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Extensão do conceito de domicílio a plataformas digitais
	A doutrina costuma conceituar o domicílio como “o lugar em que a pessoa fixa o centro principal de seus negócios e interesses. É asilo inviolável do indivíduo, pois, merece a tutela do Estado e de todos aqueles que o representam. Partindo dessa verdade, o Estado Democrático de Direito, no qual se constitui o Brasil, instituiu mecanismos para proteção do domicílio, bem como formas de repreensão àqueles que desrespeitarem o mandamento pátrio da inviolabilidade de domicílio. As normas que punem os agentes violadores encampam as esferas administrativa, civil, penal. O legislador não apenas atual, mas aqueles que foram responsáveis pelas legis num momento pretérito também se preocuparam com integridade do domicílio.
	Grupos contra a extensão do conceito para plataformas digitais argumentam que o erro já começa presente no modelo de negócio(plataforma digital), pois o mesmo não tem menção de se fixar, mas sim o contrário, em que tudo se move de maneira muito rápida. Exaltou a diferença entre domicílio residencial e domicílio virtual, alegando que é o lugar onde mora a pessoa física com a intenção de aí permanecer, ainda quando temporariamente afastada. Já o domicílio, é o lugar onde estabelece a sede principal de seus negócios, o ponto central de suas ocupações habituais. Já o digital é restringido a: um domínio, também, uma das formas individualização da pessoa na internet, isto é, o lugar virtual onde se encontra a pessoa (física ou jurídica). Assim, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários criou-se um endereço de acesso à internet, que correspondesse a uma série numérica; ou site, não podendo ser estendido aos aparelhos digitais. Crítica se estende a vulnerabilidade dessa extensão, sendo que existem diversas tipos de empresas que se utilizam de sistemas digitais online, os quais seriam necessários a expedição de mandados para que as empresas investigadas pudessem fornecer as autoridades esses dados. Argumentam que não se pode comparar a invasão de uma residência com a violação a um smartphone, na vulnerabilidade dos certificados digitais, que permitiriam que outras pessoas poderiam se aproveitar de maneira indevidas.
	Grupo a favor da extensão argumentam que, hoje, o smartphone faz parte do dia a dia dos seres humanos, sendo necessários para as mais diversas funções, sejam elas para diversão, ou trabalho, podendo até ser feita uma analogia com um ciborgue. Aspectos jurídicos levantados por esses grupos são sobre o fato de o conceito de domicílio abranger os smartphones, onde existem os mais diversos tipos de informações confidenciais íntimas dos cidadãos, e as diversas formas de domicílio, como domicílio profissional por exemplo., usando como a base a Constituição Federal, ressaltando os pontos de violação da intimidade como ato passível de ocorrência no caso de uma violação em um smartphone. Foi comparado o caso da jurisprudência com a violação de encomendas (cartas, e-mail) com a violação de intimidade, usando um exemplo de fora do país, no caso os EUA, Califórnia, aonde um homem foi detido e teve seu celular fiscalizado, da Suprema Corte do Canadá, que decidiu que todos os aparelhos digitais são considerados violáveis, ou da Suprema Corte do México, que considera textos, vídeos, áudios e qualquer tecnologia vindoura também devem ser considerados invioláveis. Houve um caso no próprio Brasil, em Rondônia, no qual o juiz decidiu que seria lícito o uso do celular do réu como prova, porém o caso não parou por ai, chegando até o STF.
	Então argumentam que existe a necessidade da Lei reconhecer essa questão dos aparelhos digitais e as plataformas digitais, para que os mesmos sejam considerados como invioláveis e se enquadrem no conceito de domicílio, para receberem um caráter constitucional.

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