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0 ESTADO DA PARAÍBA POLÍCIA MILITAR CENTRO DE EDUCAÇÃO ACADEMIA DE POLICIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS PABLO RAPHAEL OLIVEIRA HONORATO DA SILVA DANTON VICTTOR DE LIMA CARNEIRO INCIDÊNCIA DE LESÕES ORTOPÉDICAS NOS ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA JOÃO PESSOA 2012 1 PABLO RAPHAEL OLIVEIRA HONORATO DA SILVA DANTON VICTTOR DE LIMA CARNEIRO INCIDÊNCIA DE LESÕES ORTOPÉDICAS NOS ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Academia de Polícia Militar do Cabo Branco como requisito parcial para a conclusão do curso de Formação de Oficiais da Paraíba. Orientador: Profº José Alexandre Fragoso Correia JOÃO PESSOA 2012 2 INCIDÊNCIA DE LESÕES ORTOPÉDICAS NOS ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido à avaliação do Professor José Alexandre Fragoso Corrêia, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico, outorgado pela Academia de Polícia Militar do Cabo Branco – APMCB. A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, deste que feita de acordo com as normas de ética científica. Aprovado em:____/____/____ _________________________________________________________________ Coordenação do Curso de Formação de Oficiais Considerações:_______________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3 Dedicamos este trabalho à Deus, que nos dá força, amor e sabedoria à todo momento de nossas vidas. 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus para que ilumine nossa inteligência e nos conduza ainda mais em direção ao aperfeiçoamento pessoal e profissional, guiando nossos passos, nos dando saúde, força e perseverança. Agradecemos a nossa família que nos serviu de suporte nessa caminhada nos últimos três anos, e, certamente, sem eles essa caminhada seria muito mais árdua e atribulada. Agradecemos ao Professor Alexandre Fragoso, o qual nos orientou com muita atenção e profissionalismo, incentivando e auxiliando de maneira concreta, tornando possível essa conclusão com êxito. Agradecemos a todos os instrutores e professores que contribuíram com excelência para a nossa formação, ajudando na nossa capacitação profissional. Por fim, agradecemos a todos os nossos companheiros e amigos de turma, pois certamente essa convivência durante o curso foi inesquecível e insubstituível. 5 "Atividade física não é apenas uma das mais importantes chaves para um corpo saudável. Ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica." (John F. Kennedy) 6 RESUMO O Curso de Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba, CFO-CBMPB, tem como objetivo formar o oficial bombeiro militar, titulado de Engenheiro de Segurança contra Incêndio e Pânico. No decorrer do curso, os alunos são submetidos a disciplinas teóricas e práticas que necessitam de um bom preparo físico, característica marcante de um bombeiro militar bem capacitado. Esta pesquisa teve o objetivo de verificar a incidência de lesões ortopédicas nos alunos do CFO – CBMPB e relaciona-las com o gênero, segmento associado, tempo de curso, índice de massa corporal, idade e prática de exercícios anteriores. A amostra foi composta por 81 alunos dos três anos do CFO-CBMPB e a coleta dos dados ocorreu através da aplicação de questionário específico nos dias 22 e 23 de outubro na APMCB e os dados foram analisados no software Microsoft Excel através de gráficos de frequência e análises de proporção. Dentre os participantes da pesquisa 54 deles relataram ter sofrido alguma lesão após o ingresso no CFO, o que traduz em um índice de 66,7 %, entre eles, 73,3% com faixa etária de 25 a 28 anos e 63,3 % de 21 a 24 anos. O segmento mais acometido por lesões foi o joelho, presente em 68,5% dos lesionados. Ainda 43% dos que relataram lesão apresentaram sobrepeso/obesidade leve quanto ao IMC. A partir desta reflexão, sugerimos estudos mais aprofundados que avaliem o grau de incidência de lesões nos alunos e até que ponto podem ser evitadas sem comprometer seu condicionamento físico. PALAVRAS-CHAVE: Condicionamento Físico, CFO, lesões. 7 ABSTRACT The Training Course for Officers of the Fire Brigade of the State of Paraíba, CFO- CBMPB, aims to form the official military firefighter, titled Engineer of Fire Safety and Panic. During the course, students are subjected to theoretical and practical disciplines that needs a good physical preparation, a typical feature of a well-trained military firefighter. This research aimed to determine the incidence of orthopedic injuries in students of CFO - CBMPB and relates them with gender, associated segment, time on course, body mass index, age and practice of exercises. The sample consisted of 81 students from three years of CFO-CBMPB, and data collection occurred through the application of specific questionnaire on 22 and 23 October in APMCB and the data were analyzed in Microsoft Excel software, through graphs of frequency and ratio analysis. On the research, 54 participants reported having suffered an injury after joining the CFO, which translates into a rate of 66.7%, among them, 73.3% aged 25-28 years and 63.3% 21-24 years. The segment most affected by the knee injury was present in 68.5% of the injured. Yet 43% of those who reported injuries were overweight / mild obesity as Body Mass Index. From this reflection, we suggest further studies to assess the degree of incidence of injuries on the students and how can be avoided without compromising your fitness. KEYWORDS: Fitness, CFO, Injuries 8 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Curso de Formação de Oficiais 17 Figura 02 – Treinamento Físico Militar 19 Figura 03 – Desfile militar de cadetes BM 21 Figura 04 – Síndrome Femoropatelar 22 Figura 05 – Tendinite Calcânea 23 Figura 06 – Canelite 24 Figura 07 – Carga equipamento de Combate à Incêndio 25 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CFO – Curso de Formação de Oficiais CBMPB – Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba O.U. – Ordem Unida SFP – Síndrome Fêmoro-patelar SETM – Sídrome do estresse tibial medial CBT - Combate OMS – Organização Mundial de Saúde IMC – Índice de Massa Corporal APMCB – Academia de Polícia Militar do Cabo Branco HDL – High density lipoprotein LDL – Low density lipoprotein EME – Estado Maior do Exército TFM – Treinamento Físico Militar 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Incidência de Presença ou Ausência de lesão distribuída por turma 29 Gráfico2 - Presença de Lesão relacionada a faixa etária 30 Gráfico 3 - Presença de lesão relacionada com a faixa etária e gênero 31 Gráfico 4 - Prevalência de lesões relacionadas a prática de atividades externas 33 Gráfico 5 – Relação dos alunos que não praticam atividade física fora do curso e opinião deles se a atividade física proporcionada pelo curso é suficiente. 