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Comportamento de herbicidas no solo

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Comportamento de Herbicidas no Solo
Prof. Dr. Silvério de Paiva Freitas
Doutorando Eurico Huziwara
Atualmente, há produção em larga escala 
sem aplicação de agrotóxicos?
Solução: Conhecer para usar 
corretamente!
Introdução
O crescente aumento do custo de produtos químicos, da mão de
obra e da energia e a preocupação cada vez maior em relação à
poluição ambiental têm realçado então:
A necessidade de uma tecnologia mais acurada na colocação do
produto químico no local correto, bem como, de procedimentos e
equipamentos adequados à maior proteção ao trabalho.
Curiosidades
Mercado de defensivos agrícolas brasileiro é extremamente 
acirrado!!!!!
Mais de 100 empresas mantém produtos registrados e 
comercializados
Fonte: ANDEF, 2010
Curiosidades
Para desenvolver uma ÚNICA NOVA MOLÉCULA (herbicida, 
fungicida, inseticida ou acaricida) são necessários
Pesquisas que duram até 10 anos!!!
Testando entre 100 mil e 200 mil moléculas!!
Consumindo entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões!!!
Fonte: ANDEF, 2010
Especialistas em manejo de plantas daninhas
Destino dos herbicidas no ambiente
 Herbicidas
Pré-emergência
Pós-emergência
Pré-plantio e 
incorporado (PPI)
- 60 a 70% dos agrotóxicos não atingem o 
alvo (Law, 2001)
- Outros destinos que não o alvo... SOLO
CALLISTO E KRISMAT: 0,25 E 1,75 KG/HA , 60 DAA, FAZ. STO ANTÔNIO, COLOMBIA, SP
Devemos sempre evitar o uso EXCESSIVO de HERBICIDA procurando sempre
obter o EQUILÍBRIO entre a máxima produção e a proteção do ambiente
(Mbuya et al., 2001).
Degradação
Lixiviação
Sorção
Absorção
Herbicida
Volatilização
Redistribuição 
pela 
Chuva
Contaminação de 
reservas de água
Comportamento de herbicidas no solo
Fazenda Lagoa Limpa, pertencente a Walter Godoy, Campos dos Goytacazes, 2010.
Destino dos agroquímicos no ambiente
Atmosfera
Lençol freático
Solo Rios
Oceanos
VOLATILIZADO
LIXIVIADO
herbicida
solução solo
herbicida
fase sólida
Dessorção
sorção
FOTÓLISE
Hidrólise
Metabolismo
herbicida Metabólitos
DEGRADAÇÃO
ABSORVIDO
PELAS PLANTAS
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
DERIVA
Entender os processos físicos de retenção do herbicida 
no solo é importante
 Propriedades físico-químicas do solo e do produto, clima;
 Portanto, um requisito básico para entender os processos de retenção é 
conhecer a composição do solo.
• Melhor direcionamento nas recomendações de herbicidas.
•Como os herbicidas se interagem no solo
• Como obter uma Melhor eficiência agronômica
• Melhor visão dos aspectos de preservação ambiental
Importância do Conhecimento do 
Comportamento de Herbicidas no Solo
Introdução
Os Herbicidas são de grande importância para o
sistema agrícola no CONTROLE de Plantas
Daninhas, se adequadamente utilizados (Silva et al.,
2007).
Do total dos herbicidas aplicados na agricultura em torno de
90% não atingem a superfície-alvo (Law, 2001).
É importante conhecer os principais PROCESSOS que os
HERBICIDAS estão sujeitos, quando em Contato com o
SOLO....para que...
O herbicida é uma substância EXÓGENA ao meio 
FITOINTOXICAÇÃO e
morte de plantas por
herbicidas
INTOXICAÇÃO e 
morte de animais por 
Contaminação das 
águas por herbicidas
O comportamento dos HERBICIDAS no SOLO é muito COMPLEXO
em razão de numerosas INTERAÇÕES entre as Fases SÓLIDAS, 
LIQUIDAS e GASOSAS do SOLO 
ADSORÇÃO dos Herbicidas nas Superfícies SÓLIDAS do SOLO depende,
principalmente, das INTERAÇÕES como:
• Herbicida-colóides,
• Herbicida-água,
• Água-colóide,
 nos quais todas operando simultaneamente.
