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Prática de Laboratório: Usinagem Grupo 2 Lucas Fonseca Alexandre de Oliveira, DRE: 112044841 Marion Larreur, DRE: 117106818 Pedro Henrique Cardoso Paulo, DRE: 114058985 Ronaldo Fonseca Júnior, DRE: 113056956 Victor Assi Belfort Bastos, DRE: 112205324 Professora: Anna Carla Araújo Data da prática: 24/03/2017 1 1 Objetivos Este relatório tem como objetivo descrever o processo de fabricação de um conjunto de duas peças utili- zando as máquinas convencionais (Torno, Fresadora e Plaina Limadora) do Laboratório de Tecnologia Mecâ- nica (LTM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foram comparadas as velocidades de corte, ve- locidade de avanço e profundidade de corte definidas pelo grupo com as utilizadas no laboratório, usufruindo das recomendações dos técnicos mais experientes. As vistas das peças estão mostradas abaixo: (a) Base (b) Parafuso Figura 1: Peças a serem usinadas 2 Cálculos dos Parâmetros de corte O cálculo dos parâmetros de corte a serem utilizados foi feito a partir das faixas de velocidade de corte, usadas para estimarmos a rotação. A relação, bem conhecida, é dada pela fórmula abaixo: N = 1000vc piD (1) Onde N é a velocidade de rotação em rpm, vc a velocidade de corte e D o diâmetro da ferramenta, no caso da furação e do fresamento, ou da peça, no caso do torneamento. Essa relação foi usada para o cálculo da velocidade de rotação para a furação e para o fresamento, tomando-se como velocidade de base para o corte uma velocidade intermediária dentro da faixa aceitável (14 m/s para furação e 22 m/s para fresamento). Já no torno, como impor velocidade máxima ou menor no diâmetro original (19mm)e velocidade mínima ou maior no diâmetro final (10mm) se mostraram incompatíveis, optamos por usar uma velocidade intemediária (15 m/s) em um diâmetro intermediário. Os valores calculados, tal como as faixas de avanço e profundidade de corte aceitáveis por essa abordagem, se encontram abaixo: Tabela 1: Parâmetros de corte utilizados Máquina Operação Valores estimados N = 583 rpm Fresamento de Borda (12mm) Vf = 46 - 58 mm/min ap,max = 18 mm N = 318 rpm Fresadeira Fresamento de Topo (28mm) Vf = 25 - 32 mm/min ap,max = 42 mm Furação (8,5mm) N = 524 rpm Vf = 52 - 104 mm/min N = 328 rpm Torno Torneamento f = 0,05 - 0,3 mm/rot ap = 0,5 - 3 mm 1 3 Descrição dos Processos Executados 3.1 Operações na Fresadora O processo de usinagem da primeira peça se deu em diversas etapas. Inicialmente a peça era um retângulo maciço de aço 1020. Primeiramente mediu-se as dimensões da peça para saber o quanto seria preciso retirar até atingir as dimensões prescritas no desenho da Figura 1. As dimensões da peça original eram (em mm): 62,2 x 19,37 x 19,1. Em seguida posicionou-se a peça na fresadora, porém a etapa foi realizada sem a utilização do “relógio” que verifica o real paralelismo da peça em relação a Máquina-ferramenta. Então, com uma fresa de 12 mm realizou-se o faceamento da peça e, em seguida, começamos o processo de furação com uma broca de 8.5 mm. Na etapa seguinte os dois furos passantes foram realizados com uma broca de 8.5 mm. Os dois processos de furação foram realizados de forma vertical e o seu posicionamento ocorreu com relação a face lateral do material e com movimentos longitudinais com relação a broca. A rotação utilizada foi de 425 rpm e a velo- cidade de corte foi de 13 mm/min (recomendado: 13 15 mm/min). O avanço e a profundidade foram feitos manualmente, uma vez que o furo era passante. Porém o avanço manual do segundo furo se deu de forma mais lenta em relação ao primeiro. O processo de desbaste de 7 mm foi realizado com uma fresa de 28 mm de 2 dentes. O seu posicionamento se deu através de cálculos a partir do desenho esquemático. Seu centro foi posicionado no meio entre os dois furos, como a distância entre os centros dos furos era de 14 mm, somou-se 7 mm aos 15 mm (distância entre a extremidade e o centro do primeiro furo). Retirou-se 0,5 mm de material por passada para que o processo pudesse ser visto repetidas vezes. Embora haja recomendação para o avanço que, nas dadas condições, levariam a velocidades de avanço máxima de 33 mm/min, o técnico do laboratório utilizou 38 mm/min (a velocidade