33 Gráfico 6 – Segmentos referidos pelos alunos que foram acometidos por lesões durante o curso 34 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 13 1.1.1 Objetivos Específicos ............................................................................. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 14 2.1 ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS ..................................................... 14 2.2 A PROFISSÃO BOMBEIRO MILITAR ............................................................. 15 2.3 O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS ...................................................... 17 2.4 ATIVIDADE FÍSICA NO CONTEXTO MILITAR ............................................... 18 2.5 LESÕES ORTOPÉDICAS VERSUS ATIVIDADE FÍSICA ............................... 20 2.5.1 Lesão no Joelho ...................................................................................... 21 2.5.2 Lesão no Tornozelo ................................................................................ 23 2.5.3 Lesão na Tíbia ......................................................................................... 24 2.5.4 Lesão nas Costas .................................................................................... 25 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 27 4 RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................. 29 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 (APENDICE A) ................................................................................................... 40 (APENDICE B) ................................................................................................... 41 12 1 INTRODUÇÃO O Curso de Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba, CFO-BMPB, tem como objetivo formar o oficial bombeiro militar, titulado de Engenheiro de Segurança contra Incêndio e Pânico, que ao final do curso tem a habilidade de atuar na área de Segurança contra Incêndio e Pânico, além das atribuições inerentes ao Oficial subalterno e intermediário do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. O ingresso para participação no curso é mediante a aprovação em um Processo Seletivo, o qual é realizado pela Universidade Federal da Paraíba e atualmente se apresenta como um dos que possui concorrências mais altas. (FERREIRA, 2011) O curso tem carga horária de 4.000 horas, as quais são cumpridas durante três anos integrais, totalizando seis semestres. O curso é ministrado na Academia de Polícia Militar do Cabo Branco – APMCB, situada no Centro de Educação da Polícia militar da Paraíba. No decorrer do curso, os alunos são submetidos a disciplinas teóricas, ligadas diretamente à área de engenharia, além de disciplinas essencialmente militares e de atividades bombeirísticas. As disciplinas práticas, geralmente necessitam de um bom preparo físico, característica marcante, entre outras, de um bombeiro militar bem capacitado. Com isso, um trabalho voltado para uma melhor capacidade física é realizado transversalmente durante todo o curso, sendo enfocado principalmente nas disciplinas de Educação Física e Desportos. Tal disciplina é ministrada com uma carga horária total de 360 horas durante os três anos. Com a ênfase no trabalho de condicionamento físico, os alunos, por mais que sejam orientados por profissionais capacitados, tornam-se susceptíveis a lesões ao realizar a atividade física. Simões (2005) fala sobre a importância de se conhecer os principais fatores determinantes das lesões provenientes da atividade física, bem como compreender e identificar a extensão dos agravos daí resultantes, a partir de tais resultados onde a prevenção possa ser aplicada. No dia-a-dia dos atletas, principalmente os profissionais, as lesões desportivas tiveram sempre um enfoque bastante negativo, visto que, tal comprometimento gera complicações quanto ao seu retorno às atividades normais. 13 Durante o curso de formação de oficiais não é muito diferente, pois, quando lesionado, o aluno se afasta de várias atividades inerentes ao curso, atuando de maneira a desestabilizar seu aprendizado prático. (Kurata, Junior e Nowotny, 2007) Com isso, se faz necessário um trabalho que sistematize a incidência dessas lesões, bem como o segmento anatômico de maior ocorrência, visando estabelecer um projeto que minimize a ocorrência das mesmas, além de favorecer um maior rendimento dos alunos nas atividades inerentes ao curso. De maneira empírica, é sabido pelos alunos e coordenadores do CFO-BMPB que o número de lesões decorrentes da atividade física é constante, prejudicando o desempenho dos cadetes em algumas instruções práticas. Dessa forma, surge à necessidade de se verificar o quanto a incidência dessas lesões decorre da duração do curso, isto é, se quanto mais tempo de curso o aluno torna-se mais susceptível a lesões, ou até mesmo se sofre influência de variáveis como o gênero, segmento anatômico, índice de massa corporal, idade ou prática de exercícios anteriores ao ingresso no curso. 1.1 OBJETIVO GERAL Verificar a incidência de lesões ortopédicas nos alunos do CFO – CBMPB 1.1.1 Objetivos Específicos a) Relacionar o número de lesões dos alunos do CFO-BMPB com o gênero, segmento associado, tempo de curso, índice de massa corporal, idade e prática de exercícios anteriores; b) Orientar trabalhos futuros que visem à diminuição do número de lesões relacionadas à atividade física nos alunos do CFO-BMPB; c) Servir de embasamento teórico para trabalhos futuros acerca do treinamento físico militar dos alunos do CFO-BMPB; d) Mensurar e enfatizar o grau de incidência de lesões ortopédicas nos alunos do CFO-BMPB no ano de 2011. 