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Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 36 AULA 04: PANORAMA NACIONAL IV SUMÁRIO PÁGINA 1 – Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania 1 - 11 2 – Segurança pública e violência 12 - 18 3 – Racismo e políticas de ação afirmativa 19 - 24 4 - Mercosul 25 - 36 Olá, amigos! Bem-vindos à nossa quarta aula! Finalizaremos, hoje, nossa parte do curso que trata de temas do panorama nacional. Comecemos! 1 – Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania Miséria e Pobreza no Brasil Primeiramente, é importante relembrarmos alguns dados que demonstram o tamanho do desafio que tem sido o combate à pobreza em nosso país. De acordo com o Censo 2010, nove de cada dez brasileiros vivem com até R$ 1.530 reais por mês. Quando se avalia o rendimento per capita das famílias brasileiras (o total da renda dividido pelo número de integrantes da unidade familiar), verifica-se que 60,6% das famílias vivem com rendimentos de até um salário mínimo (atualmente em R$ 622,00) por pessoa. Esse quadro fica ainda mais preocupante quando consideramos os dados do IBGE, segundo os quais os domicílios em condições de miséria têm, em média, quatro moradores por domicílio, enquanto a média nacional é de três moradores por domicílio. É um triste fato que 7% dos domicílios brasileiros (4 milhões) e 8,6% da população (16,2 milhões de brasileiros) estejam classificados como miseráveis, haja vista “sobreviverem” com renda de até R$ 70,00 mensais por pessoa. Do total de domicílios enquadrados nessa situação penosa, 43% estão Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 36 na Zona Rural. Ressalte-se, também, que 59,1% dos domicílios em situação de miséria estão localizados na região Nordeste. O IBGE foi capaz de traçar, ainda, um perfil detalhado da miséria no Brasil, de acordo com diversos dados coletados pelo Censo. No que diz respeito à cor da pele ou etnia dos que vivem na miséria, constatou-se que a maior parte dos miseráveis é formada por pardos, conforme vemos no gráfico abaixo: Fonte: Censo 2010, IBGE. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 36 Em relação à idade dos indivíduos que vivem nessa situação, destaca-se a constatação alarmante da elevada proporção representada por crianças de 5 a 14 anos em tais condições. Fonte: Censo 2010, IBGE. A fim de demonstrar, de maneira sintética, a difícil realidade da miséria no Brasil, convém darmos uma olhada na tabela abaixo: NA MISÉRIA MÉDIA NACIONAL Proporção de analfabetos 26,0% 9,0% Sem banheiro no domicílio 32,0% 2,6% Sem eletricidade no domicílio 8,0% 1,3% Sem acesso à rede de esgoto 72,0% 33,0% Domicílio sem abastecimento de água 32,0% 7,0% Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 36 Uma das estratégias do governo brasileiro para a diminuição dos índices de miséria e de pobreza no país têm sido as políticas de transferência direta de renda. O primeiro projeto do Governo Federal foi o Bolsa Escola, em 2001, o qual condicionava a transferência de recursos à matricula e manutenção de crianças na escola. O projeto chegou a beneficiar mais de 5 milhões de famílias. Outros projetos nessa mesma linha que também tiveram seu início no governo de Fernando Henrique Cardoso foram o “Auxílio Gás” e “Cartão Alimentação”. Em 2002, sob o governo de Lula, os vários programas de transferência direta de renda foram unificados na forma do “Bolsa Família”, o qual passou a ser administrado de maneira centralizada no Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Esse tipo de política de transferência tem sido visto como um modelo eficaz de combate à miséria em diversas partes do mundo, passando a ser implementado em diversos países em desenvolvimento. Vale mencionar que até mesmo a cidade de Nova York implantou, em 2007, o seu programa de transferência de renda com condicionalidades, chamado “Opportunity NYC”. Desigualdade de Renda O Brasil é um dos campeões da desigualdade de renda no mundo. Para se ter uma noção do grau de desigualdade, basta notar que, em nosso país, os 10% mais ricos vivem com 40% da renda nacional, enquanto os 40% mais pobres detêm somente 10% da renda nacional, segundo estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). A desigualdade de renda é um dos grandes problemas do Brasil e um dos fatores responsáveis por boa parte da violência e das péssimas condições de vida de grande parcela da população. A má distribuição da riqueza faz que convivam, em uma mesma sociedade, uma ínfima minoria de ricos e uma imensidão de pobres. Ainda que os dados acerca da concentração de renda no Brasil não possam ser considerados positivos, temos de destacar que, em relação a anos Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 36 anteriores, houve aumento da renda per capita dos mais pobres em relação aos mais ricos, o que mostra uma diminuição da desigualdade. Enquanto, em 2001, a renda dos 20% mais ricos era 24,3 vezes maior do que a dos 20% mais pobres, em 2009, passou a ser 17,8 vezes maior. Fonte: Censo 2010, IBGE. O aumento do valor real do salário mínimo é um dos instrumentos mais comumente utilizados para propiciar uma melhor distribuição de renda entre os agentes econômicos. Nos últimos anos, o salário mínimo brasileiro tem servido como importante fator de elevação de renda e conseqüente estímulo da produção, uma vez que o dinheiro mais bem distribuído gera o chamado “efeito multiplicador”, incentivando a demanda por bens e serviços. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 36 O principal método para comparação das desigualdades entre diferentes localidades ou países é o chamado Índice de Gini, cujo valor varia entre zero (igualdade absoluta) e 1 (desigualdade absoluta). No caso do Brasil, esse índice apresentou tendência de diminuição ao longo dos últimos anos, partindo de 0,568, em 1996, para 0,518 (ainda elevado), em 2009, de acordo com o IBGE. Ainda estamos, portanto, muito distantes de uma sociedade igualitária. No entanto, há diferentes métodos para se avaliar a situação econômico-social de um país. Entre eles, destaca-se o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o qual varia entre zero e 1, de modo que o país será mais desenvolvido quanto mais próximo de 1 for o índice. É interessante notar que o IDH leva em consideração somente três variáveis: educação, expectativa de vida e renda nacional. Desse modo, o IDH não toma a desigualdade de renda em seus cálculos. Ainda assim, o Brasil ocupa a 84ª colocação no ranking mundial(ainda suficiente para classificá-lo como de “Desenvolvimento Humano Alto”, porém atrás de países como Argentina, Uruguai, Chile, Cuba, México, Peru e muitos outros). Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 36 Direito e Cidadania União entre Pessoas do Mesmo Sexo 1) Um tema atual com grandes chances de ser cobrado nos certames é a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Isso ocorre porque o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, em maio de 2011, a possibilidade de aplicação do regime jurídico de união estável, previsto no Código Civil, também para os casais homossexuais, garantindo direitos, como herança e adoção. O entendimento da Corte foi de que o impedimento dos casais homossexuais do acesso a direitos representaria uma violação dos princípios constitucionais que visam a garantir igualdade entre os cidadãos. Antes dessa decisão, a relação dos casais homossexuais era tratada, segundo o Código Civil, como uma sociedade. Agora, as relações entre pessoas do mesmo sexo passaram a enquadra-se plenamente no Direito de Família, uma vez que o casal passa a ser visto como uma entidade familiar de plenos direitos, inclusive adoção de crianças. Em outubro do mesmo ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o casamento entre duas pessoas de mesmo sexo. A decisão representou a ruptura de paradigma jurídico e abriu precedente para que outros casais homossexuais também apresentassem tal pleito. Desse modo, não há somente a geração e garantia de direitos, como na união estável, mas também a mudança efetiva do estado civil. Desse modo, casais homossexuais, legalmente casados ou em união estável, têm ainda garantidos direitos de comunhão de bens, pensão da previdência social por viuvez, pensão alimentícia em casos de separação, declaração do parceiro ou cônjuge em imposto de renda, inclusão do parceiro ou cônjuge em plano de saúde familiar, licença casamento, entre outros. De acordo com o Censo 2010 (o primeiro a levantar dados acerca da orientação sexual dos cidadãos), constatou-se a existência de cerca de 60 mil casais autodeclarados homossexuais no Brasil, os quais seriam beneficiados pelos direitos garantidos após decisão do STF. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 36 O papel do Conselho Nacional de Justiça 2) Em setembro de 2011, ao comentar o pedido da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) que contestava a competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de iniciar investigações e aplicar penas administrativas antes das corregedorias dos tribunais, a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, causou grande polêmica ao afirmar que a ação representava "o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga". O CNJ, órgão do Poder Judiciário, foi criado pela Emenda à Constituição nº 45, de 2004, com a finalidade de assegurar o controle administrativo e processual, a transparência e o desenvolvimento do Judiciário. O julgamento da ação proposta pela AMB foi parar no STF e acarretou discussão acalorada acerca do alcance dos poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar juízes e servidores do Judiciário. A matéria entrou em pauta 13 vezes sem ser julgada, até que, em dezembro de 2011, o relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, concedeu uma liminar (decisão provisória) que limitou os poderes do CNJ. Para ele, a competência de investigação do conselho seria subsidiária, ou seja, deveria apenas complementar o trabalho das corregedorias dos tribunais. Em 2 de fevereiro deste ano, os 11 ministros que compõem a corte definiram a questão, que gerou polêmica e atritos entre integrantes do Poder Judiciário. A maioria dos ministros do STF decidiu manter os poderes de investigação do CNJ. Por 6 votos a 5, a decisão reconheceu a autonomia do Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 36 órgão em abrir investigações contra magistrados sem depender de corregedorias locais. A discussão girou em torno de duas teses distintas. A primeira, que prevaleceu, afirmava que o CNJ deve ter amplo poder de investigar e, inclusive, de decidir quando os processos devem correr nos tribunais de origem. Já a segunda tese, encabeçada por Marco Aurélio Mello (relator do caso e autor da liminar que suspendeu, no final de dezembro, os poderes originários de investigação da instituição), afirmava que investigações contra magistrados devem ser, prioritariamente, ocorrer nas corregedorias dos Estados. A decisão do STF teve, portanto, enorme importância para garantir o controle do Poder Judiciário, tendo em vista que o controle eficaz dos poderes (princípio dos “freios e contrapesos”) é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade democrática. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 36 Questões de Revisão Julgue as alternativas a seguir. 1) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) ( ) O ProUni tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos técnicos, em instituições privadas de ensino técnico. Gabarito: Errado O Programa FOME ZERO atua a partir de quatro eixos articuladores: acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e articulação, mobilização e controle social. 2) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) ( ) O programa FOME ZERO atua a partir da assistência da Previdência Social às famílias em situações de extrema pobreza. Gabarito: Errado O Programa FOME ZERO atua a partir de quatro eixos articuladores: acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e articulação, mobilização e controle social. 3) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) ( ) O programa Primeiro Emprego tem como objetivo combater o trabalho escravo e o trabalho infantil nas diversas regiões do Brasil. Gabarito: Errado O objetivo do Programa Primeiro Emprego é, como diz seu nome, estimular a inserção de jovens no mercado de trabalho. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e criado ainda no governo FHC, é que cuida do combate do trabalho infantil. Por fim, o Plano Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, sob coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é a política nacional para erradicação do trabalho escravo. