Buscar

Herbicidas - Histórico, classificação

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

AULAS HERBICIDAS
Conceito: herbicidas são compostos químicos ou agentes biológicos aplicados em pequenas quantidades e que têm a capacidade de matar ou inibir drasticamente o crescimento de determinadas plantas, muitas vezes sem afetar as culturas.
Histórico:
- 1897 – 1900 pesquisas (França, Alemanha e EUA) comprovaram a ação de sais de cobre (ex: sulfato de cobre) sobre algumas espécies de folhas largas.
- 1908: sulfato ferroso foi avaliado para o controle de folhas largas na cultura do trigo.
- 1912: introdução do uso de ácido sulfúrico como herbicida seletivo em cebola e cereais.
- 1942: descoberta do 2,4-D. Passou a ser largamente usado para o controle de folhas largas em cereais. Este herbicida, base de muitos outros produtos sintetizados em laboratório (2,4-DB; 2,4,5-T etc.), marcou o início do controle químico de plantas daninhas em escala comercial.
- A Partir de 1950 novos grupos químicos de herbicidas surgiram: carbamatos (1951), amidas (1952), triazinas simétricas (1956), etc.
- Década de 1960: bipiridílios (paraquat).
- Década de 1970: glifosate.
- 1956: criação da Weed Science Society of America.
- 1963: Sociedade Brasileira de Herbicidas e Ervas Daninhas (SBHED), hoje Sociedade brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD).
Vantagens do uso de herbicidas:
- Menor dependência de mão de obra, cada vez mais cara e difícil de ser encontrada.
- Maior eficiência em épocas chuvosas.
- Eficiente controle na linha das culturas e não afeta o sistema radicular das culturas.
- Redução de erosão.
- Permite o cultivo mínimo ou plantio direto das culturas.
- Pode controlar plantas daninhas de propagação vegetativa.
- Permite a semeadura a lanço e, ou, alteração no espaçamento, quando necessário.
Desvantagens do uso de herbicidas:
- Por tratar-se de moléculas químicas devem ser manuseados com cuidado, havendo perigo de intoxicação do aplicador.
- Pode provocar poluição ambiental – água (rios, lagos e água subterrânea), solo e alimentos quando manuseados incorretamente.
- Há necessidade de mão de obra especializada para aplicação dos herbicidas, sendo essa a causa de 80% dos problemas encontrados na prática.
- O conhecimento da taxonomia e fisiologia das plantas, dos grupos químicos aos quais pertencem os herbicidas e da tecnologia de aplicação é fundamental para o sucesso do controle químico das plantas daninhas.
Nomenclatura de herbicidas:
- Nome comercial.
- Nome químico do ingrediente ativo.
- Nome comum.
Manejo integrado: 
- O controle químico de plantas daninhas deve ser feito de forma suplementar. Outras formas de controle, como o cultural, são importantes.
Vantagens do manejo integrado:
- Isenção de resíduos de defensivos nos alimentos.
- Sustentabilidade ambiental, evitando a degradação do solo e a contaminação do ar e da água.
- Sustentabilidade econômica e social na produção, mantendo ou aumentando a produtividade.
- Garantia de melhor qualidade de vida para o agricultor no que tange ao retorno econômico e à maior segurança nas atividades que envolvem a utilização de defensivos agrícolas.
- Exemplo: sistema agricultura – pecuária.
CLASSIFICAÇÃO DE HERBICIDAS
Quanto à seletividade:
- Seletivos: são aqueles que, sob algumas condições, são mais tolerados por determinada espécie ou variedade de plantas do que por outras. A seletividade é sempre relativa, pois depende do estádio de desenvolvimento das plantas, das condições climáticas, do tipo de solo, da dose aplicada, etc. Por exemplo, o metribuzin (Sencor 480, Soccer SC) é seletivo para a soja apenas quando aplicado em PRE, e mesmo assim a dose tolerada é dependente da variedade e das condições edafoclimáticas. 
Exs: 2,4-D (2,4-D Nortox, Aminamar, Aminol 806, Bratt, Campeon, Dez, DMA 806 BR, Grant, Herbi D 480, Navajo, Pren-D 806, U 46 BR, U 46 D-Fluid 2,4-D) pela cana, atrazine (Atranex 500 SC, Atranex WG, Atrazina Atanor 50 SC, Atrazina Nortox 500 SC, Genius WG, Gesaprim 500 Ciba-Geigy, Gesaprim GRDA, Herbitrin 500 BR, Posmil, Primóleo, Proof, Siptran 500 SC, Siptroil) pelo milho, fomesafen (Flex) pelo feijão, imazethapyr (Dinamaz WG, Imazetapir Plus Nortox, Pistol 106 SL, Pivot 100 SL, Vezir, Zaphir, Zethapyr 106 SL) pela soja, etc.
- Não seletivos: aqueles que atuam indiscriminadamente sobre todas as espécies de plantas. Normalmente são recomendados como dessecantes ou em aplicações dirigidas. Exs: diquat (Reglone), paraquat (Gramoxone 200, Helmoxone, Paradox, Tocha), glyphosate (Direct, Gliato, Glifos Plus, Glifosato 480 Agripec, Glifosato Atanor, Glifosato Atanor 48, Glifosato Atar 48, Glifosato Nortox, Glifosato Nortox NA, Glifosato Nortox WG, Glifosato Nufarm, Glister, Gli-up 480 SL, Gliz 480 SL, Glizmax, Gliphotal, Polaris, Radar, Radar WG, Roundup NA, Roundup Original, Roundup Ready, Roundup Ready Milho, Roundup Transorb, Roundup Transorb R, Roundup Ultra, Roundup WG, Rustler, Samurai, Scout, Shadow 480 SL, Stinger, Touchdown, Trop, Trop NA, Tupan, Zapp QI 620), sulfosate, etc. A biotecnologia tem incluído seletividade em culturas (ex: soja RR x glyphosate).
2) Quanto à época de aplicação:
- Pré-plantio: quando o herbicida é muito volátil, de solubilidade muito baixa em água e, ou, fotodegradável, ele necessita ser incorporado ao solo. Por essa razão, deve ser aplicado antes da semeadura. Ex: trifluralin (Premerlin 600 EC, Trifluralina Milenia, Trifluralina Nortox, Trifluralina Nortox Gold, Trifluralina Atanor 445 EC). Quando aplicado após o preparo do solo e incorporado antes do plantio, diz-se que esse herbicida é aplicado em PPI (pré-plantio incorporado). Os herbicidas dessecantes, especialmente o glyphosate, aplicados antes da semeadura não apresentam efeito residual, por isso podem ser misturados a outros herbicidas com maior poder residual no solo, que garantem o controle inicial das plantas daninhas na lavoura (exs: flumioxazin (Flumyzin 500, Sumisoya), imazaquin (Imazaquim Ultra Nortox, Scepter, Scepter 70 DG, Topgan), chlorimuron-ethyl (Classic, Clorim, Clorimuron Master Nortox, Conquest, Panzer 250 WDG, Smart, Twister), imazethapyr (Dinamaz WG, Imazetapir Plus Nortox, Pistol 106 SL, Pivot 100 SL, Vezir, Zaphir, Zethapyr 106 SL), metribuzin, etc.
- Pós-plantio: podem ser aplicados em pré-emergência (PRE) ou pós-emergência (POS) das culturas ou das plantas daninhas. Quando são absorvidos apenas pelas folhas, eles devem ser aplicados somente em pós-emergência das plantas daninhas, pois, apesar de penetrarem também pelas raízes, quando atingem o solo, são sorvidos. Os herbicidas dessecantes podem ser aplicados em jato dirigido em culturas perenes como fruteiras, reflorestamento e lavouras de café. Entretanto, se o herbicida é seletivo para a cultura, ele pode ser aplicado em pós-emergência das plantas daninhas e das culturas (exs: sethoxydim (Poast) em tomate, feijão e soja; nicosulfuron (Accent, Nicosulfuron Nortox 40 SC, Pramilho, Sanson 40 SC) em milho; metsulfuron-methyl (Ally, Nufuron, Tarzan, Wolf) em trigo etc.). Se o herbicida é absorvido pelas folhas e raízes, a sua aplicação em PRE ou POS vai depender da tolerância da cultura e, também, das condições nas quais ele apresenta melhor desempenho, como é o caso do metribuzin, que pode ser usado em tomate em PRE e em POS tardia ou após o transplante. Todavia, na cultura da soja somente pode ser usado em PRE, pois em POS, até mesmo em subdoses, ele é muito tóxico à soja. Outro exemplo é o herbicida atrazine, recomendado para as culturas de milho e sorgo. A este produto, quando utilizado em POS, deve-se adicionar óleo mineral à calda (Primóleo), visando solubilizar parte da cera epicuticular, aumentando a sua penetração pelas folhas.
3) Quanto à translocação:
	- Herbicidas de contato: atuam próximo ou no local onde penetram nas plantas. Exs: paraquat, diquat, lactofen (Cobra, Naja, Drible, Coral, Lactofen AGP 240 EC) etc. O simples fato de um herbicida entrar em contato com a planta não é suficiente para que ele exerça sua ação tóxica. Ele terá que penetrar no tecido da planta, atingir a célula
e, posteriormente, a organela, onde atuará para que seus efeitos possam ser observados.
	- Herbicidas sistêmicos: os herbicidas podem se movimentar (translocar) nas plantas pelo xilema, pelo floema ou por ambos. Quando o herbicida é translocado via floema ou ambos, ele é considerado sistêmico, isto é, capaz de se translocar por grandes distâncias na planta, como é o caso de 2,4-D, glyphosate, imazethapyr, flazasulfuron, nicosulfuron, picloram (Padron, Pique 240 SL, Runner, Texas, Tropero) etc. Esses produtos, quando usados em doses muito elevadas, podem apresentar ação de contato e, nesse caso, a ação do produto pode ser mais rápida, porém com efeito final menor, porque a morte rápida do tecido condutor (floema) limita a chegada da dose letal do herbicida a algumas estruturas reprodutivas das plantas.
4) Quanto aos mecanismos de ação: 
	- Modo de ação: sequência completa de todas as reações que ocorrem desde o contato do produto com a planta até a sua morte ou ação final do produto.
	- Mecanismo de ação: primeira lesão bioquímica ou biofísica que resulta na morte ou ação final do produto.
	- Classificação quanto ao mecanismo de ação:
Reguladores de crescimento (auxinas sintéticas)
Inibidores de fotossíntese (fotossistema II)
Inibidores de protoporfirinogênio oxidase (PPO)
Inibidores do arranjo de microtúbulos
Inibidores da síntese de ácidos graxos de cadeias muito longas (VLCFA)
Inibidores do fotossistema I
Inibidores da acetolactato sintase (ALS)
Inibidores da EPSP sintase
Inibidores da glutamina sintetase
Inibidores da acetil CoA carboxilase (ACCase)
Inibidores da síntese de lipídeos (não inibem a ACCase)
Inibidores da síntese de carotenoides (despigmentadores)
4.1 Herbicidas auxínicos ou mimetizadores de auxina:
Tabela 1 – Principais herbicidas mimetizadores de auxina no Brasil
	Grupo químico
	Ingrediente ativo
	Nomes comerciais
	Usos agrícolas no
Brasil
	Fenoxiácidos
	2,4-D
	DMA 806BR, Herbi D480, Aminol, Capri, U-46 D-Fluid
2,4-D, Navajo
	Café, cana-de-açúcar, cereais, milho, gramados, pastagens, plantio direto e áreas não agrícolas
	Ac. Piridino- carboxílico
	Picloram
	Padron
	Pastagens
	
