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1 Universidade de São Paulo Administração Imigrantes Latino Americanos na Cadeia Têxtil, no Estado de São Paulo Alan Priszculnik 9815245 Artur Pieroni 9815415 Eduardo Longoni 9814838 Eduardo Macchia 9814780 Gabriel Ferreira 9814884 Gustavo Bueno 9815502 2 Sumário 1.0 Introdução........................................................................................................... 3 1.01Explicação do Trabalho..................................................................................... 3 1.02 Indústria têxtil................................................................................................... 3 1.03 Trabalho escravo.............................................................................................. 3 2.0 Problemática....................................................................................................... 3 3.0 Ministério Público do Trabalho.......................................................................... 5 4.0 Desenvolvimento................................................................................................ 6 4.01 Visão sistêmica................................................................................................. 6 4.02 Atratividade...................................................................................................... 6 4.03 Viagem............................................................................................................. 7 4.04 Estatuto do Estrangeiro.................................................................................... 7 4.05 Números........................................................................................................... 7 4.06 Grupos Étnicos................................................................................................. 7 4.07 Burocracia........................................................................................................ 8 4.08 Atuação............................................................................................................ 8 4.09 Trabalho........................................................................................................... 9 4.10 Imaginação Sociológica................................................................................... 9 4.11 Decisão de compra........................................................................................... 10 4.12 Pesquisa............................................................................................................ 12 4.13 Conclusão de marketing................................................................................... 13 4.14 Considerações finais......................................................................................... 14 5.0 Solução............................................................................................................... 14 6.0 Anexos................................................................................................................ 16 7.0 Bibliografia......................................................................................................... 17 3 1.0 Introdução 1.01 Explicação do Trabalho O tema deste trabalho são os imigrantes latino americanos na cadeia têxtil no estado de São Paulo, dando enfâse as questões abordadas pelas disciplinas de marketing, administração, ciências sociais e psicologia. Com isso pôde-se descrever sobre a humanização e as relaçōes do trabalho, e as condiçōes sociais de tais imigrantes. Este trabalho foi dividido em cinco principais partes: a introdução (que apresenta o tema do trabalho e diz como este foi organizado), a problemática (onde são mencionados os problemas com suas origens e consequências), a organização ( parte em que é apresentada nossa organização, o ministério público do trabalho, e citado como esta se encaixa e o que ela pode fazer sobre o tema), o desenvolvimento ( onde estão a maioria das pesquisas, dos dados e das entrevistas sobre o tema, e onde as quatro matérias são contempladas) e a conclusão ( onde foi reunido tudo o que foi escrito no trabalho para levantar soluçōes para a problemática). Dentro dessas partes há muitos subtópicos para melhor organizar o raciocínio. 1.02 Indústria têxtil A indústria têxtil no estado de São Paulo é hoje um dos principais setores da economia estadual que gera em torno de 50 bilhōes de dolares anualmente em âmbito nacional. Este setor pode ser dividido em três fases de produção e comercialização, que são: a da oficina, a da confecção e a da grife. O foco do trabalho está na oficina, local onde a maioria dos casos de trabalho análogo a escravidão envolvendo latino americanos é encontrada. Porém, no decorrer do trabalho também é mencionado os papéis da confecção e da grife. 1.03 Trabalho escravo Ao analisar o trabalho desses imigrantes em oficinas ilegais, são observadas características que configuram trabalho análogo à escravidão segundo a CLT, como: jornada exaustiva com condiçōes degradantes, impossibilidade do trabalhador de “ir e vir”, remuneração muito baixa, entre outras. A importância de tratar essa questão será muito explorada na Problemática e no Desenvolvimento, evidenciando a importância de se discutir as relações de trabalho nessa cadeia de interesses tão conflitantes, que é a cadeia têxtil de São Paulo. A conclusão do trabalho tenta apontar possíveis soluções para resolver esse problema, sem prejudicar os trabalhadores imigrantes. 