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Aula 04 Atualidades Panorama Nacional IV

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Teoria e Questões 
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AULA 04: PANORAMA NACIONAL IV 
SUMÁRIO PÁGINA 
1 – Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania 1 - 11 
2 – Segurança pública e violência 12 - 18 
3 – Racismo e políticas de ação afirmativa 19 - 24 
4 - Mercosul 25 - 36 
 
 
Olá, amigos! Bem-vindos à nossa quarta aula! Finalizaremos, hoje, 
nossa parte do curso que trata de temas do panorama nacional. Comecemos! 
 
1 – Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania 
 
Miséria e Pobreza no Brasil 
 
Primeiramente, é importante relembrarmos alguns dados que 
demonstram o tamanho do desafio que tem sido o combate à pobreza em 
nosso país. 
De acordo com o Censo 2010, nove de cada dez brasileiros vivem com 
até R$ 1.530 reais por mês. Quando se avalia o rendimento per capita das 
famílias brasileiras (o total da renda dividido pelo número de integrantes da 
unidade familiar), verifica-se que 60,6% das famílias vivem com rendimentos 
de até um salário mínimo (atualmente em R$ 622,00) por pessoa. Esse quadro 
fica ainda mais preocupante quando consideramos os dados do IBGE, segundo 
os quais os domicílios em condições de miséria têm, em média, quatro 
moradores por domicílio, enquanto a média nacional é de três moradores por 
domicílio. 
É um triste fato que 7% dos domicílios brasileiros (4 milhões) e 8,6% 
da população (16,2 milhões de brasileiros) estejam classificados como 
miseráveis, haja vista “sobreviverem” com renda de até R$ 70,00 mensais por 
pessoa. Do total de domicílios enquadrados nessa situação penosa, 43% estão 
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na Zona Rural. Ressalte-se, também, que 59,1% dos domicílios em situação de 
miséria estão localizados na região Nordeste. 
 
 
 
O IBGE foi capaz de traçar, ainda, um perfil detalhado da miséria no 
Brasil, de acordo com diversos dados coletados pelo Censo. 
No que diz respeito à cor da pele ou etnia dos que vivem na miséria, 
constatou-se que a maior parte dos miseráveis é formada por pardos, 
conforme vemos no gráfico abaixo: 
 
 
Fonte: Censo 2010, IBGE. 
 
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Em relação à idade dos indivíduos que vivem nessa situação, destaca-se 
a constatação alarmante da elevada proporção representada por crianças de 5 
a 14 anos em tais condições. 
 
 
Fonte: Censo 2010, IBGE. 
 
A fim de demonstrar, de maneira sintética, a difícil realidade da miséria 
no Brasil, convém darmos uma olhada na tabela abaixo: 
 
 
 NA MISÉRIA MÉDIA NACIONAL 
Proporção de analfabetos 26,0% 9,0% 
Sem banheiro no domicílio 32,0% 2,6% 
Sem eletricidade no domicílio 8,0% 1,3% 
Sem acesso à rede de esgoto 72,0% 33,0% 
Domicílio sem abastecimento de 
água 
32,0% 7,0% 
 
 
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Uma das estratégias do governo brasileiro para a diminuição dos índices 
de miséria e de pobreza no país têm sido as políticas de transferência direta de 
renda. O primeiro projeto do Governo Federal foi o Bolsa Escola, em 2001, o 
qual condicionava a transferência de recursos à matricula e manutenção de 
crianças na escola. O projeto chegou a beneficiar mais de 5 milhões de 
famílias. Outros projetos nessa mesma linha que também tiveram seu início no 
governo de Fernando Henrique Cardoso foram o “Auxílio Gás” e “Cartão 
Alimentação”. 
Em 2002, sob o governo de Lula, os vários programas de transferência 
direta de renda foram unificados na forma do “Bolsa Família”, o qual passou a 
ser administrado de maneira centralizada no Ministério de Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome. 
Esse tipo de política de transferência tem sido visto como um modelo 
eficaz de combate à miséria em diversas partes do mundo, passando a ser 
implementado em diversos países em desenvolvimento. Vale mencionar que 
até mesmo a cidade de Nova York implantou, em 2007, o seu programa de 
transferência de renda com condicionalidades, chamado “Opportunity NYC”. 
 
Desigualdade de Renda 
 
O Brasil é um dos campeões da desigualdade de renda no mundo. Para 
se ter uma noção do grau de desigualdade, basta notar que, em nosso país, os 
10% mais ricos vivem com 40% da renda nacional, enquanto os 40% mais 
pobres detêm somente 10% da renda nacional, segundo estudos do Instituto 
de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). 
A desigualdade de renda é um dos grandes problemas do Brasil e um 
dos fatores responsáveis por boa parte da violência e das péssimas condições 
de vida de grande parcela da população. A má distribuição da riqueza faz que 
convivam, em uma mesma sociedade, uma ínfima minoria de ricos e uma 
imensidão de pobres. 
Ainda que os dados acerca da concentração de renda no Brasil não 
possam ser considerados positivos, temos de destacar que, em relação a anos 
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anteriores, houve aumento da renda per capita dos mais pobres em relação 
aos mais ricos, o que mostra uma diminuição da desigualdade. Enquanto, em 
2001, a renda dos 20% mais ricos era 24,3 vezes maior do que a dos 20% 
mais pobres, em 2009, passou a ser 17,8 vezes maior. 
 
 
Fonte: Censo 2010, IBGE. 
 
O aumento do valor real do salário mínimo é um dos instrumentos mais 
comumente utilizados para propiciar uma melhor distribuição de renda entre os 
agentes econômicos. Nos últimos anos, o salário mínimo brasileiro tem servido 
como importante fator de elevação de renda e conseqüente estímulo da 
produção, uma vez que o dinheiro mais bem distribuído gera o chamado 
“efeito multiplicador”, incentivando a demanda por bens e serviços. 
 
 
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O principal método para comparação das desigualdades entre diferentes 
localidades ou países é o chamado Índice de Gini, cujo valor varia entre zero 
(igualdade absoluta) e 1 (desigualdade absoluta). No caso do Brasil, esse 
índice apresentou tendência de diminuição ao longo dos últimos anos, partindo 
de 0,568, em 1996, para 0,518 (ainda elevado), em 2009, de acordo com o 
IBGE. Ainda estamos, portanto, muito distantes de uma sociedade igualitária. 
No entanto, há diferentes métodos para se avaliar a situação 
econômico-social de um país. Entre eles, destaca-se o Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH), o qual varia entre zero e 1, de modo que o 
país será mais desenvolvido quanto mais próximo de 1 for o índice. É 
interessante notar que o IDH leva em consideração somente três variáveis: 
educação, expectativa de vida e renda nacional. Desse modo, o IDH não toma 
a desigualdade de renda em seus cálculos. Ainda assim, o Brasil ocupa a 84ª 
colocação no ranking mundial(ainda suficiente para classificá-lo como de 
“Desenvolvimento Humano Alto”, porém atrás de países como Argentina, 
Uruguai, Chile, Cuba, México, Peru e muitos outros). 
 
