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Intervenção e autocrítica Fortalecimento do usuário Aula 05

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Intervenção e autocrítica / Fortalecimento do usuário 
Segundo Faleiros (2001), a prática profissional só deixará de ser repetitiva, 
pragmática, empiricista se os profissionais souberem vincular as intervenções 
no cotidiano, por meio da relação entre teoria e prática, a um processo de 
construção e de desconstrução permanente de categorias que permitam a 
crítica do conhecimento e da intervenção e a autocrítica. 
É por isso que, em todas as aulas, falamos sobre a importância da leitura, do 
estudo permanente. Cursar uma faculdade, dedicar-se a uma profissão 
significa se comprometer com a qualidade dos serviços prestados. Um 
trabalho de excelência requer atualização constante, visando desenvolver as 
atividades profissionais da melhor forma possível, considerando o estatuto 
teórico da profissão, bem como o Código de Ética Profissional, tema de aulas 
anteriores. 
Crítica não significa apenas lançar o olhar sobre o outro, mas sobretudo sobre 
si mesmo, realizar uma autocrítica quanto a seu fazer profissional. Uma 
crítica permanente considera o autoaprimoramento e busca uma base teórica 
para respaldar as propostas profissionais. 
Essa crítica revela também outra face, que é a possibilidade de o profissional 
construir conhecimento sobre uma determinada realidade de trabalho, mas 
contribui especialmente para a emancipação política dos usuários. 
A questão do fortalecimento do usuário, considerando as questões concretas 
da esfera profissional, é um dos temas do quinto capítulo, intitulado 
“Articulação estratégica e intervenção profissional”. De acordo com Faleiros: 
“A articulação de estratégias é um processo que pode ter 
tanto um efeito de fortalecimento do usuário no seu 
processo de capitalização como um efeito, que 
poderíamos qualificar de perverso, de fragilizar ainda 
mais o usuário com atitudes autoritárias, rotulativas, 
discriminatórias, clientelistas, tecnocráticas. O 
profissional pode dizer não ou sim num determinado 
campo de possibilidades, usando das normas existentes 
para oprimir ainda mais o usuário de forma a não 
negociar com ele, a não elaborar um contrato de ação, a 
não se comprometer com nada, enfim, sendo autoritário. 
Pode rotular o usuário de viciado, fujão, revoltado, 
preguiçoso, ou de outras etiquetas que o inferiorizam, 
fazendo-o ver-se mais ainda desprovido de condições 
para enfrentar o cotidiano. Pode também tomar atitudes 
discriminatórias em vez de empreender ações afirmativas 
para lutar contra o racismo, o patriarcalismo, a 
discriminação quanto à orientação sexual do usuário. 
Pode usar as normas, os encaminhamentos para justificar 
uma ação meramente tecnocrática ou apelar para 
atitudes e ações paternalistas” (2001, p. 94). 
Esse assunto é muito importante. Até que ponto a ação profissional tutela o 
usuário e retira seu poder de decisão em relação à própria trajetória de vida? 
O discurso em defesa da autonomia e da emancipação precisa estar atrelado a 
ações concretas, em que os usuários possam se expressar politicamente e 
travar um diálogo de fato com os diversos profissionais envolvidos nos serviços 
oferecidos. 
Dessa forma, o profissional precisa estar comprometido com as forças sociais 
de mudança para uma solução política a fim de contribuir para a emancipação 
e a autonomia dos usuários. Isso não depende somente da definição de 
metodologias, tecnocracias e burocratismo. Depende de uma prática 
profissional comprometida com a qualidade dos serviços oferecidos.

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