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ABORDAGEM COGNITIVISTA E ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL

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UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
ABORDAGEM COGNITIVISTA E ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL
LILYANE PIRES DE MORAIS
Goiânia
Novembro/ 2013
ABORDAGEM COGNITIVISTA/ CONSTRUTIVISTA- JEAN PIAGET
Visão de Homem e Mundo
Nesta abordagem iremos analisar homem e mundo conjuntamente, pensando no fato de que o conhecimento é o produto da interação entre eles, entre o sujeito e o objeto. Aqui se entende o ser humano como um sistema aberto, ou seja, consideram sua capacidade de processar novas informações, integrando-as a seu repertório individual, reconstruindo-as de forma única e subjetiva continuamente ao longo da vida, em direção à constante auto superação, e incorporando estruturas mentais cada vez mais complexas.
Visão de Sociedade
A sociedade é percebida como fatos sociológicos, como: regras, valores, normas e símbolos. De acordo com este posicionamento vai variar de grupo para grupo, de acordo como o nível mental médio das pessoas que constituem o grupo. Lembrando que o ambiente físico e social coloca continuamente a criança diante de questões que rompem o estado de equilíbrio do organismo com isso ha busca de comportamentos mais adaptativos.
Visão de Conhecimento
O conhecimento é posto como uma construção contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte é sempre caracterizado por formação de novas estruturas que não existiam anteriormente no individuo. Percebemos que no funcionamento mental, as questões podem ser propostas pelo próprio sujeito do conhecimento. Então com isso podemos dizer que Piaget valoriza a curiosidade intelectual e a criatividade, sugerindo que o ato de conhecer é prazeroso e gratificante tanto para a criança como para o adolescente e o adulto, e se constitui em uma força motivadora para o seu próprio desenvolvimento. Com tudo isso, podemos dizer que o conhecimento possibilita novas formas de interação com o ambiente.
Visão de Educação
 O objetivo da educação é de que cada aluno aprenda por si, ela deve levar o aluno a uma autonomia intelectual, sendo assim considera um processo de socialização o meio escolar e deveria incentivar atividades em grupo. A primeira tarefa da educação seria a formação do raciocínio, há respeito mútuo entre professor e aluno.
Escola
A escola cognitiva construtivista, busca a origem das estratégias ao estudar os processos mentais de sua criação. Essa escola estuda as estratégias que se desenvolvem nas mentes das pessoas, a fim de categorizar os processos mentais em estruturas, modelos, mapas, conceitos e esquemas. Cada vez mais as escolas são capazes de desenvolver as habilidades cognitivas de seus alunos. Ela é um espaço de interação e de transformação para desenvolver o potencial do aluno. A escola torna acessíveis aos seus alunos aspectos da cultura que são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal, não só no caráter cognitivo, mas inclui também capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e motora. 
 
Professor
 O professor nesta abordagem precisa ter a intervenção pedagógica intencional, que desencadeia o processo ensino-aprendizagem. O lugar onde o potencial do aluno seja desenvolvido. Os professores podem se guiar para solucionar determinadas situações. A concepção construtivista é utilizada como instrumento de análise educativa e uma ferramenta útil para tomar decisões inteligentes, inerentes ao planejamento, aplicação e avaliação do ensino.
Aluno
Nesta abordagem o aluno tem um papel essencialmente ativo de observar, experimentar, comparar, relacionar, analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses e argumentar proporcionando sua aprendizagem, não sendo a mesma apenas fruto de sua inteligência, mas uma construção de conhecimento feita através da identificação pessoal e relação resultante da interação entre as pessoas.