2.0 Problemática A indústria têxtil no Brasil gera uma riqueza equivalente a 50 bilhões de dólares anualmente. Sua estrutura produtiva está distribuída nos setores como: de fibras e filamentos, fiação, tecelagem, confecção, transporte e varejo. A mão de obra irregular de origem estrangeira e familiar está concentrada principalmente no setor produtivo. Isto é uma decorrência dos baixos custos necessários agregado ao pequeno aporte de capital para abertura de uma oficina. Por se tratar de um ramo essencialmente descentralizado, distribuído em pequenas empresas, cujo produto tem baixo valor agregado, e que não há poder de barganha, visto que estão a mercê tanto dos grandes varejistas quanto dos produtores de tecido – eles não têm poder de mercado para conseguir 4 estabelecer uma margem maior, o que possibilitaria melhores condições aos trabalhadores das tecelagens. Assim, como forma de diminuição de custos, muitas dessas empresas operam ilegalmente, no sentido de não serem regularizadas, não proporcionando, entre outros direitos, carteira assinada aos seus empregados. Dentro dessa perspectiva que se encontra o estrangeiro latino americano: ilegal e sem grandes aspirações, estando mais propícios a aceitarem um trabalho análogo à escravidão demandado por esse setor. O artigo 149 do código penal brasileiro trata sobre essa condição: “Reduzir alguém a condição análoga a de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”. O trabalho desses estrangeiros pode ser enquadrado nessa situação porque eles são submetidos desde a sua vinda a uma circunstância degradante. Não têm as condições mínimas descritas pelo código penal, como a impossibilidade de usufruírem de uma remuneração, visto que ainda necessitam pagar a viagem. Ficam presos por dívidas contraídas tanto na viagem comono local de trabalho, que lhes servem, em alguns casos, também como local de residência. Além disso, os trabalhadores não possuem o direito de ir e vir , uma vez que não tem a liberdade de sair do seu local de trabalho sem a permissão de um supervisor. Dessa forma, pode-se afirmar, conforme o código penal brasileiro, que tais pessoas estão submetidas a situações análogas à escravidão. Essa situação é prejudicial para a sociedade. Isso ocorre, pois apesar de contribuir para que as roupas tenham um preço menor, ela também fortalece a existência desse modelo opressor, já que a ausência de uma resposta contrária dos consumidores, leva a indústria a perpetuar isso. Entretanto, em casos onde a mídia noticia fortemente essa situação, como o ocorrido com a Zara, os consumidores tendem a boicotar a marca por um período, o que faz os acusados mudarem o processo de produção, eliminando as oficinas que tinham essa conduta ilegal. Por fim, percebe-se que a persistência dessa condição trabalhista ocorre pela anuência dos consumidores. Dessa forma, nota-se que existe uma lógica que contribui para a perpetuação dessa situação degradante. Isso leva ao questionamento de que para a indústria têxtil alterar o seu modelo de produção, isto é, como ocorre toda produção desde a contratação do serviço até a venda na loja, será necessária uma mudança por parte da sociedade. Isso acontece, principalmente, pelo fato de as grandes marcas não se sentirem pressionadas no modelo atual, uma vez que a terceirização da cadeia produtiva faz com que não sejam vistas como os agentes desse modelo de contratação. Logo, é imprescindível a alteração de mentalidade da sociedade brasileira para que ocorra uma mudança real nesse setor. 5 3.0 Ministério Público do Trabalho O ministério público do trabalho, como definido no site oficial da entidade, é “o ramo do Ministério Público da União que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores” (Ministério Público do Trabalho). Como um órgão interveniente, o MPT interfere em feitos judiciais de interesse público. O MPT também atua em alguns casos de conflitos trabalhistas de natureza coletiva, como casos envolvendo entidades sindicais. Para cumprir suas atribuições e seus deveres, o MPT dispõe de uma estrutura, que inclui diversos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento de atividades administrativas e pela eficaz execução das funções fins: Procurador-Geral; Procuradorias Regionais; Conselho Superior; Câmara de Coordenação e Revisão; Corregedoria Geral, Ouvidoria e o Colégio de Procuradores. O Ministério Público do Trabalho ramifica-se em 24 centros regionais de atuação, denominados Procuradorias Regionais do Trabalho (PRT) e então se ramificam novamente em Procuradorias do Trabalho dos Municípios (PTM). São cinco as PTM localizadas no estado de São Paulo; na capital, em Osasco, Guarulhos, Santos, Mogi das Cruzes e São Bernardo do Campo. As PTM atuam na Vara do Trabalho, primeira instância da Justiça do Trabalho. A cadeia têxtil brasileira, em especial quando envolve trabalho análogo à escravidão, é marcante por sua alta complexidade. O Ministério Público do Trabalho se insere nesse contexto quando realizada alguma denúncia. Visitas não programadas e auditorias independentes são recursos utilizados para verificar a presença de trabalho análogo à escravidão nas oficinas. Mais um ponto notável são as políticas públicas que o órgão vem desenvolvendo. Sob a tutela do procurador do trabalho Dr. Fabre, por