Buscar

INCIDÊNCIA DE LESÕES EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA DA CIDADE DE GUANAMBI – BA.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
INCIDÊNCIA DE LESÕES EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NAS 
ACADEMIAS DE GINÁSTICA DA CIDADE DE GUANAMBI – BA. 
 
Ana Paula da Cunha Martins1, Anne Grazielle Silva Gomes1, Gidelza da Silva 
Pereira1, Laís de Souza Fernandes1, Ricardo Ribeiro Badaró2, Thairinny Cardoso 
Fagundes Alves1 
 
1Graduando (a) do Curso de Fisioterapia, Faculdade Guanambi, FG, Guanambi – BA. 
2Fisioterapeuta Especialista em Ortopedia e Esporte pela UFMG, Mestrando pela SOBRATI. 
 
 
RESUMO: Em busca de um corpo perfeito e melhor qualidade de vida a 
conscientização da população sobre a atividade física vem aumentando, 
incentivando a procura desta prática. As academias de ginástica tornaram-se um 
alvo na busca por esse objetivo, onde o exercício de musculação acaba sendo o 
mais procurado. Entretanto, assim como em qualquer atividade física os praticantes 
estão expostos a sofrer lesões. Este estudo teve como objetivo identificar a 
incidência de lesões musculoesqueléticas em praticantes de musculação nas 
academias de ginástica de Guanambi-BA e identificar os segmentos corporais mais 
afetados. Utilizou-se um questionário contendo perguntas sobre dados pessoais do 
aluno, atividade realizada na academia, percepção de lesão e procedimentos 
adotados após a lesão. Dos 50 questionários respondidos, foram utilizados 45 na 
análise. A amostra composta por homens (47%) e mulheres (53%), apresentou 
idade média de 26,9 anos. Mais da metade dos alunos (64%) relataram ter sofrido 
alguma lesão, sendo que 59% destes acreditavam que a lesão estava relacionada 
às atividades realizadas na academia. O joelho foi o segmento corporal mais 
frequentemente citado (31%), seguido por ombro (19%), punho (19%) e coluna 
(17%). Levando em consideração o que foi exposto, estudos posteriores são de 
fundamental importância para desenvolver estratégias de intervenção e prevenção, 
melhorando assim a qualidade de vida dessa população. 
 
Palavras-chave: Atividade Física. Lesões musculoesqueléticas. Musculação. 
 
 
2 
 
INCIDENCE OF INJURIES BODYBUILDERS IN FITNESS CENTERS GUANAMBI 
CITY - BA. 
 
ABSTRACT: In search of a perfect body and a better quality of life public awareness 
about physical activity is increasing, stimulating demand this practice. The fitness 
centers have become a target in the search for this purpose, where the exercise 
bodybuilder ends up being the most sought. However as with any physical activity 
practitioners are exposed to injury. The objective of this study was to identify the 
incidence of musculosketetal injuries in bodybuilders in fitness centers Guanambi BA 
and identify the body segments most affected. We used a questionnaire containing 
questions about personal data of the student activity performed at the gym, 
perception of injury and procedures adopted after injury. From the 50 answered 
questionnaires, 45 were used for analysis. A sample of men (47%) and women 
(53%), mean age was 26.9 years. More than half of students (64%) reported having 
suffered some injury, and 59% of them believed that the injury was related to 
activities in the gym. The knee was the body segment most frequently cited (31%), 
followed by shoulder (19%), wrist (19%) and spine (17%). Considering the foregoing, 
further studies are essential to develop strategies for intervention and prevention, 
thus improving the quality of life of this population. 
 
