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SOCIOLOGIA do Direito

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Ava- Uninove de Sociologia 
1 
 
AULA 01 ORIGENS DA SOCIOLOGIA 
 
AS ORIGENS HISTÓRICAS E CONCEITUAIS DA SOCIOLOGIA 
 
Compreender as especificidades da disciplina de sociologia geral e jurídica, suas relações com 
o direito e com os conceitos da origem da sociologia. 
 
ORIGENS DA SOCIOLOGIA: 
 
Ao analisarmos as mais variadas espécies de animais, encontramos comportamentos e 
relacionamentos que nos fazem pensar na existência de uma organização, de um ordenamento 
dentro da vida em grupo – “os animais se agrupam, convivem, competem, acasalam, 
sobrevivem e se reproduzem de forma mais ou menos ordenada, em função de suas 
características e do ambiente em que vivem. ” (COSTA, 2012, p.11). 
Segundo Fábio Konder Comparato (COMPARATO, 2013, p. 540-542) existe uma 
contradição original do ser humano, na sabedoria mitológica da sua criação: 
“O mito da criação do homem, contado por Protágoras no diálogo de Platão do mesmo 
nome, é a mais preciosa lição que herdamos da sabedoria grega sobre as relações 
contraditórias entre a técnica e a ética. 
Segundo o relato mitológico, chegado o tempo da criação dos animais, decidiram os 
deuses no Olimpo confiar a dois de seus pares, os irmãos Epimeteu e Prometeu, a 
incumbência de determinar as qualidades a serem atribuídas a cada espécie. Epimeteu (os 
nomes dos dois irmãos parecem ser um trocadilho composto pelo radical do verbo manthanô – 
aprender, estudar, compreender – e os prefixos epi (após) e pro (antes). Assim, Epimeteu é o 
imprevidente, isto é, “o que pensa depois”, e Prometeu, “o que pensa antes”.) Propôs então a 
seu irmão que o deixasse fazer sozinho essa distribuição de qualidades entre as diferentes 
criaturas, ficando Prometeu encarregado de verificar em seguida que tudo havia sido bem feito. 
Obtido o acordo de seu irmão, Epimeteu pôs mãos à obra e passou a distribuir as 
qualidades, de modo a assegurar a todos os animais terrestres, apesar de suas diferenças, 
uma igual possibilidade de sobrevivência. Assim, para evitar que eles se destruíssem 
mutuamente, atribuiu a certas espécies a força sem a velocidade, dando a outras, ao contrário, 
a velocidade sem a força. Da mesma sorte, a fim de protege-los contra as intempéries, 
Epimeteu revestiu os animais de peles ou carapaças adequadas. Quanto às fontes de 
alimentação, no intuito de preservar o equilíbrio ecológico, decidiu que cada espécie teria o seu 
alimento próprio no reino vegetal e que, quando certos animais servissem de pasto a outros, 
estes seriam menos fecundos que aqueles, de modo a garantir a sobrevivência de todo reino 
animal. 
Estava assim Epimeteu pronto a declarar terminada a tarefa quando se deu conta, 
subitamente, de sua imprevidência: ele havia distribuído todas as faculdades disponíveis entre 
os animais irracionais, mas nada sobrara para compor o ser humano, que iria nascer nu e 
inerme. Foi nessa situação embaraçosa que Prometeu o encontrou, ao vir examinar se tudo 
havia sido bem feito. Que fazer? Esgotadas as qualidades destinadas aos seres mortais, só 
restavam disponíveis os atributos próprios dos deuses. Numa decisão ousada, Prometeu sobe 
então ao Olimpo e logra subtrair de Hefaísto e de Atena o conjunto das técnicas, ou seja, a 
capacidade inventiva dos meios próprios de subsistência, a fim de entregar essa qualidade 
divina aos homens. 
E assim se fez. Sucedeu, porém, que os homens, embora munidos da habilidade 
técnica para produzir os meios de subsistência (peri ton bion sophian), revelaram-se desde 
logo incapazes de conviver harmonicamente uns com os outros, pois ignoravam a arte da 
política (politika sophia). Ora, esta era um atributo próprio de Zeus, e Prometeu já não tinha 
como voltar a escalar a acrópole e ludibriar a forte guarda pessoal do deus supremo, para dele 
subtrair, como fizera com a técnica material, a nobre arte de governar. 
Ava- Uninove de Sociologia 
2 
 
Felizmente para a espécie humana, Zeus lançou os olhos à Terra e, compadecendo-se 
da situação aflitiva em que se encontravam os homens, ocupados em se destruírem uns aos 
outros em dissensões e guerras contínuas, temeu pela sua sobrevivência. Decidiu então enviar 
Hermes como seu mensageiro pessoal, recomendando-lhe que atribuísse aos seres humanos 
os sentimentos de justiça (dikê) e de dignidade pessoal (aidôs), sem os quais não há sociedade 
que subsista. 
Antes de partir para a Terra, no entanto, Hermes indagou de Zeus se deveria repartir 
entre os homens o dom da arte política, da mesma maneira que o fizera com a habilidade 
técnica. Esta, com efeito, em suas diferentes modalidades, não fora dada a todos 
indistintamente, mas na proporção de um especialista para cada grupo, mais ou menos 
numeroso, de não especialistas. Assim, por exemplo, nem todos os homens precisavam 
entender de medicina, bastando que existissem alguns médicos para cuidar adequadamente da 
saúde geral da coletividade. A resposta de Zeus foi categórica: todos os homens, 
indistintamente, haviam de possuir a arte da política, pois, caso contrário, se apenas alguns 
fossem nela instruídos, não haveria harmonia social, e a espécie humana acabaria por 
desaparecer da face da Terra. O pai dos deuses chegou a recomendar a seu mensageiro 
que instituísse a pena de morte para todo aquele que se revelasse incapaz de praticar a arte 
de governo, pois ele seria como que o inoculador de uma doença letal no corpo da sociedade. ” 
Há também outro mito da criação do homem, que é o mito de Pandora, aí podemos 
observar nitidamente que o conteúdo valorativo transportado da mitologia para serem 
colocados em prática nas comunidades tribais. 
Para Arnaldo Lemos Filho, (LEMOS FILHO, 2009, p. 19): 
“Segundo a tradição mitológica grega, os deuses criaram os homens (apenas o sexo 
masculino) a partir da argila e os colocaram para viver na Terra. Muito embora não 
necessitassem trabalhar, sua condição de vida era ruim, semi-animalesca: viviam nus, não 
conheciam o fogo (porque os deuses haviam proibido), se alimentavam de comidas cruas e dos 
restos das carnes dos bois que, eventualmente, os deuses mandavam para os homens. 
Prometeu o Titã responsável pelos raios e pelas tempestades, apiedou-se da sorte 
humana e, tendo roubado o fogo das fornalhas de Hefestos, presenteou-o aos homens, 
juntamente com o couro e com as carnes nobres do boi, subtraídas dos deuses. 
Segundo o mito, conhecendo o fogo, os homens iniciaram seu processo de evolução, 
dominaram a técnica, desenvolveram os metais e a arte da guerra, aprenderam a cozinhar 
seus alimentos, a iluminar e a aquecer a noite. Com isso, foram tomados por um sentimento de 
poder e presunção, de mofo que não mais lhes convinha cultuar e respeitar os deuses. 
Decidiram, então, que eles, os homens, tomariam o lugar dos deuses. 
Vencidos e humilhados pelos deuses, os homens tiveram que se submeter à justiça 
punitiva do Olimpo, que decidiu estabelecer alguns castigos: o primeiro deles foi o trabalho, a 
atividade de sobreviver com o próprio esforço e retirar da terra, pela labuta, o necessário para 
seu sustento; o segundo foi a criação da mulher, Pandora. 
Tecendo a mulher com finos fios, os deuses determinaram que o deus Eros a tornasse 
bela e sedutora, de modo a despertar nos homens o sentimento de amor; pelas mãos 
de Afrodite, a deusa da fertilidade, os deuses fizeram com que Pandora pudesse gerar os filhos 
dos homens; finalmente, as Erínias inseriram no caráter feminino a curiosidade e pendores 
traiçoeiros. 
Terminada a criação de Pandora, os deuses lhe deram de presente uma caixa contendo 
inúmeras virtudes e disseram-lhe que ela deveria dá-la aos homens. Entretanto, além de não 
lhe revelar o conteúdo do presente, proibiram-na de abrir a caixa até que encontrasseos 
homens. 
Tomada de curiosidade no meio do caminho, Pandora não resistiu e abriu a caixa. 
Como as virtudes eram voláteis, voaram de volta para os deuses, restando apenas uma, a 
esperança, que permaneceu para acalentar os sofrimentos da humanidade. ” 
Ava- Uninove de Sociologia 
3 
 
Esses mitos têm o condão de demonstrar como os homens indagavam e ainda indagam 
diversas características da condição humana: Quem somos nós? Por que vivemos assim? Qual 
é nossa origem? 
Aliás, indagar, formular perguntas sobre diversos sentidos das coisas faz parte da 
condição humana. 
A partir daí, podemos falar de Charles Darwin na teoria sobre a evolução das espécies, 
demostrou que o objetivo dos hábitos de vida, convivência e sociabilidade. Desta forma cada 
espécie de animais desenvolve hábitos e comportamentos próprios que lhes permitem a 
reprodução e a sobrevivência. 
O homem, também não poderia ser diferente, desenvolveu um processo de reprodução, 
sobrevivência e defesa. Assim, aprendeu várias ações e reações de maneira espontânea, que 
chamamos de instintos, não necessitando de aprendizado como respirar, engatinhar, alimentar -
se, etc., no entanto, por uma série de dificuldades enfrentadas pelo homem em seu ambiente, 
este aprende a desenvolver habilidades e comportamentos que dependem de aprendizado. 
A sociedade comercial e artesanal desenvolvida pelos gregos ao longo do Império 
Romano, a utilização da razão veio para que houvesse um desenvolvimento da sociedade. 
Porém, verificamos que após a queda do Império, a Europa passa a ser uma sociedade agrária 
e teocrática. Na Idade Medieval, a Igreja Católica no Ocidente era absoluta, a razão era 
utilizada como um instrumento para auxiliar a fé. Somente as ordens religiosas, em seus 
mosteiros, tinham acesso a textos de filosofia, geometria e astronomia. A população laicizada 
não participava desse saber. 
O Renascimento, faz do homem ocidental sentir prazer de investigar o mundo. 
 
