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Arbitragem: Solução Privada de Conflitos

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A Arbitragem é um modo privado de solução de conflitos, é um método héterocompositivo de resolução de conflitos, a solução é imposta por meio de um terceiro, (os), o tribunal arbitral, este decidirá de forma definitiva litígios envolvendo direitos patrimoniais disponíveis. Da decisão do tribunal arbitral não caberá recurso ao poder judiciário. 
A Arbitragem foi inserida no novo Código de Processo Civil no artigo 3º §1º, que permite a Arbitragem na forma da lei, também regulamentado através das Leis 9.307/1996 e 13.129/215.
Convenção de arbitragem: Nos dizeres de Roberto Portugal Bacelar (pg 129, cap.9 BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e Arbitragem. São Paulo. Saraiva, 2012 – (Coleção Saberes do Direito; 53) A arbitragem só poderá ser instituída pela vontade livre das partes em acordo genérico denominado convenção de arbitragem. Entendem-se por convenção de arbitragem (gênero) tanto a cláusula compromissória quanto o compromisso arbitral (art. 3º da Lei n. 9.307/96); aquela estabelece a opção pela arbitragem e este satisfaz e concretiza a opção.
 Estas leis se relacionam de forma harmônica devido a um novo instituto que o CPC/15 trouxe que é a Carta Arbitral, prevista no artigo 237 inciso IV do NCPC: Será expedida carta: arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória. A carta Arbitral é um instrumento de cooperação entre o Arbitro e o poder judiciário, é chamada de Arbitral porque o juiz não vai redecidir, apenas analisa se estão preenchidos os requisitos pra carta e determinar o cumprimento da medida, está carta se relaciona com a lei de arbitragem 9.307/1996 no artigo 22 § 2º, quando, o Árbitro precisa determinar providencias forçadas, por exemplo, quando o árbitro marca uma audiência que precisa comparecer uma testemunha e está testemunha não pode ir, o árbitro pede uma solicitação ao poder judiciário para que determine a condução coercitiva da testemunha à próxima sessão em que será ouvida. Outras medidas coercitivas, assim como medidas de tutela de urgência, igualmente poderão ser determinadas pelo juízo arbitral, que solicitará, por carta arbitral, a cooperação do juiz estatal competente para efetivação da medida tomada (art. 22, § 4º, da Lei de Arbitragem), notadamente em caso de resistência. 
Outros fatores importantes que valorizam a arbitragem estão previstos no novo CPC, tais como: 
Possibilidade de decretação de segredo de justiça em procedimentos que envolvam a arbitragem: encontra-se expresso no artigo 189, IV: “Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo”. Desde que comprovado que a arbitragem é confidencial será processado em segredo de justiça.
Criação de um novo pressuposto processual negativo: art.485, VII, em prestigio a competência do arbitro, que determina que se começou um procedimento arbitral e o arbitro reconhece que é competente (legitimo), para processar e julgar a controvérsia, essa decisão é causa de extinção do processo judicial sem resolução do mérito. Denominado regra da Kompetenz kompetenz do juízo arbitral: é dele a competência para examinar a sua própria competência. Para Fred Didier “A regra da Kompetenz kompetenz é mais que isso: é um reconhecimento normativo por parte do Estado de que a jurisdição, em tese sob seu monopólio, pode ser exercida prioritariamente por agentes privados em algumas circunstâncias. Assim, essa regra é uma declaração estatal de reconhecimento do direito da arbitragem como conjunto normativo em que está contido um mé- todo jurisdicional privado para solução de um determinado litígio envolvendo direitos com conteúdo preponderantemente econômico”. (Rev. TST, Brasília, vol. 79, no 4, out/dez 2013pg-79)
 
Sentença Estrangeira: art. 960 § 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. _ Reconhecimento de regime próprio de sentença estrangeira pois o Brasil é signatário de uma convenção internacional que disciplina, CNY/1958. 
JUNIOR, Fredie Didier. A arbitragem no Novo Código de Processo Civil(versão da Câmara dos Deputados – Dep. Paulo Teixeira) Rev. TST, Brasília, vol. 79, n. 4, out/dez 2013. Disponível em: < https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/1939/55987/004_didierjunior.pdf?sequence=1>
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI224780,31047-Entra+em+vigor+a+lei+1312915+que+reforma+a+Lei+de+Arbitragem
http://www.fkb.br/biblioteca/Arquivos/Direito/Mediacao%20e%20Arbitragem%20-%20Roberto%20Portugal%20Bacellar.pdf -BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e Arbitragem. São Paulo. Saraiva, 2012 – (Coleção Saberes do Direito; 53)

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