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 36 4) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) ( ) O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda às famílias, beneficiando aquelas em situação de pobreza e extrema pobreza. Gabarito: Certo Corretíssimo,pessoal! A afirmativa define perfeitamente o Bolsa Família. 5) (TJ/SC – 2011 – Analista Administrativo - Adaptada) ( ) O governo Lula representou mudanças profundas da política econômica do Governo FHC. Gabarito: Errado O governo Lula, assim como o atual governo Dilma Rousseff, não realizou mudanças profundas na política econômica estrutura pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 36 2 – Segurança pública e violência Pessoal, ainda que tenhamos observado avanços nos últimos anos, a violência ainda é um problema social significativo em nosso país e, entendida de forma abrangente, manifesta-se nos mais diversos aspectos da vida cotidiana: política, economia, religião, família. Suas diferentes vertentes de materialização, entretanto, traduzem as múltiplas faces da mesma questão, presente na história da humanidade desde seus primórdios. Para o célebre sociólogo Émile Durkheim, a violência constituía um tipo de “fato social”. “Fatos sociais” seriam fenômenos próprios da existência humana, de existência independente da vontade individual, estando os indivíduos obrigatoriamente sujeitos a eles. Para enfrentar as inúmeras conseqüências do problema, o Estado deve implementar políticas de segurança pública. No Brasil, a Constituição Federal estabelece a segurança pública como dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Não obstante, o efetivo cumprimento desse preceito está longe de se tornar realidade, o que se traduz em índices preocupantes de criminalidade. As estatísticas relativas ao tema revelam sua real dimensão, permitindo a elaboração de políticas que, mesmo imperfeitas, sejam mais efetivas. Um dos indicativos mais utilizados para mensurar o problema é o índice de homicídios ocorridos anualmente para cada grupo de 100 mil habitantes. Vejamos dados dos últimos anos, fornecidos pelo Ministério da Saúde: Ano Quantidade Índice 2000 45360 26,7 2001 47943 26,8 2002 49695 28,5 2003 51043 28,9 Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 36 2004 48374 27,0 2005 47578 25,8 2006 49145 26,3 2007 47707 25,2 2008 50113 26,4 2009 51434 27,0 2010 49932 26,2 Podemos verificar que, de 2000 a 2010, houve relativa estabilização do índice. Entretanto, ao compararmos os resultados aos dados de 1980, a distorção revela-se alarmante: nosso índice era de 11,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. Proporcionalmente, temos hoje uma taxa mais de 100% superior à verificada cerca de 30 anos atrás. No total, são mais de um milhão de vítimas desse tipo de violência. A média anual brasileira supera a de diversos conflitos armados ocorridos ao redor do globo, como guerras civis, movimentos emancipatório e conflitos raciais ou étnicos. Na América do Sul, o Brasil fica atrás apenas de Venezuela e Colômbia. Esses preocupantes números refletem, entre outros, a disseminação do crime organizado, muitas vezes relacionado ao narcotráfico. O uso e o tráfico de drogas são problemas crescentes no Brasil, alavancados hoje especialmente pelo crack, entorpecente altamente viciante, derivado da cocaína. No início de 2012, no âmbito de ações que visam à revitalização do centro da cidade de São Paulo, foi desocupada a área conhecida como “Cracolândia”. A região, antes tomada pelo tráfico e por usuários de drogas, foi “reocupada” por policiais civis e militares mediante o uso de bombas de efeito moral e tiros de bala de borracha. Opositores da ação criticam a falta de preocupação social com os usuários, que seriam vítimas, e atribuem a atitude do governo ao lobby de Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 36 especuladores interessados no potencial imobiliário da região. Além disso, afirmam que por ter sido praticada de forma localizada, a ação teria apenas dispersado traficantes e usuários para outros bairros da capital. No que se refere à distribuição geográfica dos homicídios, é notável o processo de “desconcentração”: estados de menor porte e cidades do interior passaram a apresentar taxas alarmantes. Esta escalada pode ser explicada, principalmente, por três fatores: Eliminação de imprecisões estatísticas: um sistema de captação de dados mais eficiente passa a revelar ocorrências antes não registradas; Maiores investimentos em segurança nas metrópoles forçam o deslocamento do crime para o interior; Determinadas áreas passam a atrair investimento privado sem que haja contrapartida na área de segurança pública. Independentemente da localização geográfica do crime, um fator quase sempre relevante é o comércio ilegal de armas de fogo. Em 2003, visando à mitigação dos desastrosos resultados da prática, foi sancionado o Estatuto do Desarmamento, que proibiu o porte de armas por parte de civis, com raras exceções. Um artigo do Estatuto previa a proibição do comércio de armas de fogo e munições em território brasileiro, porém foi submetido a referendo e rejeitado. Apesar das restrições ao porte, estimativas apontam que mais de 50% das armas de fogo em circulação no país ainda sejam ilegais. Outras ações recentes do Estado com a finalidade de reduzir a violência estão relacionadas ao combate ao crime organizado. Organizações criminosas são, de forma geral, aquelas que apresentam vínculos Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 36 hierárquicos, métodos coercitivos, planejamento empresarial e fins lucrativos. Bons exemplos são as corporações criminosas que comandam o narcotráfico nas grandes capitais, muitas vezes preenchendo lacunas da ação estatal e determinando a existência de um “poder paralelo”. Uma iniciativa pioneira no combate a esse tipo de ocorrência foi tomada pelo governo do estado do Rio de Janeiro, no ano 2008: as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), bases policiais comunitárias instaladas nas comunidades carentes da capital com a finalidade de desarticular o crime organizado. Hoje implantado em 20 comunidades da cidade, o modelo tem sido tomado como exemplo por outros estados, como o Paraná e a Bahia. Violência no trânsito Pessoal, as estatísticas referentes à violência no trânsito também são alarmantes: em 2010, mais de 40 mil pessoas perderam a vida em acidentes automobilísticos. Estima-se que aproximadamente 50% do total envolvam condutores