AS ORIGENS HISTÓRICAS E CONCEITUAIS DA SOCIOLOGIA: 
 
 Com o final da estrutura feudal e o surgimento da burguesia na organização social de 
produção capitalista, juntamente à Revolução Científica do século XVII e também à Revolução 
Industrial, e o surgimento do Estado Moderno, que descentraliza e institui-se com caráter 
social, político e jurídico, e os acontecimentos da Revolução Francesa trouxe a necessidade de 
investigar a sociedade de um modo diferente do que, até então, era feito pela Filosofia, pela 
Política, pela Economia ou mesmo pela História. 
O século XIX foi marcado por intensas transformações sociais e políticas. Ocorreram 
mutações nas relações sociais entre os indivíduos, acrescentando-se, ainda, a migração 
populacional do campo para as cidades. 
Ressalta-se ainda, que as relações de produção intensificaram a exploração da força de 
trabalho, gerando com isso, um acumulo de riquezas, e consequentemente a segmentação da 
sociedade e a segregação social. 
São modificados os usos, costumes e tradições. São inseridos outros valores nas 
dinâmicas que movimentam não só as estruturas das organizações, como também, o cotidiano 
dos indivíduos. 
O desenvolvimento industrial proporcionou uma busca incessante para pesquisas 
científicas e a tecnológicas, ajudando a consolidar o conhecimento iniciado na revolução 
científica do século XVII. 
O final do século XIX abre, então, lugar para uma percepção bem mais complexa, para 
uma ciência aplicada. A sociedade passa a ser objeto de estudo de estudo específico, tendo 
por referência a Filosofia política. 
Segundo Eduardo Iamundo: “pode-se dizer que as obras de Montesquieu, de Comte e 
de Marx, inserem-se no momento social em que os cientistas não davam a devida importância 
aos resultados práticos. A produção de Durkheim e da Sociologia posterior caracterizam-se por 
ser produções que encontram outra sociedade: a ciência em geral está preocupada com os 
resultados. ” (IAMUNDO, 2013, p. 29). 
Ava- Uninove de Sociologia 
4 
 
Surge a Sociologia, de um lado, como imposição para explicação, compreensão ou 
mesmo como apreensão para sistematizar teoricamente as novas demandas que a sociedade 
vivenciava. 
 
INSTITUIÇÕES SOCIAIS: 
 
As instituições sociais são as organizações em que as sociedades se estruturam e se 
movimentam. Na verdade, a formação das instituições é originária de inúmeras determinações 
sociais e culturais presentes em uma sociedade ao longo da história. 
“As instituições sociais nos remetem, inicialmente, às características que pontuam de 
modo significativo a organização social, isso porque tanto a estrutura quanto a função social 
estão intimamente vinculadas às normas institucionais a que os indivíduos se submetem. 
Nessa perspectiva, podem-se destacar, dentre outras, as seguintes instituições: o Estado, o 
Direito, a igreja, a família, a empresa e a escola. ” (IAMUNDO, 2013, p. 30). 
É muito nítido que as instituições sociais exercem sobre as pessoas uma pressão que 
impõe padrões de conduta e comportamentos. 
 
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS: 
 
As instituições jurídicas originam das instituições sociais e possuem particularmente a 
função de exercer um controle e executar as funções legais com o objetivo de manter a 
organização social dentro do Estado na qual esta sociedade pertence. 
“As instituições sociais apresentam a organização que a sociedade entende como 
necessária para a sua manutenção e as instituições jurídicas vinculam-se ao ordenamento 
jurídico. ” (IAMUNDO, 2013, p. 31). 
Basta analisar que quanto mais próximo o ordenamento jurídico da organização social, 
maior é a possibilidade de controle social por parte do Estado e juntamente com o Direito que 
será aplicável a esta sociedade. 
“Assim como as instituições sociais possuem sua dinâmica, o mesmo acontece com as 
instituições jurídicas. As estruturas do Judiciário são obrigadas a seguir o que o ordenamento 
jurídico determina e este, por sua vez, é obrigado a seguir o que é determinado pelas 
instituições sociais (legítimo) para manter a organização social. Desse modo, pode-se entender 
a fundamentação do legal no legítimo da macroestrutura de determinada sociedade. ” 
(IAMUNDO, 2013, p. 32). 
As instituições jurídicas irão atuar de acordo com as determinações da Lei Maior, 
Constituição Federal frente as necessidades desta sociedade. 
 
O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO: 
 
 Somente com a socialização o indivíduo distingue o que é institucionalizado como 
prática social e o que é instituído como ordenamento jurídico formal, como o Estado, o Direito, 
a família, a educação e outros institutos. 
É fundamental analisarmos o dicionário de português, “Socialização: ato ou efeito de 
socializar; transformação, para o regime socialista, da estrutura econômico-política de um país 
ou de algum dos seus setores; coletivização ou estatização dos meios de produção e de 
distribuição; ação ou efeito de desenvolver, nos indivíduos de uma comunidade, o sentimento 
coletivo, o espírito de solidariedade social e de cooperação; processo de adaptação de um 
indivíduo a um grupo social e, em particular, de uma criança à vida em grupo”. (HOUAISS, 
2009, p. 1761). 
Devemos ressaltar que socializar é processar uma identidade na pessoa. A pessoa 
necessita de uma identificação com o outro. Assim, com a Socialização ocorre tanto a 
aquisição de comportamentos quanto de transformações comportamentais. 
Ava- Uninove de Sociologia 
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O processo educacional é um dos mecanismos de aquisições da socialização, seja ele 
formal ou informal. O processo informal envolve a família, a religião, a classe social, a prática 
cultural do seu estrato social. Nessa fase, iniciam-se a apreensão e o aprendizadode 
determinadas condutas, de determinadas práticas que faz com que o indivíduo se identifique 
com a sociedade a qual pertence. 
Já o processo formal é aquele transmitido pelo Estado com as escolas e tem o mesmo 
caráter de formação de identidade. 
 
ATIVIDADE FINAL 
 
Ao analisarmos o processo de socialização dos homens, podemos dizer que "somente 
com a socialização o indivíduo distingue o que é institucionalizado como prática social e o que 
é instituído como ordenamento jurídico formal, como o Estado, o Direito, a família, a educação 
e outros institutos." 
Assinale a alternativa que demonstra o processo de socialização da humanidade. 
A. O processo educacional é um dos mecanismos de aquisições da socialização, 
seja ele formal ou informal. 
B. O processo que a humanidade vivencia não é um dos mecanismos de 
aquisições da socialização, seja ele formal ou informal. 
C. O processo educacional não é um dos mecanismos de aquisições da 
socialização, seja ele formal ou informal. 
D. O processo socialização não é um dos mecanismos de aquisições de modos de 
vida. 
 
AULA 02. AS CONDIÇÕES HISTÓRICO – FILOSÓFICAS PARA A EMERGÊNCIA DO 
PENSAMENTO SOCIOLÓGICO 
 
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA 
 
Compreender as condições histórico-filosóficas da sociedade abordando os vários 
períodos históricos e a revolução científica que traz grandes alterações na vida em sociedade. 
 
O Renascimento é colocado como um dos mais importantes momentos da história do 
Ocidente, considerado por muitos estudiosos como a ruptura do período medieval, com suas 
características de sociedade estamental, agrária, teocrática e fundiária, com o mundo moderno 
urbano, comercial e burguês. 
A partir deste momento de ruptura começa a abertura e expansão comercial e marítima 
do século XV. Começa uma sociedade laica e o desligamento com o sagrado, com o período 
Teocrático, mudando assim, as indagações das necessidades dos homens com suas 
preocupações imediatistas e materiais. 
Começa uma crescente busca pelo conhecimento mais pragmático do que meramente 
especulativo. 
Segundo Cristina Costa: (COSTA, 2012, p.32) “Em um mundo cada vez mais laico e 
independente da tutela da religião, o homem é levado a pensar e analisar a realidade que o 
cerca em toda sua objetividade, e não como resultado da vontade ou da justiça divina. E, assim 
como os pintores que se dedicavam às minúcias das paisagens ou às medidas proporcionais 
das figuras numa perspectiva geométrica, os filósofos também passam a observar e a dissecar 
a realidade social. ” 
No desenvolvimento de uma visão especulativa da vida em sociedade está a semente e 
a mudança do pensamento social moderno que vai se externar na pintura, na f ilosofia, na 
literatura especialmente utópica de Thomas Morus (A Utopia), Tommaso Campanella (A cidade 
do Sol) e Francis Bacon (Nova Atlântida). 
Ava- Uninove de Sociologia 
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“Como os gregos antigos, os filósofos renascentistas refletiam sobre a sociedade por 
meio de textos nos quais desenvolviam o modelo do que seria, aos olhos, uma sociedade 
perfeita. Assim como a lendária Atlântida, reino imaginário referido por Platão nos diálogos de 
Timeu e Crítias, Thomas Morus concebeu Utopia – uma ilha na qual os habitantes haviam 
alcançado a paz, a concórdia e a justiça. Significativamente, o autor batiza sua ilha de Utopia, 
nome que significa “nenhum lugar” – único espaço onde parece ter um dia reinado a harmonia, 
o equilíbrio e a virtude. ” (COSTA, 2012, p.32). 
Thomas Morus, em Utopia escreve que é uma sociedade em que todos vivem as 
mesmas condições de vida e sabem desenvolver todos os tipos de tarefas e atividades, que 
são distribuídas entre eles por um sistema de rodízio. Utopos (o rei) que é o fundador da Utopia 
– cujo valor principal é a sabedoria. Pois, este a tem e irá administrar a vida em sociedade que 
é extremamente organizada, pois todos tinham tudo em comum. 
Vejamos mais uma utopia em que podemos analisar a ideia de momentos de 
felicidades, e onde as necessidades humanas serão satisfeitas está presente por exemplo na 
literatura, no poema de Manuel Bandeira, “Vou-me embora pra Pasárgada”: 
 