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Direito e Cidadania 
 
União entre Pessoas do Mesmo Sexo 
 
1) Um tema atual com grandes chances de ser cobrado nos certames é 
a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Isso ocorre porque o Supremo 
Tribunal Federal (STF) reconheceu, em maio de 2011, a possibilidade de 
aplicação do regime jurídico de união estável, previsto no Código Civil, também 
para os casais homossexuais, garantindo direitos, como herança e adoção. O 
entendimento da Corte foi de que o impedimento dos casais homossexuais do 
acesso a direitos representaria uma violação dos princípios constitucionais que 
visam a garantir igualdade entre os cidadãos. Antes dessa decisão, a relação 
dos casais homossexuais era tratada, segundo o Código Civil, como uma 
sociedade. Agora, as relações entre pessoas do mesmo sexo passaram a 
enquadra-se plenamente no Direito de Família, uma vez que o casal passa a 
ser visto como uma entidade familiar de plenos direitos, inclusive adoção de 
crianças. 
Em outubro do mesmo ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
autorizou o casamento entre duas pessoas de mesmo sexo. A decisão 
representou a ruptura de paradigma jurídico e abriu precedente para que 
outros casais homossexuais também apresentassem tal pleito. Desse modo, 
não há somente a geração e garantia de direitos, como na união estável, mas 
também a mudança efetiva do estado civil. 
Desse modo, casais homossexuais, legalmente casados ou em união 
estável, têm ainda garantidos direitos de comunhão de bens, pensão da 
previdência social por viuvez, pensão alimentícia em casos de separação, 
declaração do parceiro ou cônjuge em imposto de renda, inclusão do parceiro 
ou cônjuge em plano de saúde familiar, licença casamento, entre outros. 
De acordo com o Censo 2010 (o primeiro a levantar dados acerca da 
orientação sexual dos cidadãos), constatou-se a existência de cerca de 60 mil 
casais autodeclarados homossexuais no Brasil, os quais seriam beneficiados 
pelos direitos garantidos após decisão do STF. 
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O papel do Conselho Nacional de Justiça 
 
2) Em setembro de 2011, ao comentar o pedido da Associação dos 
Magistrados do Brasil (AMB) que contestava a competência do Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ) de iniciar investigações e aplicar penas 
administrativas antes das corregedorias dos tribunais, a corregedora-nacional 
de Justiça, Eliana Calmon, causou grande polêmica ao afirmar que a ação 
representava "o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que 
hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão 
escondidos atrás da toga". 
 
 
O CNJ, órgão do Poder Judiciário, foi criado pela 
Emenda à Constituição nº 45, de 2004, com a 
finalidade de assegurar o controle administrativo e 
processual, a transparência e o desenvolvimento do 
Judiciário. 
 
 
O julgamento da ação proposta pela AMB foi parar no STF e acarretou 
discussão acalorada acerca do alcance dos poderes do Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ) para investigar juízes e servidores do Judiciário. 
A matéria entrou em pauta 13 vezes sem ser julgada, até que, em 
dezembro de 2011, o relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, 
concedeu uma liminar (decisão provisória) que limitou os poderes do CNJ. Para 
ele, a competência de investigação do conselho seria subsidiária, ou seja, 
deveria apenas complementar o trabalho das corregedorias dos tribunais. 
Em 2 de fevereiro deste ano, os 11 ministros que compõem a corte 
definiram a questão, que gerou polêmica e atritos entre integrantes do Poder 
Judiciário. A maioria dos ministros do STF decidiu manter os poderes de 
investigação do CNJ. Por 6 votos a 5, a decisão reconheceu a autonomia do 
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órgão em abrir investigações contra magistrados sem depender de 
corregedorias locais. 
A discussão girou em torno de duas teses distintas. A primeira, que 
prevaleceu, afirmava que o CNJ deve ter amplo poder de investigar e, 
inclusive, de decidir quando os processos devem correr nos tribunais de 
origem. Já a segunda tese, encabeçada por Marco Aurélio Mello (relator do 
caso e autor da liminar que suspendeu, no final de dezembro, os poderes 
originários de investigação da instituição), afirmava que investigações contra 
magistrados devem ser, prioritariamente, ocorrer nas corregedorias dos 
Estados. 
A decisão do STF teve, portanto, enorme importância para garantir o 
controle do Poder Judiciário, tendo em vista que o controle eficaz dos poderes 
(princípio dos “freios e contrapesos”) é essencial para o desenvolvimento de 
uma sociedade democrática. 
 
 
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Questões de Revisão 
 
Julgue as alternativas a seguir. 
 
1) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) 
( ) O ProUni tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais 
e parciais a estudantes de cursos técnicos, em instituições privadas de 
ensino técnico. 
Gabarito: Errado 
O Programa FOME ZERO atua a partir de quatro eixos articuladores: acesso 
aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e 
articulação, mobilização e controle social. 
 
2) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) 
( ) O programa FOME ZERO atua a partir da assistência da Previdência 
Social às famílias em situações de extrema pobreza. 
Gabarito: Errado 
O Programa FOME ZERO atua a partir de quatro eixos articuladores: acesso 
aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e 
articulação, mobilização e controle social. 
3) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) 
( ) O programa Primeiro Emprego tem como objetivo combater o trabalho 
escravo e o trabalho infantil nas diversas regiões do Brasil. 
Gabarito: Errado 
O objetivo do Programa Primeiro Emprego é, como diz seu nome, estimular a 
inserção de jovens no mercado de trabalho. O Programa de Erradicação 
do Trabalho Infantil (Peti), gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento 
Social (MDS) e criado ainda no governo FHC, é que cuida do combate do 
trabalho infantil. Por fim, o Plano Nacional pela Erradicação do Trabalho 
Escravo, sob coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é a 
política nacional para erradicação do trabalho escravo. 
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4) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) 
( ) O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda às 
famílias, beneficiando aquelas em situação de pobreza e extrema pobreza. 
Gabarito: Certo 
Corretíssimo,pessoal! A afirmativa define perfeitamente o Bolsa Família. 
 
5) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) 
( ) O governo Lula representou mudanças profundas da política econômica 
do Governo FHC. 
Gabarito: Errado 
O governo Lula, assim como o atual governo Dilma Rousseff, não realizou 
mudanças profundas na política econômica estrutura pelo então Presidente 
Fernando Henrique Cardoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 – Segurança pública e violência 
 
 Pessoal, ainda que tenhamos observado avanços nos últimos anos, a 
violência ainda é um problema social significativo em nosso país e, entendida 
de forma abrangente, manifesta-se nos mais diversos aspectos da vida 
cotidiana: política, economia, religião, família. Suas diferentes vertentes de 
materialização, entretanto, traduzem as múltiplas faces da mesma questão, 
presente na história da humanidade desde seus primórdios. Para o célebre 
sociólogo Émile Durkheim, a violência constituía um tipo de “fato social”. 
“Fatos sociais” seriam fenômenos próprios da existência humana, de existência 
independente da vontade individual, estando os indivíduos obrigatoriamente 
sujeitos a eles. 
 
 Para enfrentar as inúmeras conseqüências do problema, o Estado deve 
implementar políticas de segurança pública. No Brasil, a Constituição 
Federal estabelece a segurança pública como dever do Estado e direito e 
responsabilidade de todos. Não obstante, o efetivo cumprimento desse 
preceito está longe de se tornar realidade, o que se traduz em índices 
preocupantes de criminalidade. As estatísticas relativas ao tema revelam sua 
real dimensão, permitindo a elaboração de políticas que, mesmo imperfeitas, 
sejam mais efetivas. 
 
 Um dos indicativos mais utilizados para mensurar o problema é o índice 
de homicídios ocorridos anualmente para cada grupo de 100 mil habitantes. 
Vejamos dados dos últimos anos, fornecidos pelo Ministério da Saúde: 
 
Ano Quantidade Índice 
2000 45360 26,7 
2001 47943 26,8 
2002 49695 28,5 
2003 51043 28,9 
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2004 48374 27,0 
2005 47578 25,8 
2006 49145 26,3 
2007 47707 25,2 
2008 50113 26,4 
2009 51434 27,0 
2010 49932 26,2 
 
 Podemos verificar que, de 2000 a 2010, houve relativa estabilização do 
índice. Entretanto, ao compararmos os resultados aos dados de 1980, a 
distorção revela-se alarmante: nosso índice era de 11,7 homicídios para cada 
100 mil habitantes. Proporcionalmente, temos hoje uma taxa mais de 100% 
superior à verificada cerca de 30 anos atrás. No total, são mais de um milhão 
de vítimas desse tipo de violência. A média anual brasileira supera a de 
diversos conflitos armados ocorridos ao redor do globo, como guerras civis, 
movimentos emancipatório e conflitos raciais ou étnicos. Na América do Sul, o 
Brasil fica atrás apenas de Venezuela e Colômbia. Esses preocupantes números 
refletem, entre outros, a disseminação do crime organizado, muitas vezes 
relacionado ao narcotráfico. O uso e o tráfico de drogas são problemas 
crescentes no Brasil, alavancados hoje especialmente pelo crack, entorpecente 
altamente viciante, derivado da cocaína. 
 
 
No início de 2012, no âmbito de ações que visam 
à revitalização do centro da cidade de São Paulo, foi 
desocupada a área conhecida como “Cracolândia”. A 
região, antes tomada pelo tráfico e por usuários de 
drogas, foi “reocupada” por policiais civis e militares 
mediante o uso de bombas de efeito moral e tiros de 
bala de borracha. Opositores da ação criticam a falta 
de preocupação social com os usuários, que seriam 
vítimas, e atribuem a atitude do governo ao lobby de 
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especuladores interessados no potencial imobiliário 
da região. Além disso, afirmam que por ter sido 
praticada de forma localizada, a ação teria apenas 
dispersado traficantes e usuários para outros bairros 
da capital. 
 
 
 No que se refere à distribuição geográfica dos homicídios, é notável o 
processo de “desconcentração”: estados de menor porte e cidades do interior 
passaram a apresentar taxas alarmantes. Esta escalada pode ser explicada, 
principalmente, por três fatores: 
 
 Eliminação de imprecisões estatísticas: um sistema de captação de dados 
mais eficiente passa a revelar ocorrências antes não registradas; 
 Maiores investimentos em segurança nas metrópoles forçam o 
deslocamento do crime para o interior; 
 Determinadas áreas passam a atrair investimento privado sem que haja 
contrapartida na área de segurança pública. 
 
Independentemente da localização geográfica do crime, um fator quase 
sempre relevante é o comércio ilegal de armas de fogo. Em 2003, 
visando à mitigação dos desastrosos resultados da prática, foi 
sancionado o Estatuto do Desarmamento, que proibiu o porte de 
armas por parte de civis, com raras exceções. Um artigo do Estatuto 
previa a proibição do comércio de armas de fogo e munições em 
território brasileiro, porém foi submetido a referendo e rejeitado. Apesar 
das restrições ao porte, estimativas apontam que mais de 50% das 
armas de fogo em circulação no país ainda sejam ilegais. 
 
Outras ações recentes do Estado com a finalidade de reduzir a violência 
estão relacionadas ao combate ao crime organizado. Organizações 
criminosas são, de forma geral, aquelas que apresentam vínculos 
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hierárquicos, métodos coercitivos, planejamento empresarial e fins 
lucrativos. Bons exemplos são as corporações criminosas que comandam 
o narcotráfico nas grandes capitais, muitas vezes preenchendo lacunas 
da ação estatal e determinando a existência de um “poder paralelo”. 
 
Uma iniciativa pioneira no combate a esse tipo de ocorrência foi tomada 
pelo governo do estado do Rio de Janeiro, no ano 2008: as chamadas 
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), bases policiais 
comunitárias instaladas nas comunidades carentes da capital com a 
finalidade de desarticular o crime organizado. Hoje implantado em 20 
comunidades da cidade, o modelo tem sido tomado como exemplo por 
outros estados, como o Paraná e a Bahia. 
 
Violência no trânsito 
 
Pessoal, as estatísticas referentes à violência no trânsito também são 
alarmantes: em 2010, mais de 40 mil pessoas perderam a vida em 
acidentes automobilísticos. Estima-se que aproximadamente 50% do 
total envolvam condutores alcoolizados, ainda que a Lei 11.705, mais 
conhecida como Lei Seca, já vigore há quase quatro anos. 
 
