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TUTELA CIVIL AMBIENTAL - RESPONSABILIDADE 2012 aluno 1

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TUTELA CIVIL AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
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RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
Dano é toda lesão a um bem jurídico tutelado.
Dano ambiental é toda agressão contra o meio ambiente causada por atividade potencialmente poluidora ou por ato comissivo ou omissivo.
Para a reparação ou o ressarcimento dos danos há a necessidade de se comprovar a responsabilidade do autor 
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RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA 
A - Idéia de culpa 
B- Fato gerador é sempre fato ilícito 	
C- Atenção culposa do agente (dolo ou culpa) Art. 186 CC 
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RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Independe de CULPA ou do fato ilícito.
Incide sobre qualquer pessoa física ou jurídica que cause degradação ambiental 
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 Sendo a responsabilidade OBJETIVA, para que surja a obrigação de reparar o dano são necessários os seguintes elementos:
 FATO LESIVO;
 DANO;
 NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O FATO LESIVO E O DANO
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LEI 6938/81  ART. 14 § ÚNICO 
§ 1° - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, efetuados por sua atividade. 
O Ministério Público União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente 
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ART. 225 § 3º - CF
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
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RESPONSABILIDADE PÓS-CONSUMO
 Art. 931 CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
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 O Projeto de Lei 1966/07, do deputado Homero 	Pereira (PR-MT), determina que os fabricantes ou importadores de refrigerantes, água mineral, sucos e outras bebidas recolham e dêem destinação ambientalmente adequada (reutilização ou reciclagem) aos vasilhames plásticos
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 Empresas incentivam a troca de lixo por desconto na conta de luz
26/09/2008 — Funverde 
Algumas empresas fornecedoras de energia estão proporcionando um incentivo aos consumidores. O programa beneficia a queda de inadimplência das contas de luz, gera lucro as empresas e favorece o meio ambiente.
Hoje trocar sacos plásticos, garrafas PET, jornais, latas, papelão e ferro-velho, por um desconto na conta de luz é um grande negócio.
O primeiro projeto surgiu na cidade de Fortaleza, no Ceará, onde a companhia de eletricidade passou a estimular os seus consumidores, concedendo um desconto na tarifa de energia elétrica por troca de lixo reciclável.
O programa deu certo, Agora a cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro está propondo a implantação do “bônus de desconto” na conta de luz.
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DANO PATRIMONIAL – Dano causado ao patrimônio, ao ambiente e a terceiros 
Art.14 § único da Lei 6.938/81 PNMA
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente 
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O dano patrimonial ambiental é aquele referente à recuperação ou indenização pelo bem ambiental lesado, como, no exemplo do derramamento de óleo na Baía de Guanabara, do espelho d´água e do seu entorno, bem como a recomposição da fauna e flora afetadas.
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DANO EXTRAPATRIMONIAL - Direito da personalidade, bem juridicamente protegido. Honra atingida, constrangimentos causados.
Conceitua-se o DANO MORAL como a “lesão de um bem integrante da personalidade; violação de um bem personalíssimo, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a integridade psicológica, causando dor, vexame, sofrimento, desconforto e humilhação à vítima.” 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
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A responsabilidade civil ambiental pode cumular-se em patrimonial e extrapatrimonial (moral), quando a degradação do meio ambiente atinge a emotividade intrínseca das pessoas ali encontradas, causando dor e sofrimento.
 Não se pode ter em mente que apenas existe uma moral individual, pois devemos admitir que a reparação do dano moral coletivo é necessária e cabível, já que estamos falando de um bem de toda a coletividade. 
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 DANO MORAL COLETIVO 
Este dano se nota quando, além do dano físico ao patrimônio ambiental, for também atingido o sentimento e aos padrões éticos das pessoas, ou seja, quando a ofensa ambiental constituir dor, sofrimento, ou desgosto de uma comunidade. 
Neste caso, se o impacto ocasionado a uma paisagem em virtude do derramamento de óleo em um rio, ou o desmatamento de matas ciliares comprometer psicologicamente a comunidade de uma determinada região, existirá dano moral coletivo. 
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Um mesmo dano ambiental pode ofender diversos extratos jurídicos, seja ferindo interesses difusos, direitos coletivos de determinada coletividade ou direitos individuais de alguma pessoa. 
Se algum oleoduto vazar e derramar na Baía de Guanabara, nós teremos uma ofensa ao nosso interesse difuso em termos esse ecossistema limpo.
