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05 Regionalizacao do espaco

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148 
 
 
 
CAPÍTULO 1: REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO 
 
1- O MUNDO DIVIDIDO: PAÍSES CAPITALISTAS E SOCIALISTAS 
 
1.1 – FASES DO CAPITALISMO 
 
O Capitalismo Comercial 
Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada pela 
expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha). 
O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí o 
termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, 
que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade 
nacional e aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a necessidade de riquezas no interior dos 
Estados, e a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) 
que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo. 
Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o esforço 
para exportar mais do que importar, garantindo saldos comerciais positivos. 
O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu, como resultado 
de um comércio altamente lucrativo, das explorações das colônias e da pirataria, grande acúmulo de capitais 
nas mãos da burguesia européia. Karl Marx designou essa fase como a da acumulação primitiva do capital. 
 
O Capitalismo Industrial 
O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e 
culturais. As maiores mudanças resultam do que se convencionou chamar Revolução Industrial (estamos nos 
referindo aqui à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido na segunda metade do século XVIII). 
Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencialização da capacidade de transformação da 
natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas movidas a vapor, tornando acessível 
aos consumidores uma quantidade cada vez maior de produtos, o que multiplicava os lucros dos produtores. 
O comércio não era mais a essência do sistema. O lucro – objetivo dessa nova fase do capitalismo – 
advinha fundamentalmente da produção de mercadorias. 
A toda jornada de trabalho corresponde uma remuneração, que permitirá a subsistência do trabalhador. 
No entanto, o trabalhador produz um valor maior do que aquele que recebe na forma de salário, e essa fatia de 
trabalho não-pago é apropriada pelos donos das fábricas, das fazendas, das minas, etc. Dessa forma, todo 
produto ou serviço vendido traz embutido esse valor não transferido ao trabalhador, permitindo o acúmulo de 
lucro pelos capitalistas. 
Se no mercantilismo (fase comercial), o Estado absolutista era favorável aos interesses da burguesia 
comercial, no tocante a atuação da nova burguesia industrial, ou capitalista, era um empecilho. Ele não deveria 
intervir na economia, que funcionaria segundo a lógica do mercado, guiada pela livre concorrência. 
Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo. 
Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de 
produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção em série. Nessa 
época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda 
Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas 
tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. 
Com o brutal aumento da produção, pois a industrialização expandia-se para outros países, acirrou-se 
cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior a necessidade de garantirem novos mercados 
consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentos lucrativos. Foi dentro desse 
quadro que ocorreu a expansão imperialista na Ásia e na África. 
A partilha imperialista das potências industriais consolidou a divisão internacional do trabalho, pela 
qual as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que então se 
industrializavam. Tal divisão, delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase do capitalismo 
industrial. Assim, estruturou-se nas colônias uma economia complementar e subordinada à das potências 
imperialistas. 
A Alemanha, por ter se unificado tardiamente (1871), perdeu a fase mais importante da corrida 
imperialista e sentiu-se lesada, especialmente frente ao Reino Unido e à França. Além disso, como a sua 
indústria crescia em ritmo mais rápido que a dos demais países, também se ressentia mais da falta de 
mercados consumidores. O choque de interesses internos e externos entre as potências imperialistas européias 
acabou levando o mundo à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
149 
 
 
 
 
O Capitalismo Financeiro 
Uma das conseqüências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o brutal 
processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: 
indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais, etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes 
empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização 
ou oligopolização de muitos setores da economia. 
O liberalismo restringe-se cada vez mais ao plano da ideologia, pois o mercado passa a ser 
oligopolizado, dominado por grandes corporações, substituindo a livre concorrência e o livre mercado. O 
Estado, por sua vez, passa a intervir na economia, seja como agente produtor ou empresário. Essa atuação do 
Estado na economia intensificou-se após a crise de 1929, que viria a sepultar definitivamente o liberalismo 
clássico. 
A crise de 1929 deveu-se ao excesso de produção industrial e agrícola, pois os baixos salários pagos 
na época impediam a expansão do mercado de consumo interno; à recuperação da indústria européia, que 
passou a importar menos dos Estados Unidos; e à exagerada especulação com ações na bolsa de valores. 
Colocando em prática em 1933, pelo então presidente Franklin Roosevelt, o New Deal (“novo acordo”) 
foi um clássico exemplo de intervenção do Estado na economia. Baseado em um audacioso plano de obras 
públicas, com o objetivo principal de acabar com o desemprego, o New Deal foi fundamental para a 
recuperação da economia norte-americana. 
Essa política de intervenção estatal numa economia oligopolizada, que acaba favorecendo o grande 
capital, ficou conhecida como Keynesianismo, por ter sido o economista inglês John Maynard Keynes seu 
principal teórico e defensor. 
 
1.2 - CARACTERISTICAS DO CAPITALISMO 
 Propriedade Privada dos meios de produção – Os meios de produção (bancos, supermercados, 
lojas,...) pertencem predominantemente a uma pessoa ou a um grupo de pessoas. 
 Economia de Mercado – São as empresas que decidem como e quanto produzir e estabelecem o 
preço e as condições de circulação das mercadorias. 
 Lei da Oferta e da Procura – Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura por parte do 
consumidor e a quantidade do produto em oferta, isto é, colocada à venda. 
 Trabalho Assalariado – O trabalhador recebe um salário por seu trabalho, havendo concentração de 
renda, principalmente nos países mais pobres. 
 Neoliberalismo – Doutrina econômica que, especialmente nas duas últimas décadas, retomou vários 
preceitos do liberalismo clássico. Um dos pontos principais do neoliberalismo é a idéia do Estado 
mínimo, isto é, o governo deveria ter sua atuação restrita ao campo social (destinando o mínimo de 
recursos à saúde, educação e previdência, por exemplo), além de não interferir no processo 
econômico, que seria regulado exclusivamente pelas leis de mercado. 
 
1.3 – ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO SISTEMA CAPITALISTA 
 Monopólio – Situação em que há umaúnica empresa fornecedora de determinado produto, que 
controla sua oferta e seu preço. 
 Oligopólio – Grupo constituído por um pequeno número de empresas que controlam os preços de um 
produto. 
 Cartel – Associação ou combinação entre empresas, geralmente de um mesmo segmento, para 
garantir o controle da produção e dos preços. 
 Truste – fusões e incorporações entre empresas que realizam uma mesma atividade com o intuito de 
garantir o domínio do mercado. 
 Holding – Uma empresa que detém o controle de diversas outras empresas, que atuam em diferentes 
ramos de atividades. As holding são grandes corporações que podem produzir desde canetas a 
aparelhos eletrônicos, carros e aviões. 
1.4 – SISTEMA SOCIALISTA 
 Estatização – As terras e os meios de produção devem pertencer ao Estado, que também passa a 
controlar e a definir o salário dos trabalhadores. 
 Economia Planificada – As atividades econômicas devem seguir uma planificação idealizada e 
executada pelo Estado, que decide o que e como produzir. 
 Pleno emprego – Para executar suas várias funções e diminuir as desigualdades sociais, o Estado cria 
um imenso quadro de funcionários, garantindo emprego a todos. 
150 
 
 
 
 Relação Social – O objetivo é eliminar as diferenças sociais, gerando uma melhor distribuição da 
renda. 
1.5 – GUERRA FRIA 
 Ordem Bipolar – Por serem superpotências econômicas e militares, EUA e URSS influenciavam outras 
nações, que a eles se aliaram na formação dos dois grandes blocos que polarizaram a economia e a 
sociedade do pós - segunda guerra. Essa situação perdurou até a década de 1990. 
 Muro de Berlim – Em 1949, como conseqüência da bipolarização, os países da Europa alinharam-se 
em dois blocos: a Europa Ocidental capitalista, sob a influencia dos EUA, e a Europa Oriental socialista, 
sob a influência da URSS e em 1961 foi construído o muro de Berlim. 
 
 
A partir de 1990, praticamente todos os países do bloco socialista passaram a adotar o capitalismo. 
Atualmente, praticamente somente China, Cuba e Coréia do Norte continuam socialistas, embora incluam em 
sua economia algumas características do capitalismo. 
Com o fim da União Soviética em 1991 e a conseqüente dissolução do socialismo, os Estados Unidos 
viram-se transformados em “vencedores” da Guerra Fria, assumindo o papel de grande potência mundial. 
Porém, apesar do grande poderio norte-americano, Japão e Alemanha (reunificada) também apareciam como 
pólos da economia mundial, formando uma nova era multipolar, em detrimento da bipolaridade outrora 
existente. Desta forma, temos o mundo sob a influência de três grandes pólos, os EUA, o Japão e a Europa, 
representada pela União Européia, tendo Alemanha, França e Reino Unido como sustentáculos econômicos. 
 
O FIM DA GUERRA FRIA 
Muito se discute sobre uma possível data que marque o fim da Guerra Fria, o fato é que uma série de 
acontecimentos desencadearam a dissolução do conflito Leste x Oeste. A falta de democracia, o atraso 
econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década 
de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, 
o então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país 
e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se 
enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, 
aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Os Estados Unidos assumiram o papel de única 
superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força total, e o poder não é mais de quem tem 
armas mais poderosas, mas de quem tem a economia mais forte. Veremos a seguir alguns fatores 
responsáveis pelo fim da bipolaridade mundial. 
 