 
 
A lei 11.705/2008, mais conhecida como Lei 
Seca, restringiu a zero o limite de consumo de álcool 
por condutores de veículos automotores. Entretanto, 
a realização do “teste do bafômetro” ainda é 
contornada, com base no princípio de que ninguém é 
obrigado a produzir provas contra si mesmo, 
consagrado em nossa Constituição pelo incisoLXIII 
do artigo 5º. 
 
 Violência familiar e doméstica 
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 Sabemos que a violência muitas vezes está presente dentro dos lares, e 
as mulheres são grandes vítimas desse fenômeno. Em 2006, foi sancionada a 
lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que tipifica e define 
a violência doméstica contra a mulher, prevê a prisão em flagrante e 
preventiva do perpetrador e endurece as penas para o crime. 
 
 Sistema carcerário 
 
 Um dos óbices à devida execução de políticas de segurança pública no 
Brasil está nas profundas deficiências de nosso sistema carcerário. Temos 
hoje, segundo dados do Ministério da Justiça, um déficit de aproximada mente 
200 mil vagas nas prisões. Isto leva à desestruturação do sistema prisional e 
ao comprometimento do trabalho de recuperação do detento. 
 
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Questões de revisão 
 
1) (CESPE - 2003 - Banco do Brasil – Escriturário) 
 
( ) Na atualidade, a dramaticidade da questão das drogas ilícitas 
decorre do enfraquecimento das políticas internacionais de combate 
ao narcotráfico, principalmente após a legalização do consumo de 
drogas pelo conjunto dos países-membros da União Européia. 
 
Gabarito: Errado 
 
Pessoal, o consumo de drogas não é legalizado no conjunto dos países-
membros da União Européia, cada país tem sua legislação! De fato é uma 
tendência, e existem casos de sucesso, como Portugal, e outros em que foi 
necessário rever políticas altamente liberais, como Holanda e Suíça. 
 
No Brasil, a lei 11.343/2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas, prescreveu penas mais severas para o crime de tráfico 
de drogas e estabeleceu novo paradigma em relação a usuários e 
dependentes. Abolidas as penas restritivas de liberdade e pecuniárias, o foco 
da nova lei foi voltado à recuperação e reinserção social dos mesmos. 
 
2) (CESPE - 2005 - TRE-PA - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
 
Sabe-se que, além dos múltiplos fatores que alimentam a violência no 
Brasil, ela também se nutre da dificuldade do Estado em prevenir e 
combater a criminalidade. Relativamente a esse aspecto, assinale a 
opção incorreta. 
 
a) Além do número insuficiente de seus efetivos, a polícia brasileira, 
em geral, é mal treinada, recebendo formação precária. 
 
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b) O poder de fogo do armamento usado pelos policiais é, não raro, 
inferior ao que é utilizado pelos criminosos. 
 
c) Apesar das deficiências, a polícia brasileira consegue fazer 
investigação científica na maioria dos casos, elucidando-os com rigor e 
celeridade. 
 
d) Entre os problemas existentes no sistema penitenciário brasileiro, 
destaca-se a falta de programas de ressocialização. 
 
e) A aprovação do Estatuto do Desarmamento é uma das tentativas em 
curso para a redução da violência e da criminalidade no país. 
 
Gabarito: Letra “c” 
 
Pessoal, a opção incorreta é a letra “c”. Por exemplo, segundo dados 
levantados pela reportagem da Folha de São Paulo e publicados em matéria do 
dia 23 de fevereiro deste ano, apenas 3% dos inquéritos acham culpados para 
assassinatos. 
 
 
 
 
 
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3 – Racismo e políticas de ação afirmativa 
 
Pessoal, como sabemos, o racismo é uma modalidade de discriminação 
vinculada à idéia de que certas características biológicas determinariam a 
superioridade ou inferioridade de seres humanos. Ao longo da história, o 
racismo esteve nas origens de diversos fenômenos relevantes. Escravidão, 
genocídios, dominação: a crença na divisão racial da humanidade deixou sua 
marca na trajetória da humanidade. 
 
Na África do Sul, a segregação racial chegou a ser institucionalizada. Em 
1948, o Partido Nacionalista estabeleceu o regime do apartheid: a 
classificação racial era oficial, e constava inclusive na carteira de identidade 
dos cidadãos. O casamento interracial era proibido, e até mesmo a 
manutenção de relações sexuais entre pessoas de raças diferentes era 
considerada conduta criminosa. A força da chamada “supremacia branca” 
disseminou a segregação nos mais diversos níveis: transportes, saúde, 
habitação, educação. O apartheid sul-africano chegou ao fim em 1994, com a 
eleição de Nelson Mandela como presidente do país. 
 
 
Na África do Sul, a segregação racial chegou a 
ser institucionalizada. Em 1948, o Partido 
Nacionalista estabeleceu o regime do 
apartheid: a classificação racial era oficial, e 
constava inclusive na carteira de identidade 
dos cidadãos. O casamento interracial era 
proibido, e até mesmo a manutenção de 
relações sexuais entre pessoas de raças 
diferentes era considerada conduta criminosa. 
A força da chamada “supremacia branca” 
disseminou a segregação nos mais diversos 
níveis: transportes, saúde, habitação, 
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educação. O apartheid sul-africano chegou ao 
fim em 1994, com a eleição de Nelson Mandela 
como presidente do país. 
 
 
No Brasil, o regime de escravidão dos negros perdurou até a publicação 
da Lei Áurea, em 1888. Os prejuízos sociais e econômicos advindos da 
segregação racial geram desigualdades históricas que permanecem por 
gerações, ainda que o regime discriminatório cesse. As políticas de ação 
afirmativa têm por objetivo compensar a marginalização gerada por séculos 
de discriminação. O termo surgiu nos Estados Unidos ainda nos anos 1960, 
cunhado pelo então presidente John Kennedy. No Brasil, entretanto, as 
primeiras iniciativas nesse sentido vieram a surgir apenas nos anos 1980. À 
época, chegou a ser proposta uma lei que pretendia estabelecer diversos 
mecanismos de “compensação”: cotas para negros em concursos públicos, 
bolsas de estudos, incentivos ao fim da discriminação racial no setor privado, 
obrigatoriedade do ensino de história africana nas escolas, entre outros. 
Apesar de o projeto não ter sido aprovado, chamou atenção à questão. Nos 
anos 1990, o movimento negro se organiza e ganha força: em 1995, apresenta 
ao governo federal o chamado “Programa de Superação do Racismo e da 
Desigualdade Racial, que sugeria a implementação de diversas políticas de 
ação afirmativa. À época, chegou a ser instituído um Grupo de Trabalho 
Interministerial voltado exclusivamente ao desenvolvimento de políticas de 
valorização e promoção da população negra, mas seus resultados tiveram 
pouca abrangência. No ano seguinte, foi criada a Secretaria de Direitos 
Humanos e lançado o Programa Nacional de Direitos Humanos, que tinha como 
objetivo, por exemplo, o desenvolvimento de ações afirmativas para o acesso 
dos negros a cursos profissionalizantes e universidades. Os resultadosconcretos desse processo de conscientização começam a aparecer no alvorecer 
do século XXI. Órgãos federais passaram a instituir reserva de vagas para 
negros em seus quadros funcionais. O Ministério das Relações Exteriores, por 
exemplo, estabeleceu, no ano de 2002, a concessão de bolsas de estudo a 
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afrodescendentes interessados em seguir a carreira diplomática. A partir de 
2011, 10% das vagas da primeira fase do certame passam a ser destinadas a 
afrodescendentes. Hoje, diversos órgãos adotam tal política. Há, inclusive, 
reserva de vagas para afrodescendentes no concurso do ISS de Porto Alegre! 
 
