Buscar

PLANO DE AULA 2 DIREITO PENAL IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SEMANA 2
Usurpação de função pública – art. 328
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidade e probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ.
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de usurpar função pública ilegitimamente). 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa até mesmo o funcionário público incompetente ou investido em outra função. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado. 
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o delito com o efetivo exercício de pelo menos um ato de ofício, típico de função pública em que o agente não está investido. A consumação ocorre no momento e no lugar em que o ato de ofício é praticado pelo agente. 
	
	
Tentativa – é teoricamente admissível e verifica-se quando iniciada a prática de atos inequívocos de execução, é interrompida durante sua realização, por circunstâncias alheias à vontade do agente.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
  Usurpação de função pública
        Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
        Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Confronto com o delito de estelionato
Os delitos de usurpação de função qualificada (art. 328, PU, CP) e de estelionato (art. 171, CP) não se confundem, nada obstante tenham como nota com um a obtenção de vantagem ilícita. O crime do art. 328, PU, CP, é contra a Administração Pública; o crime do art. 171, CP, é contra o patrimônio. Na usurpação qualificada o agente obtém vantagem ilícita, emanada do exercício ilegal de uma função pública. No estelionato o sujeito não exerce nenhuma função pública, mas finge ser funcionário público (fraude) para em seguida induzir ou manter alguém em erro, obtendo vantagem ilícita em prejuízo alheio. Além disso, no crime contra a Administração Pública o agente realiza indevidamente algum ato de ofício, enquanto no crime patrimonial isso não ocorre, razão pela qual é correto afirmar que o estelionato é um minus quando comparado à usurpação de função pública qualificada.
Resistência - art. 329
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidade e probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: “ATO LEGAL” ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de resistir a ato ilegal de autoridade competente). Há elemento subjetivo especial do tipo que é representado pela finalidade de impedir a execução do ato legal.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa que, mediante violência ou grave ameaça, obstaculize a prática de ato ilegal. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado e, ao lado dele, o funcionário competente ou quem lhe esteja prestando auxílio para a execução do ato legal. 
Consumação e tentativa
Consumação – a consumação do crime ocorre com a efetiva oposição à prática de ato legal, no momento e no lugar em que pratica a violência ou ameaça, independentemente de onde o ato seria realizado. É irrelevante que o agente obtenha êxito em seu fim pretendido, qual seja o de impedir a realização do ato legal. 
	
	
Tentativa – a tentativa é teoricamente admissível, especialmente porque o ato de resistir pode, facilmente, ser objeto de fracionamento.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Resistência
        Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
        Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
        § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
OBS: o § 2º trata de concurso material entre o crime de resistência e aqueles que resultarem do emprego de violência contra o funcionário, como a lesão corporal (leve, grave ou gravíssima) ou o homicídio. Portanto, o legislador afastou a possibilidade do concurso formal de crimes. 
Confronto com os delitos de desacato, desobediência e lesão corporal.
DESACATO E RESISTÊNCIA – constitui crime de desacato o mero xingamento contra funcionário público. Se, no caso concreto, o agente xinga e emprega violência, contra o funcionário público, teria cometido dois crimes, mas a jurisprudência firmou entendimento que, nesse caso,o desacato fica absorvido pela resistência.
DESOBEDIÊNCIA E RESISTÊNCIA – da mesma forma que o crime de desacato, o crime de desobediência resta absorvido pela resistência, quando praticados no mesmo contexto fático.
 