A crise da URSS 
151 
 
 
 
 A economia soviética teve um considerável sucesso no período em que o mundo guiava-se pelos 
padrões tecnológicos estabelecidos pela II Revolução Industrial (industrias de siderurgia, química, petrolífera, 
aeronáutica, naval, etc). Isto colocou a URSS em igualdade com as economias capitalistas e em alguns 
momentos à frente, como o lançamento do primeiro satélite Sputnik I, em 1957, e o primeiro homem em órbita 
ao redor da Terra, Iúri Gagárin, em 1961. 
 Guiados pelo padrão tecnológico da II Revolução Industrial, a URSS priorizou indústrias de bens de 
produção e de capital, com grande prioridade para a indústria bélica. Isto porém virou um problema na medida 
em que as indústrias de bens de produção não possuíam os devidos investimentos, gerando um grande 
descompasso econômico, com produções excessivas de ferro e aço de um lado, e a carência de 
eletrodomésticos e automóveis de outro. O quadro crítico acentua-se a partir da década de 1970, com a 
chamada Terceira Revolução Industrial, que demanda altos investimentos em pesquisa e tecnologia 
favorecendo o crescimento de setores como a informática e a robótica (estes exigem uma economia mais 
dinâmica, baseada numa economia de mercado). ( ver texto “A Terceira Revolução industrial” no capítulo 8) 
 A URSS começa a se defasar econômica e tecnologicamente em meados de 1970, sendo reconhecida 
apenas por seu poderio militar, seu arsenal nuclear e sua capacidade de destruição em massa. Graças a seu 
baixo dinamismo econômico, sua produtividade industrial não acompanhava nem de longe os avanços dos 
países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir 
bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas 
intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava. A situação 
agravasse nos anos 80, com o governo norte-americano de Ronald Reagan, que aumentou os orçamentos com 
defesa. Como a União Soviética não tinha mais condições de continuar com a corrida armamentista, os acordos 
de paz entre as duas superpotências tornaram-se necessários. Foi com essa missão que Gorbachev chegou, 
em 1985, à liderança da URSS. 
 
A era Gorbachev (1985-1991) e o fim da União Soviética 
Sua plataforma política defendia a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se 
adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos se firmou, e impulsionou a 
dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. 
Dentre as reformas propostas por Gorbachev, temos a Perestroika e a Glasnost: 
- Perestroika (reestruturação): série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbatchov, não seria 
necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a 
diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos. Além disso, era 
preciso acabar com a ditadura, desmontando o aparelho repressor erigido na era Stálin. 
- Glasnost (transparência) : visava a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do 
governo para a população, permitindo o pluripartidarismo e retirando a forte censura que o governo comunista 
impunha. Esta abertura política desencadeou uma série de movimentos separatistas na URSS, levando à sua 
completa fragmentação política. 
 Gorbachev sofreu um golpe de Estado, liderado pelos comunistas conservadores, porém, o golpe 
fracassou e Mikhail foi reconduzido ao poder com o apoio de Boris Yeltsin. No entanto, o poder central se 
enfraqueceu, visto que as repúblicas – uma a uma – proclamavam sua independência política. A cartada final 
ocorreu em dezembro de 1991, quando a própria Rússia, sustentáculo da União Soviética, proclamou a sua 
independência. Com o fim da União Soviética um novo acordo foi firmado (acordo de Minsk), originando a 
CEI (Comunidade dos EstadosIndependentes), composto pelas antigas repúblicas soviéticas, exceto Estônia, 
Letônia e Lituânia. Boris Yeltsin foi eleito o novo presidente, renunciando em dezembro de 1999. Em seu lugar, 
Vladimir Putin foi eleito em março de 2000. 
 
152 
 
 
 
 
 
 Hoje a Rússia sofre graves problemas com desemprego e baixo crescimento econômico, resultados da 
tumultuada transição do socialismo para o capitalismo. O PIB só veio a crescer significativamente a partir de 
1999. Um dos grandes problemas enfrentados hoje é o grande número de movimentos separatistas dentro 
de seu território. 
 
 
 
 
 
 
 
153 
 
 
 
 
O LESTE EUROPEU 
Durante toda a Guerra Fria, a região do Leste europeu fez parte do chamado 2° mundo, sendo 
controlada pela URSS através do Pacto de Varsóvia. Com as políticas reformistas de Gorbachev e o fim 
da URSS, as frentes de independência se tornaram mais fortes nessa região, fazendo com que os países 
aderissem ao capitalismo e reorganizassem a sua economia e política. Os países integrantes* do Leste 
Europeu eram/são: 
- Pôlonia 
- Alemanha Oriental (hoje reunificada) 
- Tchecoslováquia (hoje dividida em repúblicas Tcheca e Eslováquia) 
- Hungria 
- Romênia 
- Bulgária 
- Albânia** 
- Iugoslávia** (hoje dividida em Sérvia, Montenegro, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina e 
Macedônia) 
 
 
 
* Estes países formavam um bloco fechado na Europa, limitado pela “Cortina de Ferro”. 
** Apesar da Albânia e Iugoslávia não estabelecerem relações diretas com Moscou, o regime socialista 
ditatorial era presente em ambos. 
 
Polônia e Hungria 
 Na Polônia, a abertura política começou com a legalização do Solidariedade (sindicato político 
fundado em 1980 que defendia a liberdade de expressão dos trabalhadores) em 1989. No mesmo ano, a 
URSS começava a retirar do Leste europeu suas tropas do pacto de Varsóvia. Sem a pressão militar dos 
soviéticos, as medidas liberais ganharam força, não só na Polônia como em outros países da região. 
Além disso, restabeleceram a ligação religiosa com o Vaticano e a liberdade religiosa. 
154 
 
 
 
 A Hungria também iniciou suas reformas em janeiro de 1989, quando o parlamento aprovou a lei 
que permite o pluripartidarismo. O país tornou-se uma democracia e passou a se chamar República da 
Hungria. 
 
 
Alemanha Oriental 
 Em 9 de novembro de 1989, a conselho de Gorbachev, o governo anunciou a livre passagem dos 
alemães da parte oriental para a ocidental., levando a própria população à iniciativa de derrubar o muro 
de Berlim. Em 1990, Lothar de Maiziere, primeiro-ministro da Alemanha oriental, negociou a unificação 
das duas Alemanhas com Helmut Kohl, que governava a Alemanha ocidental. A República Democrática 
Alemã não existia mais. Em 3 de outubro de 1990, a Alemanha estava reunificada. 
 
Tchecoslováquia e Bulgária 
 Em 1° de janeiro de 1993, a Tchecoslováquia se dividiu, de forma pacífica, dando origem a dois 
países diferentes: na sua porção menos desenvolvida, formou-se a Eslováquia; e na sua parte mais 
desenvolvida e industrializada, a República Tcheca, destaque na produção de automóveis e cerveja. 
 Na Bulgária a transição também aconteceu de forma pacífica. O pluripartidarismo foi admitido 
em 1988 e as reformas passaram a acontecer com o fim do Partido Comunista. Em 1990, passou a ser 
denominado República da Bulgária. 
 
Romênia 
 Na Romênia, as reformas aconteceram lentamente. Com uma economia superada, a Romênia 
tem aproveitado a entrada do capital estrangeiro, nos últimos anos, para melhorar sua situação 
econômica e tentar se reerguer. 
 
ex-Iugoslávia 
 O desmembramento da Iugoslávia deu origem a novos países: União da Sérvia e Montenegro, 
Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina e Macedônia. A separação do país foi marcada por sangrentos 
conflitos. Atualmente ocorreu a separação da Sérvia e Montenegro, em maio de 2006 
 
Albânia 
 Foi o último Estado do Leste Europeu a implementar reformas. Encerrou sua fase socialista com 
altos níveis de pobreza. Foi aliado da URSS até 1961, para posteriormente aliar-se à China até 1978. 
Depois das relações cortadas com a China, o país fechou-se num regime altamente autoritário e isolado, 
fiel à doutrina stalinista. Esta situação de instabilidade deixou o país extremamente despreparado para a 
transição econômica. Sem rumo, o governo albanês procura administrar os mecanismos do novo 
regime, ao mesmo tempo em que tenta encontrar soluções para os eternos problemas de miséria e 
desemprego. 
155 
 
 
 
 
O presidente George Bush (1989-1992) chamou de Nova Ordem Mundial. O que deixava de existir 
era a velha ordem bipolar e a rivalidade entre sistemas econômicos opostos que buscavam competir 
usando a capacidade militar. O mundo passava a funcionar sob a égide do capitalismo. A 
multipolaridade econômica não mudou significativamente a distribuição da riqueza no mundo. Os 
países ricos continuam ricos. E os pobres (ex-terceiro mundo) continuam pobres. A corrida 
armamentista perdeu força e a prioridade passou a ser a busca por novos mercados e crescimento do 
capitalismo. Esta nova fase passou a ser chamada de Globalização, com um crescente fluxo de 
informações, mercadorias, capital, serviços e pessoas em escala global. As redes que ordenam este 
fluxo podem ser materiais e virtuais, transformando o mundo em uma espécie de aldeia global. 
2- OS TRÊS MUNDOS 
 Durante o período da Guerra Fria também era comum regionalizar o espaço mundial em “três 
mundos”. 
 Primeiro Mundo – Constituído pelos países capitalistas desenvolvidos, como EUA, Reino Unido, 
França, etc. 
 Segundo Mundo – Formado pelos países socialistas, como China, URSS, Polônia, Hungria, etc. 
 Terceiro Mundo – Constituído por um conjunto muito heterogêneo de países subdesenvolvidos 
(pobres), como Brasil, Marrocos, Egito, etc. 
 
