciso iii, ou do art. 154, i, ambos da crfb/88.
6) Em 01 de novembro de 2017, o Estado X instituiu um sistema progressivo de alíquotas para o Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCD. A redação do dispositivo legal era a seguinte:  
"Art. 26 – O valor da totalidade dos bens e direitos transmitidos é a base de cálculo do imposto e sobre ela incidirão as seguintes alíquotas: I - 4% (quatro por cento), para valores entre R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); II - 6% (seis por cento), para valores entre R$ 50.000,01 (cinquenta mil reais e um centavo) e R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais); III- 8% (oito por cento), para valores acima de R$ 250.000,01 (duzentos e cinquenta mil reais e um centavo). Parágrafo único: há isenção do imposto quando a totalidade dos bens e direitos transmitidos não exceder R$ 2.000,00 (dois mil reais) ”
Caio, residente no Estado Y, recebeu de herança um bem imóvel localizado no Estado X, no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), e decidiu impugnar o lançamento, afirmando que a progressividade do ITCD é inconstitucional, por ser este um imposto de caráter real. Alegou, ainda, que o imposto é devido no Estado Y, local de sua residência. 
Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir.
A)  Caio está correto quanto à alegação de inconstitucionalidade da progressividade do imposto?
Resposta: Não. A progressividade de alíquotas está de acordo com a crfb/88. Isso porque no imposto sobre a transmissão causa mortis e doação (itcd) é possível aferir a capacidade contributiva do contribuinte do tributo, nos termos do art. 145, §1º, da CRFB/88. o ITCD é devido pelo contribuinte beneficiário de bem ou direito transmitido, implicando em um acréscimo patrimonial gratuito. Nesse sentido, o tribunal pleno do supremo tribunal federal, reconhecendo a repercussão geral no RE 562.045, julgou constitucional a progressividade de alíquotas do ITCD.
7) O Estado X, por ter sofrido perdas de arrecadação com a alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 87/2015, no art. 155, § 2º, inciso VII, da CRFB/88, instituiu, por lei ordinária, “taxa de vendas interestaduais” com incidência sobre operações de venda destinadas a outros Estados.
A taxa tem, como base de cálculo, o preço de venda das mercadorias destinadas a outros Estados e, como contribuintes, os comerciantes que realizam essas vendas, aos quais incumbe o recolhimento do tributo no momento da saída das mercadorias de seu estabelecimento.
Por reputar inconstitucional a referida taxa, a sociedade empresária XYZ deixou de efetuar seu recolhimento, vindo a sofrer autuação pelo fisco estadual.
Não tendo a sociedade empresária XYZ logrado êxito no processo administrativo, o débito foi inscrito em dívida ativa e a execução fiscal foi distribuída à 4ª Vara de Fazenda Pública do Estado X. Devidamente citada e após nomeação de bens pela executada, formalizou-se a penhora em valor suficiente à garantia da execução.
Após 10 dias da intimação da penhora, a sociedade empresária XYZ procura você para, na qualidade de advogado(a), promover sua defesa na referida execução fiscal e obstar a indevida excussão dos bens penhorados.
Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária XYZ, o que você alegaria? 
Resposta: Elaboraria embargos à execução, uma vez que se pretende a extinção dos créditos tributários perseguidos por meio da execução fiscal e obstar a indevida excussão dos bens penhorados. Não serão admitidas a ação anulatória e a exceção de pré-executividade, tendo em vista que os embargos à execução, previstos em legislação específica, constituem a medida judicial mais adequada para promover a defesa na execução fiscal, já que se promoveu a garantia do juízo e há prazo hábil para sua interposição.
Os embargos à execução deverão ser endereçados à 4ª vara de fazenda pública do estado X. O embargante é a sociedade empresária XYZ e o embargado é o estado X, será indicada a tempestividade mediante a interposição no prazo de 30 dias contados da intimação da penhora, nos termos do art. 16, III, da lei nº 6.830/80.
Requerida a concessão de efeito suspensivo, nos termos do art. 919, §1º, do CPC, justificando a probabilidade do direito pela inconstitucionalidade flagrante da exação, e o perigo de dano pela possibilidade de grave lesão ao seu patrimônio, estando garantida a execução (penhora).
NO MÉRITO, SERÃO ABORDADOS OS SEGUINTES PONTOS:
1. a taxa em apreço possui base de cálculo própria de imposto, qual seja, o preço de venda das mercadorias, já alcançado pelo ICMS, em ofensa ao art. 145, §2º, da constituição federal, e ao art. 77, parágrafo único, do ctn. no caso nem é possível invocar, em favor da taxa, a súmula vinculante nº 29, pois a hipótese aventada na questão é de “integral identidade” entre as duas bases de cálculo.
2. a taxa de vendas interestaduais não constitui contrapartida ao exercício do poder de polícia ou a serviço público específico e divisível, prestando-se exclusivamente a aumentar a arrecadação fiscal, desrespeitando, assim, a norma contida no art. 145, inciso ii, da CRFB/88 e no art. 77, caput, do CTN; 
3. a taxa compromete a livre circulação de mercadorias ao onerar as operações de venda interestadual e estabelecer tratamento diferenciado em razão do destino do bem (art. 150, inciso V, e art. 152, ambos da CRFB/88); o examinando deverá requerer:
I) que seja atribuído efeito suspensivo aos embargos à execução, nos termos do art. 919, §1º, do CPC vigente; 
II) que seja feita a intimação do exequentepara, querendo, apresentar impugnação; 
III) a procedência do pedido para o fim de desconstituir o crédito tributário e extinguir a execução fiscal com base na inconstitucionalidade da exação; e 
IV) a condenação da exequente em custas e honorários advocatícios.