alcoolizados, ainda que a Lei 11.705, mais conhecida como Lei Seca, já vigore há quase quatro anos. A lei 11.705/2008, mais conhecida como Lei Seca, restringiu a zero o limite de consumo de álcool por condutores de veículos automotores. Entretanto, a realização do “teste do bafômetro” ainda é contornada, com base no princípio de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo, consagrado em nossa Constituição pelo incisoLXIII do artigo 5º. Violência familiar e doméstica Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 36 Sabemos que a violência muitas vezes está presente dentro dos lares, e as mulheres são grandes vítimas desse fenômeno. Em 2006, foi sancionada a lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que tipifica e define a violência doméstica contra a mulher, prevê a prisão em flagrante e preventiva do perpetrador e endurece as penas para o crime. Sistema carcerário Um dos óbices à devida execução de políticas de segurança pública no Brasil está nas profundas deficiências de nosso sistema carcerário. Temos hoje, segundo dados do Ministério da Justiça, um déficit de aproximada mente 200 mil vagas nas prisões. Isto leva à desestruturação do sistema prisional e ao comprometimento do trabalho de recuperação do detento. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 36 Questões de revisão 1) (CESPE - 2003 - Banco do Brasil – Escriturário) ( ) Na atualidade, a dramaticidade da questão das drogas ilícitas decorre do enfraquecimento das políticas internacionais de combate ao narcotráfico, principalmente após a legalização do consumo de drogas pelo conjunto dos países-membros da União Européia. Gabarito: Errado Pessoal, o consumo de drogas não é legalizado no conjunto dos países- membros da União Européia, cada país tem sua legislação! De fato é uma tendência, e existem casos de sucesso, como Portugal, e outros em que foi necessário rever políticas altamente liberais, como Holanda e Suíça. No Brasil, a lei 11.343/2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, prescreveu penas mais severas para o crime de tráfico de drogas e estabeleceu novo paradigma em relação a usuários e dependentes. Abolidas as penas restritivas de liberdade e pecuniárias, o foco da nova lei foi voltado à recuperação e reinserção social dos mesmos. 2) (CESPE - 2005 - TRE-PA - Analista Judiciário - Área Judiciária) Sabe-se que, além dos múltiplos fatores que alimentam a violência no Brasil, ela também se nutre da dificuldade do Estado em prevenir e combater a criminalidade. Relativamente a esse aspecto, assinale a opção incorreta. a) Além do número insuficiente de seus efetivos, a polícia brasileira, em geral, é mal treinada, recebendo formação precária. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 36 b) O poder de fogo do armamento usado pelos policiais é, não raro, inferior ao que é utilizado pelos criminosos. c) Apesar das deficiências, a polícia brasileira consegue fazer investigação científica na maioria dos casos, elucidando-os com rigor e celeridade. d) Entre os problemas existentes no sistema penitenciário brasileiro, destaca-se a falta de programas de ressocialização. e) A aprovação do Estatuto do Desarmamento é uma das tentativas em curso para a redução da violência e da criminalidade no país. Gabarito: Letra “c” Pessoal, a opção incorreta é a letra “c”. Por exemplo, segundo dados levantados pela reportagem da Folha de São Paulo e publicados em matéria do dia 23 de fevereiro deste ano, apenas 3% dos inquéritos acham culpados para assassinatos. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 36 3 – Racismo e políticas de ação afirmativa Pessoal, como sabemos, o racismo é uma modalidade de discriminação vinculada à idéia de que certas características biológicas determinariam a superioridade ou inferioridade de seres humanos. Ao longo da história, o racismo esteve nas origens de diversos fenômenos relevantes. Escravidão, genocídios, dominação: a crença na divisão racial da humanidade deixou sua marca na trajetória da humanidade. Na África do Sul, a segregação racial chegou a ser institucionalizada. Em 1948, o Partido Nacionalista estabeleceu o regime do apartheid: a classificação racial era oficial, e constava inclusive na carteira de identidade dos cidadãos. O casamento interracial era proibido, e até mesmo a manutenção de relações sexuais entre pessoas de raças diferentes era considerada conduta criminosa. A força da chamada “supremacia branca” disseminou a segregação nos mais diversos níveis: transportes, saúde, habitação, educação. O apartheid sul-africano chegou ao fim em 1994, com a eleição de Nelson Mandela como presidente do país. Na África do Sul, a segregação racial chegou a ser institucionalizada. Em 1948, o Partido Nacionalista estabeleceu o regime do apartheid: a classificação racial era oficial, e constava inclusive na carteira de identidade dos cidadãos. O casamento interracial era proibido, e até mesmo a manutenção de relações sexuais entre pessoas de raças diferentes era considerada conduta criminosa. A força da chamada “supremacia branca” disseminou a segregação nos mais diversos níveis: transportes, saúde, habitação, Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 36 educação. O apartheid sul-africano chegou ao fim em 1994, com a eleição de Nelson Mandela como presidente do país. No Brasil, o regime de escravidão dos negros perdurou até a publicação da Lei Áurea, em 1888. Os prejuízos sociais e econômicos advindos da segregação racial geram desigualdades históricas que permanecem por gerações, ainda que o regime discriminatório cesse. As políticas de ação afirmativa têm por objetivo compensar a marginalização gerada por séculos de discriminação. O termo surgiu nos Estados Unidos ainda nos anos 1960, cunhado pelo então presidente John Kennedy. No Brasil, entretanto, as primeiras iniciativas nesse sentido vieram a surgir apenas nos anos 1980. À época, chegou a ser proposta uma lei que pretendia estabelecer diversos mecanismos de “compensação”: cotas para negros em concursos públicos, bolsas de estudos, incentivos ao fim da discriminação racial no setor privado, obrigatoriedade do ensino de história africana nas escolas, entre outros. Apesar de o projeto não ter sido aprovado, chamou atenção à questão. Nos anos 1990, o movimento negro se organiza e ganha força: em 1995, apresenta ao governo federal o chamado “Programa de Superação do Racismo