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AVALIAÇÃO DE BARREIRA CAPILAR EM INTERFACE NAO SATURADA SOLO GEOSSINTETICOS


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Avaliação de Barreira Capilar em interface não saturada solo-
geossintéticos 
 
Fernando Henrique Martins Portelinha 
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil, fportelinha@ufscar.br 
 
Alexandre Trovato 
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil, alexandretrovatto@gmail.com 
 
RESUMO: Barreiras capilares desenvolvidas na interface não saturada solo-geossintéticos tem sido 
estudadas como alternativa para compor camadas de fechamento de aterros sanitários em 
substituição as geomembranas. No entanto, este tipo de barreira pode ser quebrada a depender da 
sucção e do regime de infiltração. Dessa forma, o entendimento de formação de barreiras capilares 
torna-se indispensável para projetos deste tipo de barreiras. Este trabalho visa contribuir com o 
entendimento de barreiras capilares por meio da avaliação da formação e manutenção de barreiras 
capilares em sistemas não saturados de solo-geotêxtil em diferentes condições iniciais de umidade 
do solo (11%, 14%, 16% e 18%). Para isso, foi desenvolvido um sistema de colunas de infiltração, 
com monitoramento de teor de umidade ao longo do tempo, que possibilita a verificação do 
armazenamento de água acima da barreira capilar, sendo este o principal parâmetro de identificação. 
Resultados mostraram que barreiras se formaram até teores de umidade 2% acima do teor ótimo de 
compactação, porém não se desenvolveram com umidade inicial de 4% acima. Embora barreiras 
capilares tenham se iniciado em tempos menores para os menores teores de umidade, o 
armazenamento de água e tempo de manutanção da barreira é mais prolongado. Para maiores teores 
de umidade, no caso de barreiras se formarem, estas apresentam quebras com pequenas alturas de 
armazenamento de água e tempos curtos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Barreira capilar, Geotêxteis, Teor de umidade, umedecimento, ensaios de 
coluna. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O fenômeno de formação de barreiras capilares 
tem sido sugerido para compor sistemas 
alternativos de baixo custo para fechamento de 
aterros sanitários em substituição de 
geomembranas e argilas compactadas, já que 
esta pode restringir o avanço da frente de 
infiltração para o interior do aterro. As barreiras 
capilares são formadas na interface entre dois 
materiais de diferentes granulometrias e 
permeabilidades na condição não saturada 
(interface argila-areia, por exemplo). Estas 
barreiras naturais são formadas quando a 
permeabilidade do material granular se torna 
menor que a permeabilidade do solo mais fino, 
para um determinado nível de sucção, 
promovendo uma restrição temporária da 
infiltração. A quebra da barreira capilar e 
posterior retomada do avanço da frente de 
infiltração é alcançada quando o efeito do 
umedecimento reduz a sucção a um valor em 
que as permeabilidades dos materiais se tornam 
iguais (Stormont e Anderson, 1999; Iryo e 
Rowe, 2005). Este valor e sucção é dependente 
do formato da curva de retenção de água do 
material granular. Stormont e Anderson (1999) 
relatam que a sucção de quebra de barreira 
capilar entre as camadas de areia siltosa e 
pedregulho foram menores que a sucção na 
interface das camadas de areia siltosa e areia 
pura. 
 Atualmente, muitos trabalhos mostram que a 
barreira capilar pode se formar não somente em 
meios particulados naturais, mas também na 
matriz de materiais geossintéticos porosos, tais 
como os geotêxteis, desde que estes apresentem 
comportamento de retenção de água semelhante 
aos materiais granulares (Bouazza et al., 2006; 
Zornberg et al., 2010; McCartney e Zornberg 
2010). Zornberg et al. (2010) relatam que a 
quebra de barreira capilar em interface solo-
geotêxtil ocorre após uma altura máxima de 
armazenamento de água acima da barreira que 
promove a redução para o valor de sucção de 
quebra. O estudo de McCartney e Zornberg 
(2010) mostra que o efeito de secagem pode 
recompor a barreira capilar a depender do nível 
de evaporação de água. Portanto, interface solo-
geotêxtil apresenta potencial para compor 
camadas de fechamento de aterro sanitários em 
substituição ao uso de geomembranas. Porém, 
para que este sistema de barreira capilar possa 
ser utilizado com segurança, deve-se conhecer o 
processo de formação e comportamento de uma 
barreira capilar a longo prazo, para que esta 
possa ser projetada para uma determinada 
aplicação. É também importante conhecer o 
efeito de ciclos de umedecimento e secagem na 
manutenção deste fenômeno. 
 Este trabalho visa avaliar, por meio de 
ensaios de coluna de infiltração, a formação, 
nível de armazenamento e quebra de barreiras 
capilares na interface de um solo laterítico e um 
geotêxtil sob diferentes condições de umidade 
inicial, para compor camadas de fechamento de 
aterros sanitários. 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
2.1 Solo 
 
O solo utilizado na execução do protótipo 
consiste em uma areia argilosa de condutividade 
hidráulica de 1,4x10-4 cm/s. A Tabela 1 resume 
as propriedades características do solo. 
 