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS Segundo Caspersen et al (1985 apud Simões, 2005, p. 125), “atividade física pode ser considerada como qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto de energia.” Sentir-se disposto, com saúde e com o corpo em forma, podem ser objetivos daqueles que se exercitam e pensam em uma melhor qualidade de vida, porém, para algumas categorias profissionais, o condicionamento físico faz parte do dia-a- dia e deve ser uma meta. (MANUAL TÉCNICO DE BOMBEIRO MILITAR DE SÃO PAULO – 31, 2006) No contexto atual de saúde mundial, os estímulos a pratica de atividade física vêm desde os médicos, educadores físicos e outros profissionais da área, até mesmo de instituições esportivas, secretaria de esportes e da própria família. Com isso, tal atitude vem sendo difundida de maneira mais precoce atualmente, começando a partir da infância e da adolescência o início da prática de exercícios. (TOMAZZONI, ZANETTO E LEAL JÚNIOR, 2011) Para Gandolfi e Skora (2001), boa qualidade de vida, é entendida, do ponto de vista orgânico, como a condição de conseguir realizar os esforçosda vida diária e de não apresentar grande quebra de homeostase durante as atividades. Uma melhora na qualidade de vida vem sendo um objetivo cada vez mais desejado pelos seres humanos, e combinados com uma alimentação adequada, os exercícios físicos são a chave para conseguir atingir essa meta. Em segundo lugar, os treinamentos físicos são feitos por muitas pessoas que buscam melhoras na aparência, de acordo com os padrões da sociedade atual. (CONTE, 2008) Cientificamente, os efeitos dos exercícios físicos foram profundamente estudados, e de acordo com Nelson et. al. (2007), estes incluem: Efeitos antropométricos - Controle da gordura corporal; - Incremento da massa muscular; - Melhora na flexibilidade; Efeitos metabólicos - Aumento do volume do sangue circulante e ventilação pulmonar; 15 - Melhora nos níveis de HDL (lipoproteínas de alta densidade), e diminuição nos níveis de triglicérides, colesterol total e LDL (lipoproteínas de baixa densidade); - Diminuição do risco de doença cardiovascular, hipertensão, diabetes tipo 2, osteoporose, câncer de cólon e de útero; Efeitos cognitivos e psicossociais - Melhora da autoestima, estado de humor e insônia; - Diminuição do risco de depressão; - Diminuição do estresse, ansiedade e consumo de medicamentos. A escolha da atividade física ideal é feita individualmente, levando-se em conta os seguintes fatores como a preferência pessoal, onde o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular da mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la. Assim, não adianta indicar uma atividade que a pessoa não se sinta bem praticando. A aptidão necessária, onde algumas atividades dependem de habilidades específicas. (KURATA, JÚNIOR E NOWOTRY, 2007) Para conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um programa de condicionamento gradual, começando de atividades mais leves. Algumas atividades podem apresentar risco associado a alguns tipos de lesão em determinados indivíduos que já são predispostos. (PITANGA, 2002) 2.2 A PROFISSÃO BOMBEIRO MILITAR Apesar de mais de um século de existência, a maioria da população ainda não sabe precisar, ou conhece apenas algumas das atribuições de um bombeiro militar. Em primeiro lugar, este profissional é responsável pela segurança da sociedade. Como ressaltado na Constituição Brasileira: Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; 16 V - polícia militar e corpos de bombeiros militares. (BRASIL, 1998). Percebe-se que, apesar de vários órgãos terem a mesma finalidade, estes executam tarefas específicas, pois de modo geral, a responsabilidade de um bombeiro militar é garantir a proteção da vida e do patrimônio dos cidadãos brasileiros, mesmo com o risco de sua própria integridade física, inerente a esta atividade profissional, e de acordo com o Estado Maior das Forças Armadas, “o exercício da atividade militar, por natureza, exige o comprometimento da própria vida” (Id. 1995, p. 11). Na ideia do militarismo estão imbuídos os conceitos da hierarquia e da disciplina, que norteiam o comportamento do militar para que todos estejam de acordo com as diretrizes propostas pela instituição. Apenas a intervenção em momentos de crise não compreende a profissão do bombeiro, além disso, existe o envolvimento na prevenção, preparação, ação de resposta e, porventura, a recuperação em casos de situações adversas. O combate a incêndios, o resgate às vítimas de afogamento, inundações, desabamentos e catástrofes em todos os tipos de ambientes, perícias de incêndio, fiscalização quanto ao cumprimento das leis que dizem respeito à prevenção contra incêndios em estabelecimentos comerciais e residenciais, e a orientação da população sobre os diversos riscos que as cercam são alguns dos exemplos práticos das atividades desempenhadas por este profissional. Um trabalho eficiente em operações de salvamento ou de extinção de incêndio dependerá de vários fatores, que podem ser descritos como: preparo técnico, recursos materiais, motivação e etc. Porém, se a capacidade física do bombeiro na hora do evento for um fator limitante, todo o preparo anterior terá sido em vão. Algumas pesquisas revelam que qualquer que seja o nível de condicionamento físico de uma pessoa, quando ela for submetida a condições estressantes, isto é, calor, alta umidade entre outras, sua capacidade de atuação será inferior a normal e muito significativa será esta redução quanto pior for o condicionamento físico em condições normais. (MANUAL BÁSICO DE BOMBEIRO MILITAR – RJ) Diante destes conceitos, podemos vislumbrar alguns aspectos inerentes ao plano de condicionamento físico do bombeiro militar, o qual deve conter itens principais como trabalhos de condicionamento aeróbico e anaeróbico, de 17 aclimatação, além de adaptação as atividades inerentes a sua profissão. Com isso, o treinamento proporcionará um melhor bem-estar físico, maior disposição para as atividades diárias e melhor produtividade no trabalho. (MANUAL TÉCNICO DE BOMBEIRO MILITAR DE SÃO PAULO – 31, 2006). Existem duas maneiras para o ingresso no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Pode-se fazer o concurso para a formação como soldado, e o concurso, por meio de vestibular, para o ingresso no Curso de Formação de Oficiais. 