e da Desigualdade Racial, que sugeria a implementação de diversas políticas de ação afirmativa. À época, chegou a ser instituído um Grupo de Trabalho Interministerial voltado exclusivamente ao desenvolvimento de políticas de valorização e promoção da população negra, mas seus resultados tiveram pouca abrangência. No ano seguinte, foi criada a Secretaria de Direitos Humanos e lançado o Programa Nacional de Direitos Humanos, que tinha como objetivo, por exemplo, o desenvolvimento de ações afirmativas para o acesso dos negros a cursos profissionalizantes e universidades. Os resultadosconcretos desse processo de conscientização começam a aparecer no alvorecer do século XXI. Órgãos federais passaram a instituir reserva de vagas para negros em seus quadros funcionais. O Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, estabeleceu, no ano de 2002, a concessão de bolsas de estudo a Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 36 afrodescendentes interessados em seguir a carreira diplomática. A partir de 2011, 10% das vagas da primeira fase do certame passam a ser destinadas a afrodescendentes. Hoje, diversos órgãos adotam tal política. Há, inclusive, reserva de vagas para afrodescendentes no concurso do ISS de Porto Alegre! No âmbito do ingresso no ensino superior, a primeira grande mudança veio no ano 2000, quando, no estado do Rio de Janeiro, foi aprovada lei que reservava vagas das universidades estaduais para estudantes egressos da rede pública de ensino. Em 2002, também no Rio, começa a valer o sistema de cotas para afrodescendentes, inicialmente na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade Estadual do Norte Fluminense. A iniciativa populariza-se, e outras instituições aderem ao sistema, caso da Universidade de Brasília e da Universidade do Estado da Bahia. Hoje, a maior parte das universidades federais possui algum tipo de programa de ação afirmativa. A implantação do sistema de cotas raciais foi amplamente debatida e, como qualquer tema polêmico, despertou reações apaixonadas por parte de seus partidários e de seus opositores. Os argumentos favoráveis ao sistema estão ligados basicamente à idéia de reparação de injustiças históricas, como já comentamos. E os argumentos contrários? Aqueles que discordam das cotas alegam, por exemplo, que a exclusão social atinge os pobres, independente da cor da pele. Desta forma, as cotas deveriam mirar as condições sócio- econômicas de seus beneficiários, proporcionando, assim, igualdade de oportunidades descolada de concepções raciais. Melhor seria, então, um sistema de cotas sociais, como o implementado no estado do Rio de Janeiro no ano 2000. Outra vertente de opositores do sistema pauta seus argumentos pela idéia de que inexiste aquilo que se convencionou chamar de “raça”: por diferenças cosméticas, portanto, não guardariam qualquer relação com diferenças intelectuais. Assim, a igualdade de condições estaria garantida na origem, sendo descabido o estabelecimento de qualquer política que privilegie com base na cor da pele, por exemplo. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 36 Foi criada, em 2003, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. A SEPPIR tem status de ministério, e tem como principais objetivos formular políticas e diretrizes para a promoção da igualdade racial. Em 2010, foi aprovado o Estatuto da Igualdade Racial, instrumento legal que contempla políticas de ação afirmativa nas mais diversas áreas. Vejamos alguns pontos relevantes: No âmbito educacional, estabelece a obrigatoriedade do ensino de história da população negra no Brasil; Na esfera trabalhista, proíbe a exigência de aspectos próprios de etnia para admissão em vagas e emprego; Reconhece a capoeira como esporte e prevê a destinação de recursos públicos para sua prática; Reforça a idéia de liberdade religiosa, garantindo o livre exercício dos cultos de origem africana e estabelecendo a prestação de assistência religiosa em hospitais. Prevê punição ao crime de racismo também quando praticado na Internet; Estabelece a proteção do Estado à preservação dos costumes quilombolas e prevê a criação de linhas especiais de financiamento destinadas a essas comunidades; Prevê a criação de Ouvidorias Permanentes destinadas a acompanhar a efetiva implantação das medidas do Estatuto. ` Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 36 O Plano Plurianual 2012-2015 foi o primeiro a ser elaborado sob a vigência do Estatuto da Igualdade Racial, e prevê 25 programas temáticos relacionados a políticas de promoção da igualdade racial. Em âmbito internacional, é digna de menção a realização da Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Conexa, realizada em Durban, África do Sul, no ano de 2001, no âmbito da Organização das Nações Unidas. A declaração final da Conferência, adotada mediante consenso, prevê a implantação, pelos países participantes, de planos nacionais de combate ao racismo. Oito anos após a realização da Conferência de Durban, na África, realizou-se uma Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial chamada Durban +8, em Genebra (Suíça), cujo objetivo foi avaliar as medidas tomadas por governos e organismos internacionais a partir de 2001 para combater a discriminação de raça, gênero e etnia no planeta. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 36 Questões de revisão 1) (2009 – CESPE – Agente Administrativo/MEC) ( ) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Gabarito: Certo Pessoal, a afirmação está corretíssima. O examinador simplesmente copiou o inciso XLII do artigo 5o da Constituição Federal! 