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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE ALIMENTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA EQA 5531 – LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANFERÊNCIA E OPERAÇÕES UNITÁRIAS I RELATÓRIO 8: Ensaios de Sedimentação CAROLINE SANCHES HYANN WALDSCHMIDT JAMILLE BAZZO SCURUPA LUCAS JOSHUA PIRES MARIA CAROLINA GONSALES NATÁLIA ANDREONI SEGALIN RICARDO HENRIQUE DE PAULA FLORIANÓPOLIS, 2016 Resumo Muitas das separações sólido-líquido incluem operações unitárias de extrema importância nas indústrias em geral, sendo a sedimentação uma delas. É um processo de separação que consiste na tendência de partículas em suspensão separarem-se do fluido no qual estão imersas pela ação de forças externas que atuam sobre elas, como por exemplo, a gravidade ou eletromagnetismo. Este processo pode ser utilizado para partículas de vários tamanhos, desde uma mistura com rochas e areia em água à uma suspensão celular de pequenas moléculas, como proteínas e peptídeos. No intuito de avaliar os fenômenos envolvidos nesse processo de separação e dimensionar um sedimentador contínuo, foi realizado um experimento de bancada. Nesse experimento, foram observados três ensaios utilizando uma suspensão de carbonato de cálcio (CaCO3) em água destilada para três situações diferentes: sedimentação sem floculante, sedimentação com adição de sulfato de alumínio (eletrólito) e sedimentação forçada com adição de cola diluída (polímero). A partir dos dados experimentais, foram plotadas três curvas do nível de sedimentação do material suspenso para determinados intervalos de tempo. Simbologia A Área da proveta (cm²) C Concentração no decantador (g/cm³) CA Concentração de alimentação (g/cm³) CC Concentração crítica CE Concentração do líquido espessado (g/cm³) Co Concentração inicial da suspensão (g/cm³) D Diâmetro da proveta (cm) i Constante obtida a partir da inclinação da reta (min-1) QA Vazão de alimentação do decantador (g/min) QC Vazão de líquido clarificado que sai do decantador (g/min) QE Vazão de líquido espessado que sai do decantador (g/min) R² Coeficiente de correlação de Pearson S Área do decantador (m²) t Tempo (min) tc Tempo crítico (min) u Velocidade de sedimentação (cm/min) uc Velocidade crítica de sedimentação (cm/min) Z Altura da interface sedimentada na proveta (cm) Zc Altura crítica de sedimentação (cm) Zi Altura onde corta o eixo Z em t = 0 (cm) Zic Altura crítica onde corta o eixo Z em t = 0 (cm) Zo Altura inicial de sedimentação (cm) Zf Altura final de sedimentação (cm) ϴ Tempo (min) 1 Proveta 1 – referente a não-adição de floculantes 2 Proveta 2 – referente à adição de sulfato de alumínio 3 Proveta 3 – referente à adição de cola branca Lista de Tabelas Tabela 01: Resultados experimentais das alturas de sedimentação em função do tempo. 16 Tabela 02: Valores calculados de Velocidade de sedimentação e Concentração mássica da suspensão. 19 Tabela 03: Valores utilizados para o método de Kynch, calculados para cada ponto no tempo. 21 Tabela 04: Valores de tempo crítico, altura crítica, altura crítica onde corta o eixo Z, velocidade crítica e concentração crítica da suspensão, além das Áreas calculadas pelo método de Roberts e de Kynch. 22 Lista de Figuras Figura 01: Sedimentador circular convencional em operação 8 Figura 02: Interface de sedimentação variando com o tempo. 