	2,4-D + picloram
	Tordon 2,4-D Manejo Dontor
	Pastagens
Pastagens
Pastagens,
cana-de-açúcar
	Ac. Piridino- carboxílico
	Fluroxypir
	Starane 200
	Pastagens (assa-peixe e Eupatorium maximilianii)
	
	Triclopyr
	Garlon 480 BR
	Pastagens, arroz
	
	Fluroxypyr +picloram
	Plenum
	Pastagens
	
	Aminopiralide+2,4-D
	Jaguar
	Pastagens
	
	Aminopiralide + Fluroxypyr
	Dominum
	Pastagens
	Ac.Quinolino carboxílico
	Quinclorac
	Facet
	Arroz irrigado (angiquinho e capim-arroz)
- Uma das classes mais importantes de herbicidas em todo o mundo. Muito usados para o controle de dicotiledôneas nas culturas de arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens. Historicamente o 2,4-D e o MCPA são os mais importantes, porque marcaram o início da indústria de herbicidas.
- Acredita-se que esses herbicidas interferem na ação da enzima RNA-polimerase e, consequentemente, na síntese de ácidos nucléicos e proteínas. 
- Esses herbicidas induzem intensa proliferação celular em tecidos, causando epinastia de folhas e caules, além de interrupção do floema, impedindo o movimento de fotoassimilados das folhas para o sistema radicular. Esse alongamento celular parece estar relacionado com a diminuição do potencial osmótico das células, provocado pelo acúmulo de proteínas e, também, mais especificamente, pelo efeito desses produtos sobre o afrouxamento das paredes celulares. Essa perda de rigidez das paredes celulares é provocada pelo incremento na síntese da enzima celulase.
EPINASTIA DAS FOLHAS
• A curvatura das folhas para baixo, que ocorre quando o lado superior (adaxial) do pecíolo cresce mais rápido do que o lado inferior (abaxial) é chamada de epinastia. 
• O etileno e as altas concentrações de auxina induzem a epinastia e, atualmente, está confirmado que a auxina age indiretamente pela indução da produção do etileno.
• O estresse salino ou a infecção por patógenos também aumentam a produção de etileno e induzem a epinastia.
Não se conhece a função fisiológica dessa resposta.
- Sintomas: crescimento desorganizado, que leva rapidamente as espécies a sofrerem epinastia das folhas e retorcimento do caule, engrossamento das gemas terminais e morte das plantas em poucos dias ou semanas.
- Mecanismos de seletividade: arranjamento do tecido vascular em feixes dispersos, protegidos pelo esclerênquima de gramíneas (monocotiledôneas), aril hidroxilação do 2,4-D, exsudação radicular, estádio de desenvolvimento das plantas (exs: na cultura do arroz e do trigo deve-se usar o 2,4-D após o perfilhamento e antes do emborrachamento; na cultura do milho (4-6 folhas), faz-se aplicação dirigida do 2,4-D. Se aplicado fora desses estágios para o arroz e trigo e na pós-emergência total do milho, ocorrem sérios problemas de fitotoxicidade).
- Alguns desses herbicidas podem permanecer no solo por longos períodos, o que exige cuidados nas rotações. Derivados do ácido picolínico, por exemplo, podem causar fitotoxicidade, mesmo em doses extremamente baixas, em espécies altamente sensíveis, como uva, tomate, fumo, algodão etc. Resíduos deixados em pulverizadores mal lavados e em água de irrigação contaminada por esses herbicidas no campo podem causar sérios problemas técnicos, comprometendo severamente o rendimento das culturas e a qualidade do ambiente. Medidas para reduzir problemas com esses herbicidas: evitar formulações de elevada pressão (muito voláteis – ex: éster), principalmente em pulverizações aéreas; usar maior tamanho de gotas, se praticável; usar baixa pressão de aplicação; evitar aplicação quando o vento estiver na direção da cultura.
- Cuidado especial com a lavagem do pulverizador após as aplicações: amoníaco a 3% ou carvão ativado (3 g/L) por 24-48 h, e após lavagem com detergente. Usar, além de detergente, amoníaco.
	Alguns herbicidas auxínicos:
- 2,4-D (Sal ou éster amina do 2,4 diclorofenoxiacético) (2,4-D Nortox, Aminamar, Aminol 806, Bratt, Campeon, Dez, DMA 806 BR, Grant, Herbi D 480, Navajo, Pren-D 806, U 46 BR, U 46 D-Fluid 2,4-D): 
- Foi o primeiro herbicida seletivo descoberto para o controle de plantas daninhas latifoliadas anuais. 
- É recomendado para pastagens, gramados e gramíneas (arroz, cana, milho, trigo etc.). 
- Há duas formulações: éster e amina. A formulação éster não está sendo comercializada 
no mercado brasileiro devido à sua alta volatilidade.
- O 2,4-D se transloca por toda a planta tanto pelo floema como pelo xilema, acumulando-se nas regiões meristemáticas dos pontos de crescimento. As formulações aminas são mais adsorvíveis no solo do que as de éster e, porque são altamente solúveis, são também mais lixiviáveis, enquanto as de éster são praticamente insolúveis e, portanto, com menor movimentação.
- Apresentam persistência curta a média nos solos. Em doses normais, a atividade residual do 2,4-D não excede quatro semanas em solos argilosos e clima quente. Em solos secos e frios, a decomposição é consideravelmente reduzida.
- Extremamente tóxico: classe toxicológica I.
- Transloca-se com grande eficiência nas plantas com elevada atividade metabólica, sendo esta a condição para a ótima atividade do produto.
- Em geral, plantas ganham maior tolerância com a idade, mas, durante o florescimento, a resistência a herbicidas hormonais é reduzida.
- O 2,4-D é muito utilizado em misturas com inibidores da fotossíntese na cultura da cana, e com glyphosate no plantio direto em aplicações dirigidas em fruteiras e lavouras de café. Para soja, a dessecação com 2,4-D + glyphosate deverá ser feita de 10 a 15 dias antes da semeadura.
- Em mistura com picloram, é usado para controlar plantas daninhas em pastagens.
- No mercado brasileiro, é encontrado em diferentes formulações e marcas comerciais. Cada formulação pode apresentar características físico-químicas diferentes, conferindo ao produto aspectos diversos de
seletividade, volatilidade, toxicidade, persistência no ambiente etc.
- O “Agente Laranja” nunca foi usado em agricultura e era uma mistura de 50% de 2,4,5-T éster + 50% de 2,4-D éster, utilizado dessa forma na Guerra do Vietnã para desfolhar as florestas locais. Ficou assim conhecido porque a mistura era armazenada em tambores que possuíam uma faixa laranja em sua parte externa. O problema se relacionava a uma “impureza” presente no processo de produção do 2,4,5-T chamada dioxina TCDD. O 2,4,5-T não é mais comercializado nos dias de hoje.
- Há variedades geneticamente modificadas de soja tolerantes a 2,4-D e ao glufosinato de amônia, além das variedades RR.
- Picloram (ácido 4-amino 3,5,6 tricloro-2-piridinacarboxílico) (Padron, Pique 240 SL, Runner, Texas, Tropero):
- é extremamente ativo sobre dico, sendo muito utilizado em mistura com 2,4-D, formando o Tordon, Dontor ou Manejo, e também com fluroxypyr, formando o Plenum, para controlar arbustos e árvores.
- É fracamente adsorvido pela matéria orgânica ou argila.
- Apresenta longa persistência (meia-vida de 20 a 300 dias) e fácil mobilidade no solo, podendo se acumular no lençol freático raso em solos de textura arenosa.
- Em razão de sua longa persistência no solo (dois a três anos), pode permanecer ativo na matéria orgânica proveniente de pastagens tratadas com esse produto.
- Deve ser observado o período residual para o cultivo de espécies altamente sensíveis (videira, fumo, tomate, pimentão, algodão etc.), que podem apresentar severos sintomas de intoxicação, até mesmo quando cultivadas em solos adubados com esterco proveniente de pastagens tratadas com picloram e pastoreadas logo depois.
- Sua mistura com 2,4-D é muito utilizada em pastagens para o controle de plantas daninhas anuais, perenes e de herbáceas e arbustivas em área total ou em áreas localizadas.
- Para o controle de árvores, pode ser feito o pincelamento ou a pulverização dos tocos, para evitar a rebrota de espécies problema. Quando a aplicação é feita no toco, é fundamental que seja realizada imediatamente após o corte da árvore, antes que inicie o processo de cicatrização, o que dificulta a absorção e a translocação do herbicida até as raízes.
- O picloram apresenta efeito lento na planta, porém persistente (a planta não consegue metabolizar rapidamente o picloram).
- Triclopyr (ácido((3,5,6-tricloro-2-piridinil) oxi) acético) (Garlon 480 BR, Triclon):
- Apresenta ação semelhante à do picloram, porém é rapidamente degradado no solo; sua meia-vida é de 20 a 45 dias, dependendo do tipo de solo e das condições climáticas.
- É recomendado em pós-emergência, em área total, para o controle de plantas daninhas em pastagens e arroz.
- É também muito eficiente e seletivo para controlar dico infestantes de áreas cultivadas com gramas: jardins, açudes, campos de futebol etc.
- Fluroxypir (4-amino-3,5-dichloro-6-fluoro-2-pyridiloxyacetic acid) (Starane 200):
- Controla Vernonia Polyanthes, V. wetiniana (assa-peixe) e Eupatorium maximilianii (mata-pasto) em pastagens. Aplicação sobre as folhagens até o escorrimento.
4.2 Inibidores do fotossistema II (fotossíntese):
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas No
Brasil
	Triazina
	Simazine
	Gesatop 	500, Herbazin
500BR, Sipazina 500
	Milho, sorgo, café,
sisal, seringueira
	
	Atrazine
	Gesaprim 500, Gesaprim GRDA, Atrazina Nortox, Coyote	500, 	Herbitrin
500BR, 	Siptram 	500, Atrazina Atanor, Primóleo
	Milho, sorgo, cana-
de-açúcar
	
	Ametrine
	Gesapax 500, Gesapax
GRDA, Ametrina Agri- Pec, Herbipak 500
	Abacaxi, café, cana-de-açúcar, milho, mandioca
	