No âmbito do ingresso no ensino superior, a primeira grande mudança 
veio no ano 2000, quando, no estado do Rio de Janeiro, foi aprovada lei que 
reservava vagas das universidades estaduais para estudantes egressos da rede 
pública de ensino. Em 2002, também no Rio, começa a valer o sistema de 
cotas para afrodescendentes, inicialmente na Universidade Federal do Rio de 
Janeiro e na Universidade Estadual do Norte Fluminense. A iniciativa 
populariza-se, e outras instituições aderem ao sistema, caso da Universidade 
de Brasília e da Universidade do Estado da Bahia. Hoje, a maior parte das 
universidades federais possui algum tipo de programa de ação afirmativa. 
 
A implantação do sistema de cotas raciais foi amplamente debatida e, 
como qualquer tema polêmico, despertou reações apaixonadas por parte de 
seus partidários e de seus opositores. Os argumentos favoráveis ao sistema 
estão ligados basicamente à idéia de reparação de injustiças históricas, como 
já comentamos. E os argumentos contrários? Aqueles que discordam das cotas 
alegam, por exemplo, que a exclusão social atinge os pobres, independente da 
cor da pele. Desta forma, as cotas deveriam mirar as condições sócio-
econômicas de seus beneficiários, proporcionando, assim, igualdade de 
oportunidades descolada de concepções raciais. Melhor seria, então, um 
sistema de cotas sociais, como o implementado no estado do Rio de Janeiro no 
ano 2000. Outra vertente de opositores do sistema pauta seus argumentos 
pela idéia de que inexiste aquilo que se convencionou chamar de “raça”: por 
diferenças cosméticas, portanto, não guardariam qualquer relação com 
diferenças intelectuais. Assim, a igualdade de condições estaria garantida na 
origem, sendo descabido o estabelecimento de qualquer política que privilegie 
com base na cor da pele, por exemplo. 
 
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Foi criada, em 2003, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade 
Racial da Presidência da República. A SEPPIR tem status de ministério, e tem 
como principais objetivos formular políticas e diretrizes para a promoção da 
igualdade racial. 
 
Em 2010, foi aprovado o Estatuto da Igualdade Racial, instrumento legal 
que contempla políticas de ação afirmativa nas mais diversas áreas. Vejamos 
alguns pontos relevantes: 
 
 No âmbito educacional, estabelece a obrigatoriedade do ensino de 
história da população negra no Brasil; 
 
 Na esfera trabalhista, proíbe a exigência de aspectos próprios de 
etnia para admissão em vagas e emprego; 
 
 Reconhece a capoeira como esporte e prevê a destinação de 
recursos públicos para sua prática; 
 
 Reforça a idéia de liberdade religiosa, garantindo o livre exercício 
dos cultos de origem africana e estabelecendo a prestação de 
assistência religiosa em hospitais. 
 
 Prevê punição ao crime de racismo também quando praticado na 
Internet; 
 
 Estabelece a proteção do Estado à preservação dos costumes 
quilombolas e prevê a criação de linhas especiais de 
financiamento destinadas a essas comunidades; 
 
 Prevê a criação de Ouvidorias Permanentes destinadas a 
acompanhar a efetiva implantação das medidas do Estatuto. 
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O Plano Plurianual 2012-2015 foi o primeiro a ser 
elaborado sob a vigência do Estatuto da Igualdade 
Racial, e prevê 25 programas temáticos relacionados 
a políticas de promoção da igualdade racial. 
 
 Em âmbito internacional, é digna de menção a realização da Conferência 
Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância 
Conexa, realizada em Durban, África do Sul, no ano de 2001, no âmbito da 
Organização das Nações Unidas. A declaração final da Conferência, adotada 
mediante consenso, prevê a implantação, pelos países participantes, de planos 
nacionais de combate ao racismo. 
Oito anos após a realização da Conferência de Durban, na África, 
realizou-se uma Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial 
chamada Durban +8, em Genebra (Suíça), cujo objetivo foi avaliar as medidas 
tomadas por governos e organismos internacionais a partir de 2001 para 
combater a discriminação de raça, gênero e etnia no planeta. 
 
 
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Questões de revisão 
 
1) (2009 – CESPE – Agente Administrativo/MEC) 
 
( ) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão, nos termos da lei. 
 
Gabarito: Certo 
 
Pessoal, a afirmação está corretíssima. O examinador simplesmente copiou o 
inciso XLII do artigo 5o da Constituição Federal! 
 
 
 
 
2) (2011 – CESPE – Analista Judiciário/STM) 
 
( ) No âmbito das relações internacionais, a República Federativa do Brasil 
adotou expressamente como princípio o repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
 
Gabarito: Certo 
 
Caros, afirmação correta novamente. Essa está no inciso VIII do artigo 4o de 
nossa Constituição, que enumera os princípios que regem a República 
Federativa do Brasil nas relações internacionais. 
 