Keywords: Bodybuilder. Musculosketetal injuries. Physical activity. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos anos em busca de uma melhor qualidade de vida a 
conscientização da população sobre a atividade física vem aumentando cada vez 
mais, fazendo com que se torne comum a procura desta prática por homens e 
mulheres em diversas faixas etárias. Com isso as academias de ginástica tornaram-
se uma das principais alternativas de quem procura alguma atividade física. 
 Nas academias é possível encontrar uma variedade de atividades e entre elas 
uma das mais populares é a musculação, uma forma de exercício resistido que leva 
ao aumento dos músculos esqueléticos. Ela utiliza a força da gravidade através de 
barras, halteres ou pilhas de peso para opor a força gerada pelo músculo por meio 
da contração concêntrica ou excêntrica. Na musculação é possível utilizar inúmeros 
3 
 
equipamentos especializados para grupos musculares específicos em vários tipos 
de movimentos (UCHIDA, 2006). 
 A atividade com pesos oferece vários benefícios ao corpo como aumento da 
força e da massa muscular, diminuição do peso e percentual de gordura corporal, 
melhoria do condicionamento físico e do desempenho esportivo além do aumento da 
resistência muscular. Contudo esses resultados dependem da freqüência, grau de 
envolvimento nos treinos e da alimentação (GOBBI, 1997). 
 Assim como qualquer outra atividade física os praticantes de musculação 
estão expostos a sofrerem algum tipo de lesão, podendo ser lesões ósseas, 
musculares, ligamentares, cartilaginosas e tendíneas. Muller e Maluf (2002) definem 
lesão como qualquer alteração tecidual que resulte em dor ou desconforto, dessa 
forma vários tecidos do corpo podem ser afetados. 
 Com o crescente número de academias que oferecem a atividade de 
musculação o acesso das pessoas interessadas nessa prática vem sendo facilitado. 
Assim indivíduos de qualquer idade, sexo em diversos níveis de aptidão física 
podem praticar essa modalidade. 
Muitas academias oferecem aos seus alunos um espaço adequado com 
equipamentos modernos e profissionais preparados para atender qualquer público, 
esses são o fisioterapeuta e o personal trainer, porém outras muitas vezes não 
oferecem o mesmo, fazendo com que o aluno execute inadequadamente um 
determinado tipo de exercício. Sabe-se que a falta de um acompanhamento e a 
realização de um exercício errado podem favorecer o surgimento de lesões 
(WEAVER et al., 2002). 
 Lesões durante a prática da musculação vêm despertando a atenção de 
pesquisadores que procuram os fatores que podem contribuir, entre estes estão o 
sexo, tempo de prática da atividade e falta de um acompanhamento por um 
profissional habilitado que ofereça orientações durante a realização do exercício 
(ZACHAZEWSKI, 1996). 
Devido à alta popularidade da musculação em academias, são necessários 
estudos que analisem as possíveis lesões decorrentes dessa prática. A literatura 
cientifica é rica em pesquisas que abordam aspectos clínicos de lesões esportivas, 
em contrapartida são escassas em estudos para identificar etiologias que possam 
levar a estratégias preventivas (WEAVER et al., 2002). 
4 
 
 Objetivou-se com a realização do presente estudo identificar qual a incidência 
de lesões em praticantes de musculação nas academias de ginástica na cidade de 
Guanambi – BA. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O presente estudo teve caráter exploratório descritivo com abordagem 
quantitativa. 
Foram selecionadas cinco academias de ginástica por ordem aleatória no 
município de Guanambi, localizada na região sudoeste da Bahia. O primeiro contato 
com os proprietários foi realizado por telefone, via consulta à lista telefônica. 
Posteriormente foi realizada visita in locu em todas as academias para 
conhecimento da dimensão destas, número e situação atual dos praticantes. Os 
cinco proprietários concordaram com a realização do estudo e assinaram um termo 
de consentimento para coleta de dados. 
O período de coleta de dados correspondeu a todo mês de setembro de 2012. 
Antes do início da entrevista executou-se a leitura do termo de consentimento livre e 
esclarecido para os participantes, pois foi de suma importância que os mesmos 
estivessem cientes sobre os objetivos da pesquisa e que poderiam livremente optarpela participação ou não, assim como, respectiva assinatura do termo. Após 
concordarem em participar, começou-se a aplicação dos questionários. 
A seleção dos participantes foi realizada aleatoriamente entre as 05 
academias, totalizando 45 alunos praticantes de musculação. Como critério de 
inclusão fez parte alunos do sexo feminino e masculino, totalizando 21 do sexo 
masculino e 24 feminino, com idade igual ou superior à 18 anos que praticavam 
musculação por um período igual ou superior a dois meses, acompanhados, ou não, 
por um fisioterapeuta ou personal trainer na realização dos exercícios diários de 
musculação. O critério de exclusão abrange a não participação voluntária, menores 
de dezoito anos e praticantes com um tempo inferior a dois meses de musculação. 
Considerando a literatura existente sobre o tema, foi aplicado um questionário 
conforme procedimentos descritos por Rolla et al. (2004) constituído por 14 questões 
relativas a informações pessoais (idade e sexo), atividades físicas realizadas na 
academia (tipo de atividade, tempo de prática, freqüência semanal, duração diária e 
cumprimento do programa proposto pelo educador físico), percepção da lesão pelo 
5 
 