	Prometryne
	Gesagard
	Algodão
	Triazinona
	Hexazinone
	Broker 750 WG, Hexazinona Nortox, Hexazinona-D Nortox
	Cana-de-açúcar
	
	Hexazinone+diuron
	Velpar K, Advance, Hexaron
	Cana-de-açúcar
	
	Metribuzin
	Sencor 480
	Aspargo, batata, café,
cana-de-açúcar, mandioca, soja, tomate e trigo
	Uréia substituída
	Diuron
	Karmex 500, Cention SC, Diuron 500 Agripec, Diuron Fersol
500, Diuron Nortox 500,
Herburon 500
	Algodão, abacaxi, café, cana-de-açúcar, citros
	
	Linuron
	Afalon 	SC, Linurex
Agricur 500
	Alho, batata, cebola, cenoura, camomila, batata-salsa
	
	Tebuthiuron
	Perflan 800 BR, Combine 500, Tebuthiuron Sanachem
	Cana-de-açúcar
	Uracila
	Bromacil+diuron
	Krovar
	Abacaxi, citros
	Amida
	Propanil
	Stam 360, Stam 480,
Grassaid, Grassaid 540, Herbipropanim, Propanil
360 Agripec, Propanil
Fersol, Propanil Milenia, Spada
	Arroz
	Benzonitrilos
	Ioxynil
	Totril
	Cebola, alho (controla dico.)
	Benzotiadiazinas
	Bentazon
	Basagran 600, Banir
	Arroz, feijão, milho,
soja e trigo
	Triazolinona
	Amicarbazone
	Dinamic
	Cana-de-açúcar,
milho
	Muito importantes na agricultura mundial, largamente utilizados nas culturas de grande interesse econômico, como arroz, feijão, milho, cana, soja, algodão, fruteiras, hortaliças etc.
- Mecanismo de ação: esses herbicidas interrompem o fluxo de elétrons entre os fotossistemas I e II. Plantas suscetíveis tratadas morrem mais rapidamente quando pulverizadas na presença de luz e colocadas no escuro.
- Características gerais dos inibidores do fotossistema II:
A taxa de fixação de CO2 declina poucas horas após tratamento.
Esses herbicidas não provocam sinal visível de intoxicação no sistema radicular.
Aparentemente todos podem ser absorvidos pelas raízes, mas a velocidade de absorção foliar varia para cada um.
Translocam-se apenas pelo xilema, portanto plantas perenes somente são controladas se tratadas via solo.
Quando usados em POS, é necessária boa cobertura foliar e uso de adjuvantes (difícil penetração foliar e não são sistêmicos).
Normalmente não apresentam problemas de deriva por volatilização, pois têm pressão de vapor muito baixa.
Plantas desenvolvendo sob baixa luminosidade são mais suscetíveis a esses herbicidas, pois apresentam menor barreira cuticular à penetração dos herbicidas e, ainda, menor reserva de carboidratos.
Devido à atuação em sítio de ação específico, têm surgido plantas resistentes com frequência, havendo necessidade de rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação.
Muito adsorvidos pelos coloides orgânicos e minerais do solo, apresentando pouca ou média mobilidade no perfil do solo. Por essas razões, as doses recomendadas, quando aplicadas ao solo, são variáveis de acordo com o tipo de solo.
Persistência muito variável no solo (< 30 dias a > 720 dias).
Comum efeito sinérgico com outros herbicidas, inseticidas ou fungicidas inibidores da colinesterase. Nesse caso, pode haver perda de seletividade.
Todos os herbicidas inibidores do fotossistema II apresentam toxicidade muito baixa para mamíferos.
- Mecanismos de seletividade: 
a) alguns apresentam seletividade toponômica ou por posição, como o diuron em algodão (seletivo em PRE para o algodão, porque é muito pouco móvel, não atingindo o sistema radicular das plantas). Todavia, se incorporado mecanicamente ao solo, ou se for aplicado em solo de textura arenosa e com baixo teor de matéria orgânica, poderá entrar em contato com o sistema radicular do algodoeiro e causar severa intoxicação à cultura, podendo leva-la à morte. 
b) Absorção diferencial por folhas e raízes, o que pode variar de acordo com a formulação. Nesse caso, o herbicida não será absorvido em quantidade suficiente para intoxicar a cultura. 
c) Translocação diferencial das raízes para as folhas – as glândulas localizadas nas raízes e ao longo do xilema absorvem estes produtos, impedindo que sejam translocados até seus sítios de ação - cloroplastos. 
d) Metabolismo diferencial: algumas espécies possuem enzimas capazes de metabolizar as moléculas de determinados herbicidas, transformando-os rapidamente em produtos não tóxicos para as plantas, como o milho e o sorgo, que apresentam em suas raízes teores elevados de benzoxazinonas. Esses compostos podem promover rápida degradação da molécula de atrazine. Outro exemplo
de seletividade, na cultura de arroz ao propanil, deve-se à concentração de 10 a 30 vezes superior da enzima arilacilamidase dessa cultura em relação às demais gramíneas infestantes da cultura. Elevadas concentrações dessa enzima nas folhas de arroz garantem a degradação do propanil antes que este atinja os cloroplastos (sítio de ação deste herbicida).
Alguns herbicidas inibidores do fotossistema II:
- Atrazine (6-cloro-N-etil-N’-(1-metiletil)-1,3,5-triazina-2,4-diamina) (Atranex 500 SC, Atranex WG, Atrazina Atanor 50 SC, Atrazina Nortox 500 SC, Genius WG, Gesaprim 500 Ciba-Geigy, Gesaprim GRDA, Herbitrin 500 BR, Posmil, Primóleo, Proof, Siptran 500 SC, Siptroil):
- Moderadamente adsorvido pela argila e matéria orgânica do solo; o processo é reversível, dependendo da umidade, da temperatura e do pH do solo.
- É lixiviável e comum nos solos cultivados em profundidade superior a 30 cm e também em águas subterrâneas.
- Sua degradação no solo é, em parte, microbiana, mas também física e química. Apresenta meia-vida média de 60 dias e persistência média a longa no solo, nas doses recomendadas (5 a 7 meses).
- Em solos tropicais e subtropicais, sua persistência pode também ser maior que 12 meses, se usado em doses altas com pH do solo elevado, clima frio e seco.
- Tem sido observada intoxicação da aveia semeada até 150 dias após aplicação de atrazine na cultura do milho.
- É também utilizado em cana, café, fruteiras, cacau, pimenta-do-reino etc. Fumo e trigo são muito sensíveis ao atrazine.
- Quando usado em POS, tem-se observado controle eficiente das plantas daninhas, mesmo que em doses inferiores às usadas em PRE. Todavia, é necessário adicionar óleo mineral à calda para o controle eficiente de plantas daninhas recém-emergidas (1-2 pares de folhas).
- Muito eficiente no controle de dicotiledôneas, porém é apenas regular no controle de monocotiledôneas.
- No milho é muito usado em mistura com metolachlor (Primaiz Gold, Primestra Gold, Primagran Gold), em PRE ou POS precoce, acrescido de óleo mineral, para controle de dico, e em mistura com nicosulfuron ou outras sulfoniluréias (foramsulfuron + iodosulfuron-methyl – Equip Plus) em áreas com infestação mista.
- Simazine (6-cloro-N,N’-dietil-1,3,5-triazina-2,4-diamina):
- É adsorvido pela argila e matéria orgânica do solo, sendo esse processo reversível, dependendo da umidade, da temperatura e do pH do solo.
- Pouco lixiviável, não sendo comum encontrar em profundidade superior a 10 cm. Sofre degradação microbiana e química no solo, por hidrólise.
- Persistência média de 5 a 7 meses no solo, nas doses recomendadas, em condições tropicais e subtropicais, podendo persistir mais de 12 meses se usado em doses elevadas.
- Pode ser usado em pré em café, cana, alfafa, fruteiras etc., para controle de dico e algumas gramíneas.
- Em doses maiores que 10 kg.ha-1 do p.c. pode ser usado para limpeza de cercas e áreas industriais.
- É absorvido basicamente pelo sistema radicular das plantas, sendo pouco móvel no solo.
- É utilizado em mistura com atrazine (Extrazin, Herbimix, Primatop, Simtrac), visando minimizar efeitos do clima, principalmente oscilações pluviais, e também para aumentar o espectro de ação.
- Ametryn (N-etil-N’-1(metiletil)-6-(metiltio)-1,3,5-triazina-2,4-diamina) (Gesapax 500 Ciba Geigy, Herbipak 500 BR, Herbipak WG, Metrimex 500 SC):
- Medianamente lixiviável em solos arenosos.
- Sofre degradação microbiana e química por processos de oxidação e hidrólise.
- Apresenta persistência média de 4 a 6 meses no solo, nas doses recomendadas, em condições tropicais e subtropicais, podendo persistir mais de nove meses se usado em doses elevadas, dependendo do clima e tipo de solo (meia-vida média no solo de 60 dias).
- Recomendado para cana, mandioca, café, abacaxi, milho e algodão, para controle de mono e dico.
- Pode ser absorvido facilmente pelas raízes e folhas.
- Pouco móvel no solo, permanecendo, na maioria das condições, na camada superior, por ser muito adsorvido por coloides orgânicos e minerais. Também pode apresentar adsorção negativa (dessorção).