2) (2011 – CESPE – Analista Judiciário/STM) ( ) No âmbito das relações internacionais, a República Federativa do Brasil adotou expressamente como princípio o repúdio ao terrorismo e ao racismo. Gabarito: Certo Caros, afirmação correta novamente. Essa está no inciso VIII do artigo 4o de nossa Constituição, que enumera os princípios que regem a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 36 4 – Mercosul Antecedentes Desde a década de 1960, o Brasil tem-se empenhado em aprofundar a integração econômica com os países latino-americanos. Nesse contexto, foi criada a Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), em 1960, pelo I Tratado de Montevidéu. Ao longo das duas décadas seguintes, contudo, verificaram-se obstáculos substantivos ao desenvolvimento da ALALC. Diante das muitas dificuldades enfrentadas pela ALALC, esta foi substituída, em 1980, pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), que incorporou o princípio da flexibilidade, de modo a permitir que cada país pudesse definir seu próprio ritmo no processo de integração regional. A ALADI foi criada com a assinatura do II Tratado de Montevidéu, em 12 de agosto de 1980, e constituiu organismo intergovernamental que, continuando o processo iniciado pela ALALC, em 1960, promove a expansão do projeto integrador da região, com vistas a garantir seu desenvolvimento econômico e social,tendo como meta final a criação de um mercado comum latino-americano. Apesar dessa continuidade, o Tratado de Montevidéu 1980 introduziu profundas mudanças na orientação e na operação do processo integrador. Histórico O MERCOSUL é o resultado do processo de aproximação entre Brasil e Argentina. O processo de negociação que conduziu à criação do MERCOSUL Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 36 desencadeou-se com base na disposição política dos governos do Brasil e da Argentina de, inicialmente de forma bilateral, colocarem em marcha um processo de aproximação e de cooperação envolvendo iniciativas nos planos político, econômico e estratégico. Tanto em sua origem como em sua evolução posterior, o processo negociador esteve diretamente condicionado pelos interesses e pelos objetivos de política externa de ambos os países. A integração almejada não representava um fim em si mesmo, mas um meio para a consecução de objetivos consagrados no âmbito das respectivas políticas externas, os quais não estavam circunscritos exclusivamente aos planos econômico e comercial nem aos espaços sub-regional e regional. Durante os governos de José Sarney (Brasil) e de Raúl Alfonsín (Argentina), no fim da década de 80, que marcam uma nova era caracterizada pelo fim dos governos militares tanto no Brasil como na Argentina, foram dados os primeiros passos em direção a uma efetiva integração econômica. Em 1985, esses dois presidentes assinaram a Declaração de Iguaçu, que lançou as bases do processo negociador. Em julho de 1986, foi assinada a Ata para a Integração Argentino- Brasileira, que estabeleceu o Programa de Integração e de Cooperação Econômica (PICE). O PICE revelou o comprometimento dos dois países com o planejamento para a integração. Por meio desse programa, Brasil e Argentina começaram a executar um programa efetivo de integração comercial, que previa desgravações tarifárias progressivas, a partir de negociações setoriais. A meta de se criar um mercado comum do Cone Sul esteve presente desde praticamente o início das negociações entre o Brasil e a Argentina. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, firmado em novembro de 1988, representava mudança importante em relação à metodologia anterior do PICE de promover a integração por meio de acordos setoriais, pois previa a liberalização completa do comércio de bens e serviços em prazo máximo de dez anos. A desgravação tarifária passaria a atender a prazos, não a negociações setoriais, o que dificultou o processo integracionista. Atingiu-se o auge do processo em 1990, com a assinatura da Ata de Buenos Aires, que mudaria o objetivo de liberalização comercial completa Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 36 para o de formação de um Mercado Comum entre Brasil e Argentina. Essa Ata imprimiu maior velocidade ao processo de integração. Em 1991, o Tratado de Assunção criou oficialmente o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), o qual incluía Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e encerrou a fase inicial do processo negociador, definindo princípios e instrumentos de promoção da integração, bem como objetivos e características do bloco sub-regional. Crise do MERCOSUL: 1999 a 2002 Esse período foi marcado pelo declínio dos fluxos de comércio intrabloco, de modo que, se, em 1997, o Brasil exportava 9 bilhões para o bloco, o que representava 17% das exportações totais brasileiras, em 2002, o volume dessas exportações correspondia a apenas 3 bilhões de dólares, representando queda brutal do peso do MERCOSUL nas exportações brasileiras. O declínio dos fluxos de comércio e a perda progressiva de importância das exportações brasileiras para o MERCOSUL decorreram do aumento de práticas protecionistas, fundamentalmente da Argentina, que chega a aplicar restrições às importações de têxteis, em 1999. O aumento dos contenciosos comerciais entre os sócios deu-se em setores diversos: “linha branca”, calçados, têxteis, papel de celulose, frangos, entre outros. O Brasil chegou a solicitar painéis na Organização Mundial do Comércio (processos contra práticas ilegais no comércio internacional) contra o protecionismo argentino. Todo esse clima de desavenças induziu à perda de credibilidade do MERCOSUL em relação a certos atores externos. A desvalorização significativa do real contribuiu para a crise argentina, que se iniciou em 2001 e que aprofundou a crise do MERCOSUL. Essa crise atingiu tanto a política quanto a economia argentina. No âmbito político, a Argentina passou por três presidentes em um ano: Fernando de La Rúa, Rodriguez Sá e Eduardo Duhalde. No contexto econômico, a Argentina decretou moratória (“calote” da dívida externa), o que gerou fuga de Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 36 investimentos, muitos dos quais acabaram sendo redirecionados ao Brasil. Além disso, verificou-se decréscimo de 40% no PIB argentino. A recuperação: 2002-2011 Em 2003, Lula e Nestor Kirchner, os presidentes dos dois maiores sócios do bloco, fizeram o relançamento do MERCOSUL, ao reafirmarem, por meio do Consenso de Buenos Aires, o desejo mútuo de “intensificar a cooperação bilateral e regional com vistas a garantir a todos os cidadãos o pleno usufruto de seus direitos e liberdades fundamentais, incluindo o direito ao desenvolvimento”. No tocante ao fluxo comercial, entre 2002 e 2008, o fluxo de comércio entre o Brasil e os países do bloco apresentou forte crescimento, passando de 8,9 bilhões de dólares, em 2002, para 36,6 bilhões de dólares, em 2008. A recente crise econômica mundial teve impacto sobre o comércio intrabloco, com a redução de 27,38% no valor das exportações brasileiras para a Argentina e com a diminuição de mais de 40% do saldo comercial favorável ao Brasil na balança com o Paraguai. Apesar disso, dados de 2010 indicam a