aluno (presença de lesão, relação com a atividade física e localização), 
procedimentos adotados após a lesão (suspensão de alguns ou de todos os 
exercícios, procura por atendimento médico ou fisioterapeutico, informação ao 
fisioterapeuta da academia e modificação do programa de treinamento) e possível 
melhora dos sintomas. Neste estudo, lesão foi definida como qualquer alteração 
tecidual (óssea, muscular, cartilaginosa, ligamentar e/ou tendinosa) que resulte em 
dor ou desconforto. 
Os dados coletados foram analisados e tabelados segundo o menu do 
Microsoft Word “inserir tabela”. Utilizou-se a Microsoft® Excel para calcular média e 
desvio padrão e também na composição das figuras. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Do total de 50 questionários respondidos, 45 foram utilizados na análise. 05 
questionários foram eliminados por não preencher os critérios de inclusão, de idade 
igual ou superior a 18 anos e a prática de musculação igual ou superior a 02 meses. 
21 participantes (47%) eram do sexo masculino e 24 (53%) do sexo feminino. A 
idade dos alunos variou de 18 a 44 anos, sendo que a média foi de 26,9 anos (DP= 
7,44). A distribuição dos alunos segundo sexo e idade podem ser observados na 
figura1. 
 
Figura 1 - Distribuição dos praticantes de musculação (%) em academias de 
ginástica segundo sexo e idade de Guanambi-BA, 2012 
 
36%
11%
40%
13%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
≤ 30 > 30
Masculino Feminino
6 
 
O tempo de prática da atividade realizada na academia variou de 02 meses a 
360 meses, com média de 47,91 meses (DP= 71,49). 69% dos alunos praticavam 
apenas musculação e 31% musculação e aulas coletivas. A maioria dos alunos 
(71%) frequentavam a academia mais de 03 vezes por semana enquanto e 29% até 
03 vezes por semana. 62% gastavam entre 01 e 02 horas para a realização de suas 
atividades, enquanto 27% gastavam até 01 hora e 11% mais de 02 horas (Tabela 1). 
 
Tabela 1- Tempo de prática, tipo de atividade, freqüência e duração da atividade em 
academias de Guanambi-BA, 2012 
 
Tempo de prática 02 meses 360 meses Média 47,91 
Tipo de atividade Musculação 
 (69%) 
Musculação e aulas 
coletivas 
(31%) 
- 
Frequência 
semanal na 
academia 
- de 3x 
0% 
Até 3 x 
29% 
Mais de 3 x 
71% 
Duração da 
atividade 
1-2 HORAS 
(62%) 
Até 1 hora 
(27%) 
Mais de 2 horas 
(11%) 
 