As moléculas dos HERBICIDAS pertencem:
•Vários Grupos Químicos
Distintos
Solubilidade
•Diferentes Características de
PERSISTÊNCIA
•Volatilidade
• Toxicidade
Características de MAIOR INTERESSE no estudo de
seu COMPORTAMENTO no AMBIENTE.
O COMPORTAMENTO e o DESTINO dos herbicidas no AMBIENTE
dependem de Fatores EXTERNOS à sua Composição como:
• Temperatura
• Umidade do Solo
• Tipo de Solo
• Presença de Matéria Orgânica
• Modo de Aplicação do Herbicida
• Destino FINAL dos herbicidas é o SOLO.....
O COMPORTAMENTO dos herbicidas no Solo está sujeito a Vários
PROCESSO FÍSICOS e QUÍMICOS que REGULAM o seu DESTINO no
AMBIENTE que são:
• Retenção - sorção
• Lixiviação
• Volatilização
• Fotodegradação
• Decomposição Química e Microbiana
• Escorrimento Superficial 
• Absorção pelas Plantas
• de RETENÇÃO - adsorção, absorção;
• de TRANSFORMAÇÃO - decomposição,
degradação;
• de TRANSPORTE - deriva, volatilização,
lixiviação, escoamento superficial, e ..................
•por INTERAÇÕES desses processos.
O Destino dos Herbicidas no Ambiente é 
Governado pelos processos:
Processos de RETENÇÃO de Herbicidas no Solo
•Absorção
•Adsorção
SORÇÃO 
A Retenção refere-se à Habilidade do SOLO de RETER moléculas de
Herbicidas, evitando que ela se MOVA tanto para DENTRO como para
FORA da matriz do solo.
HERBICIDAS NO SOLO
Solução 
do solo
Herbicidas
Argila Equilibrio
Matéria 
Orgânica
Apresenta baixo potencial 
de lixiviação. 
ABSORÇÃO 
• Envolve ORGANISMOS do solo e PLANTA (raiz).
• Há a penetração da Molécula do herbicida em um
organismo, por meio da MEMBRANA CELULAR.
ADSORÇÃO 
Envolve processos:
• Hidrofóbicos,
• Físicos e Químicos, em que o composto passa da
SOLUÇÃO do SOLO para a superfície das PARTÍCULAS
MINERAIS e ORGÂNICAS.
• O composto fica ADERIDO à Superfície das Partículas,
podendo sofrer Influência da SOLUÇÃO do solo.
SORÇÃO - É um Processo específico de ADSORÇÃO das
moléculas de herbicidas nas PARTÍCULAS ou COLÓIDES
do solo
Descreve a SORÇÃO como a ATRAÇÃO e RETENÇÃO
Reversível das moléculas de herbicidas nas partículas do
solo.
SORÇÃO:
• Adsorção
“Processo INTERFACIAL
referente à ADESÃO ou
ATRAÇÃO de uma ou mais
camadas IÔNICAS ou
MOLECULARES para uma
Superfície” Schwarzenbach, 1993.
ADSORÇÃO - é o processo pelo qual a molécula do herbicida é
transferida da FASE MÓVEL (liquida ou gasosa) para a FASE
ESTACIONÁRIA (sólida). ........... Ou seja.....
está relacionada com a MOBILIDADE do produto químico no
solo.
ADSORÇÃO FORTE reduz a disponibilidade BIOLÓGICA,
LIXIVIAÇÃO e o MOVIMENTO do Herbicida na água, mas
pode aumentar a Resistência a DEGRADAÇÃO.
ADSORÇÃO é Influenciada:
• pelas propriedades Químicas do herbicida
• pelas propriedades do solo – tipo e a quantidade de
Argila, M.O., Mineralogia, Textura, pH.