- Muito usado em misturas com clomazone (Sinerge), trifloxisulfuron-sodium (Krismat), diuron, tebuthiuron, atrazine, 2,4-D, principalmente quando recomendado para cana.
- Prometryne (N-N’-bis(1-metiletil)-6-(metiltio)-1,3,5-triazina-2,4-diamina) (Gesagard 500 SC):
- Pouco lixiviável em solos de textura média a argilosa.
- Sofre fácil degradação microbiana, que o utiliza como fonte de energia.
- Apresenta persistência média de 1 a 3 meses no solo, nas doses recomendadas em condições tropicais e subtropicais.
- Absorvido pelas folhas e raízes, sendo mais utilizado em PRE.
- Recomendado para algodão.
- A cultura da cebola apresenta maior tolerância quando o produto é aplicado antes do transplante. Não apresenta seletividade para a cebola em semeadura direta.
- Metribuzin (4-amino-6-(1,1-dimetiletil)-metiltio-1,2,4-triazina-5-(4H)-ona) (Sencor 480, Soccer SC):
- Moderadamente adsorvido em solos com alto teor de matéria orgânica e, ou argila.
- É um herbicida muito dependente das condições edafoclimáticas para seu bom funcionamento.
- Quando aplicado na superfície de solo seco, persistindo nesta condição por sete dias, é desativado por fotodegradação.
- É também facilmente lixiviado no solo, não sendo recomendado seu uso em solo arenoso e, ou, com baixo teor de matéria orgânica.
- É absorvido pelas folhas e raízes.
- Controla diversas espécies de dico e algumas gramíneas.
- Recomendado em PRE para batata, aspargo, tomate, soja, café, cana, mandioca e trigo para o controle de diversas dico.
- Não apresenta nenhum controle sobre Euphorbia heterophylla.
- Na cultura do tomate conduzida em semeadura direta, deve ser usado exclusivamente em PRE, logo após a semeadura.
- No tomate transplantado, poderá ser usado também em POS, até dez dias após transplante de mudas.
- É utilizado em misturas com outros herbicidas, especialmente com trifluralin e metolachlor, na cultura da soja.
- Linuron (N-(3,4-diclorofenil)-N-metoxi-N-metilureia) (Afalon 450 SC):
- Herbicida derivado da uréia e pertence ao grupo das ureias ou ureias substituídas.
- É adsorvido principalmente em solos com alto teor de matéria orgânica e, ou, argila, sendo pouco lixiviável nestes tipos de solos, apresentando persistência de 2 a 5 meses.
- É recomendado para alho, cebola, cenoura, batata, camomila, batata-salsa, principalmente para aplicações em PRE. Controla dico e algumas gramíneas.
- Nas culturas de cenoura e cebola, pode também ser usado em POS, quando as plantas daninhas estiverem com 1-2 pares de folhas.
- É mais facilmente absorvido pelas raízes, e sua atividade é muito influenciada pelas características físico-químicas do solo.
- Diuron (N’-(3,4-diclorofenil)-N-N-dimetilureia) (Diuron Nortox 500 SC, Herburon 500 BR, Herburon WG, Karmex):
- Muito adsorvido pelos coloides orgânicos e minerais, sendo esta atividade altamente influenciada pelas características físico-químicas do solo.
- Esta característica garante a sua seletividade toponômica para o algodão e outras culturas em solos de textura média a pesada. Todavia, em solos de textura arenosa e com baixo teor de matéria orgânica, pode atingir o sistema radicular das culturas, tornando-as sensíveis.
- É recomendado para algodão, cana, citros, abacaxi, café, para o controle de gramíneas e dico, sendo facilmente absorvido pelas raízes das plantas.
- É também muito recomendado em misturas com diversos herbicidas (paraquat – Gramocil), (ametryn, 2,4-D, tebuthiuron, atrazine, MSMA etc.), para uso em plantio direto e em aplicações dirigidas. Em mistura com hexazinone (Advance, Hexaron, Jump, Velpar) é recomendado para cana.
- Tebuthiuron (N-(5-(1,1-dimetiletil)-1,3,4-tiadiazol-2-il)-N,N’-dimetilureia)
(Butiron, Combine 500 SC, Lava 800, Spike):
- É adsorvido pelos coloides orgânicos e minerais, apresentando média lixiviação no perfil do solo.
- Quando usado em doses elevadas, em cana, recomenda-se não cultivar culturas sensíveis a esse herbicida, como feijão, amendoim e soja, por período inferior a dois anos, e a três anos quando aplicado em pastagem.
- Sua persistência é de 12 a 15 meses em regiões de elevada precipitação; todavia essa persistência é muito maior em regiões sujeitas a déficits hídricos prolongados.
- No Brasil, é recomendado em cana-de-açúcar.
- Controla largo espectro de dico e mono anuais e perenes.
- É formulado como pó-molhável e suspensão concentrada.
- É recomendado para uso em PRE na cana, em aplicação isolada ou em mistura com outros produtos para o controle de plantas daninhas de folhas estreitas e largas que se propagam por sementes.
- Também pode ser usado para eliminar árvores ou arbustos em pastagens. Neste caso, apresenta efeito lento, podendo demorar de 3 a 12 meses para eliminar a planta.
- Bentazon (3-(1,1-metiletil)-1,3,4-tiadiazol-2-il)-N,N’-dimetilureia) (Basagran 480, Basagran 600):
- É adsorvido pelos coloides orgânicos e minerais do solo, mostrando potencial de lixiviação muito reduzido, não sendo encontrado em profundidades superiores a 20 cm.
- Apresenta curta persistência no solo (inferior a 20 dias), não deixando efeito residual expressivo em culturas sucessoras.
- É registrado no Brasil para as culturas de arroz, feijão, milho, soja e trigo.
- É utilizado exclusivamente em POS, devido à reduzida absorção radicular.
- Recomenda-se a adição de um adjuvante oleoso à calda, para facilitar a absorção por algumas espécies de plantas daninhas, exceto para a cultura do feijão para o qual a adição de adjuvante não é recomendada, pois pode causar fitotoxicidade.
- A eficácia é maior em temperatura alta e reduz abaixo de 16°C, razão pela qual no inverno, o uso de óleo mineral torna-se necessário.
- Controla diversas espécies de folhas largas anuais, incluindo Acanthospermum australe, Bidens pilosa, Ipomoea grandifolia, Rhaphanus raphanistrum, Commelina benghalensis.
- É totalmente ineficiente para Euphorbia heterophylla e Amaranthus sp.
- Deve ser aplicado sobre plantas daninhas com 2 a 4 folhas, com bom vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem e umidade relativa inferior a 60%.
- É comum ser utilizado em mistura com herbicidas recomendados para controlar plantas daninhas de folhas largas, quando a infestação do terreno incluir espécies que lhe são tolerantes.
- Não atua sobre gramíneas, sendo comuns as combinações com graminicidas pós-emergentes. Nessas condições, aplica-se, preferencialmente, o graminicida e, em intervalo de três dias, o bentazon. A aplicação simultânea induz efeito antagônico. Em mistura com o paraquat (Pramato) é registrado para aplicação em POS no feijão.
- Propanil (N-(3,4-diclorofenil) propanamida) (Grassaid, Grassaid 540 CE, Herbipropanin Milenia, Propanil 360 Agripec):
- É fracamente adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais.
- Apresenta persistência muito curta no solo, de apenas 3 dias, sendo decomposto basicamente por microrganismos.
- É compatível com a maioria dos herbicidas; todavia, a mistura com fungicidas, inseticidas e fertilizantes foliares pode quebrar-lhe a seletividade para a cultura do arroz, pois estes inibem a enzima arilacilamidase, responsável pelo rápido metabolismo do propanil nas plantas de arroz.
- Deve ser usado em aplicações sequenciais com inseticidas. Com os organofosforados, observar intervalo mínimo entre as aplicações, de 15 dias e, com os carbamatos, 30 dias. Não utilizá-lo em lavouras de sementes tratadas com carbofuran.
- É Recomendado em POS da cultura do arroz e das plantas daninhas, com estas, preferencialmente, no início do desenvolvimento (2 a 3 folhas).
- Deve ser aplicado às plantas daninhas com bom vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem, horas de calor, umidade relativa do ar inferior a 70% e excesso de chuva, ou com a cultura em precárias condições vegetativas, fitossanitárias ou cobertas de orvalho.
- Não se adiciona surfactante à calda.
- Requer um período de 6 horas sem chuva após as aplicações, para assegurar sua absorção pelas plantas.
- Controla com eficiência diversas espécies de gramíneas, dico e ciperáceas.
- É comum em misturas, por exemplo, com thiobencarb (Satanil, Grassmax), em arroz. 
4.3 Inibidores da PPO (PROTOX) (inibem membranas celulares):
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas No
Brasil
	Difeniléter
	Fomesafen
	Flex
	Soja e feijão
	