Por fim, o fechamento da peça.
8) O Estado XXX, novo Estado da Federação, resultante de desmembramento do Estado YYY, tem dificuldade de instituir, cobrar e fiscalizar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em todos os seus 200 municípios. Assim, decidiu delegar competência legislativa a seus Municípios para que instituíssem o tributo, realizassem a cobrança e promovessem a fiscalização e a administração do referido tributo, impondo aos Municípios o dever de repassar 50% das quantias arrecadadas ao Estado.
A empresa de transportes de passageiros Sigma, detentora de grande frota de veículos, entendeu por questionar a cobrança do IPVA. 
Diante dos fatos acima expostos, na condição de advogado(a), responda aos itens a seguir.
A) Você vislumbra êxito na pretensão da empresa de transportes Sigma? Justifique.
Resposta: Sim. Nos termos do art. 6º do CTN, a atribuição constitucional de competência tributária é plena, ressalvados os limites ali estabelecidos.  Todavia, a competência legislativa é indelegável, a teor do artigo 7º do CTN, sendo, portanto, ilegal o IPVA que vier a ser instituído por lei municipal. Dessa forma, a empresa sigma encontra respaldo jurídico no referido art. 7º do CTN.  
B) Se a delegação repousasse apenas sobre as atividades de arrecadação e fiscalização do IPVA, seria devida a pretensão da empresa Sigma? Justifique.
Resposta: Não. Embora o art. 7º do CTN vede a delegação de competência legislativa, o mesmo dispositivo legal faz ressalva expressa à delegação das atividades de arrecadação e de fiscalização do tributo.
9 e 10) João, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do Município X, informa que o Fisco Municipal cobrou Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de um imóvel que o sindicato aluga a terceiros e cujo valor é integralmente utilizado para a defesa dos interesses dos trabalhadores sindicalizados. João consulta, sobre a viabilidade da exigência fiscal. 
Na oportunidade, um dirigente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas do Município “X” (sindicato patronal) indaga se o IPTU deveria incidir sobre imóvel de propriedade deste Sindicato, nas mesmas condições.
10) Sobre a hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.
A)  O município está correto em cobrar o IPTU sobre o imóvel de propriedade do sindicato dos trabalhadores? Justifique.  
Resposta: O município não está correto. O sindicato dos trabalhadores tem direito à imunidade tributária prevista no art. 150, inciso vi, alínea c, da crfb/88, inclusive com relação a imóveis alugados, se o aluguel for revertido para suas atividades fins, conforme a súmula vinculante nº 52.
B)   Haveria incidência do IPTU sobre o imóvel de propriedade do sindicato patronal? Justifique. 
Resposta: Sim, pois o direito à imunidade tributária é limitado aos sindicatos de trabalhadores, não constando os sindicatos patronais no rol taxativo das entidades imunes, conforme o art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88. 
11) No Estado “X”, até o ano de 2016, o mês para pagamento de Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) era março, e o valor poderia ser dividido em, no máximo, três parcelas. Em janeiro de 2017, foi editada a Lei nº 123 alterando tal sistemática. A nova lei estabeleceu o pagamento para o mês de fevereiro do mesmo exercício, sem a possibilidade de parcelamento.  
Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir.
A) A alteração do prazo para pagamento poderia se dar por meio de decreto? 
Resposta: Sim. O prazo de pagamento não representa majoração do tributo, razão pela qual não se sujeita ao princípio da legalidade, conforme o art. 150, inciso I, da CRFB/88 e/ou o art. 97 do CTN. 
B) A Lei nº 123 precisa respeitar o princípio da anterioridade do exercício financeiro e o da anterioridade nonagesimal?  
Resposta: Não. A alteração do prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade do exercício financeiro (anterioridade geral), nem ao princípio da anterioridade nonagesimal, conforme a súmula vinculante nº 50.
12) Antes de realizado qualquer procedimento para a constituição do crédito tributário, determinado partido político optou, em 2016, pelo parcelamento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), com vencimentos entre 2005 e 2009, não pagas no prazo determinado. Para tanto, nos termos da lei que instituiu o parcelamento, o partido político apresentou “confissão irrevogável e irretratável dos débitos”.
No entanto, o advogado do partido político opina que este deve rescindir o parcelamento, uma vez que, independentemente da assinatura do termo de confissão de débitos, a renda dos partidos políticos é imune, e os débitos estão alcançados pela decadência. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir.
A) No que se refere à imunidade dos partidos políticos, o advogado está correto? 
Resposta: Não. A imunidade da renda dos partidos políticos, prevista no art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, não alcança as contribuições sociais, mas tão somente os impostos.
13) O Estado”X” instituiu um adicional de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) que tem como fato gerador a propriedade de veículos em mau estado de conservação e/ou que possuam duas ou mais multas não pagas. 