2.3 O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS A Academia de Polícia Militar do Cabo Branco, unidade de educação profissional de militares é a responsável pela formação e aperfeiçoamento dos oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. “O CFO é reconhecido como de nível superior pelo Conselho Estadual de Ensino, com duração total de três anos, divididos em seis períodos, perfazendo um total e 4270 horas-aula.” (Autor desconhecido, em <http://www.pm.pb.gov.br/ce/pagina.php?conteudo=institucional&sub=inst_apmcb>. Acesso em 19 set. 2011.) Figura 01 – Curso de Formação de Oficiais Fonte: http://www.pm.pb.gov.br/pagina_noticia_6786.htm 18 Os cadetes durante o curso permanecem em regime de semi-internato, tendo ingressado pelo processo seletivo realizado pela Universidade Federal da Paraíba. Além do posto de oficial bombeiro militar, o concludente recebe o certificado de Engenharia Contra Incêndio e Pânico. Terminado o curso, o aluno passa para a condição de aspirante a oficial, na qual fica durante oito meses de estágio probatório, a seguir, é nomeado ao primeiro posto de segundo tenente, seguindo carreira e podendo atingir até o posto de coronel. Ao longo de suas atividades escolares, o aluno recebe treinamento físico militar e preparo intelectual, com sentido de administrar as situações cotidianas do profissional de segurança publica. Durante o período de formação, o cadete é habilitado para o serviço do oficialato, nas funções inerentes aos diversos cargos na instituição. Além das matérias de treinamento físico militar, os cadetes possuem outras disciplinas que demandam preparo físico considerável, temos como exemplo o Salvamento em Altura, Salvamento Terrestre, Salvamento Aquático, Natação Utilitária, Combate a Incêndio Urbano e Florestal. 2.4 ATIVIDADE FÍSICA NO CONTEXTO MILITAR Segundo a Portaria Nº 089-EME( Estado Maior do Exército) de 07 de novembro de 2002, ou seja, o manual de campanha de treinamento físico militar do Exército Brasileiro, a inatividade física pode gerar diversos transtornos no contexto da saúde do indivíduo, desde diabetes e osteoporose até mesmo algumas doenças no sistema cardiorrespiratório. Além do supracitado, o manual também versa sobre a relaçãoentre o estado físico e a eficiência profissional do militar destacando que os militares que estiverem mais bem preparados fisicamente resistirão melhor as debilidades as quais forem submetidos do combate. Além disso, os militares bem preparados fisicamente resistirão melhor a doenças e se recuperarão das mesmas mais rapidamente, estando prontos para o combate. Uma evidência importante também citada neste manual, é que alguns estudos comprovam que a prática de atividade física aumenta o rendimento intelectual e uma maior concentração para as atividades rotineiras, tornando o militar um melhor profissional. 19 Figura 02 – Treinamento Físico Militar Fonte: http://www.ipcfex.com.br/interna.asp?idcat=14 No manual, ainda podemos encontrar os principais objetivos do treinamento físico militar os quais são contribuir, manter ou recuperar a aptidão física do militar, contribuir para a saúde do mesmo, assegurar o condicionamento físico necessário para o cumprimento das missões, além de cooperar para o desenvolvimento de atributos da área afetiva e despertar interesse para a prática desportiva em geral. Nele está contida a definição para o Treinamento Físico Militar em si. Os programas de treinamento para atletas servem para prepará-los para o esporte individual. Da mesma forma, o treinamento físico militar tem a finalidade de preparar os soldados para as exigências dos campos de batalha, para as forças armadas, e para o trabalho operacional, no caso das forças auxiliares. Existem evidências verificadas em diversos relatos, como os da campanha do Exército Britânico nas Ilhas Falkland e os das ações do Exército Americano em Granada, de que os militares bem preparados fisicamente são mais aptos para suportarem o estresse debilitante do combate. A atitude tomada diante dos imprevistos e a segurança da própria vida dependem, muitas vezes, das qualidades físicas e morais adquiridas por meio do treinamento físico regular, convenientemente orientado. A melhoria da aptidão física contribui para o aumento significativo da prontidão dos militares para o combate, e os indivíduos aptos fisicamente são mais resistentes à doenças e se recuperam mais rapidamente de lesões do que pessoas não aptas fisicamente. Além 20 disto, e mais importante, os indivíduos mais aptos fisicamente têm maiores níveis de autoconfiança e motivação. Estudos comprovam que uma atividade física controlada pode melhorar o rendimento intelectual e a concentração nas atividades rotineiras, levando a um maior rendimento no desempenho profissional, mesmo em atividades burocráticas. (BRASIL, 2002, p.1- 3) O TFM compreende uma padronização de movimentos, seguindo uma sequência uniforme, onde o guia se coloca à frente da tropa, executando os exercícios e sendo copiado pela tropa, que os executa com energia e disciplina. A instrução tem início com a abertura do dispositivo, onde cada homem se posiciona de maneira que todos fiquem de frente para o guia, mantendo com o mesmo contato visual. Primeiro executa-se a primeira fase da aula, que é o aquecimento. Aquecimento é o conjunto de atividades físicas que visa preparar o militar, orgânica e psicologicamente, para a execução do trabalho principal, por intermédio do aumento da temperatura corporal, da extensibilidade muscular e da freqüência cardíaca. É importante que haja uma transição gradual do repouso para o esforço, já que uma atividade física intensa e repentina não provoca um fluxo suficiente de sangue para os músculos, além de aumentar a possibilidade de lesões músculo articulares. Sendo assim, deve ser respeitada a individualidade biológica, mesmo que em detrimento da padronização dos movimentos, em todas as fases do aquecimento, particularmente no tocante à limitações da amplitude articular e às dificuldades particulares na execução dos exercícios. (Id. Ibid. p. 5-4) Em seguida, executa-se o treinamento em si. Cada corporação desenvolve exercícios que proporcionam ao militar um desenvolvimento centrado em movimentos que ele deverá executar com precisão e eficiência em sua profissão. Por exemplo, os exercícios de barra fixa e flexões irão ajudar o bombeiro quando o mesmo deverá ter resistência para segurar a mangueira de combate a incêndio durante a extinção das chamas de um edifício, que podem durar várias horas. 