•Condições Climáticas – umidade e temperatura
• Concentração de Sais
Fatores que controlam a ADSORÇÃO de 
herbicidas no solo: 
DESSORÇÃO – Representa a liberação da
molécula de herbicida anteriormente SORVIDA
ou presa nos colóides.
SORÇÃO e DESSORÇÃO dos herbicidas no solo estão
entre os principais mecanismos na sua
DISPONIBILIDADE.
A ADSORÇÃO é uma peça chave no comportamento de herbicidas no
solo, pois está diretamente relacionada com:
• a translocação,
• persistência,
• mobilidade e
• bioatividade desses produtos (Luchini, 1987).
Cada herbicida possui um mecanismo de ADSORÇÃO e
DEGRADAÇÃO, que varia de acordo com suas
propriedades QUÍMICAS;
Herbicida FLUMETSULAM constatou que a Taxa de Degradação foi
mais RÁPIDA em solos com MENOR Capacidade de SORÇÃO
A SORÇÃO foi maior em solos com pH MAIS BAIXO e MAIOR TEOR
de MATÉRIA ORGÂNICA.
Exemplo: Fontaine et al., 1991
Os herbicidas que são SORVIDOS FORTEMENTE pelo 
solo apresentam:
• baixa mobilidade e, portanto,
representam um Risco MENOR à Contaminação de
Águas Subterrâneas.Mecanismos de Interação dos Herbicidas no Solo 
• Troca iônica,
• Ligações covalentes,
• Pontes de hidrogênio,
• Ligações eletrostáticas,
• Forças de atração de London-van der Waals, e
• Ligações hidrofóbicas.
Ligações Fortes
Principais FORÇAS FÍSICAS que podem contribuir com a 
SORÇÃO dos herbicidas: (Bhalla et al., 1991)
O Coeficiente SORÇÃO é de grande importância no estudo
do COMPORTAMENTO da Atividade e Resíduos de
HERBICIDAS no Solo.
Este Coeficiente - Descreve a MOVIMENTAÇÃO potencial
ou a MOBILIDADE do herbicida no solo
Coeficiente de SORÇÃO
Coeficiente de SORÇÃO - distribuição dos 
herbicidas no solo – Kd - e na matéria orgânica - Koc
É a DISTRIBUIÇÃO dos herbicidas entre a fase LIQUIDA
(água) e a fase SÓLIDA de um SOLO (argila e matéria
orgânica).
Equações Básicas:
Kd = Cs / Cw = quantidade de herbicida / g SOLO
quantidade de herbicida / g SOLUÇÃO
Kd = é o Coeficiente de PARTIÇÃO ou DISTRIBUIÇÃO ou
SORÇÃO entre o herbicida Adsorvido nas partículas do
SOLO e a quantidade na SOLUÇÃO do solo.
Koc = Kd * 100 / ƒoc (para matéria orgânica)
Koc = Kd * 100 / ƒoc = Kd
quantidade de carbono orgânico solo %
Koc = é o Coeficiente que expressa a tendência do herbicida
em ser ADSORVIDO pela MATÉRIA ORGÂNICA.
OU
Também para determinar o Coeficiente de DISTRIBUIÇÃO
em MATÉRIA ORGÂNICA pode ser utilizada as seguinte
formula:
Em que Kd é o COEFICIENTE DE SORÇÃO e
Cs é a parte do herbicida adsorvido ao solo (µg g-1) e
Cw é a parte do herbicida que permanece dispersa na
solução do solo (água) (µg mL-1) e
ƒoc é a fração orgânica do solo em percentagem.
Kd = Cs / Cw = quantidade de herbicida / g SOLO
quantidade de herbicida / g SOLUÇÃO
Koc = Kd * 100 / ƒoc (para matéria orgânica)
O Coeficiente de DISTRIBUIÇÃO – SORÇÃO -
dos herbicida no solo Kd ou na matéria orgânica
Koc descreve a MOVIMENTAÇÃO POTENCIAL ou
a MOBILIDADE dos herbicidas no solo.
Quanto MAIORES os valores de Kd ou Koc apresentados
pelos herbicidas, MAIORES serão suas tendências a serem
ADSORVIDOS ao solo.
