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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO MERCADO DE CAPITAIS ERIKA GIATTI MALAQUIAS RGM: 100348 SALTO-SP 2018 2 Sumário 1. MODALIDADES DE INVESTIMENTO NO BRASIL ................................................................ 3 1.1. Poupança ................................................................................................................................ 3 1.2 Titulos Publicos ............................................................................................................................ 3 1.3 Ações ............................................................................................................................................. 4 1.4 Fundo de investimentos ................................................................................................................ 4 1.5 Clube de Investimentos ................................................................................................................. 7 2. O MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL ................................................................................ 9 2.1 A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas ................................................................................ 9 2.2 O Novo Mercado ......................................................................................................................... 10 2.3 Bolsas de Valores - Conceitos .................................................................................................... 12 2.4 Bolsa de Valores – Funções ........................................................................................................ 12 2.5 Historia da Bovespa .................................................................................................................... 13 3. DINAMICA DO MERCADO DE AÇOES ................................................................................. 15 3.1. Sociedades Corretoras ........................................................................................................... 15 3.2. Indicadores do Mercado de Investimentos ............................................................................ 16 3.3. Mecanismos de investimentos em ações ................................................................................ 20 3.4. Formação de preços do mercado ........................................................................................... 23 3.5. Acompanhamento de Investimentos ...................................................................................... 24 4. PRATICA DE INVESTIMENTOS ............................................................................................. 25 4.1. Abertura de Contas no Site da Folha Invest .......................................................................... 25 4.2 Analise das Informações da BOVESPA ...................................................................................... 25 4.3 Simulação de Aplicações no Mercado de Ações .......................................................................... 26 4.4 Estratégia de Investimento .......................................................................................................... 28 Referencias Bibliográficas ................................................................................................................ 31 3 1. MODALIDADES DE INVESTIMENTO NO BRASIL O mercado de capitais faz parte do mercado financeiro. Nele, os recursos dos poupadores são destinados à promoção do desenvolvimento econômico de forma direta, isto é, de projetos e empresas. É no mercado de capitais que empresas que precisam de recursos conseguem financiamento, por meio da emissão de títulos, vendidos diretamente aos investidores, sem intermediação bancária. Dessa forma, os investidores acabam emprestando o dinheiro de sua poupança a empresas, também sem a intermediação bancária. 1.1. Poupança A Caderneta de Poupança é uma das mais antigas e populares formas de Aplicação financeira existente no Brasil e foi concebida para atender poupadores de baixa renda, com reduzida capacidade de economizar recursos. Devido a essas características, a Caderneta de Poupança sempre se beneficiou de isenções fiscais, o que não ocorre com outros tipos de ativos financeiros comercializados no mercado. Goza, também, de garantias sobre o saldo dos recursos depositados. As modificações introduzidas no cálculo da remuneração da Caderneta de Poupança visa, única e exclusivamente, criar condições para a redução da taxa básica de juros da economia–Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). A Selic é taxa básica de juros, pois apresenta risco mínimo e, portanto, referência para a remuneração dos demais ativos transacionados no mercado financeiro com risco de crédito superior. A queda na taxa básica de juros deve, em condições normais, induzir à redução das demais taxas praticadas no mercado. 1.2 Titulos Publicos 4 Os Títulos Públicos Federais são vendidos pelo Banco Central no mercado primário, por meio de leilões, com rendimentos definidos pela oferta das instituições e são garantidos pelo Governo e pagos nos vencimento (exceção de uma ruptura do sistema econômico vigente). 1.3 Ações O processo de seleção da ação é o mesmo para qualquer tipo de investidor – pessoa física, jurídica ou institucional. A escolha de ações é uma técnica sofisticada, pois as variáveis que influenciam os preços são muitas, de difícil previsão e podem atuar de maneira diferente, dependendo da ocasião. Existem várias formas de se avaliar se o preço das ações está caro ou barato, se vai permanecer onde está, se vai subir ou cair. Entretanto, duas se destacam e reúnem mais seguidores: a Análise Fundamentalista e Análise Técnica. Embora ambas tenham por objetivo resolver o problema de direção do preço, elas diferem na sua forma de avaliação. Enquanto a escola fundamentalista estuda as causas do movimento dos preços, a escola técnica estuda os efeitos. 1.4 Fundo de investimentos Os fundos de investimento caracterizam-se pela aplicação em conjunto de recursos de pessoas físicas e /ou jurídicas, buscando maior rentabilidade, uma vez que a soma de recursos aplicados, normalmente, é grande, e que, portanto, podem ser obtidos preços e taxas melhores. Fundo de Curto Prazo: são fundos classificados para aplicação de recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados prefixados ou indexados à taxa Selic ou a outra taxa de juros, ou títulos públicos federais ou privados indexados a índices de preços. 