exemplo, foi criado um poupatempo específico para imigrantes, onde eles poderão regularizar sua permanência no Brasil de forma facilitada. Esse projeto será tratado de forma mais extensiva adiante no trabalho. Além disso o procurador do trabalho Dr. Fabre, acrescenta que na opinião dele apesar de o MPT ser capaz de criar leis que poderão ser aprovadas, isso aumentaria ainda mais a burocracia já existente para a solução deste problema de regularização dos imigrantes, na sua visão o ideal é criar políticas públicas, tais como o poupatempo e o polo têxtil de trabalhadores que também será melhor mencionado e explicado na conclusão deste trabalho. Com o apoio governamental e da população local, de onde serão feitos os projetos, o MPT teria os recursos necessários para colocar estes, e muitos outros, projetos em execução. 6 4.0 Desenvolvimento 4.01 Visão Sistêmica Para observar a relação entre a administração e a questão dos imigrantes na cadeia têxtil brasileira, é preciso analisar sistemicamente o assunto. Enfoque sistêmico ou, como muitos autores descrevem, visão sistêmica, é uma abordagem da realidade derivada da Revolução Científica que consiste em permitir a compreensão de um determinado sistema para analisá-lo e fazer possíveis intervenções. Como princípios dessa “lei” administrativa, tem-se: “O todo é maior que a soma das partes”; “O todo determina a natureza das partes”; “As partes não podem ser consideradas isoladas do todo” e “As partes são dinamicamente interdependentes”. Isso significa que é preciso analisar o todo e suas partes bem como as inter- relações entre estas para entender o sistema e realizar a melhora do mesmo. Aplicando este conceito no tema “Imigrantes latino americanos na cadeia têxtil brasileira”, percebe-se que é preciso – antes de abordar a situação dos próprios imigrantes – abordar o mercado de trabalho brasileiro, seus atores e as relações de interdependência que os conectam. 4.02 Atratividade Dentre os fatores relevantes para a emigração dos latino americanos, em especial os bolivianos e paraguaios, estão listados a instabilidade político-econômica e a falta de expectativa de ascensão social nos seus países de origem (CACCIAMALI; AZEVEDO, 2006). Nesse contexto, as oficinas não podem ser reduzidas a meros locais de exploração, já que representam para esses grupos étnicos estrangeiros locais de ascensão e inserção social. Apesar de ser considerado um número baixo perto de outros países, a proporção de imigrantes no Brasil tem crescido bastante nos últimos anos e a expectativa é de que aumente ainda mais nos próximos, sendo que a maioria destes presentes/futuros imigrantes provavelmente tem/terá origem em países menos desenvolvidos, como Paraguai, Bolívia e Haiti. São atribuídos como fatores dessa tendência o declínio da taxa de crescimento populacional, gerado por uma menor taxa de natalidade (que por sua vez decorre de mudanças na sociedade, como a maior inserção da mulher no mercado de trabalho e o maior nível educacional da população) que acaba por facilitar a receptividade aos imigrantes; dificuldades econômicas e crescente restrição à entrada de estrangeiros nos países desenvolvidos, decorrentes, respectivamente, de crises e problemas gerados pela inadimplência econômica (Europa) e aumento no fluxo de refugiados, bem como recentes atentados terroristas em grandes centros, como Paris, acarretando em mudanças no fluxo migratório mundial; e o maior número de empresas brasileiras figurando em cenários internacionais, que por sua vez, criam a imagem de possibilidade e prosperidade no imaginário do estrangeiro. A Bolívia é um dos países mais pobres da América Latina, com um PIB de 30,6 bilhões de dólares e um PIB per capita de 2867,64 dólares. Foi também muito explorada por seus colonizadores, perdendo grande parte de suas riquezas, como a prata. Já o Brasil tem um dos oito maiores PIBs do mundo, devido ao grande crescimento desde a década de 1990.As condições de trabalho nos dois países são muito distintas. Mais desenvolvido econômica e socialmente o Brasil possui forte carga trabalhista, com intenção de resguardar o trabalhador, característica com presença mais fraca em outros países latino americanos mais pobres como a Bolívia e o Paraguai. Além disso, no Brasil já há uma comunidade estabelecida 7 de bolivianos e paraguaios, que acarretam em uma maior segurança para que mais pessoas migrem para o Brasil. O sonho de ascensão social em outro país por vezes gera decepção. A recente crise econômica e política que o Brasil vem enfrentando provocou a alteração dos polos de atração de imigrantes do Brasil para outros países como o Chile – atualmente com condições mais favoráveis. 4.03 Viagem Na Bolívia, as cidades de Santa Cruz de La Sierra, La Paz e Cochabamba são polos de atração para bolivianos que querem atravessar a fronteira com o Brasil. Os agenciadores, espécie de “profissional” que cobra para levar pessoas da Bolívia até o Brasil, estão concentrados nessas cidades. Na maioria dos casos, a viagem é feita de forma precária. Podem faltar comida e água durante o percurso. Os documentos do imigrante ficam sob posse do agenciador e posteriormente são entregues ao dono da oficina, um dos fatos jurídicos que implica em forte indício de trabalho análogo à escravidão. A viagem é principalmente realizada pela Ponte da Amizade, no Paraguai, e depois de ônibus até o terminal da Barra Funda, em São Paulo. 