 
Grande parte dos alunos (64%) relatou a percepção de alguma lesão. Destes, 
59% acreditavam que esta lesão estava relacionada às atividades de musculação 
realizadas na academia. Oliva et al. (1998), constataram em seus estudos que mais 
da metade (58%) dos alunos relataram dores resultantes da prática da musculação e 
relacionaram-nas unicamente à modalidade esportiva em questão. No estudo de 
Brown and Kimball com adolescentes foi encontrada uma incidência de 39% de 
lesão. As possíveis causas destas lesões podem ser treino excessivo, uso impróprio 
das técnicas de treinamento ou a combinação de ambos. Menezes (1983) concluiu 
em seus estudos que em fase de treinamento um programa mal elaborado ou mal 
vivenciado acarreta lesões serias de efeito imediato ou retardado. 
 Este estudo evidenciou que 71% dos praticantes de musculação que 
relataram lesões freqüentavam a academia mais de três vezes por semana, 29 % 
7 
 
somente três vezes por semana e nenhum praticante freqüentava menos de três 
vezes. O fato da incidência de lesões ser maior em praticantes que freqüentavam a 
academia mais vezes por semana sugere que esses indivíduos estejam trabalhando 
de forma excessiva os grupos musculares, não respeitando o tempo de descanso de 
cada um. Os intervalos entre as séries e os exercícios são a variável mais 
negligenciada durante o planejamento do treino. É necessário que haja o respeito 
dos intervalos, pois eles proporcionarão a faixa média ideal de recrutamento para 
cada objetivo. Para a hipertrofia, o descanso de intervalo entre as sessões é de 48 a 
72 horas em média, intervalo entre as séries e os exercícios de 30 segundos a 2 
minutos (UCHIDA, 2006). É importante manter um equilíbrio entre desgaste e 
reposição para boa manutenção do estado físico e funcional do corpo. Uchida (2006) 
considera que a freqüência do treino depende da divisão da rotina de treinamento. 
Para iniciantes, três sessões semanais trabalhando o corpo inteiro geralmente é o 
mais indicado; sessões separadas por intervalo de 48 horas parecem ser adequadas 
para uma boa recuperação. No entanto, quando o número de sessões aumenta é 
necessário um planejamento mais detalhado para que haja uma recuperação, 
dividindo assim, os músculos a serem trabalhados em dias diferentes. 
Em relação à localização da lesão, o joelho foi o segmento corporal mais 
frequentemente citado (31%), seguido por ombro (19%), punho (19%), coluna (17%), 
tornozelo (6%), quadril (5%) e metacarpo (3%), assemelhando com o estudo de 
Rolla et al. (2004), onde o joelho foi o segmento corporal mais acometido na prática 
da musculação, seguido por ombro e coluna (Figura 2). O joelho está mais 
susceptível a lesões articulares devido há pouca estabilidade intrínseca, pois a 
articulação está localizada nas extremidades de dois braços de alavanca longos a 
tíbia e o fêmur, dependendo muito de estruturas musculares e ligamentares para sua 
estabilização (SCHULZ, 2002). 
No estudo realizado por Oliva et al. (1998), o ombro foi o segmento corporal 
mais acometido na prática da musculação seguido por coluna e cotovelo. Uma 
possível causa para a incidência de lesões na coluna seria a má postura na 
realização dos exercícios, um exemplo bem claro disso, é o fato dos praticantes de 
musculação não se abaixarem de forma correta para pegar o peso. A coluna 
vertebral suporta diversos tipos de cargas e tensão, principalmente durante os 
exercícios físicos, em que há uma maior sobrecarga, devido a isso, se faz 
8 
 
necessário a posição correta da coluna durante a prática de exercícios, para que se 
diminua a possibilidade de lesões. 
 
Figura 2 - Distribuição do número de casos de lesões por segmento corporal 
acometido entre os praticantes de musculação em academias de ginástica de 
Guanambi – BA, 2012 
 
 
 