Vou-me embora pra Pasárgada 
 Vou-me embora pra Pasárgada 
Lá sou amigo do rei 
Lá tenho a mulher que eu quero 
Na cama que escolherei 
Vou-me embora pra Pasárgada 
 
Vou-me embora pra Pasárgada 
Aqui eu não sou feliz 
Lá a existência é uma aventura 
De tal modo inconsequente 
Que Joana a Louca de Espanha 
Rainha e falsa demente 
Vem a ser contraparente 
Da nora que nunca tive 
 
E como farei ginástica 
Andarei de bicicleta 
Montarei em burro brabo 
Subirei no pau-de-sebo 
Tomarei banhos de mar! 
E quando estiver cansado 
Deito na beira do rio 
Mando chamar a mãe-d’água 
Pra me contar as histórias 
Que no tempo de eu menino 
Rosa vinha me contar 
Vou-me embora pra Pasárgada 
 
Em Pasárgada tem tudo 
É outra civilização 
Tem um processo seguro 
De impedir a concepção 
Tem telefone automático 
Tem alcaloide à vontade 
Tem prostitutas bonitas 
Para a gente namorar 
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E quando eu estiver mais triste 
Mas triste de não ter jeito 
Quando de noite me der 
Vontade de me matar 
- Lá sou amigo do rei – 
Terei a mulher que eu quero 
Na cama que escolherei 
Vou-me embora pra Pasárgada 
BANDEIRA, MANUEL. ESTRELA DA VIDA INTEIRA. RIO DE JANEIRO: EDITORA NOVA 
FRONTEIRA, 2008, P.143-144. 
 
A partir do poema podemos analisar e retirar os princípios de ordem social que o 
escritor retirou dessa sociedade que para ele era ideal. 
Fica muito nítido que a condição histórico-filosófica fez com que a sociedade como um 
todo sofresse profundas alterações. 
 
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: 
 
 Durante a Idade Moderna, observamos o avanço no tempo, o Ocidente assistiu à Era 
das Revoluções: Revolução Comercial, Revolução Cultural, Revoluções Políticas e Revolução 
Científica. 
“Do ponto de vista histórico, o sistema feudal começou a entrar em crise a partir do 
século XII. O ostracismo europeu, a estagnação da técnica e da agricultura, a inexistência de 
comércio, a falta de terras produtivas que pudessem ser dominadas pelas novas gerações dos 
nobres, o excesso de população nos feudos etc. fizeram com que as bases sócio-político-
econômicas do feudalismo mergulhassem lentamente num processo de declínio sem volta. A 
falta de opção econômica, combinada com o misticismo cristão dominante, ensejou a 
formulação das ideologias que impulsionaram as Cruzadas, guerras “santas” contra os 
muçulmanos, com objetivos políticos (expansão dos domínios), econômicos (ampliação das 
terras e saques) e religiosos (reconquista da Terra Santa). ” (LEMOS, 2009, p.25). 
Transformações com um ritmo cada vez mais acelerado a partir dessa época, deram 
origem a uma mentalidade renovadora, repudiando assim, o misticismo o conservadorismo, que 
eram sinais da época medieval, que era conhecido como a Idade das Trevas e do 
obscurantismo. 
 
ATIVIDADE FINAL 
Ao analisarmos as condições histórico-filosóficas podemos observar que a sociedade vai se 
modificando. 
Assinale a alternativa que demonstra a atuação dos filósofos utópicos deste período da 
sociedade. 
A. É uma sociedade em que todos vivem as mesmas condições de vida e sabem 
desenvolver todos os tipos de tarefas e atividades, que são distribuídas entre eles por um 
sistema de rodízio. 
B. O sistema feudal começou a entrar em crise a partir do século XII. 
C. Desenvolvimento de uma visão especulativa da vida em sociedade está a 
semente e a mudança do pensamento social moderno que vai se externar na pintura, na 
filosofia, na literatura.D. Começa uma sociedade laica e o desligamento com o sagrado, com o período 
Teocrático, mudando assim, as indagações das necessidades dos homens com suas 
preocupações imediatistas e materiais. 
 
 
Ava- Uninove de Sociologia 
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AULA 03. O POSITIVISMO 
 
AUGUSTO COMTE E AS INFLUÊNCIAS DE SAINT-SIMON 
 
Compreender o positivismo jurídico de augusto comte e as influências de saint -saimon. 
 
A Revolução Francesa (1789) trouxe um imenso poder político à burguesia, acabou com 
certos fundamentos da sociedade feudal e proporcionou grandes inovações na vida sociedade. 
Mas, é claro, nem tudo são flores a Revolução Industrial, fez com que a sociedade entrasse em 
crise e profundas desordens dentro da organização social. 
Augusto Comte (1798-1857), discípulo e secretário particular de Saint-Saimon, fez com 
que a Sociologia começasse a criar contornos como ciência. 
Segundo LEMOS, 2009, p. 44): “Nascido no final do século XVIII, viveu toda a primeira 
metade do século XIX, período de crises e desordens sociais, consequências das 
desestruturações política e econômica provocadas pelas revoluções. 
Aos 15 anos, ingressou na Escola Politécnica de Paris, fundada pelos revolucionários, 
em 1794, com o objetivo de formar a juventude com mentalidade científica e não religiosa. Com 
a restauração da monarquia em 1816, Comte envolveu-se em vários acidentes com o novo 
governo e foi expulso da escola. Não se relacionando muito bem com sua família, vive solitário, 
estudando e lendo os “ideólogos”, os teóricos da economia política, os historiadores e filósofos. 
Um dos pontos principais do seu pensamento partiu da obra de Turgot, Plano de dois cursos 
sobre a história universal (1751), que vai ser a base da sua lei dos três estados. 
O estado de anarquia intelectual e política, que se sucedeu à Revolução Francesa, 
impressionou profundamente o jovem Comte. Com o desenvolvimento das ciências naturais, o 
pensamento do século XX não se preocupava em procurar o porquê das coisas e em indagar -
lhe a sua essência. ” 
Na realidade a palavra de ordem era desprezar as causas inalcançáveis, dando 
prioridade à busca de leis, isto é, das relações constantes existentes entre os fenômenos 
sociais. A ordem era observar na prática as mudanças das sociedades como um todo. 
Ainda assevera o autor (LEMOS, 2009, p.45): “Em 1818, Comte tornou -se secretário 
particular de Saint-Saimon, do qual assimila as ideias principais, ou seja, a necessidade de se 
criar uma nova ciência para restaurar a ordem social. Começou a escrever e a desenvolver, 
junto com Saint-Saimon, discussões sobre a industrialização, o capitalismo e o trabalho. Aos 
poucos, suas ideias vão se tornando independentes, levando a uma ruptura, quando em 1824 
escreveu Plano de trabalhos científicos necessários para organizar a sociedade, obra em que 
já propunha a necessidade da constituição de uma “física social” como fundamento da política 
positiva. 
De 1830 a 1842 publicou a sua grande obra: Curso de Filosofia Positiva, em seis 
volumes. Para ele o método positivo conduz a ciência como estudo dos fatos e suas relações, 
fatos que só são percebidos pelos sentidos exteriores. ” 
Comte trabalha o positivismo que é um dogmatismo físico porque afirma a objetividade 
do mundo físico e um ceticismo metafísico porque não quer pronunciar-se acerca da existência 
da natureza dos objetivos metafísicos (RIBEIRO Jr., 2003). 
 
CONSENSO: 
 
 “Presente no pensamento sociológico desde Auguste Comte, o consenso é o estado 
em que se encontra uma sociedade caracterizada por uma forte coesão entre seus membros, 
fazendo prevalecer a interdependência entre eles e suas formas de adequação acima dos 
interesses e das expectativas individuais. 
O consenso resultaria da eficácia dos mecanismos sociais em garantir a assimilação de 
valores, a socialização e o controle social. Muitas dessas análises deixaram de estudar, 
entretanto, os mecanismos artificiais de consenso, típicos dos regimes totalitários, capazes de 
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simular comportamentos adequados e uma unanimidade ideológica, resultantes unicamente do 
circunstancial monopólio do poder. A deserção e outras manifestações de protesto individual e 
coletivo seriam maneiras de evidenciar a fragilidade de certas formas de consenso social. A 
força dos mecanismos repressivos também evidenciaria essa mesma fragilidade. 
Já nas sociedades democráticas, as formas de consenso assumem muitas vezes o 
caráter de uma negociação, isto é, sustentam-se em mecanismos de ajuste pelos quais os 
diversos atores cedem parte de seus interesses em favor de situações intermediárias de 
interesse coletivo. O consenso não se verificaria por uma igualdade de valores e interesses, 
mas pela possibilidade de situações de conciliação. A oposição pacífica entre posições 
divergentes está pressuposta nessa forma de consenso. 
O consenso foi confundido muitas vezes com os desejos, os interesses e os valores da 
maioria, entendida como maioria estatística o grupo dominante numa sociedade. Hoje, 
entretanto, dada a pluralidade da sociedade contemporânea, entende-se o consenso como a 
possibilidade de convívio e respeito entre os diversos grupos constituintes da sociedade. ” 
COSTA, CRISTINA. SOCIOLOGIA: INTRODUÇÃO à CIÊNCIA DA SOCIEDADE. SÃO PAULO: 
MODERNA, 2012, P.389. 
 
