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Prova AD

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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul 
Campus Virtual
	
	Avaliação a Distância 
Unidade de Aprendizagem: Direito Eleitoral
Curso: Direito
Professor: Jeferson Puel
Nome do estudante: 
Data: 09/09/2017.
Orientações:
Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
Entregue a atividade no prazo estipulado.
Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
1. Dentre as funções da Justiça Eleitoral, tem-se a consultiva, que tem por objetivo esclarecer o entendimento a ser adotado sobre determinadas matérias em relação as quais pairam dúvida, prevenindo assim a prática de atos por parte dos envolvidos no processo eleitoral. Disserte a respeito, esclarecendo se as respostas às consultas têm efeito vinculante. Justifique e fundamente a sua resposta na legislação e na jurisprudência, citando exemplos e observando as regras da ABNT. (5,0 pontos).
A Justiça Eleitoral é a única com função consultiva, exercida através de perguntas feitas à Justiça Eleitoral antes dos problemas acontecerem, sendo elaboradas de maneira genérica, e respondidas em forma de acórdão.
A consulta é feita em tese e não tem caráter vinculante, conforme decisão do STF na ADI n. 1.805/98:
Os legitimados para formular perguntas são descritos na Lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965, que institui o Código Eleitoral:
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político.
Art. 30 - Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.
Como exemplo, o menor pode antecipar seu alistamento eleitoral no ano que completar 16 anos, desde que o faça antes das eleições (o prazo para o alistamento é de 150 dias antes das eleições).
A Justiça Eleitoral pode aproveitar da resposta à consulta, e editar uma norma, dando força vinculante a ela.
2. Cabe à Justiça Eleitoral analisar a prestação de contas entregue pelos candidatos e partidos, a fim de verificar a regularidade de toda a movimentação financeira. Disserte a respeito, esclarecendo como ocorre o procedimento na hipótese de irregularidade na prestação de contas. Justifique sua resposta apresentando doutrina a respeito da temática e observando as regras da ABNT. (5,0 pontos).
A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, prevê no art. 17 a obrigação das agremiações em prestar contas à Justiça Eleitoral. A obrigatoriedade de prestação de contas é exigida anualmente dos partidos políticos e encontra-se disciplinada no Capítulo I do Título III da Lei nº 9.096/1995.
Art. 30. O partido político, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deve manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas.
Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.
§ 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
Art. 33. Os balanços devem conter, entre outros, os seguintes itens:
I – discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;
II – origem e valor das contribuições e doações;
III – despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios, e demais atividades de campanha;
IV – discriminação detalhada das receitas e despesas.
O processo de elaboração e entrega da prestação de contas anuais dos partidos políticos está regulamentado na Resolução-TSE nº 23.464/2015.
O partido político, e somente ele, que descumprir as normas da legislação referente à arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais e, consequentemente, vier a ter suas contas desaprovadas, sofrerá as sanções, conforme versa o art. 25 da Lei nº 9.504 de 30 de Setembro de 1997, Lei das Eleições;
Art. 25 - O partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do poder econômico.
Parágrafo único. A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas do candidato, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 (cinco) anos de sua apresentação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009).
Como explica Edson de Rezende Castro (CASTRO, 2008, p. 445), mesmo tendo o candidato utilizado qualquer profissional para administrar os recursos financeiros de sua campanha, será ele responsável pela veracidade das informações contidas na prestação de contas da campanha, nos termos do art. 21 da Lei das Eleições. Nessa situação, o candidato responderá, inclusive, criminalmente, pois declarar falsamente doações ou gastos, ou mesmo omitir tais dados, caracteriza um dos tipos previstos nos artigos 348 e seguintes do Código Eleitoral (CASTRO, 2008, p. 445).
Segundo o autor, a aprovação com ressalvas apresenta caráter moral, e aponta a existência de irregularidades que, no entanto, não chegam a deslustrar o mandato. Já a desaprovação das contas “[...] traz em si a mácula da ilicitude, do opróbrio, da reprovação da consciência ético-jurídica. Significa que a campanha não foi conduzida dentro da legalidade esperada e, sobretudo, exigida de qualquer ente estatal.” (GOMES, 2010, p. 281).
CASTRO, Edson de Rezende. Teoria e prática do Direito Eleitoral. 4. ed. Belo Horizonte: Mandamentos, 2008.
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.

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