2.5 LESÕES ORTOPÉDICAS VERSUS ATIVIDADE FÍSICA Segundo Fong et al. (2007, apud Atalaia, Pedro, Santos, 2008), a lesão desportiva é uma das principais causas de lesões ortopédicas, isto quando levada em comparação com acidentes de viação, acidentes em casa, acidentes de lazer, acidentes laborais ou violência, sendo que as lesões desportivas podem resultar em dor, afastamento dos jogos ou do trabalho e gastos médicos. E se para aqueles que 21 vivem o desporto de forma amadora, uma lesão pode trazer pequenas alterações ao seu dia-a-dia, podendo não comprometer de todo as suas tarefas de vida diária. Para os que têm no desporto a sua atividade profissional, podem ter a sua carreira comprometida. O nível de aptidão física possui uma relação estreita com as lesões desportivas. Domingues et al (2005), relata que ao investigar homens e mulheres das forças armadas dos Estados Unidos que as mulheres apresentam índices de lesões duas vezes maiores que o sexo masculino e que o baixo nível de condicionamento físico apresenta uma maior predisposição às lesões desportivas. Na atividade física do profissional bombeiro militar, a corrida é algo bastante presente como artifício para melhorar o condicionamento aeróbico. Segundo Rodim et al ( apud Simões, 2005, p. 124), durante as corridas, há um alto impacto nas articulações, principalmente dos membros inferiores, e mais precisamente na articulação do calcanhar, o que pode causar lesões na cartilagem. Além disso, o militar torna-se vulnerável a entorses, fraturas e outros prejuízos de cunho ortopédico ao realizar tal exercício. Logo abaixo citaremos algumas principais regiões acometidas, suas definições, fatores de risco e principais sintomas. 2.5.1 Lesão no Joelho No CFO, os alunos se submetem a uma rotina de ordem unida, que se caracteriza por movimentos militares em conjunto, os quais envolvem a marcha, movimentos com fuzis, espadas e outras posições em que o joelho sofre uma tensão significativa. Figura 03 – Desfile militar de cadetes BM Fonte: https://picasaweb.google.com/lh/photo/3ra-1FHAUDHl4wboM2XDKQ https://picasaweb.google.com/lh/photo/3ra-1FHAUDHl4wboM2XDKQ 22 Adicionando a Ordem Unida às atividades físicas cotidianas da preparação do cadete à profissão bombeirística, os mesmos foram inclusos, segundo a pesquisa, no grupo de risco da Síndrome Femoropatelar. Figura 04 – Síndrome Femoropatelar Fonte:http://www.clinicadeckers.com.br A definição da SFP é objetivamente apresentada Cabral e cols. (2008) como o resultado de um desequilíbrio das forças direcionadas à patela no decorrer de seus movimentos relacionados ao dia-a-dia. O mesmo ainda destaca que rotineiramente o indivíduo apresenta pouca idade e tem uma rotina ativa de exercícios jovem e ativo, e, algumas vezes sofre de dor retro-patelar e peri-patelar resultante de longos períodos na posição sentada. Tais atividades influem diretamente nas forças compressivas da articulação femoropatelar que aumenta significantemente a dor nestes pacientes, os quais referem dor de maneira geral após sobrecargas fora da rotina diária. A revista Runners World (2012, p. 34) também discursa acerca do tema e relata A síndrome femoropatelar como uma irritação da cartilagem que envolve a porção anterior da patela (rótula), que manifesta durante ou após longos períodos de caminhada moderada, ou corrida mais intensas e algumas vezes quando se mantém 23 por muito tempo na posição sentada, ou até mesmo descendo escadas.Ainda segundo a revista os principais sintomas são a dor na face interna ou externa dos joelhos, logo após acordar, que não para ao longo do dia, e uma sensação incômoda depois de ficar sentado por muito tempo. 2.5.2 Lesão no Tornozelo Movimentos repetitivos, como agachamentos e corridas longas, assim como calçados inadequados para prática desportiva – muitas vezes os militares realizam corridas longas calçando tênis inadequados para sua pisada ou outros tipos, como botas ou coturnos – são atividades que tornam os militares da pesquisa parte do grupo de risco da lesão chamada de Tendinite Calcânea. Segundo o Neto e Cols. (2009), A tendinite calcânea é considerada como uma grave inflamação do tendão calcâneo, que liga dois dos maiores músculos da panturrilha à parte posterior do calcanhar, também chamado de tendão de Aquiles. Seus principais sintomas referidos pelos pacientes são dor e inchaços logo acima do calcanhar até mesmo repouso. Por vezes, o ato de apoiar-se nas pontas dos pés colocando o peso do corpo sobre eles pode causar uma sensação dolorosa. Figura 05 – Tendinite Calcânea Fonte: http://www.podcorrer.com 24 2.5.3 Lesão na Tíbia Alguns dos entrevistados apresentaram dores na tíbia, popularmente chamada de canela. No CFO ocorrem momentos em que o treinamento físico sofre um intervalo por vezes demasiado, e o retorno do aluno às atividades com esforço físico (neste caso, corridas e marchas) deve ser gradativo. Caso contrário o cadete sofre o risco de ter canelite. Conforme Runners World (2012, p. 37) “A canelite é a síndrome do estresse tibial medial, uma dor proveniente de pequenas fissuras nos músculos que envolvem a tíbia (osso da canela)”. Esta condição é bem mais encontrada em jovens corredores e logo no retorno a atividades após um longo período de parada. Apresenta fatores de risco como o uso de calçados inadequados ou gastos e principais sintomas como sensibilidade na canela segundo Favaro e cols. (2011). Figura 06 – Canelite Fonte: http://connectedtothesubject.blogspot.com.br 