A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE POR AUGUSTO COMTE: 
 
Na realidade a base da sociologia de Comte não é só o consenso, isto é, a necessidade 
de se explicar um fenômeno social dentro de um contexto social. Significa a necessidade que 
existe dentro de cada ser humano para agir segundo os seus padrões de conhecimentos, isto 
é, relações com outros homens dependem do que ele conhece da natureza e da sociedade na 
qual está inserido. 
A História da humanidade tinha alcançado, naquele momento seguinte à Revolução 
francesa, o seu estágio superior como resultado da contínua evolução dos estágios anteriores. 
Todos os estágios têm como parâmetro o desenvolvimento, em que a fase subsequente é 
sempre mais avançada social ou culturalmente, que a anterior. 
Augusto Comte, elabora a lei dos três estados ou estágios de evolução da humanidade. 
Segundo a lei, o progresso dos conhecimentos humanos se realiza com os três estágios ou 
estados. 
Estado Teológico: fetichismo, politeísmo e monoteísmo. 
Estado Metafísico: abstração. 
Estado Positivo: conduta científica. 
O primeiro estado é denominado de teológico e tem por particularidade apreender os 
fenômenos naturais como manifestações dos deuses. Dentro desse estado Comte distingue 
mais três etapas: fetichismo, politeísmo e monoteísmo. 
O estado seguinte ao teológico, portanto mais avançado, é o estado metafísico, em que 
a marca principal é a abstração como instrumento para o estudo da natureza. 
O último estado é a etapa mais evoluída da humanidade. No estado positivo manifesta -
se a conduta científica, agora o estudo dos fenômenos é realizado através da observação, da 
comprovação empírica e da formulação das leis da natureza. 
Positivismo: “Sistema criado por Augusto Comte que se propõe a ordenar as ciências 
experimentais, considerando-as o modelo por excelência do conhecimento humano, em 
detrimento das especulações metafísicas ou teológicas, comtismos; em sentido lato, cada uma 
das doutrinas influenciadas pelo comtismo nos séculos XIX e XX, caracterizadas pelo 
cientificismo, metodologia quantitativa e hostilidade ao idealismo. ” (HOUAISS, 2009, p.1530). 
Augusto Comte deu o nome da ciência social Sociologia, que outrora denominava de 
Física Social. 
 
DIVISÃO DA SOCIOLOGIA: 
 
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Existe a tradição na literaturasociológica que de um modo geral divide a sociologia em 
duas: sociologia geral e sociologia específica. 
 
SOCIOLOGIA GERAL: 
 
Investiga os fatos, eventos e manifestos ao mesmo tempo formadores e formados pela 
vida social. Por consequência desse espectro tão amplo ela aborda todos os fatores 
constituintes da vida em sociedade e analisa a correlação entre esses fatores. 
 
SOCIOLOGIA ESPECÍFICA: 
 
Concentram-se nas pesquisas cujas temáticas são bem definidas, em outras palavras, 
as correlações são circunscritas em esferas delimitadas por fenômenos sociais que possuem 
determinadas particularidades que as distinguem de outras tantas. 
Assim, a sociologia jurídica investiga a influência que o direito recebe do contexto social 
ao mesmo tempo em que pesquisa a influência do direito no comportamento dos indivíduos 
nesse mesmo contexto. Ocorre a mesma coisa com a religião, a comunicação, ou seja, uma 
sociologia da religião, uma sociologia da comunicação, etc. 
 
INFLUÊNCIAS DE COMTE NO BRASIL: 
 
 Sua influência marcou profundamente ao nascimento da República. 
Segundo LEMOS JR., 2009, p. 47): “Os jovens da elite brasileira estudaram na Europa, 
sobretudo na França, onde foram influenciados pelas ideias positivistas. Mas foi principalmente 
na área militar que as influências foram maiores. A Escola Militar do Rio de Janeiro, onde se 
formavam os oficiais brasileiros, era uma cópia da Escola Militar Francesa, dom inada pelos 
positivistas. Quando da proclamação da República, os professores da Escola Militar, Benjamim 
Constant, Miguel Lemos e Teixeira Mendes, colocaram na bandeira brasileira os dois lemas do 
positivismo: ordem e progresso. ” 
Já deu para percebermos que as ideias de Comte ganharam grandes ideais no Brasil. 
SAIBA MAIS: 
Sugestão de Leitura: 
A História da Riqueza do Homem (Hubeman, 1999) 
Leitura do capítulo 13 (A velha ordem mudou) sobre a Revolução Francesa e do 
capítulo 16 (A semente que semeais outro colhe) sobre a Revolução Industrial é importante 
para entender os acontecimentos do século XVIII. 
SUGESTÕES DE FILMES: 
O Nome da Rosa 
Título Original: Der name der rose 
ITA/FRA/ALE – 1986 - Direção: Jean Jacques Arnaud - Elenco: Sean Connery; Christian 
Slater – Duração: 130 min. 
Adaptação do romance do escritor italiano, Umberto Eco. Trata-se de uma trama 
ambientada no século XIII. A partir das investigações feitas de uma série de mortes misteriosas 
em um mosteiro dominicano por um frade franciscano, são levantadas algumas questões 
centrais que caracterizam a Idade Média: a relação entre religião, filosofia e ciência, a atitude 
intolerante da ala mais ortodoxa da Igreja diante das divergências, a questão das heresias, o 
processo da Inquisição. 
Danton – O Processo de Revolução 
Título Original: Danton - País/Ano; FRA/POL – 1982 - Direção: Andrzej Wajda - Elenco: 
Gerard Depardieu; Wojciech Pszoniak - Duração: 131 min. 
Visão da Revolução Francesa a partir da ótica liberal de Danton contra as posições mais 
radicais de Robespierre. 
 
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ATIVIDADE FINAL 
 
Ao analisarmos os três estágios ou estados da evolução da humanidade. Assinale a 
alternativa que corresponda a assertiva. 
A. Estado Teológico; Estado Metafísico e abstração. 
B. Estado Teológico; Estado Metafísico e Estado Posit ivo. 
C. Estado Teológico; Fetichismo e Estado Positivo. 
D. Estado da Abstração; Estado Metafísico e Estado Positivo. 
 
AULA 04. A CONTRIBUIÇÃO DE ÉMILE DURKHEIM 
 
FATO SOCIAL EM ÉMILE DURKHEIM 
 
Compreender como os fatos sociais normais e os fatos sociais patológicos eram 
analisados por émile Durkheim e como isso influenciava as sociedades. 
 
Émile Durkheim (1858-1917), nasceu em Épinal na região da Alsácia, na França, numa 
família de rabinos, era judeu franco-alemão. Começou seus estudos em Épinal e em seguida 
Paris, foi aluno assíduo de renomadas escolas francesas. Formou-se em Filosofia. 
Estudou Ciências Sociais na Alemanha e foi o primeiro Professor de Sociologia em uma 
universidade francesa. Na verdade, em sua aula inaugural em Bordeaux, explicou aos seus 
alunos que tinha a consciência que iniciaria uma nova ciência e que tinha apenas alguns 
princípios básicos estabelecidos, e que iria juntos com os alunos fazer a ciência à medida que 
ensinava. 
Segundo LEMOS JR., (2009, p. 57-58): “A obra de Durkheim reflete, em grande medida, 
os problemas de seu tempo. Vivendo no período que vai da segunda metade do século XIX até 
o final da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918), foi contemporâneo de acontecimentos 
históricos significativos do período. 
O início da III República (1870) foi marcado pela instabilidade política e social, posterior 
à guerra franco-prussiana, em que a França perde para a Prússia a região da Alsácia. Além do 
sentimento coletivo de fracasso, estava em andamento a reorganização política do Estado, e a 
consequente implementação de medidas que revelavam um rompimento com as tradições: a 
separação Igreja/Estado, a instituição da instrução laica obrigatória dos 6 aos 13 anos, a 
introdução da Educação moral e cívica, para preencher o “vazio moral” deixado pe la proibição 
das aulas de religião, e a instituição do divórcio. A esfera econômica e social foi marcada pela 
intensificação dos conflitos sociais. 
Em 1871 houve o movimento de rebeldia popular, a Comuna de Paris, evidenciando os 
conflitos de classes, e os conflitos de todos contra o homem pobre e sem trabalho, a numerosa 
classe dos “sem-trabalho” que vivia na cidade de Paris, em péssimas condições de vida. Na 
França, a multidão de miseráveis foi atirada ao centro da cena política, reivindicando, lutando e 
convulsionando a sociedade. ” 
Saint-Saimon também influenciou os pensamentos de Émile Durkheim, que acreditava 
nos valores que os valores morais constituíam elementos capazes de atenuar os problemas 
sociais de seu tempo. 
O surgimento da Sociologia, veio com a expansão da racionalidade científica ao 
relacionar as crises e problemas sociais que atingiam as formações sociais da Europa, no 
entanto, nasce assim, distinções de várias classes sociais, fazendo com que a sociedade fosse 
estudada em vários aspectos, como sociais, econômicos, políticos trazendo um embate ao 
Antigo Regime político da época, pois estava implantando uma nova ordem político -jurídica. 
O progresso tecnológico e científico traz mudanças que geravam aumento da 
produtividade nas fábricas, maior participação da população nos processos eleitorais, e 
aumento da escolaridade, vistos como sinais do progresso na produção, na política e na 
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cultura. A partir deste momento a sociedade passa a ter um maior interesse em participar da 
vida em sociedade. 
Segundo Durkheim (DURKHEIM, 1978b, p. XVII): “E estender à conduta humana o 
racionalismo científico é realmente nosso principal objetivo, fazendo ver que, se a analisarmos 
(a conduta humana) no passado, chegaremos a reduzi-la a relações de causa e efeito; em 
seguida, uma operação não menos racional a poderá transformar em regras para a ação futura. 
Aquilo que foi chamado de nosso positivismo não é senão consequência deste racionalismo. ” 
A crise social em seu tempo Durkheim acreditava ser provocada pelo desregramento, 
que seria resolvida com a formação de instituições públicas capazes de se impor aos membros 
da sociedade, e eliminar os conflitos. 
 
IMPREGNAÇÃO DO ECONÔMICO NA VIDA SOCIAL: 
 
 A moral; 
Os valores; 
As regras dentro de uma perspectiva da Sociologia do consenso; 
Da conservação da ordem estabelecida; 
A integração social. 
 