5 Fundo Referenciado: os fundos classificados nessa classe devem identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que atenda cumulativamente às condições: • Tenham 80% no mínimo, de seu patrimônio líquido representado ou cumulativamente, por títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou Banco Central do Brasil; e títulos e valores mobiliários de renda fixa com baixo risco de crédito em sua classificação; • Estipulem que 95%, no mínimo, da carteira seja composta por ativos financeiros que acompanhem a variação do indicador de desempenho escolhido; • Restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos à realização de operações com o objetivo de proteger posições detidas a vista, até o limite dessas; Fundo de Renda Fixa: os fundos classificados nessa classe devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados viaderivativos, aos principais fatores de risco da carteira. Os principais fatores de risco da carteira para esse tipo de fundo devem ser a variação da taxa de juros doméstica ou índice de preços, ou ambos; Fundo de Ações: estes fundos devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações admitidas à negociação no mercado a vista de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado. O principal risco observado deve se a variação de preços de ações admitidas à negociação no mercado a vista de bolsa e valores ou entidade do mercado de balcão organizado. Fundo Cambial: esses fundos devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, aos principais fatores de risco da carteira. O principal fator de risco dessa carteira deve ser a variação de preços de moeda estrangeira ou variação do cupom cambial; Fundo de Dívida Externa: os fundos classificados nessa classe devem aplicar: 6 mínimo de 80% de seu patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, os quais devem ser mantidos no exterior em conta de custódia, no Sistema Euroclear ou na LuxClear – Central Securities Depositary of Luxembourg (CEDEL); máximo de 20% de seu patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no mercado internacional, são quais devem ser custodiados em entidades habilitadas a prestar esse serviço pela autoridade local competente. Fundo Multimercado: devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator especial ou em fatores diferentes das demais classes definidas anteriormente. Os fundos classificados como Referenciado, Renda Fixa, Cambial, Dívida Externa e Multimercado podem ser classificados como sendo de Longo Prazo, quando o prazo médio de sua carteira superar 365 dias; Fundo de Investimento para Investidores Qualificados: são fundos de investimento constituídos e destinados exclusivamente a investidores qualificados. Os empregados e/ou sócios de instituições administradoras ou gestores do fundo podem ser admitidos como quotistas, desde que autorizados pela CVM. Podemos destacar estes investidores como: - instituições financeiras; - companhias seguradoras e sociedades de capitalização; - entidades abertas e fechadas de previdência complementar; - pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 300.000,00; - fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados; e - administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios. 7 Fundos de Investimento em Quotas de Fundos de Investimento: esse tipo de fundo deve manter, no mínimo, 95% de seu patrimônio investido em quotas de fundos de investimento da mesma classe que consta na sua denominação (Curto Prazo, Referenciado, Renda Fixa, Cambial, Ações, Dívida Externa), exceto os fundos de investimento em quotas denominadas Multimercado, que podem investir em quotas de fundos de classes distintas. Fundos Exclusivos: todas as classes de fundos de investimento e de fundos de investimento em quotas de fundo de investimento podem ser classificados como Exclusivos, desde que constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único quotista. Somente os investidores qualificados, definidos anteriormente, podem ser quotistas desses fundos. 1.5 Clube de Investimentos O Clube de Investimento é um condomínio constituído por pessoas físicas para a aplicação de recursos comuns em títulos e valores mobiliários. Tem como objetivos ser um instrumento de aprendizado para o pequeno investidor e um canal de acesso ao mercado de capitais. Pode ser formado por grupo de clientes, como famílias, amigos e colegas de trabalho. Devem ser constituídos por pessoas próximas, pois isso facilitará nas Assembleias Anuais, Reuniões, Convocações com outros fins e outras Deliberações que sejam necessárias. Juntos os participantes dos clubes de investimento terão as mesmas condições de comprar ou vender ações, como fazem grandes investidores, sem que sejam necessários numerosos recursos. Aplicando-se em clubes, pode se criar o hábito de aplicar mensalmente. Dessa forma, os investidores dos Clubes de Investimentos conseguem fazer com que suas aplicações se mantenham teoricamente na média, o que é importante quando consideramos que não é possível prever o melhor momento de investir. O clube é registrado sob a forma de condomínio — ou seja, cada participante tem direito a cotas —, e seu funcionamento é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), obedecendo também às normas da Bovespa e ao seu regimento interno (Estatuto Social). 