Caio, proprietário de veículo automotor em mau estado de conservação e com cinco multas não pagas, é notificado da cobrança do adicional do tributo por meio de auto de infração. Como não apresentou defesa e não pagou o tributo, o Estado “X” ajuíza execução fiscal. Caio, no entanto, não possui meios para garantir a execução fiscal e opor embargos à execução, mas possui todos os documentos que comprovam sua defesa. 
Com base na hipótese formulada, responda aos itens a seguir.
A) O adicional de IPVA instituído pelo Estado “X” é devido? 
Resposta: O tributo não é devido por duas razões: primeiro porque sua previsão tem natureza sancionatória e, com isso, viola o conceito de tributo do art. 3º do CTN (“tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”); Segundo, sob a roupagem de “adicional”, criou-se verdadeiro tributo novo, para o qual só a a união tem competência, e, ainda assim, com observância dos requisitos do art. 154, inciso I, da CRFB/88. 
14) A União publicou, no Diário Oficial de 30 de junho de 2017, decreto que majorou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No decreto, foi estipulado que a alíquota majorada já seria válida para fatos geradores ocorridos a partir do mês seguinte.
Tendo em vista a anterioridade nonagesimal e a anterioridade do exercício financeiro, responda aos itens a seguir.
A) É válida a exigência da alíquota majorada no mês seguinte à publicação do decreto?  
Resposta: Não, pois embora o IPI não se submeta à anterioridade do exercício financeiro, está sujeito à anterioridade nonagesimal, na forma do disposto no art. 150, §1º, da CRFB/88. 
B) Se, em vez de majorar a alíquota, o decreto alterasse apenas o prazo de recolhimento da obrigação tributária, seria válida a sua exigência a partir do mês seguinte ao da publicação? 
Resposta: Sim, pois a alteração do prazo de recolhimento de tributo não se sujeita ao princípio da anterioridade, conforme súmula vinculante nº 50 do STF.
15) O partido político XYZ, cuja sede está no Município Alfa (capital do Estado “X”), tem quatro imóveis localizados no mesmo município, dos quais um é utilizado para sua sede, um é utilizado para abrigar uma de suas fundações e os outros dois são alugados a particulares, sendo certo que o valor obtido com os aluguéis é revertido para as atividades do próprio partidopolítico XYZ. O administrador de XYZ, por precaução e temendo incorrer em uma infração fiscal, pagou o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) atinente aos quatro imóveis. Poucos dias depois, descobriu que havia cometido um grande equívoco e procurou um escritório de advocacia.
Nesse contexto, considerando que o administrador contratou você, como advogado(a), para patrocinar a causa do partido político XYZ, aponte argumentos para questionar o ato administrativo. 
Resposta: Deverá ser elaborada petição inicial de uma ação de repetição de indébito que contemple pedido de restituição do valor pago indevidamente (ação de procedimento comum), a ser endereçada ao juízo da vara com atribuição fazendária da comarca da capital do estado “X”. A parte autora será o partido político XYZ e, a parte ré, o município alfa.
No mérito, serão mencionados que a imunidade abarca todos os imóveis pertencentes ao partido XYZ. Como fundamentos, e, de acordo com o art. 150, inciso VI, alínea c e §4º, da CRFB/88, o partido XYZ é instituição imune, tendo pago indevidamente o IPTU referente à sua sede, à sua fundação e também aos dois imóveis cuja receita do aluguel é revertida para as atividades do partido, fazendo jus à restituição dos valores pagos indevidamente (art. 165 do CTN).
Além disso, se trata de entendimento consolidado pelo supremo tribunal federal na súmula nº 724, que passou a ter efeito vinculante aos órgãos do judiciário e da administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal por meio da publicação da súmula vinculante nº 52 (“ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas”).
Por fim, deverá ser descrito o pedido de acordo com as peculiaridades típicas da ação de repetição de indébito, respeitando as normas de fechamento de peças.
16) O Município Beta instituiu, por meio de lei municipal, uma taxa de limpeza cujo fato gerador é, exclusivamente, o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo domiciliar de imóveis no município. A lei também determinou a utilização da área do imóvel como base de cálculo da taxa.
Diante desse quadro fático, responda aos itens a seguir.
A)   O fato gerador da taxa determinado pela lei municipal violou a Constituição da República?  
Resposta: Não. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo proveniente de imóveis não viola o art. 145, inciso II, da CRFB/88, por possuírem tais serviços caráter específico e divisível, conforme a súmula vinculante nº 19 do STF.
B)   A base de cálculo adotada pelo Município Beta violou a regra constitucional de que taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos? 
Resposta: Não. É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra, conforme a súmula vinculante nº 29 do STF.
17) Em 12 de novembro de 2016, o Estado “X” publicou lei para modificar, para além da inflação, a tabela que estabelece os valores venais de veículos - base de cálculo do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O fato gerador do tributo, naquela unidade da Federação, ocorre em 1º de janeiro de cada ano. Em janeiro de 2017, a autoridade administrativa efetuou o lançamento do tributo, já com base nos valores modificados. 
Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir. 
A)  O Estado “X” pode realizar o lançamento do IPVA, em janeiro de 2017, já com a nova base de cálculo instituída em novembro de 2016? 