Força de adsorção - Koc Herbicidas
Muito Forte (Koc > 5000) Paraquat, Glyphosate, MSMA, 
Trifluralina,Oxyfluorfen, Pendimenthalin, 
Diclofop, Fluazifop
Forte (Koc 600 – 4999) Orizalin, Thiobencarb
Moderado (Koc 100 – 599) Alachlor, Diuron, Amônio-glufosinate, triazinas
Fraco (Koc 05 – 99) Picloram, Hexazinona, Metribuzin, Imidazolinas, 
Triclopyr
Resumindo:
ABSORÇÃO: Herbicida absorvido pelo sistema radicular e outras
partes subterrâneas
ADSORÇÃO: Substância dissolvida se fixa em uma superfície sólida
ou líquida. O herbicida pode ser adsorvido às partículas coloidais
(orgânicas e minerais) do solo ou sofrer repulsão, resultando em
aumento da concentração na solução do solo.
Resumindo:
SORÇÃO: Processo geral, sem distinção entre os processos
específicos de adsorção, absorção. Processo complexo em virtude
(heterogeneidade do solo, sistemas biológicos, atmosféricos e
aquáticos). Forças responsáveis: forças físicas (Van der Walls),
pontes de hidrogênio, ligações hidrofóbicas, ligações eletrostáticas,
reações de coordenação e ligações de troca, ....
Resumindo:
DESSORÇÃO: Liberação da molécula do herbicida anteriormente
sorvida.
A intensidade da dessorção reflete o grau de reversibilidade do
processo sortivo, podendo ocorrer, em alguns casos, altíssima
dessorção do herbicida.
Em outros casos, a sorção é praticamente irreversível não ocorre
retorno do herbicida à solução do solo, dando origem ao fenômeno
denominado histerese (H).
Propriedades que Afetam o Comportamento 
– RETENÇÃO - do Herbicida no Solo
Matéria Orgânica – alto teor de MO no solo, aumenta a SORÇÃO dos
herbicidas no solo - Teor de Carbono Orgânico.
Textura e Mineralogia – está relacionado com o TEOR e TIPO de ARGILA
no solo.
Óxido de Ferro e Alumínio - são os sítios primários de ligação de
herbicidas ANIÔNICOS, no solo.
pH - influência especialmente o comportamento dos herbicidas que se
IONIZAM quando em solução.
Molécula - Características Físico - Químicas do herbicida
Água – menor teor maior ADSORÇÃO.
Temperatura – altas temperaturas maior energia das moléculas.
O comportamento dos HERBICIDAS é alterado
pela M.O., podendo as moléculas tornarem-se
mais PERSISTENTES ou
serem mais RAPIDAMENTE DEGRADADAS (Prata e
Lavorenti, 2000) .
Matéria Orgânica – M. O.
• aumentando a Sorção do herbicida,
indisponibilizando-o, ou
• ativando a microbiota do solo e, assim, promovendo
um aumento de sua DEGRADAÇÃO.
M.O. pode influenciar de duas maneiras no 
COMPORTAMENTO da molécula de herbicida: 
M.O. no Solo parece dominar a SORÇÃO de muitos
herbicidas não-IONIZÁVEIS. (Spadotto, 2004)
A Textura ou a Granulometria refere-se à proporção de Argila,
Silte e Areia no SOLO.
A ARGILA representa a maior parte da FASE SÓLIDA do solo.
Apresentam cargas ELÉTRICAS NEGATIVAS responsáveis pela
Capacidade de Troca de Cátions - CTC.
Textura e Mineralogia
Diferenças de Capacidade de Troca de Cátions em dois 
tipos de solos.
Composição Minerológica do SOLO:
Montmorinolita – argila 2:1
Caulinita – argila 1:1
Ilita; Clorita, Goethita...........