	Lactofen
	Cobra, Naja, Drible, Coral, Lactofen AGP 240 EC
	Soja
	
	Oxyfluorfen
	Goal BR, Galigan 240 CE
	Algodão, arroz irrigado, café, cana, citros, pinus e eucalipto
	Ftalimida
	Flumiclorac-pentyl
	Radiant 100
	Soja
	
	Flumioxazin
	Flumyzin 500, Sumisoya
	Batata, cana-de-açúcar, milho, cebola, citrus, alho, algodão, café, feijão, soja
	Oxadiazolina
	Oxadiazon
	Ronstar 250 BR, Ronstar SC
	Cana-de-açúcar, arroz, alho, cebola
	Triazolinona
	Carfentrazone-ethyl
	Affinity 400 EC, Affinity 400 WP, Aim, Aurora, Aurora 400 EC, Quicksilver, Rage, Spotlight
	Algodão, arroz irrigado, batata, café, citros, eucalipto, milho e soja
	
	Sulfentrazone
	Boral 500 SC, Solara 500, Explorer 500 SC
	Abacaxi, café, cana, citros, eucalipto, fumo e soja
	Piridinadionas
	Saflufenacil
	Heat, Valeos
	Algodão, arroz, cana-de-açucar, feijão, girassol, milho, soja e trigo
- Modo de ação: necrose foliar da planta tratada em POS, após 4-6 horas de luz solar. Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras nas folhas, dando a impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido citoplasmático nos intervalos celulares. A esses sintomas segue-se necrose. Quando são usados em PRE, o tecido é danificado pelo contato com o herbicida no momento em que a plântula emerge. O sintoma característico também é necrose do tecido. Após a absorção e pequena translocação desses herbicidas até o local de ação, a luz é sempre necessária. A atividade não está relacionada com a fotossíntese. A enzima inibida por esses herbicidas é a protoporfirinogênio oxidase (PPO).
- Podem penetrar pelas raízes, caules e folhas de plantas jovens.
- Herbicidas de contato: pouca ou praticamente nenhuma translocação nas plantas tratadas.
- A atividade herbicida acontece na presença de luz (não têm ação no escuro).
- Partes da planta tratadas expostas à luz morrem rapidamente (1 a 2 dias). Como esses herbicidas não se movimentam na planta, as necroses foliares têm formato e a intensidade das gotículas de pulverização. É preciso que haja boa cobertura da planta para que ela seja efetivamente controlada.
- Os difeniléteres são fortemente adsorvidos pela matéria orgânica do solo e muito pouco lixiviados.
- A ação tóxica dos herbicidas inibidores da PPO, quando aplicados em PRE, se manifesta nas plantas próximo da superfície do solo, durante a emergência.
- A incorporação ao solo diminui a ação desses herbicidas, em razão de sua maior sorção aos coloides do solo.
- A persistência no solo varia muito entre esses herbicidas, de alguns dias a vários meses. É comum ocorrer danos em culturas sucedâneas quando não se observa o período de carência recomendado, que pode variar com a dose aplicada, tipo de solo e condições climáticas.
- Poucos relatos de resistência a estes herbicidas, em decorrência do uso repetido.
- Baixa toxicidade para pássaros e mamíferos, enquanto para peixes varia de baixa a moderada.
Alguns herbicidas inibidores da PPO (protox):
- Fomesafen (5-(2-cloro-4-(trifluorometil) fenoxi-N-(metilsulfonil)-2-nitrobenzamida) (Flex):
- Alta persistência no solo (2 a 6 meses na dose recomendada).
- Recomenda-se observar um intervalo mínimo de 150 dias entre a aplicação do fomesafen e a semeadura de milho e, ou, sorgo.
- Registrado no Brasil para controle de plantas daninhas nas culturas
de soja e feijão.
- Controla grande número de espécies de folhas largas anuais, entre elas Acanthospermum australe, Amaranthus hybridus, Euphorbia heterophylla, Bidens pilosa, Ipomoea grandifolia.
- É recomendado em POS das plantas daninhas no estádio de 2 a 4 folhas.
- Deve-se aplicar com plantas daninhas em vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%.
- Deve-se adicionar à calda o adjuvante recomendado pelo fabricante.
- Requer uma hora sem chuvas após aplicação para assegurar a absorção pelas plantas.
- Classe toxicológica I: Extremamente tóxico.
- É comum em mistura com o fluazifop-p-butyl, para o controle de dico. e gramíneas (Fusiflex, Robust), e também com outros herbicidas, visando aumentar o espectro de controle.
- Lactofen (2-etoxi-1-metil-2-oxoetil-5-[2-cloro-4-(trifluorometil)fenoxi-2-nitrobenzoato) (Cobra, Naja, Drible, Coral, Lactofen AGP 240 EC):
- Fortemente adsorvido pelos coloides orgânicos e minerais, apresentando lixiviação muito baixa no perfil do solo.
- Tem meia-vida de três dias no solo, sendo completamente dissipado em menos de 30 dias, não afetando as culturas em sucessão.
- É registrado no Brasil para soja.
- Controla grande número de espécies de folhas largas anuais, como Euphorbia heterophylla, Sida rhombifolia, Commelina benghalensis.
- Recomendado em POS no estádio de 2 a 4 folhas.
- O produto provoca intoxicação na cultura da soja, com clorose e necrose foliar e redução do crescimento, mas a cultura se recupera.
- É comum em mistura com outros herbicidas, visando aumentar o espectro de ação e inibir o aparecimento de biótipos resistentes ao herbicida.
- Oxyfluorfen (2-cloro-1-(3-etoxi-4-nitrofenoxi)-4-(trifluorometil)benzeno (Goal BR, Galigan 240 CE):
- Fortemente adsorvido pelos coloides orgânicos e minerais e, por isso, é resistente à lixiviação no perfil do solo.
- Sua degradação é essencialmente por fotólise e insignificante por microrganismos.
- Apresenta meia-vida de 30 a 40 dias e persistência média de seis meses no solo, podendo ser ainda maior em viveiros, devido às condições de umidade e sombreamento.
- Registrado no Brasil para algodão, café, arroz, cana, citros, eucalipto e pinho, sendo utilizado em outros países, também nas culturas da nogueira, videira, milho e amendoim.
- É utilizado em plantas em PRE e POS precoce, dependendo da exigência da cultura.
- Controla gramíneas e algumas dico anuais.
- Em razão de sua sensibilidade à fotodecomposição, exige umidade do solo no momento da aplicação quando usado em plantas em PRE, evitando os raios solares. Quando usado em POS, recomenda-se o uso de adjuvantes na calda.
- Em algodão é usado quando a cultura atinge desenvolvimento superior a 50 cm de altura, em aplicação dirigida, de forma a não atingir a cultura.
- Se necessário, usar protetores de bicos.
- Aplicar após a semeadura em plantas em PRE, ou, no máximo quando estas atingirem a fase de duas folhas; com elas mais desenvolvidas aplica-lo em mistura com MSMA.
- Em arroz irrigado, pode ser usado em plantas daninhas em PRE ou POS, porém antes da emergência do arroz.
- Em café, é utilizado tanto em viveiros quanto em cafezais jovens e adultos.
- Em viveiros, aplica-se logo após a semeadura ou até cinco dias depois, desde que após a rega.
- Em cafezais jovens, deve ser aplicado em POS das plantas daninhas em jato dirigido, de forma a não atingir a folhagem da cultura, podendo ser feitas duas aplicações anuais.
- Em cafezais adultos, deve ser aplicado logo após a arruação ou esparramação, em plantas em PRE.
- A arruação, também chamada de coroação, é a operação feita antes da colheita para evitar que o café venha a se perder em mistura com a terra e restos de vegetais. Facilita, também, a varrição ou varredura do café seco caído após a derriça e possibilita um maior rendimento dos trabalhos de colheita. A arruação consiste em se limpar o chão, embaixo da saia e nas imediações do cafeeiro, arrastando o "cisco" e a terra solta para o meio da rua, formando leiras ou coroas que isolam covas individuais ou grupos de covas. A esparramação é a operação inversa, ou seja, logo após a colheita desfaz-se as leiras ou as coroas formadas, esparramando-as por igual no terreno.
- Em plantações de eucalipto e pinho, aplica-se logo após o plantio, em plantas daninhas em PRE, em solo úmido, na faixa de plantio, podendo ser pulverizado sobre as plantas, exceto nas variedades de eucalipto de folha pilosa, em que se aplica em jato dirigido.
- Quando usado em plantas em POS, provoca fechamento dos estômatos e deterioração das membranas celulares, ocasionando colapso das células.
- Em plantas em PRE, age sobre o hipocótilo em germinação e nos meristemas foliares.
- Não tem ação sobre os tecidos radiculares, atuando unicamente sobre órgãos da parte aérea.
- Não é metabolizado pelas plantas, sendo pouco absorvido pelo sistema radicular e, também, pouco móvel.
- Oxadiazon (3-[4,2-dicloro-5(1-metiletoxi)fenil]-5-(dimetiletil)-1,3,4-oxadiazol-2-(3H)-ona) (Ronstar 250 BR, Ronstar SC):
- Fortemente adsorvido pelos coloides minerais e orgânicos do solo.
- Por isso e à sua baixa solubilidade em água, apresenta lixiviação e movimentação laterais insignificantes.
- Persistência de 2 a 6 meses no solo, dependendo da dose aplicada, do tipo de solo e das condições climáticas.
- No Brasil, é recomendado para arroz, alho, cebola, cenoura e cana.
- Na cultura do arroz, preferencialmente é usado em PRE das plantas daninhas.
- Em cenoura, deve ser aplicado logo após a semeadura, antes da emergência das plantas daninhas, em solo úmido.
- O alho e a cebola e, de maneira geral, as culturas que se reproduzem por bulbo são bastante tolerantes ao oxadiazon.
- Nessas culturas, deve ser utilizado em PRE, logo após o plantio, podendo ser reaplicado quando as referidas culturas atingirem a fase de três folhas.
- Em cana, é aplicado logo após o plantio, com as plantas daninhas ainda não emergidas, e, na cana soca, logo após o corte, também em PRE das invasoras.
- É comum aplicar o oxadiazon em misturas com herbicidas residuais (diuron, ametryn, simazine etc.) em cana.
- Sulfentrazone (Boral 500 SC, Solara 500, Explorer SC):
- Grupo químico das triazolinonas.
- Registrado no Brasil para o controle de plantas daninhas em abacaxi, café, cana, citros, fumo, soja e eucaplipto.
- Controla folhas largas e estreitas, incluindo C. rotundus.
- Pouco tóxico: classe IV.
- Carfentrazone-ethyl (Affinity 400 EC, Affinity 400 WP, Aim, Aurora, Aurora 400 EC, Quicksilver, Rage, Spotlight):
- Grupo químico das triazolinonas.
- Indicações de uso no Brasil: algodão, arroz irrigado, batata, café, citros, milho, soja, eucalipto e cana.
- Classe toxicológica II – altamente tóxico.
- Em mistura com clomazone (Profit) em PRE nas culturas de algodão, arroz irrigado, melão e soja e como dessecante de algodão e soja para o controle de folhas largas e estreitas.
- Saflufenacil (Heat):
- Novo herbicida para o controle das principais plantas daninhas de folhas largas em pós-emergência, inclusive aquelas resistentes ao glifosato ou ainda aquelas que apresentam certa tolerância a este herbicida.
- Destaca-se também a possibilidade do uso do saflufenacil no manejo de plantas voluntárias de soja, nos estádios de V1 a V4. Alternativa para o manejo de espécies resistentes aos herbicidas inibidores da EPSPs e ALS, visto que já existem relatos de plantas daninhas resistentes a esses mecanismos de ação, além da comprovação da resistência cruzada de biótipos da buva (Conyza spp.) aos dois mecanismos supracitados.
4.4 Inibidores do arranjo dos microtúbulos (inibidores de mitose):
	Grupo químico
	Ingrediente ativo
	Nomes comerciais
	Usos agrícolas no
Brasil
	Dinitroanilina
	Trifluralin
	Treflan
Trifluralina Nortox Trifluralina Nortox Gold Trifluralina Milenia Premerlin 600
Premerlin NA
	Soja, algodão, amendoim, alho, berinjela, brássicas, brócolis, couve-flor, repolho, cebola de transplante, cenoura, citros,
feijão, girassol, pimentão, quiabo, tomate, cana-de-açúcar
	