3- REGIONALIZAÇÃO PELO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO 
 
PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS 
 Elevado padrão de vida da maior parcela da população. 
 Dominação econômica, tecnológica e política sobre países subdesenvolvidos. 
 Desenvolvimento industrial e tecnológico. 
 Os setores secundários e terciários abrigam a maior parte da PEA. 
 Elevados investimentos em educação e em ciência. 
 Baixo índice de mortalidade infantil e de analfabetismo. 
 Ingestão de calorias diárias muito acima do mínimo recomendado. 
 Predomínio de população urbana. 
 Expectativa de vida além dos setenta anos. 
 Acesso aos benefícios sociais à maioria da população. 
 Emprego predominante de técnicas modernas, de máquinas e mão-de-obra qualificada no campo. 
 Modernos e eficientes meios de comunicação e de transportes. 
 A maior parte da população pertence à classe média e tem elevado padrão de vida e de consumo. 
 
PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS 
Quando, a partir da Segunda guerra Mundial, se começou a falar correntemente do 
‘subdesenvolvimento’ (era, soube-se muito mais tarde, a tradução do termo under-development que os políticos 
americanos tinham fabricado), através disso foi possível saber que três quartos da humanidade sofriam de fome 
156 
 
 
 
e atrair a atenção sobre o fato de que a população dos países pobres seria mais que o dobro nos trinta anos 
seguintes... 
(LACOSTE, Yves. Geografia do Subdesenvolvimento: geopolítica de uma crise. 1985:31) 
 Apesar de só começar a ser discutido após a segunda guerra mundial e de ser um termo originado por 
políticos norte-americanos, podemos dizer que as origens do subdesenvolvimento estão no longo período de 
dominação política e econômica e no tipo de relação estabelecida entre colônia e metrópole, durante a 
existência dos grandes impérios coloniais. Esses grandes impérios surgidos nos períodos denominados 
colonialismo (séc. XV a XVIII) e imperialismo (séc. XIX) refletiam o poder de antigas potências mercantilistas(Portugal e Espanha) e de potências da Revolução Industrial (França, Inglaterra e Holanda). 
 O fato de se tornarem independentes não garante às ex-colônias o desenvolvimento. Junto à sua 
independência somam-se os problemas decorrentes de sua antiga relação com as metrópoles além da sua 
própria incapacidade de administrar o próprio destino. Governos ditatoriais, submissão aos interesses de 
empresas transnacionais, corrupção, conflitos étnicos e dívida externa são outros agravantes da situação de 
pobreza já existente nesses países. 
 Apesar das diferenças entre os próprios países subdesenvolvidos, algumas características se fazem 
comuns: 
 Má distribuição de renda. 
 Dependência econômica, política, tecnológica e até mesmo cultural em relação aos países 
desenvolvidos. 
 Economia primário-exportadora (países pouco industrializados). 
 Os setores primário e terciário da economia e o mercado informal abrigam a maior parte da população 
empregada. 
 Altos índices de analfabetismo, de mortalidade e de natalidade e elevado crescimento populacional. 
 Ingestão de calorias diárias abaixo do mínimo recomendado. 
 Alto índice de pessoas vivendo em submoradias. 
 Dividas externas impagáveis. 
 Proliferação de grandes centros urbanos sem infra-estrutura. 
 Concentração de renda. 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PAÍSES EMERGENTES 
Não existe homogeneidade na classificação dos países subdesenvolvidos. Enquanto alguns ainda 
permanecem com as relações econômicas existentes na época colonial, outros se industrializaram e cresceram 
economicamente. Estes últimos pertencem ao grupo dos Novos Países Industrializados (NICs – New 
Idustrialized Countries), também chamados de economias emergentes e países capitalistas semiperiféricos. A 
este grupo pertencem países como Brasil, Argentina, México, Índia, África do Sul e Tigres Asiáticos (Hong 
Kong, Cingapura, Taiwan e Coréia do Sul). 
São paises pobres, industrializados ou em fase de industrialização. Apesar de industrializados, são 
dependentes de tecnologia. 
 
4 – CONFRONTO: NORTE / SUL 
Na lógica bipolar, era comum classificarmos os países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo, além 
do constante uso da expressão “conflito Leste x Oeste”. Com a Nova Ordem Mundial, essa classificação já não 
tem mais sentido. Como o Segundo Mundo, que era formado pelas nações socialistas, não existe mais, os 
países são classificados em ricos e pobres, ou desenvolvidos e subdesenvolvidos. E o mundo ficou dividido em 
países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos). Na Nova Ordem, o conflito Leste-Oeste da 
guerra fria foi substituído pelo conflito Norte-Sul, que opõe entre si as grandes diferenças que separam a 
riqueza, a tecnologia e o alto nível de vida da pobreza, da exclusão dos novos meios técnico-científicos e dos 
baixos níveis de vida. 
 
157 
 
 
 
 
 
 Algumas características desta nova divisão: 
 
- O grande contingente de ex-colônias asiáticas, africanas e americanas (com exceção de Estados 
Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia) forma o bloco dos países do Sul. Apesar de terem 
características comuns, esses países apresentam profundas diferenças entre si. 
- Alguns países se destacam na oferta de oportunidades para investimentos das empresas 
transnacionais. São países subdesenvolvidos industrializados ou em fase de industrialização. São os 
chamados países emergentes, e o Brasil está entre eles. 
- Os antigos países socialistas são chamados hoje de países de economia “em transição”, porque 
passam por uma fase de adaptação à economia de mercado. Apenas China*, Cuba, Coréia do Norte, 
Vietnã, Líbia e Laos ainda resistem como socialistas. 
- A África Subsaariana está à margem da economia global. Seus países sofrem com conflitos tribais, 
fome, seca e aids. Além disso, encontram-se na total dependência do FMI e do Banco Mundial. Diante 
desse estado de miséria, a África não desperta interesse, nem como consumidora nem como opção de 
investimento de capital especulativo. 
 
* O caso chinês é especial, visto que possui um “socialismo de mercado”, ou seja, uma economia capitalista 
regida por uma política socialista. 
 
Nota: A oposição ‘Norte’ rico ou desenvolvido e ‘Sul’ pobre ou subdesenvolvido é bastante esquemática. Como 
classificar os países do Leste Europeu, por exemplo? Eles pertencem ao ‘Norte’ ou ao ‘Sul’? Já a China, pelos 
aspectos demográfico, econômico e geopolítico e por suas contradições, é inclassificável. Além disso, cada vez 
mais o ‘Sul’ aparece dentro do ‘Norte’, em conseqüência do aprofundamento das desigualdades sociais e do 
aumento da imigração. 
MOREIRA e SENE. Geografia Geral e do Brasil, espaço geográfico e globalização. 2005 
 
5- O SISTEMA-MUNDO: CENTRO E PERIFERIA 
 Uma outra forma de classificação dos países seria a de países centrais e países periféricos. Esta forma 
de classificação também surgiu com o fim da Guerra Fria, sendo extremamente conveniente ao sistema 
capitalista. Ela designa os países como centrais (que se encontram no “centro” do sistema capitalista) e 
periféricos (o restante, na “periferia” do sistema capitalista). Observe o mapa abaixo: 
 
158 
 
 
 
 
 
“Países centrais” é uma expressão usada para designar uma tríade: Estados Unidos, Japão e união Européia, 
que comandam o sistema capitalista. O restante do mundo é formado por países de periferia com maior ou 
menor grau de integração a um dos pólos que compõem o centro do sistema capitalista. Os Estados unidos é o 
único que influencia o mundo inteiro; os outros países do centro têm uma influência mais regional. Mesmo na 
periferia há nações com certa influência regional, como é o caso da China, da Índia e do Brasil. A China, aliás, 
ora é classificada como potência, quando se considera o aspecto geopolítico (Potência militar e membro do 
conselho de segurança da ONU), ora como país emergente, quando se considera que se trata de um país da 
periferia, como mostra o mapa, embora muito importante economicamente. Em resumo, nem sempre há 
consenso na classificação dos países. 
MOREIRA e SENE. Geografia Geral e do Brasil, espaço geográfico e globalização. 2005 
 
6- REGIONALIZAÇÃO SEGUNDO IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) 
 O IDH é um eficiente método para analisar a qualidade de vida de um país, pois não levam em 
consideração apenas indicadores econômicos, mas também variáveis como expectativa de vida e educação. As 
variáveis utilizadas são: 
- Expectativa de vida: a esperança de vida ao nascer 
- Educação: o conhecimento, medido pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa bruta de 
matrículas no ensino fundamental, médio e superior. 
- PPC (PIB per capita): a renda distribuída para a população, permitindo um padrão de vida mais 
decente. 
Estas três variáveis combinadas oscilam entre valores de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor é o 
padrão de vida da população, quanto mais próximo de 0, pior. 
 