Poderemos ter uma ofensa a um direito coletivo de determinada colônia de pescadores que teve prejudicada suas atividades pesqueiras.
Assim como poderemos ter um dano a um bem patrimonial individual, caso algum dos pescadores tenha sua rede de pesca inutilizada pelo petróleo. 
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 O dano moral coletivo é de cunho subjetivo, à semelhança do dano moral individual. 
 Traduz este dano através do sofrimento de diversas pessoas dispersas em uma certa coletividade ou grupo social (dor difusa ou coletiva), em vista de um certo dano ao patrimônio ambiental. 
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Apelação Cível n° 2001.001.14586 (TJRJ, Rela Desemb. Maria Raimunda T. de Azevedo, 06.03.02) ‘Poluição Ambiental. Ação civil Pública formulada pelo Município do Rio de Janeiro. Poluição consistente em supressão da vegetação do imóvel sem a devida autorização municipal. Cortes de árvores e início de construção não licenciada, ensejando multas e interdição do local. Dano à coletividade com a destruição do ecossistema, trazendo conseqüências nocivas ao meio ambiente, com infringência às leis ambientais, Lei Federal 4.771/65, Decreto Federal 750/93, artigo 2o, Decreto Federal 99.274/90, artigo 34 e inciso XI, e a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, artigo 477. Condenação à reparação de danos materiais consistentes no plantio de 2.800 árvores, e ao desfazimento das obras. Reforma da sentença para inclusão do dano moral perpetrado à coletividade. Quantificação do dano moral ambiental razoável e proporcional ao prejuízo coletivo. A impossibilidade de reposição do ambiente ao estado anterior justifica a condenação em dano moral pela degradação ambiental prejudicial à coletividade. Provimento do recurso.
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Art. 393 § único CC
O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
 
“Nem tudo o que é previsível é evitável, e um acontecimento inevitável, mas previsível, não assume o caráter de caso fortuito ou de força maior”.
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TEORIA
DO RISCO ASSUMIDO
 O empreendedor que obtém lucros através de atividades causadoras de riscos à vida, à saúde ou ao meio ambiente, assume a responsabilidade pelos danos ou encargos que são vinculados em um nexo causal direto com tais riscos.
 Não assume os riscos que não lhe sejam inerentes, ficando excluídos dos riscos assumidos, deste modo, o motivo de força maior e o caso fortuito, por serem circunstâncias gerais desvinculadas do nexo causal direto em relação às atividades exercidas ou aos riscos inerentes a estas. 
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O empreendedor assume os riscos de sua atividade e responde por eles, porém, não responde por fatos imprevisíveis ou necessários, cujos efeitos não se possa evitar ou impedir. 
Ex: temporal ou qualquer outro fenômeno da natureza. 
Nexo causal com a atividade
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 TEORIA DO RISCO INTEGRAL
Pela teoria do risco integral, uma vez que seja verificado o dano ambiental, o dever de reparar independe da análise da subjetividade do agente.
 seja por falha humana ou técnica, por obra do acaso ou força da natureza, deve o dano ser reparado, respondendo o causador pelos prejuízos causados, podendo o empreendedor, quando possível, ao se tratar de fato de terceiro, valer-se do direito de regresso, contra o verdadeiro causador.  
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TEORIA DO RISCO INTEGRAL
NÃO ADMITE EXCLUDENTE
Art. 927 § único CC - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
 Lei 6931/81, art.3º, IV
 Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
CC - Art. 942 Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
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RESPONSABILIDADE PASSIVA
Art. 275 CC – 
 O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
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 Sacolas plásticas e responsabilidade ambiental solidária dos supermercados 
 Foi divulgado que os supermercados do Estado do Paraná, deverão apresentar à Secretaria do Meio Ambiente soluções alternativas para as sacolas feitas à base de plástico convencional, há anos utilizadas para acondicionar os produtos comprados nesses estabelecimentos. 
Isto porque a falta de destinação final adequada para as mais de 80 milhões de sacolas plásticas utilizadas mensalmente nos supermercados paranaenses vem gerando um passivo ambiental de grandes proporções, desde a fonte geradora, até o consumidor final, são solidariamente responsáveis pelos danos ambientais que eventualmente vierem a causar esses resíduos. 
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RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Estados são grandes máquinas movendo-se lentamente.” Bacon 
“O ser perfeito, que se basta a si mesmo, que tudo absorve e domina.” Platão
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RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO 
Art.225 caput CF, art. 37 § 6 CF 88
Art. 225 CF:
 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações
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Art. 37 § 6º - CF:
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.  
