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Perfuração Prof.ª Tatiana Felix Prof.ª Tatiana Felix Perfuração de petróleo Na perfuração, o objetivo principal é atingir os reservatórios de interesse, com o mínimo de comprometimento de suas propriedades permoporosas, construindo um conduto cilíndrico que interligue a cabeça de poço submarina, que posteriormente será interligado à plataforma produtora, à formação, possibilitando a execução da sequência operacional prevista até a conclusão do poço. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração de petróleo A perfuração de um poço de petróleo é realizada através de uma sonda. Poço de petróleo → estrutura que liga o reservatório à superfície Método percussivo Método rotativo Prof.ª Tatiana Felix Perfuração de petróleo Perfuração a percussão: método de perfuração a percussão utiliza uma broca especial com insertos esféricos de carbureto de tungstênio que trabalham o tempo todo em contato com a rocha. Essa broca recebe, além da carga axial estática, uma carga dinâmica gerada por um martelo, pneumático ou hidráulico. Neste método, a broca também é girada, porém a pequenas rotações (5 – 10 rpm). Prof.ª Tatiana Felix Prof.ª Tatiana Felix Perfuração de petróleo Perfuração rotativa: método de perfuração em que se baseia na aplicação de peso e rotação sobre uma broca cortante, que fragmenta a rocha quando comprimida e girada sobre ela. Os cascalhos gerados são levados até a superfície pelo fluido de perfuração e retorna pelo espaço anular entre a coluna de perfuração e o poço, constituindo um sistema contínuo de circulação. O peso sobre a broca é aplicado por meio de tubos pesados chamados comandos, colocados acima da broca. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração rotativa As rochas são perfuradas pela ação da rotação e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma coluna de perfuração. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração rotativa Todos os equipamentos de uma sonda rotativa responsáveis por determinada função na perfuração de um poço são agrupados nos chamados “sistemas” de uma sonda. Os principais sistemas são: de sustentação de cargas; de geração e transmissão de energia; de movimentação de carga; de rotação; de circulação; de segurança do poço; de monitoração; Prof.ª Tatiana Felix Sonda rotativa Prof.ª Tatiana Felix Sustentação de cargas Torre ou mastro Subestruturas Estaleiro Prof.ª Tatiana Felix Geração e transmissão de energia Motores a diesel Gás → turbinas Energia elétrica Prof.ª Tatiana Felix Geração e transmissão de energia Sondas mecânicas: a energia gerada nos motores a diesel é levada a uma transmissão principal (compound) através de conversores de torque embreagens. Os principais equipamentos de perfuração são conectados aos compounds. Prof.ª Tatiana Felix Geração e transmissão de energia Sondas diesel-elétricas: os motores diesel são ligados a geradores de energia elétrica (o sistema mais usado é o AC-DC) onde a geração é feita em corrente alternada e a utilização nos equipamentos é feito em corrente contínua. Prof.ª Tatiana Felix Movimentação de cargas Prof.ª Tatiana Felix Movimentação de cargas Prof.ª Tatiana Felix Movimentação de cargas Prof.ª Tatiana Felix Movimentação de cargas Prof.ª Tatiana Felix Rotação Prof.ª Tatiana Felix Rotação Prof.ª Tatiana Felix Rotação Prof.ª Tatiana Felix Rotação Motor de fundo Motor hidráulico tipo turbina ou de deslocamento positivo colocado acima da broca. Como a coluna de perfuração não gira, torque imposto a ela é nulo e seu desgaste fica bastante reduzido. Prof.ª Tatiana Felix Circulação Fase de injeção Fase de retorno Fase de tratamento Prof.ª Tatiana Felix Segurança do poço Cabeça de poço: permite a ancoragem e vedação das colunas de revestimento na superfície. Prof.ª Tatiana Felix Segurança do poço Preventores: permitem o fechamento do espaço anular. São acionados sempre que ocorre um kick (fluxo indesejável de fluido da formação para o poço). Prof.ª Tatiana Felix Monitoração Indicadores: indicador de peso no gancho e sobre a broca; o manômetro que indica a pressão de bombeio; torquímetro para o torque na coluna de perfuração; tacômetros para medir a velocidade da mesa rotativa. Registradores: mostra a taxa de penetração da broca, que é importante para avaliar as mudanças das formações perfuradas, o desgaste da broca e a adequação dos parâmetros de perfuração. Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Comandos (+ pesado) Tubos pesados (peso intermediário) Tubos de perfuração (-pesados) Os principais componentes são: Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Comandos: fornece peso sobre a broca e rigidez a coluna, permitindo melhor controle da trajetória do poço. Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Tubos Pesados: promovem uma transição de rigidez entre os comandos e os tubos de perfuração, diminuindo a possibilidade de falha por fadiga. Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Tubos de Perfuração Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Acessórios da coluna de perfuração Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Acessórios da coluna de perfuração Estabilizadores: dão maior rigidez a coluna, e por terem diâmetro igual ao da broca, ajudam a manter o diâmetro do poço. Escareadores: mesmas funções dos estabilizadores, porém utilizados em rochas duras e abrasivas. Estabilizadores Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Acessórios da coluna de perfuração Alargadores: permitem aumentar o diâmetro de uma parte do trecho já perfurado. Amortecedores de vibrações: absorvem as vibrações verticais das colunas de perfuração induzidas pela broca, principalmente quando perfuram rochas duras. Prof.ª Tatiana Felix Coluna de Perfuração Ferramentas de manuseio da coluna Chaves flutuantes: fornece torque para apertar e desapertar das uniões cônicas da coluna. Cunhas: mantêm a coluna de perfuração totalmente suspensa na mesa rotativa. Colar de segurança: evita a queda da coluna no poço em caso de deslizamento pela cunha. Prof.ª Tatiana Felix Broca São equipamentos que têm a função de promover a ruptura e desagregação das rochas ou formações. Podem ser classificadas em: Brocas sem parte móveis; Brocas com partes móveis. Prof.ª Tatiana Felix Broca Os principais tipos são: integral de lâminas de aço; de diamantes naturais; de diamantes artificiais. Brocas sem parte móvel Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas sem parte móvel Broca tipo integral de lâminas de aço conhecidas como rabo de peixe (fish tail); perfuração por cisalhamento; orifício para jato de fluido de perfuração; pequena vida útil, não é mais utilizada. Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas sem parte móvel Broca de diamantes naturais perfuração por esmerilhamento; utilizadas em formações extremamente duras e abrasivas; o tamanho e a quantidade de diamantes determinam a sua aplicabilidade. Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas sem parte móvel Broca de diamantes artificiais (PDC) perfuração por cisalhamento; utilizadas em formações moles com altas taxas de perfuração e maior vida útil; o tamanhoe a quantidade de diamantes determinam a sua aplicabilidade. PDC – Polycrystalline Diamond Compact TSP – Thermally Stable Polycrystalline Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas com parte móvel As brocas com partes móveis podem ter de um a quatro cones, sendo as mais utilizadas as brocas tricônicas pela sua eficiência e menor custo inicial. A ação da estrutura cortante das brocas tricônicas envolve a combinação de ações de raspagem, lascamento, esmagamento e erosão. As brocas tricônicas são divididas em: brocas dentes de aço; brocas de insertos. Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas com parte móvel Broca tricônica com dentes de aço Broca tricônica com insertos de tungstênio Prof.ª Tatiana Felix Broca Brocas com parte móvel Rolamentos Mancal Selados Não-selados Roletes Journal Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Os fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por vezes, até gases. Podem assumir aspecto de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos componentes. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração A circulação do fluido O fluido é bombeado pelo interior da coluna de perfuração, passa pela broca e retorna pelo anular. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Características do fluido de perfuração Ser estável quimicamente; Estabilizar as paredes do poço química e mecanicamente; Facilitar separação de cascalhos na superfície; Manter sólidos em suspensão quando em repouso; Inerte às rochas produtoras; Aceitar tratamentos físicos ou químicos; Ser bombeável; Ter baixa corrosão e abrasão à coluna e equipamentos; Facilitar estudo geológico do material retirado; Custo compatível com a operação. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela broca e transportá-los até a superfície; Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de fluidos indesejáveis (kick); Lubrificar e resfriar a broca e a coluna de perfuração Evitar danos a formação, estabilizando as paredes do poço, controlando a penetração do filtrado e equilibrando as pressões exercidas pelas formações. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Carrear para a superfície o cascalho gerado pela broca. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Aditivos para fluido de perfuração Propriedades reológicas Tixotropia Viscosidade alta em baixo cisalhamento Viscosidade baixa em alto cisalhamento Aditivos: Argilas e Polímeros Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Geometria do poço Propriedades reológicas são um fator crítico. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Importância da reologia nos poços de alto ângulo Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Resfriar a broca Lubrificar a broca e a coluna de perfuração Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Manter a estabilidade das paredes do poço Evitar a erosão mecânica. Evitar a solubilização de formações salinas. Evitar o ataque, pela água do fluido, às formações de folhelhos reativos. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Problemas gerados pelos folhelhos reativos Inchamento da formação (diminuição do diâmetro do poço). Dispersão do cascalho (entupimento do poço). Desmoronamento das paredes do poço. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Agentes inibidores da reatividade dos folhelhos Sais (KCl) Polímeros naturais Polímeros sintéticos Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Controlar a penetração do filtrado Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Controlar a penetração do filtrado Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Formação de reboco Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Atuação dos aditivos de controle de filtrado Bloqueia as aberturas dos poros do reboco. Envolve e impermeabiliza as partículas do reboco. Aumenta a viscosidade da fase líquida. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Equilibrar as pressões exercidas pelas formações A pressão do fluido de perfuração contra as paredes do poço, deve ser suficiente para contrabalançar a pressão exercida pelas formações rochosas e pelo petróleo ou gás existente, sem ser muito alta para não danificar o poço. A pressão de um líquido depende do seu peso, que é função de sua densidade, que pode ser ajustada para atender as condições no poço. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Funções do fluido de perfuração Equilibrar as pressões exercidas pelas formações Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Propriedades de controle dos fluidos de perfuração Densidade – peso do fluido Reológicos – viscosidade, perda de carga e velocidade de transporte de cascalhos Forças géis – inicial e final são as resistências do fluido de perfuração para iniciar e reiniciar o fluxo Filtração – filtrado e espessura do reboco Teor de sólidos – interfere nas anteriores pH – reduzir corrosão Alcalinidade – considera OH-, CO3-2 e HCO3- no filtrado e no fluido Teor de cloretos ou salinidade – na água de preparação do fluido, identificar influxos de água salgada e perfuração de rocha ou domo salino Teor de bentonita ou sólidos ativos – capacidade de troca de cátion Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Base de água A água é a fase contínua, podendo ser doce (NaCl < 1000ppm), dura (sais de Ca e Mg) ou salgada (NaCl > 1000ppm). É onde se utiliza a maior quantidade de aditivos químicos, que alteram os mais diversos parâmetros de controle do fluido. Fatores de seleção da água – disponibilidade, custo de transporte e tratamento, tipos de rochas a serem perfuradas e aditivos da composição. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Aditivos usados em fluidos à base de água alcalinizantes e controladores de pH – potassa e soda e cal; dispersantes – lignosulfonato, fosfatos e tanino; redutor de filtrado – amido; floculantes – soda, cal e NaCl; polímeros para viscosificar, desflocular e reduzir filtrado; surfactantes para emulsificar e reduzir tensão superficial; removedores de Ca e Mg – carbonato e bicarbonato de Na; inibidor de formação ativa – cloretos de K, Na e Ca; bactericidas – organoclorados, p-formaldeído, soda e cal. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Base de óleo Fase contínua ou dispersante constituída de óleo (mistura de HC líquidos). Emulsão água /óleo convencional ( teor de água < 10%) ou emulsão inversa (teor de água de 10-45%). Devido ao alto custo inicial e ao grau de poluição são utilizados menor freqüência que os a base de água. Prof.ª Tatiana FelixFluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Principais características dos fluidos à base de óleo grau de inibição elevada às rochas ativas; baixíssima taxa de corrosão; propriedades controláveis acima de 150°C, até 280°F; grau de lubricidade elevado; amplo intervalo de variação de densidade: de 0,89 a 2,4; baixíssima solubilidade de sais inorgânicos. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Poços com excelentes resultados dos fluidos à base de óleo poços HPHT (alta pressão e alta temperatura); formações de folhelhos argilosos e plásticos; formações salinas; formações de arenitos produtores danificáveis por fluidos à base de água; poços direcionais ou delgados ou de longo afastamento; formações com baixa pressão de poros ou de fratura. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Desvantagens dos fluidos à base de óleo em relação ao de água dificuldade na detecção de gás no poço, devido a sua solubilidade na fase contínua; menores taxas de penetração; maiores graus de poluição; menor número de perfis que podem ser executados; dificuldade no combate à perda de circulação; maior custo inicial. Nos últimos anos, muitos progressos têm sido alcançados, em relação à pesquisa de novos sistemas à base de óleo, como óleos minerais e sintéticos, menos poluentes do que o óleo diesel Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Base de ar Perfuração a ar ou gás é um termo genérico aplicado quando o ar ou o gás, como todo ou parte, é usado como fluido circulante na perfuração rotativa; Algumas situações recomendam a utilização destes fluidos de baixa densidade, tais como em zonas com perdas de circulação severas; Em formações produtoras com pressão muito baixa ou com grande susceptibilidade a danos; Em formações muito duras como o basalto ou o diabásio; Em regiões com escassez de água ou regiões glaciais com camadas espessas de gelo. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Forma dos fluidos à base de ar Ar comprimido ou nitrogênio puro - aplicada em formações duras, estáveis ou fissuradas, onde o objetivo é aumentar a taxa de penetração. Névoa - uma mistura de água dispersa no ar. É usada em conjunto com a perfuração com ar, quando há muita água. Espuma – dispersão de gás em líquido com agente espumante, para elevado carreamento de sólidos. Fluidos aerados – injeção de N2 ou GN no fluxo contínuo do fluido, diminuindo a densidade do sistema. Usado onde ocorrem perda de circulação severas. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Classificação dos fluidos de perfuração Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Problemas causados pela formulação incorreta de um fluido Erosão, inchamento, desmoronamento das paredes do poço. Encerramento da broca. Aprisionamento da coluna de perfuração. Invasão e dano à formação. Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Demanda por novos dos fluidos de perfuração Poços em águas ultra profundas Poços de alto ângulo e grande afastamento Regulamentação ambiental Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Demanda por novos dos fluidos de perfuração Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Demanda por novos dos fluidos de perfuração Exigências ambientais Baixa toxicidade Biodegradação Baixa bioacumulação (acúmulo de elementos químicos nas células de um organismo vivo). Prof.ª Tatiana Felix Fluidos de perfuração Demanda por novos dos fluidos de perfuração Para higiene e segurança do trabalho Baixa pressão vapor Não irritante para a pele e olhos Não cancerígeno Ponto de inflamação elevado Prof.ª Tatiana Felix Operações de perfuração Diferentes tipos de rochas – Troca de broca; Operação interrompida a cada 10 m para acréscimo de uma nova seção; Operação interrompida também para cimentação (revestimento do poço); Interrupção - Descida dos cascalhos. A perfuração de um poço é interrompida muitas vezes... Prof.ª Tatiana Felix Operações de perfuração Alargamento ou repassamento: é reperfurar com broca maior que a usada na perfuração, quando o poço se estreita. Conexão, manobra e circulação: quando o kelly ou top drive atingem a mesa rotativa, é necessário elevar a coluna e acrescentar um novo tubo. A manobra completa é a retirada e descida de toda a tubulação (Ex: substituição da broca). Prof.ª Tatiana Felix Operações de perfuração Revestimento do poço É necessário o revestimento do poço, para proteger suas paredes. Alto custo: no mar é 15-20% do custo da perfuração e na terra pode chegar a 50%. O poço é perfurado em fases (de 3 a 4 podendo chegar a 8), cujo nº depende das características das rochas e da profundidade. Após a conclusão de cada fase, desce a coluna de revestimento. A composição da coluna é função das solicitações da descida e da sua vida útil. Prof.