MAIOR PREOCUPAÇÃO DE DURKHEIM ERA A INTEGRAÇÃO SOCIAL:Na obra A divisão do trabalho social Durkheim deixa bem claro: “Mas o que faz, hoje 
em particular, a gravidade deste estado é o desenvolvimento, desconhecido até então, que 
tomaram, depois de dois séculos aproximadamente, as funções econômicas...Pois, 
precisamente porque as funções econômicas absorvem hoje o maior número de cidadãos, há 
uma quantidade de indivíduos cuja vida se passa quase que inteiramente no meio industrial e 
comercial; donde se segue que este meio não é senão debilmente impregnado de moralidade, 
a maior parte de sua existência transcorre fora de toda ação moral” (DURKHEIM, 1978ª, p. 4). 
Ao observarmos a estruturação trabalhada por Durkheim, fica evidente o nível desses 
aspectos ao condicioná-los a imposição que a sociedade faz frente ao indivíduo. 
 
 TÓPICOS FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA DE DURKHEIM: O FATO SOCIAL 
 
Ao analisarmos esses tipos de condutas e outras mais são exteriores ao indivíduo, se 
impõem a todos e são comuns a todos de uma sociedade. 
 
FATOS SOCIAIS TÊM 3 TIPOS DE CARACTERÍSTICAS: 
 
 A Exterioridade; 
A Coercibilidade; 
A Generalidade. 
 
A Exterioridade: Fatos sociais existem fora do indivíduo, isto é, já existiam antes do seu 
nascimento e atuam sobre ele, independentemente de sua vontade ou de sua adesão 
consciente. 
A Coercibilidade: Decorre da coerção social ou força que esses fatos exercem sobre os 
indivíduos, levando-os a agirem de acordo com as regras estabelecidas pela sociedade em que 
vivem. Ex. ninguém é obrigado por lei a usar a língua falada no país, mas todos são coagidos a 
usá-la por necessidade, para conseguirem se comunicar e conviver em sociedade. O tamanho 
de coerção dos fatos sociais fica notório pelas sanções que os indivíduos estão sujeitos 
quando desrespeitam as determinações sociais desta sociedade. 
A Generalidade: É percebida pelo grau de difusão das crenças, das tendências, das práticas 
do grupo pelo conjunto da sociedade. Segundo Durkheim: “É por serem tomadas coletivamente 
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que elas se constituem como fatos social (DURKHEIM, 1978b, p.6). Ou seja, o fato social é 
geral porque é coletivo. Dessa forma: 
 
FATO SOCIAL: 
 
“É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo 
uma coerção exterior, ou então ainda, que é geral na extensão de uma determinada sociedade, 
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa 
ter (DURKHEIM, 1978b. p. 11). 
 
FATOS SOCIAIS: 
 
 Normais; e 
 Patológicos. 
 
FATO SOCIAL NORMAL: 
 
É aquele que é geral, que é recorrente e que favorece a integração social. 
O recurso da quantificação via estatística, se a taxa de crime se mantém em condições 
suportáveis pelas estruturas sociais. 
 
FATO SOCIAL PATOLÓGICO: 
 
É excepcional, é transitório e põe em risco a integração social. 
Decorre da impossibilidade de acomodação de todos os indivíduos às normas de 
condutas pré-estabelecidas. 
 
ANOMIA PARA DURKHEIM: 
 
 Carência de regulamentação social, ou melhor ausência de regras. 
 
ESTADO DE ANOMIA É DECORRÊNCIA DA PRÓPRIA SOCIEDADE: 
 
 Na visão de Arnaldo Lemos Filho: “A sociedade apresentava uma situação de 
desregramento levando os indivíduos a perderem a noção dos fins individuais e dos limites. 
Portanto, ela diagnosticava uma crise moral, decorrente da fragilidade da coesão social, a ser 
superada pela recuperação da capacidade reguladora da sociedade, em que o Estado 
fiscalizasse, participasse ativamente no estímulo e na regulamentação das corporações de 
profissionais, na organização da educação laica e universal e na presença de alguns princípios 
morais. ” (LEMOS FILHO, 2009, p. 68-69). 
 
DURKHEIM E A EDUCAÇÃO: 
 
Na visão de Durkheim a educação é um fato social que se impõe aos indivíduos, 
pressionando-os a agir de acordo com as leis, as normas, os valores, o costume e as tradições 
de uma sociedade que, como uma entidade moral assim exige. 
“Desde os primeiros anos de vida, as crianças são forçadas a comer, beber, dormir em 
horas regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a serem calmas e obedientes; 
mais tarde, obrigamo-las a aprender a pensar nos demais, a respeitar usos e conveniências e 
forçamo-las ao trabalho etc.” (DURKHEIM, 1978b, p.5). 
Ora, Durkheim constata que os comportamentos das pessoas estão socialmente 
determinados é com a educação que irá ditar todos os padrões morais e sociais da vida em 
sociedade. 
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ATIVIDADE FINAL 
 
Antes de propor o método adequado para o estudo dos fatos sociais, em seu livro As Regras 
do Método Sociológico, Émile Durkheim aponta quais são os fatos que podem receber essa 
denominação. De acordo com Durkheim: 
(Questão retirada do Concurso de Defensor Público da União – Banca: CESPE – Órgão: DPU – 
Ano: 2010). 
A. O pensamento que se repete nas consciências particulares e o movimento 
mecânico que todos os indivíduos fazem constituem fatos sociais. 
B. O fato social é um fenômeno que ocorre na sociedade e que possui, de forma 
geral, interesse social. 
C. O indivíduo cumpre funções regulares, como comer, beber, dormir, as que 
constituem os fatos sociais. 
D. Os fatos sociais se diferenciam dos fenômenos orgânicos, por serem 
representações e ações, e dos psíquicos, porque estes existem apenas na consciência 
individual. 
 
AULA 05. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA E O DIREITO 
 
Compreender as sociedades ou solidariedade mecânica e orgânica na visão de émile 
Durkheim, juntamente com a consciência coletiva e a consciência ind ividual influenciava o 
direito. 
 
Émile Durkheim (1858-1917), nasceu em Épinal na região da Alsácia, na França, numa 
família de rabinos, era judeu franco-alemão. Começou seus estudos em Épinal e em seguida 
Paris, foi aluno assíduo de renomadas escolas francesas. 
Formou-se em Filosofia. Estudou Ciências Sociais na Alemanha e foi o primeiro 
Professor de Sociologia em uma universidade francesa. Na verdade, em sua aula inaugural em 
Bordeaux, explicou aos seus alunos que tinha a consciência que iniciaria uma nova ciência e 
que tinha apenas alguns princípios básicos estabelecidos, e que iria juntos com os alunos fazer 
a ciência à medida que ensinava. 
Segundo LEMOS JR., (2009, p. 57-58): “A obra de Durkheim reflete, em grande medida, 
os problemas de seu tempo. Vivendo no período que vai da segunda metade do século XIX até 
o final da Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918), foi contemporâneo de acontecimentos 
históricos significativos do período. 
O início da III República (1870) foi marcado pela instabilidade política e social, posterior 
à guerra franco-prussiana, em que a França perde para a Prússia a região da Alsácia. Além do 
sentimento coletivo de fracasso, estava em andamento a reorganização política do Estado, e a 
consequente implementação de medidas que revelavam um rompimento com as tradições: a 
separação Igreja/Estado, a instituição da instrução laica obrigatória dos 6 aos 13 anos, a 
introdução da Educação moral e cívica, para preencher o “vazio moral” deixado pela proibição 
das aulas de religião, e a instituição do divórcio. A esfera econômica e social foi marcada pela 
intensificação dos conflitos sociais. 
Em 1871 houve o movimento de rebeldia popular, a Comuna de Paris, evidenciando os 
conflitos de classes, e os conflitos de todos contra o homem pobre e sem trabalho, a numerosa 
classe dos “sem-trabalho” que vivia na cidade de Paris, em péssimas condições de vida. Na 
França, a multidão de miseráveis foi atirada ao centro da cena política, reivindicando, lutando e 
convulsionandoa sociedade. ” 
Saint-Saimon também influenciou os pensamentos de Émile Durkheim, que acreditava 
nos valores que os valores morais constituíam elementos capazes de atenuar os problemas 
sociais de seu tempo. 
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O surgimento da Sociologia, veio com a expansão da racionalidade científica ao 
relacionar as crises e problemas sociais que atingiam as formações sociais da Europa, no 
entanto, nasce assim, distinções de várias classes sociais, fazendo com que a sociedade fosse 
estudada em vários aspectos, como sociais, econômicos, políticos trazendo um embate ao 
Antigo Regime político da época, pois estava implantando uma nova ordem político -jurídica. 
O progresso tecnológico e científico traz mudanças que geravam aumento da 
produtividade nas fábricas, maior participação da população nos processos eleitorais, e 
aumento da escolaridade, vistos como sinais do progresso na produção, na política e na 
cultura. A partir deste momento a sociedade passa a ter um maior interesse em participar da 
vida em sociedade. 
Segundo Durkheim (DURKHEIM, 1978b, p. XVII): “E estender à conduta humana o 
racionalismo científico é realmente nosso principal objetivo, fazendo ver que, se a analisar mos 
(a conduta humana) no passado, chegaremos a reduzi-la a relações de causa e efeito; em 
seguida, uma operação não menos racional a poderá transformar em regras para a ação futura. 
Aquilo que foi chamado de nosso positivismo não é senão consequência deste racionalismo. ” 
A crise social em seu tempo Durkheim acreditava ser provocada pelo desregramento, 
que seria resolvida com a formação de instituições públicas capazes de se impor aos membros 
da sociedade, e eliminar os conflitos. 
 
