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158072030716 DPC DIRPENAL AULAS06E07

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DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Penal – Aulas 06 e 07 
Geovane Moraes 
1 
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR 
 
CRIMES TENTADOS E CONSUMADOS 
 
ITER CRIMINIS 
- Cogitação; 
Atos preparatórios; 
Execução; 
Consumação; 
Exaurimento; 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os ele-
mentos de sua definição legal; 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se con-
suma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, 
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
DICA MUITO IMPORTANTE 
 - Critério para aferir a redução de pena decorrente 
da tentativa: 
 Relação inversamente proporcional ao iter criminis 
percorrido. 
 
STF, RHC 121845, Relator(a): Min. ROBERTO 
BARROSO, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014 
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. ROUBO TENTADO. PERCENTUAL DE 
DIMINUIÇÃO DE PENA. INEXISTÊNCIA DE ILEGA-
LIDADE OU DE CONTRARIDADE À ORIENTAÇÃO 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. A dosimetria da pena é questão relativa ao mérito 
da ação penal não sendo possível às instâncias ex-
traordinárias analisar os dados fáticos da causa para 
redimensionar a pena finalmente aplicada. 2. A defi-
nição do percentual de redução da pena pela tenta-
tiva deve observar os atos de execução já praticados. 
3. Recurso ordinário a que se nega provimento. 
 
STJ, HC 184.325/DF, Rel. Ministro NEFI COR-
DEIRO, Rel. p/ Acórdão Ministro ERICSON MARA-
NHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 03/11/2015. 
Da mesma forma que, na tentativa, a redução é valo-
rado conforme o iter criminis percorrido, as conse-
quências do delito nos crimes tentados devem ser 
proporcionais ao resultado produzido pela conduta 
criminosa. 
 
TEMAS CABULOSOS 
1 – Qual a diferença entre tentativa perfeita e imper-
feita? 
2 – Qual a diferença entre tentativa branca e tentativa 
vermelha; 
3 – É punível tentativa em sede de contravenção pe-
nal? 
 
Art. 4º da LCP - Não é punível a tentativa de contra-
venção. 
 
4 – Qual a diferença entre desistência voluntária e 
arrependimento eficaz? 
5 – Como reconhecer o arrependimento posterior? 
6 – Situações específicas que não devem ser confun-
didas com arrependimento posterior: 
 
- Peculato culposo; 
Súmula 554 do STF; 
O pagamento de cheque emitido sem provisão de 
fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta 
ao prosseguimento da ação penal. 
 
Falso testemunho; 
Art. 342 do CP. 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sen-
tença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade. 
 
Crimes contra a ordem tributária; 
Lei 11.941/09 
 
Parágrafo único. Na hipótese de pagamento efetu-
ado pela pessoa física prevista no § 15 do art. 1o 
desta Lei, a extinção da punibilidade ocorrerá com o 
pagamento integral dos valores correspondentes à 
ação penal. 
 
 Art. 69. Extingue-se a punibilidade dos crimes re-
feridos no art. 68 quando a pessoa jurídica relacio-
nada com o agente efetuar o pagamento integral dos 
débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, 
inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de con-
cessão de parcelamento. 
 
- Procedimento do rito sumaríssimo; 
 
Lei 9099/95 
 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida 
a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença 
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no 
juízo civil competente. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de inici-
ativa privada ou de ação penal pública condicionada 
 
 
 
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Direito Penal – Aulas 06 e 07 
Geovane Moraes 
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à representação, o acordo homologado acarreta a re-
núncia ao direito de queixa ou representação. 
 
6 –Como reconhecer a tentativa inidônea? 
7- É possível tentativa em: 
Crime culposo? 
Crime de resultado naturalístico obrigatório? 
Crime praticado com dolo eventual? 
Crime habitual? 
 
CRIME DOLOSO E CULPOSO 
 
TEORIA GERAL DO DOLO 
 
Espécies Elementares de Dolo 
Direto; 
Dolo direto de primeiro grau e dolo direto de segundo 
grau 
Eventual; 
 
 STJ, HC 328.426/SP, Rel. Ministra MARIA THE-
REZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado 
em 10/11/2015. 
 PENAL. HOMICÍDIO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. 
EMBRIAGUEZ. PRESUNÇÃO SIMPLÓRIA DE 
DOLO EVENTUAL. IMPOSSIBILIDADE SEM MAIO-
RES DEMONSTRAÇÕES QUE LEVEM A CON-
CLUIR PELO ELEMENTO VOLITIVO. IMPETRA-
ÇÃO NÃO CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE 
OFÍCIO PARA RESTABELECER A DECISÃO DO 
JUÍZO SINGULAR. 
 
... 2 - A embriaguez, por si só, sem outros elementos 
do caso concreto, não pode induzir à presunção, pura 
e simples, de que houve intenção de matar, notada-
mente se, como na espécie, o acórdão concluiu que, 
na dúvida, submete-se o paciente ao Júri, quando, 
em realidade, apresenta-se de maior segurança a 
aferição técnica da prova pelo magistrado da tênue 
linha que separa a culpa consciente do dolo eventual. 
 
 STF, HC 127774, Relator(a): Min. TEORI ZAVAS-
CKI, Segunda Turma, julgado em 01/12/2015, Publi-
cado em 01-02-2016. 
 1. A imputação de homicídio doloso na direção de 
veículo automotor supõe a presença de evidências 
da assunção do resultado danoso por parte do 
agente. 
A especial dificuldade na tipificação desses delitos se 
deve aos estreitos limites conceituais que interligam 
os institutos do dolo eventual e da culpa consciente. 
 
Tema Controverso 
Dolo Eventual e Racha 
(CTB – Lei 9503/97) 
 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de ve-
ículo automotor: 
 § 2o Se o agente conduz veículo automotor com 
capacidade psicomotora alterada em razão da in-
fluência de álcool ou de outra substância psicoativa 
que determine dependência ou participa, em via, de 
corrida, disputa ou competição automobilística ou 
ainda de exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não autorizada pela 
autoridade competente: 
 Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor. 
 
 Art. 308. Participar, na direção de veículo automo-
tor, em via pública, de corrida, disputa ou competição 
automobilística não autorizada pela autoridade com-
petente, gerando situação de risco à incolumidade 
pública ou privada: 
 
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resul-
tar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o 
agente não quis o resultado nem assumiu o risco de 
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclu-
são de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das 
outras penas previstas neste artigo. 
 
STJ, AgRg no REsp 1547927/SP, Rel. Ministro SE-
BASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado 
em 13/10/2015. 
... 2. O deslinde da controvérsia sobre o elemento 
subjetivo do crime, se o acusado atuou com dolo 
eventual ou culpa consciente, é de competência do 
Tribunal do Júri (Súmula 83/STJ).

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