4.04 Estatuto do Estrangeiro O estatuto do estrangeiro é um conjunto de leis que regulamentam os direitos e obrigações dos imigrantes, assim como fixa a entrada legal, deportação e extradição. Além disso, o estatuto auxilia na continuidade desta situação vivida no Brasil, levando em consideração que ela foi escrita na ditadura militar, isto é, um dos conjuntos de leis mais atrasados do continente. 4.05 Números Segundo estatísticas feitas pela polícia federal em 2015, atualmente, há cerca de 1.850.000 imigrantes regularizados em território brasileiro (contemplando europeus, americanos, asiáticos, entre outros), o que corresponde a pouco mais de 0,9% da população. Na comparação do Censo Demográfico de 2010, elaborado pelo IBGE, com o de 2000, o número de imigrantes aumentou em 86,7%. Analisando agora os imigrantes latino americanos que são o foco deste trabalho, o país da América do Sul que mais tem imigrantes no Brasil é o Paraguai com 24.666 e em segundo a Bolívia com 15.753 imigrantes. 4.06 Grupos Étnicos Alguns grupos étnicos são percebidos pelo brasileiro médio como pertencentes a uma mesma nacionalidade, como ocorre com os chineses, coreanos e japoneses. É fácil observar esse fenômeno quando, em conversas informais, chama-se o coreano e o chinês de “japonês”. O mesmo acontece com os bolivianos e paraguaios, principais grupos étnicos de imigrantes latino americanos no Brasil. Segundo CIAMPA (2007, p.63) “Diferença e igualdade. É a primeira noção de identidade. Sucessivamente, vamos nos diferenciando e nos igualando conforme os vários grupos sociais de que fazemos parte: brasileiro, igual a outros brasileiros, diferente dos estrangeiros”. Apesar de percebidos como um mesmo grupo, constituem identidades distintas. A recente imigração de paraguaios e sua entrada no que era então “nicho” dos bolivianos – primeiros latinos americanos a trabalhar no setor têxtil – foi um evento desencadeador de inimizade entre ambos os grupos. Segundo informações da Policia Militar, mais de 70 ocorrências de agressão entre imigrantes latino americanos ocorreram em 8 bairros centrais (locais que concentram as oficinas ilegais na cidade de São Paulo) no primeiro semestre de 2011, fatos que explicitam a disputa entre os dois grupos. A identidade dos imigrantes não permanece inalterada, no entanto. As primeiras gerações de imigrantes são chamadas de imigrantes by will. São imigrantes que buscam ser aceitos, assimilando as características dos nativos, mas preservando traços de sua cultura. Assim, preferem morar perto uns dos outros, como pode ser observado nas regiões Pari e Bom Retiro, bairros paulistanos. 4.07 Burocracia Um dos principais problemas relacionado à legislação destinada aos imigrantes se refere à questão burocrática. Burocracia, também chamada de Teoria da Burocracia na Administração, foi criada pelo sociólogo alemão Max Weber como um ideal que seria a forma mais eficiente de organizar uma empresa. Para isso, analisou a relação autoridade/dominação e as sociedades e as classificou como tradicionais, carismáticas e burocráticas. Esta última foi definida como racional, impessoal, hierárquica e meritocrática, regida por normas (leis). Com tais características, para Weber, a burocracia traria diversas vantagens, como a previsibilidade e a organização. Nos dias de hoje, entretanto, o que se conhece como burocracia é, na verdade, a institucionalização das disfunções da burocracia (defeitos desse sistema), caracterizadas pelo apego aos regulamentos, excesso de formalismo, resistência a mudanças, conformidade às rotinas, expressão de autoridade, falta de relacionamento e dificuldade de atendimento, que acabam por diminuir a eficiência idealizada por Weber. Pensando nisto, é possível perceber que este conceito popular de burocracia está presente em praticamente todos os órgãos públicos, o que dificulta tanto a criação de ações/leis para assegurar os direitos aos imigrantes, quanto a denúncia de oficinas clandestinas que se utilizam do trabalho escravo em suas atividades. Na mercado de trabalho brasileiro, um dos pontos a serem relacionados a burocracia é a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). A CLT é essencialmente da época Vargas (década de 1940). Isso faz com que esteja, de maneira geral, desatualizada para a atual situação de trabalho, visto que essa sofreu grandes alterações nos últimos 70 anos. Assim, percebe-se que, mesmo algo que deveria ajudar os trabalhadores, está contribuindo para aumentar a burocracia. Dessa maneira, está realizando o papel oposto ao qual tinha sido criada, que era de ajudar os trabalhadores. 4.08 Atuação A integração dos imigrantes na indústria têxtil se dá, essencialmente, pelo apoio dos membros do grupo étnico ou familiar. Não é surpresa, então, que diferentes grupos étnicos (i.e., imigrantes de diferentes nacionalidades) trabalhem, quando ilegais, em setores diferentes. O filme “Biutiful”, de Alejandro González Iñárritu, exemplifica o fato. No filme, cujo cenário é Barcelona, os imigrantes chineses são responsáveis pela confecção de bolsas e os haitianos pela venda. Além disso, existe o Código de Honra. Esse código consistiria na ideia de que o imigrante deveria saudar a dívida com quem o trouxe até o Brasil, porque este o teria ajudado. Este é, na verdade, um dos principais motivos pelo qual os bolivianos e os paraguaios se submetem a trabalhos degradantes e também um dos motivos pelos quais eles não se consideram escravos. Outro fator muito relevante é que em muitas ocasiões as condições de 9 vida no país de origem são ainda piores, então o imigrante se veria numa posição privilegiada em relação a seus pares. 