9 Figura 03: Esquema ilustrativo de um decantador cônico de base larga. 10 Figura 04: Variação da altura (Z) com o tempo (ϴ) e esboço da curva de sedimentação 11 Figura 05: Provetas utilizadas no ensaio de sedimentação. 13 Figura 06: Gráfica das alturas das interfaces versus tempo, para os ensaios das provetas 1, 2 e 3. 15 Figura 07: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z1. 17 Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. 17 Figura 08: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z2. 17 Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. 17 Figura 09: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z3. 18 Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. 18 Figura 10: Velocidade de sedimentação (u) vs. Concentração (C ), para as provetas 1, 2 e 3. 20 Figura 11: Gráfico do logaritmo da diferença de altura pelo tempo para as três provetas. 20 Introdução As misturas multifásicas podem ser separadas em duas ou mais frações por várias operações, como filtração, centrifugação ou por sedimentação. Neste último processo citado, a mistura de fases deve ser heterogênea, isto é, as fases devem ser fisicamente diferentes uma das outras, mesmo que possam estar finamente divididas e intimamente misturadas. A sedimentação é uma operação unitária que consiste na separação de sólidos de um fluido através da ação da gravidade. É a remoção por deposição gravitacional de partículas sólidas do líquido em que estão suspensas. Num sistema fechado, a sedimentação gravitacional se trata em deixar a suspensão em repouso até que se formem zonas visivelmente distinguíveis nas suas propriedades físicas. Esse processo pode ser desenvolvido até que haja uma zona imóvel densa ao fundo do sedimentador e uma zona leve sobrenadante. A sedimentação pode ser dividida em duas operações funcionais: de espessamento e de clarificação. O fim principal da primeira operação é aumentar a concentração de uma quantidade relativamente grande de sólidos suspensos numa corrente de alimentação (sedimentação retardada), enquanto a clarificação visa remover uma quantidade relativamente pequena de partículas finas suspensas e produzir um efluente claro (sedimentação livre). Estas funções, porém, distinguem-se apenas nos resultados desejados do processo. Se o sedimentador for capaz de remover praticamente toda a fase sólida da suspensão, ele é chamado de clarificador. Caso ele separe a concentração de sólidos em duas fases de suspensão, chamamos de classificador. Os principais fatores que controlam a velocidade de sedimentação são as densidades do sólido e do líquido, o diâmetro e a forma das partículas e a viscosidade do meio. A viscosidade é alterada pela temperatura, de modo que é possível aumentar ou diminuir a velocidade de sedimentação variando-se a temperatura. No caso de sistemas coloidais, em que forças eletrostáticas e o Movimento Browniano dificultam a ação da gravidade, é utilizado em larga escala o artifício da floculação. A floculação consiste na aglomeração das partículas através de forças de Van Der Waals dando origem a flocos de maior tamanho. Uma leve agitação favorece a ocorrência de choques sem provocar a desagregação dos flocos já formados. Quando na sedimentação faz-se o uso de floculantes, a mesma é chamada de sedimentação forçada (oposto da natural). Para melhorar a estabilidade dos flocos utilizam-se os chamados agentes floculantes, que podem ser de quatro tipos: 1. Eletrólitos: neutralizam a dupla camada elétrica existente nas partículas sólidas em suspensão eliminando, deste modo, as forças eletrostáticas que favorecem a dispersão. O poder aglomerante do eletrólito é tanto maior quanto maior for a valência dos íons. 2. Coagulantes: formam flocos gelatinosos que arrastam as partículas menores durante seu percurso pelo sedimentador. 