	Pendimethalin
	Herbadox
Herbadox 400 EC, Pendulum
	Algodão, alho, amendoim, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, milho, fumo, trigo.
- Mecanismo de ação: interferem na sequência mitótica, que corresponde à migração dos cromossomas da parte equatorial para os polos das células. O fuso cromático é formado por proteínas microtubulares denominadas tubulinas. Essas proteínas são contráteis à semelhança da actimiosina encontrada nos músculos dos animais e responsáveis pela movimentação dos cromossomas para os polos da célula. As dinitroanilinas inibem a polimerização dessas proteínas e, consequentemente, a formação do fuso cromático e a movimentação dos cromossomas na fase da mitose. O efeito direto é sobre a divisão celular, tendo como consequência o aparecimento de células multinucleadas (aberrações). Esses herbicidas inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias. São eficientes apenas quando usados em PRE, porque a sua ação principal se manifesta pelo rompimento da formação do sistema radicular das plantas. Eles provocam a ruptura da sequência mitótica.
- Paralisam crescimento das raízes.
- Provocam a formação de raízes engrossadas e atrofiadas (forma de bastão) e coleóptilo intumescido.
- Pouca ou nenhuma atividade foliar.
- Moderada a muito baixa movimentação no solo.
- Repetidas aplicações não resultam em maior degradação microbiológica.
- Todos os herbicidas desse grupo apresentam de moderada a baixa toxicidade para mamíferos.
- Apresentam ótimo controle de gramíneas.
Alguns herbicidas inibidores dos microtúbulos:
- Trifluralin (2,6-dinitro-N-N-dipropil-4-(trifluorometil) benzoamina (Premerlin 600 EC, Trifluralina Milenia, Trifluralina Nortox, Trifluralina Nortox Gold, Trifluralina Atanor 445 EC):
- Apresenta excelente ação principalmente sobre gramíneas anuais e perenes originárias de sementes, sendo recomendado para soja, algodão, feijão, ervilha, alfafa, quiabo, cucurbitáceas, brássicas, tomate, pimentão, alho, cebola, beterraba etc. Controla algumas dicotiledôneas.
- Por serem voláteis, sensíveis à luz e de solubilidade extremamente baixa em água, algumas formulações necessitam ser incorporadas mecanicamente ao solo logo após sua aplicação (PPI) (5 a 10 cm).
- É fortemente adsorvido pelos coloides da matéria orgânica e pouco pela argila.
- Em solos ricos em matéria orgânica, a forte adsorção pode impedir a absorção do trifluralin pelas raízes das plantas, motivo pelo qual não é aconselhável seu uso nessas condições.
- A lixiviação, assim como o movimento lateral no solo, é muito reduzida.
- É absorvido principalmente pela radícula e praticamente não se transloca na planta.
- A dose recomendada varia de acordo com as caraterísticas físico-químicas do solo.
- Apresenta degradação lenta no solo, podendo, em caso de sucessão de culturas em áreas de baixa fertilidade e manejo deficiente, causar danos à cultura sucessora (ex: milho), provocando inibição do seu crescimento radicular.
- Pendimethalin (N-(1-etilpropil)-3,4-dimetil-2,6-dinitrobenzenoamina) (Herbadox, Herbadox 400 EC, Pendulum):
- Registrado no Brasil para o controle principalmente de gramíneas nas culturas: algodão, alho, amendoim, arroz, café, cana, cebola, feijão, milho, soja, tabaco, trigo.
- Recomendado para uso em PRE das plantas daninhas e da cultura ou em PPI.
- Apresenta volatilidade média, sensibilidade à luz e pouca mobilidade no solo, motivo pelo qual é recomendada sua incorporação ao solo seco e com período de estiagem.
- O pendimethalin é fortemente adsorvido pelos coloides do solo e, por essa razão, sua lixiviação é muito baixa e as doses são recomendadas de acordo com as características físico-químicas do solo.
- Sua persistência varia de 3 a 6 meses de acordo com o solo, a dose aplicada e as condições climáticas.
4.5 Inibidores da síntese de ácidos graxos de cadeias muito longas (VLCFA) (inibidores de crescimento):
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas no
Brasil
	Cloroacetamida
	Alachlor
	Laço
Alachlor Nortox
	Algodão, amendoim,
café, cana-de-açúcar, girassol, milho e soja
	
	S-Metolachlor
	Dual Gold
	Cana-de-açúcar, feijão, milho e soja
	 Tiocarbamatos
	Thiobencarb
	Saturn 500 CE
	Arroz irrigado
- As cloroacetamidas têm sido um dos grupos de herbicidas mais usados no mundo, desde seu lançamento em 1954. Nos EUA, depois do glyphosate, é o grupo de herbicida mais utilizado, principalmente em milho e soja.
- A hipótese mais aceita para o mecanismo de ação é a inibição de ácidos graxos de cadeias muito longas.
- Apesar do uso contínuo por tantos anos, não há relato de gramíneas resistentes a esses herbicidas, nem sobre aumento de biodegradação no solo.
- Controlam plântulas de muitas espécies de gramíneas anuais antes e depois da emergência as sementes iniciam o processo de germinação, mas não chegam a emergir e, quando o fazem, têm crescimento anormal.
- Auxiliam no controle de dico. quando combinadas com outros herbicidas.
- São aparentemente absorvidas pelas raízes (dico.) e pelas partes acima do epicótilo (principalmente gramíneas).
- Inibem a emergência da primeira folha do coleóptilo das gramíneas, a parte aérea das ciperáceas, e as raízes das dico. (algodoeiro), como ocorre com o herbicida alachlor.
- Apresentam normalmente pressão de vapor de média a alta, mas, pelo fato de não terem ação pós-emergente, não são comuns registros de problemas com deriva.
- Apresentam de baixa a média mobilidade no solo, dependendo da umidade e do teor de matéria orgânica.
- São pouco tóxicas a peixes, pássaros e mamíferos.
Alguns herbicidas cloroacetamidas:
- Alachlor (2-cloro-2,6-dietil-N-(metoximetil)acetanilida) (Alaclor Nortox):
- Recomendado para controle de diversas espécies de gramíneas, comelináceas e algumas dico., sendo usado em PRE, logo após a semeadura da cultura, estando o solo em boas condições de umidade.
- É adsorvido pelos coloides do solo, possuindo média a baixa mobilidade no solo e persistência de 6 a 20 semanas, variável com o tipo de solo e as condições climáticas.
- Quando aplicado em solo seco, a eficácia do produto é reduzida, se não chover no prazo de até cinco dias.
- Não se deve utilizá-lo em solos arenosos em cultura de algodão, amendoim e girassol.
- Na cultura do café, aplicá-lo após a arruação ou esparramação, antes da emergência das plantas daninhas.
- Em café novo ou recepado, pode-se cultivar milho, soja ou amendoim no terreno tratado.
- Em cultivo de cana, deve ser utilizado logo após o plantio, podendo ser misturado com ametryn, diuron ou atrazine.
- Em milho, é comum misturá-lo com atrazine (Agimix, Boxer) ou cyanazine.
- Em soja com alta infestação de Brachiaria plantaginea, recomenda-se a mistura com graminicidas ou aplicação em sequência ao trifluralin incorporado. Se a infestação for de Bidens pilosa, Richardia brasiliensis ou Sida sp., mistura-se com metribuzin, exceto em solos arenosos e, ou, com baixo teor de matéria orgânica.
 
- S-metolachlor (2-cloro-N-(2-etil-6-metilfenil)-N-[(1S)-2-metoxi-1-metiletil)]) acetanilida (Dual Gold):
- Registrado no Brasil para cana, feijão, milho, soja e algodão, sendo usado em outros países, também, em culturas de amendoim, batata, girassol, sorgo e plantas ornamentais.
- Controla essencialmente gramíneas anuais e algumas perenes de reprodução seminal, comelináceas e um número reduzido de latifoliadas.
- Para aumentar o espectro de ação sobre essas espécies, é comum misturá-lo com latifolicidas, como atrazine, cyanazine, metribuzin etc.
- Em razão de sua absorção foliar ser quase nula, é utilizado apenas em PRE das plantas daninhas.
- Pelo fato de sua absorção ser quase total pelo coleóptilo das gramíneas e pelo epicótilo das dico., é essencial que sua aplicação seja feita antes da completa emergência das plântulas.
- Como é sorvido pelos coloides de argila e matéria orgânica, sua lixiviação é fraca a moderada, exceto
em solos arenosos.
- Devido à sua sensibilidade à fotodecomposição e à volatilização, a sua eficácia ficará comprometida se aplicado em solo seco e não ocorrer uma chuva de intensidade superior a 10 mm no espaço de cinco dias.
- Não deve ser utilizado em solos arenosos em feijão, porque intoxica a cultura.
- Em milho, é largamente utilizado misturado ao atrazine (Primestra Gold, Primaiz Gold, Primagran Gold).
Figura: Planta de mamona com sintomas de fitotoxicidade provocada pelo herbicida S-metolachlor misturado ao solo, em doses crescentes da esquerda para a direita.
- Thiobencarb (S-4-chlorobenzyl diethyl (thiocarbamato)) (Saturn 500 CE):
- Fortemente sorvido aos coloides do solo, é pouco lixiviado e sensível à fotodecomposição.
- Não deve ser recomendado para aplicação em solos turfosos ou com elevados teores de matéria orgânica.
- Apresenta persistência no solo de 28 a 35 dias, dependendo do solo e das condições climáticas.
- É usado no Brasil exclusivamente no arroz irrigado.
- Atua nas regiões meristemáticas, inibindo a divisão celular, interferindo também na fotossíntese, respiração, metabolismo nucleico, síntese de proteínas e de lipídeos; esta última parece ser a mais afetada.
- A sintomatologia, nas gramíneas, quando aplicado em doses altas, é a não-brotação das folhas e, nas doses normais, o enrolamento longitudinal da bainha, com a extremidade presa ao coleóptilo formando um laço.
- Nas espécies de folhas largas, provoca inibição de crescimento e necrose nas margens das folhas.
- Na cultura do arroz, é completamente metabolizado formando metilsulfonas e ácido clorobenzóico.
- Recomendado para uso em PRE das plantas daninhas, devendo ser aplicado em seguida à semeadura, ou com o arroz com 2 folhas.
- Usar pulverizadores de barra, com 300 a 400 L/ha. Para o controle do arroz-vermelho e plantas daninhas no sistema plantio direto, com sementes pré-germinadas, pode-se aplicar o produto em “benzedura manual (aplica-se o produto sem diluição sobre a lâmina mínima de 3 - 5 cm de água. A entrada de água deverá permanecer fechada por no mínimo 7 dias, de modo que o arroz não fique totalmente submerso. Quando a água baixar, esta deverá ser reposta a partir do 3° dia.)”.
- As principais espécies controladas são: Bulbostyles capilaris, Cuphea carthagenensis, Cyperus acicularis, Digitaria horizontalis, Echinochloa crusgalli, Echinochloa cruspavonis, Eleusine indica, Eragrostis pilosa e Ludwigia octovalvis.
- Aplicado em mistura com propanil (Satanil EC, Grassmax) para aumentar o espectro de ação.
4.6 Inibidores do fotossistema I (fotossíntese):
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas no Brasil
	Bipiridílios
	Paraquat
	Gramoxone 200
	Em	pré-plantio	em	culturas
anuais	e	jato	dirigido em perenes, e
dessecação de culturas
	