159 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 
 
01) Assinale a alternativa que caracteriza país subdesenvolvido: 
a) Hegemonia econômica e comercial; indústria incipiente está relacionada à agroindústria e beneficiamento de 
recursos minerais. 
b) Baixo ou médio IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), considerando-se as dimensões renda, educação 
e expectativa de vida. 
c) Distribuição de renda igualitária; a pobreza generalizada da população leva à necessidade de recorrer à 
ajuda internacional. 
d) Grande crescimento populacional; altas taxas de natalidade e mortalidade infantil refletem no aumento da 
expectativa de vida. 
e) Exportador de recursos energéticos; a independência do mercado mundial de petróleo e urânio fragiliza a 
economia. 
 
02)(UFJF/2009 - VESTIBULAR A DISTÂNCIA) Em Geografia, o que representa o espaço concreto dominado e 
apropriado por uma sociedade ou por um Estado e identificado pela posse é:a) a natureza. 
b) a paisagem. 
c) a região. 
d) o lugar. 
e) o território. 
 
03)(PASES I/2009) Leia o trecho do romance abaixo, que revela a visão do escritor ao observar o espaço: 
160 
 
 
 
 
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e 
janela alinhadas. [...] Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos 
bochechos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; 
o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janelas para janelas as primeiras 
palavras, os bons dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá 
dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. 
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000003.pdf. 
Acesso em: 07 nov. 2008.) 
 
Considerando os conceitos de Geografia, é CORRETO afirmar que, neste trecho do romance, aparece presente 
o conceito de: 
a) território, pois revela uma forma de contemplação do espaço. 
b) paisagem, já que indica uma forma de observar e descrever um espaço. 
c) região, uma vez que revela uma forma de representar o espaço. 
d) meio ambiente, pois assinala a relação entre o poeta e o local descrito. 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
04)(UERJ/2008) 
 
 
 
O príncipe Michael Bates anunciou que quer vender seu país, Sealand. Trata-se de uma antiga plataforma 
militar, construída pela Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial e abandonada após o conflito. Em 1967, o 
ex-major inglês Roy Bates, sua mulher e seu filho Michael desembarcaram no local, proclamaram a 
independência, instauraram um reinado, criaram uma constituição, um hino e uma bandeira. Eles são 
sustentados por pessoas que compram títulos para virar cidadãos de Sealand, mas preferem continuar vivendo 
em seu país de origem. Sealand emite selos, passaportes e cunha moedas, entre outras características de um 
Estado independente. Adaptado de Época, 15/01/2007 
 
Até o momento nenhum país reconhece a existência de Sealand. A famíla Bates, no entanto, argumenta que 
Sealand possui os três principais elementos constitutivos do Estado-Nação Moderno. Estes três elementos são: 
 
(A) povo – governo – território 
(B) moeda – hino – fronteira 
(C) constituição – etnia – história 
(D) cidadão – legislação – bandeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
05)(PISM III/2008) Observe a figura abaixo que apresenta uma afirmativa feita por Lênin. 
161 
 
 
 
 
A afirmativa de Lênin é representada por um período em que as duas potências, Estados Unidos e União 
Soviética, a fim de garantir suas áreas de influência, colocaram seus arsenais bélicos, inclusive os nucleares, 
em permanente exposição e assinaram tratados militares com seus aliados, criando a Organização do Tratado 
do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela União Soviética. 
A rivalidade entre as duas potências levou o mundo a um período de tensão conhecido como: 
a) Guerra Fria. 
b) Guerra Ideológica. 
c) Guerra do Golfo. 
d) Guerra Mundial. 
e) Guerra do Vietnã. 
 
Gabarito: 
 
01-B 02-E 03-B 04-A 05-A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
162 
 
 
 
CAPÍTULO 2: GLOBALIZAÇÃO 
 
Políticos: 
 
ANTES DA POSSE: 
 
Nosso partido cumpre o que promete. 
Só os tolos podem crer que 
não lutaremos contra a corrupção. 
Porque, se há algo certo para nós, é que 
a honestidade e a transparência são fundamentais 
para alcançar nossos ideais 
Mostraremos que é grande estupidez crer que 
as máfias continuarão no governo, como sempre. 
Asseguramos sem dúvida que 
a justiça social será o alvo de nossa ação. 
Apesar disso, há idiotas que imaginam que 
se possa governar com as manchas da velha política. 
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que 
se termine com os marajás e as negociatas. 
Não permitiremos de nenhum modo que 
nossas crianças morram de fome. 
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que 
os recursos econômicos do país se esgotem. 
Exerceremos o poder até que 
Compreendam que 
Somos a nova política. 
 
APÓS A POSSE: 
 
LEIA NOVAMENTE AGORA DE BAIXO PARA CIMA 
 
1- GLOBALIZAÇÃO 
 
 Globalização – Tendência pela qual o mundo todo vem passando nos últimos anos e que objetiva a 
constituição de um amplo mercado de dimensões planetárias, explorado pelas grandes corporações 
transnacionais. As fronteiras nacionais, por conta da maior liberdade comercial e também pelo avanço das 
novas tecnologias de difusão das informações, passariam a não mais serem obstáculos para os fluxos 
econômicos globais. 
 
É um fenômeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global [...].A rigor, as sociedades do 
mundo estão em processo de globalização desde o início da História. Mas o processo histórico a que se 
denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do 
colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a 
estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial. As 
principais características da globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das 
corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos (transnacionais), a revolução tecnológica nas 
comunicações e na eletrônica (Revolução técnico-científica), a reorganização geopolítica do mundo em 
blocos comerciais regionais (não mais ideológicos), a hibridização entre culturas populares locais e uma cultura 
de massa supostamente "universal", entre outros. (Wikipedia, 2007). 
 Na realidade, sob um novo rótulo, encontra-se um processo muito antigo, que continua a se expandir. A 
Globalização é um processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade. O ponto de partida desse movimento 
remonta às grandes navegações européias do séc. XV, que conferiram unidade à aventura histórica dos povos 
e configuraram, na consciência dos homens, a imagem geográfica do planeta. Entretanto, os fatores que 
contribuíram para que o processo de globalização se intensificasse são decorrentes do “encurtamento de 
distâncias” no planeta, promovido pela extraordinária evolução dos sistemas de transporte e comunicações. 
163 
 
 
 
Esta evolução está totalmente inserida no contexto da Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-
Científica. 
 Em suma, vale lembrar esse processo de integração mundial chamado globalização não é só 
econômico. Ele tem ao mesmo tempo uma dimensão política, social e cultural enraizadas em seu processo. 
 
1.1 Revolução Técnico-científica * 
 
 O setor mais importante dessa revolução é certamente a indústria da informática, como surgimento dos 
softwares e o avanço no armazenamento e processamento de informações por redes digitais e cabos de fibras 
ópticas. A informática invadiu bancos, Bolsas de Valores, hospitais, repartições públicas, escolas, fábricas, lojas 
e supermercados e até mesmo a nossa casa. Isto contribuiu para o inevitável avanço das telecomunicações e 
setores como a biotecnologia. Além destes, os meios de transporte também são beneficiados, proporcionando 
uma velocidade cada vez maior de deslocamento a grandes distâncias. Podemos dizer que o avanço deste 
conjunto de técnicas combinadas é responsável pelo encurtamento das distâncias e pela eliminação de 
fronteiras através dos fluxos das redes mundiais. Porém, os lugares que apresentam as melhores infra-
estruturas e o maior poder aquisitivo são privilegiados. Estes lugares estão sobretudo nas cidades globais, 
localizadas predominantemente nos países desenvolvidos. 
 
1.2 A mundialização do capital e o papel das transnacionais 
 A globalização é o atual momento daexpansão capitalista. Pode-se dizer que ela está para o 
capitalismo informacional assim como o colonialismo esteve para sua etapa comercial ou o imperialismo para o 
final da fase industrial e início da financeira. Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, 
portanto, o lucro, o que de fato move os capitais, tanto produtivos como especulativos, no mercado mundial. 
- capitais especulativos: de curto prazo, conhecidos como smart money (dinheiro esperto) ou hot money 
(dinheiro quente), ávidos por lucratividade e movimentam-se com grande rapidez no sistema financeiro. 
- capitais produtivos: a entrada destes capitais é mais demorada, pois são investimentos de longo prazo, 
por isso são menos suscetíveis às oscilações do mercado. 
As empresas transnacionais são consideradas as principais responsáveis pela mundialização dos capitais 
produtivos, constituindo-se num grande símbolo da globalização do capital. 
 