O delito de furto consumado e posterior delito de resistência: controvérsias – concurso de crimes ou crime único de roubo impróprio.
Se o agente subtraiu a res e logo depois da subtração empregou violência ou grave ameaça contra o policial, para evitar a prisão em flagrante ou sua identificação, haverá a configuração do roubo impróprio. A violência ou grave ameaça, no caso, integram o crime patrimonial. A demora entre uma ação (subtração) e outra (violência ou grave ameaça) poderá caracterizar o concurso material entre o crime de furto e o delito de resistência, pois, uma vez consumado o delito patrimonial, qualquer ação física contra os perseguidores (policial civil, militar, guarda municipal, delegado de polícia) constituirá crime autônomo, não se podendo falar em roubo impróprio. Por exemplo: agente subtrai o bem e, após longo tempo escondido com a res, é surpreendido por policial, contra o qual emprega violência.
Desobediência – art. 330
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidadee probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: “ORDEM LEGAL” ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de desobedecer ordem legal de funcionário público competente para emiti-la). 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive o funcionário público, desde que não se encontre no exercício de suas funções. Relacionando-se, porém, às suas próprias atribuições funcionais, a “desobediência” poderá configurar o crime de prevaricação, observada as demais elementares típicas. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado. 
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a efetiva ação ou omissão do sujeito passivo, isto é, no momento e no lugar em que se concretiza o descumprimento da ordem legal. Tratando-se da forma omissiva, consuma-se o crime após o decurso do prazo para cumprimento da ordem, ou, mais precisamente, no exato momento de sua expiração. 
	
	
Tentativa – somente é possível na forma comissiva. O crime omissivo próprio não admite a forma tentada.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
        Desobediência
        Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
        Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
JURISPRUDÊNCIA
INFORMATIVO 425, STF 2ª TURMA
Crime de Desobediência e Atipicidade
Não há crime de desobediência (CP, art. 330), no plano da tipicidade penal, se a inexecução da ordem, emanada de servidor público, revelar-se passível de sanção administrativa prevista em lei, que não ressalva a dupla penalidade. Com base nesse entendimento, a Turma deferiu habeas corpus para anular condenação imposta ao paciente, que se recusara a exibir, a policial militar encarregado de vistoria de trânsito, seus documentos e os do veículo automotor que dirigia. Considerou-se que a conduta do paciente já está sujeita à sanção prevista no art. 238 do Código de Trânsito Brasileiro. Precedente citado: HC 86254/RS (DJU de 10.3.2006). HC 88452/RS, rel. Min. Eros Grau, 2.5.2006. (HC-88452)
INFORMATIVO 736, STF (CLIPPING)
AP N. 633-RS
RELATOR: MIN. TEORI ZAVASCKI
Ementa: AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. FALSIDADE IDEOLÓGICA. DESOBEDIÊNCIA. AUSÊNCIA DE DOLO. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. ABSOLVIÇÃO. DENÚNCIA JULGADA IMPROCEDENTE. RÉU ABSOLVIDO NOS TERMOS DO INC. III, DO ART. 386, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
1. O crime de desobediência se configura quando demonstrada a clara intenção do agente de não cumprir ordem emanada da autoridade pública. Para a configuração do delito é insuficiente que a ordem não seja cumprida, sendo necessário que tenha sido endereçada diretamente a quem tem o dever de cumpri-la e que este, com vontade específica de contrariar, desatenda ao comando.
2. No caso dos autos, ficou demonstrado que o réu não foi responsável pelo descumprimento da ordem judicial, inexistindo, ademais, qualquer proceder doloso no fato ocorrido. 
3. Denúncia julgada improcedente, nos termos do art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal.
INFORMATIVO 538, STJ (6ª TURMA)
DIREITO PENAL. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA PREVISTA NA LEI MARIA DA PENHA.
O descumprimento de medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei 11.340/2006) não configura crime de desobediência (art. 330 do CP). De fato, o art. 330 do CP dispõe sobre o crime de desobediência, que consiste em “desobedecer a ordem legal de funcionário público”. Para esse crime, entende o STJ que as determinações cujo cumprimento seja assegurado por sanções de natureza civil, processual civil ou administrativa retiram a tipicidade do delito de desobediência, salvo se houver ressalva expressa da lei quanto à possibilidade de aplicação cumulativa do art. 330 do CP (HC 16.940-DF, Quinta Turma, DJ 18/11/2002). Nesse contexto, o art. 22, § 4º, da Lei 11.340/2006 diz que se aplica às medidas protetivas, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 do CPC, ou seja, no caso de descumprimento de medida protetiva, pode o juiz fixar providência com o objetivo de alcançar a tutela específica da obrigação, afastando-se o crime de desobediência. Vale ressaltar que, a exclusão do crime em questão ocorre tanto no caso de previsão legal de penalidade administrativa ou civil como no caso de penalidade de cunho processual penal. Assim, quando o descumprimento da medida protetiva der ensejo à prisão preventiva, nos termos do art. 313, III, do CPP, também não há falar em crime de desobediência. REsp 1.374.653-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/3/2014.
Desacato – art. 331
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidade e probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: “FUNCIONÁRIO PÚBLICO” ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo penal). Há elemento subjetivo especial do tipo, de acordo com a doutrina majoritária, consistente na vontade deliberada de desprestigiar a função pública exercida pelo ofendido.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa que desacata funcionário público. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado e de modo secundário o funcionário público desacatado. 
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o delito com a prática efetiva, pelo sujeito ativo, da ofensa ou da manifestação ou exteriorização oral ofensiva (palavra). 
	
