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FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
JÚLIA DADALTO SAHÃO
JULIANA NASI MENDES
LAIS LOPES ROCHA
LUIZ FELIPE YUKIO MARTINUZZO
MARIANA SOLÉR SILVA
MATHEUS KENJI PASCOTO NISHIKAWA
TRABALHO INTERDISCIPLINAR:
A CONDIÇÃO DO TRABALHO DE LATINO-AMERICANOS NA CADEIA TÊXTIL DO ESTADO DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2016
Júlia Dadalto Sahão
Juliana Nasi Mendes
Lais Lopes Rocha
Luiz Felipe Yukio Martinuzzo
Mariana Solér Silva
Matheus Kenji Pascoto Nishikawa
TRABALHO INTERDISCIPLINAR:
A condição do trabalho de latino-americanos na cadeia têxtil do Estado de São Paulo
Trabalho Interdisciplinar apresentado ao curso de Administração da Universidade de São Paulo
 				 Professores: Prof. Ademir Antonio Ferreira
 								 Prof. Arnaldo José F. M. Nogueira
 Prof. José Moura Gonçalves Filho
 Prof.ª Kavita Miadaira Hamza
SÃO PAULO
2016
Sumário
Introdução...................................................................................................................... 03
Organização Analisada................................................................................................. 04
Problemática.................................................................................................................. 05
Desenvolvimento............................................................................................................ 06
Considerações Finais..................................................................................................... 13
Bibliografia ................................................................................................................... 14
Fundamentos de Administração ................................................................................. 4 e 5; 12 e 13
Fundamentos de Marketing e Comportamento do Consumidor.............................. 7 e 8
Fundamentos de Ciências Sociais................................................................................ 5 e 6
Introdução à Psicologia................................................................................................ 13 e 14
Introdução 
A história humana é marcada por uma constante reivindicação de direitos. No Brasil, o ano de 1888 é um grande marco dessa luta por conta da abolição da escravatura, tardia em relação às outras nações. Por mais longínqua que tal realidade possa parecer agora, o fato é que situações de trabalho análogas à escravidão ainda são bastante frequentes no nosso país.    
De maneira mais específica, os ofícios das condições precárias que se assemelham à escravidão estão muito presentes dentro da cadeia têxtil. A esmagadora maioria dos trabalhadores vítimas dessas situações são imigrantes latino-americanos, que vêm ao Brasil em busca de melhores condições de vida e formas mais eficazes de ganhar dinheiro para sustentar suas famílias. Quando se instalam no Brasil, montam ou se juntam a oficinas de costura, muitas delas sem qualquer infraestrutura decente, e vendem as peças que produzem por um valor mínimo do que será, futuramente, cobrado. É uma situação usual para todos os imigrantes e, desse modo, torna-se não só normal, mas uma questão que, quando problematizada, esses atores sociais a defendem, não reconhecendo as circunstâncias análogas à escravidão.  
	Na realidade, muitos imigrantes não se veem como escravos. Em seus países de origem, trabalhavam embaixo de sol e chuva, enquanto que, no Brasil, produzem dentro de casa, com a família reunida e sem terem que se preocupar com condução ou alimentação. Problemas como 18 horas de trabalho ininterruptas e a questão da segurança física (invasões e fiação exposta) são ignorados frente à aparente chance de escolher seu encargo. Como trabalham por produção, acreditam que, quanto mais trabalharem, mais ganharão e quanto mais ganharão, mais cedo poderão enviar dinheiro, voltar ao seu país com a possibilidade de ajudar suas famílias ou até construir sua própria oficina. Nessa diretriz, é visto que a grande maioria dos trabalhadores não têm consciência das circunstâncias as quais estão submetidos dentro das oficinas, mas alguns deles estão cientes e mesmo assim, não mudam de escolha, pois ainda consideram vantajoso.  
Para a elaboração deste trabalho, nosso grupo realizou uma pesquisa que englobou profissionais atuantes na área, assim como o estudo de um significativo acervo bibliográfico. O texto discorre sobre a atual situação dos imigrantes latino-americanos na cadeia produtiva do estado de São Paulo a partir das visões da Administração, do Marketing, da Psicologia e das Ciências Sociais.
O presente trabalho tem como foco principal conscientizar, alarmar e instigar pessoas quanto a essa grave situação. Além disso, há o objetivo central de propor soluções, propostas de intervenção para a questão. Por meio deste, intencionamos obter ainda mais visibilidade para um problema que poucos têm ciência de que ainda existe. Em um mundo tão evoluído e tecnologicamente avançado, parece no mínimo incoerente uma questão social demonstrar tanto atraso e prejudicar a sociedade de uma forma tão representativa.