A Terceira Revolução Industrial 
 
 No pós-Segunda Guerra Mundial, embalados pelo auxílio econômico do Plano Marshall e de acordos 
bilaterais, os aliados dos Estados Unidos na Europa e na Ásia cresceram aceleradamente. Movidas por acirrada 
concorrência, as empresas dos EUA, do Japão e da Europa Ocidental fizeram um grande esforço visando à 
introdução de novas tecnologias, principalmente daquelas aplicadas ao processo produtivo, tais como a 
informática e a robótica. Isso possibilitou uma crescente elevação dos índices de produtividade dessas 
economias, tornando-as mais competitivas. 
 Evidentemente, para alcançar esse novo patamar tecnológico houve um esforço conjunto entre as 
empresas e os Estados em que elas estavam sediadas no sentido de se investir maciçamente em pesquisa e 
desenvolvimento e na elevação dos níveis de qualificação de mão-de-obra. A essas novas tecnologias e às 
mudanças radicais que elas estão provocando, não só do ponto de vista socioeconômico, mas também cultural, 
dá-se o nome de Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-científica ou, ainda, Revolução 
Informacional. É o capitalismo adentrando seu atual período técnico-científico, no dizer do geógrafo Milton 
Santos, ou em sua etapa informacional, segundo definição do sociólogo Manuel Castells. Os países líderes 
desse processo que está em curso são os Estados Unidos e o Japão, seguidos de perto pela União Européia, 
bloco em que se destacam a Alemanha, a França e o Reino Unido. 
 
MOREIRA e SENE. Geografia Geral e do Brasil, espaço geográfico e globalização. São Paulo, 2005 
 
 
2- MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS 
A população de um país não é apenas modificada pelas mortes e nascimentos de seus habitantes. É 
preciso levar em conta, também, os movimentos de entrada e de saída, ou seja, as migrações que ocorrem em 
seu território. 
As migrações internas são aquelas que se processam no interior de um país como, por exemplo, o 
êxodo rural, que é constante no Brasil. A partir das duas últimas décadas do século XX tem-se verificado no 
Brasil um acréscimo acentuado de migrações. As migrações internacionais recentes no Brasil têm, como países 
164 
 
 
 
de destino, essencialmente, os EUA, Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, França, Canadá, Austrália, Suíça, 
Alemanha, Polônia, Bélgica, Países Baixos, Japão, Paraguai e Israel, quase num movimento inverso ao que se 
deu no século XIX. Note-se, no entanto, que as migrações brasileiras para o Paraguai constituíram um 
fenômeno que teve o seu início ao longo dos anos 70. Segundo as estatísticas, o maior número de brasileiros 
imigrantes está nos Estados Unidos. O segundo contingente situa-se no Paraguai (os chamados "brasiguaios"). 
No fluxo inverso, porém, é expressiva a presença de imigrantes provenientes da Bolívia e do Peru 
desde os anos 80, os quais têm, em sua maioria, se radicados em São Paulo. 
Segundo a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, mais conhecida como 
Convenção de Genebra de 1951, refugiado é toda a pessoa que, em razão de fundados temores de 
perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião 
política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer 
regressar ao mesmo. 
O número de refugiados no planeta tem aumentado nos últimos anos em decorrência do elevado 
número de conflitos étnicos, nacionalistas e religiosos verificados no planeta, principalmente a partir dos anos 
80 e 90, coincidente com a acentuação das características da globalização que deram mais visibilidade às 
minorias graças à evolução dos meios de transporte e telecomunicações. 
 
Xenofobia - é comumente associado a aversão a outras raças e culturas. É também associado à fobia 
em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo que apresenta a fobia habitualmente não 
entra em contato e evita. Na Europa encontramos nos dias atuais o pior cenário onde se pode visualizar os 
problemas trazidos por visões xenófobas, aumentam cada vez mais as restrições à imigração, com a subida ao 
poder de organizações de direita e extrema direita que acusam os imigrantes de roubar os empregos da 
população européia, mas o grande senão dessa história é que a Europa enfrenta uma séria crise de 
desemprego estrutural que não tem nada a ver com a imigração e sim com a concorrência com as economias 
asiáticas que oferecem mão de obra barata e custos trabalhistas bem menores em relação ao estado de bem 
estar social ainda vigente em várias sociedades européias. Outra questão grave a ser analisada diz respeito ao 
envelhecimento da população européia que terá que recorrer à imigração para repor os estoques de mão de 
obra futuros. 
 
3- GLOBALIZAÇÃO ENQUANTO UM MOVIMENTO CONTÍNUO DOS FLUXOS 
165 
 
 
 
 
 
 
166 
 
 
 
4- CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA GLOBAL 
 
 A partir da segunda metade do século XX, as empresas industriais, comerciais e de prestação de 
serviços (bancos, hotéis, redes de restaurantes, companhias de telecomunicações etc.) começaram a 
instalarem filiais em vários países do mundo, num processo que ficou conhecido como mundialização ou 
internacionalização do capital e da produção. 
 O processo de expansão do capitalismo constituiu a chamada economia global, que influenciou 
diversos países e se caracteriza pelo seguinte: 
 
 Crescimento do comércio internacional – O fluxo de mercadorias entre os países foi multiplicado por seis 
entre 1975 e 1995. Nos últimos anos, produtos originários de vários lugares do planeta podem ser 
encontrados no mercado interno dos países. Entretanto, cerca de dois terços do fluxo mundial de 
mercadorias ocorre entre os países desenvolvidos, que têm maior capacidade de consumo. Uma decisão 
política ou econômica tomada em qualquer ponto do planeta pode provocar reações em todo o mundo. Por 
exemplo, se o banco Mundial eleva a taxa de juros de empréstimos, todos os países que têm dívida externa 
são prejudicados. 
 Mundialização da produção – Grande parte da produção e do comércio mundiais é controlada por 
empresas que têm sedes nos países desenvolvidos. Essas empresas têm filiais em vários países dos cinco 
continentes e se beneficiam da mão-de-obra barata, das matérias-primas, dos mercados consumidores, da 
redução de impostos oferecidos pelos governos locais e da ausência de legislação e fiscalização rigorosas, 
principalmente nos países subdesenvolvidos. A busca por maiores lucros leva as empresas transnacionais 
a produzir componentes de um produto no país ou na região onde as condições lhes sejam mais favoráveis. 
Assim, um automóvel, por exemplo, pode ter as peças fabricadas em vários países e ser montado em outro. 
È a fábrica global. Na economia global, as atividades desenvolvidas pelos mais variados tipos de 
trabalhadores exigem cada vez mais criatividade e qualificação. As empresas modernas queremfuncionários capazes de se adaptar às novas tecnologias introduzidas no processo de produção. As 
jornadas de trabalho e os salários estão mais flexíveis. A carga horária perde em importância para a 
qualidade do trabalho e os pagamentos são efetuados de acordo com a produtividade de cada trabalhador. 
 Rápida expansão dos fluxos financeiros – Bilhões de dólares são movimentados pelo mundo todos os 
dias, como investimentos em bolsas de valores ou pagamentos por mercadorias o serviços. Com o 
desenvolvimento da informática e dos meios de comunicação, as transnacionais realizam-se de forma mais 
rápida. 
 Crescente importância da tecnologia – O desenvolvimento tecnológico nas áreas de informática e 
telecomunicações permite que uma pessoa receba informação em tempo real em qualquer ponto do 
planeta. A expansão das telecomunicações foi possível graças à construção de satélites e à criação e 
instalação de fibras ópticas, que são cabos que transmitem dados a uma altíssima velocidade. 
 Sociedade global – A grande circulação de informações, mercadorias e pessoas fez surgir uma sociedade 
em que determinados valores são globais. Há uma padronização das formas de trabalho, da produção e do 
consumo. Milhares de pessoas do planeta alimenta-se nas mesmas redes de restaurantes, bebem os 
mesmos refrigerantes, ouvem as mesmas músicas e assistem aos mesmos filmes. Contudo, cabe destacar 
que a globalização é seletiva, beneficiando alguns lugares do planeta e determinadas sociedades ou grupos 
sociais. Milhões de pessoas ainda estão excluídas desse processo. 
 Os centros de poder da economia global – Um grupo formado por cinco países, o chamado G5 (EUA, 
Japão, Alemanha, França e Inglaterra), é o que mais se beneficia com o processo de globalização. Esses 
novos centros de poder econômico e tecnológico detêm as sedes de muitas das principais empresas 
transnacionais que atuam nos mais variados setores da economia global. A atuação desses cinco países 
promove uma regionalização do espaço mundial de acordo com seus interesses econômicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
167 
 
 
 
 
5- O BRASIL E O BRIC 
Fonte: Atualidades, Vestibular + ENEM 2011. São Paulo: Ed. Abril, 2010. pág. 128-133. 
 