Resposta: Sim. A fixação da base de cálculo do IPVA é uma exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal, conforme o art. 150, inciso III, alínea c, e o art. 150, § 1º, ambos da crfb/88. Desse modo, a autoridade administrativa pode realizar a cobrança do IPVA de 2017 já com base na nova tabela de valores. Ressalta-se, ainda, que a fixação da base de cálculo do IPVA não é exceção ao princípio da anterioridade do exercício. 
Desse modo, como a nova lei foi editada em 2016, não há problema em realizar a cobrança pelos novos valores no ano seguinte.
B)  Se a nova lei, publicada em 12 de novembro de 2016, aumentasse a alíquota incidente sobre a base de cálculo, a majoração passaria a ser exigível para os fatos geradores ocorridos a partir de qual exercício (inclusive)?  
Resposta:   A majoração passaria a ser exigível para os fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 2018 (ou do exercício de 2018 e seguintes), pois a alteração da alíquota do IPVA deve observar o princípio da anterioridade nonagesimal, conforme o art. 150, inciso III, alínea c, da CRFB/88. Desse modo, a majoração da alíquota promovida em novembro de 2016 somente passaria a ser aplicável a partir de fevereiro de 2017, após a ocorrência do fato gerador do IPVA de 2017. 
18) A União, por não ter recursos suficientes para cobrir despesas referentes a investimento público urgente e de relevante interesse nacional, instituiu, por meio da Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro de 2014, empréstimo compulsório. O fato gerador do citado empréstimo compulsório é a propriedade de imóveis rurais e o tributo somente será devido de maio a dezembro de 2014. 
Caio, proprietário de imóvel rural situado no Estado X, após receber a notificação do lançamento do crédito tributário referente ao empréstimo compulsório dos meses de maio a dezembro de 2014, realiza o pagamento do tributo cobrado. 
Posteriormente, tendo em vista notícias veiculadas a respeito da possibilidade desse pagamento ter sido indevido, Caio decide procurá-lo(a) com o objetivo de obter a restituição dos valores pagos indevidamente.
Resposta: O advogado deverá elaborar a petição inicial de uma ação de repetição de indébito, uma vez que se pretende a restituição do empréstimo compulsório pago indevidamente. A ação declaratória isoladamente não satisfaz o interesse do cliente, visto que o objetivo não é evitar o lançamento do crédito tributário. Na hipótese, não há mais lançamento a ser realizado, visto que o tributo só seria devido pelo período de maio a dezembro de 2014. Tampouco é cabível a ação anulatória isoladamente, visto que não há lançamento a ser anulado. 
A ação de repetição de indébito deverá ser endereçada à vara federal da seção judiciária do estado x. 
O autor da ação é caio e a ré, a união, no mérito, o advogado deverá demonstrar que o empréstimo compulsório é inconstitucional, uma vez que este tributo deve ser instituído por lei complementar, conforme o art. 148, caput, da crfb/88, e não por lei ordinária como na hipótese do enunciado. 
Ademais, o advogado deverá indicar a violação ao princípio da anterioridade, uma vez que o empréstimo compulsório referente a investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional somente pode ser cobrado no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei, no caso somente em 2015, conforme o art. 148, inciso ii c/c o art. 150, inciso iii, alínea b, ambos da crfb/88.
Por fim, deve o advogado requerer a procedência do pedido para que os valores pagos indevidamente lhe sejam restituídos.
Em 01 de novembro de 2016, a União, por meio de lei ordinária, instituiu empréstimo compulsório para custear despesas advindas de uma forte tempestade que assolou a Região Sul do Brasil. Naquele diploma legal, ficou previsto que o empréstimo compulsório passaria a ser exigido já no mês de dezembro de 2016.
Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir.
A)       No caso em exame, o empréstimo compulsório poderia ter sido instituído por lei ordinária? 
Resposta: Não. O empréstimo compulsório só pode ser instituído por meio de lei complementar, conforme o art. 148, caput, da CRFB/88.
B)        Empréstimo compulsório, instituído para o custeio de despesas extraordinárias decorrentesde calamidade pública, pode ser exigido já no mês seguinte à sua instituição? 
Resposta: Sim. Ao empréstimo compulsório instituído por força de calamidade pública não se aplica a vedação inerente ao princípio da anterioridade do exercício financeiro nonagesimal, conforme art. 150, § 1º, da CRFB/88.
19) Em abril de 2016, o Estado X publicou lei disciplinando as custas judiciais, concedendo isenção a todos os servidores do Poder Judiciário. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A)       As custas judiciais estão sujeitas às limitações ao poder de tributar? 
Resposta: Sim, as custas judiciais são taxas remuneratórias de serviço público específico e divisível e, como tais, estão sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 da CRFB/88: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, etc.).
B)        É legítima a isenção de custas judiciais concedida aos servidores da justiça? 
Resposta: Não. O art. 150, inciso II, da CRFB/88, reconhece a isonomia como uma limitação ao poder de tributar. o referido artigo é expresso ao proibir “qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles [contribuintes] exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. portanto, a concessão de benefício fiscal para um determinado grupo, em razão da função por ele exercida, viola o princípio de isonomia.
20) O Estado Alfa editou duas leis relativas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. A primeira, com o objetivo de fomentar a indústria de uma determinada área e atrair contribuintes de outros Estados da Federação, concedeu redução da base de cálculo do ICMS para pessoas jurídicas que instalassem indústrias dentro daquela região, sem a deliberação dos outros Estados. A segunda, de abril de 2016, reduziu o prazo para recolhimento do ICMS. Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A)        A segunda lei está sujeita ao princípio da anterioridade? 