Tipo de Material CTC (meq/100 g) Superfície Específica 
(m2/g)
M.O - Humus 200-300 500-800
Montmorilonita 80-150 700-800
Ilita 10-40 65-100
Caulinita 3-15 7-30
Óxidos e Hidróxidos 2-6 100-800
Fonte: Guimarães, (1986); 
Resende 1992
Constituintes colóidais do solo
• Grande Área superficial
• Carga Líquida Negativa
• Ânions (cargas negativas) REPELIDOS
• Cátions (cargas positivas) ATRAÍDOS
No SOLO em geral as CARGAS NEGATIVAS são
superiores às POSITIVAS.
Principais 
responsáveis pela 
ADSORÇÃO de 
herbicidas
Argila e Matéria Orgânica
O GLIFOSATO no solo apresenta ALTA capacidade de 
ADSORÇÃO devido a:
• Troca de Ligações com os ÓXIDOS de FERRO e
ALUMÍNIO;
• Ligações de Hidrogênio formadas entre o
GLIFOSATO e as Substâncias HÚMICAS
presentes no solo;
A ACIDEZ do SOLO influi na Dinâmica dos Herbicidas IONIZÁVEIS,
(ácidos fracos e bases fracas).....
pois o solo com pH mais ELEVADO tem a tendência de apresentar
MAIOR quantidade de cargas NEGATIVAS (maior CTC) e ...........
solo com pH mais BAIXO tem a tendência de apresentar MAIOR
quantidade de cargas POSITIVAS (menor CTC)
Efeito do pH do SOLO
Quanto mais ÁCIDO o solo for, maior a ADSORÇÃO de herbicidas
ANIÔNICOS.
Por outro lado, quanto mais ALCALINO o solo for, há geração das
Cargas Negativas promovendo a capacidade de troca de cátions
(CTC), .....
Conseqüentemente há MAIOR Retenção de Herbicida CÁTIONICOS.
0
20
40
60
80
100
120
3 4 5 6 7
pH
S
o
rç
ã
o
 (
%
)
Imazaquin: Regitano et al. (Data based on apparent Koc); Imazapyr: Graveel and Turco
Imazaquin
Adsorção de Imazapyr / Imazaquin em função 
do pH do Solo
Então o destino dos herbicidas vai 
depender dos seguintes fatores...
Fatores
Propriedades físicas, químicas
e biológicas do solo
-M.O./Minerais Argila
-Textura/estrutura
- pH/CTC
-Umidade
-Comunidade microbiana
Condições 
Ambientais
-Temperatura
-Pluviosidade
-Luminosidade
-UR (%) do ar
-Vento
Propriedades físico-químicas
do herbicida
-Sw
-pKa
-Kow
-T1/2
- P
As Informações das Propriedades Físico-Químicas de um
HERBICIDA podem servir de apoio para a tomada de decisão
como:
• aplicações ou não de herbicidas em determinadas situações tais
como:
1. Proximidade de corpos de água
2. Lençol subterrâneo raso
3. Produtos de persistência longa no solo - dificulta o cultivo de
plantas sensíveis ao herbicida
Propriedades Físico-Químicas doHerbicida
1. Herbicidas IÔNICOS
• os que se comportam como ÁCIDO FRACO - Ka ,
• aqueles que se comportam como BASES FRACAS - Kb e
• os que são CATIÔNICOS –
2. Herbicidas Não Iônicos - apresentam atividade
independente do pH do solo (WEBER, 1990).
Os Herbicidas podem ser Classificados em 02 
Grupos segundo a sua Natureza QUÍMICA:
Blanco, 1979
Catiônicos Paraquat, Diquat
Básicos Ametrine, Cyanazine, Metribuzin, Simazine
Ácidos 2,4-D, Picloram, Imazaquim, Imazetrapyr, Imazapyr, 
Chlorimuron- ethyl, Tryclorpyr, Trifloxysulfuron-
ethyl
1. Características dos Herbicidas IÔNICOS
Um herbicida com cargas POSITIVAS tende a ser mais
Fortemente ADSORVIDO aos colóides do solo.
Dinitroanilidas Trifluralin
Anilidas Alachlor, s-Metalachlor
Uréias Diuron, Linuron, Tebutiuron
2. Características dos Herbicidas Não- IÔNICOS 
ou Neutro - sem qualquer interação IÔNICA com 
o solo.