COESÃO SOCIAL: 
 
 O Individualismo, tal qual se compreende em nossos dias, é um conceito teórico 
bastante recente. No início do século XIX, na França pós revolucionária, buscou identificar a 
dissolução dos laços sociais, deixando de lado obrigações e compromissos sociais em 
detrimento do indivíduo. 
A partir deste momento, tem se utilizado para designar diferentes características 
pessoais ou sociais das sociedades modernas, buscando as especificidades e ideologias 
contextuais da época. Não é fácil a conceituação, pois abrange várias ideias doutrinárias e 
estudos de casos concretos, que na realidade é o fator comum da atribuição da centralidade do 
indivíduo na sociedade na qual está inserido. Na sociologia o conceito relaciona -se mais 
próximo de uma propriedade de característica de algumas sociedades, em particular das 
industriais modernas. O indivíduo é considerado como unidade de referência fundamental, 
tanto para si mesmo como para a sociedade e sua autonomia frente ao individualismo é muito 
maior do que nas sociedades tradicionais ou mesmo nas sociedades simples. 
Para procurar garantir a coesão social, onde predomina a solidariedade orgânica 
(sociedades modernas/complexas), a coesão não está assentada em crenças e valores sociais, 
religiosos, na tradição, ou nos costumes compartilhados, divididos, mas nos códigos de 
conduta que estabelecem direitos e deveres, e expressam-se em normas jurídicas, ou seja no 
direito inserido em sociedade. 
 
ATIVIDADE 
O conceito usado por Emile Durkheim para explicar a coesão social na sociedade moderna, 
caracterizada pelo individualismo é o de: (Questão retirada do Concurso – Banca: FGV – 
Órgão: CAERN – Ano: 2010). 
A. Sistema orgânico; 
B. Solidariedade mecânica; 
C. Solidariedade orgânica; 
D. Norma social. 
 
QUESTÃO DO MÉTODO: POSITIVISMO E OBJETIVIDADE: 
 
Estabelece as regras do método, eminentemente voltadas para a investigação e 
explicação sociológicas. 
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Segundo Durkheim: “O sociólogo se coloque num estado de espírito semelhante ao dos 
físicos, químicos, fisiologistas, quando se aventuram numa região ainda inexplorada de seu 
domínio científico. É necessário que ao penetrar no mundo social, tenha ele consciência de que 
penetra no desconhecido; é necessário que se sinta em presença de fatos cujas leis são tão 
desconhecidas quanto o eram as da existência antes da constitu ição da biologia. (DURKHEIM, 
1978b, XXIII). 
Propõe que se dê aos fatos sociais o mesmo tratamento objetivo dado aos fenômenos 
físicos. 
A proposta metodológica de Durkheim invoca a necessidade do estudo dos fatos 
concretos, da investigação empírica, e se inscreve na linha metodológica da 
abordagem racionalista positivista. 
 
CIÊNCIA POSITIVA PARA DURKHEIM: 
 
 Estudo metódico que conduz ao estabelecimento de leis necessárias ao entendimento 
da sociedade. Nessa concepção, o método empregado deve ser o da observação e da 
experimentação indireta, ou método comparativo. Temos condições de fazermos comparações 
a partir do momento que detemos conhecimentos previamente experimentados, ou mesmo 
vivenciados. 
 
CONSCIÊNCIA COLETIVA E REPRESENTAÇÕES COLETIVAS: 
 
Na obra A Divisão do Trabalho Social, Durkheim, conceitua Consciência Coletiva: “O 
conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade 
forma um sistema determinado que tem sua vida própria; poderemos chamá-lo: consciência 
coletiva ou comum. Sem dúvida, ela não tem por substrato um órgão único; é, por definição, 
difusa em toda extensão da sociedade”. (DURKHEIM, 1978ª, p. 40). 
 
Manifestações de Consciência Coletiva: 
 
 Nos sistemas jurídicos; 
 Nos códigos legais; 
 Na arte; 
 Na religião; 
 Nas crenças; 
 Nos modos de sentir; 
 Nas ações humanas. 
 
SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÃNICA: 
 
SOCIEDADE SIMPLES OU MECÂNICA: 
 
São sociedades arcaicas, homogêneas, com pouca divisão do trabalho, a consciência coletiva 
abrange a maior parte das consciências individuais. 
 
SOCIEDADES COMPLEXAS OU ORGÂNICAS: 
 
São sociedades diversificadas, ocorre uma redução dessa força e não acontece a 
coincidência entre a consciência coletiva e a consciência individual, havendo espaços para a 
individualidade. 
 
CAUSAS SOCIAIS DA DIVISÃO DO TRABALHO NAS SOCIEDADES COMPLEXAS: 
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1. O volume populacional; 
2. A densidade natural e moral da população. 
 
DIFERENTES SANÇÕES LEGAIS: 
 
A) Sanção Repressiva; 
B) Sanção Restitutiva. 
 
A) Sanção Repressiva: típica do direito penal, e que são específicas as obrigações 
correspondentes, mas que priva o transgressor da liberdade, impõe castigos físicos, a perda da 
honra, própria das sociedades simples; 
B) Sanção Restitutiva: reparadora, que restabelece as relações tais quais estas se 
processavam antes de a lei ser violada. Consiste em recompensar o queixoso de uma perda. E, 
se o indivíduo não ganhar o caso, nem por isso fica desonrado perante a sociedade. A sanção 
restitutiva é típica do direito civil, comercial, administrativo, constitucional, e cada vez mais 
predominante nas sociedades complexas. (LEMOS FILHO, 2009, p. 66). 
 
FATO SOCIAL: 
 
“É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma 
coerção exterior, ou então ainda, que é geral na extensão de uma determinada sociedade, 
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter 
(DURKHEIM, 1978b. p. 11) 
 
FATOS SOCIAIS: 
 
 Normais; e 
 Patológicos 
 
FATO SOCIAL NORMAL: 
 
É aquele que é geral, que é recorrente e que favorece a integração social. 
O recurso da quantificação via estatística, se a taxa de crime se mantém em condições 
suportáveis pelas estruturas sociais. 
 
FATO SOCIAL PATOLÓGICO: 
 
É excepcional, é transitório e põe em risco aintegração social. 
Decorre da impossibilidade de acomodação de todos os indivíduos às normas de 
condutas pré-estabelecidas. 
 
ANOMIA PARA DURKHEIM: 
 
 Carência de regulamentação social, ou melhor ausência de regras. 
 Estado de anomia é decorrência da própria sociedade: 
 
Na visão de Arnaldo Lemos Filho: “A sociedade apresentava uma situação de 
desregramento levando os indivíduos a perderem a noção dos fins individuais e dos limites. 
Portanto, ela diagnosticava uma crise moral, decorrente da fragilidade da coesão social, a ser 
superada pela recuperação da capacidade reguladora da sociedade, em que o Estado 
fiscalizasse, participasse ativamente no estímulo e na regulamentação das corporações de 
Ava- Uninove de Sociologia 
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profissionais, na organização da educação laica e universal e na presença de alguns princípios 
morais. ” (LEMOS FILHO, 2009, p. 68-69). 
 
A Educação em Durkheim: 
 
“A educação é o fim e a fonte da moralidade. Uma ação é moral se é social. Não existe 
moralidade fora do contexto social e a moralidade é a grande força coesiva da sociedade. A 
função básica da sociedade é justamente transmitir valores morais”. (DURKHEIM, 1978b, p. 5). 
 
ATIVIDADE FINAL 
 
Ao investigar os tipos de coerção exercidos sistematicamente sobre os indivíduos e as forças 
que mantém uma sociedade coesa, Durkheim caracteriza a "solidariedade orgânica", a qual se 
manifesta: (Questão retirada do Concurso de Professor de Sociologia – Banca: FGV – Órgão: 
SEDUC-AM – Ano: 2014). 
A. Nas sociedades primitivas; 
B. Nas sociedades modernas; 
C. Nas sociedades tribais 
D. Nas sociedades simples. 
SOUTO, Cláudio; FALCÃO, Joaquim. Sociologia e Direito: textos básicos para a disciplina de 
Sociologia Jurídica. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1999. 
 
AULA 06. A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER 
 
AÇÕES SOCIAIS EM MAX WEBER 
 
Compreender como as ações sociais, os tipos ideais e tipos puros de dominação influenciava 
as sociedades na visão de Max weber. 
 