Resposta: Não. A alteração do prazo de recolhimento, uma vez que não implica instituição ou majoração de tributos, não está sujeita ao princípio da anterioridade. Nesse sentido, é o teor da súmula vinculante nº 50, do supremo tribunal federal: “norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”. 
21) O governo federal, com o objetivo de proteger a indústria nacional fabricante de aço, publicou, no ano de 2015, um decreto que aumentava de 15 para 20% a alíquota do imposto sobre a importação de produtos siderúrgicos, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei formal. O decreto previu que o aumento já valeria para aquele mesmo exercício financeiro.
Considerando a hipótese acima, responda aos itens a seguir.
A)       A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder Executivo? 
Resposta: Sim. O imposto de importação é exceção ao princípio da legalidade, ou seja, sua alíquota pode ser majorada por meio de ato do poder executivo, desde que atendidas às condições e aos limites estabelecidos em lei, conforme dispõe o art. 153, §1º, da CRFB/88.
B)        O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação no mesmo exercício financeiro? 
Resposta: Sim, por ser um imposto que tem como função regular o mercado, o imposto de importação é exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme o art. 150, §1º, da CRFB/88.
22) Nos idos de 2007, a Lei nº 11.457/2007 extinguiu a Secretaria da Receita Previdenciária e criou a Secretaria da Receita Federal do Brasil, apelidada de “Super Receita”. Com base nesse argumento, um contribuinte ajuíza ação judicial com objetivo de realizar a compensação de um crédito líquido e certo de PIS e COFINS (Receita Federal do Brasil) com um débito de contribuições previdenciárias (INSS). Sustenta o contribuinte: O que se pode concluir, é que a Receita Federal do Brasil sucedeu o INSS, ativa e passivamente, e conjuntamente com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional detém todo o controle sobre os tributos de competência da União, incluindo as contribuições sociais previdenciárias. Para os seus cofres é direcionado todo o produto das receitas tributárias, o que vem a possibilitar a compensação dos créditos líquidos e certos decorrentes das operações de PIS e COFINS com débitos das contribuições previdenciárias de sua competência, cujo impedimento constante na Lei 11.457/07 e IN 900 vieram a afrontar a legislação vigente.174 Ao apreciar o caso em análise, qual seria o seu voto?
Resposta: Faz-se necessário fazer a preliminar determinação se a atribuição da capacidade tributária a outra pessoa altera ou não o sujeito ativo da relação jurídica tributária, questão que se projeta, também, sobre o processo judicial tributário.
Em segundo lugar, importante destacar que, nos termos do §2º do citado artigo 7º do ctn, a delegação da capacidade tributária ativa pode ser revogada expressamente, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que tenha conferido à outra pessoa jurídica a função de arrecadar ou fiscalizar tributos ou a execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
A união não faz parte da relação jurídico-tributária referente à contribuição para o inss, a qual existe entre o INSS e a parte requerente. o mesmo já não acontece em relação a outras contribuições, por exemplo a COFINS, cuja competência é da união e cuja capacidade tributária ativa também é da união, sendo a sua arrecadação administrada por um órgão da união, no caso, a receita federal. o INSS não é órgão da união. São autarquia federal com personalidade jurídica própria.	
Essas entidades que fazem parte do sistema “s”, assim como os sindicatos, são pessoas jurídicas de direito privado, realizando, entretanto, atividades voltadas ao incremento da formação profissional dos trabalhadores, o que também é de interesse público.
Nesse cenário, parece possível uma leitura dos artigos 7º e 119 do ctn de forma a interpretá-los conforme a constituição de 1988. Não há dúvidas que a realidade jurídico-constitucional atual é diversa daquela vigente à época da edição do ctn, 1967. 
A constituição de 1988 delineou novo cenário para as contribuições especiais, inserindo-as no capítulo do sistema tributário nacional: cuja regra matriz está no art. 149. Diante desta realidade, a doutrina em geral e a jurisprudência passaram novamente a admitir a natureza tributária das contribuições.
As custas e os emolumentos, tanto os judiciais como os extrajudiciais, conforme já salientado, são qualificados como taxas e, portanto, enquadram--se como espécies tributárias, nos termos da citada decisão do STF (adi 1444-7).
Portanto, de acordo com a jurisprudência do STF, tanto as custas como os emolumentos, judiciais e os extrajudiciais, são qualificados como tributos da espécie taxa.
Segundo a entidade, o estado do rio de janeiro instituiu, por meio do dispositivo atacado, um tributo na modalidade de imposto sobre o emolumento. Neste caso, afrontaria o artigo 155 da carta magna, que prevê as hipóteses nas quais os estados podem instituir imposto, e ao inciso I do artigo 154, que define que a competência para instituir imposto é exclusiva da união.
23) O advento da Lei nº 10.666/03 criou uma hipótese de deslegalização da disciplina tributária. Isso porque o art.10 previu a flexibilização das alíquotas da contribuição destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial, permitindo sua redução em até 50%, ou impondo majoração de até 100%. Confira-se: Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razãodo desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.