	Diquat
	Reglone
	Em pré-semeadura para
beterraba, cebola e feijão; jato dirigido para café, citros; dessecante para soja, batata e arroz
- São herbicidas derivados da amônia quaternária (paraquat e diquat), largamente utilizados como dessecantes em pré-colheita de diversas culturas, no plantio direto de outras, e, em aplicações dirigidas a diversas culturas em várias partes do mundo.
- São altamente solúveis em água e, por isso, formulados em solução aquosa.
- São cátions fortes.
- São rapidamente adsorvidos e inativados pelos colóides do solo.
- São facilmente absorvidos pelas folhas; após 30 minutos de sua aplicação, a ocorrência de chuva não mais afeta sua eficiência no controle de plantas daninhas.
- Sua ação é muito mais rápida na presença de luz do que no escuro.
- Comumente, a morte das plantas é tão rápida na presença da luz que não dá tempo de eles se translocarem na planta.
- A toxicidade do diquat é alta e a do paraquat é muito alta para mamíferos.
- Poucas horas após a aplicação desses herbicidas, na presença de luz, verifica-se severa injúria nas folhas das plantas tratadas (necrose do limbo foliar).
- Possuem capacidade de captar elétrons provenientes da fotossíntese.
- Ocasionam a produção de radicais hidroxil, que promovem a degradação rápida das membranas (peroxidação de lipídeos), ocasionando o vazamento do conteúdo celular e a morte do tecido.
- Esse não é o único sítio de ação, pois têm pequena atividade no escuro, quando capturam os elétrons provenientes da respiração para formar os radicais tóxicos.
- Paraquat (1,1’-dimetil-4,4’-dicloreto de piridilio íon) (Gramoxone 200, Helmoxone, Paradox, Tocha):
- Principal herbicida do grupo.
- É inativado ao entrar em contato com o solo, por completa adsorção do cátion à argila.
- Por essa razão, sua lixiviação é nula e sua decomposição microbiana no solo é muito lenta.
- O paraquat pode ser usado: como dessecante em plantio direto, com frequência misturado com o diuron (Gramocil); em PRE de culturas e em POS das plantas daninhas; em aplicações dirigidas às plantas daninhas no milho, algodão, café, fruteiras e outras; como dessecante em pré-colheita de diversas culturas, para viabilizar a colheita mecânica e propiciar melhor qualidade fisiológica de sementes; para a limpeza de áreas não cultivadas.
- Na aplicação dirigida em milho, apesar de as folhas baixeiras serem pulverizadas diretamente, ocasionando, com isso, sintomas visuais de necrose e perda de área foliar verde, as plantas de milho são capazes de compensar essa perda e, ainda, de alcançar um bom rendimento de grãos, por meio da redistribuição de carboidratos acumulados na planta. Adaptações, como a colocação de pingentes, para aproximar os bicos do solo e a pulverização atingir apenas a área da entrelinha, e a troca para pontas que trabalham com pressões baixas (15 lbs/pol2 a 20 lbs/pol2) evita a deriva e diminui a possibilidade de fitointoxicação das plantas de milho pelo herbicida aplicado.
- Diquat (1-1’-etileno-2,2’bipiridilium íon, dibrometo) (Reglone):
- Rapidamente absorvido pelas folhas.
- Translocação muito reduzida, por matar os órgãos de translocação.
- Registrado no Brasil para o controle em POS de plantas daninhas, mas em pré-semeadura de feijão; em POS em jato dirigido às entrelinhas de café e citros e como dessecante de batata – 7 dias antes da colheita; feijão – maturidade fisiológica; soja – maturidade fisiológica.
4.7 Inibidores da acetolactato sintase (ALS) (biossíntese de aminoácidos de cadeia ramificada):
- ALS é uma enzima encontrada nos cloroplastos, que regula a produção dos aminoácidos valina, leucina e isoleucina.
- Os herbicidas derivados das sulfonilureias, comercializados pela primeira vez em 1982 (chlorsulfuron), apresentam alto nível de atividade em doses muito pequenas. Atualmente há vários herbicidas deste grupo no mercado.
- Com pequenas modificações na sua estrutura química, a seletividade pode ser alterada de uma cultura para outra.
- Exemplos de culturas tolerantes a um ou mais herbicidas desse grupo químico são trigo, soja, arroz, milho, feijão, batata, beterraba, algodão, coníferas, cana etc.
- Com a inibição da enzima acetolactato sintase, as sulfonilureias inibem a síntese dos chamados aminoácidos ramificados (leucina, isoleucina e valina). Isso interfere na síntese do DNA e no crescimento celular.
- As plantas sensíveis tornam-se cloróticas, definham e morrem no prazo de 7 a 14 dias após o tratamento.
- Essa enzima é inibida também pelos herbicidas dos grupos químicos imidazolinonas, triazolopirimidinas e pirimidiniloxibenzóico.
- Apesar do pouco tempo de uso, já há relatos de diversas espécies de plantas daninhas que desenvolveram resistência aos inibidores da ALS.
- Características das sulfonilureias: alguns são ativos em doses extremamente baixas (ex: metsulfuron-methyl – 2 g.ha-1); a maioria apresenta bom controle de espécies de folhas largas (dico.), outros possuem ótima atividade contra gramíneas; muito baixa toxicidade aguda para mamíferos; são ativos tanto em aplicações foliares quanto em aplicações no solo.
- As imidazolinonas, embora quimicamente diferentes, têm o mesmo mecanismo
de ação das sulfonilureias, ou seja, inibem a enzima AHAS ou ALS.
- Principais características das imidazolinonas: são recomendadas em PRE e POS para o controle de muitas folhas largas e gramíneas em cultivo de cereais e soja e em áreas não agrícolas; são potentes inibidores do crescimento vegetal. Plantas tratadas param de crescer quase imediatamente após sua aplicação. 2 a 4 dias após aplicação, o ponto de crescimento (meristema apical) das plantas tratadas torna-se clorótico e, depois, necrótico e morre. A morte completa da planta ocorre 7 a 10 dias após o tratamento. Plantas de maior porte podem levar mais tempo para morrer, mas a paralisação do crescimento é imediata. São sistêmicos, ou seja, translocam-se pelo floema. Apresentam persistência moderada a longa no solo. Maior sorção e, consequentemente, maior persistência ocorrem quando decrescem a umidade do solo, o pH e a temperatura e, também, quando os teores de matéria orgânica, óxidos de ferro e de alumínio no solo aumentam. Dissipam-se no solo, via de regra, por meio da degradação microbiana. Em solos mais secos, mais herbicida é preso nos coloides do solo e menos produto é disponível para biodegradação ou absorção pelas plantas, o que implica maior persistência e possível carryover. São sensíveis à fotólise, mas esse processo de dissipação é mais importante no meio aquático. Lixiviam-se em campo. Apresentam toxicidade muito baixa ou nenhuma para mamíferos, o que pode ser explicado pela enzima-alvo, que não ocorre em animais, e também pelo fato de sua excreção ser muito rápida, como demonstrado em animais-teste.
- Outros grupos químicos também inibem a ALS ou AHAS, incluindo as triazolopirimidinas, ou sulfonamidas e os piridinil-oxibenzoatos.
- Exemplos de sulfonamidas: Flumetsulam (Scorpion) e Diclosulam (Spider 840 WG, Coact):
- Têm ação de amplo espectro sobre plantas daninhas de folhas largas em PRE. As gramíneas em geral são resistentes, devido ao seu metabolismo mais rápido. Entre as culturas de folhas largas, a soja é tolerante.
- Possuem absorção radicular, mas a translocação é sistêmica, ou seja, translocam-se tanto pelo floema quanto pelo xilema.
- Sua sorção no solo e persistência aumentam quando o pH decresce e a matéria orgânica aumenta. A persistência no solo é mediana, não havendo casos relatados de carryover.
- Dissipam-se no solo em razão do ataque de microrganismos. Condições que favorecem a ação microbiana aceleram a dissipação desses herbicidas no solo.
- Possuem mobilidade moderada no solo, não se antevendo problemas de contaminação de depósitos subterrâneos de água.
- Sua toxicidade para mamíferos é muito baixa (faixa verde).
- Os herbicidas inibidores da ALS têm sido usados com sucesso como maturadores de cana, normalmente aplicados aos 45 dias antes da colheita da cultura, via aérea. Paralisa crescimento, permitindo o acúmulo de açúcares.
Algumas sulfonilureias:
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas no
Brasil
	Sulfonilureias
	Azimsulfuron
	Gulliver
	Arroz irrigado
	
	Chlorimuron-ethyl
	Classic, Clorim, Clorimuron Master Nortox, Clorimuron Prentiss, Conquest, Panzer 250 WDG, Smart, Twister
	Soja
	
	Ethoxysulfuron
	Gladium
	Arroz irrigado, cana-de-açúcar
	
	Halosulfuron
	Sempra
	Cana-de-açúcar (C. rotundus)
	
	Metsulfuron-methyl
	Ally, Nufuron, Tarzan, Wolf
	Arroz, aveia-branca, aveia-preta, café, cana-de-açúcar, cevada, trigo, triticale, manejo de inverno e pastagens
	
	Pyrazosulfuron-ethyl
	Sirius
	Arroz irrigado (p/ ciperáceas)
	
	Nicosulfuron
	Accent, Nicosulfuron Nortox 40 SC, Pramilho, Sanson 40 SC
	Milho
	
	Oxasulfuron
	Chart
	Soja
	
	Trifloxysulfuron-sodium
	Envoke
	Algodão e cana-de-açúcar
	
	Iodosulfuron-methyl
	Hussar
	Arroz, cana-de-açúcar e trigo
- Metsulfuron-methyl (Ally, Nufuron, Tarzan, Wolf):
- Pouco sorvido e muito lixiviado no solo, dependendo da textura e teor de matéria orgânica.
- Sua persistência no solo (meia-vida) varia de 30 a 120 dias.
- Registrado no Brasil para controle de plantas daninhas de folhas largas em trigo, arroz, cana, aveia, cevada, manejo de inverno e pastagens.
- As espécies mais sensíveis incluem Raphanus raphanistrum, Raphanus sativus, Acanthospermum australe, Bidens pilosa, Ipomoea grandifolia.
- Recomendado em POS, devendo haver período de 6 horas sem chuvas após aplicação.
- A ação do produto nas plantas sensíveis pode ser observada por clorose nas folhas e morte das gemas apicais, com evolução para morte das plantas até 21 dias após aplicação.
- Em espécies menos sensíveis, ocorre paralisação de seu desenvolvimento.
- Culturas como trigo e arroz, para as quais é seletivo, conseguem metabolizá-lo rapidamente transformando-o em compostos não-fitotóxicos.
- Nicosulfuron (Accent, Nicosulfuron Nortox 40 SC, Pramilho, Sanson 40 SC):
- No tocante à persistência, soja, feijão, girassol e algodão podem ser semeados após 30 dias da aplicação; trigo, arroz e batata, após 45 dias; e tomate, 60 dias.
- No Brasil é recomendado em milho em POS, em área total.
- Controla gramíneas, inclusive capim massambará (Sorghum halepense) e diversas dico.
- No momento da aplicação, as plantas de milho devem estar com 2 a 6 folhas; as plantas daninhas dico com 2 a 6 folhas e as gramíneas com até 2 perfilhos.
- A aplicação deve ser feita estando o solo úmido e as plantas daninhas em pleno vigor vegetativo.
- A aplicação do produto deverá ocorrer respeitando intervalo de 7 dias com adubações nitrogenadas, uma vez que pode ocorrer aumento na fitotoxicidade do herbicida à cultura.
- A mistura de herbicidas do grupo das sulfonilureias com inseticidas fosforados e organoclorados aumenta os sintomas de fitointoxicação nas plantas de milho.
- A ocorrência de chuvas uma hora após aplicação não afeta sua eficiência.
- Esse herbicida misturado com atrazine (não registrado no Brasil) aumenta o espectro de controle de plantas daninhas.
- Há híbridos de milho com diferentes tolerâncias a esse herbicida no mercado brasileiro; por isso deve-se consultar a tolerância dos materiais com relação a esse herbicida. A mistura desse herbicida com inseticidas carbamatos ou fosforados pode torná-lo não seletivo para milho.
- Halosulfuron (Sempra):
- Registrado para controle Cyperus rotundus em cana.
- Apresenta baixa adsorção e meia-vida média em torno de 16 dias, o que varia com o tipo de solo e as condições climáticas.
- Deve ser aplicado em POS das plantas daninhas, sendo melhor aos 30 a 40 dias após o plantio da cana, quando as plantas daninhas deverão estar no final da fase vegetativa ou início do florescimento.
- Absorção foliar e translocação apossimplástica.
- As plantas de Cyperus rotundus devem estar em boas condições de desenvolvimento, sem efeito de estresse hídrico ou baixa temperatura.
- Chlorimuron ethyl (Classic, Clorim, Clorimuron Master Nortox, Conquest, Panzer 250 WDG, Smart, Twister):
- No Brasil, tem registro para soja em POS.
- Apresenta adsorção e lixiviação moderadas e meia-vida de 7,5 semanas.
- A persistência é maior em solos com pH mais elevado; em solos ácidos e com clima quente, é baixa.
- Manter intervalo de 60 dias entre a aplicação do chlorimuron e a semeadura de trigo, milho, feijão e algodão.
- Controla essencialmente dico anuais, sendo mais efetivo quando estas se encontram na fase inicial de crescimento (até 6 folhas).
- As espécies sensíveis incluem Commelina benghalensis, Euphorbia heterophylla, Desmodium tortuosum, Acanthospermum australe, Ipomoea grandifolia, Bidens pilosa, Tridax procumbens.
 