Nas mulheres, os segmentos corporais mais acometidos relacionados às 
atividades de musculação realizadas nas academias esta o joelho (70%), coluna 
(20%) e ombro (10%), enquanto nos homens vem o ombro (42%), coluna (25%), 
punho (25%)e quadril (8%). Isso demonstra que as mulheres exercitam de forma 
mais intensa os membros inferiores, enquanto os homens exercitam os membros 
superiores (Figura 3), além disso, segundo Baldon et al. (2011) há evidências de que 
as mulheres apresentam diferenças biomecânicas do padrão de movimento do 
membro inferior, quando comparadas aos homens, além de fatores anatômicos e 
hormonais que podem contribuir para as maiores incidências de lesões no joelho 
observadas nesse gênero. Acredita-se ainda, que as mulheres não utilizam 
corretamente os músculos do quadril para dissipar a energia oriunda dos gestos 
esportivos, adotando estratégias biomecânicas diferentes quando comparadas aos 
homens. 
Este estudo não encontrou incidência de lesões em joelho nos homens, ao 
contrario das mulheres, apresentou em punho e quadril. Segundo Cohen et al. 
31%
19%19%
17%
6%
5%
3%
Joelho Ombro Punho Coluna Tornozelo Quadril Metacarpo
9 
 
(2003) o punho pode ser lesionado com maior frequência quando a articulação é 
colocada em amplitudes extremas de movimento, muito além da sua capacidade 
fisiológica. É importante lembrar que o ombro foi o seguimento corporal de maior 
incidência nos homens. Hall (2000) menciona que grande parte das lesões do ombro 
nos esportes em geral é decorrente dos esforços repetitivos, e ou traumáticos. 
Levando em consideração esses dados, os profissionais que atuam nas academias 
de ginástica devem ter conhecimento e estarem atentos as diferenças apresentadas 
por cada praticante de musculação. 
 
Figura 3 - Distribuição do número de casos de lesões entre homens e mulheres 
praticantes de musculação em academias de ginástica de Guanambi - BA, 2012 
 
 
 
É importante ressaltar que 21% das pessoas que relataram a percepção de 
alguma lesão, referiram a localização desta em mais de um segmento corporal. No 
estudo de Rolla et al. (2004) 20% das pessoas que relataram a percepção de lesões 
em academias mencionaram mais de um segmento acometido. Se a presença de 
uma lesão já é preocupante, duas ou mais constituem elementos mais que 
suficientes para mostrar o quanto o trabalho preventivo é importante na prática da 
musculação. O ideal seria a diminuição de lesões através de métodos preventivos. 
Em relação aos procedimentos adotados após a lesão pelos participantes que 
a relacionaram com os exercícios de musculação realizados nas academias, 18% 
não modificou suas atividades na academia, 82% deixaram de realizar apenas 
0%
70%
42%
10%
25%
20%
25%
0%
8%
0%
Homens Mulheres
Joelho Ombro Coluna Punho Quadril
10 
 
alguns exercícios, com um tempo de afastamento variando entre 05 dias até 06 
meses, e 35% procuraram algum tratamento médico ou fisioterapeutico (Tabela 2). 
Isso demonstra que ao contrario de outras modalidades esportivas, a maioria dos 
praticantes de musculação em academias, após uma lesão, não deixam de realizar 
todas as suas atividades, mas modificam o seu programa de treinamento e alguns 
ainda continuam realizando as atividades mesmo sentindo dores 
musculoesqueléticas, o que pode agravar o quadro da lesão. Rolla et al. (2004) 
identificaram em seus estudos, que mais da metade dos alunos que relataram a 
percepção de lesões em academias de ginástica de Belo Horizonte deixaram de 
realizar apenas alguns exercícios. Oliva et al. (1998) identificaram que 36% dos 
praticantes lesados abandonaram os treinamentos, sendo que o tempo de 
afastamento para o restante variou de uma semana a vários meses. 
 
Tabela 2 - Procedimentos adotados após lesão em academias de ginástica de 
Guanambi – BA. 
 
Procedimentos Nº de participantes com lesão Incidência (%) 
 
Não modificou suas 
atividades 
17 18 
Deixou de realizar apenas 
alguns exercícios 
17 
 