8 A administração de um clube de investimento ficará por conta de uma instituição também autorizada pela CVM, que será a responsável pelo registro e por toda parte burocrática. Será também a corretora que administrará o cadastro e identificação dos participantes e cuidará da execução dos investimentos definidos pelo clube e de todas as transferências financeiras realizadas. Quanto às regras gerais de um clube de investimentos: • Deverão ter no mínimo de 3 participantes e máximo de 50 — exceto para clubes formados por funcionários de uma mesma empresa, onde poderão participar até 150 investidores; • A carteira de um clube de investimentos deverá ser composta por no mínimo 51% de seu capital em ações, sendo o restante destinado a aplicações em renda fixa e derivativos; • Nenhum cotista poderá ter mais de 40% das cotas do clube; • A gestão do clube ficará a cargo de um profissional autorizado pela CVM; • Anualmente, os participantes deverão se reunir em uma Assembleia Geral Ordinária, podendo ser de forma não presencial (por meio eletrônico, por exemplo); • Os clubes de investimentos são obrigados a seguir as práticas e normas contábeis em suas operações, mensurações, relatórios de despesas, classificação de ativos, passivos, entre outros. Os rendimentos obtidos nas operações dos clubes será definido de acordo com os tipos de investimento que ele decidir fazer. Se o clube quiser investir mais em renda variável, cujo acesso se dá por meio do resgate de cotas de seus investidores, são tributados em 15%. A responsabilidade do recolhimento desse imposto é do administrador do clube, e deve acontecer no terceiro dia útil da semana após o pedido de resgate. Caso a carteira do clube de investimento não seja composta em sua maioria por ações — ou seja, não tenha pelo menos 67% em ações negociadas na Bovespa —, deve-se aplicar a mesma tributação da renda fixa. Será descontada uma alíquota de 15% a cada seis 9 meses, e, se necessário, uma taxa que variará de acordo com o tempo entre a aplicação e o resgate. 2. O MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL 2.1 A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas Poderia se imaginar que seriam impactadas apenas as chamadas sociedades anônimas (S.A.) com esse novo dispositivo legal, entretanto, essa lei estendeu às sociedades de grande porte as disposições relativas à escrituração e elaboração das demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. Como grande porte, o artigo 3º em seu parágrafo único definiu que são aquelas que no exercício social anterior, tenham ativo total superior a 240 milhões de reais ou receita bruta anual superior a 300 milhões de reais, isso é claro, para fins exclusivos desta Lei. Observem que quatro fatos novos aconteceram, i) foi instituído o conceito de sociedade de grande porte; ii) todas essas empresas terão que escriturar sua contabilidade de acordo com o definido na lei dassociedades anônimas; iii) além de escriturar, terão que elaborar suas demonstrações financeiras nos formatos e procedimentos definidos para as S.A.'s; iv) além de tudo isso, todas essas sociedades deverão submeter as demonstrações ao exame de uma auditoria independente. Obviamente para atender a esse "simples" dispositivo, a entidade incorrerá em novas despesas. Despesas de reestruturação de softwares (ou até aquisições de novo sistema!), terá gastos com horas adicionais de trabalho de seus colaboradores, sejam eles funcionários ou terceirizados, gasto com a contratação dos auditores independentes e publicação. Possivelmente até o ano de 2007 muitas empresas, em especial as familiares, fizeram abstinência da contratação de auditoria independente e publicação de suas demonstrações. A partir de 2008, todas as empresas de grande porte, independentemente da forma societária terão que incorrer nestes gastos e adotar os novos procedimentos exigidos pela lei 11.638/07. 10 Surgi agora uma dúvida, a lei utiliza o a expressão "sociedade" de grande porte, mas como pode ser definido esse termo? Toda e qualquer entidade é uma sociedade? Acredita-se que a resposta é não. O novo código civil (NCC), enumera em seu artigo 44, que as pessoas jurídicas de direito privado, são classificadas em cinco categorias, sendo "as sociedades" apenas uma dentre elas, portanto as outras 4 categorias citadas (1. as associações, 2. as fundações, 3. as organizações religiosas e 4. os partidos políticos) não seriam classificadas como uma sociedade, enquanto que a partir do art. 981 do NCC são descritas e especificadas os diversos tipos societários. Portanto, diante desta dúvida é possível se questionar a aplicabilidade das novas exigências da lei societária aplicável ás "sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações". Por outro lado o CFC irá regulamentar e aprovar as normas emitidas pelo CPC, sendo neste caso aplicáveis a todas as entidades no Brasil, independentemente da forma de sua constituição. 2.2 O Novo Mercado Implantados em dezembro de 2000 pela antiga Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), o Novo Mercado e os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – Nível 1 e Nível 2 – são segmentos especiais de listagem desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimule o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Embora tenham fundamentos semelhantes, o Novo Mercado é direcionado principalmente à listagem de empresas que venham a abrir capital, enquanto os Níveis Diferenciados 1 e 2 destinam-se a empresas que possuem ações negociadas na atual Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA). O Novo Mercado descreve os compromissos de governança corporativa que as empresas registradas nesse segmento assumem em adição aos existentes na legislação atual. Tais compromissos referem-se à prestação de informações que facilitam o acompanhamento e a fiscalização dos atos da administração e dos controladores da companhia; e 11 à adoção de regras societárias que melhor equilibram os direitos de todos os acionistas, independentemente da sua condição de controlador ou investidor. A melhoria da qualidade das informações prestadas pela companhia e a ampliação dos direitos societários reduzem as incertezas no processo de avaliação e de investimento e, consequentemente, o risco. Assim, em virtude do aumento da confiança, eleva-se a disposição dos investidores de adquirir ações da companhia, tornando-se sócios desta. A redução do risco também gera melhor precificação das ações, o que, por sua vez, incentiva novas aberturas de capital e nova emissão, fortalecendo o mercado acionário como alternativa de financiamento às empresas. A adesão de uma empresa ao Novo Mercado é voluntária e concretiza-se com a assinatura de um contrato entre a companhia, seus controladores, administradores e a BM&FBOVESPA. Pelo contrato, as partes acordam em cumprir o Regulamento de Listagem do Novo Mercado, que consolida todos os requisitos adicionais desse segmento; e também adotam a arbitragem para a solução de eventuais conflitos societários que possam surgir. Por isso, foi constituída pela Bolsa a Câmara de Arbitragem do Mercado, oficialmente instalada em 27/7/2001. Em caso de rescisão do contrato por parte da companhia, ela desobriga-se dos compromissos assumidos e, como compensação, os acionistas investidores terão o direito de receber uma oferta pública de aquisição por suas ações, no mínimo, pelo valor econômico. Certamente, a decisão de uma empresa de aderir ao Novo Mercado recebe atenção e tratamento especial por parte dos investidores. Desde sua implantação, a maioria das aberturas de capital tem sido nesse segmento, assim como, com a constante evolução das companhias e dos mercados de capitais doméstico e internacional, tem sido crescente a migração das empresas listadas no segmento tradicional da Bolsa para o Novo Mercado. Podemos concluir que o Novo Mercado trata-se do mais elevado padrão de Governança Corporativa. As companhias listadas no Novo Mercado só podem emitir ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON). 