Organização Analisada 
	A organização abordada para a realização do trabalho interdisciplinar foi a Ink, uma empresa que busca trabalhar com entidades cujo foco seja gerar um impacto social positivo, como oferecer cursos de gestão de projetos sociais e assessoria estratégica. Desse modo, fortalecem a cultura de empreendedorismo e de inovação nas organizações e as tornam mais eficientes e ousadas para uma melhor expansão dos seus impactos sociais positivos.
	Com sede em São Paulo, a Ink se caracteriza como uma organização enxuta de alta especialização, possuindo um número diminuto de funcionários e utilizando uma estratégia de marketing de nichos; sua atuação se concentra no segmento das ONGs e organizações sociais.
	A partir desse foco, a empresa encontra poucos concorrentes nesse nicho específico, com apenas algumas empresas apresentando em seus portfólios alguma parceria com entidades sociais. Uma delas é a MGM Consultoria, que tem em seu histórico o acompanhamento da campanha de combate à evasão escolar. 
Atualmente a empresa fornece três tipos de serviços: capacitação em gestão, gestão de projetos sociais e expansão do impacto. Todas utilizam a metodologia PMD (Project Management for Development), uma certificação internacional em gestão de projetos de desenvolvimento social promovida pela LINGOs - organização internacional que adaptou os conceitos e ferramentas do PMBoK (o guia internacional mais reconhecido na área de gestão de projetos) para as organizações sociais, institutos e fundações empresariais.
Para a realização do trabalho interdisciplinar foi marcada uma entrevista com o Sr. Márcio Pires, gerente de projetos da empresa Ink há mais de 2 anos e conselheiro da Frente pelo Trabalho Justo da Associação Aliança Empreendedora. A entrevista durou em torno de 2 horas, realizada por conveniência do entrevistado em um restaurante no bairro de Perdizes, e contou com a participação da maioria dos integrantes do grupo. 
O envolvimento da empresa na cadeia produtiva da indústria textil se deu quando esta prestou consultoria para a Aliança Empreendedora e cogeriu um projeto premiado pelo desafio Centennial Innovation Challenge 2013. Intitulado Uma Mensagem para a Liberdade, o empreendimento foi criado pela própria Aliança Empreendedora e foi feito com o patrocínio da Fundação Rockefeller. Para atingir os objetivos do projeto, as empresas Ink e Aliança Empreendedora visitaram oficinas de costura, visando conhecer de perto as instalações, as condições de trabalho dos empregados (geralmente imigrantes latino-americanos) e a história de vida deles, o que auxiliou na realização do projeto. 
Conforme estudado, os passos do processo de planejamento estratégicosão (i) desenvolvimento da missão, (ii) análise do ambiente, (iii) estabelecimento de metas, (iv) desenvolvimento de estratégias e (v) implementação e monitoramento das estratégias. Dessa forma, relaciona-se com o papel principal da INK no projeto “Uma Mensagem para a Liberdade”: (i) co-gestão, (ii) planejar melhores formas de abordar o tema ao analisar o ambiente e as condições das oficinas, (iii) construção de relacionamento com toda a pirâmide para determinar objetivos, (iv) apoiar o desenvolvimento do projeto com a Alinha e (v) monitorar os resultados. 
Com isso, tal projeto foi um dos vencedores do desafio de 100 anos da Fundação Rockefeller e apoiou mais de 15 mil empreendedores de baixa renda em todo o Brasil. Visando combater o trabalho escravo urbano na Grande São Paulo, intervencionou em três áreas principais: acompanhamento de políticas públicas e empresarias de combate ao trabalho escravo na cadeia têxtil; apoio aos microempreendedores donos de oficinas de costura, fortalecendo seus empreendimentos com a finalidade de criar melhores condições de trabalho aos costureiros(as) e criação de uma tecnologia que apoie relações mais justas de compra e venda na cadeia da moda através da incubação e aceleração de uma startup. Sendo assim, a Ink realizou a cogestão no projeto, participando do planejamento, execução e criação de redes para a entrega e continuidade do projeto. 
Nessa perspectiva, conclui-se que a Ink atuou de forma direta durante o projeto “Uma Mensagem para a Liberdade”, visto que visitou oficinas físicas e tentou interferir no processo da cadeia. Apesar disso, atualmente, o contato da Ink com a cadeia têxtil ocorre de forma indireta, já que essa não participa efetivamente da cadeia, apenas busca entender a posição das pequenas oficinas e participa de um Conselho para o auxílio delas. 