3. Agentes tensoativos e materiais como amido, gelatina e cola: arrastam consigo os finos de difícil sedimentação. 4. Polieletrólitos: são polímeros de cadeias longas com grande número de pontos ativos nos quais as partículas sólidas se fixam. As cadeias ligadas aos sólidos se reúnem formando flocos. Para o dimensionamento de sedimentadores industriais é necessário que haja conhecimento do comportamento da suspensão, que pode ser analisado em escala laboratorial. Em sedimentadores de laboratório, observa-se que a formação de zonas é bastante heterogênea, com distintas fases presentes ao longo da sedimentação. Figura 01: Sedimentador circular convencional em operação FONTE: Tese 1 [5] Se as partículas forem muito pequenas, existe o Movimento Browniano que é um movimento aleatório gerado pelas colisões entre as moléculas do fluido e as partículas. Nesse caso, a teoria convencional do movimento de uma partícula em um fluido não deve ser usada e recorre-se a equações empíricas. Figura 02: Interface de sedimentação variando com o tempo. FONTE: Geankopolis, 4th A figura da esquerda representa a suspensão no seu estado inicial. A figura da extrema direita representa as duas fases finais, uma zona clara e uma zona espessa. O desenho central nos mostra que os estados intermediários envolvem a heterogeneidade de algumas zonas. A é a zona clarificada, que é praticamente isenta de partículas sólidas, a zona B possui a mesma densidade que a suspensão inicial, C é a zona de transição, em que há uma densidade intermediária entre B e D. A zona D é a mais espessa do meio e é chamada de zona de compressão. No momento em que a zona B transfere todo o seu conteúdo sólido para a zona de compressão, há o desaparecimento da zona de transição. Esse é o chamado ponto crítico. A partir desse ponto, ocorre apenas a compressão da fase D (a diminuição da sua altura relativa), em direção ao fundo da coluna. Algumas hipóteses para dimensionamento de sedimentadores foram formuladas por Coe e Clevenger, Kynch, Roberts e Talmadge e Fitch, porém neste relatório somente serão abordados os métodos de Kynch e o de Roberts. Embora os métodos sejam diferentes eles possuem algumas hipóteses em comum. A princípio, o sedimentador contínuo a ser projetado deve possuir todas as condições para a decantação de todas as partículas. Para o dimensionamento considera-se que a velocidade de decantação dos sólidos em cada zona é apenas função da concentração local. Além disso admite-se que as características do sólido obtido durante os ensaios de sedimentação em proveta não se alteram na ampliação de escala. Figura 03: Esquema ilustrativo de um decantador cônico de base larga. FONTE: "Sedimentação" Anderson dos Santos Formiga. Online em http://pt.slideshare.net/andersonformiga3/sedimentao acessado em14/06/2016 Para o sedimentador contínuo exposto na figura 2, pode definir-se: E como : E o maior valor de S será a área mínima do sedimentador. No método de Kinch para o dimensionamento de sedimentadores, é