12 2.3 Bolsas de Valores - Conceitos As Bolsas de Valores são os mais importantes centros de negociação das ações, devido ao expressivo volume e maior transparência das operações. Organizadas como associações civis, sem fins lucrativos e com funções de interesse público, as bolsas atuam como auxiliares da CVM na fiscalização do mercado (em especial de seus membros – as sociedades corretoras) e têm ampla autonomia na sua esfera de responsabilidade. Podemos ainda dizer que são Associações civis e sem fins lucrativos. Funcionam como se fosse um clube privado, sendo a sede das corretoras de títulos e valores mobiliários. Essas corretoras compram um título da instituição, que lhes permite, como associada, negociar na sala de negociações, chamada de pregão. Somente corretores ou funcionários previamente cadastrados para negociar têm acesso a esse salão. A administração é feita por um conselho de corretores, eleito entre os membros associados, que indicam o presidente da entidade, para um mandato de quatro anos. 2.4 Bolsa de Valores – Funções A função das bolsas de valores é a de orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, e quando necessário, receber reclamações contra as corretoras, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas de capital aberto, as quais possuem ações e os negócios realizados nos pregões diários. Além de central de negócios, as bolsas também controlam a efetivação das operações realizadas e garantem negócios a médio e longo prazo. Podemos ainda observar que as bolsas de valores são instituições administradoras de mercados e no caso brasileiro hoje em dia a BM&FBovespa é a única bolsa 13 de valores do país, mas sempre foi assim pois houve um tempo em que as bolsas eram regionais delimitadas por estados brasileiros. As bolsas de valores são também os centros de negociação de valores mobiliários, que utilizam sistemas eletrônicos de negociação (na Bovespa o sistema chama-se Mega Bolsa) para efetuar compras e vendas desses valores. No Brasil a Bovespa é organizada, regulada e fiscalizada pela CVM. As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de auto-regulamentação sobre as corretoras de valores e que por sua vez são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM. A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários através das corretoras, que são os meios pelos quais os investidores têm acesso aos sistemas de negociação eefetuam suas transações de compra e venda desses valores. As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias “listadas” e para ter ações em bolsas, uma companhia deve ser aberta ou pública, o que não significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações. A companhia deve, ainda, atender um conjunto de normas e requisitos estabelecidos pela CVM, além das normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas. Observamos que os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores bem estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras claras. Nestes contextos, as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm ações de companhias abertas. 2.5 Historia da Bovespa A Bovespa foi fundada em 23 de agosto de 1890 por Emilio Pestana. Até as reformas do sistema financeiro e do mercado de capitais, implementadas pelo governo no biênio 1965-1966, as bolsas de valores brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às 14 secretarias de finanças dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público. Após as reformas, as bolsas assumiram a característica institucional que mantêm até hoje, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. A antiga figura individual do corretor de fundos públicos foi substituída pela da sociedade corretora, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada. Desde então, a Bovespa vem crescendo e se modernizando, sempre em sintonia com as novas tecnologias e tendências. Até pouco tempo atrás, grande parte dos negócios ainda era realizada através do pregão viva-voz, mas, atualmente, todos os negócios com ações e opções são realizados através do sistema Mega Bolsa, implantado em 1997. Em março de 1999, a Bovespa lançou o sistema Home Broker, que permitia que investidores pudessem comprar e/ou vender ações e opções em suas casas através da Internet. Esse sistema foi interligado ao Mega Bolsa e oferecido por uma ampla variedade de corretoras, cada qual com um serviço distinto. O sucesso do Home Broker no Brasil foi total e, em pouco tempo, os pequenos investidores passaram a ter uma maior participação no número e no volume de negócios da Bovespa, tendência que vem crescendo nos últimos anos. Em 28 de agosto de 2007, a BOVESPA deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e se tornou uma sociedade por ações: a BOVESPA Holding S/A. A BOVESPA Holding possui como subsidiárias integrais a Bolsa de Valores de São Paulo (BVSP) – responsável pelas operações dos mercados de bolsa e de balcão organizado – e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que presta serviços de liquidação, compensação e custódia. No dia 26 de março de 2008 a Bovespa anuncia oficialmente o início do processo de fusão com a BM&F. A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, nome da nova instituição que surgiu com a fusão, será a terceira maior do mundo, e a segunda das Américas, em valor de mercado. 