Problemática
Os imigrantes latino-americanos estão inseridos no alicerce de uma enorme cadeia produtiva, que se inicia na produção da matéria prima do tecido e se encerra no varejo. Considerando que o trabalhador está estabelecido apenas no setor manufatureiro do processo, este trabalho abordará a partir desse ponto da cadeia. 
Inicialmente, para entender a condição de labor destes imigrantes na cadeia têxtil do estado de São Paulo, é preciso entender o porquê desse processo migratório em massa. No conceito de imaginação sociológica de Wright Mills, pode-se separar tal processo em duas vertentes: biográfica e histórica. 
Na concepção biográfica, ou seja, o lado psicológico de cada imigrante, tal locomoção é resultado de uma profunda insatisfação com a sua situação no país natal, bem como uma idealização da sua situação futura no Brasil. O sentimento de falta de oportunidade, seja esta uma ausência de crescimento econômico, uma situação de desemprego ou uma carência de outras realizações pessoais, cria uma situação de desesperança, na qual a pessoa não se sente pertencente ao seu país, cuja única solução é partir. Ao mesmo tempo, notícias de um país próximo, que apresenta índices sociais e econômicos muitas vezes superiores àqueles da terra natal dos imigrantes, instigam pensamentos quiméricos do que pode ser, fortuitamente, a condição do trabalhador imigrante. Entretanto, ao se deparar com as reais condições as quais ele passa a ser submetido no país, há um desapontamento do trabalhador, que compara seu ideal utópico do que seria sua vida e o que realmente é.
Na concepção histórica, ou da sociedade geral, deve ser considerado que tais países latino americanos possuem um baixo desenvolvimento econômico e social em sua plenitude. Basicamente, existe um sistema que faz com que várias pessoas acreditem que a imigração é sua única solução, bem como o trabalho que conseguirão no Brasil seja uma boa opção.
Já em São Paulo, deve-se analisar as condições dos trabalhadores nas oficinas de costura, muitas vezes consideradas análogas ao trabalho escravo. Na área de confecção da cadeia têxtil são comuns situações de confinamento em locais insalubres: espaços exíguos, pouco higiênicos, abafados, com baixa ventilação e escassa iluminação.  Muitas vezes, os trabalhadores são impedidos de sair de seus locais de labuta sem autorização prévia e cumprem jornadas exaustivas de trabalho de até 16 horas diárias, colocando em risco a sua integridade física. Fora isso, um dos maiores problemas enfrentados pelos trabalhadores é a questão da situação legal dos imigrantes no Brasil. Segundo dados do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI), é estimado que cerca de 60% dos aproximadamente 700 mil imigrantes latino-americanos estejam em situação ilegal. E como será discutido no trabalho, as opções que os imigrantes têm para se naturalizar são muitas vezes inviáveis ou inconsequentes, quando o casal opta por ter um filho de nacionalidade brasileira, a fim de conquistar a legalidade no país.
Vale ressaltar que, muitas vezes, o trabalhador não tem consciência da sua situação empregatícia ou então a considera normal. Tal condição é agravada quando considerado o contexto da imigração, o qual agrega um longo processo de adaptação e inserção cultural do imigrante. A cultura brasileira, embora similar em alguns aspectos à cultura destes migrantes, apresenta-se como barreira à integração plena dos trabalhadores latino americanos, que precisam aprender, entre outras coisas, a língua, hábitos e costumes dos brasileiros. 
Outro ponto a ser levantado é a pequena capacidade de negociação das costureiras perante as grandes empresas que as contratam. Tais empresas buscam o menor preço, deixando a condição dos seus trabalhadores terceirizados em segundo plano. Também, poucas grandes empresas são denunciadas pela contratação do trabalho exaustivo de tais imigrantes. Junto a isso, os consumidores parecem preterir esse problema da cadeia produtiva. Isso é evidenciado, por exemplo, com o caso da rede de lojas ZARA que, apesar de publicamente autuada em 2015 por descumprir compromissos, teve um lucro 15% maior nesse mesmo ano em relação ao ano anterior. Entre esses compromissos descumpridos estavam a regularização da situação desses trabalhadores e a renovação de ações de auxílio e fundos de emergência para necessidades básicas dos mesmos. 
Esses fatores traçam um esboço da dimensão desse problema na cadeia produtiva. A indisposição das empresas culpadas de honrar seus compromissos e dos consumidores que parecem ignorar esses eventos, nos mostram que o problema é conjunto, envolvendo muito mais do que um dono de uma oficina de confecção, visto como o principal antagonista da história, mas que não se manteria, sem o firmamento de outras partes da cadeia.