25 2.5.4 Lesão nas Costas No contexto geral de sua profissão, os bombeiros se submetem à levantamentos súbitos de carga, (erguendo uma vítima pesada, utilizando um machado, carregando mangueiras, extintores), ou mesmo utilizando seu equipamento de combate à incêndio básico, que chega à uma carga de mais de 25kg. E um cadete do CFO realizam muitos treinamentos de simulação de salvamentos e combate à incêndio, levando-os à um provável risco de lombalgia. Figura 07 – Carga equipamento de Combate à Incêndio Fonte: http://sertencaico.blogspot.com.br/2011/02/o-peso-de-ser-bombeiro.html O levantamento de carga ainda é necessário para muitas tarefas. O manuseio de carga com peso excessivo pelo bombeiro, especialmente o levantamento de carga, pode aumentar consideravelmente a incidência de lombalgia, devido principalmente às posturas inadequadas assumidas pelos militares durante a realização destas atividades, levando a um esforço muscular aumentado e a uma 26 maior compressão entre as articulações da coluna vertebral. A manipulação e o levantamento de cargas são as principais causas de lombalgia, as quais podem surgir devido à sobrecarga mecânica ou como resultado de movimentos repetitivos. Segundo Azevedo e Cols.(2008) a dor nas costas ou Lombalgia é um termo usado para fazer referência ao surgimento de dor na região lombar da coluna vertebral. Sua origem é diversificada, o que normalmente exige do médico responsável a realização de uma anamnese detalhada e alguns exames complementares. 27 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com Gil (2002) a presente pesquisa inclui-se num grupo de pesquisas denominadas descritivas, tendo em vista que seu principal objetivo é descrever as características de uma determinada população ou fenômeno e estabelecer relações entre as variáveis. Baseia-se em uma pesquisa de campo exploratória, que visa como objetivo metodológico verificar a incidência de lesões ortopédicas nos alunos do CFO – CBMPB. A abordagem foi quantitativa, realizada através da análise dos dados referentes ao número absoluto de lesões dos alunos do CFO-BMPB, gênero, segmento associado, tempo de curso, índice de massa corporal, idade e prática de exercícios anteriores. A amostra foi composta por 81 alunos dos três anos do Curso de Formação de Oficiais Bombeiro Militar, valor que não corresponde também à população total do grupo de interesse neste estudo, visto que 5 alunos do 2º ano e 1 aluno do 3º ano não estavam presentes na Academia de Polícia Militar do Cabo Branco durante o período de realização da pesquisa. Não existem critérios de exclusão para a pesquisa, e o requisito mínimo para a inclusão é que o sujeito esteja atualmente em curso. A coleta dos dados ocorreu através da aplicação de questionário específico nos dias 22 e 23 de outubro na Academia de Polícia Militar do Cabo Branco, situada no Centro de Educação da Polícia Militar, localizado no bairro de mangabeira, João Pessoa – PB. Inicialmente, foi estabelecido o contato direto com os sujeitos, e exposto aos participantes os objetivos e métodos da presente pesquisa, realizando a leitura do termo de consentimento livre e esclarecido para aprovação e assinatura do sujeito da pesquisa. Em seguida, foi realizada uma entrevista estruturada, com protocolo previamente elaborado, contendo perguntas objetivas, para preenchimento de todos os dados necessários de cada indivíduo de modo a caracterizar os sujeitos e coletar os dados referentes às variáveis apresentadas. Após a coleta e tabulação, os dados foram analisados no Excel através de gráficos de frequência e análises de proporção com o intuito relacionar com 28 estudos semelhantes anteriormente realizados e na bibliografia consultada, analisar os resultados e sugerir algumas discussões. Com isso, houve uma leitura das informações e o estabelecimento de relações entre os dados obtidos de acordo com princípios teóricos, visando a análise coerente dos dados obtidos e o estabelecimento de conclusões. Foram realizadas também inferências práticas a partir dos resultados encontrados, através da produção de novas informações e orientações voltadas à população alvo. A variável dependente ou variável desfecho representa a presença ou não de lesão ortopédica. Já as variáveis independentes, ou explicativas, correspondem a: gênero, segmento associado, tempo de curso, índice de massa corporal, idade e prática de exercícios anteriores. Conforme a lei 196/96 ,não existe para este tipo de procedimento nenhum tipo de risco para o sujeito e a qualquer momento ele poderá se desligar da pesquisa, apenas comunicando ao pesquisador. É importante ressaltar que com a presente pesquisa busca-se identificar a incidência de lesões ortopédicas nos alunos do CFO – CBMPB, sem que possa haver nenhum risco à integridade física, mental ou moral dos alunos. 29 4 RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Após a coleta e tabulação dos dados podemos observar que dos 81 alunos que participaram da pesquisa, 61 eram do sexo masculino e 20 do sexo feminino, situados em uma faixa etária de 17 a 32 anos, todos eles matriculados no Curso de Formação de Oficiais Bombeiro Militar do Estado da Paraíba (CFO-BMPB) no ano de 2012. Dentre os participantes da pesquisa 54 deles relataram ter sofrido alguma lesão após o ingresso no CFO, o que traduz em um índice de 66,7 %. O Gráfico 1 apresenta essa distribuição para os alunos de cada ano específico, revelando uma certa tendência no número proporcional de lesionados por turma, o que pode sugerir que a maioria das lesão decorrem no início do curso, ou pelo menos no período de adaptaçãoa nova rotina de atividades físicas. Hootman e cols.