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Peça Processual nº5

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5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA/BA
Ação Anulatória de negócio jurídico
PROCESSAMENTO PRIORITÁRIO
Art. 9º, VII, Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)
JOANA DA SILVA MARINHO, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, inscrita no CPF sob o n.º XXXXX, portadora do RG: XXXX, residente e domiciliada na Comarca de Itabuna/BA, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada ao final assinalada, apresentar a presente ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO em face de JOAQUIM MARCELO SOUTO, brasileiro, casado, empresário, RG nºXXXX, CPF nº XXX, residente e à Comarca de Itabuna-BA , pelas razões de fato e de direito adiante delineadas.
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
		A Autora requer desde logo a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, em consonância ao Princípio do Pleno Acesso a Justiça nos termos do artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV da Constituição Federal Brasileira de 1988, por ser a Autora pobre no sentido jurídico do termo, com esteio no artigo 4º da Lei 1.060/50 e 1º, da Lei nº. 7.115/83, por não gozar de meios financeiros suficientes a patrocinar a presente demanda, conforme declaração de hipossuficiência. 
II – DOS FATOS
		No dia 20/12/2016, a requerente recebeu a notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio XXX. Diante da situação, a requerente procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. 
 A requerente ao chegar em casa comentou com o requerido, seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs a Joana comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no calor de R$ 50.000,00. Diante da situação que se encontrava, Joana resolveu celebrar o negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado criminalista Joana descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus. Diante destes novos fatos Joana fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não pretende desfazer o negócio jurídico celebrado.
III – DO DIREITO
1. Do Dano Moral E Seu Quantum
		É de farta sabença que o dano moral é a lesão a um interesse que visa a satisfação ou gozo de um bem extrapatrimonial juridicamente tutelado contido nos direitos da personalidade (a dignidade, o decoro, a intimidade, a incolumidade psíquica, tranquilidade) ou atributos das pessoas (o nome, a capacidade, o estado de família).
		Nesse sentido,
Por outras palavras, o dano moral está ínsito na ilicitude do ato praticado, decorre da gravidade do ilícito em si, sendo desnecessária sua efetiva demonstração, ou seja, como já sublinhado: o dano moral existe in re ipsa. Afirma Ruggiero: “Para o dano ser indenizável, 'basta a perturbação feita pelo ato ilícito nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos sentimentos, nos afetos de uma pessoa, para produzir uma diminuição no gozo do respectivo direito.” [...] (STJ, REsp 608.918/RS, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 20/05/2004, DJ 21/06/2004 p. 176)
		A Constituição Federal expressamente protege a imagem, a honra, a intimidade e a vida privada do indivíduo: 
Art. 5º (...)X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;(...).
O Código Civil, por sua vez, consagra a reparabilidade do dano moral. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
		Dessa forma, caso haja violação de qualquer dos direitos mencionados, resta plenamente configurado o dano moral.
2 Da lesão e consequente invalidade do negócio jurídico
A lesão, de acordo com o Código Civil Brasileiro acontece quando a pessoa, entendo em um estado de necessidade, compromete-se em prestação manifestamente desproporcional. É o que se lê no artigo 157 do referido código:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
Como se viu nos fatos acima relatados, a requerente encontrava-se numa situação tal de desespero que teria se obrigado a qualquer negócio que pudesse salvar a liberdade do filho. Não se pode exigir de uma mãe, comportamento diferente do que fora realizado pela requerente na situação em que estava. O requerido, aproveitando-se do seu estado de fragilidade e da sua condição de mãe capaz de realizar qualquer ato para não deixar o filho ser preso, propôs negócio manifestamente desproporcional com o valor de mercado, algo que, de acordo com nosso ordenamento jurídico, não encontra guarida.
O legislador pátrio, com precisão, ressalvou que em situações limítrofes, as pessoas não podem dar cabo a negociatas jurídicas irreais, desproporcionais de acordo com o que se espera do senso comum e da boa-fé objetiva. 
É cediço em nosso ordenamento, que os negócios jurídicos devem desenvolver-se de acordo com a boa-fé, não sendo esperado que o Direito albergue comportamentos que visem lesar alguma das partes do acordo. Assim sendo, o artigo 171 do Código Civil, vem confirmar o que a Teoria Geral dos Contratos coloca como requisitos indispensáveis para a realização de um negócio jurídico valido e, taxativamente, anula as declarações de vontade viciadas de alguma forma. É o que se lê: 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Não se têm dúvida que a situação acima descrita trata-se, claramente, de um negócio jurídico celebrado por vício, pois decorreu claramente de uma lesão causada pelo requerido à requerente, não devendo, portanto, produzir efeitos no mundo dos fatos. 
IV – DOS PEDIDO
Diante do exposto, requer: 
a) Preliminarmente, que sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, haja vista que a autora não tem condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo do próprio sustento (declaração de hipossuficiência em anexo)
b) A citação do requerido, no endereço colacionado no bojo da presente exordial, sob pena de revelia, para que tome ciência da ação e querendo, apresente defesa no prazo legal;
c) No mérito, seja julgado totalmente procedente a presente demanda, a fim de que se possa anular o negócio jurídico realizado. 
d) A condenação do réu nas custas processuais e honorários advocatícios.
V - DAS PROVAS
		Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, testemunhal e o depoimento pessoal dos Réus, sob pena de confissão..
	
		Dá-se à causa o valor de R$ XXXX.
Nestes Termos,
Pede e Espera deferimento.
Local e data,
Advogado
OAB

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