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Introdução ao Petróleo Profª Tatiana Felix Petróleo O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos, naftênicos e aromáticos em proporções variáveis, contendo impurezas, como os compostos de S, N e O e metais. Elemento % em Peso Carbono 83 a 87 Hidrogênio 11 a 14 Enxofre 0,06 a 8 Nitrogênio básico 0,11 a 1,7 Oxigênio 0,1 a 2 Metais até 0,3 Fonte: VALLE, 2007. Constituintes do petróleo Hidrocarbonetos Não-hidrocarbonetos Sulfurados; Oxigenados; Nitrogenados; Organometálicos. Parafínicos normais; Parafínicos ramificados; Parafínicos cíclicos; Aromáticos. Hidrocarbonetos Parafínicos normais; Parafínicos ramificados; Parafínicos cíclicos; Aromáticos. C12 C13 C14 C15 C16 C17 C18 Hidrocarbonetos Parafínicos normais; Parafínicos ramificados; Parafínicos cíclicos; Aromáticos. 2-metil hexano 2-metil heptano 3-metil hexano 3-metil heptano pristano 2,6,10,14-tetrametil pentadecano fitano 2,6,10,14-tetrametil hexadecano Hidrocarbonetos Parafínicos normais; Parafínicos ramificados; Parafínicos cíclicos; Aromáticos. ciclopentano ciclohexano metilciclohexano decalina CH3 CH3 CH33HC CH3 CH3 R CH3 CH3 CH33HC R = CH3, Tr25 R = H, Tr24 CH3 CH3 RCH3 CH3 CH3 CH3 R 3HC R = CH3, Tr20 R = H, Tr19 Hidrocarbonetos Parafínicos normais; Parafínicos ramificados; Parafínicos cíclicos; Aromáticos. benzeno tolueno xileno naftaleno fenantreno Não-hidrocarbonetos Sulfurados; Oxigenados; Nitrogenados; Organometálicos. S tiofeno S benzotiofeno S dibenzotiofeno S sulfetos cíclicos Sulfurados O S é o terceiro átomo mais abundante no petróleo. O S ocorre como: mercaptanos, sulfetos, polissulfetos, em anéis (benzotiofenos e derivados), moléculas policíclicas contendo ainda N e O, gás sulfídrico e enxofre elementar (raro). O petróleo que contém mais do que 5 mg/Kg de H2S são chamados de “azedos”. Segundo o teor de S, os petróleos são classificados como: • alto teor de enxofre (ATE), se maior do que 1% em massa; • baixo teor de enxofre (BTE), se menor do que 1% em massa. São responsáveis pela corrosividade dos produtos do petróleo; são venenos para os catalisadores de processos de conversão; são tóxicos; geram gases poluentes e chuva ácida. Não-hidrocarbonetos Sulfurados; Oxigenados; Nitrogenados; Organometálicos. R O OH ácido naftênicos R O OH ácido carboxílicos OH fenol CR O O R' éster CR R' O cetona CR OH O cresol Oxigenados Ocorrem em formas complexas, como ácidos carboxílicos, fenóis, cresóis, podendo ainda ocorrer formas não ácidas como ésteres, amidas, cetonas e benzofuranos. A acidez do petróleo é dada principalmente por ácidos carboxílicos, em especial os ácidos naftênicos. Os compostos oxigenados são os principais causadores da acidez, corrosividade, coloração, odor e formação de depósito das frações de petróleo. Não-hidrocarbonetos Sulfurados; Oxigenados; Nitrogenados; Organometálicos. porfirina N piridina N quinolina Nitrogenados Apresentam-se quase em sua totalidade na forma orgânica, considerando-se alto os teores acima de 0,25% em massa. Podem ser divididos em: básicos: piridinas, quinolinas; não básicos: pirróis, indóis, carbazóis. São responsáveis pelo envenenamento de catalisadores; por aquecimento em condições oxidantes, as formas básicas tendem a se degradar, dando coloração aos derivados do petróleo e formando depósitos. Não-hidrocarbonetos Sulfurados; Oxigenados; Nitrogenados; Organometálicos. Nitrogenados Tendem a se concentrar nas frações mais pesadas e ocorrem em complexos orgânicos, como quelatos da porfirina. Os metais que ocorrem são: Fe, Zn, Cu, Pb, As, Co, Mo, Mn, Cr, Na, Ni e V, e esses dois últimos são os de maior incidência. São responsáveis pelo envenenamento de catalisadores; Na e V podem formar complexos com outros elementos, reduzindo o PF dos tijolos refratários dos fornos