Com uma economia em franca expansão, o Brasil ganha influência no cenário mundial e integra 
o grupo de países emergentes que podem se tornar a maior força econômica do mundo. 
Embora possua um território de dimensões continentais, riquezas 
naturais invejáveis e a quinta maior população do mundo, o Brasil sempre 
exerceu papel secundário no cenário internacional. Mas essa situação 
começou a mudar nos últimos anos, e o país passou a ocupar um lugar de 
maior destaque nas grandes questões da atualidade. 
No front econômico, o Brasil consolida a sua influência mundial 
como o principal exportador de commodities (matérias-primas). Com a 
descoberta de enormes reservas de petróleo em camadas profundas (pré-
sal), a expectativa é a de que o país também se torne um grande 
fornecedor de energia. Na última década, ao lado da estabilização 
financeira, que converteu o Brasil num destino seguro e desejado para o 
capital estrangeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro esteve em 
franca expansão até a eclosão da crise mundial, no fim de 2008 - mas o 
impacto no país foi considerado modesto, e a expectativa de 2010 foi de 
crescimento de 5%. O reconhecimento externo da importância econômica do Brasil cristalizou-se com a 
inclusão do país num seleto grupo de nações emergentes que vem dando o que falar na imprensa mundial: o 
Bric, nome formado pelas iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China. 
À medida que amplia a sua participação na economia global, o país busca maior projeção política. Além 
de ser um dos líderes do movimento pela reforma do Conselho de Segurança da ONU, o ex-governo Lula veio 
assumindo a dianteira na campanha pela maior liberalização do comércio mundial. Nas crises regionais, o Brasil 
também marca presença ao chefiar desde 2004 a missão da paz da ONU no Haiti. Em 2010, a diplomacia 
brasileira deu um passo ambicioso, ao tentar mediar o impasse nuclear envolvendo o Irã e as potências 
ocidentais. Depois, entrou em choque direto com os Estados Unidos, ao votar contra as novas sanções 
aprovadas na ONU contra o Irã. 
 
Nasce o Bric 
Em 2001, quando o economista Jim O'Neill, chefe de pesquisa em economia global do banco Goldman 
Sachs, debruçou-se sobre os principais dados econômicos desses quatro grandes países emergentes, 
percebeu que eles se destacavam dos demais. Não apenas porque Brasil, Rússia, China e Índia são países 
grandes e populosos; nem somente porque apresentavam economia em rápido crescimento. O que chamou 
sua atenção foi a constatação - com base em projeções demográficas e econômicas - de que o grupo, quando 
somado, poderia representar em 2050 a maior força econômica do planeta, suplantando os Estados Unidos, o 
Japão e os membros da União Europeia. 
O economista juntou os quatro países e criou um bloco que não existia. Para nomeá-lo, ele concebeu 
um acrônimo, ao pegar emprestado de cada país a sua letra inicial: Bric. Acrônimo é o nome que se da a uma 
palavra que surge quando se juntam uma ou mais letras iniciais de um conjunto maior com o objetivo de 
simplificar a comunicação. Pode "pegar" ou não, dependendo da sua adequação ou originalidade. E chamar os 
quatro grandes emergentes de Bric’s caiu no gosto de jornalistas e economistas, e dos próprios governos 
desses países, que em junho de 2009 realizaram sua primeira reunião, em Ecaterimburgo, na Rússia, e 
emitiram uma declaração conjunta, pedindo o estabelecimento de uma ordem mundial multipolar. 
 
Consumo interno 
A expectativa para a próxima década é de expansão da classe média na área do Bric e em larga 
medida, a força do Bric provem da enorme fatia da população mundial concentrada nos quatro países. Neles 
vivem 2,7 bilhões de habitantes, o equivalente a 40% da humanidade. A grande maioria contingente e de 
chineses e indianos, os países com as mais aceleradas taxas de crescimento econômico entre as grandes 
economias. O Bric também possui um território enorme. Somada, a área dos quatro países representa um 
quarto das terras do planeta. Nesse vasto território, há muita riqueza, como petróleo (Rússia e Brasil), produtos 
agrícolas (Brasil), mão de obra farta e barata (China) e potencial para o desenvolvimento de mais produtos com 
as inovações científicas e tecnológicas (China e Índia). 
De acordo com um informe publicado em 2010 pelo Goldman Sachs, a expansão da classe média no 
Bric, especialmente na China e na Índia, orientara o mercado mundial, já que o perfil de consumo dessa classe 
168 
 
 
 
social difere daquele típico das camadas mais pobres - no qual o peso do gasto com comida e roupa é 
proporcionalmente bem mais elevado do que com educação ou lazer. 
6- GLOBALIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE 
 
 
169 
 
 
 
 
 
 
7 - GLOBALIZAÇÃO E OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS 
 
 As fronteiras nacionais no mundo globalizado têm sido ultrapassadas por outras fronteiras mais amplas, 
mais abrangentes: as fronteiras supranacionais dos organismos internacionais de financiamento, empresas 
transnacionais e blocos econômicos, que agem no território do Estado-nação ultrapassando suas fronteiras e 
pondo em xeque a própria soberania do Estado. Além de organismos com fins econômicos, temos também os 
organismos com fins humanitários, como A ONU. 
 
- FMI (Fundo Monetário Internacional): surgiu na conferência de Bretton Woods em 1944 e começou a 
funcionar em 1945. Está sediado em Washington e seus objetivos são promover a cooperação 
monetária internacional, favorecer a expansão e o desenvolvimento do comércio internacional e dar 
assessoria aos países membros que enfrentam dificuldades financeiras. O FMI age sob a ótica do 
neoliberalismo. Uma das exigênciasimpostas por esse organismo é a adoção de práticas econômicas 
liberais para quem recorre a ele. Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido são os 
maiores acionistas do fundo. 
 
- Banco Mundial: também originado na conferência de Bretton Woods. Tem sede em Washington e é 
composto pelos mesmos países do FMI. Porém, enquanto o FMI se encarrega de preservar o sistema 
financeiro internacional, o Banco Mundial se encarrega de estabelecer projetos que visam o 
desenvolvimento e melhores condições de vida. A diminuição da pobreza é o seu principal objetivo. O 
Banco mundial começou seus trabalhos em março de 1946, através do BIRD (Banco Internacional de 
Reconstrução e Desenvolvimento). Hoje é formado por mais quatro instituições além do BIRD: 
Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), Corporação Financeira Internacional (CFI), 
Agência Multilateral de Garantia de Investimento (AMGI) e Centro Internacional para Arbitragem de 
Disputas sobre Investimentos (Ciadi). 
 
- GATT e OMC: o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) foi um acordo provisório que entrou em 
vigor em janeiro de 1948, durando até 1995, quando se tornou a Organização Mundial de Comércio 
(OMC). Existem algumas diferenças básicas entre GATT e OMC. O primeiro era só um ‘acordo 
provisório’, a OMC é uma ‘organização mundial’. Quando o GATT foi criado, o comércio mundial era 
dominado por bens e produtos (agrícolas, minerais, industriais). Com o passar do tempo a economia 
mundial ficou mais complexa. O comércio mundial de serviços (transporte, turismo, telecomunicações) 
e de ideias (livros, patentes), classificadas como propriedades intelectuais, tornou-se extremamente 
importante. Nesses setores, a OMC ampliou o GATT, que foi extinto como órgão, mas teve preservados 
seus acordos para o comércio de bens e produtos, fazendo parte dos tratados da OMC. Em suma, a 
OMC tem status permanente, é uma organização internacional (como o FMI e o Banco Mundial) e suas 
resoluções têm base legal, visto que seus membros concordam em seguir as regras estabelecidas. 
 
- ONU: A ONU foi criada em 1945, na conferência de San Francisco. Foi criada com o objetivo de 
preservar a paz mundial e desenvolver relações de cooperação entre os povos. A Assembléia Geral e o 
Conselho de Segurança são os dois órgãos de deliberação das Nações Unidas. Na Assembléia Geral, 
cada Estado dispõe de um voto e as decisões são tomadas por maioria simples. No que concerne às 
questões de paz e segurança, a Assembléia Geral está limitada a produzir recomendações, pois a 
tomada de decisões é atribuída ao Conselho de Segurança. O Conselho de Segurança é composto por 
5 membros permanentes e 10 rotativos, eleitos pela Assembléia Geral. Os membros permanentes – 
Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França – dispõem de direito de veto. As decisões 
dependem de uma maioria de 9 votos e da inexistência de 1 veto. Embasada na doutrina Bush, a 
invasão do Iraque em 2003 desencadeou a crise da ONU. O ataque norte-americano ao Iraque tinha o 
apoio da Grã-Bretanha, mas enfrentava a oposição dos outros 3 membros permanentes do Conselho 
de Segurança e a resolução elaborada por Washington não reuniria os 9 votos necessários para 
aprovação. A operação militar foi deflagrada à revelia da ONU. A articulação da França, Rússia e China 
para bloquear a resolução proposta por Washington revelou a instabilidade da ordem mundial. O 
desrespeito ao Conselho de Segurança, pela maior potência do mundo, atingiu a credibilidade do 
sistema global de segurança coletiva. 
 