 
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4 – Mercosul 
 
 
 
Antecedentes 
 
Desde a década de 1960, o Brasil tem-se empenhado em aprofundar a 
integração econômica com os países latino-americanos. Nesse contexto, foi 
criada a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), em 1960, 
pelo I Tratado de Montevidéu. Ao longo das duas décadas seguintes, contudo, 
verificaram-se obstáculos substantivos ao desenvolvimento da ALALC. 
Diante das muitas dificuldades enfrentadas pela ALALC, esta foi 
substituída, em 1980, pela Associação Latino-Americana de Integração 
(ALADI), que incorporou o princípio da flexibilidade, de modo a permitir que 
cada país pudesse definir seu próprio ritmo no processo de integração regional. 
A ALADI foi criada com a assinatura do II Tratado de Montevidéu, em 
12 de agosto de 1980, e constituiu organismo intergovernamental que, 
continuando o processo iniciado pela ALALC, em 1960, promove a expansão do 
projeto integrador da região, com vistas a garantir seu desenvolvimento 
econômico e social,tendo como meta final a criação de um mercado comum 
latino-americano. Apesar dessa continuidade, o Tratado de Montevidéu 1980 
introduziu profundas mudanças na orientação e na operação do processo 
integrador. 
 
Histórico 
 
O MERCOSUL é o resultado do processo de aproximação entre Brasil e 
Argentina. O processo de negociação que conduziu à criação do MERCOSUL 
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desencadeou-se com base na disposição política dos governos do Brasil e da 
Argentina de, inicialmente de forma bilateral, colocarem em marcha um 
processo de aproximação e de cooperação envolvendo iniciativas nos planos 
político, econômico e estratégico. Tanto em sua origem como em sua evolução 
posterior, o processo negociador esteve diretamente condicionado pelos 
interesses e pelos objetivos de política externa de ambos os países. A 
integração almejada não representava um fim em si mesmo, mas um meio 
para a consecução de objetivos consagrados no âmbito das respectivas 
políticas externas, os quais não estavam circunscritos exclusivamente aos 
planos econômico e comercial nem aos espaços sub-regional e regional. 
Durante os governos de José Sarney (Brasil) e de Raúl Alfonsín 
(Argentina), no fim da década de 80, que marcam uma nova era caracterizada 
pelo fim dos governos militares tanto no Brasil como na Argentina, foram 
dados os primeiros passos em direção a uma efetiva integração econômica. Em 
1985, esses dois presidentes assinaram a Declaração de Iguaçu, que lançou 
as bases do processo negociador. 
Em julho de 1986, foi assinada a Ata para a Integração Argentino-
Brasileira, que estabeleceu o Programa de Integração e de Cooperação 
Econômica (PICE). O PICE revelou o comprometimento dos dois países com o 
planejamento para a integração. Por meio desse programa, Brasil e Argentina 
começaram a executar um programa efetivo de integração comercial, que 
previa desgravações tarifárias progressivas, a partir de negociações setoriais. 
A meta de se criar um mercado comum do Cone Sul esteve presente 
desde praticamente o início das negociações entre o Brasil e a Argentina. O 
Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, firmado em 
novembro de 1988, representava mudança importante em relação à 
metodologia anterior do PICE de promover a integração por meio de acordos 
setoriais, pois previa a liberalização completa do comércio de bens e serviços 
em prazo máximo de dez anos. A desgravação tarifária passaria a atender a 
prazos, não a negociações setoriais, o que dificultou o processo integracionista. 
Atingiu-se o auge do processo em 1990, com a assinatura da Ata de 
Buenos Aires, que mudaria o objetivo de liberalização comercial completa 
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para o de formação de um Mercado Comum entre Brasil e Argentina. Essa Ata 
imprimiu maior velocidade ao processo de integração. 
Em 1991, o Tratado de Assunção criou oficialmente o Mercado 
Comum do Sul (MERCOSUL), o qual incluía Brasil, Argentina, Uruguai e 
Paraguai, e encerrou a fase inicial do processo negociador, definindo princípios 
e instrumentos de promoção da integração, bem como objetivos e 
características do bloco sub-regional. 
 
Crise do MERCOSUL: 1999 a 2002 
 
Esse período foi marcado pelo declínio dos fluxos de comércio 
intrabloco, de modo que, se, em 1997, o Brasil exportava 9 bilhões para o 
bloco, o que representava 17% das exportações totais brasileiras, em 2002, o 
volume dessas exportações correspondia a apenas 3 bilhões de dólares, 
representando queda brutal do peso do MERCOSUL nas exportações 
brasileiras. O declínio dos fluxos de comércio e a perda progressiva de 
importância das exportações brasileiras para o MERCOSUL decorreram do 
aumento de práticas protecionistas, fundamentalmente da Argentina, que 
chega a aplicar restrições às importações de têxteis, em 1999. O aumento dos 
contenciosos comerciais entre os sócios deu-se em setores diversos: “linha 
branca”, calçados, têxteis, papel de celulose, frangos, entre outros. O Brasil 
chegou a solicitar painéis na Organização Mundial do Comércio (processos 
contra práticas ilegais no comércio internacional) contra o protecionismo 
argentino. Todo esse clima de desavenças induziu à perda de credibilidade do 
MERCOSUL em relação a certos atores externos. 
A desvalorização significativa do real contribuiu para a crise argentina, 
que se iniciou em 2001 e que aprofundou a crise do MERCOSUL. Essa crise 
atingiu tanto a política quanto a economia argentina. No âmbito político, a 
Argentina passou por três presidentes em um ano: Fernando de La Rúa, 
Rodriguez Sá e Eduardo Duhalde. No contexto econômico, a Argentina 
decretou moratória (“calote” da dívida externa), o que gerou fuga de 
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investimentos, muitos dos quais acabaram sendo redirecionados ao Brasil. 
Além disso, verificou-se decréscimo de 40% no PIB argentino. 
 
A recuperação: 2002-2011 
 
Em 2003, Lula e Nestor Kirchner, os presidentes dos dois maiores 
sócios do bloco, fizeram o relançamento do MERCOSUL, ao reafirmarem, 
por meio do Consenso de Buenos Aires, o desejo mútuo de “intensificar a 
cooperação bilateral e regional com vistas a garantir a todos os cidadãos o 
pleno usufruto de seus direitos e liberdades fundamentais, incluindo o direito 
ao desenvolvimento”. 
No tocante ao fluxo comercial, entre 2002 e 2008, o fluxo de comércio 
entre o Brasil e os países do bloco apresentou forte crescimento, passando 
de 8,9 bilhões de dólares, em 2002, para 36,6 bilhões de dólares, em 2008. A 
recente crise econômica mundial teve impacto sobre o comércio intrabloco, 
com a redução de 27,38% no valor das exportações brasileiras para a 
Argentina e com a diminuição de mais de 40% do saldo comercial favorável ao 
Brasil na balança com o Paraguai. Apesar disso, dados de 2010 indicam a 
retomada das trocas comerciais em níveis ainda maiores do que os de 2008. 
Em 2010, o comércio total entre os Estados Partes do MERCOSUL alcançou a 
cifra de 44,55 bilhões de dólares, dos quais 39,22 bilhões de dólares 
corresponderam ao intercâmbio total do Brasil com os sócios. 
Além dos dados positivos acerca do comércio regional, deve-se destacar 
que a pauta de exportações brasileiras para os três países é constituída, 
majoritariamente, de produtos industrializados. Isso é muito importante, 
principalmente em um contexto em que a participação dos produtos primários 
tem crescido da pauta de exportações brasileira. Vale ressaltar, também, que, 
em 2010 e em 2011, 11% das exportações brasileiras destinaram-se aos 
países do MERCOSUL. 
O MERCOSUL constitui, atualmente, para o Brasil, parceiro comercial 
mais importante do que os EUA! Além disso, o Brasil obteve, em 2010, 
superávit comercial de 6 bilhões de dólares com o bloco, 4 bilhões dos 
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quais decorreram do comércio com a Argentina. Apesar de ainda não ter 
recuperado a importância comercialque já teve um dia, o MERCOSUL continua 
sendo prioridade para o governo brasileiro. 
 