 Desenvolvimento 
Os imigrantes latino-americanos se encontram no processo de manufatura, no início cadeia
têxtil, porém a condição de trabalho destes é determinada pelas etapas seguintes desta rede.
Há três principais caminhos que o produto pode seguir após a etapa de produção do processo manufatureiro: atacarejo, intermediários e parcerias diretas. No primeiro, o próprio dono da oficina possui uma loja onde o produto é comercializado diretamente para o consumidor. O segundo é a parceria com intermediários, que repassam as encomendas produzidas nas oficinas às grandes marcas. Por último, há parcerias diretas com marcas para a entrega de pedidos.
Independente do caminho seguido, o último elo desta enorme cadeia é sempre o consumidor final, o principal foco dos grandes varejistas. Essas empresas, devido à sua orientação para mercado, procuram agradar ao máximo seus clientes, buscando superar suas concorrentes e conquistar liderança de mercado. Tais empresas utilizam de diversos meios para atrair cada vez mais consumidores com o objetivo de aproximá-los da marca, como, por exemplo, a contratação de celebridades para suas propagandas. O mercado no qual estas empresas se inserem é segmentado por preferências difusas, isto é, apresenta preferências de consumo muito variadas e dispersas por todos os segmentos. A maioria dessas marcas tende a se posicionar no centro dessas preferênciaspara atender a maior parte dos consumidores, tendo que disputar participação de mercado.
O comportamento deste consumidor, força motriz das grandes empresas do setor manufatureiro, é determinado pelo contexto da sociedade em que vive, fortemente marcado pelo imediatismo. Essa urgência de informação e ação causa uma simplificação da maneira em que vivemos e vemos o mundo, o que pode influenciar a um comportamento consumista. Numa sociedade onde o consumo é a atividade central da vida em conjunto, constata-se que frequentemente há uma confusão, do ponto de vista psicanalítico, entre objeto de desejo e objeto de consumo, em que não se pode reencontrar o desejo fora da situação que este foi originalmente formado. Este engano caracteriza o consumismo, compulsão que é comumente seguida de frustração. 
Assim, o mercado têxtil segue a dinâmica de andamento da sociedade atual, baseada na agilidade e na praticidade, com novas tendências de moda surgindo simultaneamente em diversas partes do mundo. Essa efemeridade do processo produtivo, na qual as principais marcas se apoiam para engendrar suas tendências, resultou em um termo amplamente utilizado pelo varejo. É o denominado “fast fashion”, do inglês, literalmente, moda rápida. Esse termo designa um comportamento da indústria têxtil, baseado na otimização de certos estágios da cadeia produtiva, a fim de produzir um produto que esteja de acordo com a moda vigente, visando atender a uma nova classe de consumidores que desejam adquirir produtos que estejam dentro dos rumos da moda por preços acessíveis. Deste modo, as marcas mais famosas do mercado parecem estar dispostas a fazer o que for necessário para reduzir custos, o que é refletido principalmente na escolha da mão de obra utilizada, reduzida a meios alternativos como a terceirização e a segmentação de tarefas.
Os novos modos de escolha da mão de obra, dentre eles a terceirização, permitem que as grandes empresas tenham um corpo de funcionários mais enxuto, garantindo a maior especialização e eficiência desta. Ao mesmo tempo, o repasse de responsabilidades é também extremamente prejudicial, pois a falta de contato direto com a totalidade da cadeia e a consequente falta de fiscalização podem resultar na precarização do trabalho. 
Há também aqueles que usam da estratégia da terceirização para dificultar a fiscalização das condições de trabalho ao longo de todo o processo produtivo, contratando inúmeras oficinas de costura para produção. Apesar da dificuldade de fiscalização, muitas situações de trabalho análoga à escravidão foram identificadas. Bairros como Bom Retiro e Brás, em São Paulo, foram reconhecidos como focos de oficinas e de moradias destes trabalhadores, sendo grande parte deles imigrantes da América Latina. Marcas como ZARA e C&A, por exemplo, foram alvos de escândalos que retratavam condições de trabalho análogas à escravidão em oficinas participantes da produção das roupas vendidas em suas lojas. 
A partir destes casos, a questão ganhou maior visibilidade do público em geral, tanto de consumidores quanto de empresas do terceiro setor focadas em problemas sociais. As pessoas se mostram cada vez mais atualizadas e interessadas no assunto, um processo ampliado pela facilidade de obter informações em tempo real. Observa-se a existência de uma tendência de gradativa conscientização por parte do consumidor, que tem se atentado mais à procedência dos produtos que compram. Contudo, essa parcela de consumidores que se preocupam com o problema ainda é pequena e falta conhecimento acerca dos detalhes da cadeia, do passo a passo pelo qual o produto passa até ser finalizado. 
Nessa diretriz, é imperativo que a sociedade brasileira, como um todo, tome consciência sobre as condições análogas à escravidão as quais os imigrantes latino-americanos são submetidos na cadeia têxtil. Como o representante da INK enfatizou, a providência mais urgente a ser tomada é trazer maior visibilidade para a causa. A falta de atenção com esta questão significa que há poucas pessoas de fato lutando contra um problema grave e, consequentemente, pouca mudança sendo feita. Como dito anteriormente, a escravidão contemporânea na cadeia têxtil é reflexo dos interesses do consumidor, que busca a praticidade de uma enorme gama de opções de vestuário ao menor custo. Apesar do cliente estar no final da cadeia produtiva, esta rede se baseia nas necessidades e desejos do consumidor e, por isso, para obstar a existência de sweatshops, é necessário mudar o comportamento deste consumidor bem como o pensamento da sociedade. 
Para isso, serão necessárias campanhas que visam a conscientização do consumidor, que o incentivem a conhecer a precedência das peças que compram e evitem comprar em redes de lojas que foram ou são alvos de escândalos. A melhor maneira do consumidor fazer a diferença nessa situação é punir a empresa, no sentido de deixar de ser (ou nem se tornar) um cliente, pois, dessa maneira, a empresa saberá que há algo errado em sua linha de produção. O aplicativo Moda Livre, por exemplo, apresenta uma lista das maiores lojas de roupas no Brasil e as classifica de acordo com a confiabilidade do seu produto, se este é ou não fruto de trabalho análogo à escravidão. As grandes empresas só mudarão sua conduta caso o seu consumidor final desaprovar suas atitudes e parar de comprar seu produto, o que tão somente acontecerá quando este cliente tiver maior conhecimento sobre a situação e produção de seu bem. Trazer visibilidade não basta se as pessoas, mesmo tendo consciência da causa, continuarem a comprar dessas empresas. Por conseguinte, a consciência de participação das empresas deve ser ampliada; é necessário que ela assuma sua responsabilidade sobre a cadeia produtiva e sobre as condições as quais submete os produtores. 
Vale ressaltar que a conscientização da população não deve ser dirigida apenas aos consumidores, mas também aos próprios trabalhadores. Esse era um dos objetivos do projeto da INK com a Aliança Empreendedora em Uma Mensagem para a Liberdade, que, com a formação da startup social Alinha, buscava formalizar esse contato com o trabalhador e ajudá-lo a compreender a sua situação de labuta, promovendo, assim, melhores condições de trabalho aos imigrantes. É imprescindível que o trabalhador seja repelido dessa alienação em que vive, a partir da educação ou de outros projetos que incentivem essa conscientização. 
Durante a entrevista com o representante da INK, foi citado o problema de que os imigrantes, por inúmeros motivos, entre eles desconhecimento de seus direitos ou medo da extradição, não denunciam a situação degradante em que se encontram. Nesse sentido, o problema inicialmente encontrado é a identificação que os latinos têm sobre suas condições de trabalho. Muitas vezes, ao vivenciarem uma situação pior em seus países de origem, os imigrantes podem não considerar a experiência análoga à escravidão em que se encontram como degradante, mas sim como uma melhoria para eles e sua famílias. Outro fator é a relação entre patrão e funcionário: alguns donos de oficinas têxtil são imigrantes que passaram por uma situação semelhante e, ao arrecadarem capital, iniciaram seus próprios negócios. Desta forma, o imigrante é persuadido a acreditar que essa situação é apenas uma etapa para algo maior, tornando-a mais aceitável, e até tolerável, para os explorados.
A relação conflituosa com orgãos estatais como a Polícia Federal e a Secretaria do Trabalho enraíza medo nesses trabalhadores ilegais: medo da deportação, medo da prisão e medo de perderem os que eles consideram uma oportunidade. Para eles, a exposição de suas situações é algo que oferece pouca ou nenhuma vantagem, já que não encontram benefício pessoal para que realizem essa delação. Nessa diretriz, surge a necessidade de não apenas criar meios pelos quais esses possam expor suas condições, como também evidenciar as vantagens de fazê-lo. 
Uma possibilidade a ser considerada seria, após uma conscientização efetiva sobre a real situação deles dentro de um enormeuniverso de oportunidades que eles poderiam ter, proporcionar um auxílio para aqueles que se disponibilizassem a denunciar. A denúncia seria feita à uma ONG, o que garantiria que ela fosse anônima. Ademais, o tal auxílio incluiria uma cesta básica adequada para o tamanho da família, uma vaga para os adultos em um curso técnico já estruturado para acolher imigrantes, além de um suporte financeiro para outras necessidades básicas. 
Outra forma de conscientizar a população imigrante é a partir da educação. Abrigar imigrantes vai além de garantir a autorização de entrada no país e assegurar moradia e trabalho. O sistema de educação pública deve ser preparado para atender as demandas e necessidades dos novos residentes, com aulas de língua portuguesa para melhor se adaptarem no Brasil e também aulas que não os distanciem de sua própria cultura, baseadas no que gostariam de continuar aprendendo, e podendo ser oferecida por um professor de mesma origem dos alunos. Informá-los dos direitos e deveres que possuem ao viver aqui ajudaria a evitar não só a exploração no mercado de trabalho, mas os integraria no novo contexto em que vivem, e, possivelmente, venham a pertencer. Além disso, preparar a comunidade para entender que uma cultura estrangeira não é superior ou inferior que a sua, apenas diferente. 
Há um projeto chamado "Si, Yo Puedo" (em tradução livre, "Sim, Eu Posso") que incentiva a educação como um meio de ascender na vida profissional. Tal projeto foi idealizado e fundado por Verônica Yujra e reúne alunos, voluntários e membros de instituições voltadas à colônia migrante e da prefeitura da cidade de São Paulo. Inicialmente focado em crianças e adolescentes, ele surgiu da necessidade de incentivar o conhecimento para que pessoas como Verônica, filha de imigrantes bolivianos, possam enxergar oportunidades para eles e seus sonhos. Contudo, o trabalho se tornou mais voltado para um público cuja procura surpreendeu, dado que jovens e adultos também se identificaram com o projeto. Ele envolve desde a aplicação de testes vocacionais a práticas de esporte; vagas em cursos técnicos e incentivos ao estudo para o vestibular, como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). 
Nesse sentido, o projeto "Si, Yo Puedo" é um exemplo maravilhoso de como a própria comunidade pode se mobilizar para alavancar uns aos outros, e de como o governo brasileiro pode apoiar projetos que verdadeiramente se interessem pelas reais necessidades dos imigrantes. A preparação de educadores e gestores públicos para atuarem com esse tema (que já começou a ocorrer em locais como a capital paulista) deve ser ação comum durante a formação universitária desses profissionais, beneficiando todos os municípios onde a migração é uma realidade. Ajudar essa população é, sim, um trabalho extenso, que não costuma render votos por lidar com um grupo social que ainda sofre profundo preconceito, e nem sempre conta com recursos financeiros e humanos suficientes, mas é uma forma de dar uma chance a pessoas que tiveram o esforço de deslocar-se geograficamente em busca de uma vida melhor.
O governo brasileiro não é totalmente indiferente à situação da imigração, atuando fortemente na regularização de um dos grandes percalços enfrentados pelos imigrantes: a questão da legalidade no país. 
Atualmente, há quatro maneiras de regularizar sua situação. A primeira requer que o imigrante invista um mínimo de 200 mil dólares no Brasil, requerimento este inviável para a maioria, visto a dificuldade de acumular essa quantia. A segunda é o casamento com um brasileiro ou um estrangeiro que tenha adquirido a carteira permanente. A terceira maneira é o pedido de refúgio, opção usada para pessoas provenientes de países que passam por situações de conflito armado ou político, sendo necessária a apresentação de evidências que legitimem o risco pelo qual o imigrante passa, seguida de uma discussão no Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) que permitirá ou não o refúgio do imigrante no país. A quarta maneira de regularização é a possibilidade de ter um filho no Brasil. Nesse caso, tanto o pai quanto a mãe se legalizarão, independente se ambos são estrangeiros ou não. 
A ânsia de se regularizar no Brasil faz com que os imigrantes cometam atos impetuosos. Não é incomum que as pessoas utilizem da última alternativa para conseguir sua documentação. Entretanto, isso acarreta um novo problema: como cuidar do filho? A prioridade do casal não era ter uma criança, mas a certeza de documentos. Além disso, se as condições em que os pais vivem já não são adequadas para um adulto, para um recém-nascido são funestas. Esta busca de regularização é comum, podendo ser observada em diversas oficinas ilegais, onde algumas mulheres trabalham enquanto carregam bebês no colo. 
Fora isso, existem problemas financeiros relacionados à regulamentação desses trabalhadores. A multa distribuida para estrangeiros que ficam além do prazo estabelecido pelo seu visto é, em valores de 2015, de R$879,47. Somando isso a valores referentes a taxas de banco e de cartório, o valor pode chegar próximo de R$1200,00 por pessoa. Para uma família de 4 pessoas, o resultado estará em torno de R$5000,00. Considerando um imigrante que ganha não mais de R$300,00 por mês, a questão da legalização é vista por muitos como irrealizável.
Para tentar solucionar o problema, o governo brasileiro tomou algumas medidas em acordo com outros governos. É exemplo destas medidas o Acordo, por troca de notas, sobre Regularização Migratória entre Brasil e Bolívia de 15 agosto de 2005, a fim de regularizar a situação de imigrantes que estavam nos dois países até a data de assinatura do termo. Para a efetivação desta, fez-se necessária a apresentação de alguns documentos, como o passaporte e um atestado com antecedentes criminais, expedido pelo governo de seu país, bem como pagar uma taxa no valor aproximado de R$110. Porém, aqueles que estavam com visto de turista, em situação teoricamente legal, não se beneficiaram do acordo. Além do acordo citado acima, no dia 2 de julho de 2009, foi promulgada a Lei nº 11.961/09, chamada de Lei da Anistia Migratória. Tal lei funcionou de maneira semelhante ao acordo, permitindo que estrangeiros que estivessem em situação irregular e tivessem entrado no Brasil até o dia 1 de fevereiro de 2009 regularizassem sua situação, obtendo a liberdade de circulação, o direito de trabalhar, o acesso à saúde, à educação pública e à justiça. Podemos citar, também, o Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do MERCOSUL, Bolívia e Chile, um tratado assinado no dia 7 de outubro de 2009 e que ainda está vigente no Brasil. Este prevê a legalização dos imigrantes nacionais dos países do MERCOSUL, Bolívia e Chile, que têm intenção ingressar ou que se encontram ilegalmente no país de recepção. 
Esses acordos desempenham um papel de relevância no processo de regularização dos imigrantes latino-americanos no Brasil, impelindo-os a se integrarem a sociedade, tornando-se parte da força produtiva legal do país. A vigência deste tipo de acordo, bem como novas ações que buscam a regularidade dos imigrantes, se mostram importantes na proteção do trabalhador, que muitas vezes não tem disponíveis para si direitos básicos devido a sua irregularidade. 
Porém se faz necessária uma ação mais abrangente. Ao mesmo tempo que o Estado promove discussões relativas à integração dos imigrantes e estimula a miscelânea de culturas, este menospreza a situação crítica na qual o imigrante está inserido, onde os próprios princípios democráticos, como liberdade, igualdade e justiça, não são efetivados. Por isso, sugere-se que o governo realize ações que garantam a boa qualidade de trabalho, como, por exemplo, a constante fiscalização de oficinas de costura e o incentivo à delação das condições de trabalho inapropriadas. 
A situação degradante a qual esses imigrantes são obrigados a trabalhar se associa razoavelmente com a Teoria X, elaborada por Douglas McGregor. O conceito se baseia na afirmação de que, em seu estadonatural, o trabalhador evita ao máximo possível o labor, é preguiçoso e, muitas vezes, precisa ser pressionado e colocado em situações críticas para que exerça bem suas funções. Ainda conforme essa teoria, os trabalhadores devem receber ordens rígidas de seus superiores para que possam render em seu serviço. Porém, é interessante pensar sobre como uma visão diferente quanto a esses trabalhadores poderia influenciar seu modo de desempenhar seu ofício. Isto é, fazer o questionamento sobre como os trabalhadores atuariam caso fossem enxergados sob a ótica da Teoria Y de McGregor. Essa teoria, antagônica à anterior, aponta que os trabalhadores se sentem estimulados em ambientes desafiadores e que não só aceitam grandes responsabilidades, como também as procuram. 
A forma como se encara o trabalhador, suas funções e a maneira como ele se sente dentro do processo produtivo são de extrema relevância. O ambiente de trabalho, as condições em que se encontram e o modo como são tratados podem ser determinantes para seu desempenho. 
Psicologicamente, as já citadas barreiras na adaptação dos latino-americanos à cultura brasileira, somadas ao principal objetivo da migração destes trabalhadores (juntar dinheiro para oferecer uma vida melhor a suas famílias) inibem o processo de integração do imigrante a este novo modo de ver e viver o mundo, causando uma procura dos estrangeiros por meios de manter o vínculo com sua própria cultura. Por isso, também costumam se relacionar mais profundamente com pessoas da mesma nacionalidade e obter notícias sobre seu país, através de, por exemplo, web rádios. 