170 
 
 
 
- TERCEIRO SETOR: Para entendermos o que é o Terceiro Setor devemos localizar anteriormente quais 
são o Primeiro Setor e o Segundo Setor. Na conceituação tradicional, o primeiro setor é o Estado, 
representado por entes políticos (Prefeituras Municipais, Governos dos Estados e Presidência da 
República), além de entidades a estes entes ligados (Ministérios, Secretarias, Autarquias, entre outras). 
Quer dizer, chamamos de primeiro setor o setor público, que obedece ao seu caráter público e exerce 
atividades públicas. O segundo setor é o Mercado (Empresas), composto por entidades privadas que 
exercem atividades privadas, ou seja, atuam em benefício próprio e particular. O Terceiro Setor é 
composto de por organizações privadas sem fins lucrativos, que atuam nas lacunas deixadas pelos 
setores público e privado, buscando a promoção do bem-estar social. Quer dizer, o terceiro setor não é 
nem público nem privado, é um espaço institucional que abriga entidades privadas com finalidade 
pública. Esta atuação é realizada por meio da produção de bens e prestação de serviços, com o 
investimento privado na área social. Isso não significa eximir o governo de suas responsabilidades, mas 
reconhecer que a parceria com a sociedade permite a formação de uma sociedade melhor. Portanto, o 
Terceiro Setor não é, e não pode ser, substituto da função do Estado. A idéia é de complementação e 
auxílio na resolução de problemas sociais. Para comparar com os termos financeiros anteriormente 
explicados, no caso do Terceiro Setor utiliza-se o dinheiro privado em atividades públicas. Fonte: 
<http://www.cedac.org.br/OSCIP.pdf>, acesso em 21/01/2010. 
 
- TERCEIRA VIA: A terceira via é uma corrente da ideologia social-democrata. É também conhecida 
como social-democracia contemporânea. Este pensamento defende um Estado necessário, em que sua 
interferência não seja, nem máxima, como no socialismo, nem mínima, como ocorre no liberalismo. Mas 
que a atuação estatal seja adequada à conjuntura vivida pelo país. Esta teoria também defende a 
responsabilidade fiscal dos governantes, o combate à miséria, carga tributária proporcional à renda, 
com o Estado sendo o responsável pela segurança, saúde, educação, previdência etc. Algumas figuras 
políticas como Bill Clinton, Barack Obama, Tony Blair - conhecido também como o corifeu da terceira 
via - e Fernando Henrique Cardoso são exemplos da terceira via. Um dos principais defensores e 
difusores do pensamento da Terceira Via é o sociólogo britânico Anthony Giddens. Ele expõe 
regularmente suas visões por meio de contribuições ao think tank Policy Network do Reino Unido. 
 
8- INTEGRAÇÃO E BLOCOS ECONÔMICOS 
 
Na economia-mundo há uma grande ampliação das trocas comerciais internacionais. Por causa dessa 
forte integração, alguns países procuram agrupar-se para enfrentar melhor a concorrência no mercado mundial 
globalizado. A formação de blocos econômicos é uma regionalização dentro do espaço mundial, mas também 
uma forma de aumentar as relações em escala global, pois, ao participar de um bloco, um país tem acesso a 
vários mercados consumidores, dentro e fora de seu bloco. Os principais blocos regionais são: União Europeia, 
Mercosul, Nafta e Apec. Na formação dos blocos econômicos existem etapas distintas que determinam o nível 
de integração dos países membros. 
As etapas de integração econômica se constituem em cinco: a zona de livre comércio, a união 
aduaneira, o mercado comum, a união monetária e a união política. 
 
 Zona de Livre Comércio: nesta, as mercadorias circulam livremente entre os países membros. As tarifas 
alfandegárias são eliminadas, há flexibilidade nos padrões de produção, controle sanitário e de fronteiras. O 
NAFTA encontra-se neste estágio. 
 União Aduaneira: além da eliminação de tarifas ocorrida na Zona de Livre Comércio, existe aqui a adoção 
de uma tarifa externa comum (TEC), adotada para as relações com outros países fora do bloco. O Mercosul 
encontra-se neste estágio. 
 Mercado Comum: além da TEC e da livre circulação de mercadorias, existe aqui a livre circulação de 
capitais, serviços e pessoas. É comum a padronização de impostos para a população, empresas, leis 
trabalhistas, ambientais, etc. 
 União Monetária (Econômica): engloba todas as características anteriores com a adição de umamoeda 
comum (emitida por um único Banco Central). Há também a padronização de políticas macroeconômicas 
para todos os países. O único bloco que atinge esse nível de integração é a União Europeia. Cabe ao 
Banco Central Europeu a emissão da moeda única utilizada. 
 União Política: é a etapa mais avançada da integração. Além de todas as características anteriores engloba 
a unificação das políticas de relações internacionais, defesa, segurança interna (terrorismo, narcotráfico) e 
segurança externa (guerras). A União Europeia planeja chegar a este patamar. 
171 
 
 
 
 
Os Blocos Econômicos são frutos do mundo globalizado. Os agentes da globalização estão cada vez mais 
interessados em acordos internacionais que permitam a livre circulação de seus produtos e na formação de 
blocos econômicos que possibilitem diminuir as tarifas alfandegárias. Essa tendência coloca em risco a 
importância política de alguns países que em alguns casos podem perder o controle da sua economia. Uma das 
formas de manter os mercados globalizados sob o controle dos Estados foi à criação de blocos econômicos 
regionais. Os principais são: Nafta (Acordo de livre comércio da América do Norte), Mercosul (Mercado Comum 
do Sul), Asean (Associação das nações do sudeste asiático), Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do 
Pacífico), UE (União Européia). 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 
 
01)(ENEM/2010) Um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos 
funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o 
que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em 
todo tipo de transações. Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários. 
HOBSBAWM, E. O novo século. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 (adaptado). 
 
O exemplo mencionado permite identificar um aspecto da adoção de novas tecnologias na economia capitalista 
contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas e uma consequência social de tal aspecto estão em 
A) qualidade total e estabilidade no trabalho. 
B) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos. 
C) diminuição dos custos e insegurança no emprego. 
D) responsabilidade social e redução do desemprego. 
E) maximização dos lucros e aparecimento de empregos. 
 
 
 
 
02)(ENEM/2010) OG-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os mais industrializados do mundo (EUA, 
Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a União Europeia e os principais emergentes (Brasil, 
Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México e 
Turquia). Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns internacionais de decisão e consulta. 
ALLAN, R. Crise global. Disponível em: http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br. Acesso em: 31 jul. 
2010. 
 
Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), 
termo criado em 2001 para referir-se aos países que 
A) apresentam características econômicas promissoras para as próximas décadas. 
B) possuem base tecnológica mais elevada. 
C) apresentam índices de igualdade social e econômica mais acentuados. 
D) apresentam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a economia global. 
E) possuem similaridades culturais capazes de alavancar a economia mundial. 
 
03)(UFJF/2010) Leia abaixo notícia veiculada no site da BBC: 
 
Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU 
A indústria financeira internacional recebeu no último ano quase dez vezes mais dinheiro público em 
ajuda do que todos os países pobres em meio século, segundo aponta um relatório divulgado pela Campanha 
da ONU pelas Metas do Milênio. 
Segundo a organização, que promove o cumprimento das metas das Nações Unidas para o combate à 
pobreza no mundo, os países em desenvolvimento receberam em 49 anos o equivalente a US$ 2 trilhões em 
doações de países ricos. 
Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/06/090624_relatoriobancos_rw.shtml>. 
Acesso em: 24 jun. 2009. Adaptado. 
 
Leia as afirmativas a seguir: 
172 
 
 
 
 
I - Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é garantir que, até 2015, todos os jovens, de ambos os 
sexos, terminem uma etapa de curso do ensino superior. 
 
II - O papel dos bancos é dar liquidez e financiar a produção, mas, nos Estados Unidos, eles transformaram-se 
em ferramenta de especulação, sendo uma das causas da crise financeira atual. 
 
III - Os governos neoliberais utilizam a nacionalização apenas para forçarem os bancos a promover os 
financiamentos da economia sem acréscimos exagerados nas taxas de juro. 
 
IV - Depois do sistema financeiro, a outra prioridade dos governos será combater o desemprego, não por 
sentimento de humanidade com os trabalhadores vitimados, mas para evitar agitação social. 
 
Sobre a atual crise financeira mundial, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. 
b) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. 
c) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. 
d) Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
e) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
04)(ENEM/2009*) 
 
 
 
 
 
173 
 
 
 
 
05)(ENEM/2009*) 
 
 
06)(UFMG/2006) O comércio internacional, após o fim da Guerra Fria, foi marcado por importantes mudanças. 
Assim sendo, é INCORRETO afirmar que, entre essas mudanças, se inclui o fato de que 
A) a nova configuração do mercado internacional, resultante do crescente antagonismo entre países pobres e 
ricos, ou seja, entre Sul e Norte, provocou redirecionamento dos fluxos de troca. 
B) a Organização Mundial do Comércio (OMC), visando a ampliar a redução de tarifas alfandegárias e a dar à 
instituição maior poder de controle sobre o comércio internacional, substituiu o Acordo Geral de Tarifas e 
Comércio (GATT). 
C) o comércio apresentou grande crescimento em algumas áreas continentais, chegando a superar, em certos 
casos, as trocas realizadas com países situados a distâncias maiores. 
D) o comércio internacional adotou regras que facilitam as trocas, mas, por outro lado, conservou, ainda, 
artifícios que restringem as vantagens dos países menos desenvolvidos. 
 
07)(UFV/2006) Os diferentes meios de comunicação (rádio, televisão, internet, telefone) possibilitaram um 
aumento nos fluxos de informações no Mundo, integrando regiões que anteriormente eram quase isoladas. 
Com base nesta afirmativa, responda: 
Quais as regiões mundiais que apresentam a rede de meios de comunicação mais densa? 
 
