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Normas Constitucionais - Curso On-line MPU

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL – MPU 
PROFESSORES: VÍTOR CRUZ e RODRIGO DUARTE 
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Prof. Vítor Cruz e Rodrigo Duarte WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 
Aula 1 – Normas Constitucionais 
Fala pessoal, tudo certo? Chegou a hora de começarmos 
efetivamente nossa preparação para o MPU, iniciaremos hoje com o 
estudo da aplicabilidade das normas constitucionais. Podemos 
começar?? Então vamos nessa! 
 
Normas, Regras e Princípios Constitucionais: 
Primeiramente, lembramos que pelo fato de o Brasil adotar a conceito 
de Constituição formal, todas as normas estão em um mesmo 
patamar jurídico, não havendo supremacia entre normas 
constitucionais, sejam elas da parte permanente, dos ADCT, 
originárias ou derivadas. 
Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo - segundo a 
jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo que 
não consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, 
impor a sua observância às demais de hierarquia inferior, sendo 
capaz de as tornarem inconstitucionais caso a contrariem, dizendo-se 
assim que possuem caráter vinculante imediato. 
 
Normas Regras X Normas Princípios: 
Em um estudo doutrinário costuma-se dizer que entre as normas 
temos a presença das regras e dos princípios. As regras são mais 
concretas, aquelas normas que definem um procedimento, condutas. 
Regras, ou são totalmente cumpridas, ou não são cumpridas, elas 
não admitem o cumprimento parcial. vale a ideia do tudo ou nada! 
Por outro lado, os princípios são mais abstratos, não são definidores 
de condutas, são os chamados "mandados de otimização", ou seja, 
eles devem ser utilizados para se alcançar o grau ótimo de 
concretização da norma. Devido a esta abstração dos princípios, eles 
admitem um cumprimento parcial. 
Diz-se que quando duas regras entram em conflito, o aplicador deve 
cumprir uma ou outra, nunca as duas, pois uma regra exclui a outra. 
Já quando dois princípios entram em conflito dizemos que houve uma 
"colisão" de princípios (nunca uma contradição) e, desta forma, 
ambos poderão ser cumpridos, embora em graus diferentes de 
cumprimento. Estuda-se então o caso concreto, e descobre-se qual o 
princípio irá pervalecer sobre o outro, sem que um deles seja 
totalmente excuído pelo outro. 
Os princípios constitucionais podem estar expressos na Constituição 
(princípio da igualdade, princípio da uniformidade georgráfica, 
princípio da anterioridade tributária...) ou podem estar implícitos no 
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texto constitucional, sendo decorrentes das normas expressas do 
texto e dos regimes expressamente adotados pela Constituição, ou 
então devido a direcionamentos do direito constitucional geral, 
aplicável aos vários ordenamentos jurídicos (princípio da 
razoabilidade, princípio da proporcionalidade...). 
Em concursos, costuma-se cobrar, com bastante frequência, os 
princípios constitucionais que se referem aos direcionamentos 
aplicáveis aos diversos entes (Estados, Municípios e DF) que formam 
a nossa federação. São eles: 
• Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, 
VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão 
ensejar a intervenção federal. 
• Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são 
aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria 
federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as 
diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das 
investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de 
"princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
OBS. - As normas que estão presentes na Constituição Federal 
podem estar presentes na Constituição Estadual de duas 
formas: 
� Normas de Reprodução Obrigatória - São aquelas 
normas da Constituição da República que são de 
observância obrigatória pelas Constituições Estaduais. 
� Normas de Imitação - São as normas que podem, 
facultativamente, estar presentes na Constituição Estadual. 
• Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão 
expressamente ou implicitamente no texto da Constituição 
Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro. 
Falaremos um pouco mais sobre princípios quando formos estudar os 
"princípios fundamentais" e também na parte referente à 
interpretação constitucional. 
 
Normas Materiais X Normas Formais: 
O termo "materiais" vem de matéria, conteúdo. Formais vem de 
forma, estrutura, roupagem. 
Normas materiais são aquelas que tratam de assuntos, conteúdos, 
essenciais a uma Constituição moderna: organização do Estado e 
limitação dos seus poderes face ao povo (não é pacífico a exatidão do 
que é e o que não é materialmente constitucional). 
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Normas fomais são todas aquelas que foram alçadas a um status 
constitucional, independentemente do conteúdo tratado. 
No Brasil, todas as normas da Constituição são formais, independente 
de seu conteúdo. Porém, algumas, além de formais, também são 
materiais. Assim, é importante destacar que a classificação entre 
normas materialmente constitucionais e normas formalmente 
constitucionais não são excludentes, já que uma norma pode ser ao 
mesmo tempo materialmente e formalmente constitucional. Assim 
temos: 
• Normas formalmente e materialmente constitucionais - 
São as normas da Constituição que, além de formais, tratam 
de assuntos essenciais a uma Constituição. 
• Normas apenas formalmente constitucionais - São as 
normas da Constituição que não tratam de assuntos essenciais 
a uma Constituição, porém, não deixam de ser formais já que 
possuem a roupagem de Constituição, apenas não são 
materiais. 
 
1. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por 
estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir 
relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a 
declaração de inconstitucionalidade de determinada norma 
infraconstitucional. 
Comentários: 
O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da 
Constituição. Assim, ele não pode ser usado para tornar normas 
infraconstitucionais como inconstitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
2. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem 
natureza jurídica de norma constitucional, semelhante às normas 
inseridas no bojo da CF, não havendo desníveis ou desigualdades 
entre as normas do ADCT e os preceitos constitucionais quanto à 
intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua autoridade. 
Comentários: 
Os ADCT fazem parte da Constituição, não há qualquer hierarquia da 
parte dita por "dogmática" em relação a parte transitória. 
Gabarito: Correto. 
 
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3. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) O preâmbulo da 
Constituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem 
força normativa. 
Comentários: 
Segundo a Jurisprudência do STF, o preâmbulo não se constitui uma 
norma central da Constituição, não possuindo força jurídica para se 
impor sobre o resto do ordenamento, nem se constituindo como de 
reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais. 
Gabarito: Errado. 
 
4. (CESPE/Analista do STJ/2008) Para a moderna teoria 
constitucional, que define a constituição como um regime aberto de 
regras e princípios, estes, por sua flexibilidade e abstração, mesmo 
quando jurídicos, não podem ser considerados como normas 
constitucionais, mas apenas como normas programáticas,representando uma pauta de valores a ser seguida pelo legislador na 
edição de novas regras. 
Comentários: 
Tanto as regras quanto os princípios podem ser considerados normas 
constitucionais e merecem o mesmo grau de respeito. 
Gabarito: Errado. 
 