Resposta: As empresas devem recolher contribuição adicional destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho. Para esse caso, aplicam-se os percentuais de 1%, 2% ou 3%. De acordo com a classificação do risco de acidente do trabalho em leve, médio ou grave, que incidem sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso. Essas alíquotas poderão ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo fator acidentário de prevenção. 
24) A Confederação Nacional das Profissões Liberais – CNPL propôs ação direta de inconstitucionalidade, tombada sob o nº 1.643, tendo por objeto o inciso XIII do artigo 9º da Lei Federal nº 9.317/96, diploma legal que instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte – SIMPLES. A referida Lei foi revogada pela Lei Complementar nº 123/06, mas à época da ADIN assim dispunha o dispositivo atacado: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: (...) XIII - que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (Vide Lei 10.034, de 24.10.2000) Na peça exordial, sustenta-se que essa discriminação viola o princípio da isonomia tributária, uma vez que não se vislumbra qualquer razão que justifique um tratamento desigual, especialmente no que concerne ao direito que todas as pessoas têm de ajustar-se aos parâmetros das microempresas ou empresa de pequeno porte. Aduz, por fim, que há ofensa ao princípio da capacidade contributiva em face da distinção derivada não das condições econômicas, mas simplesmente da profissão de quem contribui. Na condição de ministro do STF, qual seria o seu voto?
Resposta: Tese insustentável. O poder judiciário só atua como legislador negativo, deixando de aplicar a norma declarada ilegal ou inconstitucional, sendo-lhe vedado conferir isenção não prevista em lei ou estender o benefício àqueles contribuintes não contemplados pela lei existente. A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do poder judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. Além disso, a extensão do benefício fiscal a situações não abrangidas pela norma, criando direito estranho à previsão legal e atribuindo à norma supostamente inconstitucional vigor maior, desrespeita a exegese do art. 111, inciso II, do CTN.
25) A lei nº 11.601, de 19.12.2003 do Estado de São Paulo aumentou a alíquota do ICMS de 17% para 18% por tempo determinado, até 31.12.2004, nos seguintes termos: Até 31 de dezembro de 2004, a alíquota de 17% (dezessete por cento), prevista no inciso I do artigo 34 da Lei nº 6.347, de 1º de março de 1989, fica elevada em 1 (um) ponto percentual, passando para 18% (dezoito por cento). Em dezembro de 2004, foi editada a Lei nº 11.813/04 do mesmo Estado, cujo art. 1º determinou a prorrogação do citado aumento até 31.12.2005, verbis: Fica prorrogado até 31 de dezembro de 2005 o disposto na Lei nº 11.601, de 19 de dezembro de 2003, que estabelece que a alíquota de 17% (dezessete por cento) prevista no inciso I do artigo 34 da Lei nº 6.374, de 1º de março de 1989, fica elevada em 1(um) ponto percentual, passando para 18% (dezoito por cento). É constitucional a exigência de que trata a Lei 11.813, editada em dezembro de 2004 em relação aos fatos geradores ocorridos no período entre 01.01.2005 até 17.03.2005?
Resposta: Não. a constituição federal, em seu artigo 150, descreve o "princípio da anterioridade". Esse princípio estabelece a observância de dois prazos na criação de tributos ou aumento de seus valores. Primeiramente, temos o dispositivo que veda ao ente tributante (união, estados, distrito federal ou municípios) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em haja sido publicada a lei que os houver instituído ou aumentado.
https://www.migalhas.com.br/depeso/32805/vigencia-da-lei-tributaria
26) Um hospital mantido por uma entidade de assistência social explora uma farmácia que vende remédios para o público em geral, sofrendo a incidência de ICMS sobre as operações de venda das referidas mercadorias, cuja repercussão econômica recai sobre o preço suportado pelos consumidores finais. No entanto, a entidade pleiteia judicialmente o reconhecimento da imunidade prevista no art. 150, VI, “c”, da CR/88. A Fazenda Estadual se insurge contra a demanda, por entender que o referido dispositivo constitucional não é aplicável ao imposto estadual em questão. Procede a recusa fazendária em aceitar a intributabilidade no caso concreto?
Resposta: Não. Conforme o art. 150, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à união, aos estados, ao distrito federal e aos municípios:
Vi - instituir impostos sobre:
A) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
B) templos de qualquer culto;
C) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
D) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
E) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (incluída pela emenda constitucional nº 75, de 15.10.2013)
27) O Município de Alta de Bela Vista, localizado em Santa Catarina, adquire energia elétrica para iluminação pública de empresa concessionária situada na mesma localidade. A concessionária destaca o ICMS na nota fiscal e inclui no preço cobrado o imposto estadual incidente sobre o fornecimento da energia, o que onera os cofres municipais e reduz o patrimônio local disponível para a prestação de serviços públicos. Você foi contratado para prestar serviço de consultoria ao Município de Alta de Bela Vista, que requer o seu parecer quanto à aplicabilidade da imunidade de que trata o art. 150, VI, alínea “a” da CR-88, tendo em vista que a municipalidade suporta o encargo financeiro do tributo.