necessário apenas um ensaio para que a curva de decantação seja fornecida. Os parâmetros e podem ser retirados diretamente da curva. Traçando tangentes em diversos pontos da curva, determinam-se os valores de e . Figura 04: Variação da altura (Z) com o tempo (ϴ) e esboço da curva de sedimentação FONTE: Tese 2 [6] Tanto C como u podem ser retirados diretamente da curva. Traçam-se tangentes em diversos pontos da curva e determinam-se os valores de θ, Z e Zi. Abaixo estão as equações para o cálculo da velocidade (u) e da concentração (C ): Com a construção gráfica, determinam-se os diversos pares de valores da concentração e da velocidade de decantação, com os quais são calculados os valores correspondentes da seção transversal. Onde QA, CA e CE são parâmetros do projeto do sedimentador, que representam a vazão de operação e as concentrações de entrada de suspensão e de saída de espessado respectivamente. Para cada par de C e u, teremos um valor de área calculável. A área do sedimentador contínuo deve ser igual ou maior do que a área calculada para qualquer um desses pares. Isso significa avaliar o par C e u que maximiza o valor de S para obter a área mínima necessária para o sedimentador. Outro método que será empregado neste relatório é o método de Roberts. O cálculo da área se faz a partir da localização do ponto crítico. Para isso, trata-se a curva Z por t com Z em escala logarítmica. A observação do gráfico nessa escala permite a percepção de uma descontinuidade da derivada da curva, exatamente onde se encontra o ponto crítico. FONTE: [3] Definindo-se: O dimensionamento da área mínima do sedimentador dá-se da mesma maneira que o método de Kynch. Materiais e Métodos 2.1. Equipamento e Materiais Três provetas de 500 ml; Suspensão de carbonato de cálcio a 50 g/l; Solução líquida de sulfato de alumínio (50%); Cola branca Acrilex; Régua; Cronômetro do celular; Água; Balança analítica; Papel indicador de pH; Pipeta; Béqueres; Figura 05: Provetas utilizadas no ensaio de sedimentação. 2.2. Procedimento Experimental Inicialmente foram pesados 25 gramas de carbonato de cálcio (CaCO3) em três provetas de 500 ml, enumerando-as em proveta 1, proveta 2 e proveta 3. Em seguida, as provetas foram totalmente preenchidas com água e agitadas de forma manual a fim de homogeneizar a suspensão, que foram deixadas em repouso durante 5 minutos. Após, mediu-se o pH e como esse resultou em 6,5, ou seja próximo ao pH neutro, não foi necessária a correção. O objetivo de manter o pH neutro é manter as partículas sem cargas repulsivas, evitando aglomerações indesejadas. A próxima etapa consistiu na adição de floculante: na proveta 1 nada foi adicionado; na proveta 2 adicionou-se 1 ml de solução de sulfato de alumínio 50% com o auxílio de uma pipeta e na proveta 3 foi acrescentado 1 ml de cola branca da marca Acrilex. Para conseguir uma boa dissolução, colocou-se 1 grama de cola branca pesada na balança analítica em um béquer, uma vez que a densidade da cola foi pesquisada e variava entre 0,98 e 1, 05 g/l e dissolveu-se em água de forma a evitar que a amostra permanecesse viscosa e nem todo o conteúdo fosse depositado na proveta 3. Todas as suspensões foram homogeneizadas ao mesmo tempo, de forma manual, mas com cuidado para evitar a formação de vórtices e deixadas em repouso por um curto período de tempo, justamente para que as leituras pudessem ser realizadas ao mesmo tempo e