Ampliação da dimensão comercial do MERCOSUL 
Os países do MERCOSUL - bloco que, se considerado juntamente, 
representa a quinta maior economia do mundo - buscaram a ampliação da 
dimensão comercial do MERCOSUL, por meio da celebração de novos acordos 
comerciais com diversos parceiros econômicos e do incremento do fluxo 
comercial entre os sócios. 
O MERCOSUL ampliou, entre 2003 e 2010, as possibilidades de 
comércio com países não pertencentes ao bloco. Na América do Sul, foram 
firmados acordos de livre comércio com Peru, Colômbia, Equador e Venezuela, 
conformando, na prática, uma Área de Livre Comércio Sul-Americana. No 
Caribe, foi firmado acordo com Cuba, e, fora da região, o MERCOSUL firmou 
Acordos de Livre Comércio com Israel (2007) e com Egito (2010), além de 
Acordos Preferenciais com a Índia (2005) e com a União Aduaneira da África 
Austral - SACU (2008/2009). 
 
Objetivos do MERCOSUL 
 
O objetivo principal do Tratado de Assunção é a constituição de um 
mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, fundado na 
reciprocidade de direitos e de obrigações entre esses Estados. Em um mercado 
comum, pressupõe-se livre fluxo de mercadorias, serviços, capitais e de 
pessoas. 
Em seu início, o MERCOSUL representava basicamente uma plataforma 
de inserção competitiva dos sócios na econômica mundial. O MERCOSUL 
fortaleceria a competitividade dos países-membros. 
 
Características do MERCOSUL 
 
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De acordo com o Tratado de Assunção, a constituição de um Mercado 
Comum implicaria: livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas entre 
os países; o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma 
política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de 
Estados; coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e 
internacionais; coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais. 
Entretanto, após 21 anos de seu lançamento, o MERCOSUL somente 
tem a livre circulação de bens e, mesmo assim, de forma limitada, uma vez 
que não se aplica a todos os setores. Existem os chamados setores sensíveis e 
protegidos. 
A existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC) significa dizer que os 
sócios do MERCOSUL aplicam a mesma tarifa sobre produtos importados de 
fora do bloco. Apesar de a TEC estar em funcionamento, ela é muito frágil e 
sofre com diversos problemas, tais como as listas de exceção à TEC e a 
questão de sua bitributação. 
Estrutura Institucional 
Em 1994, foi assinado o Protocolo de Ouro Preto, o qual confere 
personalidade jurídica ao MERCOSUL. A partir desse protocolo, o 
MERCOSUL passa a poder contrair direitos e obrigações no âmbito do Direito 
Internacional e a poder relacionar-se como bloco com outros países, blocos 
econômicos e organismos internacionais. 
No ano de 1998, os países do bloco assinaram o Protocolo de Ushuaia, 
que veio fortalecer o bloco do ponto de vista normativo ao introduz a chamada 
cláusula democrática no MERCOSUL. Essa cláusula foi apresentada depois 
que um general paraguaio tentou dar golpe sobre o presidente eleito, em 
1996. 
O Protocolo de Ouro Preto de 1994 também estabeleceu as instituições 
básicas do MERCOSUL. Esse Protocolo optou pela instituição de órgãos 
intergovernamentais, aspecto que foi criticado por analistas que defendiam 
a importância de maior capacidade supranacional para a imposição das 
decisões adotadas. Enquanto o Brasil defendia o caráter intergovernamental, 
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Argentina, Uruguai e Paraguai chegaram a demandar instituições 
supranacionais, principalmente no âmbito jurídico. 
Os órgãos intergovernamentais atualmente são: 
 
1. Conselho do Mercado Comum (CMC) 
 Órgão superior do MERCOSUL e o detentor da 
personalidade jurídica do bloco. 
 
2. Grupo Mercado Comum (GMC) 
 Tem iniciativa legislativa no MERCOSUL, elaborando as 
propostas do MERCOSUL. 
 É também o órgão executivo do bloco, estando 
encarregado de executar as decisões do MERCOSUL. 
 
3. Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) 
 Órgão técnico que discute as variáveis comerciais do 
grupo. Essa comissão pode eventualmente elaborar 
propostas, a serem encaminhadas ao GMC, assim como o 
próprio GMC pode valer-se das conclusões dessa 
comissão, a fim de elaborar propostas sobre elas. 
 
4. Fórum Consultivo Econômico e Social (FCES) 
 É o órgão de representação da sociedade civil e dos 
setores sociais. 
 Possui função meramente consultiva e manifesta-se, se e 
quando consultado, mediante recomendações ao GMC. 
 
5. Secretaria Administrativa do MERCOSUL 
a. Constitui órgão de apoio operacional do MERCOSUL e possui 
sede permanente em Montevidéu. 
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b. Por ser esfera mais administrativa e burocrática, é 
responsável pela prestação de serviços aos demais órgãos do 
MERCOSUL. 
6. Parlamento do MERCOSUL (Parlasul) 
 Parlamento formado por representantes especialmente 
designados para representar a população do bloco. Apesar 
de criado, a maior parte dos países do bloco ainda não 
elegeram representantes. Ademais, a função do 
Parlamento é meramente consultiva, não sendo dotado de 
capacidade legislativa (criar leis). 
7. Tribunal Permanente de Revisão (TPR) 
 Estabelecido em 2002, por meio do Protocolo de Olivos, 
o TPR entrou em vigor em 2004, como segunda instância 
para as decisões arbitrais do MERCOSUL. A instituição, 
com sede em Assunção, no Paraguai, foi criada para 
aprimorar a solução de disputas entre os países do bloco. 
 
