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Princípios do direito penal

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Princípios do direito penal
Principio da Reserva Legal e da anterioridade da Lei penal
Artigo 1- Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. É o principio nullum crimen, nulla poena sine praevia lege. Inserido no artigo 5, inciso XXXIX, da CF. 
O principio da reserva legal : o Estado não pode punir uma pessoa por uma conduta não prevista ( descrita) em lei como criem. 
Conceito de principio da anterioridade- a Lei deve estar em vigor na data em que a conduta criminosa é cometida. 
Aplica-se aos crimes e as contravenções penais
Mandados de criminalização 
Indicam matérias sobre as quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados bens ou interesses de forma adequada. 
São encontrados no artigo 5, incisos XLII ( racismo), XLIII ( tortura, trafico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos ), XLIV ( acao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional). 
Princípio da irretroatividade da lei penal mais maléfica e retroatividade da lei penal mais benéfica
De acordo com o inciso XL, do artigo 5, da Constituição Federal , a lei penal somente retroagirá para beneficiar o acusado. Nesse sentido, dispõe o artigo 2 do Código Penal. 
A irretroatividade não atinge somente as penas, como também as medidas de segurança. 
Principio da Culpabilidade
Decorrência do Estado Democrático de Direito. Impondo que ninguém seja responsabilizado penalmente sem que tenha agido com dolo ou culpa. 
Principio da dignidade da pessoa humana
A dignidade da pessoa humana ( artigo 1, inciso III, da CF) é o alicerce do Estado Democrático de Direito. O legislador constituinte dispõe a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais ( artigo 5, XLI, da CF). 
Principio da humanidade ( ou da humanização das penas)
O principio da humanização das penas impede que o direito de punir do Estado atinja a dignidade da pessoa humana. A CF, no inciso XLVII, artigo 5, proíbe a aplicação de penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, inciso XIX, b) de caráter perpetuo, c) de trabalhos forçados, d) de banimento, e) cruéis. 
Principio da pessoalidade
Somente o autor do delito pode sofrer a sanção penal, conforme dispõe o artigo 5, inciso XLV, da CF: nenhuma pena passara da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
Principio da individualização da pena
O artigo 5, inciso XLVI, da CF, estabelece que a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes : a) privação ou restrição da liberdade. B) perda de bens. C) multa. D) prestação social alternativa . E) suspensão ou interdição de direitos 
Princípios da intervenção mínima
É o principio segundo o qual somente se deve recorrer ao Direito Penal, quando exauridos todos os meios alternativos de controle social. Serve de orientar a abolição de crimes. O direito deve intervir o menos possível na vida da sociedade, somente entrando em ação quando, os demais ramos do Direito não forem capazes de proteger aqueles considerados de maior importância. 
Principio da Fragmentariedade
Decorre do principio da intervenção mínima. Se caracteriza por seu caráter seletivo. Seu objetivo é proteger os bens jurídicos mais relevantes e necessários para a sobrevivência da sociedade. 
Principio da adequação social
Existem condutas que, embora estejam tipificadas em lei, não afrontam o sentimento social de justiça. 
Exemplo: as mães perfuram as orelhas dos seus filhos. Pessoas fazem tatuagem. Essas condutas estão descritas na lei penal, em razão de uma lesão corporal. Apesar disso, não são consideradas crimes. 
São socialmente aceitas e não atentam contra a Constituição Federal de 1988. 
O fundador foi Hans Welzel . 
As condutas são aceitas pela sociedade, seja pelos costumes, cultura, passaram a ser excluídas da esfera penal. 
Principio da alteridade 
É aquele que impede a punição da autolesão. As pessoas não podem ser responsabilizadas criminalmente por algo que as atingem exclusivamente. Ex: o suicida, caso sobreviva, não possui responsabilidade penal alguma, por causa do principio da alteridade, que proíbe a punição de condutas que atingem apenas a pessoa do autor isoladamente . Ex. autolesão. 
Criado por Claus Roxin. 
Principio da insignificância ou de bagatela
A conduta somente configura um fato típico se a lesão ao bem jurídico possuir o mínimo de relevância. A tutela penal deve ser o ultimo caminho e não se presta a punir situações irrelevantes, justamente para evitar constrangimento desnecessários à dignidade do ser humano. 
A conduta somente configura um fato típico se a lesão ao bem jurídico possuir o mínimo de relevância. 
O delito de menor potencial ofensivo não configura, por si só, o principio da insignificância, porque possui uma ofensa mínima, e não insignificante – ex. crime de ameaça. 
Exclui a tipidicade . Exclui a punibilidade . 
 
O pequeno valor econômico da coisa não é suficiente para aplicar o principio da insignificância. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que não. 
Critérios levados na aplicação do principio da insignificância. São eles:
Mínima ofensividade da conduta
Inexistência de periculosidade social do ato
Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. 
Inexistência da lesão provocada. 
Importa em absolvição do réu. 
Pode ser praticado em um determinado ato infracional. 
Crimes que não é aplicável o principio da insignificância
Contrabando – artigo 334- A do Código penal
Em face da natureza proibida da mercadoria importada ou exportada. 
Crimes ambientais- não cabe, porem em situações excepcionais há espaço para a criminalidade de bagatela. O STF já decidiu a respeito 
Crimes contra a fé publica- o bem jurídico tutelado é a credibilidade depositada nos documentos. Exemplo: crime de moeda falsa. 
Trafico internacional de arma de fogo- determinado no artigo 18 da Lei 10.826 de 2003- o Estatuto do desarmamento , não comporta o principio da insignificância. 
Atos de improbidade administrativa – lei 8.429 de 1992. não admite o principio da insignificancia – STJ. 
Principio da insignificância e autoridade policial 
O Superior Tribunal de Justiça entende que somente o Poder Judiciário é dotado de poderes para efetuar o reconhecimento do principio da insignificância. A autoridade policial está obrigada a efetuar a prisão em flagrante, cabendo-lhe submeter imediatamente a questão à autoridade judiciaria competente. 
PRINCIPIO DA ADEQUEÇÃO SOCIAL X PRINCIPIO DA INFIGNIFICANCIA
O fato é socialmente inadequado, mas considerado atípico em face da sua ínfima lesividade. 
Na adequação social, a conduta deixa de ser punida porque a sociedade não a reputa mais injusta. Ex: o crime de descaminho praticado por camelô é socialmente aceitável.

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