82 
Procurou algum tratamento 
médico ou fisioterapeutico 
17 35 
 
 
Foi estabelecido um ponto de corte para a idade de 30 anos, sendo que 76% 
da amostra apresentou idade menor ou igual a 30 anos. O grupo com idade maior 
que 30 anos apresentou um tempo de prática de musculação maior que o outro 
grupo, onde o primeiro apresentou uma média de 111,36 meses (DP=111,4) e o 
segundo teve uma média de 27,84 meses (DP=36,2) isso demonstra que após 
começar a atividade de musculação essas pessoas estão mantendo esta prática por 
tempo prolongado. Em relação à incidência de lesões, 45% do grupo com idade 
11 
 
superior a 30 anos relataram a percepção de lesão devido aos exercícios de 
musculação e o grupo mais jovem 50% (Tabela3). Mesmo com uma baixa variação 
observada entre os grupos, a menor incidência de lesões nos indivíduos com idade 
superior a 30 anos pode estar relacionada ao fato de que esses indivíduos 
apresentam uma maior experiência em relação aos exercícios que os demais. Não 
foi encontrada associação entre o segmento corporal acometido e a idade. 
 
Tabela 3 – Tempo de prática de musculação e incidência de lesões em academias 
de Guanambi – BA, 2012 
 
Idade Amostra (%) Tempo de prática de 
musculação (meses) 
Incidência de 
lesões (%) 
≤ 30 anos 76 27,84 50 
> 30 anos 24 111,36 45 
 
 
No presente estudo, 31% dos praticantes que seguem um programa 
relataram alguma lesão, enquanto os que não seguem 50% relataram ter sofrido 
algum tipo de lesão. As possíveis causas para esse fator, é que os praticantes de 
musculação sem acompanhamento qualificado não conseguem identificar 
corretamente posições adequadas, sobrecarregando excessivamente musculaturas 
durante a prática dos exercícios e muitas vezes não respeitam os próprios limites 
impostos pelo seu corpo. Conforme Hollmann & Hettinger (1983) para se prevenir 
lesões, deve-se ter uma técnica regular no treino com pesos, cada exercício novo 
deve ser executado com cautela, e com uma dose pequena de sobrecarga, assim 
como realizar um prévio aquecimento e a manutenção do calor do corpo durante o 
treino, não treinar intensamente quando fadigado, e na presença de dores o 
exercício deve ser interrompido. 
Apenas 18% dos participantes desta pesquisa eram acompanhados por um 
fisioterapeuta, sendo que 13% desses indivíduos relataram ter sofrido alguma lesão 
devido às atividades desenvolvidas na academia, já os demais 82% que não 
receberam esse acompanhamento 43% relataram alguma lesão. Em relação aos 
13% que eram acompanhados e sofrerão lesões, 100% tiveram o programa 
12 
 
modificado com melhora dos sintomas (Tabela 4). Esse fato chama a atenção para a 
presença de fisioterapeutas nas academias de ginástica juntamente com o personal 
trainer, com o objetivo de oferecer dados concretos sobre as alterações 
apresentadas pelo indivíduo, para que as mesmas possam ser trabalhadas no 
ambiente da academia juntamente com o treinamento a ser realizado. Apresentando 
um caráter preventivo e corretivo. 
 
Tabela 4 - Distribuição dos participantes que reataram lesão, acompanhados ou 
não, por um fisioterapeuta em academias de ginástica de Guanambi – BA 
 
Participantes Número de participantes 
(%) 
Incidência de 
lesões (%) 
Acompanhados 18 13 
Não acompanhados 82 43 
 
 
Não houve diferença significativa na média de idade e tempo de prática de 
atividade física entre homens e mulheres. Houve associação entre sexo e não seguir 
o programa de treinamento proposto pelo personal trainer, sendo que os homens 
aderem menos aos exercícios prescritos (57%) que as mulheres (71%), o que pode 
estar relacionado ao fato dos homens apresentarem uma incidência de lesões (53%) 
um pouco maior que as mulheres (47%) relacionadas aos exercícios de musculação 
(Tabela 5). 
 
 
Tabela 5 - Distribuição dos participantes que aderem e osque não aderem os 
exercícios prescritos e incidência de lesões entre os sexos 
 
Praticantes Exercícios prescritos 
(%) 
Incidência de lesões (%) 
Homens 57 53 
Mulheres 71 47 
 
 
13 
 
Por ter sido um estudo exploratório, os resultados aqui encontrados podem 
servir como base para estudos posteriores que desenvolvam estratégias de 
intervenção e prevenção de lesões em praticantes de musculação nas academias de 
ginástica. 
 