(2002) apud Hino e cols. (2008) concluem que existe aumento do risco de lesão musculoesquelética entre corredores conforme o incremento do volume semanal de treinamento, o que condiz com a principal atividade dos cadetes assim que ingressam no curso de formação. Gráfico 1 - Incidência de Presença ou Ausência de lesão distribuída por turma. Quanto à média de idade das turmas não houveram diferenças significativas, visto que foram encontrados os valores de 24,3, 23,2 e 25,8 anos no 1º, 2º e 3º ano, 30 respectivamente. Já em relação ao grupo que relatou presença de lesão encontramos algumas particularidades expostas no gráfico 2. Gráfico 2 - Presença de Lesão relacionada a faixa etária. Verificamos que 73,3% dos alunos com faixa etária de 25 a 28 anos e 63,3 % dos alunos com 21 a 24 anos apresentaram lesões. Ainda segundo o gráfico, vimos que apenas 2 dos 9 alunos com idade entre 29 e 32 anos não sofreram lesões, o que pode indicar que com o aumento da idade e do tempo de exposição ao fator de risco a lesões, há uma tendência de aumento de sua prevalência. Além disso, dos 7 alunos que apresentaram lesão 6 deles apresentaram sobrepeso/obesidade leve segundo a taxa de índice de massa corporal (IMC) apresentada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), enquanto os dois que não apresentram lesão, apresentaram IMC com taxa classificada como normal. Apesar dos resultados indicarem que existe uma tendência de lesões conforme o avanço da idade, Hino e cols. (2009) relatam em sua pesquisa este aspecto não foi considerado um fator de influência, justificando que, com o aumento da idade é comum ocorrer uma diminuição na frequência e intensidade dos exercícios, o que faz com que indivíduos de idades mais avançadas apresentem prevalência menor de lesões, estando estas concentradas em uma faixa etária inferior. Contudo, nesta pesquisa, independente da faixa etária, todos os alunos são 31 submetidos aos mesmos exercícios, inclusive sem distinção de sexo, o que indica uma tendência natural de aumento da prevalência de lesões com o tempo. Quanto ao índice de massa corporal, 43%, isto é, 23 dos 54 alunos que relataram lesão apresentaram sobrepeso/obesidade leve, confrontando com 37%, ou seja, 10 dos 27 alunos do grupo dos que não relataram. Esse resultado corrobora com os estudos de Domingues e cols. (2005) os quais relatam que pessoas com índice de massa corporal elevado apresentam risco adicional de ocorrência de problemas ortopédicos. Porém, alguns autores classificam essa relação ainda como inconclusiva. (HINO E COLS. 2008) Ao relacionarmos a incidência de lesão com gênero encontramos uma certa proximidade entre os dois sexos, visto que 70% das mulheres entrevistadas apresentaram lesões, assemelhando-se aos 65,6 % encontrados no sexo masculino (Gráfico 3). Pastre e cols. (2007) estudou um universo de 120 pessoas, sendo 60 de cada gênero, e revelou que também foram encontrados valores consideralvelmente semelhantes entre o sexo masculino e femino quanto a prevalência de lesões, estando de acordo com o estudo em questão. Gráfico 3 - Presença de lesão relacionada com a faixa etária e gênero. Ao nos depararmos com a variável relacionada à prática de atividade externa, isto é, fora das proporcionadas pelo curso, verificamos que aproximadamente 30% 32 das pessoas que sofreram lesões não praticam atividade externa, isto é, 16 das 54 pessoas. Além disso, 74,1% dos alunos que praticam atividade fora do curso relataram ter sofrido lesão. Com isso podemos sugerir que a atividade física oferecida no curso pode não estar sendo aplicada de maneira a prevenir lesões ou oferecer um suporte musculoesquelético necessário ao aluno, visando um preparo físico razoável para desenvolver as atividades as quais lhes são requisitadas. (Gráfico 4) Gráfico 4 - Prevalência de lesões relacionadas a prática de atividades externas Hino e cols. (2009) relatam que uma das principais formas de promover uma maior susceptibilidade a lesões está relacionada ao aumento repentino da intensidade do treinamento, o que pode estar ligado diretamente à relação do número de lesões nos alunos que não praticam atividade externa e são submetidos pontualmente a atividades intensas em algum momento da semana de aula. Com isso, os alunos que seguem uma rotina mais disciplinada de exercícios conseguem superar essa adversidade com mais facilidade, porém, a sobrecarga de exercícios parece ser algo muito prejudicial, principalmente quando relacionada com a rotina semanal dos cadetes que vão além de atividades físicas e desportivas, atuando também no contexto nutricional, psicológico e motivacional. A partir desta reflexão, verifica-se que é necessária a realização de estudos mais aprofundados com relação a este aspecto que visem avaliar o grau de 33 benefício da prática de atividades físicas externas ao curso, e até que ponto aquelas oferecidas são suficientes para atingir o objetivo de fazer com que os alunos obtenham um condicionamento físico condizente com a profissão que irão exercer. Outra variável que merece destaque e tem íntima relação com essa dinâmica da atividade física desenvolvida é que dos 23 alunos que relataram não praticar a atividade física externa, apenas 2 deles classificam a atividade proporcionada pelo curso como suficiente, demonstrando um conflito de ideias, visto que se a atividade não é satisfatória, teoricamente a atividade complementar seria a melhor opção para buscar um melhor condicionamento (ver gráfico 5). Porém, tendo em vista que o condicionamento físico é indiscutivelmente necessário para exercer a atividade profissional, vale ressaltar a necessidade de que o próprio Curso de Formação ofereça um treinamento eficiente, aliado também ao perfil dos alunos, oferecendo suporte suficiente para a preparação que se deseja obter. Com isso, podemos sugerir uma problemática no âmbito motivacional de alguns alunos quanto à atividade física, o que pode ser motivo de estudos posteriores. Gráfico 5 – Relação dos alunos que não praticam atividade física fora do curso e opinião deles se a atividade física proporcionada pelo curso é suficiente. Quanto ao segmento associado a maior presença de lesões, observou-se que o joelho é o segmento mais acometido, o qual foi relatado por 37 das 54 pessoas 34 que referiram lesão, isto é, das pessoas que referiram ter sofrido alguma lesão 68,5% deles citaram este segmento como um dos locais acometidos. Após o joelho, encontramos ainda tornozelo, punho e coluna referidas como regiões as quais os cadetes disseram ter sofrido lesão durante o CFO, conforme apresentado no Gráfico 6. Gráfico 6 – Segmentos referidos pelos alunos que foram acometidos por lesões durante o curso. Indivíduos sujeitos a altas demandas físicas que, por vezes, vão além de sua preparação e capacidade, podem estar expostos a diversos tipos de lesões. Esta exposição pode representar sérias alterações no sistema musculoesquelético, ou até mesmo lesões ortopédicas, que variam das mais leves às mais severas, que podem conduzir a intervenções cirúrgicas. Por este motivo, acredita-se que os alunos do Curso de Formação de Oficiais, podem adquirir diversas lesões provenientes da atividade física à qual são expostos, no decorrer do seu curso de formação. (ABRAHÃO E COLS., 2009) Tomazoni e cols.