assim compará-las, de forma a manter um padrão. Então, as alturas do limite inferior da zona A foram anotadas com o tempo. Durante 15 minutos, foram feitas leituras de 1 em 1 minuto para cada proveta, após esse intervalo de 2 em 2 minutos por mais meia hora e em seguida de 5 em 5 minutos por mais 45 minutos. Por último, após cerca de 5 horas registrou-se a altura final do procedimento. Resultados e Discussão Os resultados obtidos para o ensaio de sedimentação para as três provetas, sendo a proveta 1 sem adição de floculante; a proveta 2 com sulfato de alumínio 50% e a proveta 3 com a adição de cola, são apresentados na tabela 1. Estes valores foram calculados a partir do volume marcado nas provetas, dividindo-o pela área do cilindro, o qual foi medido com o auxílio de uma régua. A partir dos dados de altura (Z1, Z2 e Z3) foi possível a construção do gráfico da figura 03: Figura 06: Gráfica das alturas das interfaces versus tempo, para os ensaios das provetas 1, 2 e 3. Ao observar o gráfico, percebe-se a influência dos agentes floculantes no ensaio de sedimentação, principalmente nos primeiros minutos do processo. Para um tempo de 20 minutos, por exemplo, a maior distância (altura) percorrida foi dada pela suspensão sem floculante, seguida pela com adição de cola e por último a amostra com adição de sulfato de alumínio, a qual apresentou menor distância percorrida. Todavia, após cerca de 40 minutos, é possível constatar um comportamento semelhante entre os ensaios. Sendo a velocidade de decantação , percebe-se que as curvas assumem o mesmo padrão, aproximadamente a mesma curvatura, de forma que as velocidades de sedimentação permanecem próximas. Mesmo assim, a amostra sem floculante apresenta a menor altura, o que corresponde à maior quantidade decantada, sendo a mais eficiente no espessamento da suspensão deste experimento. Tabela 01: Resultados experimentais das alturas de sedimentação em função do tempo. t (min) Z1 (cm) Z2 (cm) Z3 (cm) 0 31.43801 31.43801 31.43801 1 30.49487 30.80925 30.80925 2 29.23735 30.18049 30.18049 3 28.60859 29.55173 29.23735 4 27.97983 29.23735 28.60859 5 27.03669 28.92297 27.97983 6 26.40793 28.60859 27.03669 7 25.46479 27.97983 26.09355 8 24.83603 27.66545 25.46479 9 23.89289 27.35107 24.83603 10 22.94975 26.72231 23.89289 11 22.32099 26.40793 22.94975 12 21.37785 25.77917 22.32099 13 20.74909 25.46479 21.69223 14 19.80595 25.15041 21.06347 15 19.17719 24.83603 20.43471 17 17.60529 23.89289 18.86281 19 16.66215 22.94975 17.91967 21 15.40463 22.32099 17.29091 23 14.14711 21.69223 16.66215 25 13.51835 21.06347 16.03339 27 12.57521 20.12033 15.71901 29 12.26083 19.49157 15.09025 31 11.63206 18.86281 14.77587 33 11.31768 18.54843 14.14711 35 10.68892 17.91967 13.83273 37 10.37454 17.29091 13.51835 39 10.06016 16.97653 12.88959 41 10.06016 16.34777 12.57521 43 9.745784 16.03339 12.26083 45 9.431404 15.71901 11.94645 50 8.802644 15.09025 11.0033 55 8.173883 14.14711 10.06016 60 7.922379 13.51835 9.431404 65 7.230743 13.20397 8.802644 70 6.916363 12.57521 8.173883 75 6.601983 11.94645 7.859503 80 6.601983 11.63206 7.859503 85 6.601983 11.63206 7.545123 90 6.287603 11.0033 7.545123 420 4.401322 5.030082 4.715702 Após cerca de 7 horas, a decantação estabilizou-se e as alturas finais (Zf) obtidas para esse tempo foram de aproximadamente: 4,4 cm para a proveta 1; 5,03 cm para a proveta 2 e 4,7 cm para a proveta 3. Antes de se