CONCLUSÕES 
 
Considerando os resultados deste estudo, percebe-se que a incidência de 
lesões osteomusculares em praticantes de musculação não é um evento raro. 
Muitos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de lesão decorrente as práticas 
de musculação, tornando-se de fundamental importância alertar a população e os 
profissionais da área desportiva sobre as formas de praticar atividade física com 
segurança, para que assim possa ser atingido um nível de treinamento satisfatório e 
de qualidade. 
Sabe-se que para obter os efeitos desejáveis do treinamento físico, este 
deve ser realizado com intensidade e duração adequado, caso contrário, como foi 
demonstrada no presente estudo, a incidência de lesões tende a elevar-se. Sendo 
assim, a presença de profissionais qualificados em academias ganha um importante 
papel, onde fisioterapeutas, perssonal treiner e proprietários de academias devem 
estar preparados para identificar a ocorrência de lesões seguidas ao exercício físico 
para desenvolver estratégias de intervenção e prevenção, além de conscientizar os 
alunos sobre os riscos de uma atividade executada inadequadamente e orientá-los 
para a identificação de sinais e sintomas que coloquem em risco sua saúde, 
melhorando assim a qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
 
BALDON R. M.; LOBATO D. F. M.; CARVALHO L. P.; WUN P. Y. L.; SERRÃO F. V. 
Diferenças biomecânicas entre os gêneros e sua importância nas lesões do joelho. 
Fisioterapia em movimento, vol. 24 n.1 Curitiba Jan./Mar. 2011. 
BROWN, E. W.; KIMBALL, R. G. Medical History Associated with Adolescent 
Powerlifting. Pediatrics. 1983; v. 72, n.5, p. 636-644. 
COHEN, M.; ABDALLA, R. J. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e 
tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. 
 
GOBBI, S. Atividade Física para pessoas idosas e Recomendações da Organização 
Mundial de Saúde de 1996. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 1997; 
v. 2, n. 2, p. 41-49. 
HALL, S. J. Biomecânica Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
HOLLMANN, W.; HETTINGER, T. H. Medicina do Esporte. Ed. Manole, 1983. 
MENEZES, L. J. S. O Esporte e suas Lesões. Rio de Janeiro: Palestra Edições 
Desportivas, 1983. 
MUELLER, L. J., e MALUFF, K. S. Tissue Adaptation to Physical Stress: a Proposed 
“Physical Stress Theory” to Guide Physical Therapist Practice, Education, and 
Research. Physical Therapy. 2002; v. 82, n. 4, p. 383-403. 
OLIVA, O. J.; BANKOFF, A. D. P. ; ZAMAI, C. A. Possíveis Lesões Musculares e ou 
Articulares Causadas por Sobrecarga na Prática da Musculação. Revista Brasileira 
de Atividade Física e Saúde. 1998; v. 3 n.3: p. 15-23. 
ROLLA, A. L.; ZIBAOUI, N.; SAMPAIO, R. F.; VIANA, S. O. Análise da percepção de 
lesões em academias de ginástica de Belo Horizonte: um estudo exploratório. 
Revista Brasileira de Ciência e Movimento. v. 12, n. 2, p.7-12, 2004. 
SCHULZ, D. A. Anatomia. In: ELLENBECKERT. S. Reabilitação dos ligamentos 
do joelho. São Paulo: Manole, 2002. 
UCHIDA, M. C. Manual de musculação: uma abordagem teórico-prática do 
treinamento de força. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2006. 
WEAVER, N. L.; MARSHALL, S. W. ; MILLER, M. D. Preventing Sports Injuries: 
Opportunities for Intervention in Youth Athletics. Patient Education and 
Counseling. v. 46, p. 199-204, 2002. 
ZACHAZEWSKI, J. E. The Process of Athletic Injury and Rehabilitation. In: 
Athletic Injuries and Rehabilitation. Filadélfia, W.B. Saunders Company, 1996, p. 3-8.

Continue navegando