1. Características dos Herbicidas IÔNICOS
Constante de Equilíbrio de Ionização ÁCIDO - pKa ou 
BASE - pKb
•Também denominada de constante de Partição Iônica ou
Constante de Dissociação.
• O pK – é um valor de pH em que o herbicida apresenta
aproximadamente 50% das suas moléculas na forma DISSOCIADA e
50% na forma NÃO-DISSOCIADA.
Comportamento do MESOTRIONE no solo
Forma molecular Forma aniônica
Incremento do pH do solo
Decréscimo da ADSORÇÃO
Solubilidade em água varia em função do pH:
• pH 4,8 em 2,2 g /L
• pH 9,0 em 22 g/ L (20 oC)Normal: 168,7 mg/L – pH = 3,1
•Os valores desta constante indicam dentro de qual FAIXA de
pH da solução do solo o herbicida se IONIZA.
• Esta – Constante - relacionado com a Transferência ou
Recebimento de PRÓTONS
• As formas IONIZADAS de herbicidas se comportam
DIFERENTEMENTE das Não IONIZADAS (neutras)
•Ácido Fraco - Ka - são aqueles cuja formas moleculares neutras são
capazes de DOAR prótons e formar íons carregados
NEGATIVAMENTE.
• Base Fraca – Kb – são aqueles cuja formas moleculares neutras são
capazes de RECEBER prótons e formar íons carregados
POSITIVAMENTE (Lavorenti, 1999).
Esta constante de Ionização Interfere diretamente
na PROPORCIONALIDADE e VELOCIDADE de
DEGRADAÇÃO de herbicida em meio LÍQUIDO.
(Schwarzenbach., 1993)
O Herbicida permanecendo na forma IÔNICA terá MAIS
Chance de ser TRANSPORTADO Livremente através da
Solução do SOLO.
• Solubilidade em água - SW
• Pressão de Vapor – P
• Coeficiente de Partição n-Octanol-àgua – KOW
• Constante de equilíbrio de Ionização ácido - pKa ou base - pKb
• Coeficiente de Partição ou Retenção - SORÇÃO - dos herbicidas
no SOLO (Kd) e na MATÉRIA ORGÂNICA (Koc)
• Constante da lei de Henry - KH
As principais características Fisico-Químicas de um 
HERBICIDA, relacionadas quanto ao comportamento 
Ambiental:
Solubilidade de herbicida em água - SW
• Refere-se a concentração máxima da MOLÉCULA – pura – que
pode ser SOLUBILIZADA em água a uma determinada temperatura.
• acima desta concentração, DUAS fases distintas formará.
Pressão de Vapor – P
Pode ser compreendida como: “solubilidade do produto
no ar” (Schwarznbach et al. (1993)
É uma medida de tendência de Volatilização no estado
normal Puro de um Herbicida sendo função direta da
TEMPERATURA....ou
• É uma indicação da tendência da substância química em
escapar na forma de GÁS.
• Portanto, quanto MAIOR a PRESSÃO de Vapor, mais
provável que um líquido VAPORIZE-SE.
Fontes: Adaptado de Ahrens (1994), Hatzios (1998) e Rodrigues e Almeida (2005)
Coeficiente de Partição n-Octanol-água – KOW
(solubilidade em gordura / solubilidade em água)
• Esta propriedade indica a afinidade que a molécula do
herbicida tem em relação à fase POLAR (representada
pela água) e APOLAR (representada pelo octanol).
• Está relacionado com a solubilidade em água (Dai et al., 1998)
• Herbicidas POLARES com log Kow < 1 são FRACAMENTE
ADSORVIDOS no solo
e conseqüentemente, tem GRANDE potencial para LIXIVIAÇÃO e
CONTAMINAÇÃO de águas subterrâneas.
• Por outro lado, herbicidas com valores de log Kow > 1, e
portanto, mais LIPOFÍLICOS, são mais Fortemente Adsorvidos,
diminuindo o potencial de LIXIVIAÇÃO.