Além desses órgãos, constitui também a estrutura jurídico-institucional 
do MERCOSUL o cargo de Alto Representante Geral do MERCOSUL, criado 
durante a Cúpula de Foz do Iguaçu, realizada em dezembro de 2010. O Alto 
Representante-Geral do MERCOSUL cumpre funções de articulação política, 
formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco. 
 
Quadro Recente 
Desde outubro de 2005 (data da manifestação do pleito), a Venezuela 
aguarda sua adesão plena ao MERCOSUL. Os Congressos Nacionais da 
Venezuela, da Argentina, do Uruguai e do Brasil (2009) já aprovaram o 
protocolo, faltando apenas a aprovação do Senado paraguaio, que há anos 
posterga a decisão. 
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Em 2010, aprovou-se o Código Aduaneiro do MERCOSUL, que visa a 
uniformizar as regras e os procedimentos aduaneiros do bloco, constituindo 
exemplo de iniciativa que visa ao fortalecimento do bloco. 
É importante destacar que muitas das metas do MERCOSUL ainda não 
foram atingidas, não existindo propriamente um “mercado comum”. Por essa 
razão, o MERCOSUL deve ser considerado não um mercado comum, mas uma 
união aduaneira, que pressupõe apenas a existência da livre circulação de 
bens e da TEC. Além disso, a união aduaneira do MERCOSULdeve ser 
considerada imperfeita, uma vez que há setores excluídos da livre circulação 
de bens (automóveis e açúcar) e imperfeições da TEC (produtos incluídos em 
listas de exceção que possuem alíquotas diferentes entre os sócios, bem como 
casos frequentes de dupla cobrança de impostos de importação entre os 
países). 
Além dos acordos supramencionados, o MERCOSUL empreendeu 
diversas negociações, a fim de estabelecer Acordo de Livre Comércio com a 
Palestina (firmado em 2011, no governo Dilma) e com a União Europeia, ainda 
em negociação. 
Dessa forma, verifica-se que, a partir dos governos Lula e Kirchner, o 
MERCOSUL aprofundou-se na dimensão comercial e tornou-se mecanismo mais 
efetivo de integração social e política na região. Em 2011, várias iniciativas 
deram continuidade aos processos de recuperação e de aprofundamento do 
MERCOSUL nas mais diversas áreas. 
 
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Questão de Revisão 
 
1) (CESPE – ANALISTA DE INFORMAÇÕES - ABIN-2004 - Adaptada) 
“Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) ganha uma sede oficial para 
funcionamento do Tribunal Permanente de Revisão do bloco, que vai funcionar 
como última instância no julgamento das pendências comerciais entre os 
países membros. Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias é um dos 
requisitos para o fortalecimento do MERCOSUL, vide as últimas divergências 
entre Brasil e Argentina. As decisões do tribunal terão força de lei. Sua sede 
será Assunção, no Paraguai. Até agora, quando os países-membros divergiam 
sobre assuntos comerciais, era acionado o Tribunal Arbitral. Quem estivesse 
insatisfeito com o resultado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a 
outras instâncias internacionais, como a Organização Mundial do Comércio 
(OMC).” 
Gisele Teixeira. MERCOSUL ganha tribunal permanente. 
In: Jornal do Brasil, ago./2004 (com adaptações). 
 
A propósito do texto acima e considerando a abrangência do tema nele 
tratado, julgue os itens que se seguem. 
 
1. A existência do MERCOSUL insere-se no quadro mais geral da economia 
contemporânea, que, crescentemente globalizada e com notável grau de 
competição entre empresas e países, estimula a formação de blocos 
econômicos como forma de melhor inserção de seus participantes nesse 
mercado mundial. 
2. O ponto de partida para a constituição do MERCOSUL foi a aproximação 
entre Brasil e Argentina, ainda nos anos 80 do século passado. O passo 
seguinte foi a incorporação do Paraguai e do Uruguai a esse esforço de 
integração, sendo esses os quatro países integrantes do bloco. 
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3. Infere-se das informações do texto que um dos pontos frágeis do 
funcionamento do MERCOSUL está no mecanismo de solução de controvérsias 
entre os países que o compõem. 
4. Ao mencionar as “últimas divergências entre Brasil e Argentina”, o texto se 
reporta à decisão do país platino de impor obstáculos à importação de 
eletrodomésticos brasileiros, como ocorreu com as geladeiras. 
5. Ao escolherem Assunção para sede do Tribunal Permanente de Revisão, é 
provável que os países integrantes do MERCOSUL tenham considerado o 
grande potencial paraguaio na produção de manufaturados e sua reconhecida 
vocação para a formação de juristas. 
6. Com a criação do tribunal a que o texto se refere, o MERCOSUL iguala-se à 
União Européia quanto ao número, à diversidade e à abrangência de 
instituições criadas para dar suporte ao processo integracionista. 
 
Gabarito – V, V, V, V, F, F 
 
Comentário: O item 1 está correto, haja vista o propósito inicial do 
MERCOSUL de servir ao incremento da competitividade das economias do 
bloco em um contexto de globalização. 
 
O item 2 trata do contexto histórico da formação do Mercosul, conforme 
explanado anteriormente. 
 
O item 3 coaduna-se com o disposto no texto, pois, à época, o fortalecimento 
institucional do MERCOSUL foi o principal objetivo apontado para a criação do 
TPR. 
 
Já, no Item 4, é importante conhecer quais os setores em que ocorre a maior 
parte dos conflitos no MERCOSUL, pois muitos se mantêm ainda hoje, como é 
o caso da linha branca (fogões e geladeiras). 
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No item 5, é preciso que o candidato saiba que o Paraguai (assim como o 
Uruguai) não tem um setor industrial pujante dentro do bloco. As potências 
industrias do MERCOSUL são Brasil (o maior parque industrial da América 
Latina) e Argentina. 
 
O item 6 faz a comparação clássica entre o MERCOSUL e a União Europeia. É 
preciso que fique claro o fato de que a União Europeia (UE) não é modelo para 
o MERCOSUL. Ainda que sirva de parâmetro para algumas iniciativas, a UE tem 
por princípio a supranacionalidade, ou seja, visa à criação de normas e 
instituições com precedência sobre as instituições nacionais de seus membros. 
No caso do MERCOSUL, há clara opção pela criação de mecanismos 
intergovernamentais, em que os Estados não abrem mão de sua soberania 
nas decisões do bloco.

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