Processo Ensino/ Aprendizagem
Segundo Piaget o processo de ensino e aprendizagem ocorre na medida em que o cérebro, com suas conexões neurais e mnemônicas, interligam os fatos, fenômenos e percepções, permitindo um aprendizado e, ao mesmo tempo, ampliando essa capacidade ao longo do tempo e do desenvolvimento fisiológico e anatômico humano. É neste contexto social de aprendizado que o método construtivista ocorre, sem duvida, com uma lógica individual somada a interação social. Deve-se dar ao aluno a capacidade de aprender por si próprio, é preciso livre cooperação dos alunos para isso. O ensino compatível com esta teoria deve ser baseada no ensino e no erro, professor atua como um transmissor, orienta o aluno a ter o auto controle e autonomia. Para Piaget o trabalho com os indivíduos é decisivo no desenvolvimento intelectual. O conhecimento começa a partir do momento que ele é comunicável e controlável.
Avaliação
Na perspectiva da proposta construtivista, avaliar é acompanhar e valorizar todo o processo de construção do conhecimento do aluno, sendo que esta avaliação é no âmbito qualitativo e não no quantitativo. Tais observações servem para acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em suas eventuais dúvidas, preparando estes para a vida e na superação de suas dificuldades.
Nesse processo, a participação do aluno conta muito, a medida que há aprendizagem, não como um objetivo estanque e que precisa ser cobrado, mas levando em conta a vontade, o desejo e a conscientização de que sempre é possível evoluir. Seguindo esta concepção é que a escola tem se preocupado em fornecer pareceres que destacam as etapas que o aluno conseguiu alcançar, as que ainda não conseguiu e as dificuldades que apresenta. Desta forma, um acompanhamento mais contínuo, que possa sugerir melhores formas de pais e professores auxiliarem a criança em cada etapa, tem sido buscado pelas instituições educativas.
Características Gerais da Abordagem
 
Esta abordagem organiza os conhecimentos e processos de comportamentos dos seres, o que facilita a tomada de decisões. Ou seja, é o estudo científico da aprendizagem. Um dos seus principais representantes é Jean Piaget, que dedicou seus estudos a psicologia, epistemologia e educação. Foi ele quem criou a teoria cognitivista. Esta teoria foi assim dividida em quatro fases: sensório motor; pré-operacional; operatório concreto e operatório formal. Piaget foi considerado por muitos autores o “Einstein da Psicologia”.
 Pelo fato de essa teoria ser tratada como uma perspectiva intencionista, homem e mundo são analisados conjuntamente, há uma noção de desenvolvimento do ser humano por fases. Cada estágio envolve um período de formação e realização, a ordem dessas sucessões é constante. Esse processo de desenvolvimento se dá à assimilação x acomodação, o desenvolvimento do ser humano consiste em alcançar o máximo de operacionalidade.
 O desenvolvimento social deve caminhar no sentido da democracia ao nível individual, a personalidade consistirá em uma forma de consciência intelectual. A moral é uma construção gradual, o egocentrismo é caracterizado por imaturidade intelectual e afetiva. Para Piaget democracia consistirá em superação, não tem um modelo de sociedade ideal.
 O conhecimento é uma construção contínua, o conhecimento humano é essencialmente ativo. Para Piaget existem duas fases de conhecimento, a exógena e a endógena, não há um começo absoluto. O desenvolvimento do ser humano é determinado pelas aquisições vinculadas à experiências, pela estimulação ou imposição do meio externo social.
Referências sobre o principal autor: Quem foi Jean Piaget? O que provavelmente influenciou este autor a escrever e desenvolver tal abordagem?
 Considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, fundou a teoria do conhecimento. Dedicou-se a área da psicologia, epistemologia e educação. Aos onze anos publica o primeiro relato sobre um pardal albino.
Tornou-se mundialmente reconhecido por sua revolução epistemológica.
Em uma viagem a Paris em 1919, começou a trabalhar no instituto de Rousseau,
quando publica os primeiros artigos sobre crianças.
 Através de minuciosas observações de seus filhos, Piaget impulsiona a teoria cognitiva, para ele as crianças só poderia aprender o que estavam preparadas para assimilar, investiga a gênese psicológica das “estruturas do pensamento” nas diversas áreas do conhecimento científico.