calcular a velocidade de sedimentação, modelos polinomiais de terceiro grau foram propostos para suavizar a curva de altura vs. tempo das três provetas, visto que a mesma variava em degraus, tornando a função não contínua. Os valores para os coeficientes foram encontrados utilizando-se o Solver do Excel, e são os seguintes: Z1 (t) = -7.85*10-5*t³ + 0.01547*t² - 1.04535*t + 31.71682 Z2 (t) = -1.49*10-5*t³ - 0.53125*t² + 0.00474*t + 31.46690 Z3 (t) = -6.94*10-5*t³ + 0.01323*t² - 0.90936*t + 31.78104 Os ajustes foram encontrados tendendo-se o valor da soma dos erros ao quadrado a zero, obtendo-se a melhor curva e seus devidos coeficientes. Os gráficos a seguir mostram a eficiência do ajuste: Figura 07: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z1. Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. Figura 08: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z2. Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. Figura 09: Ajuste polinomial cúbico para a curva de Z3. Linha escura: modelo, Losango cinza: pontos experimentais. A velocidade de sedimentação é obtida através da equação abaixo, sendo Zi a media de altura do limite inferior de clarificado em um dado instante, Zi+1 a medida imediatamente posterior e t o intervalo de tempo de uma medida até a outra. As constantes “i” foram determinadas a partir da inclinação das retas de cada proveta, conforme a equação abaixo, esta linearizada pelo próprio Excel, com valores de R² de aproximadamente 0,98 para as três linearizações: i 1 = -0,0360 min-1 i 2 = -0,0237 min-1 i 3 = -0,0371 min-1 A tabela a seguir mostra os valores de velocidade de sedimentação encontrados, assim como os de concentração, plotados no gráfico da figura 10. A concentração é obtida através da equação abaixo, sendo Co igual a 50 g/L, Zo a altura inicial da suspensão e Z a altura em determinado instante. Tabela 02: Valores calculados de Velocidade de sedimentação e Concentração mássica da suspensão. t (min) u1 (cm/min) u2 (cm/min) u3 (cm/min) C1 (g/cm³) C2 (g/cm³) C3 (g/cm³) 0 - - - 0.050 0.050 0.050 1 1.030 0.527 0.896 0.052 0.051 0.051 2 0.999 0.517 0.870 0.054 0.052 0.052 3 0.969 0.508 0.845 0.055 0.053 0.054 4 0.940 0.499 0.819 0.056 0.054 0.055 5 0.911 0.489 0.795 0.058 0.054 0.056 6 0.882 0.480 0.770 0.060 0.055 0.058 7 0.854 0.471 0.746 0.062 0.056 0.060 8 0.827 0.463 0.723 0.063 0.057 0.062 9 0.799 0.454 0.700 0.066 0.057 0.063 10 0.773 0.445 0.677 0.068 0.059 0.066 11 0.746 0.437 0.654 0.070 0.060 0.068 12 0.721 0.428 0.633 0.074 0.061 0.070 13 0.695 0.420 0.611 0.076 0.062 0.072 14 0.671 0.411 0.590 0.079 0.063 0.075 15 0.646 0.403 0.569 0.082 0.063 0.077 17 0.611 0.391 0.539 0.089 0.066 0.083 19 0.565 0.375 0.501 0.094 0.068 0.088 21 0.521 0.359 0.464 0.102 0.070 0.091 23 0.479 0.344 0.428 0.111 0.072 0.094 25 0.438 0.329 0.394 0.116 0.075 0.098 27 0.400 0.315 0.362 0.125 0.078 0.100 29 0.364 0.301 0.332 0.128 0.081 0.104 31 0.329 0.287 0.303 0.135 0.083 0.106 33 0.296 0.273 0.276 0.139 0.085 0.111 35 0.265 0.260 0.251 0.147 0.088 0.114 37 0.236 0.248 0.227 0.152 0.091 0.116 39 0.209 0.235 0.205 0.156 0.093 0.122 41 0.184 0.223 0.184 0.156 0.096 0.125 43 0.161 0.212 0.166 0.161 0.098 0.128 45 0.140 0.200 0.148 0.167 0.100 0.132 50 0.107 0.182 0.123 0.179 0.104 0.143 55 0.070 0.156 0.095 0.192 0.111 0.156 60 0.045 0.134 0.077 0.198 0.116 0.167 65 0.031 0.113 0.070 0.217 0.119 0.179 70 0.030 0.094 0.073 0.227 