4.09 Trabalho O imigrante recém-chegado, por desconhecer as regras e a dinâmica do mercado, costuma ser o mais explorado. As confecções pagam por peça, de forma que muitos imigrantes se submetam a longas jornadas de trabalho para aumentar sua renda. Segundo (SOUCHAUD, 2012), “Ele [valor pago por peça] não pode ser, nem muito alto, para que os imigrantes trabalhem longas jornadas para alcançar sua expectativa de rendimento salarial e diminuam proporcionalmente os custos fixos da oficina; nem muitobaixos, para evitar tensões e abandonos que comprometeriam a finalização da comanda”. Os imigrantes têm seu trabalho vigiado e sofrem constante pressão para que acelerem o ritmo de confecção. O trabalho, muitas vezes repetitivo, favorece o adoecimento dos costureiros. Há uma perversidade inerente ao setor, onde um trabalhador com 30 anos já é considerado velho para a função devido a problemas, muitas vezes, causados pelo próprio trabalho como visão deficiente e mãos trêmulas. As condições de trabalho seguem a mesma tendência, nos países periféricos da América Latina eles tendem a ser realizados em ambientes insalubres, sob baixa remuneração e longas jornadas. É importante salientar que as condições que os imigrantes desses países subdesenvolvidos encontram no Brasil, quando em trabalhos sem carteira assinada, não se assemelha a que os brasileiros estão sujeitos – é apenas “menos pior” ao que encontram em seus países de origem. O sonho de ascensão social em outro país por vezes gera decepção. A recente crise econômica e política que o Brasil vem enfrentando provocou a alteração dos polos de atração de imigrantes do Brasil para outros países como o Chile – atualmente com condições mais favoráveis. 4.10 Imaginação Sociológica Para conseguir entender como o brasileiro lida com a escravidão atualmente, é necessário fazer uma análise sociológica, mais especificamente, uma análise da imaginação sociológica do Brasil. Para isso, serão necessários cinco conceitos chaves, que proporcionarão um entendimento mais crítico da sociedade brasileira. São eles: Homem Cordial: conceito descrito por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil. Ele explica parcialmente o brasileiro, como ele age, como é seu caráter. Mostra como o brasileiro “mistura” o meio público do privado. O brasileiro não consegue entender que a vida no Estado deve ser impessoal. Malandragem: conceito muito recorrente em diversos livros, um dos primeiros a apresenta-lo foi Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Explica parcialmente o brasileiro, como ele age, como é seu caráter. Mostra que o brasileiro sempre encontra formas de contornar a lei. Jeitinho Brasileiro: é a combinação, a síntese do homem cordial com a malandragem. O brasileiro sempre tem um jeito para tudo. Modernização Conservadora: o Brasil é um país que economicamente se moderniza, cresce, mas são as mesmas pessoas que estão no poder desde 1500 e o país segue esta lógica. Ou seja, é um país que muda as conjunturas e mantém as estruturas. 10 Escravidão no Brasil: era sistêmico, algo natural na sociedade brasileira do início do século XIX. Grande parte da população branca tinha ao menos um escravo e toda economia girava entorno de seu trabalho. No final do século XIX, quase todos os países já haviam proibido a escravidão e no Brasil ainda era legalizado. Dom Pedro II sinalizava mudanças, mas a elite agrária não estava satisfeita. Por outro lado, a luta pelo fim da escravidão tinha apoio dos produtores de café (paulistas e cariocas). Em 1888, Princesa Isabel assinou a lei áurea e proibiu a escravidão no país. Os Grandes fazendeiros receberam recompensas por suas perdas, mas os ex-escravos foram esquecidos, foram postos à margem da sociedade. Além disso, existia uma “necessidade” de embranquecimento da população, por isso, houve um intenso processo de imigração. Na sociedade brasileira, tanto os negros, quanto a escravidão foram esquecidos. Por muito tempo, estes homens não tiveram a chance de expressar a sua opinião, assim como o assunto “escravos” foi ignorado. É possível observar que o Brasil não é um país com mudanças em sua estrutura, isto é, a conjuntura muda, mas a sociedade segue sendo a mesma, como exemplo, o método de se produzir riqueza segue modificando (pau-brasil, cana de açúcar, ouro...), mas a elite é a mesma. Outro exemplo é encontrado na obra de José de Alencar, Til, em que no final do romance, a família doa suas terras para Berta e vai para a cidade (Campinas), pois é o novo polo econômico, onde se produz riqueza. Além disso, o brasileiro tem um jeito malandro, que sempre busca meios para contornar a lei, sempre busca jeitos para “se dar bem”. Estas ideias mostram como a sociedade brasileira tratou os negros ao terem se tornado livres e mostra como os brasileiros agem. A partir disto, é possível desprender algumas ideias relacionadas ao trabalho análogo à escravidão na indústria têxtil atualmente. O brasileiro do século XXI vai dizer que escravidão é errada, mas ao mesmo tempo prefere “fechar os olhos” para a situação de trabalho vivida por milhares de bolivianos, paraguaios. Isto é, quando surge um escândalo, como o da Zara, fala-se mal do estabelecimento, mas na hora de fazer compras, não se verifica quais lojas utilizam mão de obra legalizada. Além disso, os negros estão ganhando força na sociedade e, estrangeiros de países pobres que se subordinam a trabalhos análogos à escravidão são postos à margem da sociedade. Ou seja, o brasileiro age com descaso a esta forma de trabalho, a não ser que haja algum escândalo. A escravidão e a forma como os negros foram tratados nunca foi bem discutida no Brasil, é um assunto ainda em seus momentos preliminares. 