mais próxima do limite superior disponível) com a justificativa de que seria um processo mais rápido e não havia maiores problemas devido a ductilidade do material. O excesso de material (rebarba) foi retirado com uma lima. Após a execução dos furos passantes executou-se o furo cego que teve seu posicionamento na face lateral com o auxílio de um graminho com escala (“paquímetro de altura”) e utilizou-se um punção e um martelo para marcar o centro. Este que por sua vez apresentou baixa precisão, uma vez que nem todas as laterais da face apresentaram simetria. Diferente do furo passante a profundidade do furo cego de 8,5 diâmetro foi controlada através de uma haste que trava ao atingir os 14 mm desejado. O processo foi feito manualmente e também não houve controle da velocidade de avanço, embora esta tenha sido estimada pelo grupo por meio da cronometragem do curso e usada como padrão para os furos. O último passo foi o rosqueamento no furo cego com auxílio de 3 machos e um desandador, seguido de lixamento das superfícies externas. O primeiro macho utilizado deve ter formato mais cônico para penetrar na peça, utilizando um lubrificante para facilitar o procedimento. 3.2 Operações no Torno Primeiramente o técnico apresentou os componentes do Torno e suas funções. Conhecemos o Barramento (“mesa” que precisa estar em bom estado para estabilidade do procedimento e qualidade da peça), Mangote (conecta o mandril para realizar a furação, geralmente.), Castelo (conjunto de peças utilizadas para facear e “sangrar” a peça.) e por último a placa de 3 castanhas, que é a mais adequada para peças cilíndricas. Além disso o fornecedor ainda recomendava que, caso necessário, o uso da placa de 4 castanhas deveria ser limitado a uma rotação de 400 rpm, devido ao seu elevado peso. O processo de usinagem iniciou-se com a medição do diâmetro da peça que seria usinada para a fabricação de um parafuso e obteve-se um valor de D = 19 mm. A partir disso, com uma rotação de 1000 rpm, faceou-se peça e, em seguida, executou-se o furo de centro manualmente. Uma diferença entre esse procedimento e o realizado anteriormente é o fato de que a peça é que está sendo girada pelo Torno para ser fabricada, enquanto que na Fresadora ela fica parada sendo a ferramenta de corte que gira. Em seguida fez-se uma marcação de 25 mm referente a distância entre a extremidade inferior do parafuso e o início da cabeça para dar início ao torneamento cilíndrico externo até chegar a dimensão de um para- fuso M10. Utilizamos a rotação de 390 rpm com um avanço de 0,056 mm (recomendado: 0,05 0,3 mm) e profundidade de corte igual a 0,5 mm (recomendado: 0,5 - 3 mm). Realizou-se em seguida o rosqueamento. O primeiro desafio foi entender como interpretar a tabela de roscas e acionar a máquina no passo 1.5 mm e, após realizado o procedimento, conferiu-se com o canivete de rosca. Utilizou-se o cossinete para abrir mais as roscas e finalizá-las. Por último fez-se o recartilhamento na cabeça do parafuso e o sangramento até que ele soltasse da matriz, foi de se notar o aquecimento da peça após o sangramento.. Por fim, foi feito o faceamento para tirar a rebarba. 2 4 Comparação dos Parâmetros Segue abaixo a comparação dos valores usados para as operações com os valores por nós estimados. Con- sideramos concordantes com nossas estimativas todos os valores que, ou estavam na faixa por nós estimada, ou eram os mais próximos dessa, ao nosso ver, disponível na máquina. Três operações foram deixadas de fora da lista, que seriam o sangramento, o rosqueamento e o recartilhamento. Essas operações foram deixadas de fora pois, embora similares ao torneamento, diferençãse particularidades em suas execuções as tornam difí- ceis de serem julgadas pelos parâmetros do torneamento comum, que tínhamos calculado. A saber, para tais operações foram usadas rotações de 170 rpm, com 390 ao fim do sangramento, sendo todos os avanços manu- ais, a exceção do rosqueamento, cujo avanço é dado pelo passo da rosca. A velocidade de avanço da furação também é apenas uma estimativa, obtida pela medição do tempo consumido para fazer o furo de 14 mm de profundidade. Tabela 2: Comparação dos parâmetros de corte Máquina Operação Valores estimados Valores Usados