5. (CESPE/PGE-PI/2008 - Adaptada) Sobre os princípios e as 
regras constitucionais, marque a alternativa correta: 
a) Princípios, normalmente, relatos objetivos, descritivos de 
determinadas condutas, são aplicáveis a um conjunto delimitado de 
situações. Assim, na hipótese de o relato previsto em um princípio 
ocorrer, esse princípio deve incidir pelo mecanismo tradicional da 
subsunção, ou seja, enquadram-se os fatos na previsão abstrata e 
produz-se uma conclusão. 
b) A aplicação de um princípio, salvo raras exceções, se opera na 
modalidade do tudo ou nada, o que significa que ele regula a matéria 
em sua inteireza ou é descumprido. 
c) Na hipótese de conflito entre dois princípios, só um deles será 
válido e irá prevalecer. 
d) Os princípios, freqüentemente, entram em tensão dialética, 
apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação se dá 
mediante ponderação. Diante do caso concreto, o intérprete irá aferir 
o peso de cada princípio. 
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e) As regras são normas que ordenam que algo seja realizado, na 
maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais 
existentes e, por isso, são consideradas mandados de otimização, 
caracterizando-se pela possibilidade de serem cumpridas em 
diferentes graus. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Esse é o conceito de regra: relatos objetivos, 
descritivos de determinadas condutas, que são aplicáveis a um 
conjunto delimitado de situações. 
Letra B - Errada. As regras que são "ou tudo ou nada", os princípios 
podem conviver com os outros comportando diferentes graus de 
concretização. 
Letra C - Errada. Mais uma disposição aplicável às regras. 
Letra D - PERFEITO!!! 
Letra E - Errada. Os princípios são os mandados de otimização, as 
regras são as definidoras de condutas. 
Gabarito: Letra D. 
 
Eficácia e aplicabilidade das normas 
 
Eficácia é a capacidade que uma norma tem para produzir efeitos, o 
grau de eficácia das normas constitucionais é um dos temas mais 
controversos da doutrina, mas para nosso objetivo, as considerações 
abaixo serão suficientes. 
 
Doutrina clássica x Normas Programáticas: 
A doutrina clássica, de Rui Barbosa, baseada na doutrina norte-
americana, dividia as normas em auto-aplicáveis (auto-executáveis) 
e não auto-aplicáveis (não auto-executáveis), estas, diferentemente 
das primeiras exigiam a complementação do legislador para 
produzirem efeitos. 
Essa classificação, atualmente, não costuma ser aceita no Brasil. 
Em que pese tal fato, algumas bancas, costumam cobrar o conceito 
de não auto-aplicáveis em associação às normas programáticas. As 
normas programáticas são aquelas que definem planos de ação para 
o Estado, como combater a pobreza, a marginalização e os direitos 
sociais do art. 6º. As normas programáticas possuem o que se chama 
de eficácia diferida, ou seja, sua aplicação se dará ao longo do 
tempo, na medida em que forem sendo concretizadas. 
 
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Eficácia e aplicabilidade segundo a José Affonso da Silva: 
Essa é a doutrina majoritária, a mais cobrada em concursos. Divide 
em 3 tipos as normas: 
1- Eficácia Plena – Não necessitam de nenhuma ação do 
legislador para que possam alcançar o destinatário, e por isso são 
de aplicação direta e imediata, pois independem de uma lei 
que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena 
também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o 
seu alcance. 
Ex.: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer 
associado (CF, art. 5º, XX). 
2- Eficácia Contida - É aquela norma que, embora não precise 
de qualquer regulamentação para ser alcançada por seus 
receptores - também tem aplicabilidade direta e imediata, não 
precisando de lei para mediar os seus efeitos -, poderá ver o 
seu alcance restringido pela superveniência de uma lei 
infraconstitucional. Enquanto não editada essa lei, a norma 
permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena, 
porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador 
infraconstitucional. 
Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendida às qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, 
art. 5º, XIII). Ou seja, As pessoas podem exercer de forma plena 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, salvo se vier uma norma 
estabelecendo certos requisitos para conter essa plena liberdade. 
Observação: Em regra, as normas de eficácia contida são passíveis 
de restrição por leis infraconstitucionais, porém, também se 
manifestam como normas de eficácia contida as normas onde a 
própria constituição estabelece casos de relativização. Exemplo 
disto é o direito de reunião que pode ser restringido no caso de 
Estado de Sítio ou Defesa. Ou ainda, o direito de propriedade, que é 
relativizado pela norma da desapropriação e pela necessidade do 
cumprimento da função social. 
A doutrina ainda considera que certos preceitos ético-jurídicos 
como a moral, os bons costumes e etc. também podem ser usados 
para conter as normas. 
3- Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja 
regulamentação por meio de lei, não será capaz de gerar os 
efeitos para os quais foi criada, assim dizemos que tem aplicação 
indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma 
lei para “mediar” a sua aplicação. Como vimos, é errado dizer 
que não possui eficácia jurídica, ou que é incapaz de gerar 
efeitos concretos, pois desde logo manifesta a intenção dos 
legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na 
interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais 
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as normas infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis 
(daí se falar em eficácia negativa ou paralisante das normas 
de eficácia limitada). Desta forma, sua aplicação é mediata, mas 
sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vinculante) é imediata. 
Ex.: O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor (art. 5º, XXXII). Se a lei não estabelecesse o Código 
de Defesa do Consumidor, não se poderia aplicar essa norma por 
si só, ou, acaso as normas criadas pelo CDC não fossem 
favoráveis aos consumidores, seriam inconstitucionais por 
contrariar as normas de eficácia limitada que trata da matéria. 
 
Observação: O prof. José Afonso da Silva, ainda divide as normas de 
eficácia limitada em dois grupos: 
 
a) Normas de princípio programático - São as que direcionam 
a atuação do Estado instituindo programas de governo. Terão 
eficácia diferida e necessitam de atos normativos e 
administrativos para concretizarem os objetivos para quais foram 
criadas. 
 
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que 
trazem apenas um direcionamento geral, e ordenam o legislador a 
organizar ou instituir órgãos, instituições ou regulamentos, 
observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as 
expressões "na forma da lei", "nos termos da lei", "a lei 
estabelecerá" e etc. como meios de identificação destas normas. 
 
Observação: Baseado na doutrina do Professor Canotilho, ainda 
podemos classificar as normas programáticas como normas-
fim, pois traduz uma finalidadea ser buscada pelo Poder 
Público. 
 
6. (CESPE/ AJ CNJ/ 2013) A norma programática vincula os 
comportamentos públicos futuros, razão pela qual, no Brasil, todas as 
normas constitucionais são imperativas e de cumprimento 
obrigatório. 
Comentários: 
Correto, perfeito o enunciado do CESPE, as normas programáticas 
são imperativas e, apesar de terem eficácia diferida, são de 
cumprimento obrigatório. 
Gabarito: Correto. 
 
Eficácia e aplicabilidade segundo a Maria Helena Diniz: 
A classificação das normas, segundo esta autora, muda pouco 
comparado a José Affonso da Silva. Maria Helena Diniz aborda mais 
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um tipo em sua classificação: as normas de eficácia absoluta ou 
supereficazes. Assim, segundo ela, teriamos a seguinte classificação: 
1- Eficácia absoluta ou supereficazes: seriam as clásulas 
pétreas (CF, art. 60 §4º), ou seja, as normas que não podem ser 
abolidas por emendas constitucionais. Para esta doutrina, as 
normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de emendas 
constitucionais (este pensamento não é o seguido pelo STF, que 
aceita o uso das emendas constitucionais desde que usadas para 
fortalecer ou ampliar as cláusulas pétreas). 
2- Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva 
3- Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva 
4- Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. 
Silva. 
 
Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais: 
Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Isso não quer dizer que sejam todas de eficácia plena, como já foi 
cobrado em concurso. É apenas um apelo para que se busque 
efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da 
sociedade. 
Lembramos ainda que tanto as plenas como também as contidas 
possuem aplicação imediata. 
 
Vamos propor um fluxograma para facilitar nossa vida nas questões 
sobre classificação das normas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Leia a norma com 
calma! 
Sim Não 
Pergunta 1 - Você consegue, só pelo 
que está ali escrito, aplicar o preceito? 
 