• Acima de log Kow > 4, tendem a se acumular nos materiais
Lipídicos, assim como na fração orgânica do solo (Montgomery et al.,
1997).
Constante da Lei de HENRY – KH
• Esta constante refere-se ao coeficiente de partição ar
- liquido.
•Explicam a volatilidade de uma substância.
Quanto mais SECO for o solo maior será a sorção do
herbicida e por conseqüência a sua indisponibilidade para a
absorção pelas plantas daninhas
Água
Resumindo: Condições que AFETAM o PERÍODO 
‘RESIDUAL` do HERBICIDA no SOLO
• Umidade do solo
• Temperatura
• Características da Molécula do Herbicida
Movimento e Degradação dos Herbicidas no AMBIENTE
• Escorimento Superficial – “Runoff “
• Lixiviação 
• Degradação
– Microbiológica
– Física 
– Hidrólise 
– Fotólise
• Volatilização 
• Translocação pelas Plantas
• Escorrimento SUPERFICIAL – “RUNOFF” 
Movimento de HERBICIDA sobre o SOLO com a ÁGUA –
geralmente ocorre em Terreno com DECLIVIDADE após uma
CHUVA
O destino FINAL do escorrimento
superficial é um ponto de Captação de
ÁGUA, como um RESERVATÓRIO,
Curso da água ou LAGO
Os HERBICIDAS aplicados no SOLO são 
Arrastados para fora da ÁREA – “RUNOFF” -
onde foi aplicado, quando estão:
• em SOLUÇÃO na água de escoamento....e......
• Fortemente ADSORVIDOS nas ARGILAS e M. O.
Evitar a aplicação de Herbicidas em Canais que escoam águas, pois as
moléculas de herbicidas não degradadas, podem ser translocadas
facilmente pelas enxurradas das chuvas para os Reservatórios, Rios,
Lagoas ocasionando contaminações....
O plantio Direto é a prática cultural
de maior importância na Redução do
ESCORRIMENTO SUPERFICIAL –
RUNOFF - de herbicidas (Sadeghi e Isensee (1997).
SOLO protegido com Cobertura Morta, ATRASA e
DIFICULTA o ESCOAMENTO de HERBICIDAS para FORA
da ÁREA onde foi aplicado....pela quebra da
VELOCIDADE de ESCORRIMENTO.
A contaminação de águas SUPERFICIAIS por Escoamento Superficial –
“RUNOFF” depende:
• da textura e conteúdo de água do solo,
• erodibilidade e inclinação da área tratada com herbicida e
• do tempo e quantidade de água de chuva ou irrigação.
Fatores que INFLUENCIAM o Escorrimento Superficial ou “RUNOFF” (
Leonard, 1990)
• Quantidade de PRECIPITAÇÃO versus TAXA de Infiltração,
• a Topografia do Terreno,
• Tipo de Cobertura Vegetal,
• Lixiviação
Também relacionado como PERCOLAÇÃO – é o processo de
TRANSPORTE, das moléculas de Herbicidas, em PROFUNDIDADE na
CAMADA do SOLO, por meio da CHUVA, IRRIGAÇÃO.
ADSORÇÃO é o processo que 
mais INFLUI na LIXIVIAÇÃO 
de herbicidas no solo.
Movimento – Lixiviação - de um HERBICIDA no SOLO 
Depende Basicamente das Interações da (o):
• Estrutura molecular;
• Características do solo - textura, estrutura, M O,
pH, CTC;
• Manejo a qual a área é submetida – plantio direto
ou convencional;
• Fatores climáticos – chuva, Irrigação;
• Concentração do Herbicida.
Quanto mais um herbicida estiver DISSOLVIDO na
SOLUÇÃO do solo, mais será arrastado com a água -
LIXIVIADO.
Degradação MICROBIOLÓGICA
Degradação ou Desarranjo das moléculas de herbicidas por
FUNGOS, BACTÉRIAS e outros organismos Microscópicos
Os MICROORGANISMOS
utilizam as MOLÉCULAS de
herbicidas, ou parte delas,
como ENERGIA e NUTRIENTE
para o CRESCIMENTO e
SOBREVIVÊNCIA.