15 3. DINAMICA DO MERCADO DE AÇOES 3.1. Sociedades Corretoras Sociedades Corretoras - Instituições financeiras que têm como principal função promover a unificação do mercado, aproximando compradores e vendedores por meio das operações realizadas na Bolsa de Valores e Mercado de Balcão Organizado (SOMA). As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Dentre seus objetivos estão: a) operar em bolsas de valores, subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; b) comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; c) encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; d) exercer funções de agente fiduciário; e) instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; f) emitir certificados de depósito de ações e cédulas pignoratícias de debêntures; intermediar operações de câmbio; praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes; g) praticar operações de conta margem; realizar operações compromissadas; h) praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; i) operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros. Os Fundos de Investimento, administrados por corretoras ou outros intermediários financeiros, são constituídos sob forma de condomínio e representam a reunião de recursos para a aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos valorização de quotas, a um custo global mais baixo. A normatização, concessão de autorização, registro e a supervisão dos fundos de investimento são de competência da Comissão de Valores Mobiliários. É vedado às sociedades corretoras de câmbio: 16 a) realizar operações de câmbio por conta própria, ressalvados os casos expressamente previstos em lei; b) realizar operações que caracterizam, sob qualquer forma, a concessão de financiamentos, empréstimos ou adiantamentos aos seus clientes, inclusive por meio de cessão de direitos; c) adquirir bens não destinados ao uso próprio, salvo os recebidos em liquidação de dívida de difícil ou duvidosa solução, caso em que deverá vendê-los dentro do prazo de um ano a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes pelo Banco Central. 3.2. Indicadores do Mercado de Investimentos TR Significado da sigla: Taxa Referencial Responsável pelo cálculo: Banco Central Funcionamento: utilizada como indexador da remuneração da poupança, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e de boa parte dos contratos de financiamento imobiliários. A TR é obtida através da TBF (Taxa Básica Financeira), que por sua vez, é calculada a partir da média ponderada das taxas de juros pagas pelos CDB/RDBs prefixados de uma amostra com as 20 maiores instituições financeiras do país.. Para o cálculo da TR, o governo aplica um redutor sobre a TBF. Não é raro que a TR seja zero ou tenha algum valor muito próximo disso, no entanto, ela nunca poderá ser negativa. O método de calculo e definição da TR estão definidos na Resolução nº 3.354, de 31/3/2006. TAXA SELIC Significado da sigla: Taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia Responsável pelo cálculo: Banco Central 17 Funcionamento: a Taxa SELIC representa a taxa média dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Sendo a taxa básica de juros, utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação. Ou seja, quando os preços sobem no país, elevando o valor dos índices de inflação, o governo sobe o valor da Selic para conter este aumento dos preços. Da mesma forma, quando os índices de inflação mostram queda, o que significa que os preços caíram, o governo pode baixar o valor da taxa de juros (a Selic) para estimular a economia. ÍNDICES DE INFLAÇÃO IPCA Significado da sigla: Índice de Preço ao Consumidor Amplo Responsável pelo cálculo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Funcionamento: este índice mede a variação dos preços de produtos e serviços vendidos para os consumidores finais. É considerado o índice oficial de inflação do Brasil. O Banco Central utiliza o IPCA para traçar o sistema de metas para a inflação do País. O IPCA mede o custo de vida de famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de algumas capitaisbrasileiras e é medido entre os dias 1º e 30 de cada mês. IGP Significado da sigla: Índice Geral de Preços Responsável pelo cálculo: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Funcionamento: este índice registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. Ele abrange toda a população, sem distinção por faixa de renda. O IGP é formado pela média de três índices: IPA (Índice de Preços por Atacado, 18 com peso de 60%); IPC (Índice de Preços ao Consumidor, peso de 30%); e INCC (Índice Nacional de Custos da Construção, peso de 10%). Os Índices Gerais de Preços da FGV são apresentados em três versões: IGP-DI, IGP-10 e IGP-M. A diferença entre eles é o período de coleta. O IGP-M é voltado predominantemente à comunidade financeira e, também, é muito usado para o reajuste de energia elétrica e contratos de aluguéis. IPC-Fipe Significado da sigla: Índice de Preços ao Consumidor da Fipe Responsável pelo cálculo: Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) Funcionamento: este índice mede a inflação no município de São Paulo. É calculado com base na medição do mês cheio, de 1º a 30 ou 31, de maneira quadrissemanal. São consideradas as variações de preços de produtos e serviços definidos por uma Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que indica quanto cada família gasta em média e quais itens são de maior relevância. São utilizados sete grupos de análise, tais como: habitação, alimentação, transportes, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação. O indicador reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 20 salários mínimos. Para saber mais sobre os índices inflacionários, você pode consultar os sites do IBGE, da FGV e da FIPE. Além disso, o Banco Central mantém uma cartilha sobre o tema que vai te trazer mais informações. TAXA DI Significado da sigla: Taxa de Depósito Interfinanceiro Responsável pelo cálculo: B3 Funcionamento: esta taxa é calculada com base na média ponderada dos juros utilizados em operações de empréstimos, com prazo de um dia, realizadas entre instituições financeiras, conhecidas como Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI). A Taxa DI normalmente segue um valor muito próximo da taxa Selic, que é a taxa básica de juros definida 19 pelo governo. Para saber mais sobre a Taxa DI e se informar sobre a sua variação, a melhor fonte é o site da CETIP. IBOVESPA Responsável pelo cálculo: B3 Funcionamento: o objetivo do Ibovespa é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos mais negociados e mais representativos do mercado de ações brasileiro. Seu cálculo é o resultado de uma carteira teórica de ativos, que segue os critérios estabelecidos na metodologia determinada pela Bolsa. Para saber mais sobre o índice e se informar sobre a sua variação, a melhor fonte é o site da B3. IMA