4.11 Decisão de Compra A discussão sobre o comportamento do consumidor, mais especificamente, sobre os processos que são levados em conta ao decidir comprar uma roupa, de determinada marca (imagem e o seu engajamento com as causas sociais), qualidade de tecido e seu local de compra, será o foco deste trabalho a seguir. Primeiramente, é importante definir o que é o comportamento de compra do consumidor, em termos gerais são: os pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e as influências sobre eles que determinam mudanças, no processo de compra. E os passos 11 destes processos são: reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação de alternativas e compra. O que será que o consumidor mais leva em conta, quando realiza uma compra? Será que esse mesmo consumidor conhece plataformas nas quais pode pesquisar sobre a possível origem daquela roupa que está interessado? Os principais motivos que levam o consumidor a não ser socialmente responsável são os seus interesses pessoais manifestados na compra baseada apenas nos critérios tradicionais de preço, qualidade, etc. Outro motivo importante é que muitas vezes o consumidor não tem informações sobre a responsabilidade social das empresas que ele compra seus produtos. A professora Silvia Cristina Gomes, reforça a ideia, com base em sua pesquisa sobre o comportamento dos consumidores, de que por mais que o consumidor fique atento a responsabilidade social das marcas de roupa e sente a importância de um maior engajamento sobre essa causa social, ele dá mais importância, na hora da compra, a outros elementos, como o preço do produto; eis o depoimento “ Eles contam que, muitas vezes , pensam no trabalho degradante na produção de roupas que usam, o que, porém, não faz diferença na hora de comprar. Nunca me lembro disso nem deixei de comprar por essa razão. Compro conforme a promoção, o preço, o produto. Só depois vou pensar no trabalho escravo” Segundo Leonardo Sakamoto, coordenador da organização Repórter Brasil “Em geral, o consumidor se preocupa com qualidade e preço”. Sakamoto que é coordenador do aplicativo Moda Livre que avalia os principais grupos varejistas de moda em atividade no país quanto às políticas de monitoramento e transparência, evidencia ao consumidor de uma forma bem acessível, através de celulares smartphone, o engajamento e os compromissos assumidos pelas grandes empresas paracombater/evitar o trabalho escravo em sua cadeia de fornecimento. Nas palavras de seus criadores, “ ajuda o consumidor a conhecer a conduta de algumas lojas preferidas e fazer com que este faça escolhas mais sensatas e conscientes tornando-se assim um consumidor socialmente responsável”. Nesse sentido de criar uma plataforma mais acessível e transparente que possa auxiliar o processo de compra e responsabilidade do consumidor quanto o envolvimento das diferentes empresas, dos mais diferentes ramos de atuação, foi compilado pelo Ministério Público do Trabalho e pela Previdência Social, a pedido da Repórter Brasil e do Instituto do Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) uma nova edição da “Lista de Transparência ”, que traz o nome de mais de 340 empresas flagradas pelo envolvimento com o trabalho escravo. Segundo Mohr e Webb (2001), o baixo nível de conhecimento e dificuldade de obtenção de informações sobre o histórico de responsabilidade social das empresas é uma das principais razões da falta de comprometimento de compra socialmente responsável. Boulstridge e Carrigan (2000) afirmaram que os consumidores compram por razões mais pessoais do que sociais: “The most important purchasing criteria were price, value, quality and brand familiarity; consumers bought for personal reasons rather than societal ones.” 4.12 Pesquisa De acordo com a pesquisa realizada encabeçada por Martina Carneiro: “51% dos participantes tem conhecimento sobre o flagrante na Zara. Dentre as 4 empresas que também tiveram envolvimento com a Zara foi a marca mais apontada pelos 12 consumidores, o que pode estar relacionado à atenção que mídia deu ao ocorrido. A quantidade de vezes que cada uma das 8 marcas da lista contida no Teste foram citadas está representada no gráfico a seguir, onde as 4 barras escuras são referentes à marcas que estiveram envolvidas em denúncias sobre utilização de mão de obra escrava no Brasil” O gráfico mostra que as 4 empresas contidas na lista que não foram denunciadas pela utilização de trabalho escravo no Brasil (Dudalina, Siberian, Richards e Renner) foram indicadas erroneamente por pelo menos um dos participantes. O resultado obtido por Martina é bastante sugestivo no sentido de apontar que por mais que o consumidor não saiba ao certo quais marcas verdadeiramente estão envolvidas ou denunciadas pelo uso trabalho escravo, vide as marcas Dudalina, Siberian, Richards e Renner, ele