A DEGRADAÇÃO Biológica REDUZ a molécula de herbicida em
componentes básicoscomo:
Carbono, Nitrogênio, Fósforo, Cloro, Oxigênio
A maior presença de Microrganismo na Degradação de herbicidas
está mais localizada...
.... nas CAMADAS SUPERFICIAIS do solo em torno de 20 30 cm de
profundidade. Camada arável....
IMPORTANTE: Algumas herbicidas apresentam grande
RESISTÊNCIA à QUEBRA de sua molécula
A Biodegradação de moléculas de Herbicidas ocorre em maior
Proporção na Camada Superficial do solo -20 a 30 cm de
profundidade
Na camada superficial do solo ocorre maior quantidade de
OXIGÊNIO, maior presença de M.O.;
e a relação SOLO-ÁGUA-AR desta região são ÓTIMAS para a
MICROBIOTA.
Fase Viva - ORGANISMOS
• Microorganismos - bacterias, actinomycetos, fungos
• Algas
• Vertebrados e Invertebrados
 Os MICROORGANISMOS são responsáveis pela 
degradação da maioria dos herbicidas no solo
pH do solo NEUTRO - pH > 5,5 - há predominância de
BACTÉRIAS e ACTINOMICETOS (em torno de 65% da
biota)
pH do solo ÁCIDO - há predominância de FUNGOS
QUE SÃO MENOS EFICIENTES na DEGRADAÇÃO de
Moléculas de Herbicidas
pH do solo – preferência pelos Microrganismos
Decomposição Microbiana de Herbicida no Solo
Alto
Baixo
P
o
p
u
la
ç
ã
o
 M
ic
ro
b
ia
n
a
Aplicação de 
Herbicida
Aplicação de 
Herbicida
Degradação 
Microbiana
Degradação 
Microbiana
Os herbicidas quando aplicados por VÁRIOS ANOS têm sua
Degradação MAIS ACELERADA em relação ao produto aplicado pela
PRIMEIRA VEZ;
O processo de SORÇÃO tendem a LIMITAR a Taxa de
BIODEGRADAÇÃO de herbicidas
A BIODEGRADAÇÃO de
HERBICIDAS no solo é a forma mais
Eficiente e Barata de eliminar
substâncias indesejáveis do
ambiente.
Degradação Física
Hidrólise - Degradação ou Desarranjo de um herbicida
através de ÁGUA
Restos Vegetais – FITORREMEDIAÇÃO - envolve a
retirada do herbicida do solo por meio do sistema
radicular das plantas
FOTÓLISE
Degradação ou Desarranjo das moléculas de
herbicida por meio do SOL.
Os Agrotóxicos são afetados pela LUZ
transmitida entre a faixa do
Comprimento de onda de 290 a 400
nm.
Acima de 400 nm não possuem Energia
suficiente para provocar a QUEBRA das
moléculas.
Comum para os Herbicidas:
Trifluralin e Oxyfluorfen
Volatilização 
Evaporação do herbicida ou Mudança de Estado
Físico
É uma das formas empregadas para Estudar Atividade,
persistência e mobilidade do químico aplicado, por ser simples,
bastante sensível, rápido e de baixo custo.
Também não requer equipamento sofisticado comparado com
métodos analíticos.
BIOENSAIO
SOJA (Glycine max) - sensível ao 
mesotrione - desenvolvendo 
sintomas < 4,0 g/ha i.a. 
Intervalo de Segurança: 120 dias
Solução do Solo
Águas Subsuperficiais
Absorção
Colóide
DINÂMICA DOS HERBICIDAS NO AMBIENTE
NCl CO
2
H
ClCl
NH
2
 
NCl CO
2
H
ClCl
NH
2
 
NCl CO
2
H
ClCl
NH
2
 
NCl CO
2
H
ClCl
NH
2
 
APLICAÇÃO NO 
ALVO
Sorção NCl CO2H
ClCl
NH
2
 
Dessorção
NCl CO
2
H
ClCl
NH
2
 
Resíduo Ligado
NCl CO
2
H
ClCl
NH

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