Significado da sigla: Índice de Mercado ANBIMA Responsável pelo cálculo: ANBIMA Funcionamento: o IMA é um conjunto de índices de renda fixa. Esses índices são calculados com base na carteira de títulos públicos federais em mercado. Eles são usados como indicador de referencia de fundos de investimento e como ferramenta para acompanhamento e comparação de rendimentos de investimentos. O IMA-Geral tem uma carteira composta por quase todos os títulos públicos federais, representando a evolução do mercado como um todo. O IMA também tem os seguintes subíndices que são determinados pelos indexadores aos quais os títulos são atrelados: • IRF-M (prefixados) • IMA-B (IPCA) • IMA-C (IGP-M) • IMA-S (Taxa Selic) Além disso, são divulgados diariamente: • IMA-Geral ex-C (exclui títulos indexados ao IGP-M) 20 • IRF-M 1 e IRF-M 1+; IMA-B 5 e IMA-B 5+ (segmentações dos subíndices IRF-M e IMA-B de acordo com os prazos dos títulos) Diariamente são publicados os índices e as suas variações porcentuais. Para saber mais sobre o IMA, acesse o site da ANBIMA. 3.3. Mecanismos de investimentos em ações O processo de seleção da ação é o mesmo para qualquer tipo de investidor – pessoa física, jurídica ou institucional. A escolha de ações é uma técnica sofisticada, pois as variáveis que influenciam os preços são muitas, de difícil previsão e podem atuar de maneira diferente, dependendo da ocasião. Existem várias formas de se avaliar se o preço das ações está caro ou barato, se vai permanecer onde está, se vai subir ou cair. Entretanto, duas se destacam e reúnem mais seguidores: a Análise Fundamentalista e Análise Técnica. Embora ambas tenham por objetivo resolver o problema de direção do preço, elas diferem na sua forma de avaliação. Enquanto a escola fundamentalista estuda as causas do movimento dos preços, a escola técnica estuda os efeitos. 1º passo: Saber o que é uma ação São títulos que representam o valor da fração em que é dividido o capital social de uma empresa. Por isso as empresas que emitem ações são denominadas Sociedade por Ações. O investidor em ações (acionista) é sócio da empresa e participa de todos os seus resultados, bons ou ruins. Quais são os tipos de ação? a) ordinárias: dão direito a voto nas decisões e participação nos lucros. B) preferenciais: em geral, não dão direito a voto. O acionista tem prioridade no recebimento de dividendos, às vezes em porcentual maior que o recebido nas ordinárias. 21 Na Bolsa de Valores as ações também são conhecidas como: A) Blue chips ou de 1ª linha: são as ações de grande liquidez, aquelas mais procuradas pelos investidores. São, em geral, as ações de grandes empresas, que têm excelente reputação no mercado. B) 2ª linha: são as ações de menor liquidez, de empresas boas, mas com risco superior ao das blue chips. C) 3ª linha: ações de pouca liquidez e grande nível de risco. 2º passo: Como ganhar dinheiro com ações? Você pode ganhar de duas maneiras ao aplicar em ações: a) Dividendos - Participação nos lucros obtidos pela empresa; b) Ganho de Capital - A diferença entre o preço de compra e de venda. 3º Passo: Como investir em ações? Muitos gurus de mercado sempre citam uma máxima quando o assunto é investimento em ações: "Comprar na baixa e vender na alta". Mas não é simples saber quando é a baixa e quando é a alta. O momento exato de comprar ou vender uma ação é muito difícil de ser encontrado, mesmo para os especialistas. Para decidir-se sobre quais ações comprar você deve analisar sua perspectiva sobre o investimento que está sendo realizado, ou seja, qual a sua intenção e horizonte de tempo com relação ao investimento em ações. Se a sua perspectiva for de longo prazo e o seu interesse seja obter um fluxo constante de recebimentos, como dividendos, o mais indicado costuma ser a ação preferencial. Por outro lado, a ação ordinária é mais indicada quando o objetivo do investimento é o de obtenção de ganhos de capital, ou seja, obter retorno advindo da valorização da ação para realizar ganhos na venda. 22 O mais importante é entender que quem compra uma ação vai ganhar ou perder conforme o desempenho futuro da empresa. Logo, está comprando “expectativas” e não o seu desempenho passado. O que a ação realizou de ganhos no passado pode não se repetir. Uma pergunta muito importante que deve ser feita quando do investimento em ações é: devo investir o meu dinheiro em ações de forma direta ou fazê-lo por meio de um fundo de ações? O investimento direto depende do nível de conhecimento, disponibilidade, grau de riqueza e até mesmo sorte do investidor. Quando comprar: o mais adequado é estabelecer uma estratégia e comprar as ações dentro do estabelecido. Por exemplo: comprar ações de empresas com visão de longo prazo e não se deixar levar por momentos de euforiade mercado. Quando vender: uma estratégia interessante para poder aproveitar bem as oportunidades é lançar mão da ordem do Stop. Este tipo de estratégia permite aproveitar os possíveis ganhos e estabelecer um patamar máximo de perda em determinada ação. 4º passo: Diversificar Diversificação significa investir em ações de várias empresas de setores distintos de maneira a ser obtido o retorno médio ponderado com grau de risco relativamente menor. Uma carteira para ser dita bem diversificada precisa ter um mínimo de ações. Alguns estudos mostram que devemos ter, no mínimo, 15 ações na carteira. 5º Passo: Quais os custos e tributos? Quando se negocia ações, devem-se considerar alguns custos: a) Corretagem É a taxa cobrada pelas corretoras para realizar a compra ou venda de ações. Seu valor é livre. Vale a pena a pesquisa entre as corretoras, mas considere que na compra de ações através da internet esse valor tende a ser bem menor. b) Custódia 23 O valor cobrado pelas instituições pelo serviço prestado para a guarda de títulos e de administração do exercício de direitos, tais como dividendos, bonificações, subscrições, etc. c) Outros São alguns valores cobrados pela BM&FBOVESPA para a realização de negócios em seu ambiente. As pessoas físicas e demais investidores tem como custos: Emolumentos: 0,0050% Liquidação: 0,0275% Total: 0,0325% d) Tributação do investimento em ações Isenções: São isentos do imposto de renda os ganhos líquidos realizados por pessoa física em operações efetuadas com ações, no mercado à vista de bolsas de valores, se o total das alienações realizadas no mês não exceder a R$ 20.000,00. Como calcular o imposto: é devido sobre o ganho líquido apurado mês a mês nas operações realizadas. 