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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA – BA.
JOANA, brasileira, casada, técnica em contabilidade, portadora da cédula de identidade RG nº, e inscrita no CPF sob nº, residente em (rua, número, bairro, CEP, Itabuna), por seu advogado que esta subscreve, com escritório em (número, bairro, CEP, cidade) – vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 319, inc. II e 77, inc. V do CPC, propor 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento comum, em face de JOAQUIM, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG nº, e inscrito no CPF sob nº, residente em (rua, número, bairro, CEP, Itabuna), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I -DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Afirma a Autora ser pessoa juridicamente pobre, sem condição de arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, motivo pelo qual faz jus a gratuidade de justiça e à assistência gratuita integral assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
II- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
O Autora tem interesse em conciliar com Réu, razão pela qual pugna por audiência de conciliação, conforme art. 319, VII do NCPC.
III – DOS FATOS
No dia 20.12.2016 a Autora foi informada que seu filho Marcos havia sido preso no presídio XXX, equivocadamente e de maneira ilegal. A Autora, no dia seguinte, procurou um advogado criminalista, sendo que o mesmo informou que seus honorários advocatícios custariam a Autora o valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais).
A Autora, que não possuía tamanha quantia, ao voltar para casa encontrou o Réu, seu vizinho, e lhe contou que estava desesperada, pois não tinha a quantia necessária para pagar o advogado.
Por sua vez, o Réu, ao perceber o estado de desespero da Autora, agiu de má fé, propondo a compra do veiculo da mesma, pelo valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor este muito abaixo do preço de mercado que era o equivalente a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). 
A Autora que se encontrava sob premente necessidade, celebrou negócio jurídico com o Réu, entretanto no dia seguinte a celebração do negócio jurídico, felizmente a Autora foi informada que a avo paterna de seu filho havia contratato outro advogado para defender o caso de seu filho, e que tinha conseguido um habeas Corpus para o mesmo, e assim não precisaria mais do dinheiro para contratar o antigo advogado. 
Diante disso a Autora procurou o Réu para desfazerem o negócio jurídico, entretanto, o Réu não aceitou.
Desta forma, não restou a Autora alternativa senão propor a presente demanda, visando a anulação do negócio jurídico.
IV – DO DIREITO
Cumpre observar preliminarmente que, é valido o negócio jurídico firmado entre as partes, visto que preenche todos os requisitos do art. 104 do Código Civil.
No entanto, dada à dificuldade de reverter o negócio jurídico, apoia-se a Autora no código Civil que, em seu art. 171 inc. II, afirma que, nos casos previstos em lei, poderá ser anulável o negócio jurídico quando por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Ao versar sobre a lesão, o Código Civil prevê no art.157 que quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, fica caracterizada a lesão. 
Segundo Caio Mario da Silva Pereira podemos caracterizar premente necessidade:
“A necessidade, de que a lei fala, não é a miséria, a insuficiência habitual de meios para promover à subsistência própria ou dos seus. Não é a alternativa entre a fome e o negócio. Deve ser a necessidade contratual. Ainda que o lesado disponha de fortuna, a necessidade se configura na impossibilidade de evitar o contrato. Um indivíduo pode ser milionário. Mas, se num momento dado ele precisa de dinheiro de contado, urgente e insubstituível, e para isto dispõe de um imóvel a baixo preço, a necessidade que o leva a aliená-lo compõe a figura da lesão. (...) A necessidade contratual não decorre da capacidade econômica ou financeira do lesado, mas da circunstância de não poder ele deixar de efetuar o negócio.”
A premente necessidade tem um significado econômico, referindo se à necessidade econômica da celebração do negocio jurídico, o que de fato aconteceu com a Autora, no momento que celebrou negócio com o Réu, caracterizando, portanto o ato jurídico celebrado entre as partes absolutamente viciado.
Não podemos ainda, afastar a existência de dolo por parte do Réu, visto que diante da necessidade da Autora aproveitou-se da situação, induzindo a mesma a celebrar ato jurídico desvantajoso. A rigor, o dolo não é vício de vontade, mas causa do vício de vontade, reforçando ainda mais a gravidade da lesão que acometeu a Autora.
Assim, a presente ação deve ser julgada procedente em seu pedido, eis que estão presentes todos os requisitos para a configuração da anulação do negocio jurídico.
V – DO PEDIDO
Diante do exposto, vem requerer a autora:
a) o deferimento da justiça gratuita nos termos do art. 98 e seguintes do NCPC;
b) que seja designada audiência de conciliação ou mediação e por consequência a citação do Réu para comparecer a audiência de conciliação ou mediação, ficando ciente de que não havendo acordo, iniciará o prazo para contestar, na forma da lei – art. 334 NCPC;
c) a ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO, uma vez que se trata de lesão, previsto na forma do art. 171 inc. II e art. 157, ambos do CC;
d) a condenação do Réu em custas processuais e honorários de sucumbências.
VIII - DAS PROVAS
Protesta, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
Atribui-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.
Nestes Termos, 
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/RJ N°

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