retomada das trocas comerciais em níveis ainda maiores do que os de 2008. Em 2010, o comércio total entre os Estados Partes do MERCOSUL alcançou a cifra de 44,55 bilhões de dólares, dos quais 39,22 bilhões de dólares corresponderam ao intercâmbio total do Brasil com os sócios. Além dos dados positivos acerca do comércio regional, deve-se destacar que a pauta de exportações brasileiras para os três países é constituída, majoritariamente, de produtos industrializados. Isso é muito importante, principalmente em um contexto em que a participação dos produtos primários tem crescido da pauta de exportações brasileira. Vale ressaltar, também, que, em 2010 e em 2011, 11% das exportações brasileiras destinaram-se aos países do MERCOSUL. O MERCOSUL constitui, atualmente, para o Brasil, parceiro comercial mais importante do que os EUA! Além disso, o Brasil obteve, em 2010, superávit comercial de 6 bilhões de dólares com o bloco, 4 bilhões dos Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 36 quais decorreram do comércio com a Argentina. Apesar de ainda não ter recuperado a importância comercialque já teve um dia, o MERCOSUL continua sendo prioridade para o governo brasileiro. Ampliação da dimensão comercial do MERCOSUL Os países do MERCOSUL - bloco que, se considerado juntamente, representa a quinta maior economia do mundo - buscaram a ampliação da dimensão comercial do MERCOSUL, por meio da celebração de novos acordos comerciais com diversos parceiros econômicos e do incremento do fluxo comercial entre os sócios. O MERCOSUL ampliou, entre 2003 e 2010, as possibilidades de comércio com países não pertencentes ao bloco. Na América do Sul, foram firmados acordos de livre comércio com Peru, Colômbia, Equador e Venezuela, conformando, na prática, uma Área de Livre Comércio Sul-Americana. No Caribe, foi firmado acordo com Cuba, e, fora da região, o MERCOSUL firmou Acordos de Livre Comércio com Israel (2007) e com Egito (2010), além de Acordos Preferenciais com a Índia (2005) e com a União Aduaneira da África Austral - SACU (2008/2009). Objetivos do MERCOSUL O objetivo principal do Tratado de Assunção é a constituição de um mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, fundado na reciprocidade de direitos e de obrigações entre esses Estados. Em um mercado comum, pressupõe-se livre fluxo de mercadorias, serviços, capitais e de pessoas. Em seu início, o MERCOSUL representava basicamente uma plataforma de inserção competitiva dos sócios na econômica mundial. O MERCOSUL fortaleceria a competitividade dos países-membros. Características do MERCOSUL Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 36 De acordo com o Tratado de Assunção, a constituição de um Mercado Comum implicaria: livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas entre os países; o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados; coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais. Entretanto, após 21 anos de seu lançamento, o MERCOSUL somente tem a livre circulação de bens e, mesmo assim, de forma limitada, uma vez que não se aplica a todos os setores. Existem os chamados setores sensíveis e protegidos. A existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC) significa dizer que os sócios do MERCOSUL aplicam a mesma tarifa sobre produtos importados de fora do bloco. Apesar de a TEC estar em funcionamento, ela é muito frágil e sofre com diversos problemas, tais como as listas de exceção à TEC e a questão de sua bitributação. Estrutura Institucional Em 1994, foi assinado o Protocolo de Ouro Preto, o qual confere personalidade jurídica ao MERCOSUL. A partir desse protocolo, o MERCOSUL passa a poder contrair direitos e obrigações no âmbito do Direito Internacional e a poder relacionar-se como bloco com outros países, blocos econômicos e organismos internacionais. No ano de 1998, os países do bloco assinaram o Protocolo de Ushuaia, que veio fortalecer o bloco do ponto de vista normativo ao introduz a chamada cláusula democrática no MERCOSUL. Essa cláusula foi apresentada depois que um general paraguaio tentou dar golpe sobre o presidente eleito, em 1996. O Protocolo de Ouro Preto de 1994 também estabeleceu as instituições básicas do MERCOSUL. Esse Protocolo optou pela instituição de órgãos intergovernamentais, aspecto que foi criticado por analistas que defendiam a importância de maior capacidade supranacional para a imposição das decisões adotadas. Enquanto o Brasil defendia o caráter intergovernamental, Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 36 Argentina, Uruguai e Paraguai chegaram a demandar instituições supranacionais, principalmente no âmbito jurídico. Os órgãos intergovernamentais atualmente são: 1. Conselho do Mercado Comum (CMC) Órgão superior do MERCOSUL e o detentor da personalidade jurídica do bloco. 2. Grupo Mercado Comum (GMC) Tem iniciativa legislativa no MERCOSUL, elaborando as propostas do MERCOSUL. É também o órgão executivo do bloco, estando encarregado de executar as decisões do MERCOSUL. 3. Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) Órgão técnico que discute as variáveis comerciais do grupo. Essa comissão pode eventualmente elaborar propostas, a serem encaminhadas ao GMC, assim como o próprio GMC pode valer-se das conclusões dessa comissão, a fim de elaborar propostas sobre elas. 4. Fórum Consultivo Econômico e Social (FCES) É o órgão de representação da sociedade civil e dos setores sociais. Possui função meramente consultiva e manifesta-se, se e quando consultado, mediante recomendações ao GMC. 5. Secretaria Administrativa do MERCOSUL a. Constitui órgão de apoio operacional do MERCOSUL e possui sede permanente em Montevidéu. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 36 b. Por ser esfera mais administrativa e burocrática, é responsável pela prestação de serviços aos demais órgãos do MERCOSUL. 6. Parlamento do MERCOSUL (Parlasul) Parlamento formado por representantes especialmente designados para representar a população do bloco. Apesar de criado, a maior parte dos países do bloco ainda não elegeram representantes. Ademais, a função do Parlamento é meramente consultiva, não sendo dotado de capacidade legislativa (criar leis). 7. Tribunal Permanente de Revisão (TPR) Estabelecido em 2002, por meio do Protocolo de Olivos, o TPR entrou em vigor em 2004, como segunda instância para as decisões arbitrais do MERCOSUL. A instituição, com sede em Assunção, no Paraguai, foi criada para aprimorar a solução de disputas entre os países do bloco. Além desses órgãos, constitui também a estrutura jurídico-institucional do MERCOSUL o cargo de Alto Representante Geral do MERCOSUL, criado durante a Cúpula de Foz do Iguaçu, realizada em dezembro de 2010. O Alto Representante-Geral do MERCOSUL cumpre funções de articulação política, formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco. Quadro Recente Desde outubro de 2005 (data da manifestação do pleito), a Venezuela aguarda sua adesão plena ao MERCOSUL. Os Congressos Nacionais da Venezuela, da Argentina, do Uruguai e do Brasil (2009) já aprovaram o protocolo, faltando apenas a aprovação do Senado paraguaio, que há anos posterga a decisão. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 36 Em 2010, aprovou-se o Código Aduaneiro do MERCOSUL, que visa a uniformizar as regras e os procedimentos aduaneiros do bloco, constituindo exemplo de iniciativa que visa ao fortalecimento do bloco. É importante destacar que muitas das metas do MERCOSUL ainda não foram atingidas, não existindo propriamente um “mercado comum”. Por essa razão, o MERCOSUL deve ser considerado não um mercado comum, mas uma união aduaneira, que pressupõe apenas a existência da livre circulação de bens e da TEC. Além disso, a união aduaneira do MERCOSULdeve ser considerada imperfeita, uma vez que há setores excluídos da livre circulação de bens (automóveis e açúcar) e imperfeições da TEC (produtos incluídos em listas de exceção que possuem alíquotas diferentes entre os sócios, bem como casos frequentes de dupla cobrança de impostos de importação entre os países). Além dos acordos supramencionados, o MERCOSUL empreendeu diversas negociações, a fim de estabelecer Acordo de Livre Comércio com a Palestina (firmado em 2011, no governo Dilma) e com a União Europeia, ainda em negociação. Dessa forma, verifica-se que, a partir dos governos Lula e Kirchner, o MERCOSUL aprofundou-se na dimensão comercial e tornou-se mecanismo mais efetivo de integração social e política na região. Em 2011, várias iniciativas deram continuidade aos processos de recuperação e de aprofundamento do MERCOSUL nas mais diversas áreas. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 36 Questão de Revisão 1) (CESPE – ANALISTA DE INFORMAÇÕES - ABIN-2004 - Adaptada) “Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) ganha uma sede oficial para funcionamento do Tribunal Permanente de Revisão do bloco, que vai funcionar como última instância no julgamento das pendências comerciais entre os países membros. Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias é um dos requisitos para o fortalecimento do MERCOSUL, vide as últimas divergências entre Brasil e Argentina. As decisões do tribunal terão força de lei. Sua sede será Assunção, no Paraguai. Até agora, quando os países-membros divergiam sobre assuntos comerciais, era acionado o Tribunal Arbitral. Quem estivesse insatisfeito com o resultado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a outras instâncias internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).” Gisele Teixeira. MERCOSUL ganha tribunal permanente. In: Jornal do Brasil, ago./2004 (com adaptações). A propósito do texto acima e considerando a abrangência do tema nele tratado, julgue os itens que se seguem. 1. A existência do MERCOSUL insere-se no quadro mais geral da economia contemporânea, que, crescentemente globalizada e com notável grau de competição entre empresas e países, estimula a formação de blocos econômicos como forma de melhor inserção de seus participantes nesse mercado mundial. 2. O ponto de partida para a constituição do MERCOSUL foi a aproximação entre Brasil e Argentina, ainda nos anos 80 do século passado. O passo seguinte foi a incorporação do Paraguai e do Uruguai a esse esforço de integração, sendo esses os quatro países integrantes do bloco. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 36 3. Infere-se das informações do texto que um dos pontos frágeis do funcionamento do MERCOSUL está no mecanismo de solução de controvérsias entre os países que o compõem. 4. Ao mencionar as “últimas divergências entre Brasil e Argentina”, o texto se reporta à decisão do país platino de impor obstáculos à importação de eletrodomésticos brasileiros, como ocorreu com as geladeiras. 5. Ao escolherem Assunção para sede do Tribunal Permanente de Revisão, é provável que os países integrantes do MERCOSUL tenham considerado o grande potencial paraguaio na produção de manufaturados e sua reconhecida vocação para a formação de juristas. 6. Com a criação do tribunal a que o texto se refere, o MERCOSUL iguala-se à União Européia quanto ao número, à diversidade e à abrangência de instituições criadas para dar suporte ao processo integracionista. Gabarito – V, V, V, V, F, F Comentário: O item 1 está correto, haja vista o propósito inicial do MERCOSUL de servir ao incremento da competitividade das economias do bloco em um contexto de globalização. O item 2 trata do contexto histórico da formação do Mercosul, conforme explanado anteriormente. O item 3 coaduna-se com o disposto no texto, pois, à época, o fortalecimento institucional do MERCOSUL foi o principal objetivo apontado para a criação do TPR. Já, no Item 4, é importante conhecer quais os setores em que ocorre a maior parte dos conflitos no MERCOSUL, pois muitos se mantêm ainda hoje, como é o caso da linha branca (fogões e geladeiras). Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PF Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 36 No item 5, é preciso que o candidato saiba que o Paraguai (assim como o Uruguai) não tem um setor industrial pujante dentro do bloco. As potências industrias do MERCOSUL são Brasil (o maior parque industrial da América Latina) e Argentina. O item 6 faz a comparação clássica entre o MERCOSUL e a União Europeia. É preciso que fique claro o fato de que a União Europeia (UE) não é modelo para o MERCOSUL. Ainda que sirva de parâmetro para algumas iniciativas, a UE tem por princípio a supranacionalidade, ou seja, visa à criação de normas e instituições com precedência sobre as instituições nacionais de seus membros. No caso do MERCOSUL, há clara opção pela criação de mecanismos intergovernamentais, em que os Estados não abrem mão de sua soberania nas decisões do bloco.
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