detêm o conhecimento, em sua grande maioria, que esse problema nas redes de fornecedores dos grandes varejistas exista. Embora, “No teste aplicado, 44% dos participantes não tinham conhecimento sobre o envolvimento de nenhuma das 4 empresas listadas com o trabalho escravo” (Martina Carneiro), evidências como essa justificam ainda mais iniciativas como a de Sakamoto e a do Ministério Público do Trabalho. “Os participantes que indicaram ter conhecimento sobre a denúncia da utilização do trabalho escravo pela Zara representaram 51% da amostra, dos quais 55% responderam que comprariam o produto. Apenas 26% afirmaram não comprar o produto e 19% das respostas foram categorizadas como ambíguas. Do total de 71 participantes que responderam ao teste, 13% afirmaram ter conhecimento sobre o 13 envolvimento da C&A com trabalho escravo, dos quais 56% comprariam o produto, 22% não comprariam e os demais 22% responderam de forma ambígua” (Martina Carneiro). Este ponto é revelador no sentido de que um grande número daqueles que conhecem o envolvimento da varejista Zara com o trabalho análogo à escravidão, assim como de outras empresas, comprariam mesmo assim o produto da marca. Esse resultado reforça aquilo dito por Sakamoto quanto a real importância que uma larga escala dos consumidores dá a essa prática: eles conhecem o problema, mas realmente dão mais importância ao preço e a qualidade do produto. A conclusão estatística da pesquisa demonstra que a porcentagem de compras que o consumidor realiza quando não sabe do envolvimento da marca com o trabalho análogo À escravidão é substancialmente maior do que quando sabem (de uma escala de 70% dos consumidores que comprariam a uma de 46%). Entretanto, a porcentagem daqueles consumidores que realizam a compra da vestimenta mesmo sabendo do envolvimento da marca é ainda grande, representando 46% do total. Esse número corrobora com aquilo que Carrigan e Attalla afirmaram “o comportamento antiético de uma empresa não leva necessariamente o consumidor a boicotar a empresa e seus produtos. ” No teste aplicado, 44% dos participantes não tinham conhecimento sobre o envolvimento de nenhuma das 4 empresas listadas com o trabalho escravo. 4.13 Conclusão de marketing Falando de trabalho escravo como critério de compra, o interesse pelo consumo ético de moda tem crescido em parte como resposta à publicidade negativa recebida por marcas internacionais que foram criticadas após serem acusadas de produzir parte de suas mercadorias de forma ilegal (usando trabalho análogo à escravidão). Mesmo assim, é difícil mensurar qual é o impacto dessa publicidade em relação às vendas de tais marcas. Muitos experimentos e estudos tentam medir este impacto, no próximo parágrafo serão citados alguns deles. Hainmueller e Hiscox observaram que produtos contendo o selo de “produção justa” são cada vez mais comuns nas lojas dos E.U.A. e da Europa, percebendo isso, realizaram um experimento para identificar o quão importante eram esses selos e a conclusão foi de que há um segmento de consumidores que querem apoiar práticas de trabalho justas, através do seu dinheiro, mesmo num ambiente onde os clientes estão focados em preços e produtos. Em outro experimento, sobre o mesmo tema, de Rudell, foi tido como conclusão que as etiquetas anti- 14 trabalho escravo podem ser necessárias, mas não são suficientes para o efeito desejado, pois outros atributos como preço e estilo, devem ser satisfeitos para que o produto etiquetado dessa forma seja adquirido. Isso quer dizer que a etiqueta anti-trabalho por si só não leva a compra do produto. Outro ponto interessante em relação a este tema é o de Dalberto Adulis, consultor de conteúdos do Instituto Akatu, que destaca “consumidores de menor renda, que mais se identificam com os trabalhadores, são os que acabam se beneficiando com a oferta de produtos mais baratos em função da exploração da mão de obra. A questão é como assegurar preço para produto com atributo de sustentabilidade social e trabalhista que o mantenha competitivo em relação aos outros no mercado”. Com isso, pode-se concluir que, apesar de não ser possível criar uma regra universal sobre como a responsabilidade social afeta o critério de compra, afinal as pessoas são muito diferentes, foi possível (através de pesquisas, estudos, entrevistas, entre outros) inferir muitas informações e conteúdos relevantes sobre esse tema fazendo com que esta questão da responsabilidade social fosse um pouco mais elucidada. 4.14 Considerações finais Também se percebe que a sociedade brasileira, pela sua história de formação, não vê como grande problema essa estrutura de trabalho. Isso decorre do fato de que o trabalho em situações degradantes sempre fez parte da sociedade brasileira, fazendo com que não haja estranhamento da continuidade de sua existência. Ademais, isso também persiste em razão da manutenção de uma situação conservadora da sociedade, em que pode-se dizer que não houve uma mudança das relações de poder na sociedade brasileira desde a chegada dos portugueses. Dessa forma, nota-se que a maneira como foi moldada a sociedade brasileira contribuiupara a existência de trabalho em situações análogas à escravidão. 