	
Tentativa – é teoricamente admissível, embora, por vezes, de difícil caracterização. Será inadmissível quando o desacato for praticado oralmente. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar notempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME UNISSUBSISTENTE (praticado por um único ato, admitindo fracionamento) ou CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Desacato
        Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Confronto com o delito de injúria.
DESACATO E INJÚRIA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO - De acordo com BITENCOURT se a ofensa é proferida na presença ou diretamente ao funcionário público, no exercício da função ou em razão dela, o crime deixa de ser contra a honra para tipificar o desacato. DAMÁSIO entende que a ofenda praticada na presença do ofendido constitui desacato, em sua ausência , crime contra honra majorado.
QUINTA TURMA - STJ
	PROCESSO
	REsp 1.640.084-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em 15/12/2016, DJe 1/2/2017.
	RAMO DO DIREITO
	DIREITO PENAL
	TEMA
	Desacato. Incompatibilidade do tipo penal com a Convenção Americana de Direitos Humanos. Controle de convencionalidade.
	DESTAQUE
	O art. 331 do CP, que prevê a figura típica do desacato, é incompatível com o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, do qual a República Federativa do Brasil é signatária.
	INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
	O art. 2º, c/c o art. 29, da Convenção Americana de Direitos Humanos prevê a adoção, pelos Estados Partes, de "medidas legislativas ou de outra natureza", visando à solução de antinomias normativas que possam suprimir ou limitar o efetivo exercício de direitos e liberdades fundamentais. Na sessão de 4/2/2009, a Corte Especial do STJ, ao julgar, pelo rito do art. 543-C do CPC/1973, o REsp 914.253/SP adotou o entendimento firmado pelo STF no RE 466.343/SP, no sentido de que os tratados de direitos humanos, ratificados pelo país, têm força supralegal, "o que significa dizer que toda lei antagônica às normas emanadas de tratados internacionais sobre direitos humanos é destituída de validade." Trata-se do controle de convencionalidade, cuja finalidade é compatibilizar as normas internas com os tratados e convenções de direitos humanos, nos termos de doutrina pioneira, no Brasil. Dessarte, ao contrário do que entenderam as instâncias ordinárias, a ausência de lei veiculadora de abolitio criminis não inibe a atuação do Poder Judiciário na verificação de possível inconformidade do art. 331 do CP, que prevê a figura típica do desacato, com o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, que estipula mecanismos de proteção à liberdade de pensamento e de expressão. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH já se manifestou a respeito do tema em casos que envolveram outros países, resultando, sempre, em decisões pela prevalência do art. 13 do Pacto de São José sobre normas internas que tipificam o crime em exame.  