industriais; os óxidos de vanádio podem se depositar sobre as paredes dos tubos dos fornos industriais, provocando superaquecimento podendo levar a fluência dos mesmos; podem provocar corrosão nas tubulações, sobre as quais se depositam. Resinas e Asfaltenos Fonte: VALLE, 2007. Classificação do petróleo Fonte: THOMAS, 2004. Classificação do petróleo TIPO DE ÓLEO CONCENTRAÇÃO S% Parafínico S > 50% P > N e P > 40% < 1 Parafínico naftênico A < 50% P e N < 40% Naftênico N > P e N > 40% Aromático intermediário S < 50% P > 10% > 1 Aromático asfáltico A > 50% P < 10% N < 25% Aromático naftênico P < 10% N > 25% Tissot Fonte: VALLE, 2007. US Bureau of Mines (GARY) Classificação do petróleo ÓLEO CRU DENSIDADE ESPECÍFICA DO CORTE GASOLINA PESADA DENSIDADE ESPECÍFICA DO RESÍDUO (PE > ) Parafínico Abaixo de 0,760 Menor que 0,930 Intermediário Parafínico Menor que 0,760 Entre 0,930 e 0,975 Asfáltico Parafínico Menor que 0,760 Maior que 0,975 Parafínico Intermediário Entre 0,760 e 0,780 Menor que 0,930 Intermediário Entre 0,760 e 0,780 Entre 0,930 e 0,975 Asfáltico Intermediário Entre 0,760 e 0,780 Maior que 0,975 Parafínico Naftênico Entre 0,780 e 0,800 Menor que 0,930 Intermediário Naftênico Entre 0,780 e 0,800 Entre 0,930 e 0,975 Parafínico Aromático Maior que 0,800 Menor que 0,930 Aromático Maior que 0,800 Entre 0,930 e 0,975 Asfáltico Maior que 0,780 Maior que 0,975 Fonte: VALLE, 2007. American Petroleum Institute (API) - O °API é uma medida de densidade baseada na densidade específica. Classificação do petróleo 5,1315,141 6,15/6,15 d API Onde d 15,6/15,6 é a densidade relativa do produto a 15,6°C em relação a densidade da água também a 15,6°C. DENSIDADE °API CLASSIFICAÇÃO API > 31,1 Leve 31,1 > API > 22,3 Médio 22,3 > API > 10 Pesado API < 10 Extra-pesado Características do petróleo Curvas de destilação Cada petróleo tem uma curva típica de destilação, que vai produzir quantidades distintas de cada um dos produtos componentes da cesta do petróleo. Frações ou cortes na curva de destilação representam os grupos de HC, cujos pontos de ebulição se encontram na faixa de destilação entre o ponto inicial e o final do corte. Curva de destilação Fonte: SZKLO E ULLER, 2008. Frações básicas do petróleo Fonte: SZKLO E ULLER, 2008. Rendimento de querosene da destilação 2 crus diferentes Fonte: SZKLO E ULLER, 2008. Caracterização em função das propriedades físicas Fator Kuop (Fator Watson – Kw) Foi criado pela Universal Oil Products Company (UOP). Este fator é baseado no fato de que a densidade específica de um componente puro está associado à relação C/H e à temperatura de ebulição. KUOP = 13 parafinas de elevado peso molecular 12 ≤ KUOP < 13 parafinas com baixo e médio peso molecular e alquil-naftênicos com longa cadeia parafínica 11 ≤ KUOP < 12 naftênicos, alquil-naftênicos de cadeia baixa e média e alquil-aromáticos de cadeia parafínica longa 10 ≤ KUOP < 11 naftênicos condensados e conjugados, alquil-aromáticos de cadeia parafínica média e alquil-naftênicos de cadeia parafínica longa. 9 ≤ KUOP <10 aromáticos condensados e alquil- naftênicos de cadeia parafínica pequena Caracterização em função das propriedades físicas Índice de acidez- TAN (Total Acid Number) Os petróleos com índice de acidez superior a 0,5 mg KOH/g produzem corrosão em equipamentos e tubulações de unidades de destilação do óleo cru. Fonte: SZKLO E ULLER, 2008. Fonte: SZKLO E ULLER, 2008. Fonte: FARAH, 2012. SZKLO, A. & ULLER, V. C. (2008). Fundamentos do Refino do Petróleo: Tecnologia e Economia, 2ª Edição, Rio de Janeiro: Interciência. VALLE, M. L. M. (2007). Produtos do Setor de Combustíveis e de Lubrificantes. Rio de Janeiro: Publit. FARAH, M.A. (2012). Petróleo e Derivados, Rio de Janeiro: LTC. Referência Bibliográfica
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