ª Tatiana Felix Revestimento do poço Funções da coluna de revestimento Prevenir o desmoronamento das paredes do poço. Evitar a contaminação da água potável dos lençóis freáticos mais próximos à superfície. Permitir o retorno do fluido de perfuração à superfície. Prover meios de controle de pressões dos fluidos, permitindo aplicação de pressão adicional desde a superfície. Permitir a adoção de fluido de perfuração diferente, mais compatível com as formações a serem perfuradas adiante. Impedir a migração de fluidos das formações. Sustentar os equipamentos de segurança de cabeça de poço . Sustentar outra coluna de revestimento. Alojar os equipamentos de elevação artificial. Prof.ª Tatiana Felix Revestimento do poço Características da coluna de revestimento Ser estanque. Ter resistência compatível com as solicitações. Ter dimensões compatíveis com as atividades futuras. Ser resistente à corrosão e à abrasão. Apresentar facilidade de conexão. Ter a menor espessura possível. Prof.ª Tatiana Felix Revestimento do poço Classificação das colunas de revestimento condutor: é o 1º revestimento (profundidade = 10-50 m), assentado por cravação, jateamento (no mar) e cimentação (poço perfurado), Ø (30“, 20“ e 13 3/8“). de superfície: profundidade de 100-600 m, base de apoio para equipamentos de cabeça de poço, cimentado em toda extensão, Ø (20“, 18 5/8“, 16“, 13 3/8“, 10 3/4“ e 9 5/8“). intermediário: 1000-4000 m de profundidade, cimentado só na parte inferior, Ø (13 3/8“, 9 5/8“ e 7“). de produção: seu emprego da ocorrência de zonas de interesse de produção, Ø (9 5/8“, 7“ e 5 1/2“). liner: coluna curta, ancorada na coluna anterior, cobre apenas a parte inferior do poço, mais econômico e versátil, substitui o intermediário (liner de perfuração) e o de produção (liner de produção), Ø (13 3/8“, 9 5/8“, 7“ e 5 1/2“). Prof.ª Tatiana Felix Revestimento do poço Classificação das colunas de revestimento Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço É a cimentação principal da coluna de revestimento. Seu objetivo é colocar a pasta de cimento não contaminada (pasta sem contato com o fluido de perfuração), no espaço anular, entre o poço e a coluna de revestimento, de modo a se obter fixação e vedação eficiente e permanente deste anular. São executadas emtodas as fases do poço. Cimentação primária Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Cimentação secundária: para correção da primária Tampão de cimento Consiste no bombeamento de determinado volume de pasta para o poço, visando tamponar um trecho deste. É aplicado nos casos de perda de circulação, abandono (total ou parcial) do poço, como base para desvios, etc. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Cimentação secundária: para correção da primária Compressão de cimento ou squeeze Consiste na injeção forçada de cimento sob pressão, visando corrigir localmente a cimentação primária, sanar vazamentos no revestimento, ou impedir a produção de zonas que passaram a produzir água. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Cimento - Portland Os cimentos são essencialmente produzidos a partir de uma mistura de calcário e argila. Os componentes químicos principais do cimento Portland são: Cal (CaO): 60-67%; Sílica (SiO2): 17-25%; Alumina (Al2O3): 3-8%; Óxido de ferro (Fe2O3): 0,5-6%. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Aditivos para o cimento aceleradores de pega : CaCl2, NaCl; retardadores de pega : lignosulfonatos e derivados de glicose; estendedores (redutor de densidade) : compostos de baixa densidade como a perlita (silicato alumínico); dispersantes : reduzem a viscosidade; controlador de filtrado – reduz permeabilidade do reboco. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Sapata Colocada na extremidade inferior da coluna. É a guia de introdução da pasta no poço. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Colar Posicionado 2 a 3 tubos acima da sapata, o colar serve para reter os tampões de cimentação. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Tampão de fundo É de borracha, com membrana de baixa resistência em sua parte central . Lançado à frente da pasta e, é por esta empurrado até que toque no colar, quando a membrana se rompe permitindo sua passagem. Raspa o filme de sólidos do fluido de perfuração aderido à parede do revestimento, evitando a contaminação da pasta. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Tampão de topo É um tampão rígido de borracha, lançado após a pasta, separandoa do fluido de perfuração que a deslocará, para evitar sua contaminação. É retido pelo colar, causando um aumento de pressão que indica o término do deslocamento, permitindo a realização do teste de estanqueidade da coluna. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Colar de estágio Posicionado em algum ponto intermediário da coluna, o colar de estágio permite que a cimentação seja feita em mais de uma etapa ou estágio, quando o trecho a cimentar é muito extenso ou quando existam zonas críticas muito acima da sapata. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Centralizadores São peças compostas de um jogo de lâminas curvas de aço, que são afixados externamente à coluna de revestimento, visando centralizá-la, e causar um afastamento mínimo da parede do poço, para garantir a distribuição do cimento no anular e evitar a prisão da coluna por diferencial de pressão. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Arranhadores Têm a função de remover mecanicamente o reboco formado na parede do poço. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Obturador externo de revestimento Obturador inflável de borracha permanente, que promove a vedação do espaço anular em pontos críticos. Usado para proteger zonas fracas, sensíveis ou de interesse, da atuação da pressão hidrostática do cimento, sendo usualmente posicionado logo acima de tais zonas. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Acessórios de cimentação Colchões de lavagem e espaçadores São bombeados à frente da pasta, visando evitar sua contaminação pelo fluido de perfuração, e vice-versa, e auxiliar na remoção do reboco das paredes do poço, possibilitando melhor aderência de cimento. Os colchões de lavagem ou lavadores são pouco viscosos, compatíveis com a pasta e com o fluido, atuando por lavagem química e ação mecânica na diluição e remoção do reboco. Os espaçadores são geralmente viscosos e de densidade ajustável, com ação mecânica de remoção do reboco, evita a canalização de gás pela aplicação de pressão hidrostática. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Processo de cimentação primária 1 - Montagem das linhas de cimentação; 2 - Circulação para condicionamento do poço e preparação do colchão de lavagem; 3 – Bombeio do colchão de lavagem; 4 – Teste de pressão das linhas de cimentação, onde são feitos testes até uma pressão superior à máxima prevista durante a operação; 5 – Lançamento do tampão de fundo (opcional); 6 – Mistura da pasta mais leve, devendo cobrir o intervalo programado; 7 – Mistura da pasta mais densa e mais resistente à compressão; 8 – Lançamento do tampão de topo; 9 – Deslocamento com fluido de perfuração; 10 – Pressurização do revestimento para teste de vedação do tampão de topo. Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Processo de cimentação primária Prof.ª Tatiana Felix Cimentação do poço Processo de cimentação primária Sistemas computacionais para otimização e acompanhamento Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional A perfuração direcional é a técnica de desviar a trajetória de um poço vertical, para atingir objetivos que não se não se encontram diretamente abaixo da sua locação na superfície. Finalidades: controlar poço em blowout através de poços de alívio; atingir formações produtoras abaixo de rios, lagos, cidades, etc; desviar de acidentes geológicos como domos salinos e falhas perfurar vários poços de um mesmo ponto; desviar poços que tiveram trecho final perdido por problemas operacionais. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Finalidades Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Atingida a profundidade de desvio (KOP), a coluna de perfuração é retirada e desce esta outra coluna. Bent sub é quem desvia o motor de fundo da vertical. K-monel é um alojador de instrumentos de orientação. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Motor de fundo São acionados pela passagem de fluído de perfuração pelo seu interior; Permitem a rotação da broca sem girar a coluna de perfuração; A rotação e o torque são função da vazão de fluído; São ferramentas fundamentais para desvio de poços. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Prof.ª Tatiana Felix Perfuração direcional Instrumentos de orientação Single shot: desce por cabo e se aloja no K-monel e tira uma única foto da direção e da inclinação através de bússola e pêndulo,respectivamente. Multi shot: igual ao single sendo que tira muitas fotos. Giroscópio: quando há interferência magnética, a bússola e substituída por um giroscópio (rotor suspenso por um suporte). Prof.ª Tatiana Felix Kick É a invasão dos fluidos da formação para dentro do poço. Ocorre quando a pressão hidrostática do fluido de perfuração fica menor que a pressão do reservatório. Prof.ª Tatiana Felix KickCausas peso da lama insuficiente; perfuração não prevista de zonas com pressão anormalmente alta; abastecimento do poço incorreto durante as manobras; pistoneio (pressões negativas criadas abaixo da broca, na retirada da coluna); perda de circulação de fluido; cimentação inadequada; Prof.