Valores Concordam? N = 583 rpm N = 670 rpm sim Fresamento de Borda (12mm) Vf = 46 - 58 mm/min Vf = 38 mm/min não ap,max = 18 mm ap = 0,4 mm sim N = 318 rpm N = 425 rpm não Fresadeira Fresamento de Topo (28mm) Vf = 25 - 32 mm/min Vf = 38 mm/min sim ap,max = 42 mm ap = 0,5 mm sim Furação (8,5mm) N = 524 rpm N = 425 rpm não Vf = 52 - 104 mm/min Vf ,aprox = 18 mm/min não N = 328 rpm N = 390 rpm sim Torno Torneamento f = 0,05 - 0,3 mm/rot f = 0,056 mm/rot sim ap = 0,5 - 3 mm ap = 0,5 mm sim (a) Base (b) Parafuso Figura 2: Medidas tomadas das peças feitas Podemos ver que, de maneira geral e segundo nossos critérios, houve uma boa concordância entre nossas estimativas e as escolhas dos técnicos. Diferençãs maiores podem seer vistas nos processos de fresamento, onde o técnico quis se valer da maleabilidade do material usado para acelerar o processo, ora pelo aumento da rotação, ora pelo aumento da velocidade de avanço, embora jamais se distanciando demais das faixas ideais por nós estimadas, e na furação, onde o uso de avanço manual acaba por dificultar a regulagem desse parâmetro, que ficou abaixo do esperado, mas de certa forma condizente com a menor velocidade de rotação usada, em especial se tratando de um furo profundo (14 mm). 5 Análise das Dimensões da Peça Uma vez fabricada a peça, é necessário fazermos a validação desta por meio da medição de suas dimensões. Estas foram feitas com um paquímetro, cinco vezes cada, de modo a podermos fazer uma estatística, deter- minando incertezas para 95% de confiança. Como critérios de validação das medidas, consideramos, para o 3 caso das medidas com tolerância, se o intervalo determinado pelas nossas medições e incerteza interceptava o intervalo determinado pela grandeza e sua tolerância. Grandezas sem tolerâncias foram consideradas válidas apenas se seu valor se encontrasse no intervalo determinado pelas incertezas. Tabela 3: Comparação de medidas - Parafuso (em mm) Medida Media Valor Esperado Tolerancia Aceitável? L1 19,42± 0,14 19,05 não L2 4,94± 0,04 5 0.05 sim L3 10,51± 0,27 10 0.5 sim L4 9,8± 0,08 10 não Tabela 4: Comparação de medidas - Base (em mm) Medida Media Valor Esperado Tolerancia Aceitável? L1 61,52± 0,24 62 1 sim L2 18,58± 0,76 19,05 sim L3 11,11± 0,05 10,75 não L4 24,61± 0,02 24,75 não L5 19,35± 0,12 19,05 não L6 7,00± 0,15 7 sim L7 28,05± 0,10 28 sim D1 8,50± 0,11 8,5 sim D2 8,43± 0,08 8,5 sim D3 8,46± 0,05 8,5 sim P3 16± 0 14 não Como podemos ver, por nossos critérios, mais da metade das dimensões foi bem atendida, o que inclui todas as grandezas com tolerâncias explícitas expressas, que podemos ver como as grandezas mais críticas a serem atendidas. Além do mais, as grandezas mais funcionais, como diâmetros dos furos, tamanho do rebaixo na usinagem e as roscas, foram bem atendidas, sendo portanto garantida a funcionalidade da peça. Vale ressaltar, também que algumas das grandezas da peça que não bateram são relativas as dimensões originais do material usado (diâmetro da barra, lados da base do prisma) fugindo, portanto, do nosso controle durante o processo de usinagem. Outra causa para discrepâncias e certa variação nas medidas tomadas foi o fato de a fixação na fresadora não apresentar bom paralelismo com a horizontal, levando a erros e desníveis. Como comentário adicional, enfatizamos que P1 e P2 não foram medidas pois seu valor pode ser deduzido pelas outras medidas. 6 Resultados e Conclusões Podemos considerar, de forma geral, a fabricação da peça como bem-sucedida, com as medidas mais im- portantes para a funcionalidade, tal como altura do rebaixo, diâmetros dos furos e encaixe da rosca, sendo bem-atendidas. Embora nem todas as medidas tenham concordado, consideramos que uma boa parte delas e, em especial as mais importantes, tiveram boa concordância, tendo inclusive a rosca encaixado perfeitamente. Além disso, podemos dizer que dentro dos limites impostos pela máquina, as escolhas dos técnicos concorda- ram em boa parte com os valores por nós calculados como aceitáveis, sendo que, mesmo em certos casos de discrepância, justificativas como a maciez do material, dadas por eles em função da experiência, foram dadas de modo a justificar as mudanças. 4
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