Resposta: A imunidade recíproca não abarca as hipóteses em que a exploração das atividades tem caráter econômico, consoante se extrai do art. 150, §3º, da constituição de 1988, porquanto não se evidencia aí o fundamento básico do instituto da imunidade, que é a garantia da efetiva prestação dos serviços públicos.
como o município é contribuinte de fato do ICMS incidente sobre serviços de energia elétrica, não faz jus à imunidade tributária em questão, uma vez que esta alcança apenas o contribuinte de direito, ou seja, não beneficia o contribuinte de fato.
28) A empresa Tudo pelo Conhecimento Indústria Gráfica e Comércio Ltda procurou seu escritório de advocacia pois pretende ampliar as suas atividades. A empresa traz do exterior (1) livros,(2) álbuns de figurinhas autocolantes das melhores cantoras da Romenia e (3) revistas de conteúdo erótico do Alasca, todos em papel impresso. Importa, também, (4) papel destinado à impressão no Brasil de livros sobre tributação. O representante da empresa informa ainda que no próximo mês vai começar a importar dois novos produtos: (5) uma revista eletrônica sobre a experiência de 24 horas do quinto colocado do último reality show realizado na Islandia e (6) livro eletrônico sobre o aquecimento global e a água potável no Século XXI. Consulta quais são os produtos imunes nos termos do art. 150, VI, d, da CR-88.
Resposta: produtos: (1) livros – (2) álbuns de figurinhas autocolantes - (3) revistas de conteúdo erótico - (4) papel destinado à impressão.
29) O governo federal, com o objetivo de proteger a indústria nacional fabricante de aço, publicou, no ano de 2019, um decreto que aumentava de 15 para 20% a alíquota do imposto sobre a importação de produtos siderúrgicos, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei formal. O decreto previu que o aumento já valeria para aquele mesmo exercício financeiro. Considerando a hipótese acima, responda aos itens a seguir. A) A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder Executivo? Justifique. (0,5) B) O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação no mesmo exercício financeiro? Justifique. 
Resposta: Sim, por ser um imposto que tem como função regular o mercado, o imposto de importação é exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme o art. 150, §1º, da crfb/88.
30) Certa empresa de produtos químicos recebeu notificação do Município “X” para que pagasse um imposto por ele instituído no ano de 2019. O fato gerador do imposto era o ato de poluir o meio ambiente e a sua base de cálculo era a quantidade de lixo produzida. Com base em tais fatos, responda aos itens a seguir. 
A) pode o fato gerador de um imposto ser o ato de poluir o meio ambiente? Justifique (0,5).
Resposta: não, pois o fato gerador não tem qualquer relação com demonstração de capacidade contributiva, conforme art. 145, §1º da crfb/88. 
B) O Município “X” teria competência constitucional para criar um novo imposto? Justifique (1,0). 
Resposta: é negativa a resposta. Só a união tem competência para instituir impostos residuais (isto é, impostos não indicados na própria constituição da república), conforme o art. 154, inciso i, da crfb/88.
31) Determinada Instituição Religiosa aluga salas comerciais para prestadores de serviço no centro da cidade. Ela recebe lançamento tributário exigindo o pagamento de IPTU e TAXAS referente a estes imóveis. Neste caso, ela deverá recolher estes tributos? Justifique sua resposta. 
Resposta: a sumula nº 724 da suprema corte, convertida em sumula vinculante 52 prevê - ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, vi, "c", da constituição federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas, ou seja, se faz necessário que toda renda auferida em decorrência da utilização destas salas por terceiros sejam revestidas em prol das atividades essenciais da instituição religiosa. Parte inferior do formulário
32) Em 10 de dezembro de 2015, o Município de Cuiabá instituiu, por meio de lei, contribuição para o custeio de iluminação pública. Em 10 de janeiro de 2016, o Partido Político X, com sede no Município de Cuiabá, recebeu a cobrança da referida contribuição por meio da fatura de consumo de energia elétrica. 
Sobre a hipótese apresentada, defina se o tributo é constitucional, ou não, e justifique a sua resposta. 
Resposta: A cobrança é inconstitucional, pois viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
33) Eduardo e o Município de Florianópolis firmaram contrato de locação de um imóvel pertencente a Eduardo, localizado no Município de Florianópolis. No contrato ficou estabelecido que a responsabilidade pelo pagamento do IPTU seria do locatário. O locatário acabou não efetuando o pagamento do IPTU. Posteriormente, o IPTU cobrou o IPTU diretamente de Eduardo. 
A) O Sujeito Ativo está correto em exigir o tributo de Eduardo? 
Resposta: sim, está correto, porque o contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do tributo.
B) Poderia Eduardo apresentar o contrato de locação como forma de não pagar o tributo? Justifique suas respostas. 
Resposta: não, pois as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas ao fisco.
34) Em abril de 2016, o Estado X publicou lei disciplinando as custas judiciais, concedendo isenção a todos os servidores do Poder Judiciário. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A) As custas judiciais estão sujeitas às limitações ao poder de tributar?) 
Resposta: sim, as custas judiciais são taxas remuneratórias de serviço público específico e divisível e, como tais, estão sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 da CRFB/88: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade).
B) É legítima a isenção de custas judiciais concedida aos servidores da justiça? 
Resposta: Não. O art. 150, inciso II, da CRFB/88, reconhece a isonomia como uma limitação ao poder de tributar. O referido artigo é expresso ao proibir “qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles [contribuintes] exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. Portanto, a concessão de benefício fiscal para um determinado grupo, em razão da função por ele exercida, viola o princípio de isonomia.