ª Tatiana Felix Kick Indícios de kick aumento do volume de lama nos tanques; aumento de vazão de retorno; poço em fluxo com as bombas desligadas; poço aceitando menos fluido que o volume de aço retirado; poço devolvendo mais lama que o volume de aço retirado; aumento da taxa de penetração (desbalanceamento pressão formação/pressão lama auxilia ação da broca); aumento da velocidade das bombas; corte da lama por óleo, gás ou água. Prof.ª Tatiana Felix Kick Controle do kick fechamento do poço (BOP) na primeira suspeita; leitura das pressões quando o poço é fechado; circulação do fluido invasor para fora do poço; substituição do fluido de perfuração por outro mais pesado, para conter a pressão de formação e evitar novo kick. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Tipos de unidades Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataforma fixas Utilizadas em lâminas d’ água de até 300 m. Devido aos altos custos envolvidos no projeto, construção e instalação da plataforma, sua aplicação se restringe ao desenvolvimentos de campos já conhecidos, onde vários poços são perfurados, sendo um vertical e outros direcionais. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataforma auto-eleváveis (PAs) Constituídas de uma balsa equipada com estruturas de apoio, ou pernas, que acionadas movimentam-se para baixo até atingirem o fundo do mar. São móveis, destinadas a perfuração de poços exploratórios, em lâminas d’água de até 130 m. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataforma submersíveis (SS) Estrutura montada sobre um flutuador, utilizada em águas calmas, rios e baías com pequena lâmina d’água. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataforma semi-submersíveis Estrutura apoiada por colunas em flutuadores submersos. Plataforma estável: trabalha em condições de tempo e mar mais severos. Os sistemas importantes: sistema de ancoragem e sistema de posicionamento dinâmico. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Navios sonda Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataforma Tension Leg Estrutura similar as SS, sendo que suas pernas são ancoradas no fundo do mar por meio de cabos tubulares, que reduzem o movimento da plataforma, permitindo operações de perfuração iguais às das plataformas fixas. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Plataformas tipo FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading) São navios que processam e armazenam o petróleo, e transferem o petróleo e/ou gás natural. No convés é instalada um planta de processo, para separar e tratar petróleo, gás e água. O petróleo é armazenado nos tanques do próprio navio, sendo transferido para um navio aliviador de tempos em tempos. O gás comprimido é enviado para terra através de gasodutos e/ou reinjetado no reservatório. O navio aliviador é um petroleiro, que atraca na popa da FPSO para receber petróleo, que foi armazenado em seus tanques, e transportá-lo para terra. Os maiores FPSOs têm sua capacidade de processo em torno de 200 mil barris de petróleo por dia, com produção associada de gás de aproximadamente 2 milhões de m3 por dia. Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading) Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Sistema de cabeça de poço submarino BOP na superfície – sondas fixas e auto eleváveis BOP no fundo do mar – sondas semi submersíveis e navios com cabos guia – até 400 m sem cabos guia – águas profundas São conectadas à plataforma através de sistema de tubos flexíveis (risers) que conduzirão os diferentes fluidos Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Equipamentos auxiliares Tensionadores de riser O riser está em constante movimento, é necessário um sistema que compense-os. Compensador de movimento Sistema hidráulico-pneumático que mantém constante o peso sobre a broca na perfuração (que pode variar com o movimento vertical da sonda) Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Evolução Prof.ª Tatiana Felix Perfuração marítima Prof.ª Tatiana Felix Otimização da perfuração Otimizar a perfuração é escolher parâmetros de modo a se conseguir uma operação econômica e segura. Os elementos que mais influenciam no custo da perfuração estão no programa de revestimento, programa de fluido e programa de brocas. Os principais elementos de interesses são o número de fases, tipo e profundidade de assentamento do revestimento, tipo de fluido de perfuração e suas propriedades, tipo de broca, peso e rotação sobre a broca (parâmetros mecânicos) e a pressão, vazão e diâmetro dos jatos (parâmetros hidráulicos). THOMAS, J.E. (2004). Fundamento da Engenharia do Petróleo. 2ª Edição, Rio de Janeiro: Interciência. Referências Bibliográficas
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