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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA Xª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CIDADE – UF COM PEDIDO DE TRAMITAÇÃO ESPECIAL NOME DA PARTE, agricultor, já cadastrado eletronicamente, vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio dos seus procuradores, propor AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor: I – DOS FATOS O Autor, nascido em DIA de MÊS de ANO, no município de CIDADE – ESTADO (certidão de casamento anexa), atualmente com sessenta anos de idade, laborou na atividade rural desde criança, juntamente com os seus pais, com comprovação documental a partir do ano de 1976. O demandante também laborou na condição de empregado rural durante alguns períodos intercalados como o exercício da agrucultura em regime de economia familiar. Destaca-se que em nenhum momento houve afastamento das atividades do campo, pois todos os contratos de trabalho anotados na CTPS do Autor tratam-se de empregos rurais O quadro a seguir demonstra de forma objetiva os períodos em que o Autor comprova o exercício de atividade rural: Data Inicial Data Final Atividade Tempo de contribuição 01/01/1976 31/12/1987 Regime de economia familiar 11 anos 01/01/1988 31/12/1988 Empregado Rural 01 ano 01/01/1989 31/12/1991 Regime de Economia Familiar 03 anos 01/01/1992 31/12/1993 Empregador rural 02 anos 01/01/1994 31/12/2008 Regime de economia familiar 15 anos 01/01/2009 31/12/2010 Empregado rural 02 anos 01/01/2011 11/10/2012 Regime de economia familiar 01 ano, 10 meses e 11 dias TOTAL 442 meses A despeito da existência de todos os requisitos ensejadores do benefício de aposentadoria por idade rural, o Requerente, em via administrativa (despacho decisório em anexo), teve seu pedido indevidamente negado, sob a justificativa infundada de não ter sido comprovado o efetivo exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua no período correspondente à carência do benefício imediatamente anterior ao requerimento ou a data em que implementou a idade exigida. Tal decisão indevida motiva a presente demanda. II – DO DIREITO A pretensão do Autor está fundamentada no art. 201, I, da Constituição Federal, e nos arts. 39, 48 e 142 da Lei 8.213/91 (LBPS), encontrando-se presentes os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria rural por idade, a saber: atividade rural pelo período idêntico à carência do benefício e a idade de 60 anos para os homens. Por outro lado, não é necessário que a prestação da atividade rural seja contínua, mas apenas que o segurado esteja trabalhando no campo no momento da aposentadoria, conforme preceitua o § 2º do art. 48 da lei 8.213/91. Neste sentido, pertinente destacar a jurisprudência do Tribunal especializado na matéria, veja: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. BOIA-FRIA. PESCADOR ARTESANAL. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. DESCONTINUIDADE DO TRABALHO RURAL. POSSIBILIDADE. 1. Procede o pedido de aposentadoria rural por idade quando atendidos os requisitos previstos nos artigos 11, VII, 48, § 1º e 142, da Lei nº 8.213/91. 2. Comprovado o implemento da idade mínima (sessenta anos para o homem e cinquenta e cinco anos para a mulher) e o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, por tempo igual ao número de meses correspondentes à carência, é devido o benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. 3. Considera-se comprovado o exercício de atividade rural havendo início de prova material complementada por prova testemunhal idônea, sendo dispensável o recolhimento de contribuições para fins de concessão do benefício. 4. Havendo prova da atividade rural em período imediatamente anterior ao requerimento administrativo ou implemento do requisito etário e equivalente a pelo menos um terço daquele relativo à carência, deve ser admitido o direito à aposentadoria rural por idade com o cômputo de períodos anteriores descontínuos (art. 48, § 2º, e art. 143 da Lei 8.213/91) para fins de implemento da carência. (TRF4, APELREEX 0008972-58.2015.404.9999, Quinta Turma, Relator José Antonio Savaris, D.E. 01/09/2015, com grifos acrescidos) No caso em tela, a idade mínima foi completada em DIA de MÊS de ANO. No que tange ao período de atividade rural, também se constata a sua implementação, haja vista que o Autor comprova o exercício da atividade rural durante 442 meses. Para fins de comprovação do tempo de serviço rural em regime de economia familiar, o Autor apresenta os seguintes documentos: Carteira de associado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de CIDADE, com data de