35) Caio tem 10 anos e seu pai o presenteou com uma casa de praia no litoral do Município Y. No entanto, Caio não realizou o pagamento do carnê do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) incidente sobre o imóvel de sua propriedade. Caio, representado por seu pai, apresentou uma impugnação ao lançamento do crédito, alegando que Caio não tem capacidade civil e que, portanto, não pode ser contribuinte do IPTU. O Município Y negou provimento à impugnação e Caio apresentou recurso voluntário ao Conselho Municipal de Contribuintes, que foi inadmitido por inexistência de depósito recursal prévio, conforme exigência da legislação municipal. 
A partir da questão proposta, responda aos itens a seguir. 
A) Caio pode ser considerado contribuinte do imposto? Fundamente.
Resposta: Sim. A capacidade tributária independe da capacidade civil das pessoas naturais. Sendo assim, caio é contribuinte do IPTU, independente de não ter capacidade civil. Nesse sentido, o art. 126, inciso i, do CTN.
36) A União ajuizou execução fiscal em face de pessoa jurídica ABC, prestadora de serviços de telecomunicações, para cobrança de taxa devida em razão da fiscalização de instalação e manutenção de orelhões, tendo como base de cálculo o valor correspondente a 0,01% da renda da pessoa jurídica. Inconformado com a cobrança, a contribuinte, certa de que seu pleito será bem sucedido, pretende apresentar embargos à execução, sem o oferecimento de garantia, com base no Art. 739-A do CPC. Tendo em vista o caso em questão, responda aos itens a seguir. 
A) É possível a instituição da base de cálculo no valor correspondente a 0,01% da renda da pessoa jurídica para a taxa em questão? 
Resposta: Não é possível a instituição da base de cálculo no valor correspondente a 0,01% da renda da pessoa jurídica para a taxa em questão, uma vez que a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, conforme determina o art. 145, §2º, da CRFB/88 e o art. 77, parágrafo único, do CTN.
37) O Estado X instituiu, em 2010, por meio de lei, taxa pelo serviço de prevenção e extinção de incêndio prestado ou colocado à disposição do contribuinte. A referida lei definiu o contribuintecomo o proprietário de unidade imobiliária, residencial ou não residencial, à qual o serviço estaria dirigido, bem como determinou que o valor da taxa seria calculado com base no tamanho da unidade imobiliária. Nada se dispôs na lei sobre eventuais responsáveis tributários pelo pagamento da taxa. João, na qualidade de proprietário, aluga, desde 2011, seu imóvel, situado no referido Estado X, para Pedro. No contrato de locação celebrado entre as partes, o qual foi devidamente registrado no Registro de Imóveis, estabeleceu-se, em uma das cláusulas, que a responsabilidade pelo pagamento da taxa de prevenção e extinção de incêndio seria exclusivamente de Pedro, isentando João de qualquer obrigação sobre ela. Tendo em vista o exposto, responda aos itens a seguir.
A)É constitucional o cálculo do valor da taxa de prevenção e extinção de incêndio tendo como parâmetro um dos elementos que compõem a base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU?
Resposta: sim, é constitucional o cálculo do valor da taxa de prevenção e extinção de incêndio tendo como parâmetro um dos elementos que compõem a base de cálculo do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU. Embora o art. 145, § 2º, da constituição da república e o art. 77, parágrafo único, do ctn, estabeleçam que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos, o supremo tribunal federal, por meio da súmula vinculante nº 29, já consolidou o entendimento de que não viola os referidos dispositivos a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
B) Considerando que nem João nem Pedro recolheram a taxa de prevenção e extinção de incêndio relativas aos exercícios de 2012 e 2013, bem como o que consta no contrato de locação celebrado entre eles e registrado no Registro de Imóveis, em face de quem o Estado X deve efetuar a cobrança dos exercícios não pagos? 
Resposta: O estado x deve efetuar a cobrança da taxa de prevenção e extinção de incêndio, relativa aos exercícios de 2012 e de 2013, diretamente de João, proprietário do imóvel, por ser ele o contribuinte do tributo, conforme disposto na lei estadual. no caso, é irrelevante para a fazenda estadual a cláusula constante no contrato de locação celebrado entre as partes, que atribui a responsabilidade pelo pagamento da taxa de prevenção e extinção de incêndio exclusivamente a Pedro, locatário do imóvel, ainda que o referido contrato tenha sido registrado no registro de imóveis, tendo em vista que, nos termos do art. 123 do ctn, salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à fazenda pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
38) O Município “X” notificou a instituição de educação “Y” para que realizasse o pagamento do valor correspondente ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) referente ao imóvel de sua propriedade, alugado a terceiros, por meio do envio de carnê para pagamento do tributo pelos correios. Apesar de constatar que o valor dos aluguéis é aplicado no desenvolvimento das atividades essenciais da instituição, o Município entendeu que a imunidade conferida pelo texto constitucional somente se aplica quando o imóvel é usado como sede da instituição. 
Com base no caso descrito, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) A cobrança do IPTU, realizada pelo Município “X”, está correta?Parte inferior do formulário
Resposta: 
 A cobrança feita pelo município “X” não está correta, tendo em vista que, de acordo com a súmula nº 724, do STF, in verbis, “ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF/88, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. ”

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