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 O Estado poluidor
União, Estados-membros, Municípios:
Lei 6.938/81, art. 3º, IV
Hipóteses:
a)Por ação: estradas, oleodutos, aterros,
emissários de esgotos, etc.
b) Por omissão: falta de fiscalização; inércia
na construção de sistemas de proteção; no
lixo e tratamento de esgotos; concessão de
licenças não ajustadas à realidade
sanitária e ambiental, etc
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c) Por danos causados por terceiros: quando tinha o dever de fiscalizar e impedir o resultado Responsável solidário – CF, art. 225
Ex: SFH é solidário na Responsabilidade Civil, em caso de conjunto habitacional que provoca dano ambiental. (STJ).
MPMT – ACP Obrigar o Banco do Brasil, ao conceder financiamento, a exigir a averbação da reserva florestal – Lei 4.771/65; 
 Lei 8.171/91, art. 99 (reserva legal).
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Ação poluidora, Negligência ou Omissão
do Poder Público
a) Dano provocado pela Adm. Pública:
 ao particular, art. 37 § 6º CF; dano difuso, Lei
 6.938/81, art. 14 § 1º.
a) Negligência ou Omissão do Poder
Público – fiscalização – concessão ou
renovação de licenças ambientais – Lei
6.938/81, art. 3º, IV
Estado é responsável solidário
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c) – Omissão do Poder Público é causa única do dano: Responsabilidade exclusiva do Estado.
Ex: destinação final do resíduo urbano;
 lixo hospitalar; falta de conservação de áreas ameaçadas pela erosão; tratamento de esgosto
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MORRO DO BUMBA NO RIO DE JANEIRO
Nada fora feito em encostas, como contenções ou obras de escoamento de água, nada realizado pelo Poder Público, de todas as esferas.
A ajuda financeira não foi nem a metade do que deveria ser repassado aos Municípios, as obras, nunca realizadas, o que torna responsável, objetivamente, o Estado pelos danos sofridos, tanto material, quando moral, posto que quem perde uma residência e todos os seus pertences, ou seja, toda a sua “vida”, tem um sofrimento mental extremo, e onde deveria o Estado proteger, ou seja, a dignidade da pessoa humana, princípio basilar estampado na Constituição Federal, restou omisso.
A força maior, onde os procuradores do Estado tentam excluir a responsabilidade do Estado com relação a danos ambientais de chuvas, não deve prevalecer, na medida em que havia, e sempre houve áreas de riscos e repasses de recursos monetários para a realização de obras que garantissem a não existência destas trágicas catástrofes.
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0011954-05.2006.8.19.0042 – APELACAO / REEXAME NECESSARIO 
DES. ROBERTO FELINTO – Julgamento: 31/08/2010 – DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL
APELAÇÃO CÍVEL. Responsabilidade civil do Município. Danos moral e material. Ocorrência de fortes chuvas, com deslizamento de encosta de morro e desmoronamento de imóvel da parte autora. Fato notório e previsível na região. Preliminar de prescrição. Análise e afastamento em decisão saneadora irrecorrida. Artigo 37, §6º da Constituição Federal. Adoção da Teoria Objetiva, segundo a qual bastam a existência de uma conduta Estatal, o dano e o nexo de causalidade entre eles para configurar o dever de reparação por parte do Estado, sem que haja necessidade de se averiguar o atuar culposo. Situação que revela conduta omissiva, de natureza específica, por parte do Poder Público que, muito embora tivesse prévio conhecimento da área de risco, negligenciou no dever de agir para impedir o evento. Obras de contenção, drenagem e escoamento de água na área afetada. Falta do serviço. Dever de indenizar. Jurisprudência predominante deste Tribunal. Não caracterizada a alegada causa excludente de responsabilidade (força maior). Recurso voluntário do Município. Sentença de procedência parcial. Manutenção. 
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Responsabilidade Civil da Administração Pública. Alegados danos decorrentes de deslizamento de encosta, em razão das fortes chuvas que assolaram o Município de Petrópolis no final do ano de 2001. Nexo causal presente. Prova pericial que demonstrou a
omissão específica da administração, em relação a ocupação irregular do solo. Dano emergente presente. Dano moral ausente quando se trata de simples perda material, passível de recomposição. 
(aqui entende-se o contrário, pois que a dignidade da pessoa humana é totalmente relacionada ao bem estar e qualidade de vida, quanto mais quando se perder bem material e alto custo e que foi feito por anos, o abalo psíquico é notório.)

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