No relatório especial de 1995, a Comissão afirmou que as leis de desacato se prestam ao abuso, como meio para silenciar ideias e opiniões consideradas incômodas pelo establishment, bem assim proporcionam maior nível de proteção aos agentes do Estado do que aos particulares, em contravenção aos princípios democrático e igualitário (CIDH, Relatório sobre a compatibilidade entre as leis de desacato e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, OEA/Ser. L/V/II.88, doc. 9 rev., 17 de fevereiro de 1995, 197-212). A CIDH, em seu 108º período ordinário de sessões, realizado de 16 a 27/10/2000, aprovou a Declaração de Princípios sobre Liberdade de Expressão, que estatui: "11. Os funcionários públicos estão sujeitos a um maior controle por parte da sociedade. As leis que punem a manifestação ofensiva dirigida a funcionários públicos, geralmente conhecidas como 'leis de desacato', atentam contra a liberdade de expressão e o direito à informação." Ora, as recomendações da CIDH assumem força normativa interna. A adesão ao Pacto de São José significa a transposição, para a ordem jurídica interna, de critérios recíprocos de interpretação, sob pena de negação da universalidade dos valores insertos nos direitos fundamentais nele reconhecidos. Embora a jurisprudência afaste a tipicidade do desacato quando a palavra ou o ato ofensivo resultar de reclamação ou crítica à atuação funcional do agente público (RHC 9.615/RS, Quinta Turma, DJ 25/9/2000), o esforço intelectual de discernir censura de insulto à dignidade da função exercida em nome do Estado é por demais complexo, abrindo espaço para a imposição abusiva do poder punitivo estatal. Não há dúvida de que a criminalização do desacato está na contramão do humanismo, porque ressalta a preponderância do Estado - personificado em seus agentes - sobre o indivíduo. A existência de tal normativo em nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela CF/88 e pela Convenção Americana de Direitos Humanos. Ademais, a punição do uso de linguagem e atitudes ofensivas contra agentes estatais é medida capaz de fazer com que as pessoas se abstenham de usufruir do direito à liberdade de expressão, por temor de sanções penais, sendo esta uma das razões pelas quais a CIDH estabeleceu a recomendação de que os países aderentes ao Pacto de São José abolissem suas respectivas leis de desacato. Observe-se, por fim, que o afastamento da tipificação criminal do desacato não impede a responsabilidade ulterior, civil ou até mesmo de outra figura típica penal (calúnia, injúria, difamação etc.), pela ocorrência de abuso na expressão verbal ou gestual ofensiva, utilizada perante o funcionário público.
Tráfico de influência – art. 332
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ.
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente dirigida à obtenção de vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função). Há também elemento subjetivo específico do tipo representado pela finalidade especial de destinar-se a vantagem ou sua promessa para o próprio agente ou para terceiro. 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa até mesmo o funcionário público, desde que não esteja no exercício de suas funções normais. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado. O funcionário público iludido ou ludibriado também é secundariamente sujeito passivo
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o delito no momento que o agente solicita, exige ou cobra vantagem ou promessa vantagem para agir. Consuma-se com a mera solicitação, exigência ou corança da vantagem ou promessa desta, para influir em funcionário público no exercício da função, independentemente de outro resultado. 
	