Então, a norma tem aplicação 
mediata e será somente de 
eficácia limitada. Mas poderá ser 
programática ou de princípio 
institutivo. 
Pergunta 2b - A norma 
busca traçar um plano de 
governo para direcionar o 
Estado, ou é uma norma 
que está ordenando a 
criação de órgãos, 
institutos ou 
regulamentos? 
 
Traça um 
plano de 
governo 
Ordena a criação 
de institutos, 
órgãos ou 
regulamentos 
A norma é de 
eficácia limitada e 
programática A norma é de 
eficácia limitada e 
definidora de 
princípio 
institutivo 
Então, estamos diante de 
norma que tem aplicação 
imediata! Mas a eficácia 
poderá ser plena ou 
contida. 
Pergunta 2a - Existe a 
possibilidade de que, caso se 
edite uma lei, essa norma fique 
restringida? 
Sim Não 
A norma é de 
eficácia contida 
A norma é de 
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Normas de eficácia exaurida: 
É o comum o uso do termo "normas de eficácia exaurida" para 
denominar aquelas normas presentes nos ADCT (atos transitórios) 
que já perderam o seu poder de produzir novos efeitos jurídicos. Por 
exemplo: 
ADCT, Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado 
definirá, através de plebiscito, a forma (república ou 
monarquia constitucional) e o sistema de governo 
(parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar 
no País. 
ADCT, Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após 
cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo 
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso 
Nacional, em sessão unicameral. 
Tais normas já produziram seus efeitos e, embora permaneçam no 
corpo da Constituição, não têm papel prático na atualidade ou no 
futuro. Diz-se que possuem "aplicabilidade esgotada". 
 
7. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas de 
eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier 
normatividade para viabilizar o exercício do direito ou benefício que 
consagram; por isso, são normas de aplicação indireta, mediata ou diferida. 
Comentários: 
As normas de eficácia contida possuem aplicação imediata, tais quais as 
normas plenas. A única diferença é que poderão ser restringidas em seu 
alcance. 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas 
constitucionais de eficácia limitada são desprovidas de normatividade, 
razão pela qual não surtem efeitos nem podem servir de parâmetro 
para a declaração de inconstitucionalidade. 
Comentários: 
A norma de eficácia limitada desde logo manifesta a intenção dos 
legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na 
interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais as 
normas infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis. Desta 
forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, 
seu caráter vinculante) é imediata. 
Gabarito: Errado. 
 
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9. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) A revisão 
constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada 
norma constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade 
esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador. 
Comentários: 
Segundo a doutrina e a jurisprudência do STF, a revisão 
constitucional (procedimento simplificado de modificação do texto da 
Constituição) só pode ocorrer uma única vez, já que seu objetivo era 
rapidamente reestabelecer uma possível instabilidade institucional 
provocada pela mudança de regime no Brasil (instabilidade esta que 
não ocorreu). Desta forma, não há mais motivos que justifiquem a 
feitura de um novo procedimento simplificado para revisão da 
Constituição, devendo-se seguir o procedimento especial de reforma, 
previsto no art. 60 da Constituição Federal. 
Gabarito: Correto. 
 
10. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O livre exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer, é norma 
constitucional de eficácia contida; portanto, o legislador ordinário 
atua para tornar exercitável o direito nela previsto. 
Comentários: 
A questão estava correta ao prever que é uma norma de eficácia 
contida, porém, a atuação do legislador infraconstitucional nesta 
espécie de norma não é para torná-la exercitável, mas sim para 
conter a plenitude de sua aplicação, já que as normas de eficácia 
contida possuem aplicação imediata, não necessitando de 
regulamentação infraconstitucional para produzir seus efeitos 
finalísticos. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/Técnico - MPU/2010) As normas de eficácia plena 
não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes 
completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, 
sua aplicabilidade é direta, ainda que não integral. 
Comentários: 
Errada. A questão estava caminhando perfeita, até a última curva, 
quando disse "ainda que nãointegral". Ora, a norma é de eficácia 
plena, justamente porque a sua aplicação se dá com plenitude, ou 
seja, de forma integral. A questão então, acabou por definir o que 
seria uma norma de eficácia contida. 
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Gabarito: Errado. 
 
12. (CESPE/DPE-ES/2009) Normas constitucionais supereficazes 
ou com eficácia absoluta são aquelas que contêm todos os elementos 
imprescindíveis para a produção imediata dos efeitos previstos; elas 
não requerem normatização subconstitucional subsequente, embora 
sejam suscetíveis a emendas. 
Comentários: 
Trata-se de uma questão doutrinária. Esta classificação é oriunda da 
prof. Maria Helena Diniz, que assim define as normas que estão 
gravadas como "cláusulas pétreas". 
Como vimos, para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta 
sequer são suscetíveis de emendas constitucionais. Vimos também 
que este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita o uso das 
emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar 
as cláusulas pétreas. 
Como a questão é notadamente doutrinária, ela está errada, pois nos 
ditames da professora Maria Helena Diniz, essas normas não podem 
ser emendadas. 
Gabarito: Errado. 
 
13. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas 
constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que 
sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, 
restringindo sua eficácia e aplicabilidade. 
Comentários: 
Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada 
sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para mediar os 
seus efeitos. 
Gabarito: Errado. 
 
14. (CESPE/TRT-17ª/2009) A disposição constitucional que 
prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou 
resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada. 
Comentários: 
A Constituição assegura em seu art. 7º, XI, a participação nos lucros, 
ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. Se não 
tivermos uma lei disciplinando como serão estas participações, elas 
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não poderão ser aplicáveis. Assim, está correto dizer que trata-se de 
norma de eficácia limitada. 
Gabarito: Correto. 
 
Utilize o texto abaixo para as próximas 3 questões: 
"A CF traz no seu artigo 5.º, entre outros, os seguintes incisos: 
XIII — é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer; 
XXX — é garantido o direito de herança; 
LXXVI — são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na 
forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito". 
 
15. (CESPE/TJAA-STF/2008) A norma prevista no inciso XIII é 
de eficácia contida, pois o direito ao exercício de trabalho, ofício ou 
profissão é pleno até que a lei estabeleça restrições a tal direito. 
Comentários: 
Perfeita definição do conceito. Enquanto não tivermos lei que faça a 
contenção da norma, é pleno o exercício das profissões. 
Gabarito: Correto. 
 
16. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso XXX, que prevê o direito 
de herança, é uma norma de eficácia limitada. 
Comentários: 
Trata-se de uma garantia constitucional inscrita como norma de 
eficácia plena, pois ainda que não tenha lei regulamentadora, é 
garantido que os descendentes recebam por herança aquilo que foi 
deixado pelos antecedentes. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso LXXVI e suas alíneas 
configuram normas programáticas, pois dizem respeito a um 
programa de governo relativo à implementação da gratuidade de 
certidões necessárias ao exercício de cidadania. 
Comentários: 
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As normas programáticas são aquelas que direcionam o Estado a agir 
em um determinado sentido, como buscar a dignidade da pessoa 
humana, garantir o direito à saúde e etc. 
Tais normas seriam de eficácia limitada, mas não programáticas e 
sim definidoras de princípio institutivo. Por que Vítor? 
Pois somente "na forma da lei" é que tais gratuidades serão 
garantidas, assim, precisa-se que elas sejam instituídas através de 
um diploma legal. 
ok? 
Gabarito: Errado. 
 
18. (CESPE/Advogado-BRB/2010) No tocante à aplicabilidade, 
de acordo com a tradicional classificação das normas constitucionais, 
são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte 
regula suficientemente os interesses concernentes a determinada 
matéria, mas deixa margem à atuação restritiva por parte da 
competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei 
estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos. 
Comentários: 
Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada 
sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para mediar os 
seus efeitos. Já as contidas possuem aplicabilidade imediata, porém 
podem futuramente serem restringidas pelo legislador. 
Gabarito: Errado. 
 