Tabela 1. Propriedades do solo 
Propriedades Normas Valores 
Argila 
NBR7181 
34% 
Silte 4% 
Areia 62% 
γs (kN/m3) NBR 6508 26,6 
LL (%) NBR 6459 30,3 
IP (%) 
 
9,6 
γdmáx (kN/m3) 
NBR 7182 
18,7 
wótim (%) 14,4 
2.2 Geotêxtil 
 
Para a execução das colunas em laboratório foi 
utilizado um geotêxtil não tecido agulhado de 
filamentos curto de poliéster. Para a 
caracterização dos materiais foram realizados 
ensaios de gramatura (NBR 12568, 2003), 
espessura (NBR 12569, 2003), permissividade 
(ASTM D4491, 2009) e abertura de filtração 
(AFNOR G38017, 1983). As propriedades 
características dos geotêxteis são mostradas na 
Tabela 2. 
 
Tabela 2. Propriedades do solo 
Propriedades Unidade Norma Valores 
Gramatura (g/m2) 
ABNT 
NBR12568 
300 
Espessura 
nominal 
(mm) 
ABNT 
NBR12569 
2,69 
Permissividade (s-1) ASTM D 4491 1,96 
Abertura de 
filtração 
(µm) 
AFNOR G 
38017 
93 
 
2.3 Ensaios de coluna 
 
Colunas de infiltração foram montadas em 
laboratório para avaliação da formação de 
barreiras capilares. Estas colunas consistem em 
permeâmetros com parede de acrílico 
perfurados para posicionamentos dos sensores 
de umidade. Os permeâmetros de acrílicos 
foram vedados com uso de tampas e anéis de 
borracha (o`rings) na parte superior e inferior da 
coluna. Basicamente, as colunas para avaliações 
de barreiras capilares consiste no 
posicionamento do geotêxtil na base da coluna e 
posterior compactação do solo até a altura de 
análise. 
Sensores de umidade do tipo FDR foram 
posicionados a cada 10 cm, iniciando-se a 
primeira camada de leitura a 10 cm acima do 
reforço. Cuidados deve ser tomados para que o 
sistema tenha contato com a pressão 
atmosférica para que o fluxo ocorra. Acima da 
altura de solo compactado, papel filtro e uma 
porção de algodão foram posicionados para 
possibilitar o melhor espalhamento da água que 
entra no sistema, bem como para evitar erosões 
devido à queda da água. 
O ensaio de coluna consiste no 
monitoramento das alterações nas leituras de 
umidade volumétrica ao longo da altura da 
coluna durante o avanço de umedecimento da 
água. Para evitar a formação de lâmina de água 
e carga hidráulica, a vazão da água de entrada 
deve proporcionar uma taxa de avanço da água 
menor que a permeabilidade saturada do solo. 
Neste experimento, a taxa de avanço foi de 
1x10-4 cm/s, 1,4 vezes menor que a 
permeabilidade do solo saturado. 
Entrada de água
Pressão atmosférica
Saida de água
Coleta
Tampa superior
Tampa inferiorSensores de umidade
Geotêxtil não tecido
Papel Filtro
Algodão
 
Figura 1. Layout do ensaio de coluna. 
 
 Os ensaios de coluna de infiltração foram 
conduzidas em 4 diferentes condições de 
umidade do solo, sendo um na umidade de 
compactação da energia de Proctor Normal 
(14%), 3% abaixo da umidade de compactação, 
2% e 4% acima da umidade de compactação. 
Todas as colunas estudadas foram moldadas 
com grau de compactação (GC) de 90% em 
relação ao peso específico seco máximo do 
ensaio de Proctor de Energia Normal. A Tabela 
3 resume as condições e as nomenclaturas do 
ensaio realizado. 
 