5.00 Solução Em entrevista com o Dr. Luiz Fabre, foram apresentadas duas soluções que vem sendo discutidas pelo Ministério Público do Trabalho: o “Poupatempo”, focado no atendimento a imigrantes, e a criação de um polo têxtil. O interessante dessas soluções é que são pautadas em políticas públicas, ao invés de tentar resolver a questão com a criação de leis que aumentam a máquina burocrática e as ineficiências associadas a ela. Como foi mencionado pelo Dr. Luiz Fabre, políticas públicas, quando bem desenvolvidas, são mais eficientes que a criação de novas leis. O “Poupatempo” – formalmente chamado de Centro de Integração da Cidadania do Imigrante (CIC do Imigrante) – localizado na Barra Funda, foi construído como uma parceria entre a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (SJDC) e o Ministério Público do Trabalho. A ideia do projeto é que os imigrantes possam emitir documentos como Cédula de Identidade do Estrangeiro e carteira de trabalho em um local próprio, de forma a regularizar sua situação no Brasil. Como a maioria dos imigrantes desembarca em São Paulo pela estação da Barra Funda, o local escolhido facilitaria ainda mais o acesso. A construção do CIC do Imigrante foi viabilizada por acordos que o MPT firmou com empresas acusadas de utilizar trabalho análogo a escravidão, como a Restoque, dona da Le Lis Blanc, e a Inditex, dona da Zara, que doou R$ 6 milhões ao projeto. 15 A segunda proposta, ainda em desenvolvimento, seria a criação de um polo têxtil onde os imigrantes pudessem confeccionar as peças. A cadeia têxtil de São Paulo é muito complexa, mas pode ser simplificada em três atores principais: grife, confecção e oficina. As grifes seriam as varejistas, com contato direto com o consumidor. A confecção é um setor dominado principalmente por imigrantes sul-coreanos e é o elo que produz as peças piloto. Com a peça piloto em mãos, cabe a oficina produzir as roupas. Abaixo está um esquema com estimativas de preços médios recebidos por peça em cada elo da cadeia. Como pode ser observado, as margens vão diminuindo drasticamente de elo para elo, de forma que as oficinas – onde a presença de trabalho análogo a escravidão é notável – ficam apenas com uma ínfima fração do preço de venda praticado pelas grifes. Assim como atacadistas conseguem vender mais barato mantendo a margem porque eliminam intermediários, a mesma lógica poderia ser aplicada com relação a cadeia têxtil. Isso mostra o potencial dessas oficinas em produzir grande quantidade de roupas a preços muito baixos, o que representaria um grande diferencial produtivo em relação a outros países. O polo têxtil seria localizado em alguma cidade periférica, com preço do metro quadrado baixo. Poderia funcionar tanto como cooperativa quanto a ser administrada por alguma das grifes. Como a confecção seria eliminada, os imigrantes latino-americanos receberiam mais por peça produzida, de forma que seria economicamente viável eliminar os resquícios de trabalho análogo a escravidão, como as longas jornadas, baixa remuneração e a necessidade de os trabalhadores dormirem no ambiente de produção para diminuir os custos com habitação. As cidades onde esses polos fossem construídos se beneficiariam economicamente também, do ponto de vista fiscal, com aumento da arrecadação tributária, e com a própria externalidade positiva que um giro econômico causa. Os polos movimentariam dinheiro, gerando novos empregos para as populações locais de forma a também melhorar a situação social dos brasileiros que residem nesses locais. Grife R$120,00 Confecção R$40,00 Oficina R$4,50 Figura 1 - Preço médio recebido por elo da cadeia têxtil de São Paulo 16 6.0 Anexos Pontos Importantes para cada matéria: Marketing: 1. Página 3 - 2.0 - Problemática. 2. Página 5 - 3.0 - Ministério Público do Trabalho. 3. Página 10 - 4.11 - Decisão de Compra. 4. Página 12 - 4.12 - Pesquisa. 5. Página 13 - 4.13 - Conclusão de Marketing. 6. Página 14 - 4.14 - Considerações Finais. 7. Página 14 - 5.0 - Solução. Fundamentos de Administração: 1. Página 3 - 1.0 – Introdução. 2. Página 3 - 2.0 – Problemática. 3. Página 6 - 4.01 – Visão Sistêmica. 4. Página 6 - 4.02 – Atratividade. 5. Página 7 - 4.03 – Viagem. 6. Página 7 - 4.05 – Números. 7. Página 8 - 4.07 – Burocracia. 8. Página 9 - 4.09 – Trabalho. 9. Página 14 - 4.14 – Considerações Finais. 10. Página 14 - 5.0 – Solução Psicologia: 1. Página 6 - 4.02 – Atratividade. 2. Página 7 - 4.03 – Viagem. 3. Página 7 - 4.06 – Grupos Étnicos. 4. Página 8 - 4.08 – Atuação. 5. Página 9 - 4.09 – Trabalho. 6. Página 10 - 4.11 – Decisão de Compra. Ciências sociais: 1. Página 3 – 1.0 – Introdução. 2. Página 3 – 2.0 – Problemática. 3. Página 6 – 4.02 – Atratividade. 4. Página 7 – 4.04 – Estatuto do Estrangeiro. 5. Página 7 – 4.06 – Grupos Étnicos. 6. Página 9 – 4.10 – Imaginação Sociológica. 7. Página 14 – 4.14 – Considerações finais. 8. Página 14 – 5.0 – Solução. 17 7.0 Bibliografia HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 4ª ed.revista pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras, 1963. Alencar, José de. Til. Romance Brasileiro. 4 vols. Rio de Janeiro, B.L. Garnier, 1872. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um Sargento de Milícias. 4ª ed. São Paulo, 2004. NARLOCH, Leandro, “Parem de dizer que somo escravos”, pede líder dos bolivianos em São Paulo. Veja on-line, São Paulo, 19 jun. 2015. 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Sistema Nacional de Empregos não funciona e refugiados ficam sujeitos a aliciadores. Disponível em: http: <//imigrantes.webflow.io/>
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