19. (CESPE/TRE-MA/2009) A competência da União para 
elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social constitui exemplo 
de norma constitucional programática. 
Comentários: 
Norma programática é aquela norma que estabelece um programa 
para atuação do governo. É uma norma cuja eficácia não se dá 
imediatamente, mas somente quando posto em prática o "programa" 
estabelecido. É o caso da norma em questão, presente no art. 21, IX, 
ela traz um direcionamento para ser trilhado pelo poder público 
federal. 
Gabarito: Correto. 
 
20. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O dispositivo constitucional 
que afirma que a finalidade da ordem econômica é assegurar a todos 
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uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, seria um 
exemplo de norma programática. 
Comentários: 
Trata-se de uma norma que não tem nenhuma eficácia direta, mas 
sim ao longo do tempo, traçando direcionamentos para o poder 
público. É a chamada "norma-fim", estabelece uma finalidade a ser 
alcançada. Segundo a doutrina majoritária essas normas são 
classificadas como programáticas. 
Gabarito: Correto. 
 
Interpretação Constitucional: 
Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o 
verdadeiro teor da norma constitucional. É um tema que sempre foi 
alvo de muitas discussões e posicionamentos. 
A teoria que iremos expor pode parecer um pouco complexa, mas eu 
afirmo: É MUITO SIMPLES DE ENTENDER E FIXAR! Basta ler 
atentamente cada um dos conceitos que iremos expor e resolver as 
dezenas de questões comentadas que colocaremos em seguida. 
Tenho certeza que nunca mais esquecerão essa matéria! 
Vamos lá então. Antes de qualquer coisa, temos que saber que, em 
regra, é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição. Não apenas 
o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a Constituição. Não se 
pode falar, porém, que essa atividade é exclusiva do Judiciário, já 
que existem exceções como, por exemplo, a chamada interpretação 
autêntica (que veremos à frente) que é proferida pelo Poder 
Legislativo, editando as chamadas "leis interpretativas". 
Para se interpretar a Constituição, fazemos uso de 2 instrumentos,os 
princípios de interpretação e os métodos de interpretação. 
Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida. 
São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente 
usar os métodos. Os princípios devem ser observados em conjunto. 
Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá promover a 
interpretação. Os métodos também podem ser empregados 
conjuntamente. 
As questões de prova cobram basicamente a literalidade dos 
conceitos, que são com muita propriedade expostos pelo professor 
Canotilho. Baseados neste autor, e em outras doutrinas, podemos 
coligir os princípios e os métodos da forma que faremos a seguir. 
 
São princípios de interpretação constitucional: 
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a) Princípio da unidade da Constituição: Este princípio é a base 
da qual deriva a maioria dos demais. Segundo ele, as normas 
constitucionais formam um corpo único, indivisível para fins de 
interpretação. Uma norma só faz sentido se entendida dentro de todo 
o contexto do sistema constitucional. Assim, ao interpretar a 
Constituição, o hermeneuta deve buscar dissipar quaisquer 
contradições ou antinomias aparentes, já que formando este corpo 
único, não há o que se falar em normas contraditórias, devendo-se 
analisá-las em conjunto e buscar o verdadeiro fim pensado. Assim, 
podemos organizar as consequências deste princípio do seguinte 
modo: 
• Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a 
hierarquia entre as normas (seja parte permanente ou dos 
ADCT, sejam normas originárias ou derivadas, tudo é uma coisa 
só); 
• Não existem normas constitucionais originárias 
inconstitucionais; 
• Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. 
Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. 
 
b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: Sem 
que se negue o princípio da unidade da Constituição, ao se usar o 
princípio da harmonização, deverá o intérprete ponderar os valores 
dos princípios e normas de modo a otimizar o resultado da 
interpretação. Assim, um princípio pode limitar ou condicionar outro, 
não o nega totalmente, mas, ocorre uma verdadeira “harmonização” 
entre eles, para que se decida qual irá prevalecer no caso concreto. 
c) Princípio da correição funcional (ou conformidade 
funcional): Embora o intérprete tenha certa liberdade ao buscar o 
sentido das normas, ele de forma alguma, segundo este princípio, 
poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de 
competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. 
d) Princípio da eficácia integradora: Orientado por este princípio, 
o intérprete deverá, ao se deparar com problemas jurídico-
constitucionais, ponderar as normas e estabelecer a interpretação 
mais favorável a uma integração política, social ou que reforce a 
unidade política. 
e) Princípio da força normativa da Constituição: Segundo este 
princípio, não se pode ignorar a eficácia das normas constitucionais, 
se elas estão positivadas existe um motivo para tal, assim o 
intérprete deverá adotar interpretação que garanta maior eficácia e 
permanência destas normas. 
f) Princípio da máxima efetividade: Este princípio é considerado 
por muitos um subprincípio do anterior. Ele orienta o intérprete a 
fazer uma interpretação, notadamente dos direitos fundamentais, de 
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forma a conferir uma maior eficácia a estas normas, torná-las mais 
densas e fortalecidas. 
g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da 
presunção de constitucionalidade das leis: É um princípio usado 
tanto para interpretação constitucional quanto no controle de 
constitucionalidade. Por este princípio, o intérprete deve presumir 
que a lei é constitucional e quando restar dúvida em relação ao 
significado da norma, escolherá aquele que a tornará constitucional, 
declarando-se inconstitucional que se tome interpretação diversa. 
Assim, este princípio traz as seguintes decorrências: 
• Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser 
atribuída uma interpretação constitucional (princípio da 
conservação das normas); 
• A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam 
as leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a 
Constituição conforme as leis (Princípio da prevalência da 
Constituição). 
• Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações 
diversas, não pode ser aplicável a normas que contenham 
sentido unívoco, já que o intérprete deve analisar a finalidade 
do legislador, não podendo dar à lei uma interpretação que 
subverta o seu sentido (Princípio da vedação da interpretação 
conforme a Constituição mas contra legem). 
h) Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade: Ambos 
são empregados, principalmente, de forma suplementar ao princípio 
da concordância prática ou harmonização, de forma que, ao se 
ponderar os valores (notadamente os direitos fundamentais) se tenha 
uma ação que busque o melhor resultado possível, e que os 
benefícios da ponderação sejam efetivamente superiores aos 
malefícios causados. 
Tais princípios são muitas vezes tratados como sinônimos, mas já 
existe bastante material doutrinário pregando a diferenciação entre 
os termos. Assim, a razoabilidade seria um princípio mais subjetivo, 
abstrato, que refere-se ao "senso comum", a vedação ao excesso, e 
teria sua origem no direito anglo-saxão1. Já o princípio da 
proporcionalidade, de origem germânica, seria mais racional, objetivo 
e informado por 3 sub-princípios que sugerem uma lógica no seu 
exercício: 
 
1
 GUERRA FILHO, Willis Santiago. O Princípio da proporcionalidade em direito 
constitucional e em direito privado no Brasil. Mundo Jurídico, mai. 2003. 
Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br/cgi-bin/upload/texto347.rtf>. 
Acesso em: 02 Março de 2010. 
 
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1. Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser 
uma medida adequada para se conseguir a finalidade esperada. 
2. Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, 
se não existe outra solução menos gravosa. 
3. Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva 
ponderação entre os benefícios e malefícios que serão causados 
com o ato. 
É importante frisar que tais princípios não foram positivados 
expressamente na Constituição, mas costuma-se elencá-los como 
implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o “devido processo legal”. 
 