	
Tentativa – é teoricamente admissível, embora de difícil configuração, vez que é possível o fracionamento do iter criminis. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação) nas três primeiras modalidades típicas e CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para sua consumação) na modalidade de obter; CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME PLURISSUBJETIVO (trata-se de crime de concurso necessário, sendo impossível ser cometido sem a conivência entreo executor e o pagador da vantagem); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
 Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.  (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva.
Na hipótese em que o sujeito ativo efetivamente tenha prestígio junto à Administração Pública e venha a corromper funcionário público, oferecendo ou prometendo vantagem para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício, o primeiro responderá pelo delito de corrupção ativa (art. 333, CP), e o funcionário público será responsabilizado pelo delito de corrupção passiva (art. 317, CP). O terceiro, beneficiado pela corrupção, também é considerado sujeito ativo do art. 333 do CP.
Corrupção ativa - art. 333
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidade e probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: “VANTAGEM INDEVIDA” ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar o núcleo descrito no tipo). Há elemento subjetivo específico do tipo, ou seja, na expressão "PARA DETERMINÁ-LO A PRATICAR, OMITIR OU RETARDAR ATO DE OFÍCIO".
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – é o Estado.
Consumação e tentativa
Consumação - por ser crime formal se consuma com a oferta ou promessa de vantagem indevida ao funcionário público.
Tentativa - é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Corrupção ativa
        Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
        Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Confronto com o delito de corrupção passiva: hipótese de ocorrência simultânea ou isolada.
A corrupção, em nossa legislação, não é crime necessariamente bilateral, de forma que nem sempre a configuração da corrupção passiva dependerá do delito de corrupção ativa e vice-versa. Vejamos:
a) CORRUPÇÃO ATIVA SEM A PASSIVA - o oferecimento ou promessa de vantagem feita pelo particular ao funcionário público configura, por si só, o delito de corrupção ativa (art. 333, CP), independentemente do recebimento da vantagem ou da aceitação da promessa pelo funcionário público.
b) CORRUPÇÃO PASSIVA SEM A ATIVA - se o funcionário público solicitar vantagem indevida ao particular, tal ato por si só já configurará o delito de corrupção passiva (art. 317, CP), independentemente da entrega da vantagem pelo extraneus. Caso essa entrega ocorra, não responderá o particular pelo delito do art. 333 do CP, pois referido tipo penal apenas prevê a conduta de oferecer ou prometer a vantagem indevida. O fato, no caso, é atípico.
c) CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA - embora a corrupção não seja um crime necessariamente bilateral, haverá hipóteses em que a corrupção passiva somente se dará se ocorrer a corrupção ativa. Assim, na conduta do funcionário que recebe a indevida vantagem (art. 317, CP), é pressuposto necessário que haja anteriormente a ocorrência do delito de corrupção ativa na modalidade "oferecer vantagem indevida a funcionário (art. 333, CP). O mesmo se dá na modalidade "aceitar promessa de tal vantagem (art. 317, CP), cujo pressuposto necessário é que haja a anterior ação de prometer vantagem pelo exttraneus.
Confronto com os delitos de concussão, corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete; sonegação ou inutilização de livros ou documento
CORRUPÇÃO ATIVA E CONCUSSÃO - segundo a jurisprudência são incompatíveis esses crimes, isto é, não é possível a existência concomitante de ambos. É que a vítima, que entrega o dinheiro exigido no crime de concussão, não pode ser considerada sujeito ativo do delito de corrupção ativa, pelo simples fato de que a corrupção ativa pressupõe que o particular livremente ofereça ou prometa a vantagem, o que não ocorre quando há primeiramente a prática do delito de concussão, pois o particular é constrangido a entregar a vantagem.
CORRUPÇÃO DE TESTEMUNHA, PERITO, TRADUTOR OU INTÉRPRETE - caso o agente pratique a conduta de dar, oferecer, ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação, ainda que a oferta ou promessa não seja aceita, responderá pelo delito previsto no art. 343 do CP.
CORRUPÇÃO E EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO (ART. 314, CP) - na hipótese em que o funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem, a fim de extraviar, sonegar ou inutilizar livro oficial ou qualquer outro documento, de que tem a guarda, comete o delito de corrupção passiva (art. 317, CP), e o particular que oferece ou promete a vantagem, pelo crime de corrupção ativa (art. 333, CP). Em uma primeira análise tem-se a impressão de que o fato se enquadraria perfeitamente no art. 314 do CP, sendo o particular considerado coautor, contudo esse delito é estritamente subsidiário, sendo a corrupção muito mais grave, em face do oferecimento pelo particular e do recebimento pelo funcionário de vantagem indevida.
 