Tabela 3. Resumo das condições de ensaio 
Coluna 
w GC 
(%) (%) 
1 11 90 
2 14 90 
3 16 90 
4 18 90 
 
 
3 RESULTADOS 
 
A formação de barreiras capilares pode ser 
identificada com base no armazenamento de 
água acima do geotêxtil devido o bloqueio do 
avanço do umedecimento. Durante o bloqueio, 
há o aumento progressivo da altura de 
armazenamento até um limite máximo que 
resulta na diminuição da sucção da interface a 
um ponto da curva de condutividade hidráulica 
não saturada em que a permeabilidade do 
geotêxtil torna a ser superior a permeabilidade 
do solo. Essa identificação do armazenamento e 
quebra pode ser realizada plotando-se as leituras 
dos sensores de umidade durante o tempo em 
que acontece avanço do umedecimento. As 
curvas de umidade volumétrica com o tempo 
para as colunas 1, 2, 3 e 4 são apresentadas nas 
Figuras 2, 3, 4 e 5. 
 
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
Coluna de ensaio
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
8Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
3 /m
3 )
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
8
Coluna de ensaio
Armazenamento de 
água acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
 
Figura 2. Leituras dos sensores de umidade ao longo do 
tempo de ensaio da coluna 1 (11% de umidade inicial). 
 
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
 
Figura 3. Leituras dos sensores de umidade ao longo do 
tempo de ensaio da coluna 2 (14% de umidade inicial). 
 
Os resultados mostram que barreiras capilares 
se formaram nos teores de umidades iniciais de 
11%, 14% e 16%. No entanto, esta não se 
formou para o teor de umidade 4% acima da 
ótima. Isso pode ser atribuído ao fato de que a 
sucção de interface é correspondente ao ponto 
em que as curvas de condutividade hidráulica 
não saturada se cruzam ou valor de sucção 
abaixo deste. Neste ponto de sucção a 
permeabilidade do geotêxtil passa a ser maior 
ou igual a permeabilidade do solo. 
 
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
id
ad
e v
ol
um
étr
ica
 (m
/m
)
Tempo (min.)
1
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Coluna de ensaio
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
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)
Tempo (min.)
1
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8Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
id
ad
e v
ol
um
étr
ica
 (m
3 /m
3 )
Tempo (min.)
1
2
3
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Coluna de ensaio
Armazenamento de 
água acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
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e v
ol
um
étr
ica
 (m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
 
Figura 4. Leituras dos sensores durante o ensaio 3. 
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
étr
ica
 (m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
Coluna de ensaio
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
U
m
id
ad
e v
ol
um
étr
ica
 (m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
8Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
3 /m
3 )
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
8
Coluna de ensaio
Armazenamento de 
água acima da barreira
Quebra da barreira
0.100
0.150
0.200
0.250
0.300
0.350
0.400
0.450
0.500
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Um
id
ad
e v
ol
um
ét
ric
a (
m
/m
)
Tempo (min.)
1
2
3
4
5
6
7
Coluna de ensaio
Armazenamento de água 
acima da barreira
Quebra da barreira
 
Figura 5. Leituras dos sensores durante o ensaio 4. 
 
 Com relação aos teores de umidades, pode-se 
verificar que barreiras capilares iniciaram-se em 
menores tempo em comparação com valores 
mais altos de teor e umidade. É provável que as 
maiores sucções e, consequentemente, maiores 
tensões capilares, fazem com que o avanço 
ocorra mais rapidamente. Embora as barreiras 
iniciaram-se mais rapidamente, estas 
permaneceram em maior tempo. Para o teor de 
umidade de 16% (2% acima da ótima) as 
barreiras permaneceram durante 300 minutos, 
enquanto para os teores de umidade iniciais de 
11% e 14%, estas duraram 400 minutos, 
promovendo maior armazenamento de água 
acima do geotêxtil. O maior armazenamento 
ocorreu no teor ótimo de umidade, e não para 
valores abaixo desta, o que era esperado (entre 
0,2 e 0,3 m). Já para a barreira 3, a altura de 
armazenamento foi menor que 0,1 m. Este 
comportamento indica que nas condições reais, 
com ciclos de umedecimento e secagem, 
camadas de fechamento com menor teor de 
umidade pode ter maior duração, uma vez que a 
altura de armazenamento deve ser maior. O 
comportamento de cada barreira é resumido na 
Tabela 4. 
 