São métodos de interpretação da Constituição: 
a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): 
Proposto por Ernest Forsthoff. Por este método temos a premissa de 
que "a Constituição é uma lei". Se a Constituição é uma lei, usam-se 
os métodos clássicos de interpretação de leis propostos por Savigny 
para interpretar as normas constitucionais. Destacamos: 
� Interpretação autêntica – Ocorre quando o próprio órgão 
que editou a norma edita uma outra norma, com o fim de 
esclarecer pontos duvidosos e que, sendo meramente 
interpretativa, poderá ter eficácia retroativa já que não cria 
nem extingue direitos; 
� Interpretação teleológica – Interpreta-se a norma 
tentando buscar a finalidade para qual foi criada; 
� Interpretação gramatical ou literal – Usa-se o a 
literalidade da lei; 
� Interpretação histórica – Busca-se os precedentes 
históricos para tentar alcançar a interpretação a ser dada à 
norma; 
� Interpretaçãosistemática – Tenta-se harmonizar as 
normas dando uma unidade ao ordenamento jurídico; 
A maior crítica a este método é que Savigny ao estabelecer a sua 
teoria, estava pensando no Direito Privado. A Constituição é dotada 
de uma complexidade de normas que torna o tal método insuficiente. 
b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas 
mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a 
norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema 
sobre a norma”. 
c) Método hermenêutico-concretizador: É o contrario do anterior. 
Aqui parte-se da pré-compreensão da norma abstrata e tenta-se 
imaginar a situação concreta. Agora temos a “primazia da norma 
sobre o problema”. 
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d) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, 
integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade 
está vivendo. 
e) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado 
analisar a sua função como estruturadora do Estado. Assim, o 
intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 
1- A norma constitucional, em si. 
2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em 
todos os níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na 
sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e 
administrativa em cima do texto, e etc. 
 
Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: 
(Assunto que tem sido cobrado apenas pelo CESPE) 
Essas correntes debatem sobre a liberdade de atuação dos juízes ao 
se interpretar as normas constitucionais, debate este muito forte nos 
Estados Unidos. 
a) Corrente interpretativista: 
Canotilho ensina que a corrente interpretativista considera que os 
juízes devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos na 
Constituição, ou que pelo menos, estejam claramente implícitos. Ou 
seja, embora o nome possa induzir o contrário, nesta corrente a 
atividade do juiz é bem restrita, limitada. Não estamos querendo 
dizer que se confundirá com o “literailismo”, mas que deve ser 
comedido ao usar conceitos implícitos no texto constitucional e seus 
valores substantivos. 
 
b) Não-interpretativismo: 
Diferentemente dos interpretativistas, os não-interpretativistas 
defendem uma maior autonomia do juiz ao se interpretar a norma, 
prevendo uma possibilidade e até mesmo a necessidade de que os 
juízes apliquem “valores e princípios substantivos”. Assim, importa 
mais os valores, como a igualdade, a justiça e a liberdade 
demandados pela sociedade, do que a estrita vontade do legislador. 
 
21. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da 
razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar 
atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a 
medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio 
alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que 
se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso. 
Comentários: 
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A distinção entre "proporcionalidade" e "razoabilidade" ainda não é 
pacífica. Neste concurso, o CESPE seguiu a linha doutrinária de tratá-
los como um princípio único - "princípio da razoabilidade-
proporcionalidade". 
A assertiva está correta, já que, em que pese as diferenças 
doutrinárias, tais princípios tem em comum o fato de prezar pela 
justiça, bom senso, repúdio aos excessos. 
Gabarito: Correto. 
 
22. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha-
se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder público no 
exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de 
aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. 
Comentários: 
É isso aí... dispensa maiores comentários. 
Gabarito: Correto. 
 
23. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da unidade da 
Constituição considera essa Carta em sua totalidade, buscando 
harmonizá-la para uma visão de normas não isoladas, mas como 
preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. 
Comentários: 
Por tal princípio, não há contradições no texto constitucional, já que 
ele forma um corpo único, assim, o que ocorre são apenas 
"aparentes" contradições, que devem ser dissipadas pelo intérprete 
ao analisar o texto em conjunto. 
Gabarito: Correto. 
 
24. (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da 
constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de 
modo que a aprovação de nova constituição implica a automática 
revogação da anterior. 
Comentários: 
O princípio da unidade da Constituição, a Constituição deve ser 
entendida como uma norma única, não existindo assim contradições 
em seu texto. Assim, não há nenhuma relação com o descrito no 
enunciado. 
Gabarito: Errado. 
 
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25. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da máxima efetividade 
visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a 
maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma 
constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Comentários: 
O princípio da máxima efetividade deriva do princípio da força 
normativa da Constituição, considerado por alguns até mesmo como 
um sub-princípio. Este princípio orienta o intérprete a tornar a norma 
constitucional mais densa, alcançando ao máximo sua efetiva 
aplicação. 
Gabarito: Correto. 
 
26. (CESPE/TRE-MA/2009) De acordo com o princípio 
interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das normas 
constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de 
problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a 
integração política e social. 
Comentários: 
Este seria o princípio do efeito integrador. O princípio da máxima 
efetividade visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma 
constitucional a maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a 
uma norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador 
estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras 
normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. 
Comentários: 
Isso que está descrito no enunciado é o uso da técnica da integração 
e não interpretação. Integração constitucional (técnica usada para 
preencher as lacunas deixadas pela norma constitucional, 
notadamente através de leis) é diferente de interpretação 
constitucional (técnica usada para extrair o verdadeiro significado da 
norma). Usar o princípio de interpretação do efeito integrador é 
interpretar a norma de modo que favoreça a integração política e 
social e reforce a unidade política, logo não tem correlação alguma 
com "integração constitucional" (uso de leis para preencher lacunas 
da constituição). 
Gabarito: Errado. 
 
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28. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio da conformidade 
funcional visa impedir, na concretização da CF, a alteração da 
repartição das funções constitucionalmente estabelecidas. 
Comentários: 
O princípio da conformidade ou correição funcional está estritamente 
ligado à repartição das competências feita pela Constituição. Assim, 
a sua observância impede que haja uma deturpação do que foi 
constitucionalmenteestabelecido. 
Gabarito: Correto. 
 
29. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Entre os 
métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o 
tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do 
problema para a norma. 
Comentários: 
Entre os diversos métodos usados para se interpretar a norma 
constitucional, temos o chamado "método tópico-problemático". 
Segundo este método, tendo um problema (caso concreto) em mãos, 
tenta-se aplicar a norma abstrata a este problema e, assim, chegar a 
uma interpretação. Este método se opõe ao "hermenêutico-
concretizador" onde tem-se somente a norma abstrata e esta é o 
ponto de partida para a interpretação. 
Gabarito: Correto. 
30. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O método hermenêutico-
concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos 
problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
Comentários: 
Erra a questão ao colocar o hermenêutico-concretizador com o 
conceito do tópico-problemático: 
• Hermenêutico-concretizador - como o nome sugere, o intérprete 
deve "concretizar", ou seja, partir da norma abstrata e chegar ao 
problema. 
• Tópico-problemático - Este é o contrário, ele já tem o problema 
em mãos, e vai adequar a norma pensando neste problema. 
Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo método de 
interpretação hermenêutico-concretizador, a análise da norma 
constitucional não se fixa na sua literalidade, mas decorre da 
realidade social e dos valores insertos no texto constitucional, de 
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modo que a constituição deve ser interpretada considerando-se seu 
dinamismo e constante renovação, no compasso das modificações da 
vida da sociedade. 
Comentários: 
A questão tenta induzir o candidato ao erro, colocando um excesso de 
informações que nada tem haver com o referido princípio. As 
informações estão associadas ao chamado método científico-
espiritual. Usar o método hermenêutico-concretizador significa partir 
de uma pré-compreensão da norma em abstrato, e depois desta pré-
compreensão buscar concretizá-la para se alcançar o caso concreto 
da realidade. 
Gabarito: Errado. 
 