3.4. Formação de preços do mercado A formação de preço é uma das tarefas mais importantes para a gestão financeira. Ele garante que seu empreendimento seja lucrativo, cubra os custos e, ao mesmo tempo, seja competitivo e atrativo para os clientes. Da mesma forma que um preço muito baixo poderia prejudicar o negócio, um valor muito elevado a anunciar afasta os compradores. A definição certeira sobre o que será cobrado não poderá acontecer por meio de tentativa e erro. Em vez disso, é necessário empregar os métodos já consagrados para formar o melhor preço de acordo com cada necessidade ou preferência. 24 3.5. Acompanhamento de Investimentos O investimento torna possível que o seu dinheiro trabalhe para você. Num certo sentido, o seu dinheiro passa a ser o seu empregado, e isso faz de você o patrão. Você deve manter esse seu empregado sob constante observação, para saber como ele, o seu dinheiro, está indo. Certas pessoas gostam de observar as cotações da bolsa, diariamente, para acompanhar os seus investimentos. Isso talvez seja um pouco exagerado. Você acaba ficando muito preocupado com o "sobe-e-desce" do valor de mercado do seu investimento e acaba vendendo "na baixa" (quando, temporariamente, os preços caíram), enquanto a empresa continua apresentando um bom desempenho. Lembre-se sempre de que você está investindo a longo prazo. Outras pessoas preferem acompanhar os seus investimentos uma vez por ano, o que, certamente, não é suficiente. O melhor, sem dúvida, seria algo intermediário, com base nos seus objetivos e nas características dos seus investimentos. Não é suficiente apenas acompanhar o desempenho do investimento. Deve-se comparar esse desempenho em relação a um índice de rentabilidade semelhante, durante o mesmo período de tempo. Também comparar as taxas e as comissões que está pagando com as que outros profissionais de investimento estão cobrando. Embora acompanhe o desempenho regularmente, deve –se prestar muita atenção toda vez que aplicar o dinheiro. Toda vez que comprar ou vender um investimento (que fizer uma aplicação), vai receber confirmação da instituição financeira. Certifique-se de que cada negócio foi realizado de acordo com as suas instruções. Verifique se o preço de compra ou de venda foi o mesmo indicado pelo intermediário financeiro. E compare as comissões ou as taxas cobradas com aquelas anteriormente informadas. 25 Cuidado com os negócios não autorizados em sua conta. Se você receber a confirmação de uma transação que não aprovou antecipadamente, ligue para o seu corretor. Pode ter sido um erro. Se isso acontecer mais de uma vez, comunique-se com a CVM. O profissional de investimento tem a obrigação de recomendar investimentos adequados aos seus objetivos e à sua tolerância ao risco. Ele não deve recomendar negócios simplesmente para gerar comissões, o que evidentemente seria uma operação irregular. 4. PRATICA DE INVESTIMENTOS 4.1. Abertura de Contas no Site da Folha Invest O FolhaInvest é um simulador do jornal Folha de São Paulo, disponível no site da Folha, onde você pode abrir uma conta e recebe inicialmente um capital de R$ 200.000,00 para começar operar em bolsa, tudo virtual e totalmente gratuito. 4.2 Analise das Informações da BOVESPA A Bovespa foi fundada em 23 de agosto de 1890 por Emilio Pestana. Até as reformas do sistema financeiro e do mercado de capitais, implementadas pelo governo no biênio 1965-1966, as bolsas de valores brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias de finanças dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público. Após as reformas, as bolsas assumiram a característica institucional que mantêm até hoje, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. A antiga figura individual do corretor de fundos públicos foi substituída pela da sociedade corretora, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada. Desde então, a Bovespa vem crescendo e se modernizando, sempre em sintonia com as novas tecnologias e tendências. Até pouco tempo atrás, grande parte dos negócios ainda 26 era realizada através do pregão viva-voz, mas, atualmente, todos os negócios com ações e opções são realizados através do sistema Mega Bolsa, implantado em 1997. Em março de 1999, a Bovespa lançou o sistema Home Broker, que permitia que investidores pudessem comprar e/ou vender ações e opções em suas casas através da Internet. Esse sistema foi interligado ao Mega Bolsa e oferecido por uma ampla variedade de corretoras, cada qual com um serviço distinto. O sucesso do Home Broker no Brasil foi total e, em pouco tempo, os pequenos investidores passaram a ter uma maior participação no número e no volume de negócios da Bovespa, tendência que vem crescendo nos últimos anos. Em 28 de agosto de 2007, a BOVESPA deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e se tornou uma sociedade por ações: a BOVESPA Holding S/A. A BOVESPA Holding possui como subsidiárias integrais a Bolsa de Valores de São Paulo (BVSP) – responsável pelas operações dos mercados de bolsa e de balcão organizado – e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), que presta serviços de liquidação, compensação e custódia. No dia 26 de março de 2008 a Bovespa anuncia oficialmente o início do processo de fusão com a BM&F. A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, nome da nova instituição que surgiu com a fusão, será a terceira maior do mundo, e a segunda das Américas, em valor de mercado. 4.3 Simulação de Aplicações no Mercado de Ações Trata-se de um serviço que te ajuda a compreender detalhadamente sua realidade financeira, analisar as opções de produtos que cabem no seu bolso e que são mais adequados para você. É uma espécie de consultoria virtual extremamente útil para iniciantes que não sabem por ondecomeçar. A ferramenta tenta reproduzir o cenário do mercado quase que em tempo real e possibilita simular diferentes realidades de investimento para que você possa escolher a melhor opção. 