0.125 0.192 75 0.040 0.078 0.086 0.238 0.132 0.200 80 0.062 0.064 0.110 0.238 0.135 0.200 85 0.095 0.053 0.145 0.238 0.135 0.208 90 0.141 0.043 0.189 0.250 0.143 0.208 Figura 10: Velocidade de sedimentação (u) vs. Concentração (C ), para as provetas 1, 2 e 3. Utilizando-se os métodos de Kynch e Roberts, calculou-se a área necessária de um sedimentador para os dados obtidos em cada proveta: Método de Roberts: Utilizando-se um software gráfico, traçaram-se as retas para cada proveta no tempo crítico escolhido (visualmente) pelo gráfico da figura a seguir: Figura 11: Gráfico do logaritmo da diferença de altura pelo tempo para as três provetas. O ponto de escolha foi selecionado para uma diferença na inclinação brusca do comportamento da curva, e os dados de tc e Zc, assim como outros (Zic, uc, Cc) se encontram na tabela 03. Tabela 03: Valores utilizados para o método de Kynch, calculados para cada ponto no tempo. t (min) Zi1 (cm) Cc1 (g/cm³) S1 (m²) Zi2 (cm) Cc2 (g/cm³) S2 (m²) Zi3 (cm) Cc3 (g/cm³) S3 (m²) 1 31.717 0.050 82.344 31.467 0.050 158.562 31.781 0.049 95.014 2 31.686 0.050 84.694 31.458 0.050 161.346 31.755 0.050 97.700 3 31.626 0.050 86.987 31.439 0.050 164.108 31.704 0.050 100.343 4 31.538 0.050 89.220 31.411 0.050 166.847 31.628 0.050 102.941 5 31.421 0.050 91.390 31.375 0.050 169.563 31.529 0.050 105.492 6 31.279 0.050 93.493 31.330 0.050 172.253 31.407 0.050 107.992 7 31.110 0.051 95.524 31.276 0.050 174.919 31.263 0.050 110.439 8 30.916 0.051 97.478 31.214 0.050 177.558 31.098 0.051 112.828 9 30.699 0.051 99.350 31.144 0.050 180.169 30.913 0.051 115.156 10 30.458 0.052 101.135 31.066 0.051 182.751 30.709 0.051 117.419 11 30.196 0.052 102.827 30.980 0.051 185.304 30.486 0.052 119.613 12 29.913 0.053 104.418 30.886 0.051 187.826 30.245 0.052 121.733 13 29.609 0.053 105.903 30.785 0.051 190.316 29.988 0.052 123.774 14 29.286 0.054 107.272 30.677 0.051 192.772 29.714 0.053 125.730 15 28.945 0.054 108.518 30.562 0.051 195.194 29.425 0.053 127.596 17 28.412 0.055 110.208 30.379 0.052 198.795 28.974 0.054 130.279 19 27.632 0.057 111.840 30.108 0.052 203.412 28.315 0.056 133.388 21 26.796 0.059 112.779 29.812 0.053 207.862 27.610 0.057 136.002 23 25.911 0.061 112.906 29.493 0.053 212.130 26.866 0.059 138.043 25 24.986 0.063 112.078 29.151 0.054 216.200 26.090 0.060 139.422 27 24.027 0.065 110.116 28.788 0.055 220.055 25.288 0.062 140.032 29 23.043 0.068 106.804 28.406 0.055 223.673 24.466 0.064 139.747 31 22.040 0.071 101.869 28.006 0.056 227.035 23.632 0.067 138.419 33 21.026 0.075 94.973 27.590 0.057 230.115 22.793 0.069 135.875 35 20.009 0.079 85.689 27.158 0.058 232.885 21.954 0.072 131.910 37 18.997 0.083 73.473 26.713 0.059 235.316 21.122 0.074 126.292 39 17.996 0.087 57.630 26.256 0.060 237.374 20.305 0.077 118.754 41 17.014 0.092 37.268 25.787 0.061 239.020 19.508 0.081 109.002 43 16.060 0.098 11.228 25.310 0.062 240.212 18.739 0.084 96.725 45 15.140 0.104 -21.988 24.824 0.063 240.903 18.005 0.087 81.618 50 13.678 0.115 -101.045 23.977 0.066 241.145 16.856 0.093 49.020 55 11.827 0.133 -294.339 22.721 0.069 237.305 15.449 0.102 -15.124 60 10.439 0.151 -623.946 21.463 0.073 228.007 14.474 0.109 -85.664 65 9.631 0.163 -1027.945 20.224 0.078 211.532 14.035 0.112 -127.956 70 9.521 0.165 -1106.162 19.027 0.083 185.593 14.238 0.110 -107.785 75 10.227 0.154 -731.891 17.894 0.088 147.240 15.184 0.104 -32.801 80 11.865 0.132 -331.450 16.847 