admissão em 30 de março de 1976; Guias de recolhimento de contribuição ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de CIDADE, referente ao ano de 1980, no qual consta que o Autor iniciou as atividades no ano de 1972; Guias de recolhimento de contribuição ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de CIDADE, referentes aos anos de 1976, 1977, 1978, 1983, 1985, 1986, 1987, 1990 e 1991 e 2000; Notas fiscais de produtor rural, referentes aos anos de 1978, 1981, 1982, 1983, 1984, 1987, 1989, 1990, 1991, 1993, 1994, 1995, 1996, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008 e 2011 Guias de recolhimento de Contribuição Confederativa – Comprovante de atividade de trabalhador rural, referentes aos anos de 1992 e 1998; Carta de anuência, na qual o Autor autoriza a Cooperativa XXXXXXXXX a constituir penhor da totalidade da safra relativa ao período de 2001 a 2008; Contrato de parceria rural realizado com a Sra. XXXXXXXXXXXXX, em fevereiro de 2004, com período de vigência de cinco anos; Matrícula XXXX do Cartório de Registro de imóveis de CIDADE, comprovando a propriedade do imóvel em favor da Sra. XXXXXXXXXXXXXX; Documentos do Departamento de Produção Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do ESTADO, demonstrando o número de bovinos de propriedade do Autor, referente ao ano de 2012; A fim de comprovar o tempo laborado como empregado rural o demandante apresenta CTPS onde estão devidamente anotados os contratos de trabalho, nas funções de trabalhador rural e serviços gerais em estabelecimentos rurais. Portanto, apresentado inicio de prova material acerca do exercício de atividade rural durante o período de carência, imperioso seja realizada prova testemunhal a fim de comprovar cabalmente o direito do Demandante. Destarte, cumprindo os requisitos exigidos em lei, idade e tempo de serviço rural idêntico à carência do benefício, o Autor adquiriu o direito à aposentadoria rural por idade. III – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA ENTENDE O AUTOR QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER MELHOR APRECIADA EM SENTENÇA. De acordo com a previsão do art. 43 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais), salvo situações excepcionais, deverá ser atribuído apenas o efeito devolutivo aos recursos inominados. Tal disposição possui aplicação aos Juizados Especiais Federais, conforme disposto no art. 1º da Lei 10.259/01. De qualquer forma, o Requerente necessita da concessão do benefício em tela para custear a própria vida. Vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concessão do benefício se confundem com os necessários para o deferimento desta medida antecipatória, motivo pelo qual, em sentença, se tornará imperiosa a sua concessão. O caráter alimentar do benefício traduz um quadro de urgência que exige pronta resposta do Judiciário, tendo em vista que nos benefícios previdenciários resta intuitivo o risco de ineficácia do provimento jurisdicional final. IV – DO PEDIDO ANTE O EXPOSTO, requer: O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como a concessão de prioridade na tramitação, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), e o art. 1211-A do CPC, eis que o Autor conta com mais de 60 anos; A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista que o Autor não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família; A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, apresente defesa; A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o documental e o testemunhal; O deferimento da antecipação de tutela, com a apreciação do pedido de implantação do benefício em sentença; O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a: Reconhecer como tempo de serviço em regime de economia familiar o período de 01/01/1976 a 31/12/1987, 01/01/1989 a 31/12/1991, 01/01/1994 a 31/12/2008, e 01/01/2011 a 11/10/2012; Reconhecer como tempo de serviço rural na qualidade de empregado os períodos de 01/01/1988 a 31/12/1988, 01/01/1992 a 31/12/1993 e 01/01/2009 a 31/12/2010; Conceder ao Autor o BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL, a partir do requerimento administrativo (11/10/2012), com a condenação do pagamento das prestações em atraso, corrigidas na forma da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as prestações. Nesses Termos; Pede Deferimento. Dá à causa o valor de R$ XX.XXX,XX.[1: Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ X.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX) = R$ XX.XXX,XX.] Santa Maria, 19 de janeiro de 2015. NOME DO ADVOGADO OAB/UF XX.XXX
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