27 Para começar a usar o simulador de investimentos, você precisa primeiro fazer um cadastro inicial para determinar o tipo de investidor que você é. Em seguida, você pode começar a simular lucros futuros em diferentes tipos de aplicações, como previdência, poupança, fundos de investimento, etc. Como suas possibilidades de investimento são bastante amplas (elas variam desde comprar um apartamento para reformar e vender, até investir na bolsa de valores por exemplo), talvez seja útil consultar as principais opções de simuladores disponíveis. Fizemos uma seleção com opções para você, confira: – Banco Itaú Simulador para calcular quanto você deve guardar para comprar um carro. – Banco do Brasil Simulador de aplicações futuras para universitários, mas que também funciona muito bem para qualquer pessoa. – XP Investimentos Apresenta algumas opções de objetivos financeiros (acumular R$ 1 milhão, criar uma reserva para a aposentadoria) e mostra o que você deve fazer para atingi-los. – FolhaInvest Simulador para quem quer começar a investir em ações. – BM&F Bovespa Oferece a possibilidade de simular operações na Bolsa de Valores com dados reais de mercado. Você vai poder comprar e vender ações de diversas empresas, visualizar ganhos e perdas sem gastar seu dinheiro de verdade. Antes de começar a investir, é fundamental fazer uma preparação financeira. O primeiro passo é construir uma reserva de emergência (manter de três a seis salários na poupança) e o segundo, estruturar a aposentadoria (com um bom plano de previdência por exemplo). Somente depois de poupar parte do seu orçamento para esses dois objetivos, você pode começar a procurar investimentos de maior risco. 28 Outra preparação importante é se interessar um pouco mais pelo noticiário econômico e de finanças pessoais para ficar mais habituado com esse universo. Você pode ter acesso a essas informações aqui mesmo no blog do GuiaBolso e em outros sites sobre finanças voltados a pessoas físicas, como XP Educação, InfoMoney e Portal Exame. – Defina um valor a ser investido (lembre que você não deve contar com esse dinheiro no curto prazo); – Estabeleça quanto tempo você pode e pretende deixar o dinheiro aplicado; – Faça uma análise do seu perfil de investidor com ajuda do simulador de investimentos; – Nunca invista todo o seu dinheiro em um só produto: diversifique! Esse é um dos conselhos básicos para investidores. Assim, você não fica exposto ao risco de um único produto financeiro. 4.4 Estratégia de Investimento A diversificação é uma das estratégias de investimento mais utilizadas, e que proporciona melhores resultados. Consiste em evitar apostar todas as fichas em uma única modalidade, mas sim dividi-las entre algumas opções existentes. Assim, da totalidade dos recursos disponíveis para investimento, o recomendável é destinar para ações um máximo de 30%. Nunca é demais ressaltar que o investimento em ações sempre deve ser feito com expectativa de retorno de médio/longo prazo. O investidor, para ter sucesso em bolsa, deve ter uma estratégia operacional. Essa estratégia deve contemplar, pelo menos, cinco requisitos básicos: -Definição da tendência principal do mercado É importante para o investidor, antes de ingressar no mercado, descobrir a tendência principal do mesmo. A tendência principal do mercado consiste em saber se a perspectiva da Bolsa, a médio e longo prazo, é de alta ou baixa das ações. 29 -Definição dos ativos que deverão compor a carteira, maximizando o retorno e permitindo uma diversificação do risco. Ao montarmos uma carteira de ações, é recomendável diversificar entre o mínimo de dois e um máximo de oito papéis, de preferência de setores diferentes. -Definição da tática de com ou venda com o timing, o preço e a proporção das operações. Para cada ativo devemos estabelecer o timing, os preços e as proporções de compra/venda da ação, dentro de uma determinada faixa de preço, numa quantidade definida. - Flexibilidade para mudar a constituição da carteira. O investidor deve estar atento, possuir agilidade e flexibilidade para mudar a constituição da carteira quando os objetivos traçados forem alcançados, ou em razão de a estratégia estabelecida estar errada. - Possuir uma técnica para acompanhar os ativos. A avaliação da performance de uma carteira de ações é dada pela valorização das ações, aliada à distribuição de lucros (dividendos e/ou juros sobre o capital próprio). Entretanto, é importante e necessário que o investidor estabeleça alguma técnica para acompanhar o desempenho das ações. Uma técnica bastante adotada é a do preço alvo (target price) da ação, isto é, o preço justo da ação, que é estabelecido pelos analistas de mercado e que indica o potencial de valorização da ação (upside), tendo por base expectativas futuras de lucratividade da empresa. Os mapas de recomendações elaborados pelos departamentos técnicos dos corretores e consultoria de investimento, em geral fornecem, além dos indicadores de mercado, o preço alvo das ações. • Além das estratégias operacionais, o investidor deve ter presente algumas regras que devem orientar a sua atuação: • Nunca atuar impulsivamente. O impulso deve ser substituído pela estratégia; 30 • Ouvir as opiniões, mas não se basear exclusivamente para tomar decisões; • Manter aplicado no risco somente um montante com o qual se sinta confortável; • Sair de toda a posição se a estratégia estiver errada. Não insistir; • Realizar sempre lucros, quando os objetivos forem atingidos; • Não realizar mais de 50% do lucro antes de uma indicação clara de reversão; • Jamais aumentar posições perdedoras; • Estabelecer sempre um limite máximo de perdas para as posições; • Realizar prejuízos com rapidez e lucros com calma 31 Referencias Bibliográficas Fontes Pesquisadas: <http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/AnalInvest/CAPITULO6.pdf > Acesso em 19 de Fevereiro de 2018. <http://londoncapital.com.br/investimentos/clube-de-investimento/> Acesso em 19 de Fevereiro de 2018. <http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=197587&key=401 7615> Acesso em 20 de Fevereiro de 2018. <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/concursos/sociedades-corretoras-de- titulos-e-valores-mobiliarios-sistema-financeiro-nacional/46488> Acesso em 20 de Fevereiro de 2018. <https://comoinvestir.anbima.com.br/acompanhe/compreensao-do-mercado/principais- indicadores-de-investimento/> Acesso em 22 de Fevereiro de 2018. <http://economia.estadao.com.br/noticias/seu-dinheiro,como-investir-em-acoes-em-cinco- passos,1568686> Acesso em 22 de Fevereiro de 2018. <https://conteudo.precocerto.co/conheca-os-4-principais-metodos-de-formacao-de-preco/> Acesso em 22 de Fevereiro de 2018. <https://blog.guiabolso.com.br/2014/12/18/simulador-de-investimentos-o-que-e-e-como- usar/>Acesso em 22 de Fevereiro de 2018. 32
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