0.093 92.928 16.980 0.093 60.603 85 14.555 0.108 -64.757 15.909 0.099 19.111 19.729 0.080 146.926 90 18.414 0.085 101.580 15.102 0.104 -75.924 23.535 0.067 218.698 Método de Kynch: Calculando-se a derivada da altura em relação ao tempo numericamente, obtiveram-se valores de u para cada tempo. Com estes valores, calculou-se o Zi (coeficiente linear da reta, onde t = 0) para cada ponto. Com Zi, encontrou-se a área do sedimentador para cada proveta (S1, S2, S3) em cada tempo, onde a área máxima calculada (vide tabela 03) foi selecionada como a mais adequada ao dimensionamento. Esta escolha deve-se principalmente ao fato de que uma área menor poderia ser menos eficiente no processo de sedimentação e implicar em consequências na capacidade e segurança do decantador. Tabela 04: Valores de tempo crítico, altura crítica, altura crítica onde corta o eixo Z, velocidade crítica e concentração crítica da suspensão, além das Áreas calculadas pelo método de Roberts e de Kynch. Proveta tc (min) Zc (cm) Zic (cm) uc (cm/min) Cc (g/cm³) S_Roberts (m²) S_Kynch (m²) 1 45 8 17 0.200 0.09246 33.96 112.91 2 48 15 24 0.188 0.06550 234.14 241.15 3 42 12 20 0.190 0.07860 119.15 140.03 Compararam-se os resultados obtidos para as áreas dos decantadores, no que diz respeito à efetividade do floculante adicionado. Nota-se que ambos os métodos foram efetivos na predição das áreas, exceto para a proveta 1, onde a diferença encontrada foi maior que as demais (tabela 04). Para a proveta sem adição de floculante (proveta 1), notou-se uma área do decantador menor comparada com as outras provetas. Isso se deve ao fato de que o sulfato de alumínio pode ter contribuído para uma dispersão das partículas do colóide (associação prejudicada de cargas iônicas, no pH utilizado), dificultando a decantação, o que requeria uma maior área dimensionada. A cola branca também influenciou negativamente na decantação, porém com menos intensidade que na proveta 2, pois esta não interfere nas cargas iônicas (sendo o principal componente da cola branca o PVA, polímero de ligações covalentes) como o sulfato de alumínio. 4. Conclusão 5. Referências Bibliográficas [1] COULSON, J. M.; RICHARDSON, J. F. Tecnologia Química, Lisboa, Fundação C. Gulbenkian, 3. ed., 1979. [2] FOUST, A. S. Princípios das operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982. 670 p. [3] GOMIDE, R. Operações unitárias. São Paulo (SP): Ed. do Autor, 1980. [4] McCABE, W. L. & SMITH, J. C. Unit Operations of Chemical Engineering, 7. ed. Ed. McGraw-Hill, 2004. 1152 p. [5] Tese 1 – AROUCA, F.O., Uma contribuição ao Estudo da Sedimentação Gravitacional em Batelada, Universidade Federal de Uberlândia, 2007. [6] Tese 2 – GUIMARÃES, F.A.V., Revisão nos Métodos de Dimensionamento de Espessadores e Comparação dos Modelos Industriais, Universidade Federal de Minas Gerais, 2010. 6. Memorial de Cálculo D = 4.5 cm Zo = 31.4 cm CA = 50 g/L = 0.050 g/cm³ QA = 10 ton/h = 1666666,7 g/min CE = 100 g/L = 0.1 g/cm³ Método de Kynch: Para o ponto t = 10 min da proveta 1, por exemplo, calculou-se: Zi (10 min) = 30.4584 cm C (10 min) = 0.051608 g/cm³ S (10 min) = 1011352 cm² = 101.1352 m² Estas variáveis foram calculadas para cada tempo, pelas mesmas equações, sendo a área de valor máximo escolhida para o dimensionamento. Método de Roberts: = 0.200 cm/min = 0.09246 g/cm³ = 339555 cm² = 33.96 m²
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