MAX WEBER 1864 – 1920 
 
Para compreendermos a grandiosidade de suas obras precisamos conhecer melhor a 
trajetória de vida de Max Weber. 
“Max Weber nasceu em Efurt, Turíngia, Alemanha, em 21 de abril de 1864. Seu pai, 
Max Weber Sr., era advogado e político; sua mãe, Helene Fallenstein Weber, era mulher culta 
e liberal que manifestava profundos traços de fé protestante. 
O ambiente erudito e intelectual do lar contribuiu decisivamente para a precocidade do 
jovem Weber. Basta dizer que aos 13 anos de idade já escrevia ele ensaios históricos 
penetrantes. 
Weber terminou os estudos pré-universitários na primavera de 1882 e foi para 
Heidelberg, onde se matriculou no curso de Direito. Estudou também diversas outras matérias, 
como História, Economia e Filosofia, que, em Heidelberg, eram ensinadas por eminentes 
professores. 
Depois de três semestres lá, Weber mudou-se para Estrasburgo a fim de servir o 
exército por um ano. Quando deu baixa, retomou seus estudos universi tários em Berlim e 
Goettingen onde, em 1886, submeteu-se ao primeiro exame de Direito. Escreveu em 1889 sua 
tese de doutoramento sobre a história das companhias comerciais da Idade Média; para isso, 
teve de consultar centenas de documentos espanhóis e ital ianos, o que lhe exigiu o 
aprendizado desses idiomas. No ano seguinte, estabeleceu-se como advogado em Berlim; 
escreveu, por essa época, um tratado intitulado História das Instituições Agrárias; o modesto 
título encobre, sua verdade, uma análise sociológica e econômica do Império Romano. 
Em 1893, Weber casou-se com Marianne Schnitger, sua parente longínqua. Depois de 
casado, passou a levar uma vida de acadêmico bem-sucedido em Berlim. No outono de 1894 
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aceitou a cadeira de Economia da Universidade de Friburgo e, dois anos mais tarde, passava a 
substituir o eminente Knies em Heidelberg. 
Em 1898, Weber apresentou sintomas de esgotamento nervoso e de neurose; até o fim 
de sua vida, iria sofrer depressões agudas intermitentes, entremeadas de períodos de trabalho 
intelectual extraordinariamente intenso. A doença o manteve afastado das atividades 
acadêmicas durante mais de três anos; restabelecido, voltou para Heidelberg e reassumiu 
parcialmente as atividades docentes. Seu estado de saúde não lhe permitia, entretan to que se 
dedicasse inteiramente ao magistério. Em decorrência disso, solicitou afastamento das 
atividades didáticas e promoção para o cargo de professor titular, o que lhe foi concedido pela 
Universidade. 
Apesar das crises nervosas, Weber, juntamente com Sombart, assumiu em 1903 a 
direção do Archiv für Sozialwissenschaft und Sozialpolitik, que se transformou em uma das 
mais importantes revistas de ciências sociais da Alemanha, até seu fechamento pelos nazistas. 
No ano seguinte, a produtividade intelectual de Weber recebeu novo impulso; ele 
publicou então diversos ensaios além da primeira parte de A Ética Protestante e o Espírito do 
Capitalismo. 
Em meados de 1904, Weber viajou para os Estados Unidos, que causaram profunda 
impressão sobre seu espírito analítico. O foco central do seu interesse na América foi o papel 
da burocracia na democracia. De volta à Alemanha, retomou suas atividades de escritor em 
Heidelberg, concluindo então A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 
No período que medeia entre 1906 e 1910, Weber participou intensamente da vida 
intelectual de Heidelberg, mantendo longas discussões com eminentes acadêmicos, como seu 
irmão Alfred, Otto Klebs, Eberhard Gotheim Wilhelm Windelband, Georg Jellinek, Ernst 
Troeltsch, Karl Neumann, Emil Lask, Friedrich Gundolf, Arthur Salz. Nas férias, muitos amigos 
vinham a Heidelberg visita-lo; entre eles, Robert Michels, Werner Sombart, o filósofo Paul 
Hensel, Hugo Münsterberg, Ferdinand Töennies, Karl Vossler e, sobretudo, Georg Simmel. 
Entre os jovens universitários que procuravam o estímulo de Weber contavam-se Paul 
Honigsheim, Karl Lowenstein e Georg Lukacs. 
Após a Primeira Guerra Mundial, na qual participou ativamente, Weber mudou-se para 
Viena. Durante o verão de 1918, ministrou seu primeiro curso, depois de dezenove anos de 
afastamento da cátedra. Nesse curso, apresentou sua sociologia das religiões e da política sob 
o título de Uma Crítica Positiva da Concepção Materialista da História. 
Em 1919, tendo abandonado o monarquismo pelo republicanismo, Weber substituiu 
Brentano na Universidade de Munique. Suas últimas aulas, feitas a pedidos de alunos, foram 
publicadas sob o título História Econômica Geral. Em meados de 1920, adoeceu de pneumonia. 
Morreu em junho de 1920, deixando inacabado um livro de rev isão e síntese de toda a sua 
obra, intitulado Wirtschaft und Gesellschaft, que é de importância fundamental para a 
compreensão de seu pensamento. ” 
WEBER, MAX. CIÊNCIA E POLÍTICA DUAS VOCAÇÕES. TRAD. LEONIDAS HEGENBERG E 
OCTANY SILVEIRA DA MOTA. SÃO PAULO: CULTRIX, 1967, P. 6-9. 
 
CONHECER A HISTÓRIA: 
 
Na visão de Tânia Quintaneiro: “A época de Max Weber, tratava -se na Alemanha um 
acirrado debate entre a corrente até então dominante no pensamento social e filosófico, o 
positivismo, e seus críticos. O objeto da polêmica eram as especificidades das ciências da 
natureza e das ciências do espírito e, no interior destas, o papel dos valores e a possibilidade 
da formulação de leis. ” (QUINTANEIRO, 2009, p. 107). 
Weber nos coloca que é fundamental conhecer os momentos históricos para que o 
homem presente saiba como fazer comparações e avaliações críticas, somente conhecendo o 
passado poderemos fazer análise do presente e projeções para um futuro. 
É impossível chegar a leis e generalizações totalizadoras,pois não ex iste nenhuma 
sociedade que terá todas as leis feitas igualmente, impossível. 
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A transformação das relações de trabalho e o desenvolvimento tecnológico são 
resultados de processos históricos imprevisíveis, que nenhuma lei social pode antecipar ou 
controlar. É muito claro que nenhuma lei terá condições de prever acontecimentos futuros, mas 
poderemos elaborar leis que poderão dar um respaldo legal e com a evolução da sociedade o 
Direito (legislações) irá evoluir juntamente. 
 
 
 
MOMENTOS HISTÓRICOS: 
 
Cada momento histórico é singular e resultado de uma série de fatores econômicos, 
políticos, religiosos, culturais de seu próprio tempo. 
É impossível descobrirmos uma sequência única nos eventos sociais. 
 
WEBER E A TEORIA DA COMPREENSÃO: 
 
Negou tanto a perspectiva positivista como a materialista. Esta também via o 
conhecimento sociológico como histórico e baseado na observação da multiplicidade de 
fenômenos sociais, como as classes e o mercado. 
 
MÉTODO CIENTÍFICO DE WEBER: 
 
Ao invés de explicar os fenômenos sociais em termos de causalidade, ou seja, buscar 
as causas e os efeitos dos fenômenos sociais, a tarefa do sociólogo deve ser diferente: 
consiste em captar o sentido das condutas humanas. Mais importante do que explicar porque 
algo aconteceu (causa) é compreender o que levou certo indivíduo, ou conjunto de indivíduos, 
a se comportar de determinada maneira. 
 
O SIGNIFICADO DAS AÇÕES SOCIAIS: 
 
 O comportamento coletivo se estrutura a partir do momento que esse sentido da ação 
se fortalece ou enfraquece. 
No entendimento de Arnaldo Lemos Filho: “A sociologia weberiana dá mais importância 
à busca dos valores subjetivos que estruturam a sociedade do que à objetividade dos fatos. 
Não é relevante para Weber determinar o que acontece em uma sociedade, mas que tipo de 
mentalidade levou à realização das ações. ” (LEMOS FILHO, 2009, p. 84). 
Os indivíduos colocam sentidos diversos em seus atos, como no trabalho por exemplo. 
Utilizando tipos ideais de ação, Weber acredita fornecer validade racional e objetiva à 
compreensão das condutas. 
 
AÇÃO SOCIAL E SEUS TIPOS: 
 
 Uma ação é social quando um determinado comportamento implica uma relação de 
sentido para quem age. Pagar o dízimo por exemplo é uma forma de ação social, pois ela 
possui um sentido de devoção. 
 
EXISTEM 4 TIPOS DE AÇÃO SOCIAL: 
 
1. Ação Tradicional; 
2. Ação Afetiva; 
3. Ação Racional Orientada para Valores; e 
4. Ação Racional Orientada para Fins. 
 
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1º) Ação Tradicional: assentada no costume, em práticas aprendidas e transmitidas 
pelas diferentes instituições. Ex. troca de presentes por ocasião do Natal, festejar a Páscoa. 
2º) Ação Afetiva: baseada em sentimentos e emotividade. Não há um fundamento 
racional nesse tipo de ação. Ex. Torcida de futebol. 
3º) Ação Racional Orientada para Valores: a ação é racional, ou seja, baseada em uma 
disposição entre metas e expectativas antecipadas. No caso de ter relação com valores, a 
própria ação é importante, independente dos resultados a serem obtidos. Ex. Trabalho 
voluntário. 
4º) Ação Racional Orientada para Fins: a ação é definida de acordo com os objetivos 
esperados. O cálculo e o planejamento são essenciais como condutores da ação. Ex. Empresa 
capitalista. 
 
ATIVIDADE 
 
Weber estudou as organizações que surgiram após a revolução industrial e a formação 
do Estado, identificando características que eram comuns e tipos de autoridade. Indique a 
opção que apresenta corretamente características do tipo ideal de burocracia de 
Weber. (Questão retirada do Concurso de Analista de Finanças e Controle – comum a todos – 
Banca: ESAF – Órgão: CGU – Ano: 2004). 
A. Excesso de regulamentos e valorização da hierarquia. 
B. Competência técnica e dominação tradicional. 
C. Dominação legal e carismática. 
D. Impessoalidade e profissionalismo. 
 
DOMINAÇÃO: 
 
No entendimento de Arnaldo Lemos Filho, “segundo Weber o Estado e os governan tes 
detêm a capacidade de dominar as sociedades porque são reconhecidos como legítimos pelos 
indivíduos. A obediência às determinações dos diferentes governantes ocorre uma vez que eles 
sejam vistos como detentores legítimos do poder. Isso não significa necessariamente admirar 
os governantes e compartilhar de suas ideologias. Um indivíduo pode não gostar do presidente 
que foi eleito em seu país, mas ele o considera como o legítimo detentor do cargo, que não 
pode ser demovido por nenhum grupo social. ” (LEMOS FILHO, 2009, p. 84). 
 
3 TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO: 
 
 Dominação tradicional; 
 Carismática; e 
 Racional-legal. 
 
DOMINAÇÃO TRADICIONAL: 
 
 Caracteriza-se pelo respeito aos costumes e regras cristalizadas no tempo. Os 
soberanos e patriarcas antigos são exemplos claros de líderes assentados na tradição, em que 
a hereditariedade e os rituais transmitidos pelas gerações estabelecem as normas de 
dominação e controle social. 
 
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA: 
 
 Significa a capacidade excepcional de liderança e comando de um herói ou fundador 
de uma nova ordem social. A dominação carismática surge geralmente para interromper uma 
tradição e criar novas modalidades de domínio. Todo líder carismático almeja estabelecer uma 
nova ordem das coisas, utilizando uma mensagem nova e conceitos diferenciados da tradição. 
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DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL: 
 
 É assentada na noção de direito que se liga a aspectos racionais e técnicos de 
administração. Esse tipo de dominação é muito presente na sociedade moderna, em que 
racionalidade e justiça se confundem. Ex. Estatutos e normas escritas. 
 
BUROCRACIA: 
 
 Para Max Weber burocracia é sinônimo de organização. Quanto mais burocrático for o 
Estado mais organizado este Estado será. 
 