(2011) relacionaram a prática de atividade física que possui saltos, caminhadas e corridas com um alto índice de lesões em membros inferiores, o que condiz com o nosso estudo. Outros autores como Domingues e cols. (2005) também já haviam elucidado este fato, sugerindo essa prevalência de maior número 35 de lesões encontrada principalmentena região do joelho e tornozelo pode resultar dessas sobrecargas de corridas, impactos nos membros inferiores e, por vezes, uso de calçados inadequados. (RODRIGUES, SILVA, 2007) 36 5 CONCLUSÃO Os dados do presente estudo nos indicam uma prevalência elevada quanto ao número de lesões presentes nos alunos do CFO-CBMPB. Com essa estimativa, inevitavelmente tais agravos prejudicam o rendimento dos mesmos no que se refere ao desempenho das atividades rotineiras do curso. Um fator que mereceu observação especial foi a quantidade de cadetes que referiram a região do joelho como segmento acometido, isto é, 37 do total de 81 que participaram da pesquisa, sugerindo uma pesquisa mais específica posteriormente. Diante do exposto, verifica-se a necessidade de um trabalho de condicionamento físico direcionado para a população estudada em questão, no contexto de que as lesões possam atingir um número de incidência menor, porém, o desempenho nas atividades físicas exigidas seja condizente com o que a profissão propõe. Além disso, com este estudo podemos alimentar um banco de dados escasso de pesquisas relacionadas ao CFO-CBMPB, sugerindo e motivando ainda mais estudos nessa área e potencializando a capacitação dos profissionais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. 37 REFERÊNCIAS ABRAHÃO, G. S.; CAIXETA, L. F.; BARBOSA, L. R.; SIQUEIRA, D. P. P.; CARVALHO, L. C.; MATHEUS, J. P. C. Incidência das lesões ortopédicas por segmento anatômico associado à avaliação da frequência e intensidade da dor em uma equipe de futebol amador. Brazilian Journal Biomotricity, v. 3, n. 2, p. 152- 158, 2009 ATALAIA, Tiago; PEDRO, Ricardo; SANTOS, Cristiana; Definição de Lesão Desportiva – Uma Revisão da Literatura. Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto. 2009; 3(2):13-21. AZEVEDO, J. V. S.; SILVA, J. R. L.; RIBEIRO, D. C. L.; Relação entre lombalgia e sobrepeso em praticantes de atividade física. Conscientiae Saúde, Vol. 7, Núm. 4, 2008, pp. 471-475 Centro Universitário Nove de Julho, Brasil. BRASIL. (1995). 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( ) fem. c) Peso atual _______Kg d) Altura _______ 2 – Qual foi o seu ano de ingresso no CFO-BM? ( ) 2010 ( ) 2011 ( ) 2012 3 - Já adquiriu alguma lesão após o ingresso no CFO-BM? ( ) SIM ( ) NÃO 4 – Caso responda SIM no item anterior, qual(is) parte(s) do corpo afetada(s)? ( ) Joelho ( ) Punho ( ) Cabeça ( ) Mãos ( ) Tornozelo ( ) Cotovelo ( ) Dedos ( ) Pés ( ) Quadril ( ) Ombro ( ) Coluna ( ) Outras _________________________ 5 – Você pratica algum exercício fora do horário do curso? ( ) SIM ( ) NÃO 6 – Caso responda SIM no item anterior, qual o exercício praticado? ( ) Musculação ( ) Handebol ( ) Hipismo ( ) Voleibol ( ) Futebol/Futsal ( ) Artes Marciais ( ) Atletismo ( ) Natação ( ) Outros _________________________ 7 – Quanto à frequência da prática de exercícios fora do horáriodo curso, você a classifica em: ( ) Nunca ( ) Diariamente ( ) Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Raramente ( ) Outros _________________________ 8 - Quanto à intensidade dos exercícios praticados fora do horário do curso, você a classifica em: ( ) LEVE (10min-30min) ( ) MODERADO(30min-1h) ( ) INTENSO(mais de 1h) 9 – Você considera o treinamento físico proporcionado pelo curso adequado para a profissão Bombeiro Militar? ( ) Sim ( ) Não ( )Talvez 41 (APENDICE B) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ( TCLE) 1. Você está sendo convidado para participar da pesquisa intitulada: “INCIDÊNCIA DE LESÕES ORTOPÉDICAS NOS ALUNOS DO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA”. Você foi selecionado por ser aluno do Curso de Formação de Oficiais Bombeiro Militar e estar devidamente matriculado no ano de 2012. A sua participação não é obrigatória e a qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição. 2. O objetivo deste estudo é verificar a incidência de lesões ortopédicas no alunos do Curso de Formação de Oficiais Bombeiro Militar e relacionar com as variáveis: gênero, idade, índice de massa corporal, prática de exercícios fora do curso e tempo de curso. 3. Sua participação neste projeto está relacionada ao preenchimento deste questionário em relação às variáveis definidas anteriormente. 4. Não existem, portanto, riscos relacionados à sua participação nesta pesquisa. Também não existem benefícios diretos, já que, os resultados nesta pesquisa, poderão contribuir para verificar a incidência das lesões e servir de alicerce para estudos futuros. 5. As informações obtidas através desta pesquisa serão confidenciais e os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação. 6. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço eletrônico dos pesquisadores principais, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Professor José Alexandre Fragoso Correia (Orientador) Danton Victtor de Lima Carneiro (Pesquisador) (83) 88230992 / dantonvicttor@gmail.com Pablo Raphael Oliveira Honorato da Silva (Pesquisador) (83) 87234155 / pablohonorato@hotmail.com Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios da minha participação na pesquisa e aceito participar. __________________________________ João Pessoa ____/____/____ Sujeito da Pesquisa