Descaminho – art. 334 - Contrabando art. 334-A (modificado e acrescentado pela Lei 13.008 de 26 de junho de 2014)
Bem jurídico tutelado
Tutela a Administração Pública, especialmente sua moralidade e probidade administrativa.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos)
	
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social, culturalhistórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento humano. Aparecem em expressões como “sem justa causa”, “indevidamente”, “documento”, “funcionário público”, “dignidade”, “decoro” ...
Elemento subjetivo: há somente o elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar o núcleo descrito no tipo). 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pois qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – é o Estado. 
Consumação e tentativa
Consumação – é necessário verificar como ocorreu a entrada e a saída da mercadoria, ou seja, pela alfândega ou não. Pela alfândega consuma-se no momento em que a mercadoria foi liberada. Não sendo pela alfândega consuma-se no momento em que a mercadoria entra ou sai de nosso território
	
	
Tentativa – é admissível. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (que não exige resultado naturalístico para sua consumação); CRIME DOLOSO (pois não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 
Distinção entre contrabando ou descaminho.
CONTRABANDO - é a importação ou exportação de mercadoria cuja entrada no País ou saída dele é absoluta ou relativamente proibida. Sua incriminação encontra-se na primeira parte do art. 334, caput do CP.
DESCAMINHO - é também conhecido como "contrabando impróprio" e é a fraude utilizada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de impostação ou exportação. Está descrito na parte final do art. 334 do CP.
Confronto entre o delito de contrabando e as figuras previstas na Lei 11.343/06 (tráfico de drogas) e na Lei 10.826/03 (tráfico internacional de armas).
O crime de contrabando, definido na primeira parte do caput do art. 334 do CP, tem natureza genérica ou residual.
Se a importação ou exportação possuir como objeto material qualquer tipo de droga, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, estará caracterizado o crime previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/06. Em se tratando de exportação ou importação de matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de droga, incidirá o crime definido no art. 33, § 1º, I, da Lei 11.343/06.
Se a importação ou exportação relacionar-se com arma de fogo, munição ou acessório, sem autorização da autoridade competente, estará configurado o crime de tráfico internacional de arma de fogo, previsto no art. 18 da Lei 10.826/03.
Em ambos os casos trata-se de conflito aparente de normas.
Confronto entre os delitos de receptação e contrabando.
Há conflito aparente de normas entre as condutas do art. 334, § 2º, do CP e o art. 181, § 1º, do CP, sendo certo que este último dispositivo é afastado pelo princípio da especialidade. 
Confronto entre os delitos de falsidade documental e uso de documento falso: concurso de crimes.
CONTRABANDO OU DESCAMINHO E FALSIDADE DOCUMENTAL - entende-se que, se a falsificação do documento esgota-se na prática do crime de contra pelo agente para a aplicação de uma série de fraudando ou descaminho, exaurindo sua potencialidade lesiva, haverá absorção do crime de falso, incidindo o princípio da consunção; caso contrário, servindo o documento falsifique sabem serem falsificado pelo agente para a aplicação de uma série de fraudes, deverá ele responder pelo delito de contrabando ou descaminho em concurso material com a falsidade documental.
CONTRABANDO OU DESCAMINHO E USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 304, CP) - na hipótese em que o agente adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira acompanhada de documentos que sabem serem falsos, responderá apenas pela modalidade criminosa prevista no § 1º, "d", do art. 334 do CP, não havendo concurso com o delito de uso de documento falso, pois somente aquele que entregou a mercadoria com os documentos falsos deverá ser responsabilizado por esse delito.
Extinção da punibilidade
Em face da natureza tributária, aplica-se a regra do art. 34 da Lei 9249/95, isto é, extingue-se a punibilidade quando o agente promove o pagamento do tributo, e também de eventuais acessórios, até o recebimento da denúncia. Em que pese o mencionado artigo estabeleça um limite temporal para a extinção da punibilidade, qual seja, antes do recebimento da denúncia, atualmente se entende possível a decretação da perda da pretensão punitiva estatal alicerçada no pagamento do tributo a qualquer tempo, em obediência às disposições previstas no art. 9º, caput, e § 2º, da Lei 10.684/03, e nos arts. 67/69 da Lei 11.941/09. 
“Descaminho
Art. 334.  Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o  Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.” (NR)
“Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público competente;
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.”

Continue navegando