Tabela 4. Resumo do comportamento das barreiras 
Coluna 
w Formação Quebra Armazenamento 
(%) (min.) (min.) (m) 
1 11 600 a 1000 1000 0.1 a 0.2 
2 14 800 a 1200 1200 0.2 a 0.3 
3 16 
1700 a 
2000 
2000 ≤ 0.10 
4 18 Não há - - 
 
 Nas Figuras 6, 7, 8 e 9 são apresentados os 
perfis de umedecimento para as colunas 1, 2, 3 
e 4. Neste perfis, pode-se notar três valores 
típicos de teor de umidade durante a infiltração: 
teor de umidade volumétrica inicial (θi); 
umidade de capacidade de campo (θcc); e 
umidadede saturação (θsat). Durante a 
infiltração o teor de umidade parte do valor de 
compactação para o valor da capacidade de 
campo. Já, de modo geral, a saturação é 
alcançada durante o armazenamento devido a 
barreira capilar. Pode-se notar nestas figuras 
que o valor de capacidade de campo é o mesmo 
para todas as colunas, mostrando que estas não 
são influenciadas pela umidade inicial de 
compactação. Na coluna 4, cujo teor de 
umidade é de 18%, o valor de capacidade de 
campo coincidiu com o teor de umidade inicial. 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Pr
of
un
di
da
de
 (c
m
)
Umidade volumétrica (m/m)
10 min
100 min
300 min
500 min
750 min
1000 min
2000 min
θi θcc θsat
 
Figura 6. Perfil de umedecimento da coluna 1 (11% de 
umidade inicial). 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
P
ro
fu
nd
id
ad
e 
(c
m
)
Umidade volumétrica (m/m)
20 min
100 min
300 min
500 min
750 min
1000 min
2000 min
θi θcc θsat
 
Figura 7. Perfil de umedecimento da coluna 2 (14% de 
umidade inicial). 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
P
ro
fu
n
d
id
ad
e 
(c
m
)
Umidade volumétrica (m/m)
10 min
100 min
300 min
500 min
750 min
1000 min
2000 min
θi θcc θsat
 
Figura 8. Perfil de umedecimento da coluna 3 (16% de 
umidade inicial). 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
P
ro
fu
nd
id
ad
e 
(c
m
)
Umidade volumétrica (m/m)
10 min
100 min
300 min
500 min
750 min
1000 min
2000 min
θi =θcc θsat
 
Figura 9. Perfil de umedecimento da coluna 4 (18%). 
 
5 CONCLUSÕES 
 
O presente trabalhou buscou identificar o 
comportamento de barreira capilar em interface 
não saturada solo-geotêxtil sob diferentes 
condições iniciais de umidade. Para alcançar os 
objetivos propostos foram realizados ensaios de 
coluna instrumentadas com sensores para 
monitoramento da infiltração de água no 
sistema. Com base neste programa experimental 
concluiu-se: 
 Barreiras capilares se formaram nos teores de 
umidades iniciais de 11%, 14% e 16% (2% 
acima da ótima). No entanto, esta não se 
formou para o teor de umidade 4% acima 
da ótima (18%). Isso pode ser atribuído ao 
fato de que o valor de sucção de interface é 
correspondente ao ponto em que as curvas 
de condutividade hidráulica não saturada se 
cruzam ou valor de sucção abaixo deste. 
 O fato de compactar o solo em baixas 
umidades não alteram o valor de umidade 
referente a capacidade de campo. 
 Barreiras capilares iniciam-se em tempos 
menores para menores teores de umidade, 
porém o armazenamento de água e tempo 
de manutanção da barreira é mais 
prolongado. Para maiores teores de 
umidade, no caso de barreiras se formarem, 
estas apresentam quebras com pequenas 
alturas e tempos de armazenamento de 
água. 
 
REFERÊNCIAS 
Stormont, J.C. e Anderson, C.E. (1999). Capillary Barrier 
effect from underlying courser soil layer, Journal of 
Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, 
ASCE, Vol. 125, p. 641-648. 
Iryo, T. e Rowe, R.K. (2005). Infiltration into an 
Embankment reinforced by nonwoven geotextiles, 
Canadian Geotechnical Journal, Vol. 42, p. 1145-
1159. 
Bouazza, A.; Zornberg, J.G.; McCartney, J.; Nahlawi, H. 
(2006). Significance of unsaturated behavior of 
geotextile in earth structutres, Australian 
Geomechanics, Vol. 41, p. 133-142. 
Zornberg, J. G.; Bouazza, A., McCartney, J. S. (2010). 
Geosynthetic capillary barriers: current state of 
knowledge. Geosynthetics International, Vol. 17, p. 
273-300. 
McCartney, J. e Zornberg, J.G. (2010). Effects of 
infiltration and evaporation on geosynthetic capillary 
barrier performance, Canadian Geotechnical Journal, 
Vol. 47, p. 1201-1213.