Através de um instrumento como a web rádio, o imigrante busca recuperar os signos que caracterizam sua identidade. Músicas são mais do que melodias, passam a se tornar um mecanismo pelo qual o indivíduo recupera momentos de sua história de vida. Desse modo, estes instantes revividos geram uma identificação com o signo denso de sua herança cultural, extrapolando o próprio indivíduo. É uma representação de algo que o transcende; é a sublimação dessa expêriencia, a qual permite o sujeito vivenciar nesse signo a maneira intensa e marcante que outrora o marcou, agora dentro de um setor de trabalho degradante e opressor, que abre pouco ou nenhum espaço para o reconhecimento do seu ser.
Num âmbito mais concreto, se faz pertinente propor melhoras no ambiente de trabalho desses imigrantes. Simples reformas como encapar fiações expostas, tornar o ambiente mais iluminado e menos claustrofóbico e oferecer mais conforto proporcionariam grandes avanços.
Além das mudanças no espaço físico de trabalho, há de se refletir a presença das crianças no mesmo. Nesse sentido, é necessário que se crie um espaço destinado a atividades infantis para separar as crianças do ambiente das oficinas de costura. Poderiam se situar em escolas ou creches, sendo sempre importante consultar as preferências dos imigrantes (sobre localização, por exemplo). Nestes locais, as crianças poderiam brincar, ponto significativo para o desenvolvimento infantil. À luz de Donald Winnicott, psicanalista e pediatra, o brincar é a linguagem da criança, por meio do qual ela expressa suas alegrias, frustrações, habilidades e dificuldades; é a maneira encontrada para se expressar no mundo e comunicar a sua realidade interior. 
“É brincando e somente brincando que o indivíduo, criança ou adulto, é capaz de ser criativo e usar completamente sua personalidade”. Winnicott evidencia a relevância do lúdico para tanto o filho como o pai. Dessa forma, a criação de oficinas de lazer para ambos seria uma forma de afastá-los de uma realidade maçante e incentivá-los a se sentirem melhor no novo meio em que vivem. Ao incentivar a imaginação por meio do brincar, eles se tornam capazes de enxergar novas realidades e ver que há novos horizontes, isto é, se abrem para a oportunidade de, no futuro, um pai incentivar um filho a escolher algo diferente de seu ofício.  
 Considerações Finais 
Com a realização deste trabalho, tivemos a possibilidade de entender esse ambiente obscuro em que os imigrantes são explorados e submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão. Alienados do resto da sociedade e da sua própria relação de trabalho, eles se encontram presos dentro de um redemoinho de forças que os prende e subjugam, diminuindo-os, privando-os de sua própria humanidade. 
Apesar disso, é possível combater estas forças. Mesmo não sendo cidadãos brasileiros, estes indivíduos possuem direitos irrenunciáveis pela Constituição Nacional que, mesmo com a conquista de vantagens, são privados ao trabalhador. Todos aqueles inseridos na cadeia produtiva têm a responsabilidade social de cumprir com seu dever ético e moral, tentar fazer o possível para opor-se a essa situação e garantir essas condições básicas ao trabalhador.
	Com este embasamento legal e ético, encontramos dentro de uma situação degradante a possibilidade de melhora e de esperança. Os diversos setores que constringem o imigrante nessa cadeia podem ser desfeitos ou alterados, sugerindo-se alterações no comportamento das grandes empresas, dos trabalhadores, dos consumidores, do governo e até de agentes externos à cadeia. A INK, por exemplo, gerou impacto no processo produtivo ao se engajar de maneira firme e responsável ao assunto. A empresa buscou ir além do que era apenas seu serviço ao entrevistar os explorados e tentar realmente entender o dilema em que eles se encontram, uma postura que todos deveriam ter perante ao problema.
Assim, considerando todas as dificuldades do trabalhador, bem como a negligência das muitas pessoas que, direta ou indiretamente, se relacionam com ele, pode-se compreender que a condição análoga à escravidão em nosso país, existente em grande parte nos ambientes de trabalho dos imigrantes latino-americanos, está arraigada na sociedade atual, resultante do nosso modo de pensar e agir. Porém, isto não significa que este mal seja intrínseco à sociedade e que não pode ser superado. A mazela desses imigrantes deve ser contestada e confrontada por todos aqueles envolvidos na cadeia produtiva a partir da conscientização e do esforço coletivo dos agentes.
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