 Na educação Piaget utiliza sua teoria dos “estágios” para contrapor os ensinos tradicionais, ele demonstra que a capacidade cognitiva humana, nasce e se desenvolve, não vem pronta. Ele desenvolveu suas pesquisas com o sujeito epistemológico através do método clínico desenvolvido por ele. A teoria explica como o conhecimento é adquirido e montado em nossa psique. Através dessa teoria diversas propostas de educação surgiram.
 Um de seus alunos Reuven, desenvolve a teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, este afirma que a inteligência humana pode ser estimulada e que qualquer indivíduo pode adquirir capacidade de aprender.
 Os princípios que levaram Piaget a desenvolver tal trabalho, foram os conceitos biológicos, mas estes não partiram de ideias originais, ele tomou esse conceito pré-existente e o aplicou no desenvolvimento da inteligência do indivíduo a medida que amadurecessem. Baseado em sua conclusão de que a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento total do organismo. Piaget busca conjugar o lógico e o biológico em uma única teoria.
 Na função de aplicar testes em crianças, Piaget descobre que as respostas erradas eram mais interessantes do que as corretas, observou também que crianças das mesmas idades acometem erros semelhantes. Daí sua lógica de que o funcionamento mental de uma criança é qualitativamente diferente da vida adulta, logo percebe que a lógica trata-se de um fenômeno que se desenvolve gradativamente. Em uma segunda etapa Piaget orienta sua teorização sobre as estruturas cognitivas para a dimensão lógico-formal.
ABORDAGEM SÓCIO CULTURAL- PAULO FREIRE
Visão de Homem e Mundo
Nesta abordagem a visão de homem e mundo segue um contexto que visa os dois juntos, em uma linha interacionista, sendo o homem o sujeito, criador e objeto do conhecimento e o mundo como lugar onde ele desenvolverá sua prática cultural, tornando-se um crítico capaz de mudar uma realidade e uma cultura, quando está já não o faz refletir sobre o mundo.
Visão de Sociedade
A sociedade é percebida como o local onde o homem cultiva sua própria cultura, e ele o faz através da interferência direta do meio onde vive, integrando-a ao seu contexto de vida. 
 Visão de Conhecimento
A visão de conhecimento dentro da abordagem Sócio cultural é trabalhada de uma forma que o sujeito não deixa para trás a história e cultura próprios. As respostas por ele encontradas não modificam apenas a sua realidade, mas ele próprio e esse processo deve estar ligado a sua conscientização seguindo uma linha onde o conhecimento é elaborado a partir do pensamento e da prática. O conhecimento nesta abordagem é progressivo, nunca acabado e busca sempre aproximar a realidade da pratica, essa mesma realidade é o objeto principal do conhecimento do homem. O papel do educador é fazer com o que o aluno, veja na realidade a forma de aplicar a teoria aprendida. 
 5) Visão de Educação
 Na abordagem sócio cultural a educação parte do sujeito, aonde ele tem que exercer uma reflexão sobre o que acontece ao seu redor. Levar essas experiências para a sala de aula, e compartilhá-las com o professor e os colegas de classe. A educação deve proporcionar ao indivíduo, oportunidades de estabelecer relações com o mundo e com outros indivíduos que compõem uma sociedade, outra cultura. A educação deve tornar o indivíduo em um ser critico e reflexivo diante a sociedade e cultura.
6) Escola
Segundo Mizukami a escola a “educação na é restrita a escola, nela a educação é formal onde deve haver um processo de conscientização entre professor e aluno.” Cada escola deve ter um currículo próprio, com objetivos a serem cumpridos durante o ano letivo. Como nas escolas as relações são mecânicas, torna algumas vezes difícil passar a educação formal sem interferir e sem haver uma transformação social.