- É comum misturá-lo com outros herbicidas, para controle de dico em soja, porém não deve ser misturado com graminicidas.
Algumas imidazolinonas:
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas No
Brasil
	Imidazolinona
	Imazamox
	Sweeper
	Feijão e soja
	
	Imazapic
	Plateau
	Amendoim, cana
	
	Imazapyr
	Arsenal NA, Chopper Florestal, Contain
	Áreas não agrícolas, pinus,
seringueira, cana-de-açúcar
	
	Imazaquin
	Scepter, Scepter 70 DG, Topgan
	Soja
	
	Imazethapyr
	Pivot, Pivot 70 DG, Vezir, Zethapir 106 SL, Dinamaz 70 WDG, Imazetapir Plus Nortox
	Soja
- Imazaquin (Imazaquim Ultra Nortox, Scepter, Scepter 70 DG, Topgan):
- Fracamente adsorvido em solo com pH alto, porém esta adsorção aumenta em pH baixo.
- Sua persistência no solo é alta (meia-vida de 7 meses), podendo afetar culturas de inverno que seguem à soja tratada com o produto.
- É usado no Brasil na cultura da soja, sendo utilizado em PPI ou em PRE das plantas daninhas.
- Controla essencialmente plantas daninhas dico, incluindo Euphorbia heterophylla, Ipomoea grandifolia, Sida rhombifolia.
- O milho é muito sensível a seu resíduo no solo, exigindo intervalo de segurança acima de 180 dias após sua aplicação, não sendo recomendável cultivar o milho safrinha no mesmo ano agrícola da soja, em alguns tipos de solos.
- Imazethapyr (Dinamaz WG, Imazetapir Plus Nortox, Pistol 106 SL, Pivot 100 SL, Vezir, Zaphir, Zethapyr 106 SL):
- Fracamente adsorvido em solo com pH alto, mas essa adsorção aumenta em pH baixo, sendo também pouco lixiviado.
- Apresenta lenta degradação no solo (meia-vida de 60 dias), podendo causar fitotoxicidade a algumas culturas de inverno em sucessão à soja tratada com esse herbicida.
- É registrado no Brasil para uso exclusivo na cultura da soja.
- Recomenda-se sua aplicação em POS precoce, estando as dico no estádio cotiledonar, com até quatro folhas, e as mono com uma a quatro folhas, o que geralmente acontece entre 5 e 15 dias após a semeadura da soja.
- Controla com eficiência diversas espécies de plantas daninhas: Euphorbia heterophylla, Bidens pilosa, Hyptis suaveolens, Ipomoea grandifolia etc.
- O milho e o sorgo são muito sensíveis ao seu resíduo no solo.
- Imazamox (Sweeper):
- Pouco adsorvido pelos coloides do solo e, também, pouco lixiviado.
- Apresenta rápida degradação no solo, essencialmente microbiana (meia-vida de 15 dias).
- Rápida degradação em solos brasileiros.
- É usado no Brasil nas culturas da soja e do feijão.
- Recomenda-se sua aplicação em POS das plantas daninhas dico com até 4 folhas e de mono, com 1 a 3 perfilhos, o que geralmente acontece entre 15 e 20 dias após a semeadura do feijão.
- Controla com eficiência diversas espécies de plantas daninhas, como Euphorbia heterophylla, se aplicado em POS precoce.
- Imazapyr (Arsenal NA, Contain, Chopper Florestal):
- Registrado no Brasil para o controle de gramíneas anuais e perenes, dico., ciperáceas e arbustos presentes em aceiros de cercas, margens de rodovias, ferrovias, oleodutos, terminais e linhas e subestações de alta tensão.
- Chopper Florestal está registrado no Brasil para o controle de plantas daninhas na cultura de pinus e para erradicação de tocos/cepas de eucalipto.
- Fracamente adsorvido pelos coloides do solo.
- Apresenta lenta degradação no solo, essencialmente por via microbiana, em condições aeróbicas, não se processando em condições anaeróbicas.
- Em campo, a persistência biológica é dependente, sobretudo, da dose e dos fatores ambientais, com degradação mais rápida em clima quente e úmido.
- Alta mobilidade no solo, podendo ocorrer lixiviação positiva (para baixo) ou negativa (para cima), dependendo do movimento capilar da água no perfil do solo.
- Aplicações em altas doses para capinas de ruas podem intoxicar árvores e plantas utilizadas na arborização do ambiente.
- Também quando aplicado no tronco do eucalipto, visando eliminar rebrota após derrubada, pode ser exsudado pelas raízes, vindo intoxicar as novas mudas plantadas para a renovação da floresta, principalmente em solos arenosos.
- Sua persistência no solo é longa (3 a 7 meses em solos tropicais e 6 meses a 2 anos em clima temperado).
- Imazapic (Plateau):
- Registrado no Brasil para o controle em PRE ou POS de mono e dico nas culturas de amendoim e cana.
- Usado em mistura com imazapyr (Onduty) em milho e imazethapyr (Only) em arroz.
- Only controla arroz-vermelho e outras plantas daninhas como o junquinho e capim-arroz (sistema de produção Clearfield – arroz).
- As cultivares de arroz do sistema de produção Clearfield tem tolerância ao herbicida Only. Essas cultivares foram desenvolvidas através de técnicas de melhoramento e seleção de plantas. Não são plantas transgênicas, pois não contêm material genético (DNA) importado de outras espécies vegetais, animais ou bactérias.
- Clearfield: utilização das cultivares de arroz tolerantes IRGA 422CL e Tuno CL, desenvolvidas, respectivamente, em parceria com o Instituto Riograndense do Arroz – IRGA, e a empresa Rice Tec.
Herbicida derivado do ácido pirimidiniloxibenzóico:
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas No
Brasil
	Triazolopirimidina
	Cloransulam-methyl
	Pacto
	Soja
	
	Diclosulam
	Spider 840 WG, Coact
	Soja, cana
	
	Flumetsulam
	Scorpion
	Soja
	
	Penoxsulam
	Ricer
	Arroz
	Pirimidilobenzoato
	Bispyribac-sodium
	Nominee 400 SC, Sonora
	Arroz irrigado
	
	Pyrithiobac-sodium
	Staple 280 CS
	Algodão
- Bispyribac-sodium (Nominee 400 SC, Sonora):
- Registrado no Brasil para o controle de plantas daninhas em POS na cultura do arroz irrigado (3-4 folhas no máximo).
- Controla capim arroz (Echinochloa) e angiquinho (Aeschynomene), entre outras.
 
- Absorção radicular e foliar.
- Translocação pelo floema.
- Pyrithiobac-sodium (Staple 280 CS):
- Meia-vida de 2 meses no solo.
- Pouco adsorvido pelos coloides do solo e, também, pouco lixiviado.
- Degrada-se no solo essencialmente por ação microbiana.
- É usado no Brasil para o controle de dico, na cultura do algodão, em PRE ou POS precoce e em plantas daninhas de folhas largas, quando estiverem com o máximo de 3 folhas.
4.8 Inibidores da EPSPs (síntese de aminoácidos de cadeia aromática):
	
Grupo químico
	
Ingrediente ativo
	
Nomes comerciais
	
Usos agrícolas No
Brasil
	Derivado de glicina
	Glyphosate
	Direct, Gliato, Glifos Plus, Glifosato 480 Agripec, Glifosato Atanor, Glifosato Atanor 48, Glifosato Atar 48, Glifosato Nortox, Glifosato Nortox NA, Glifosato Nortox WG, Glifosato Nufarm, Glister, Gli-up 480 SL, Gliz 480 SL, Glizmax, Gliphotal, Polaris, Radar, Radar WG, Roundup NA, Roundup Original, Roundup Ready, Roundup Ready Milho, Roundup Transorb, Roundup Transorb R, Roundup Ultra, Roundup WG, Rustler, Samurai, Scout, Shadow 480 SL, Stinger, Touchdown, Trop, Trop NA, Tupan, Zapp QI 620
	Aplicações dirigidas em diversas culturas, dessecação em área total, pós emergência em culturas geneticamente modificadas tolerantes ao produto.
- EPSPS é uma enzima responsável pela produção dos aminoácidos fenilalanina, tirosina e triptofano.
- Mecanismo ação: plantas tratadas param de crescer logo após aplicação. O ponto de ação é a enzima EPSP sintase (envolvida na síntese dos aminoácidos aromáticos tirosina, triptofano e fenilalanina). O glyphosate se liga a esta enzima.
- Glyphosate (N- (fosfonometil) glicina):
- O glyphosate é um ácido. Devido à limitada solubilidade do ácido em água, os sais mais solúveis do ácido são preferidos para as formulações. O termo glifosato é geralmente utilizado para indicar tanto o ácido como seus sais, pois é reconhecido que eles são biologicamente equivalentes. Por isso, sua concentração é expressa em equivalente ácido.
- Equivalente ácido:
Formulação	= ia + inertes
= ia + adjuvantes + inertes (para herbicidas polares)
= ia + solventes + emulsificantes + inertes (para herbicidas apolares)
ia = somente o herbicida
ia = o herbicida + base (sal) ou éster (para herbicidas ácidos)
Equivalente ácido é a parte do ingrediente ativo que irá atuar efetivamente como herbicida, quando este teve que ser formulado como um sal ou éster da molécula básica (ácido); ex.:
ea = (peso molecular do ác. / peso mol. do sal ou éster) * 100
• Peso molecular do ác. glifosato: 169,07
• Peso molecular do IPA: 228,19	ea = 74%
• Peso molecular do TMS: 245,23

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando