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DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 1 FORMATO DE PAPEL A NBR 10068 padroniza as dimensões das folhas empregadas na realização de desenhos técnicos , bem como define seu layout, com suas respectivas margens e legenda. Segundo prescrevem as normas alemãs DIN (Deutsche International Normen). As folhas de papel, empregadas para os desenhos mecânicos, devem obedecer a determinados formatos, cujas dimensões variam segundo uma progressão geométrica. Cada formato corresponde, em tamanho a metade do imediatamente superior, estabelecendo, por conseguinte, uma relação entre áreas de cada um, de 1 para 2. Os formatos DIN adotados e recomendados pela A.B.N.T (Associação Brasileira de Normas Técnicas), são baseados no sistema métrico decimal e a área do formato original (AO) é praticamente igual a um metro quadrado (841mmx1189mm). Tabela 1 FORMATOS DA SÉRIE A – Unid.: mm FORMATO DIMENSÕES MARGEM COMPRIMENTO DA LEGENDA ESPESSURA LINHAS DAS MARGENS ESQ. DEMAIS AO 841 x 1.189 25 10 175 1,4 A1 594 x 841 25 10 175 1,0 A2 420 x 594 25 7 178 0,7 A3 297 x 420 25 7 178 0,5 A4 210 x 297 25 7 178 0,5 DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 2 Dimensões relativas dos formatos da série A As folhas indicas na tabela1 podem ser utilizadas nas posições horizontal ou vertical. Os projetista e desenhistas são responsáveis pela escolha do formato da folha de papel, bem como pela definição da escala a ser utilizada no desenho. Uma folha maior fará com que o seu manuseio seja mais difícil, mas facilita a representação em uma escala mais adequada, o que facilita a interpretação do desenho devido a sua maior clareza. Uma folha menor apresenta as vantagens de fácil manuseio e baixos custos com a impressão, DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 3 tendo como desvantagem a utilização de escalas de redução que muitas vezes podem não dar a clareza necessária ao desenho Atualmente os sistemas computacionais CAD (Computer Aided Design – projeto assistido por computar) estão sendo utilizados em grande escala na realização, alteração e reprodução de projetos, o que acarreta uma utilização cada vez menor de desenhos em papel. Já que estes programas integrados com o sistema CAM (Computer Aided Manufacturing – fabricação assistida por computador) constituem-se num sistema de fabricação informatizado. No entanto a impressão do desenho no papel ainda se faz necessária devido a documentação técnica do projeto. Na construção civil os projetos das várias etapas do processo construtivo encontram-se impressos em papel, sendo muito manuseados nos canteiros de obras. Legenda: A legenda constitui-se num quadro retangular posicionado no canto inferior direito da folha. As legendas utilizadas nas indústrias variam de acordo com o padrão adotado por cada uma delas a qual contém todos os dados para a identificação do desenho tais como: Número de registro ou de identificação do desenho; a) Título do desenho; b) Nome da empresa proprietária do desenho; c) O símbolo correspondente ao método de projeção usado(primeiro ou terceiro diedro); d) Escala do desenho; e) Unidade de medida linear – UM; f) Data da realização do desenho; g) Data da revisão do desenho; h) Assinatura dos responsáveis pelo desenho e pelo projeto; i) Número sequencial da folha de desenho, para projetos que envolvam várias folhas; j) Outras informações técnicas e administrativas. A área de desenho é delimitada pela moldura, que compreende um retângulo a traço contínuo de espessura mínima de 0,5mm. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 4 A figura abaixo está representando uma folha de formato A1. Dobramento de folhas padrão: A NBR 13142 – Dobramento de cópia, prescreve os procedimentos necessário ao dobramento de cópias, onde recomenda que as folhas formatos A0, A1, A2,e A3 deve ter o formato final A4, após o seu dobramento. Esta padronização possibilita que a legenda fique visível e as cópias possam ser guardadas em arquivos padrões. O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, de acordo com as indicações(em mm) das figuras abaixo. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 5 Dobramento de cópia para formato A0. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 6 Dobramento de cópia para formato A1. Dobramento de cópia para formato A2. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 7 Dobramento de cópia para formato A3. ESCALAS Na documentação técnica de projetos, seja na área da construção civil ou na mecânica de precisão nem sempre conseguimos representar os objetos em seu tamanho real, dita verdadeira grandeza (VG). Na maioria dos casos os objetos devem ser ampliados ou reduzidos para se adequarem aos formatos das folhas de desenho. Denominamos esta adequação de ESCALA do desenho, que compreende a relação entre as dimensões reais do objeto e as dimensões do desenho projetivo, isto é, o desenho resultante da projeção de um objeto, tais como vistas ortográficas e perspectivas. Esta relação é assim denominada pela NBR 8196: a) ESCALA 1:1 , para escala natural: é aquela em que o tamanho do desenho é igual ao tamanho real do objeto; DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 8 b) ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1): é aquela em que o tamanho do desenho é maior que o tamanho real do objeto; c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1): é aquela em que o tamanho do desenho é menor que o tamanho real do objeto. Exemplos: ESCALA 1:1, indica que o desenho projetivo não sofreu aumento, nem redução em relação ao tamanho real do objeto. ESCALA 1:5 , indica que o desenho projetivo é 5 vezes maior que o tamanho real do objeto que está sendo representado. ESCALA 5:1, indica que o desenho projetivo é 5 vezes menor que o tamanho real do objeto que está sendo representado. Para que possamos desenhar em uma folha de papel, primeiramente devemos definir o formato da folha e a escala do desenho. No entanto ao executarmos este mesmo desenho com os recursos gráficos de um computador esta definição será feita no preparo para a impressão, geralmente através um software CAD. A tabela a seguir contribui para evitar possíveis distorções e respeitar a proporcionalidade entre o desenho projetivo e o tamanho natural do objeto. ESCALAS RECOMENDAS PELA NORMA - NBR 8196 CATEGORIAS ESCALAS RECOMENDADAS Escalas de redução 1 : 2 1 : 20 1 : 200 1 : 2000 1: 5 1 : 50 1: 500 1 : 5000 1 : 10 1: 100 1: 1000 1 : 0000 Escala natural 1 : 1 Escalas de ampliação 2 : 1 20: 1 5 : 1 50 : 1 10 : 1 DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 9 A escala selecionada deve ser suficiente para permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A designação de uma escala é representada através da palavra ESCALA, podendo ser abreviada na forma ESC. A indicação da escala usada deve ser inscrita na legenda do desenho. Onde for necessário o uso de mais de uma escala no desenho, somente a escala principal deve ser inscrita na legenda. As demais escalas devem ser inscritas junto da identificação das respectivas vistas ou detalhes. Como vimos, escala é uma relação entre o tamanho real de um objeto e sua representação(projeção) em um plano(papel ou tela gráfica). Assim, se quisermos representar em uma folha de papel A4(210mm x 297mm),a projeção em planta baixa(vista superior) de uma janela que tenha 2,0m de comprimento, devemos pensar da seguinte maneira: 2,0 m = 200cm – passamos de m para cm porque a nossa régua é escalada em cm, mas 200cm não cabe em uma folha de papel. Então vamos reduzir 100 vezes esta medida 200cm / 100 = 2cm ; logo 2m = 2cm ,( 1m = 1cm) ou seja, cada metro do tamanho real do objeto será representado por 1cm no papel. Desta forma, trabalhamos na escala de redução 1:100. Caso tenhamos necessidade que a janela saia maior no papel, podemos trabalhar com outras escalas usuais para a construção civil, tais como: 1:50, 1:20, 1:25. 200cm / 50 = 4cm ESC. 1:50 ; logo 1m (medida natural ) = 2cm (medida no desenho); 200cm / 25 = 8cm ESC. 1:25 ; logo 1m (medida natural) = 4cm (medida do desenho). Lembramos que plantas arquitetônicas costumam ser representadas em m ou cm , plantas topográficas em m ou km, e desenhos de mecânica de precisão em mm(neste caso, geralmente utilizam-se escalas de ampliação, 2:1 ; 5;1 ; 10:1..), conforme a tabela da NBR 8196. Assim, se quisermos que uma medida de tamanho natural igual a 5mm pertencente a um objeto seja ampliada, devemos proceder da seguinte maneira: DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 10 5mm x 5 = 25mm ESC. 5:1 ; logo 1mm (medida natural) = 5mm (medida do desenho). 5mm x 10 = 50mm ESC. 10.1; logo 1mm (medida natural) = 10mm (medida do desenho). É muito importante salientar que a medida representada no dimensionamento (cotagem) do desenho é sempre a medida natural. A medida reduzida ou ampliada é somente aplicada ao desenho. . Exemplos sobre escalas: EXEMPLO 01: Uma medida real de 386 mm de um objeto corresponde a 193 mm em uma vista ortográfica representada no papel. Então, qual é a escala da vista ortográfica? Solução: Em primeiro lugar constatamos que o objeto sofreu uma diminuição no valor de sua medida real para se adequar ao papel, logo trata- se de uma escala de redução. Agora vamos calcular qual foi o fator de redução (X) aplicado a medida de 386 mm para ela passar a equivaler a 193mm. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 11 386 mm = 193 mm X X = 386 mm = 2 , portanto ESCALA 1:2 193 mm EXEMPLO 02: Uma medida real de 200 mm de um objeto está sendo representada através de uma vista ortográfica no papel em uma escala de 1:5. Então, qual é o valor da medida que está sendo representado no papel? Solução: Em primeiro lugar constatamos que trata-se de uma escala de redução com fator equivalente a 5. Agora vamos calcular qual o valor X da medida representada no papel. 200 mm = X ; X = 40mm 5 Portanto, a medida representada no papel equivale a 40 mm. EXEMPLO 03: Uma vista ortográfica, apresenta uma de suas aresta medindo 10mm no papel, em um desenho cujo a escala equivalente a 1:100. Então, qual é o valor real desta medida? Solução: Em primeiro lugar constatamos que trata-se de uma escala de redução com fator equivalente a 100. Agora vamos calcular qual o valor X da medida real da aresta. X = 10 mm 100 X = 10 mm x 100 ; X = 1000 mm Portanto, a medida real da aresta equivale a 100 mm. DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 12 EXEMPLO 04: Uma medida real de 20 mm de um objeto está sendo representada através de uma vista ortográfica no papel em uma escala de 2:1. Então, qual é o valor da medida que está sendo representado no papel? Solução: Em primeiro lugar constatamos que trata-se de uma escala de ampliação com fator equivalente a 2. Agora vamos calcular qual o valor X da medida representada no papel. 20 mm x 2 = X ; X = 40 mm Portanto, a medida representada no papel equivale a 40 mm. Exercícios propostos: Exercício 1: Complete a tabela abaixo. Dimensão do desenho (medida projetiva) Escala Dimensão do objeto (medida real) 10 :1 25 170 85 1:2 40 50 5 25 5:1 30 15 200 1:1 DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 13 Exercício 2: Uma medida de 30 cm de uma peça corresponde a 60 mm em um desenho projetivo. Portanto, este desenho está representado em uma escala de: (A) 1:2 (B) 2:1 (C) 1:5 (D) 5:1 (E) 1:10 Exercício 3: Medindo-se uma aresta de um desenho no papel obtemos 40mm. Sabendo-se que o desenho está sendo representado em uma escala de 1 :2, conclui-se que a medida real da aresta corresponde a: (A) 8 m (B) 80 mm (C) 4 mm (D) 2 mm (E) 20 mm Exercício 4: Uma medida real de 5 mm de um objeto corresponde a 25 mm em uma vista ortográfica representada no papel. Então, qual é a escala da vista ortográfica? (A) 5:1 (B) 1:2 (C) 1:5 (D) 2:1 (E) 10:1 Exercício 5: Uma vista ortográfica, apresenta uma de suas arestas medindo 30mm no papel, em um desenho cujo a escala equivalente a 2:1. Então, qual é o valor real desta medida? (A) 15 mm (B) 10 mm DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 14 (C) 60 mm (D) 5 mm (E) 20 mm DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 15 Respostas dos Exercícios: Exercício 1: Dimensão do desenho (medida projetiva) Escala Dimensão do objeto (medida real) 25 10 :1 25 170 2:1 85 20 1:2 40 50 10:1 5 25 5:1 5 30 2:1 15 200 1:1 200 Exercício 2: Resposta (C). Solução: Em primeiro lugar devemos converter a medida de 30cm para milímetros. Isto se faz necessário porque não podemos fazer contas com grandezas diferentes Ou trabalhamos com todas as medidas em milímetros ou todas as medidas em centímetros. 1 cm = 10mm => 30cm = 30 x 10mm 30cm = 300mm Em segundo lugar constatamos que o objeto sofreu uma diminuição no valor de sua medida real para se adequar ao papel, logo trata-se de uma escala de redução. Agora vamos calcular qual foi o fator de redução (X) aplicado a medida de 300 mm para ela passar a equivaler a 60mm. 300 mm = 60 mm X X = 300 mm = 5 , portantoESCALA 1:5 . DESENHO TÉCNICO Professor Ivan Battastini 16 60 mm Exercício 3: Resposta (B). Solução: Em primeiro lugar constatamos que trata-se de uma escala de redução com fator equivalente a 2. Agora vamos calcular qual o valor X da medida real da aresta. X = 40 mm 2 X = 40 mm x 2 ; X = 80 mm Portanto, a medida real da aresta equivale a 80 mm. Exercício 4: Resposta (A). Solução: Em primeiro lugar constatamos que o objeto sofreu um aumento no valor de sua medida real para se adequar ao papel, logo trata-se de uma escala de ampliação. Agora vamos calcular qual foi o fator de ampliação (Y) aplicado a medida de 7 mm para ela passar a equivaler a 35 mm. 7 mm x Y = 35 ; Y = 5 mm , portanto ESCALA 5:1 . Exercício 5: Resposta (A). Solução: Em primeiro lugar constatamos que trata-se de uma escala de ampliação com fator equivalente a 2. Agora vamos calcular qual o valor Y da medida representada no papel. Y x 2 = 30 mm ; Y = 15 mm Portanto, a medida real equivale a 15 mm.
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