7) Professor e Aluno 
O professor precisa ter uma grande compreensão da sociedade em que esta atuando, para desta forma obter um melhor resultado no processo de aprendizagem dos alunos. O professor e o aluno aprendem juntos, cada professor deve estimular seus alunos a questionar a cultura que lhes é apresentada e a partir dai criar a própria cultura, a partir da realidade em que vive. O professor leva em consideração as diferenças individuais de cada aluno e não tenta criar um ensino padronizado, já que todos são pessoas diferentes e com histórias de vida diferente. O aluno interage com o professor ajudando no processo de ensino-aprendizagem falando sobre sua cultura e suas experiências de vida. 
8) Processo Ensino/ Aprendizagem
Para que o processo de ensino- aprendizagem ocorra, a relação entre educador e educando deve superar a relação opressor- oprimido. “É necessário que o educador se torne educando e o educando se torne educador.” (MIZUKAMI, 1986). 
O diálogo é essencial para este método educativo, educador e educando são sujeitos de um processo onde ocorre um crescimento em ambos. O meio é determinante para um desenvolvimento maior dos envolvidos no processo de aprendizagem. 
“Ninguém educa ninguém e ninguém se educa; os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 1975).
9) Avaliação
Nesta abordagem a avaliação não ocorre de forma tradicional com notas e provas, mas sim com uma auto avaliação da prática educativa como um todo, observando o desempenho de cada um e em que podem melhorar.
10) Características Gerais da Abordagem
Uma característica marcante da Abordagem Sócio Cultural é se tratar principalmente das relações do ser humano com a cultura. Seu principal objetivo é enfatizar a cultura popular de forma a induzir a democratização da mesma e definir como as relações dos indivíduos em diferentes grupos culturais influenciam em sua própria significação de mundo, como percebemos uma sociedade, pois temos plena consciência do quanto é grande a influência da cultura sobre um indivíduo. Nesta abordagem, a educação não fica restrita à educação formal, proporcionada pela escola, mas também a um amplo processo de ensino e aprendizagem inserido na sociedade. Ela deve provocar e criar condições para que seja desenvolvidas no indivíduo uma atitude de reflexão crítica comprometida com a sociedade e sua cultura forçando-o a transformá-la e melhorá-la.
Para Paulo Freire, o foco era a cultura popular, sendo ela bastante importante no aspecto social, político e cultural. Este autor tinha grande preocupação em como levar para a sala de aula as diferentes culturas dos alunos, de forma a conseguir trabalha-las no coletivo, de forma a assumir e não somente consumir tais vivências e valores, mudando a visão de homem diante da vastidão do mundo, da cultura, da educação e da própria ação educativa.
Referências sobre o principal autor: Quem foi Paulo Freire? O que provavelmente influenciou este autor a escrever e desenvolver tal abordagem?
Paulo Reglus Neves Freire foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática era fundamentada na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo usando uma prática dialética com a realidade, contrapondo a ideia da chamada educação bancária, tecnicista e alienante, o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio seu caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de padrões tradicionais, o educando definiria o rumo do seu próprio aprendizado. Se destacou pelo seu trabalho na alfabetização de adultos e na área da educação popular voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Foi
o brasileiro mais homenageado da história, ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de Universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. 
Acreditamos que o que provavelmente influenciou Paulo Freire a desenvolver esta Abordagem foi o fato de ter vivenciado a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929. Esta experiência o levou a se preocupar com os mais pobres e o ajudou a construir seu revolucionário método de alfabetização. Pelo seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma grande inspiração para várias gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Autor de Pedagogia do Oprimido, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
Referências Bibliográficas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget
http://www.ufvjm.edu.br/site/educacaoemquimica/files/2010/10/Seminario-de-Metodologia-do-Ensino-I-Grupo-0510.pdf
http://www.usjt.br/pub/revint/19_40.pdf 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire
http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/teoria-socio-construtivista-um-olhar-sobperspectiva-.htm
http://majudandrea3.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html

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