32. (CESPE/DPE-ES/2009) A interpretação conforme a 
Constituição determina que, quando o aplicador de determinado texto 
legal se encontrar frente a normas de caráter polissêmico ou, até 
mesmo, plurissignificativo, deve priorizar a interpretação que possua 
um sentido em conformidade com a Constituição. Por conseguinte, 
uma lei não pode ser declarada inconstitucional, quando puder ser 
interpretada em consonância com o texto constitucional. 
Comentários: 
A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente 
"interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei 
aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à 
norma para que o sentido esteja de acordo com o texto 
constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de 
uma forma inconstitucional. A interpretação conforme só pode ser 
aplicada quando estivermos diante de uma norma polissêmica, ou 
seja, que admite vários significados. Não se pode dar interpretação 
conforme a normas de sentido unívoco. 
Gabarito: Correto. 
 
33. (CESPE/Advogado-BRB/2010) A técnica da interpretação 
conforme a constituição permite a manutenção, no ordenamento 
jurídico, de leis e atos normativos que possuam valor interpretativo 
compatível com o texto constitucional. 
Comentários: 
A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente 
"interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei 
aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à 
norma para que o sentido esteja de acordo com o texto 
constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de 
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uma forma inconstitucional. A interpretação conforme só pode ser 
aplicada quando estivermos diante de uma norma polissêmica, ou 
seja, que admite vários significados. Não se pode dar interpretação 
conforme a normas de sentido unívoco. 
Gabarito: Correto. 
 
34. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo princípio da 
concordância prática ou harmonização, os órgãos encarregados de 
promover a interpretação da norma constitucional não podem chegar 
a resultado que altere o esquema organizatório-funcional 
constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte 
originário. 
Comentários: 
Este seria o princípio da conformidade funcional. Concordância prática 
ou harmonização seria a situação em que, ocorrendo colisão entre 
princípios, eles deverão ser ponderados, assim, um deverá sobressair 
sobre o outro no caso concreto, sem que, porém, se anulem. 
Gabarito: Errado. 
 
35. (CESPE/Auditor-TCU/2009) O princípio da concordância 
prática ou da harmonização, derivado do princípio da unidade da CF, 
orienta o aplicador ou intérprete das normas constitucionais no 
sentido de que, ao se deparar com um possível conflito ou 
concorrência entre os bens constitucionais, busque uma solução que 
evite o sacrifício ou a negação de um deles. 
Comentários: 
Este é o princípio que deve ser observado ao nos depararmos com 
uma colisão entre normas. Deve-se, no caso concreto, harmonizar os 
"bens jurídicos em conflito" e assim aplicá-los da forma mais 
condizente. 
Gabarito: Correto. 
 
36. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) De acordo 
com o princípio da força normativa da constituição, defendida por 
Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser 
consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. 
Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e 
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela. 
Comentários: 
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Diz-se que Konrad Hesse reviu as teorias de Lassale e apontou uma 
flexibilização a elas. Segundo Hesse a Constituição não poderia ser 
ignorada, ela tem a sua força normativa e embora fosse condicionada 
pela sociedade, também se deveria se impor sobre ela. 
Gabarito: Correto. 
 
37. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento 
do STF, não afronta a força normativa da Constituição nem o 
princípio da máxima efetividade da norma constitucional a 
manutenção de decisões divergentes da interpretação adotada pelo 
STF, proferidas no âmbito das instâncias ordinárias. 
Comentários: 
A Constituição se materializa como uma norma única impositiva. Se a 
jurisprudência deixar que interpretações divergentes se mantenham 
em vigor, estamos fracionando a Constituição. Por isso, as instâncias 
superiores têm o dever de uniformizar as interpretações. 
Gabarito: Errado. 
38. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o 
princípio do efeito integrador, os bens jurídicos constitucionalizados 
devem coexistir harmonicamente na hipótese de eventual conflito ou 
concorrência entre eles, evitando-se, desse modo, o sacrifício total de 
um princípio em relação a outro em contraposição, considerando a 
ausência de hierarquia entre os princípios. 
Comentários: 
Este é o princípio da concordância prática ou harmonização. 
Gabarito: Errado. 
 
39. (CESPE/TRT-17ª/2009) A corrente que nega a possibilidade 
de o juiz, na interpretação constitucional, criar o direito e, valendo-se 
de valores substantivos, ir alémdo que o texto lhe permitir é 
chamada pela doutrina de não-interpretativista. 
Comentários: 
Embora o nome possa induzir ao contrário, na corrente 
interpretativista é onde o juiz possui menor autonomia para exercer a 
atividade interpretativa, ele não pode transcender os limites do texto 
legal. Já na corrente não-interpretativista, é onde o juiz possui uma 
maior autonomia para ir além texto e empregar valores pessoais, 
substantivos, na atividade interpretativa. 
Gabarito: Errado. 
 
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40. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Entre as correntes de 
interpretação constitucional, pode-se apontar uma bipolaridade que 
se concentra entre as correntes interpretativistas e não 
interpretativistas das constituições. As correntes interpretativistas se 
confundem com o literalismo e permitem ao juiz que este invoque e 
aplique valores e princípios substantivos, como a liberdade e a justiça 
contra atos da responsabilidade do Poder Legislativo em 
desconformidade com a constituição. 
Comentários: 
A questão então possui dois erros: as correntes interpretativistas não 
se confundem com o literalismo e o outro é pelo fato de que os 
interpretativista repudiam o uso de vlores e princípios substantivos. 
Gabarito: Errado. 
 
41. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Segundo o método 
jurídico de Forsthoff, a interpretação da constituição não se distingue 
da interpretação de uma lei e, por isso, para se interpretar o sentido 
da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da 
interpretação. 
Comentários: 
O Método Jurídico ou Método Hermenêutico Clássico era defendido 
por Ernest Forsthoff, daí o nome "método jurídico de Forsthoff". 
Segundo o autor, há uma identidade entre Constituição e lei. Assim, 
segundo o referido método, deve-se interpretar a Constituição 
usando-se dos mesmo métodos clássicos propostos por Savigny para 
interpretar as leis. A crítica maior a este método é o fato de que a 
Constituição é uma norma especial de direito público enquanto os 
métodos de Savigny foram desenvolvidos para o direito privado, 
portanto, insuficientes para atender à realidade do ordenamento 
constitucional. 
Gabarito: Correto. 
 
42. (CESPE/PGE-AL/2008) A análise da colisão entre a 
inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos e o poder-
dever de punir do Estado prescinde da verificação da 
proporcionalidade e da aplicação do princípio da concordância prática, 
uma vez que o primeiro sempre prepondera sobre o segundo. 
Comentários: 
Somente no caso concreto é que poderemos saber qual direito irá 
preponderar sobre o outro, sempre usando de proporcionalidade. A 
questão fala do princípio da concordância prática, que também é 
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chamado de princípio da "harmonização", justamente por prever que 
deve-se ponderar os valores no caso concreto. 
Gabarito: Errado. 
 