 
 
BUROCRACIA COMO MODELO DE ADMINISTRAÇÃO MODERNA: 
 
 Segundo Arnaldo Lemos Filhos: “O fenômeno social que representava mais claramente 
a institucionalização da racionalidade seria a burocracia moderna, o governo das repartições. 
Através da análise da instituição burocrática, Weber detecta o alcance ilimitado da ação 
racional relacionada a fins, que passa a adentrar o cotidiano do homem moderno e a moldar 
todas as suas atividades. ” (LEMOS FILHO, 2009, p. 92-93). 
 
ASPECTOS DE ORGANIZAÇÕES BUROCRÁTICAS MODERNAS: 
 
 São sistemas sociais formais, em que a autoridade deriva de normas legais 
exaustivamente especificadas, tornando o comportamento de todos os funcionários altamente 
previsível e controlado; 
 A Impessoalidade, nela são os cargos, e não as pessoas, que tomam as decisões. 
 O burocrata tende a ser um profissional, o que implica ter uma especialidade técnica 
e exercer uma única função. 
 
ATIVIDADE FINAL 
 
Um dos principais conceitos elaborados por Max Weber para analisar as relações de mando e 
obediência na sociedade é o de "dominação". Quais os três tipos de dominação de uma ordem 
legítima definidos pelo autor? (Questão retirada do Concurso de Sociólogo – Banca: FGV – 
Órgão: CAERN – Ano: 2010). 
A. Moderna, patrimonialista e demagoga. 
B. Racional legal, tradicional e carismática. 
C. Moderna, tradicional e demagoga. 
D. Burocrática, patrimonialista e gerencial. 
 
AULA07. A CONTRIBUIÇÃO DE KARL MARX 
 
ESTADO E IDEOLOGIA EM KARL MARX 
 
Compreender como as classes sociais, as divisões sociais do trabalho, a mais -valia absoluta e 
mais-valia relativa influenciava as sociedades na visão de karl marx. 
 
 
KARL MARX 1818 – 1883: 
 
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 Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renania, região desenvolvida a oeste da 
Alemanha, em 05 de maio de 1818. 
Filho de um advogado, transfere-se na infância para Simeonstrasse onde reside até 
1835. 
Por influência paterna, matriculou-se inicialmente no curso de Direito, mas optou pela 
filosofia. 
Concluiu seus estudos em 1841 com a apresentação de uma tese cujo título era A 
diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e a de Epicuro . 
 
NA UNIVERSIDADE MARX, APROXIMOU-SE DO PENSAMENTO DE HEGEL: 
 
 Georg Wilheim Friedrich Hegel 1770-1831 filósofo, teve grande influência sobre a 
geração de Marx. Desenvolveu a dialética e em polêmica com Emmanuel Kant afirmava ser 
possível o conhecimento para além da aparência do ser, uma vez que a essência e aparência 
compõem um todo único. (CABRERA, 2009, p. 101). 
Frequentando os círculos dos “jovens hegelianos de esquerda”. Buscou uma 
aproximação com o pensamento de Hegel, no entanto, no final de sua vida ele nega que fosse 
adepto dessa forma de pensar sobre o Estado. 
Os hegelianismos progressistas partiram para a crítica à monarquia prussiana, 
utilizando-se do racionalismo para exigir mudanças de caráter democrático e liberal. 
Marx muda-se para Paris e lá começa a ter contatos com setores mais radicais do 
movimento operário. A partir daí irá produzir textos mais polêmicos ainda e participando 
ativamente das atividades de organização do movimento operário, até ser expulso. 
Transfere-se para Bruxelas onde mantém esforços para a criação de um novo tipo de 
organização operária. É expulso da Bélgica. Retorna à Paris e logo depois volta a sua terra 
natal à Alemanha depois do ciclo revolucionário de fevereiro. 
 
CICLO REVOLUCIONÁRIO DE FEVEREIRO: 
 
 Segundo José Roberto Cabrera: “Ocorreram na Europa um conjunto de revoluções no 
ano de 1848 quando, em função de transformações advindas do processo de industrialização e 
da crise econômica do período, arrastaram os governos de vários países num processo de 
transformações políticas de vulto, quase todas de caráter democrático. ” (CABRERA, 2009, p. 
102). 
 
O PENSAMENTO DE MARX DESENVOLVIDO NA EXPERIÊNCIA: 
 
Suas obras sempre retratou as suas experiências de vitórias e derrotas, que o 
movimento operário e popular da época acumulava em suas lutas contra os patrões, o governo 
e o capital. Escrevia com base na vivência e experiências. 
 
A TEORIA: 
 
Análise da Realidade Social => possa produzir respostas às questões novas que ele 
pretende abordar. 
As explicações filosóficas e políticas partiam de uma ideia geral, formulada nas c abeças 
daqueles que a pensavam, que explicava a realidade a partir de teorias, crenças, ideias, já pré -
estabelecidas. 
 
O MATERIALISMO: 
 
Necessário entender como esse mesmo mundo material e as ideias a ele relacionadas 
transformavam e mudavam de estado, operando profundas transformações. 
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DIALÉTICA HEGELIANA: 
 
 A sociedade encerra em seu seio uma série de contradições e conflitos e esse estado 
garante a transformação e a mudança. A matéria só existe em movimento. Como o movimento 
é o estado da matéria, faz-se necessário compreender os conflitos inerentes a cada sociedade 
ou época histórica para entendermos sua evolução, sua transformação. (CABRERA, 2009, p. 
104). 
 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: 
 
 O modo como os homens se relacionam no mundo da produção conserva a chave para 
a compreensão da trama social, uma vez que outros fatores como a política, a distribuição 
desigual de renda, os acessos diferenciados à cultura derivam do lugar onde os indivíduos se 
situam no processo de produção da vida material. (CABRERA, 2009, p. 104). 
 
 
 
CLASSES SOCIAIS: 
 
 Lugar que ocupam no processo produtivo e, em geral, tal lugar é determinado pela 
relação que a classe ou as classes têm com os meios de produção. Se são proprietárias 
desses meios e os dispõem da melhor maneira que lhes aprouver, ou se não o são e, portanto, 
obrigam-se de alguma forma a trabalhar para quem os possui. (CABRERA, 2009, p. 106). 
 
O ESTADO E A IDEOLOGIA: 
 
Em oposição ao pensamento liberal de orientação contratualista, que concebe o Estado 
como fruto de um arranjo entre os indivíduos que isoladamente aderem a um pacto capaz de 
garantir a ordem, a propriedade ou certos direitos civis. 
 
FORMAS QUE O ESTADO PODE ASSUMIR: 
 
 Relacionam-se com o modo como a sociedade está organizada para produzir; 
 Instrumento dotado de poder irresistível; 
 Objetivo fundamental é manter as relações sociais dominantes; 
 Burocracia estatal; 
 O Ordenamento jurídico; 
 Interesses em jogo na economia. 
 
O ESTADO E AS FORMAS DE DOMINAÇÃO DE CLASSE: 
 
Um Corpo de Funcionários destacados do conjunto da comunidade com o objetivo de 
garantir os meios de reprodução da ordem dominante. 
 
DOMINAÇÃO DE CLASSES: 
 
O Estado Justifica suas políticas e ações: 
 “Interesse geral” da nação; 
 “Respeito à Constituição; 
 “Vontade divina”. 
 
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PAPEL SUPERESTRUTURAL DA IDEOLOGIA: 
 
 Sedimenta a aceitação da dominação não pela força, mas pelas formas de 
convencimento (associadas também à força). 
 
NO CAPITALISMO: 
 
A necessidade de trabalho livre para se constituir um mercado de trabalho capaz de 
suprir as necessidades de reprodução do próprio sistema exigia, ao menos formalmente, que 
os homens fossem livres e capazes de trocar suas mercadorias, como sujeitos de direito, no 
mercado. (CABRERA, 2009, p. 109). 
 
ASPECTO IDEOLÓGICO RESSALTADO POR MARX: 
 
Não deve ser verificado apenas dentro do Estado, como um fenômeno interno à 
instituição. 
A maneira como as classes dominantes justificam sua dominação se impõem, também 
pelas ideias, de modo que as ideias dominantes são articuladas nos lugares com forte 
capacidade de multiplicação de informações. 
 
 
PRESENÇA DA IDEOLOGIA: 
 
 Códigos e leis; 
 Igrejas; 
 Jornais; 
 Escolas; 
 Meios de comunicação de massa 
 
PROCESSO DE ALIENAÇÃO: 
 
 Nesse processo, o indivíduo se separa, se aparta, se aliena do resultado de seu 
trabalho, de sua atividade, vendendo sua força de trabalho ao dono do meio de produção, ao 
burguês, que a utiliza da melhor maneira que lhe aprouver. (CABRERA, 2009, p. 110). 
 
ESTRUTURA ENTRE VENDEDOR E COMPRADOR: 
 
 No processo de produção o dono dos meios de produção utiliza a força de trabalho 
para movimentar as máquinas e transformar a natureza, produzindo mercadorias. 
 As mercadorias têm um valor, que será realizado no processo de venda. 
 O valor dessa mercadoria é sempre superior ao gasto que o dono dos meios de 
produção teve com a matéria-prima, os meios de produção, os insumos utilizados e a força de 
trabalho. (CABRERA, 2009, p. 110). 
 
MAIS-VALIA: 
 
O capitalista não paga o trabalho realizado, expropriando o trabalhador de parte de seu 
trabalho. 
Essa parcela de trabalho não-pago e incorporado ao capital inicial é o que Marx chama 
de mais-valia. 
 
AMPLIAÇÃO E EXTRAÇÃO DA MAIS-VALIA: 
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 Mais-Valia Absoluta: o empresário amplia o número de horas trabalhadas; 
 Mais-Valia Relativa: o trabalhador passa a operar novas máquinas, com mais 
tecnologia, que faz com que ele no mesmo período de tempo possa produzir um número maior de 
mercadorias, valorizando ainda mais o capital sem, necessariamente, aumentar o custo de sua força 
de trabalho. 
 
BURGUESIA COSMOPOLITA À PRODUÇÃO E AO CONSUMO DITA REGRAS EM TODOS OS 
PAÍSES:

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