08)(UFV/2006) Os diferentes meios de comunicação (rádio, televisão, internet, telefone) possibilitaram um 
aumento nos fluxos de informações no Brasil, integrando regiões que anteriormente eram quase isoladas. Com 
base nesta afirmativa, responda: 
a) Qual a região brasileira que apresenta a rede de meios de comunicação mais densa? 
b) Aponte dois motivos que justificam a maior densidade dos fluxos de informações nesta região. Explique cada 
um deles. 
 
09)(PISM III/2008) Leia, com atenção, o texto abaixo. 
“Em Honolulu tudo é muito bem planejado, o que dá a sensação que se é um ator participando de um filme. Em 
nenhum outro lugar essa sensação parece ser tão forte. Ao caminhar-se, particularmente pela área dos hotéis, 
na praia de Waikiki, a sensação de cenário de filme se reforça. Os hotéis, uns ao lado dos outros - como 
grandes torres fincadas no chão - têm lobbies que se comunicam, pontuados por belíssimos (mas falsos) jardins 
tropicais, absolutamente simétricos, sem uma única folha caída no chão, sem nem tampouco folhas 
amarelecidas, fontes de água corrente, lagos com peixes coloridos, tochas, aléias serpenteadas por belos 
gramados de todos os tamanhos, poltronas confortáveis,bancos colocados estrategicamente e, evidentemente, 
muitas lojas. Tudo muito limpo. Um filme de Elvis Presley. A saída do hotel para ir à praia também não parecia 
menos controlada, elevadores conduziam os hóspedes das várias torres à rouparia para se pegar toalhas de 
praia (é claro que só depois de assinar um recibo, no qual se esclarecia sobre o uso e o horário da devolução).” 
(CARLOS, Ana Fani A. O turismo e a produção do não-lugar. Disponível em: 
174 
 
 
 
<http://www.cefetsp.br/edu/eso/lourdes/turismoproducaonaolugar.html>. Acesso em: 23 out. 2007.) 
De acordo com o texto, a indústria do turismo: 
a) é uma forma de indústria gerenciada pelo turista. 
b) liberta as horas de lazer das regras de mercado. 
c) produz espaço com uma forte identidade. 
d) produz espaços heterogêneos e inclusivos. 
e) transforma tudo o que toca em artificial. 
 
10)(PISM III/2007) Sobre a mobilidade populacional do mundo contemporâneo é CORRETO afirmar que: 
a) as migrações econômicas são causadas pelas semelhanças existentes entre o crescimento econômico e o 
crescimento populacional de um país ou de uma região. 
b) o desenvolvimento do capitalismo europeu, do início do século XIX até os dias atuais, fez com que as ondas 
migratórias, freqüentes no velho continente, fossem suspensas. 
c) a globalização aumentou a fuga de cérebros: a transferência de profissionais altamente qualificados, dos 
países subdesenvolvidos para os desenvolvidos. 
d) os países que convivem com grandes explosões demográficas estimulam políticas para a atração de 
imigrantes; é a ocorrência do fenômeno conhecido como imigração. 
e) os migrantes, ao remeterem dinheiro aos seus países de origem, não afetam a economia nacional, que perde 
a arrecadação de impostos e investimentos nas cidades natais. 
GABARITO: 
01-C 02-A 03-B 04-A 05-E 
06-A 07-ABERTA 08-ABERTA 09-E 10-C 
AMÉRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
175 
 
 
 
 
 
 
Capitulo 3: América 
 
 
MAPA DA AMÉRICA 
 
176 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- BLOCOS ECONOMICOS DO CONTINENTE AMERICANO 
 
177 
 
 
 
 MERCOSUL: Com a criação do Mercosul, em 1991, o Brasil e a Argentina ganharam a oportunidade de 
superar suas divergências históricas e buscar soluções comuns para seus problemas, por meio da 
cooperação e da integração econômica. A eles juntaram-se o Paraguai e o Uruguai, que assumiram o 
objetivo de tornar a região capaz de competir em escala mundial, caminhando no sentido da construção 
de um espaço econômico integrado. O objetivo é o de favorecer o crescimento do comércio interno latino-
americano e, além disso, ampliar as relações econômicas com outros pólos importantes da economia 
mundial. As dificuldades da busca dessa unificação têm se colocado de várias maneiras ao longo do 
tempo e estão ligadas à grande diferença de dimensões entre as economias dos parceiros, 
principalmente a do Brasil e a dos demais membros do bloco. As crises econômicas que os dois 
principais integrantes do bloco têm atravessado colocam dificuldades nesse processo. Apesar disso, o 
intercâmbio comercial no Cone Sul revelou extraordinário dinamismo após a constituição do Mercosul. A 
perspectiva, entretanto, é de que a integração dos países do Mercosul continue evoluindo. Neste sentido, 
o bloco já conseguiu a adesão de dois países como associados (Chile e Bolívia) e negocia o 
estreitamento de relações com a CAN (Comunidade Andina das Nações), incluindo a possibilidade de 
unificação dos dois blocos. A África do Sul e a Índia estão negociando acordos comerciais com o 
Mercosul e começaram contatos nesse sentido com a China. 
 NAFTA 
 
CANADÁ: Um dos países mais desenvolvidos do mundo, porém, possui algumas dificuldades. Grande parte do 
território apresenta clima muito frio (obstáculo à sua ocupação e incremento da população). Este pequeno 
número de habitantes gera problemas de ordem econômica (mercado interno reduzido e escassa mão-de-
obra). Resultado: dependência de investimentos externos (EUA). 
 
MÉXICO: Embora o México possa se beneficiar da integração econômica, percebe-se uma ampliação muito 
maior da área de influência das empresas norte americanas e canadenses, que passaram a dispor da ampla 
mão-de-obra barata* formada pelos mexicanos. O país enfrenta grandes problemas sociais e alto crescimento 
vegetativo, acentuando os movimentos migratórios. A Região metropolitana da cidade do México abriga 
aproximadamente 30% da população do país. Esta urbanização crescente e desordenada aumenta as tensões 
sociais já existentes (pobreza, desemprego, marginalidade). A delicada situação torna-se fator de peso para 
que a emigração clandestina para os EUA aumente cada vez mais. Além disso, existe a forte dependência 
tecnológica e financeira e a alta concentração fundiária (Região sul do país - Chiapas). 
 
* Maquiladoras:a exploração da mão-de-obra barata ocorre principalmente na região norte do país. Lá estão 
instaladas as empresas chamadas maquiladoras, ou seja, filiais de empresas dos EUA que produzem visando 
o retorno para o mercado de consumo norte-americano, principalmente automóveis, eletrônicos e autopeças. A 
tecnologia e os componentes são norte-americanos, cabendo ao México apenas a montagem final. Estas 
empresas geram lucros pois reduzem seus custos, utilizam-se de fontes de energia mexicanas e poluem o 
ambiente desse país, preservando o seu lugar de origem. 
 
ESTADOS UNIDOS: é a economia mais dinâmica do mundo (PIB na casa dos 12,4 trilhões de dólares) e um 
enorme e potente mercado consumidor. Os EUA são os maiores interessados na manutenção do Nafta e de 
outros blocos econômicos na América. No Nafta, seus interesses estão no livre trânsito de sua produção 
industrial nos dois países membros, ampliando seu mercado consumidor. Cerca de 80% do capital industrial do 
Canadá é norte-americano. No México, o Nafta visa estancar o fluxo de mexicanos para o país, facilitando a 
fixação de empresas no México. Os EUA são também os idealizadores e os maiores interessados na 
implementação da Alça no continente americano. 
 
 Ao mesmo tempo, está em negociação já há algum tempo uma série de acordos com a União Europeia, 
também no sentido de se buscar desenvolver relações econômicas com o menor número de obstáculos 
possíveis. 
 Como vemos, além de buscar o fortalecimento interno de seus membros, o Mercosul expande-se na 
América Latina e viabiliza o estabelecimento de parcerias com outros blocos e outros países importantes no 
cenário econômico mundial, como a África do Sul, a Índia e a China. Visa, dessa maneira, também fortalecer as 
relações com países fora do eixo Europa - EUA - Japão. 
 
 ALCA: Na primeira reunião da “Cúpula das Américas”, entre outros temas, foi discutida a proposta da 
constituição da ALCA (Associação de Livre Comércio das Américas), formulada pelo governo dos EUA, 
178 
 
 
 
com a previsão do envolvimento de todos os países americanos, com exceção de Cuba. Foi definido 
também que as negociações entre os países para a sua implementação deveriam estar concluídas até 
2005 e que funcionaria a partir de 2006. Entretanto, em função de divergências entre os países, as 
negociações deverão se estender por um período maior. A ALCA foi concebida, desde o início, como um 
projeto de grande envergadura. Se vier a ser criada, ela não será uma área de livre comércio tradicional, 
isto é, não envolverá apenas o comércio de bens dentro das Américas. A proposta de sua constituição 
aponta no caminho de se estabelecer um acordo global que pretende abarcar serviços, o sistema 
financeiro, as compras governamentais e os investimentos. A Alca, tal como foi proposta pelos EUA, 
levaria à perda de autonomia na condução de aspectos essenciais da política econômica pelos países 
participantes. O Brasil,

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