43. (CESPE/TCM-GO/2007) Com relação à aplicação das normas 
constitucionais, assinale a opção incorreta. 
a) O intérprete deve considerar que a interpretação constitucional se 
assenta no pressuposto da superioridade jurídica da CF sobre os 
demais atos normativos no âmbito do estado, o que significa dizer 
que não se deve fazer uma interpretação da CF conforme a lei. 
b) Havendo colisão de direitos fundamentais, deve o intérprete 
aplicar o princípio da concordância fática, segundo o qual normas 
constitucionais que tutelam os direitos à vida e à liberdade têm 
precedência sobre as demais. 
c) Ao dar a determinado dispositivo legal uma interpretação conforme 
a CF, o intérprete está reconhecendo que, segundo uma interpretação 
textual do dispositivo, ele é parcialmente inconstitucional ou que 
determinada interpretação do dispositivo legal revela-se incompatível 
com a CF. 
d) O intérprete deve ter ciência de que os princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade não estão explícitos na CF, sendo extraídos do 
dispositivo que garante o devido processo legal, entendido na sua 
dimensão substantiva. 
Comentários: 
Letra A – Correto. Interpreta-se leis conforme a CF. Nunca a CF 
conforme a lei. 
Letra B - Errado. O certo seria “concordância prática ou 
harmonização”, assim, deve-se analisar o caso concreto para decidir 
qual irá prevalecer, não podemos falar em precedência pré-definida. 
Letra C – Correto. O objetivo da interpretação conforme a 
Constituição é expurgar do mundo jurídico uma eventual forma de 
interpretar uma lei que seja incompatível com a Constituição. 
Letra D – Correto. Tais princípios não foram positivados 
expressamente na Constituição. Costuma-se elencá-los como 
implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o “devido processo legal”. 
Gabarito: Letra B. 
 
Pronto pessoal!!! Por hoje é só... 
Excelente estudo a todos. 
Grande abraço. 
Vítor Cruz e Rodrigo Duarte 
 
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Pontos importantes a serem fixados: 
Interpretação Constitucional: 
• Não só o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a 
Constituição. 
• Interpretação não é atividade exclusiva do Judiciário (existe a 
interpretação autêntica). 
Princípios de interpretação: 
a) Princípio da unidade da Constituição: 
• Constituição é um corpo único; 
• Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. 
Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. 
• Não há hierarquia entre as normas constitucionais; 
• Não existem normas constitucionais originárias 
inconstitucionais; 
b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: 
harmonização de princípios que estejam colidindo no caso concreto. 
c) Princípio da correição funcional (ou conformidade 
funcional): não se pode perturbar a repartição de competências 
estabelecidas pela Constituição. 
d) Princípio da eficácia integradora: favorecer a integração 
política, social ou reforçar a unidade política. 
e) Princípio da força normativa da Constituição: interpretação 
deve garantir maior eficácia e permanência das normas. 
f) Princípio da máxima efetividade: interpretação, notadamente 
dos direitos fundamentais, de forma a tornar tais normas mais 
densas e fortalecidas. 
g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da 
presunção de constitucionalidade das leis: 
• Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser 
atribuída uma interpretação constitucional; 
• A constituição sempre deve prevalecer – a interpretação é 
sempre das leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a 
Constituição conforme as leis; 
• Aplicável a normas que admitirem interpretações diversas. 
h) Razoabilidade - origem anglo-saxã. Uso subjetivo e abstrato do 
"senso comum", vedação ao excesso; 
i) Proporcionalidade - origem germânica, princípio racional e 
objetivo, informado por 3 sub-princípios: Adequação (ou pertinência), 
Necessidade e Proporcionalidade em sentido estrito. 
 
Métodos de interpretação: 
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a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): 
Interpreta-se a Constituição como se fosse uma lei. 
b) Método tópico-problemático: parte-se do problema para a 
norma, “primazia do problema sobre a norma”. 
c) Método hermenêutico-concretizador: parte-se da pré-
compreensão da norma abstrata para chegar ao problema, “primaziada norma sobre o problema”. 
d) Método científico-espiritual: análise de valores sociais para 
integrar a constituição com a realidade social. 
e) Método normativo-estruturante: análise da norma com a sua 
função estruturadora do Estado. 
 
Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: 
a) Corrente interpretativista: Menor autonomia. Deve-se evitar o 
uso de princípios implícitos e valores substantivos. 
b) Não-interpretativismo: Maior autonomia. Liberdade para que o 
juiz aplique valores e princípios substantivos. 
 
 
LISTA DAS QUESTÕES DA AULA: 
 
1. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por 
estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir 
relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a 
declaração de inconstitucionalidade de determinada norma 
infraconstitucional. 
2. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem 
natureza jurídica de norma constitucional, semelhante às normas 
inseridas no bojo da CF, não havendo desníveis ou desigualdades 
entre as normas do ADCT e os preceitos constitucionais quanto à 
intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua autoridade. 
3. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) O preâmbulo da 
Constituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem 
força normativa. 
4. (CESPE/Analista do STJ/2008) Para a moderna teoria 
constitucional, que define a constituição como um regime aberto de 
regras e princípios, estes, por sua flexibilidade e abstração, mesmo 
quando jurídicos, não podem ser considerados como normas 
constitucionais, mas apenas como normas programáticas, 
representando uma pauta de valores a ser seguida pelo legislador na 
edição de novas regras. 
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5. (CESPE/PGE-PI/2008 - Adaptada) Sobre os princípios e as 
regras constitucionais, marque a alternativa correta: 
a) Princípios, normalmente, relatos objetivos, descritivos de 
determinadas condutas, são aplicáveis a um conjunto delimitado de 
situações. Assim, na hipótese de o relato previsto em um princípio 
ocorrer, esse princípio deve incidir pelo mecanismo tradicional da 
subsunção, ou seja, enquadram-se os fatos na previsão abstrata e 
produz-se uma conclusão. 
b) A aplicação de um princípio, salvo raras exceções, se opera na 
modalidade do tudo ou nada, o que significa que ele regula a matéria 
em sua inteireza ou é descumprido. 
c) Na hipótese de conflito entre dois princípios, só um deles será 
válido e irá prevalecer. 
d) Os princípios, freqüentemente, entram em tensão dialética, 
apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação se dá 
mediante ponderação. Diante do caso concreto, o intérprete irá aferir 
o peso de cada princípio. 
e) As regras são normas que ordenam que algo seja realizado, na 
maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais 
existentes e, por isso, são consideradas mandados de otimização, 
caracterizando-se pela possibilidade de serem cumpridas em 
diferentes graus. 
6. (CESPE/ AJ CNJ/ 2013) A norma programática vincula os 
comportamentos públicos futuros, razão pela qual, no Brasil, todas as 
normas constitucionais são imperativas e de cumprimento 
obrigatório. 
7. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas de 
eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier 
normatividade para viabilizar o exercício do direito ou benefício que 
consagram; por isso, são normas de aplicação indireta, mediata ou diferida. 
8. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas 
constitucionais de eficácia limitada são desprovidas de normatividade, 
razão pela qual não surtem efeitos nem podem servir de parâmetro 
para a declaração de inconstitucionalidade. 
9. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) A revisão 
constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada 
norma constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade 
esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador. 
10. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O livre exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer, é norma 
constitucional de eficácia contida; portanto, o legislador ordinário 
atua para tornar exercitável o direito nela previsto. 
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11. (CESPE/Técnico - MPU/2010) As normas de eficácia plena 
não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes 
completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, 
sua aplicabilidade é direta, ainda que não integral. 
12. (CESPE/DPE-ES/2009) Normas constitucionais supereficazes 
ou com eficácia absoluta são aquelas que contêm todos os elementos 
imprescindíveis para a produção imediata dos efeitos previstos; elas 
não requerem normatização subconstitucional subsequente, embora 
sejam suscetíveis a emendas. 
13. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas 
constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que 
sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, 
restringindo sua eficácia e aplicabilidade. 
14. (CESPE/TRT-17ª/2009) A disposição constitucional que 
prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou 
resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada. 
15. (CESPE/TJAA-STF/2008) A norma prevista no inciso XIII é 
de eficácia contida, pois o direito ao exercício de trabalho, ofício ou 
profissão é pleno até que a lei estabeleça restrições a tal direito. 
16. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso XXX, que prevê o direito 
de herança, é uma norma de eficácia limitada. 
17. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso LXXVI e suas alíneas 
configuram normas programáticas, pois dizem respeito a um 
programa de governo relativo à implementação da gratuidade de 
certidões necessárias ao exercício de cidadania. 
18. (CESPE/Advogado-BRB/2010) No tocante à aplicabilidade, 
de acordo com a tradicional classificação das normas constitucionais, 
são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte 
regula suficientemente os interesses concernentes a determinada 
matéria, mas deixa margem à atuação restritiva por parte da 
competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei 
estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos. 
19. (CESPE/TRE-MA/2009) A competência da União para 
elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social constitui exemplo 
de norma constitucional programática. 
20. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O dispositivo constitucional 
que afirma que a finalidade da ordem econômica é assegurar a todos 
uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, seria um 
exemplo de norma programática. 
21. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da 
razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar 
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atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a 
medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio 
alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que 
se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso. 
22. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha-
se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder público no 
exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de 
aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. 
23. (CESPE/ANATEL/2009) Oprincípio da unidade da 
Constituição considera essa Carta em sua totalidade, buscando 
harmonizá-la para uma visão de normas não isoladas, mas como 
preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. 
24. (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da 
constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de 
modo que a aprovação de nova constituição implica a automática 
revogação da anterior. 
25. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da máxima efetividade 
visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a 
maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma 
constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
26. (CESPE/TRE-MA/2009) De acordo com o princípio 
interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das normas 
constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de 
problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a 
integração política e social. 
27. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador 
estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras 
normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. 
28. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio da conformidade 
funcional visa impedir, na concretização da CF, a alteração da 
repartição das funções constitucionalmente estabelecidas. 
29. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Entre os 
métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o 
tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do 
problema para a norma. 
30. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O método hermenêutico-
concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos 
problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
31. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo método de 
interpretação hermenêutico-concretizador, a análise da norma 
constitucional não se fixa na sua literalidade, mas decorre da 
realidade social e dos valores insertos no texto constitucional, de 
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modo que a constituição deve ser interpretada considerando-se seu 
dinamismo e constante renovação, no compasso das modificações da 
vida da sociedade. 
32. (CESPE/DPE-ES/2009) A interpretação conforme a 
Constituição determina que, quando o aplicador de determinado texto 
legal se encontrar frente a normas de caráter polissêmico ou, até 
mesmo, plurissignificativo, deve priorizar a interpretação que possua 
um sentido em conformidade com a Constituição. Por conseguinte, 
uma lei não pode ser declarada inconstitucional, quando puder ser 
interpretada em consonância com o texto constitucional. 
33. (CESPE/Advogado-BRB/2010) A técnica da interpretação 
conforme a constituição permite a manutenção, no ordenamento 
jurídico, de leis e atos normativos que possuam valor interpretativo 
compatível com o texto constitucional. 
34. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Pelo princípio da 
concordância prática ou harmonização, os órgãos encarregados de 
promover a interpretação da norma constitucional não podem chegar 
a resultado que altere o esquema organizatório-funcional 
constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte 
originário. 
35. (CESPE/Auditor-TCU/2009) O princípio da concordância 
prática ou da harmonização, derivado do princípio da unidade da CF, 
orienta o aplicador ou intérprete das normas constitucionais no 
sentido de que, ao se deparar com um possível conflito ou 
concorrência entre os bens constitucionais, busque uma solução que 
evite o sacrifício ou a negação de um deles. 
36. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) De acordo 
com o princípio da força normativa da constituição, defendida por 
Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser 
consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. 
Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e 
política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela. 
37. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento 
do STF, não afronta a força normativa da Constituição nem o 
princípio da máxima efetividade da norma constitucional a 
manutenção de decisões divergentes da interpretação adotada pelo 
STF, proferidas no âmbito das instâncias ordinárias. 
38. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o 
princípio do efeito integrador, os bens jurídicos constitucionalizados 
devem coexistir harmonicamente na hipótese de eventual conflito ou 
concorrência entre eles, evitando-se, desse modo, o sacrifício total de 
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um princípio em relação a outro em contraposição, considerando a 
ausência de hierarquia entre os princípios. 
39. (CESPE/TRT-17ª/2009) A corrente que nega a possibilidade 
de o juiz, na interpretação constitucional, criar o direito e, valendo-se 
de valores substantivos, ir além do que o texto lhe permitir é 
chamada pela doutrina de não-interpretativista. 
40. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Entre as correntes de 
interpretação constitucional, pode-se apontar uma bipolaridade que 
se concentra entre as correntes interpretativistas e não 
interpretativistas das constituições. As correntes interpretativistas se 
confundem com o literalismo e permitem ao juiz que este invoque e 
aplique valores e princípios substantivos, como a liberdade e a justiça 
contra atos da responsabilidade do Poder Legislativo em 
desconformidade com a constituição. 
41. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) Segundo o método 
jurídico de Forsthoff, a interpretação da constituição não se distingue 
da interpretação de uma lei e, por isso, para se interpretar o sentido 
da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da 
interpretação. 
42. (CESPE/PGE-AL/2008) A análise da colisão entre a 
inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos cidadãos e o poder-
dever de punir do Estado prescinde da verificação da 
proporcionalidade e da aplicação do princípio da concordância prática, 
uma vez que o primeiro sempre prepondera sobre o segundo. 
43. (CESPE/TCM-GO/2007) Com relação à aplicação das normas 
constitucionais, assinale a opção incorreta. 
a) O intérprete deve considerar que a interpretação constitucional se 
assenta no pressuposto da superioridade jurídica da CF sobre os 
demais atos normativos no âmbito do estado, o que significa dizer 
que não se deve fazer uma interpretação da CF conforme a lei. 
b) Havendo colisão de direitos fundamentais, deve o intérprete 
aplicar o princípio da concordância fática, segundo o qual normas 
constitucionais que tutelam os direitos à vida e à liberdade têm 
precedência sobre as demais. 
c) Ao dar a determinado dispositivo legal uma interpretação conforme 
a CF, o intérprete está reconhecendo que, segundo uma interpretação 
textual do dispositivo, ele é parcialmente inconstitucional ou que 
determinada interpretação do dispositivo legal revela-se incompatível 
com a CF. 
d) O intérprete deve ter ciência de que os princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade não estão explícitos na CF, sendo extraídos do 
dispositivo que garante o devido processo legal, entendido na sua 
dimensão substantiva. 
 
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GABARITO: 
 
1 Errado 12 Errado 23 Correto 34 Errado 
2 Correto 13 Errado 24 Errado 35 Correto 
3 Errado 14 Correto 25 Correto 36 Correto 
4 Errado 15 Correto 26

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